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ITI Curso Teológico Módulo IV

Ética Cristã 74
Heresiologia (Estudo de Seitas e Heresias)
Evangelismo e Missões
Escatologia (Um Tratado sobre os Últimos Acontecimentos)
ITI Curso Teológico Módulo IV

HERESIOLOGIA

SEITAS
E
HERESIAS

Um sinal do fim dos tempos

Ética Cristã 73
Heresiologia (Estudo de Seitas e Heresias)
Evangelismo e Missões
Escatologia (Um Tratado sobre os Últimos Acontecimentos)
ITI Curso Teológico Módulo IV

Índice
Capitulo I: Heresias nos Primeiros Séculos (Pg Oito)
1. Animismo
2. Apolinarianísmo
3. Arianismo
4. Donatismo
5. Gnosticismo
6. Maniqueísmo
7. Marcianismo
8. Monarquianismo
9. Monofisismo
10. Montanísmo
11. Nestorianismo
12. Pelagianismo.
Capitulo II: Heresias na Idade Média (Pg 16)
1. A Conversão de Constantino
2. Teodósio
3. A Cristianização do Império Romano
Capitulo II: Heresias na Idade Média (Pg 20)
1. A Conversão de Constantino
2. Teodósio
3. A Cristianização do Império Romano
Capitulo III: Heresia uma Ameaça sempre Presente (Pg 31)
Capitulo II: Como identificar uma Seita? (Pg 32)
1. Aspectos comuns das Seitas
2. Conhecendo um pouco mais as Seitas
3. Porque Estudar as Seitas
4. Cronologia de Suicídio coletivo nas Seitas
5. O Perigo das Seitas
6. Qual a Importância de se Estudar sobre as Seitas?
Capitulo III: Seitas Exóticas (Pg 39)
1. Adoradores de Maradona
2. Culto à Cebola
3. Adoradores do Umbigo
4. Ingestão de Excrementos
5. Veneradores do Sexo
6. Igreja da Eutanásia
7. Adoradores da Luz
8. Os seguidores da Bíblia Branca
9. Cultos às Celebridades
10. Idólatras de Elvis Presley
11. Veneradores de Raul Seixas
12. Discípulos de Jedi
Capitulo IV: O Brasil e o Sincretismo Religioso (Pg 43)
1. A Origem religiosa do Brasil
2. Culto aos Antepassados
3. Lugar dos Cultos
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Introdução

Conta-se que a CIA possui um grupo de elite especializado em detectar notas falsas. Os
integrantes do grupo tiveram um profundo treinamento sobre a moeda verdadeira.
Estudaram cada detalhe do dólar, cada dimensão d a nota, estudaram sua textura, seus
detalhes, suas cores, espessura, seus desenhos, os traços, etc. Ficaram tão familiarizados
com o dólar que, se pegarem uma nota na mão, imediatamente saberiam se ela é
verdadeira ou falsa.

Os homens deste grupo não gastam seu precioso tempo estudando as notas falsas, pois
elas poderiam ser de variadas formas e texturas. Eles se aplicam a conhecer somente a
verdadeira, e quando encontram uma nota que não possui as mesmas características das
notas verdadeiras, sabem que aquela nota é falsa.

O que estes homens fizeram foi estabelecer um padrão de comparação com o qual as notas
falsas podem ser comparadas. A primeira nota criada é a verdadeira e por isso, ela é o
padrão de comparação com o qual as falsas poderão ser comparadas e detectadas.

Em se tratando de religião devemos seguir o exemplo deste grupo de elite da CIA. É uma
atitude sensata. Os homens deste grupo não gastam seu precioso tempo estudando as
notas falsas, pois elas poderiam ser de variadas formas e texturas. Eles se aplicam a
conhecer somente a verdadeira, e quando encontram uma nota que não possui as mesmas
características das notas verdadeiras, sabem que aquela nota é falsa.

Evidentemente, este deve ser à base de todo cristão autêntico, conhecer tão
profundamente as Escrituras Sagradas, de tal maneira que consiga diagnosticar, qualquer
desvio doutrinário ou a mais sutil heresia ainda que vestida de revelação para os últimos
dias. Por isso defendemos a verdadeira apologia que não consiste em criticar a religião dos
outros; menosprezar as demais crenças ou declarar guerra aos demais credos. A palavra
grega nos escritos neotestamentario para "responder" é apologia. Essa palavra aparece em
I Pedro 3.15: "antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre
preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da
esperança que há em vós".

Portanto, apologia dentro do contexto evangélico-eclesiástico, é a habilidade de responder


com provas adequadas e sólidas a fé cristã perante as demais religiões. Já que o
cristianismo é uma religião de fatos, ou como bem expressou certo apologista: "é uma
religião que apela aos fatos da história", ela se serve de tais meios para fundamentar seus
argumentos. A apologia é parte inseparável da teologia, sendo que aquela, serve-se desta,
para desenvolver um plano lógico e sistemático nas questões argumentativas
concernentes á fé cristã.

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O cristianismo é uma religião que por sua natureza exclui quaisquer outros credos como
verdadeiros, a não ser ele mesmo. Por isso, ele entra em choque com as demais religiões
existentes, que são sem exceções, produtos das ideias dos homens, que na ânsia de sua
procura pelo sagrado, por Deus, aliena-se nas suas próprias imaginações, resultado da
depravação total da qual está sujeita a humanidade sem Deus.

Enquanto as demais religiões apresentam vários intercessores e deuses e, mormente,


vários caminhos que levam a tais deidades, o cristianismo por sua vez apresentam um só
mediador e um só caminho que leva exclusivamente a apenas um único Deus verdadeiro.
Neste choque de crenças a apologia se torna indispensável. Ela nasce forçosamente como
uma resposta ao ataque á sã doutrina que muitas vezes se apresenta sob diversas faces.

Quase todas as epístolas foram escritas visando à defesa da fé cristã (no sentido de corrigir
erros doutrinários) contra os ataques de fora, e muitas vezes de dentro da própria igreja.
Na atualidade ainda mais, pois o diabo sabe que o seu fim está próximo, ele conhece a
bíblia, por isso ele trabalha exaustivamente no campo da heresia, para atrair as almas após
si, e para que encontrem dificuldade para chegar ao conhecimento da verdade. Esta carga
herética que nós vemos no mundo, não está presente apenas em rituais macabros;
sacrifício de seres humanos, à chamada igreja do diabo.

Sabemos que a heresia também está nas grandes religiões, e até mesmo nas denominações
evangélicas. O vírus da heresia esta aí na nossa atmosfera existe comunidades que estão
mais contaminadas com o vírus da heresia, do que outras comunidades. Queremos
reafirmar: Este quadro herético não está apenas no mundo, seria infantilidade da nossa
parte não enxergar ensinos esquisitos, que estão dentro do arraial cristão. É digno de nota
que este vírus da heresia, tanto no mundo, quanto no meio evangélico, não vai diminuir,
pois a tendência é cada vez mais aumentar. II Tm 4.1-5 “Porque virá tempo em que não
suportarão a sã doutrina…”. Segundo este texto de II Timóteo, esta profecia está se
cumprindo hoje, é evidente que diante deste quadro da igreja evangélica, Deus sempre
levanta os seus remanescentes, ou seja, crentes que zelam pela sã doutrina, na igreja
primitiva existia, na idade média existia, hoje existe, e no futuro também existirá.

Hoje em dia, o que se prega no meio evangélico é o “ter”, e não o “ser”, o rebanho se cerca
de mestres para pregar aquilo que eles querem ouvir. O espírito da escritura é totalmente
o contrário desta postura de hoje, ela diz; “aquele que quer vir após mim, negue-se a si
mesmo, tome a cada dia a sua cruz, e siga-me”. Lc 9.23.

Por isso o objetivo principal do estudo de heresiologia é evitar os erros e equívocos, não
podemos tomar nota deste e de qualquer outro estudo, e sair debatendo com crentes, e
muito menos com incrédulos.

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A razão pela qual estudamos as doutrinas bíblicas é tão somente para nossa instrução e
advertência pessoal, é claro, que se derem abertura para um esclarecimento, podemos
com sabedoria e cautela mostrar a nossa opinião sobre o assunto. O que não pode haver é
debates doutrinários. Tt 3.9-11. O texto quer dizer que se surgir no nosso meio um
indivíduo herético, o ministério deve chamar e advertir por até duas vezes, se ele
continuar ensinando as suas heresias, a bíblia fala no verso 10 que nós devemos evitar o
contato com aquele que resistir a correção do ministério. Interessante que hoje em dia, os
líderes e até membros comuns da igreja, usam o sofisma do “amor”; é muito fácil nós
falarmos que o amor é lindo, que o amor passa por cima de tudo, e simplesmente
continuar aceitando esses indivíduos no nosso meio, nós sabemos que o amor é
muitíssimo importante, mais tem que haver também disciplina e autoridade e temor pela
palavra de Deus.

O projeto do diabo: Satanás tem trabalhado exaustivamente introduzindo centenas de


heresias, para dificultar o encontro da humanidade com o verdadeiro evangelho. Ele
trabalha produzindo heresias conforme o gosto de cada um, queremos dizer com isso, que
satanás conhece a estrutura das pessoas, ou seja, quem é materialista, ele vai produzir
uma heresia com capa de bíblia, sugerindo as pessoas pra que elas tomem posse, e
acumulem tudo que elas puderem nesta terra; existem outros que são extremamente
místicos, e satanás vai investir no misticismo, proporcionando exageros que não são lícitos
diante da palavra de Deus.

Nós entendemos que o diabo, não vai chegar para o evangélico, e vai convidá-lo a se
converter ao satanismo, pois ele sabe que os crentes embora a grande maioria não tenha
zelo pela palavra, ele sabe que ao menos estão acostumados com a bíblia. Ele irá investir
com doutrinas capciosas com base no próprio evangelho. Não temos nenhum receio em
afirmar, que muitos cidadãos que se dizem homens de Deus, estão pregando doutrinas que
vem do inferno com capa de bíblia.

A carga herética ela passa pelos movimentos macabros, passa pela idolatria, pelo
misticismo cego, por religiões pagãs, mas ela também está presente em coisas superficiais,
leves, ingênuas superstições, algumas delas são “simpatias” como: Moeda nos cantos das
casas, o uso do sal grosso, pé de coelho, trevo de quatro folhas, ferraduras nas portas, a
prática de bater na madeira, o uso de roupas brancas na virada do ano, entrar com o pé
direito, banho do descarrego – que é um banho dado para tirar as energias maléficas e más
olhados. Todas estas heresias são fáceis de serem percebidas.

O apogeu da heresia: O mundo está sendo preparado inconscientemente, para adorar o


“anticristo”, a adoração ao anticristo é o “clímax” da heresia, é o supra-sumo da heresia.
Não tenhamos dúvidas; o anticristo será um indivíduo de carne e osso, que será venerado
e invocado pela humanidade. Apoc 13.8. Sabemos que a besta, certamente vai surgir, mas o
espírito satânico já controla e monopoliza o mundo (I Jo 5.19), as religiões, política,
imprensa, economia, enfim, toda a sociedade está sob a custódia do inferno.

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Definição

Heresia deriva da palavra grega háiresis e significa: "escolha", "seleção", "preferência". Daí
surgiu à palavra seita, por efeito de semântica. Do ponto de vista cristão, heresia é o ato de
um indivíduo ou de um grupo afastar-se do ensino da Palavra de Deus e adotar e divulgar
suas próprias ideias, ou as ideias de outrem, em matéria de religião. Em resumo, é o
abandono da verdade.

O termo háiresis aparece no original em Atos 5.17; 15.5; 24.5; 26.5; 28.22. Por sua vez,
"heresia" aparece em Atos 24.11; I Coríntios 11.9; Gálatas 5.20 e II Pedro 2.1.

O estudo da heresiologia é importante, sobretudo pelo fato de os ensinos heréticos e o


surgimento das seitas falsas serem parte da escatologia, isto é, um dos sinais dos tempos
sobre os quais falaram Jesus e seus apóstolos. O apóstolo Paulo, por exemplo, nos dois
primeiros versículos do capítulo quatro da sua primeira epístola a Timóteo, escreve: "Mas
o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, por obedecerem a
espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras, e que tem
cauterizada à própria consciência". O apóstolo Pedro escreve também: "Assim como no meio do
povo surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão
dissimuladamente heresias destruidoras, até ao ponto de negarem o Soberano Senhor que os
resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas
libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza,
farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a
sua destruição não dorme" II Pe 2.1-3.

Uma seita é identificada, em geral, por aquilo que ela prega a respeito dos seguintes
assuntos:

1. A Bíblia Sagrada
2. A Pessoa de Deus
3. A queda do homem e o pecado
4. A Pessoa e a obra de Cristo
5. A salvação
6. O porvir

Se o que uma seita ensina sobre estes assuntos não se coaduna com as Escrituras,
podemos estar certos de que estamos diante duma seita herética. Entre as muitas razões
para o surgimento de seitas falsas no mundo, hoje, destacam-se as seguintes:

1. A ação diabólica no mundo. II Co 4.4.


2. A ação diabólica contra a Igreja. Mt 13.25.
3. A ação diabólica contra a Palavra de Deus. Mt 13.19.
4. O descuido da Igreja em pregar o Evangelho completo. Mt 13.25.
5. A falsa hermenêutica. II Pe 3.16.
6. A falta de conhecimento da verdade bíblica. I Tm 2.4.
7. A falta de maturidade espiritual. Ef 4.14.
Raimundo de Oliveira

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Capitulo I

Heresias nos Primeiros Séculos

As primeiras heresias enfrentadas pela Igreja vieram dos judeus convertidos, problema já
enfrentado por Paulo na igreja da Galácia. Os ebionitas eram farisaicos em sua natureza.
Não reconheciam o apostolado de Paulo e exigiam que os cristãos gentios se submetessem
ao rito da circuncisão. No desejo de manterem o monoteísmo do Antigo Testamento, os
ebionitas negavam a divindade de Cristo e seu nascimento virginal, afirmando que Ele só
se distinguia dos outros homens por sua estrita observância da lei, tendo sido escolhido
como Messias por causa de sua piedade legal.

Os elquesaítas, por sua vez, apresentavam um tipo de cristianismo judaico assinalado por
especulações teosóficas e ascetismo estrito. Rejeitavam o nascimento virginal de Cristo,
mas julgavam-no um espírito ou anjo superior. A circuncisão e o sábado eram
grandemente honrados; havia repetidas lavagens, sendo-lhes atribuídos poderes mágicos
de purificação e reconciliação; a mágica e a astrologia eram praticadas entre eles. Com
toda probabilidade se referem a essas heresias a Epístola aos Colossenses e I Timóteo. O
ambiente gentílico também forneceu sua cota de heresias que atingiram a Igreja.

O Gnosticismo, muito embora não possuísse uma liderança unificada e se apresentasse


como um corpo doutrinário amorfo foi terrível para a Igreja. Já vemos um gnosticismo
incipiente no próprio período apostólico (Cl 2.18; I Tm 1.3-7; 6.3; II Tm 2.14-18; Tt 1.10-
16; II Pe 2.1-4; Jd 4,16; Apoc 2.6,15,20). Nesse período, Celinto ensinava uma distinção
entre o Jesus humano e o Cristo, que seria um espírito superior que descera sobre Jesus no
momento do batismo e tê-lo-ia deixado antes da crucificação. Vemos João combatendo
indiretamente essa heresia em João 1.14; 20.31; I João 2.22; 4.2,15; 5.1,5-6 e II João 7.

Conflitos com Filosofias Pagãs. Como cada geração procura interpretar Cristo em termos
de sua própria mentalidade, assim foi que, mal o cristianismo apareceu, começaram a
amalgamá-lo com filosofias gregas e orientais, daí surgindo muitas seitas:

1. Animismo
2. Apolinarianísmo
3. Arianismo
4. Donatismo
5. Gnosticismo
6. Maniqueísmo
7. Marcianismo
8. Monarquianismo
9. Monofisismo
10. Montanísmo
11. Nestorianismo
12. Pelagianismo.

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Portanto, juntamente com o desenvolvimento da doutrina cristã, desenvolviam-se também


as seitas, ou como eram chamadas, as heresias. Enquanto a Igreja era praticamente judaica
em virtude de seus membros, havia uma leve tendência para o pensamento abstrato e
especulativo. Entretanto, quando a Igreja se compunha em sua maioria de gregos,
especialmente de gregos místicos da Ásia Menor, apareceram opiniões e teorias estranhas,
de toda parte, as quais se desenvolveram rapidamente na Igreja. Os cristãos dos três
primeiros séculos lutaram não só contra as perseguições do mundo pagão, mas também
contra as heresias e doutrinas corrompidas, dentro do próprio rebanho.

Vamos tecer considerações sobre as mais importantes heresias desse período.

O GNOSTICISMO (do grego "gnosis", sabedoria)

Filosofia como instrução reveladora das coisas de Deus, que leva ao entendimento do
mistério da salvação. Nas Escrituras pode ser identificado o gnosticismo baseado na
filosofia helenística e nos sábios judeus, em quem se originaram os "cultos de mistérios"
dos místicos. Os gnósticos não priorizavam apenas o "conhecimento", mas a mortificação
da carne, o que os dificultava crer que Deus veio em carne por meio de Jesus Cristo.

Foi uma das heresias mais perigosas dos dois primeiros séculos da Igreja. Não eram fáceis
de definir, por serem demasiadas variadas suas doutrinas, que diferiam de lugar para
lugar, nos diversos períodos. Surgiram na Ásia Menor, e eram como que um enxerto do
Cristianismo no paganismo. Criam que do Deus supremo emanava um grande número de
divindades inferiores, algumas benéficas e outras malignas. Criam que por meio dessas
divindades o mundo foi criado com a mistura do bem e do mal. Interpretavam as
Escrituras de forma alegórica, de modo que cada declaração das Escrituras significava
aquilo que ao intérprete parecesse mais acertado. Eles diziam possuir capacidades e
conhecimentos espirituais superiores que os cristãos não possuíam. Os gnósticos seguem
líderes divulgadores de conhecimento espiritual que transcendem o entendimento normal,
geralmente considerado secreto.

Seus ensinamentos sobre a criação, o Cristo e a salvação eram tão radicalmente contrários
à pregação apostólica e ao ensino dos Pais da Igreja, que as igrejas do Império Romano
desenvolveram confissões de fé correta a serem professadas por todos os convertidos,
chamados de Credos. A doutrina central do gnosticismo, era que o espírito é inteiramente
bom e a matéria, inteiramente má. Desse dualismo antibíblico fluíram cinco erros
importantes:

1. O corpo do homem, que é matéria, é mau por essa mesma razão. Deve ser diferenciado
de Deus, que é totalmente espírito e, por isso mesmo totalmente bom.

2. A salvação é escapar do corpo, sendo obtida mediante a fé em Cristo, mas por meio de
conhecimento especial.

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3. A verdadeira humanidade de Cristo era negada de duas maneiras: (a) alguns diziam que
Cristo somente parecia ter corpo, e essa teoria era chamada de docetismo, do grego dokeo
(parecer); (b). Outros diziam que o Cristo divino uniu-se ao homem Jesus no batismo,
abandonando-o antes da morte, teoria essa chamada cerintismo, segundo o nome do seu
porta-voz mais destacado, Cerinto. Essa forma de gnosticismo é combatida por João em I
João 1.1 "O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o
que contemplamos e as nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da vida"; e em I João
4.2-3 "Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio
em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o
espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no
mundo".

4. Como o corpo era considerado mal, devia ser tratado com rigor. Essa forma ascética de
gnosticismo é combatida por Paulo em parte da carta aos Colossenses, como em 2.20-23
"Se morrestes com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos sujeitais ainda a
ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não
manuseies (as quais coisas todas hão de perecer pelo uso), segundo os preceitos e
doutrinas dos homens? As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria em culto
voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não têm valor algum no
combate contra a satisfação da carne".

5. Paradoxalmente, esse dualismo também levava ao desregramento moral. O raciocínio


era que, como a matéria era considerada má, a violação das leis de Deus não era de
consequência moral.

O gnosticismo com o qual o Novo Testamento lidava era uma forma primitiva dessa
heresia, não o sistema desenvolvido e já complexo dos séculos II e III. Para Paulo o
gnosticismo era "engodo de humildade". Cl 2.18. Em confronto com o cristianismo dos
apóstolos, os mestres gnósticos são falsos irmãos e causam divisões na igreja (Jd 19), pois
se desviaram da graça de Deus. Jd 4. Além da forma encontrada em Colossenses e nas
cartas de João, alguma familiaridade com o gnosticismo primitivo se vê refletida em I e II
Timóteo, em Tito, em II Pedro e talvez em I Coríntios.

Atualmente o gnosticismo ressurge sob o disfarce de "cristianismo esotérico", como, por


exemplo, a Ciência Cristã, que estabelece forte distinção entre Jesus e o Cristo, negando
qualquer encarnação real, ímpar e ontológica de Deus no homem Jesus.

EBIONISMO

Os ebionistas surgiram no começo do segundo século. Seu nome, derivado do grego


"ebionaioi", tem seu correspondente no idioma hebraico "ebionim", que significa "os
pobres". Os ebionitas eram judeus crentes que não deixaram os preceitos judaicos e
também aceitavam Jesus apenas como Homem. Essa seita tinha um ensino exagerado
sobre pobreza; rejeitava os escritos do apostolo Paulo, porque nas epistolas ele reconhecia
os gentios convertidos como cristãos.

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Eles acreditavam que a lei mosaica era a maior expressão da vontade de Deus e continuava
válida para o homem. O maior ataque ao cristianismo primitivo estava relacionado à
interpretação que tinham a respeito da divindade de Jesus e de seu nascimento virginal.
Para eles, Jesus era o filho de José e Maria, que observou a Lei de forma especial, sendo
assim escolhido por Deus para ser o Messias; assim logicamente Jesus não era eterno, logo
não era Deus. Aprovavam os ensinos do evangelho de Mateus. Eles insistiam que os
cristãos, tanto gentios como judeus, ainda continuavam sob o domínio da Lei de Moisés e
que não havia salvação fora da circuncisão e do cumprimento da Lei. Os ebionitas eram
considerados apóstatas pelos judeus não cristãos, e também não contavam com a simpatia
dos cristãos-gentios, os quais depois do ano 70 constituíam a maior parte da Igreja.

Nenhum concílio condenou oficialmente o ebionismo, mas Tertuliano, Irineu, Eusébio e


Orígenes foram opositores de grande peso a essa heresia. Os ebionitas diminuíram
gradualmente, no segundo século.

DOCETISMO

O docetismo tem grande ligação com o gnosticismo, para quem o mundo material era mau
e corrompido. O vem do grego e significa "parecer". Os docetistas defendiam que o corpo
de Jesus Cristo era uma ilusão e sua crucificação teria sido apenas aparente.

Para os adeptos dessa heresia, a matéria é ruim e que o espírito não se envolveria com a
matéria, que é o princípio do pecado, por isso Cristo parecia estar numa matéria carnal,
mas na verdade não estava, era ilusório.

Na concepção desse movimento herético, sendo Cristo bom e a matéria essencialmente


má, não haveria possibilidade de união entre Ele e um corpo terreno. Portanto os
docetistas negavam a humanidade de Cristo, dizendo que Ele parecia ser humano, mas era
divino. Afirmavam que o corpo de Jesus não passava de um fantasma, que sofrimento e
morte eram apenas meras aparências. Se sofria, então não podia ser Deus; ou era
verdadeiramente Deus e então não podia sofrer.

Não houve uma condenação oficial a esse pensamento, mas Irineu e Hipólito foram os
opositores dessa ideia filosófica grega e pagã da época.

MONTANISMO

Surgido na Frígia, após 155, os montanistas, assim chamados por causa de seu fundador se
chamar Montano, quase não podiam ser incluídos entre as seitas hereges, apesar de seus
ensinos terem sido condenados pela Igreja. Os montanistas eram puritanos, e exigiam que
tudo voltasse à simplicidade dos primitivos cristãos. Eles criam no sacerdócio de todos os
verdadeiros crentes, e não nos cargos do ministério. Observavam rígida disciplina na
igreja. Consideravam o dom de profecia como um privilégio dos seus discípulos.
Infelizmente, como geralmente acontece em movimentos dessa natureza, ele caiu para o
extremo e concebeu fanáticas e equivocadas interpretações da Bíblia.

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Montano não tinha cargo eclesiástico e percorria os lugares acompanhados de duas


mulheres, Priscila e Maximila, promovendo o que chamou de “Nova Profecia”,
conclamando pessoas para a volta de Cristo. Isso era feito através da voz do "Parácleto",
uma manifestação profética que falava através das duas mulheres na primeira pessoa.
Montano colocou a si mesmo como parácleto através de quem o Espírito Santo falava à
Igreja, do mesmo modo que falara aos apóstolos. Ele tinha uma escatologia extravagante.
Acreditava que o reino celestial de Cristo seria instaurado brevemente em Pepuza, na
Frígia, e que ele teria um papel de proeminência nesse reino. Para que estivessem
preparados para aquele acontecimento, ele e seus seguidores praticavam um rigoroso
ascetismo. Não se permitia novo casamento se um dos cônjuges morresse.

A Igreja reagiu as essas extravagâncias condenando o movimento. O Concílio de


Constantinopla, em 381, declarou que os montanistas deviam ser considerados pagãos. No
entanto Tertuliano, um dos maiores Pais da Igreja, achou as doutrinas do novo grupo
atraentes, e tornou-se montanista. O movimento foi muito forte em Cartago no Oriente. O
montanismo representou o protesto perene suscitado dentro da Igreja quando se aumenta
a força da instituição e se diminui a dependência do Espírito de Deus.

MONARQUIANISMO

Essa designação foi dada pela primeira vez por Tertuliano. Como a defesa doutrinária dos
apologetas, dos Pais antignósticos e dos Pais alexandrinos sobre o Filho de Deus, não
satisfez as dúvidas teológicas de todos na época e a teologia cristológica ainda era nova e
sem consistência, surgiam assim novos pensamentos.

O monarquianismo surgiu no século III, e a grande dificuldade era combinar a fé em Deus


único (monoteísmo) com a nova fé cristã, no qual Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Essa
dificuldade era complicada de resolver, pois de um lado havia aqueles que criam que o
Filho era uma pessoa divina, parecendo ferir a ideia monoteísta, e de outro lado havia os
que defendiam a ideia de que o Filho era subordinado ao Pai, e isso feria a deidade de
Cristo. Esse conflito teológico originou dois tipos de pensamento: o monarquianismo
dinâmico, conhecido também como adocionismo, e o monarquianismo modalista.

1) Monarquianismo dinâmico

Desenvolvida por Teodoto de Bizâncio, foi uma tentativa de resguardar unidade de Deus.
Essa ideia tinha traços do ebionismo, que pregava ser Jesus apenas homem. Teodoto,
homem culto que comerciava couro, pregava contra a divindade do Filho, negava a
afirmação de que Jesus Cristo é Deus, achava mais seguro afirmar que Jesus era um mero
homem. Não negava o nascimento virginal, mas esse nascimento não divinizava Jesus. Ele
continuava sendo um mero homem, apesar de ser justo.

Ética Cristã 84
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Teodoto separou a vida de Jesus em tempos, ou seja, até o batismo Jesus viveu seu
cotidiano como todo homem vive, com a diferença de ter sido extremamente virtuoso. Em
seu batismo, o Espírito Santo desceu sobre Ele, e a partir daquele momento Ele passou a
operar milagres sem contudo tornar-se divino. Essa ideia recebeu o nome de dinamismo.
Jesus então, era um profeta e não Deus, e um profeta com unção divina (assim como Elias e
Eliseu). Somente após a ressurreição Jesus Cristo uniu-se a Deus.

Ensinava uma Trindade de manifestação de formas e não de essência. Deus se manifestou


com Pai no Antigo Testamento, depois como Filho para redimir o homem e como Espírito
Santo após a ressurreição de Cristo. Portanto não havia três pessoas em Deus, mas três
manifestações.

O papa Vítor excomungou Teodoto, mas sua ideia não teve como ser banida, tanto que
Paulo de Samosata que foi bispo de Antioquia por volta de 260 d.C. defendeu essa forma de
monarquianismo. Paulo de Samosata foi um pouco mais longe do que Teodoto e afirmou
que o Filho, é identificado por sua sabedoria, mas um adjetivo que qualquer homem pode
ter, ou seja, diminuiu ainda mais a deidade de Jesus Cristo. O que aconteceu foi que a
sabedoria divina habitou no homem Jesus, e isso não significou que Ele seja uma pessoa
divina.

Paulo de Samosata, no sínodo de Antioquia em 268, foi declarado herege, mas de alguma
forma suas ideias surgiram mais tarde em alguns ramos da teologia liberal.

2) Monarquianismo modalista

Os monarquistas modalistas negavam a humanidade de Cristo, como fizeram os gnósticos.


Viam nele apenas um modo de manifestação do Deus único, em que não reconheciam
nenhuma distinção de pessoas. Qualquer sugestão de que a Palavra ou Filho era outro que
não o Pai, ou então uma pessoa distinta dele, parecia levar inexoravelmente a blasfêmia de
dois deuses.

Essa é a outra forma de monarquianismo, ou seja, é o outro modo de apologizar o


unitarismo divino. O modalismo (como também era conhecido) era diferente do
adocinismo, que dizia que Jesus era adotado por Deus, pregava que Jesus era Deus, mas se
manifestara como criador do mundo (Pai), depois viera a terra se encarnando em Jesus
para salvar o homem e hoje Ele se manifesta na pessoa do Espírito Santo. Para o
modalismo há uma só pessoa, que se manifestou de forma diferente e com nomes
diferentes, o Pai. A ideia do monoteísmo judaico não fora ferida.

O primeiro teólogo a declarar formalmente a posição monárquica foi Noeto de Esmirna,


que nos últimos anos do segundo século, foi duas vezes convocado pelos presbíteros
daquela cidade a fim de prestar esclarecimentos. O cerne da pregação de Noeto era a
enérgica afirmação de que havia apenas um Deus, o Pai.

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No Ocidente seus discípulos ficaram conhecidos com patripassionistas, isto é, a ideia de


que foi o Pai quem sofreu e vivenciou as outras experiências humanas de Cristo. Portanto,
teria sido o próprio Pai quem entrou no ventre da virgem, tornando-se por assim dizer,
seu próprio filho, o qual sofreu, morreu e ressuscitou. Desse modo, essa pessoa singular
unia em si mesma atributos mutuamente incompatíveis, sendo invisível e também visível,
impassível e também passível. Já no Oriente, este modalismo mais refinado tornou-se
conhecido como sabelianismo, em função do nome do seu autor, Sabélio.

Recebendo uma estrutura mais sistemática e filosófica por parte de Sabélio, foi levada para
Roma perto do final do pontificado de Zeferino, sendo veementemente atacada por
Hipólito. Sabélio negou a Trindade ao afirmar que não há três pessoas e sim uma só pessoa
que se manifesta de maneiras diferentes. Ele empregou a analogia do sol, um objeto único
que irradia tanto calor quanto luz; o Pai era por assim dizer, a forma ou essência, sendo o
Filho e o Espírito Santo os modos de auto-expressão do Pai.

Em 261 d.C. as doutrinas de Sabélio foram rejeitadas e condenadas por negar a distinção
das pessoas divinas na tentativa de resgatar uma teologia unicista para o cristianismo.

ARIANISMO

Os arianos foram seguidores de um presbítero de nome Ário. Ele afirmava que o Verbo
(Jesus Cristo) não era igual ao Pai, mas uma grande criatura. Segundo Ário, Cristo é o
primeiro dos seres criados através de quem todas as outras coisas foram feitas. Em
antecipação à glória que haveria de ter no final, Ele é chamado de Logos, o Filho unigênito
de Deus. Dizia Ário que Jesus podia ser chamado de Deus, apesar de não ser Deus na
realidade plena subentendida pelo termo.

Diante desse fato, Alexandre, bispo de Alexandria, convocou um sínodo, que o depôs do
presbiterato e o excluiu da comunhão da Igreja. Logo depois, o imperador Constantino
ordenou que todos os bispos cristãos comparecessem para deliberar a respeito de pessoa
de Cristo e da Trindade em uma reunião que ele presidiria em Nicéia, em 325 d.C. A grande
assembleia realizou-se com a presença de 318 bispos católicos, e somente 22 eram
declaradamente arianos desde o inicio.

O próprio Ário não obteve licença para participar de concílio por não ser bispo. Foi
representado por Eusébio de Nicomédia e Teogno de Nicéia. Alexandre dirigiu o processo
jurídico contra Ário e o arianismo, sendo auxiliado por seu jovem assistente chamado
Atanásio, que viria a sucedê-lo no bispado de Alexandria poucos anos depois. Neste
concílio foi formulado o documento chamado de Credo de Nicéia, onde os ensinos de Ário
foram condenados.

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OS MANIQUEUS

De origem persa, foram chamados por esse nome, em razão de seu fundador ter o nome de
Mani, o qual foi morto em 276, por ordem do governo persa. O ensino dos maniqueus dava
ênfase a este fato: "O universo compõe-se do reino das trevas e do reino da luz, e ambos
lutam pelo domínio da natureza e do próprio homem". Recusavam a Jesus, porém criam
em um "Cristo Celestial". Eram severos quanto à obediência ao ascetismo, e renunciavam
ao casamento. O maniqueísmo exaltava a tal ponto a vida ascética que consideravam o
instinto sexual pecado e enfatizavam a superioridade do estado civil do solteiro.

Segundo sua doutrina, o homem primitivo surgiu por emanação de um ser que por sua vez
era uma emanação superior do chefe do reino da luz. Oposto ao reino da luz, havia o reino
das trevas, que engnara o homem primitivo fazendo com que ele se tornasse um ser que
misturava luz e trevas. A alma do homem ligava-o com o reino da luz, mas seu corpo o
levava a ser escravo do reino das trevas. A salvação era uma questão de libertar a luz da
alma que estava escravizada à matéria do corpo. Essa liberação poderia ser conseguida
através da exposição à luz, Cristo. A elite, ou seja, os perfeitos, constituíam a casta
sacerdotal.

O maniqueísmo exerceu ainda muita influência por bom tempo após a morte de Mani. Um
pensador do porte de Agostinho, em sua busca pela verdade, foi discípulo do maniqueísmo
durante 12 anos. Depois de sua conversão, Agostinho se empenhou em refutar
energicamente essa filosofia no livro "Contra os Maniqueístas". Os maniqueus foram
perseguidos tanto por imperadores pagãos, como também pelos cristãos.

Todas as heresias que surgiram e que surgem, saíram e saem de dentro da Igreja. Então a
coisa acontece sempre da Igreja para fora e nunca de fora para a Igreja. Sempre há pessoas
ou grupos querendo interpretar a Bíblia de uma maneira que seja adequado a sua vontade.

Fontes de Pesquisa:
História da Igreja Cristã - Editora Vida
Módulo 2 de Teologia da Faculdade Teológica Betesda
Bíblia NVI de estudos
Dicionário Bíblico - Editora Didática Paulista
O Cristianismo Através dos Séculos - Editora Vida Nova
Questões Teológicas de Ontem e Hoje - Editora Reflexão
Renato Vargens

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Capitulo II

Heresias na Idade Média

“Do segundo ao sexto século, a Igreja foi dilacerada por controvérsias acerca destes e de
outros ismos semelhantes, quase perdendo de vista sua verdadeira missão”. Consideramos
"Heresias da Idade Média" aquelas que surgiram após a oficialização do Cristianismo pelo
Império Romano, no século IV. Queremos dar alguns destaques especiais: A Conversão de
Constantino; Teodósio e o casamento promiscuo da igreja com o estado.

1. A Conversão de Constantino

Era o mês de outubro do ano 312. Um jovem general, a quem todas as tropas romanas da
Bretanha e da Gália eram fiéis, marchava em direção a Roma para desafiar Mexêncio, outro
postulante ao trono imperial. Segundo o relato da história, o general Constantino olhou
para o céu e viu um sinal, uma cruz brilhante, na qual podia ler: "Com isto vencerás". O
supersticioso soldado já estava começando a rejeitar as divindades romanas a favor de um
único Deus. Seu pai adorava o supremo deus Sol. Seria um bom presságio daquele Deus na
véspera da batalha? Mais tarde, Cristo teria aparecido a Constantino em um sonho,
segurando o mesmo sinal (uma cruz inclinada), lembrando as letras gregas chi (x) e rho
(p), as duas primeiras letras da palavra Cristos. O general foi instruído a colocar esse sinal
nos escudos de seus soldados, o que fez prontamente, da forma exata como foi ordenado.

Conforme prometido, Constantino venceu a batalha. Esse foi um dos momentos marcantes
do século IV, um período de violentas mudanças. Se você tivesse saído de Roma no ano
305 d.C. para viver anos no deserto, quando voltasse certamente esperaria encontrar o
cristianismo morto ou enfrentando as últimas ondas de perseguição. Em vez disso o
cristianismo se tornou a religião patrocinada pelo império.

Breve Histórico: Até Constantino os cristãos foram impiedosamente perseguidos pelos


Imperadores Romanos. A partir do ano 298, os cristãos foram tirados do exército e do
serviço civil. Em 303, a grande perseguição teve início outra vez. As autoridades
planejaram impor severas sanções sobre os cristãos, que começariam a ser implantadas na
Festa da Terminália, em 23 de fevereiro. As igrejas foram arrasadas, as Escrituras
confiscadas, e as reuniões proibidas.

No início, não houve derramamento de sangue, mas Galério se encarregou de mudar essa
situação. Quando Diocleciano e Maximiano deixaram seus postos (de acordo com o
planejado), em 305, Galério desencadeou uma perseguição ainda mais brutal. De modo
geral, Constâncio, que governava o Ocidente, era mais indulgente. Porém, as histórias de
horror do Oriente eram abundantes.

Até o ano 310, a perseguição tirou a vida de muitos cristãos. Contudo, Galério foi incapaz
de esmagar a igreja. Estranhamente, em seu leito de morte, ele mudou de ideia e no dia 30
de abril de 311, o feroz imperador desistiu de lutar conta o cristianismo e promulgou o
Édito de Tolerância.

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Sempre político, insistiu em que fizera tudo para o bem do império, mas que os cristãos
continuam na sua determinação. Desse modo, agora era melhor permitir que eles se
encontrassem livremente, contanto que não atentassem contra a ordem pública. Além
disso, declarou: "Será tarefa deles orar ao seu Deus em benefício do nosso Estado". Roma
precisava de toda a ajuda que pudesse obter. Galério morreu seis dias depois.

O grande plano de Diocleciano, no entanto, começava a ruir. Quando Constâncio morreu,


no ano 306, seu filho Constantino foi proclamado governador por seus soldados leais.
Maximiano, porém, tentou sair do exílio e governar o Ocidente outra vez com o filho,
Mexêncio (que terminou tirando o próprio pai do poder). Enquanto isso, Galério indicava
um general de sua confiança, Licínio, para governar o Ocidente. Cada um desses futuros
imperadores reivindicava um pedaço do território ocidental. Eles teriam de lutar por ele.
Constantino, de maneira astuta, forjou uma aliança com Licínio e lutou contra Mexêncio.
Na batalha da Ponte Mílvia, Constantino saiu vitorioso.

Naquele momento, Constantino e Licínio montaram um delicado equilíbrio de poder.


Constantino estava ansioso para agradecer a Cristo por sua vitória e, desse modo, optou
por dar liberdade e status à igreja. No ano 313, ele e Licínio emitiram oficialmente o Édito
de Milão, garantindo a liberdade religiosa dentro do império. "Nosso propósito", dizia o
édito, é garantir tanto aos cristãos quanto a todos os outros a plena autoridade de seguir
qualquer culto que o homem desejar". Constantino, imediatamente, assumiu o interesse
imperial pela igreja: restaurou suas propriedades, deu-lhe dinheiro, interveio na
controvérsia donatista e convocou os concílios eclesiásticos de Arles e de Nicéia. Ele
também fazia manobras para obter poder sobre Licínio, a quem finalmente depôs em
324.

Assim, a igreja passou de perseguida a privilegiada. Em um período de tempo


surpreendentemente curto, suas perspectivas mudaram por completo. Depois de séculos
com o movimento contra cultural, a igreja precisava aprender a lidar com o poder. Ela não
fez todas as coisas de maneira correta. A própria presença dinâmica de Constantino
modelou a igreja do século IV, modelo que ela adotou daí em diante. Ele era um mestre do
poder e da política, e a igreja aprendeu a usar essas ferramentas.

A visão de Constantino foi autêntica ou ele foi apenas um oportunista, que usou o
cristianismo para benefício próprio? Somente Deus conhece a alma. Embora tenha falhado
na demonstração da sua fé em várias ocasiões, o imperador certamente assumiu um
interesse vivo no cristianismo que professava. Chegou até mesmo a correr risco pessoal
em certos momentos. É certo que Deus usou Constantino para fazer com que as coisas
acontecessem para a igreja. O imperador afirmou e assegurou a tolerância oficial à fé. Ao
fazer isso, porém, ele seguiu os passos do moribundo Galério. Assim, a batalha contra a
perseguição romana foi vencida, em certo sentido, não na Ponte Mílvia, mas nas arenas em
que os cristãos entraram para enfrentar bravamente a morte.

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2. Teodósio

Embora Constantino tomasse em parte essa deliberação, entretanto ela se efetivou no


reinado do imperador Teodósio (378-95), que tornou obrigatório a cada cidadão fazer
parte da igreja. Foi isto a pior calamidade que já sobreveio à Igreja. O desígnio de Cristo
era vencer por meios puramente espirituais e morais. Até o tempo de Constantino as
conversões eram voluntárias, por uma genuína mudança do coração e da vida. Agora,
porém, as conversões forçadas enchiam as igrejas de gente não regenerada. Entrou na
igreja o espírito militar da Roma Imperial, mudando-lhe a natureza e tornando-a uma
organização política e fazendo-a precipitar-se no milênio das abominações papais.

3. A Cristianização do Império Romano

Queda do Paganismo. Teodósio, ao fazer da igreja uma instituição do Estado, empreendeu


a supressão à força de todas as outras religiões; proibiu o culto de ídolos. Sob a vigência de
seus decretos os templos pagãos foram derrubados por cristãos amotinados, havendo
derrame de muito sangue. Entrava assim, a Igreja em sua grande apostasia. Conquistou o
Império Romano, mas, na realidade, foi esse império que a conquistou, não por eliminá-la,
mas por lhe dar sua própria fisionomia.

A Igreja Imperial do 4° e do 5° séculos tornou-se uma instituição de todo diferente da


igreja perseguida dos três primeiros séculos. Na sua ambição de domínio, perdeu e
esqueceu o espírito de Cristo. O Culto, a princípio muito singelo, passou a cerimônias
complicadas, majestosas, imponentes, com todo o esplendor externo, próprios dos
templos pagãos. Os Ministros tornam-se Sacerdotes. O termo "sacerdote" não fora aplicado
aos ministros cristãos antes desse ato insano do imperador Teodósio. Foi tomado de
empréstimo ao sistema judaico, afeiçoando-se ao exemplo do sacerdócio pagão (Leão I
[440-61] proibiu o casamento aos sacerdotes, tornando-se celibato na Igreja Romana).

Estava assim desferido o último golpe contra a inocente, a mais pura e legítima igreja
cristã, em sua primeira fase histórica, chamada primitiva. Todo o trabalho dos apóstolos
do Senhor Jesus, que a estabeleceram sob a autoridade do Espírito Santo, seus sucessores,
os Pais da Igreja e os discípulos, na consolidação da fé e na preservação da sã doutrina,
estaria, de agora em diante, sendo anulado, e o mundo caminhando para uma situação de
decomposição dos valores moral e espiritual que o levaria rumo à perdição total, até
chegar à chamada idade das trevas, como uma repetição de tempos remotos quando a
humanidade vivia perdida nas trevas do pecado, porque Deus ainda não se revelara a ela
através de sua Palavra e, especialmente, de Seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, o Salvador
da humanidade.

Muitos outros acontecimentos ocorreram nessa primeira fase histórica da Igreja cristã
verdadeira, a Igreja apostólica, cuja expansão no mundo daquela época foi
verdadeiramente assombrosa. Relatar tudo isso em um trabalho simples e modesto como
este, é quase impossível e também impróprio, porque, o que pretendemos aqui é facilitar
ao leigo, ao crente que geralmente dispõe de pouco tempo, e porque não dizer, de menor
poder aquisitivo, a ter esse acesso mais fácil e mais barato para obter esses conhecimentos
tão úteis para a sua vida espiritual e também intelectual.

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Como vimos até aqui, em nossos singelos relatos históricos - extremamente resumidos,
diga-se de passagem - a Igreja Primitiva foi tumultuada por uma variedade enorme de
ideias e pensamentos que surgiam diuturnamente, entre os sucessores dos apóstolos: os
bispos e presbíteros da Igreja. Sendo a maioria deles bem intencionados, pois era de fato
essencial que muitas doutrinas que se achavam implícitas nas Escrituras do Novo
Testamento, mas ainda não muito claras para os leigos, fossem formalizadas de modo a
serem compreendidas e postas em prática na vida da Igreja, pois era grande o número de
novos convertidos à fé cristã naqueles dias.

Era imprescindível, portanto que os crentes verdadeiros fossem instruídos nos caminhos
da nova fé que abraçaram, e esta era uma responsabilidade dos chamados Pais da Igreja,
os quais se dedicavam aos estudos da teologia, incipiente, pode-se assim dizer, como
também eles eram incipientes nessa área, mas tiveram o grande mérito de não só formular
as bases teológicas para as novas doutrinas como também combater tenazmente as
heresias e seitas que se mostravam rebeldes contra as decisões dos Concílios. Esses
homens, muitos deles pertencentes à classe mais alta da sociedade, eram, na maioria das
vezes, sábios, de grande cultura, que não somente combateram as heresias como também
deram a sua grande contribuição para a formulação das bases teológicas para as novas
doutrinas.

Mas, se o assunto que pretendemos tratar neste momento é com relação às heresias
surgidas a partir do 5° século, porque então fazer todo esse arrazoado sobre as heresias
dos primeiros séculos, referentes à Igreja Primitiva? O que pretendemos com isto é fazer
uma comparação, traçando um paralelo entre as duas fases da Igreja: a Primitiva com a
Oficial. Isto porque, existe uma diferença que devemos considerar, de fato muito
importante.

Enquanto que na fase da Igreja Primitiva os concílios se reuniam para combater as


heresias, na fase da Igreja oficial, já detentora de grandes poderes políticos seculares, os
concílios se reuniam, contrariamente, para aprovar heresias resultantes de doutrinas,
dogmas e medidas aleatórias, sem nenhuma base bíblica, impostas por bispos, cardeais e
papas, que representavam uma Igreja totalmente corrompida, dominadora, cheia de
ambições terrenas e que se achava dona da verdade para submeter, à força, nações e
povos aos seus instintos ambiciosos puramente políticos. Tudo isto se acha relatado na
história da Igreja em um mundo de literatura tanto evangélica como secular. Mas, mesmo
assim, é oportuno listar aqui - ao nosso modo, isto é, sucinta e objetivamente, com poucos
detalhes históricos - as principais heresias e dogmas decretados pela Igreja que arrebatou,
fraudulentamente da Igreja primitiva (a verdadeiramente apostólica e universal), as
denominações: católica, apostólica e romana, sendo que esta última faz jus à sua
característica principal - não foi roubado, portanto.
Seguem, em ordem cronológica, as heresias e dogmas: Rezas pelos Mortos (ano 310); Maria mãe de Deus
(ano 431); Purgatório (ano 503 - "a galinha dos ovos de ouro da Igreja"); Adoração de imagens e relíquias
(ano 787); Canonização dos santos (começou em 933); A Infalibilidade da Igreja (ano 1059-61); Celibato
(ano 1073-85); Venda de Indulgências (doutrina espúria, ano 1190); A Inquisição (ano 1198-1216 – pratica
assassina); A Venda das indulgências (2ª edição-1190); Os Livros Canônicos (proclamada a autenticidade
dos livros apócrifos); Infalibilidade Papal (confirmada por Pio IX [1846-78]); Imaculada Conceição de
Maria (ano 1854); Ascensão da Virgem Maria (decretada por Pio XII [1939-58], no ano de 1950). Com a
Reforma do Século XVI, estas heresias foram repudiadas por não fazer parte do cristianismo.

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Capitulo III

Heresias Contemporâneas

Infelizmente existe muita heresia e


uma crescente apostasia nestes dias
que antecedem o retorno do Senhor
Jesus. Muitos “pastores e lideres” que
se esqueceram da sã doutrina e levam
suas igrejas às falsas doutrinas e a
uma grande contemporização. O
apóstolo Paulo afirmou: "Ninguém de
maneira alguma vos engane; porque
não será assim sem que antes venha à
apostasia, e se manifeste o homem do
pecado, o filho da perdição." II Ts 2.3. Ou seja, chegará um tempo nos últimos dias quando
os fundamentos da doutrina cristã serão contemporizados e derribados pela aceitação do
erro e da heresia. II Tm Tm 4.3,4.

Numa época de heresias - e os hereges formam hoje um grande exército que se levanta ou
para acrescentar ou para tirar algo em relação à Palavra de Deus, temos que nos
arregimentar, como uma Igreja que se colocou na posição de atalaia, e colocar em prática o
que Judas nos mandou: batalhar diligentemente a favor da Verdade divina. Judas
empregou uma palavra usada nas competições que envolviam lutas contra adversários. A
palavra batalhar na sua forma grega significa agonizar, destacando, desta forma, a agonia
do competidor e seu empenho em se defender dos ataques do adversário e contra-atacar
até vencer a luta, ganhando a competição. Assim, também, deve ser nossa luta contra os
adversários da Verdade.

Evidentemente o objetivo principal dessas colocações não é sairmos julgando as pessoas


dentro da igreja. Em primeiro lugar, cada um deve julgar e purificar a si mesmo. I Jo 3.3.
Depois, é preciso que saibamos julgar as profecias e as doutrinas que recebemos. I Co
14.29; I Ts 5.20-21; I Co 10.15. Se uma doutrina é contrária a Cristo, contrária à comunhão
dos irmãos ou favorável ao mundanismo, então deverá ser rejeitada.

Finalmente, a vida de um mestre deverá ser avaliada para que se decida sobre a sua
doutrina. "Pelos seus frutos os conhecereis.". Mt 7.15-16. Muitos irmãos podem apresentar
uma série de erros e até mesmo pecados por uma questão de imaturidade, fraqueza,
ignorância, etc. Não devem ser alvos de julgamentos, mas de orientação.

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I. As heresias do cristianismo judaizante

“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa,
ou da lua nova, ou dos sábados”. Cl 2.16. COMER... BEBER... SÁBADOS. As duas primeiras
palavras provavelmente se referem às regras judaicas sobre alimentação do AT, que os
colossenses eram pressionados a observar como necessidade para a salvação pelos falsos
mestres (cf. v. 17). "Dias de festa", "lua nova" e "sábados" provavelmente se referem a
determinados dias sagrados de observância obrigatória no calendário judaico. O apóstolo
Paulo ensina que o cristão está livre dessas obrigações legais e cerimoniais. Gl 4.4-11; 5.1;
Mt 12.1, Mc 7.6.

Uma das mais novas crenças dos denominados evangélicos é o cristianismo judaizante. Na
verdade, este movimento religioso e herético é a nova febre da atualidade. Isto porque,
alguns dos evangélicos têm introduzido praticas vetero-testamentárias nos cultos e
liturgias de suas igrejas. Na verdade, tais pessoas têm declarado que o resgate dos valores
judaicos é uma revelação de Deus a igreja contemporânea, cujo slogan é “Sair de Roma e
voltar para Jerusalém”.

Práticas principais:

1. Tocar de costas para a congregação. (pois os ministros de musica “levitas de Deus”).


2. Usar o Shofar, para liberar unção ou invocar a presença divina.
3. Guardar o sábado fazendo dele o dia do Senhor.
4. Observar TODAS as festas Judaicas.
5. Usar o Kipá e o Talit, (vestimentas que os judeus praticantes usam para ir à sinagoga)
6. Usar excessivamente símbolos judaicos (bandeira de Israel, o Menorah e tantos outros)
7. Construir protótipos da Arca da Aliança (símbolo entre os cristãos a presença de Deus)
8. Mudar os nomes e as nomenclaturas bíblicas (judaizando tudo Chamar)
9. Muitas outras práticas judaizantes

Porém, não existem pressupostos bíblicos para que a igreja de Cristo, queira “recosturar” o
véu do templo. Entretanto, alguns dos crentes atuais teimam em transformar em realidade
aquilo que deveria ser uma simples sombra. As leis cerimoniais judaicas, os ritos
sacrificiais, as festas anuais, foram abolidas definitivamente por Cristo na cruz do calvário
(o significado de cada uma delas se cumpriu em nosso Senhor). Por esse motivo, mesmo os
judeus que se convertem hoje ao cristianismo estão dispensados das leis cerimoniais
judaicas. É por esta razão que crentes em Jesus, não fazem sacrifícios de animais, não
guardam o sábado, não celebram as festas judaicas, não se prostram diante a Arca da
Aliança e nem tampouco fazem uso do shofar.

1. Os judaizantes queriam transtornar o evangelho de CRISTO. Gl 1.7


2. Retrocesso espiritual (4.9). É à volta às práticas da lei que não salva, acusa e escraviza.
3. Guardar dias (4.10). Dias solenes que são exclusivos para judeus guardarem.
4. O cristianismo não judaizou o mundo. Pregava-se a CRISTO e este ressuscitado.
5. Pressões. Apesar da perseguição judaica e gentílica a Igreja prevaleceu.
6. Perigos. Surgiram os novos convertidos que queriam judaizar a igreja, porém não.
conseguiram mudar o rumo da mesma, mas atrapalharam muito e continuam a fazê-lo.
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II. As heresias do cristianismo místico

“Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-
se em visões, enfatuado sem motivo algum na sua mente carnal, e não retendo a Cabeça, da
qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento
que procede de Deus.” Colossenses 2.18-19.

Os crentes em Colossos estavam sendo intimidados por pessoas que alegavam ter uma
mais elevada, ampla, profunda e completa união com Deus do que aquela que somente
Cristo pode conceder. Esses eram os místicos. Eles alegavam haver tido comunhão com
seres angelicais através de visões e outras experiências místicas. A heresia gnóstica esteve
presente na igreja cristã primitiva por cerca de cento e cinquenta anos, e oito livros do
Novo Testamento foram escritos contra ela: Colossenses, três epístolas joaninas e a
epístola de Judas, além de alusões feitas também no Evangelho de João, no livro de
Apocalipse e na epístola aos Efésios.

O gnosticismo era uma mistura de misticismo oriental, filosofia, mitologia, astrologia,


neoplatonismo grego, judaísmo e por fim, também, cristianismo. Os gnósticos se gabavam
de uma filosofia superior, sustentavam que a salvação é fruto do conhecimento (da gnosis),
e praticavam um misticismo falso, onde Cristo não é o centro nem o "o poder mais elevado
que um indivíduo busque entrar em contato", pelo contrário, os gnósticos diminuíam a
pessoa de Cristo, valorizando coisas inferiores como seres angelicais e visões, negando a
honra que cabe à Cristo e ignorando o seu senhorio.

O Misticismo Hoje

O misticismo ainda está bem vivo e continua


usando a intimidação espiritual para
rebaixar os inexperientes. Com frequência,
as pessoas que hoje dizem ter tido visões
celestiais ou experiências fascinantes estão
simplesmente inchadas com vãs noções,
usando suas alegações para intimidar os
outros a exaltá-las. Como escreveu o
apóstolo Paulo aos crentes em Colossos, esse
tipo de misticismo é o produto de uma mente orgulhosa e não-espiritual. Aqueles que o
abraçam apartaram-se da suficiência que possuem em Cristo, o qual produz a verdadeira
espiritualidade. Não seja intimidado por eles.

O misticismo também criou um clima teológico amplamente intolerante quanto à doutrina


exata e à sadia exegese bíblica. Observe, por exemplo, como se tem tornado popular falar
sarcasticamente a respeito da doutrina, do ensino bíblico sistemático, da cuidadosa
exegese ou da ousada proclamação do evangelho. Verdade absoluta e certeza racional
estão atualmente fora de moda. A pregação bíblica autoritária é criticada como muito
dogmática. É raro hoje em dia ouvir um pregador desafiar a opinião popular com um
ensinamento claro da Palavra de Deus e sublinhar a verdade com um firme e resoluto
"Assim diz o Senhor".
Ética Cristã 94
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No MISTICISMO MODERNO, o grande problema é que quase sempre, os místicos são


induzidos a prescindir da Bíblia e se basear apenas em suas experiências e objetos
místicos. Podemos citar alguns exemplos de práticas gnósticas dentro da Igreja hoje, como
o uso fitinhas no braço, medalhas com símbolos bíblicos, unção de portas e janelas com
azeite, sal ao redor da casa para impedir a entrada de maus espíritos; outros bebem copos
de água abençoada, usam óleos consagrados em Jerusalém, guardam gravetos que
misteriosamente aparecem brilhando nos montes, ungem roupas para libertar as pessoas,
no poder das "inúmeras correntes", campanhas de "n°" dias, óleos de Israel, sal ungido,
flores, sapatilhas, tapetes, roupas, travesseiros ungidos, etc. Ainda, existe o "quite de
beleza da rainha Ester" e o "travesseiro da ressurreição dos sonhos", além das divinas
revelações do inferno e do céu e a prática da palavra positiva e de chavões como: "tá
amarrado!", "queima!", etc.

O Dicionário Aurélio diz: AMULETO é “pequeno objeto (figura, medalha, figa, etc.) que,
desde a mais alta antiguidade, alguém traz consigo ou guarda por acreditar em seu poder
mágico passivo de afastar desgraças ou malefícios”; FETICHE é “objeto animado ou
inanimado, feito pelo homem ou produzido pela natureza, ao qual se atribui poder
sobrenatural e se presta culto”; SUPERSTIÇÃO é “sentimento religioso baseado no temor ou
na ignorância, e que induz ao conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas
fantásticas e à confiança em coisas ineficazes”. A Enciclopédia Britânica diz que AMULETO
é ”designação genérica de diferentes objetos aos quais se atribui a virtude mágica de
guardar ou proteger quem o porta. Usados tradicionalmente para afastar o azar e trazer
sorte”. SUPERSTIÇÃO – “É uma atitude de espírito, crença ou prática mágico-religiosa para
as quais não há explicação lógica e que se baseiam na convicção de que certos atos,
palavras, números ou objetos trazem males, benefícios, azar ou sorte. As superstições, de
modo geral, podem ser classificadas como religiosas, culturais e pessoais”.

Dentre os diversos tipos de amuletos (olho de boto ou do peixe-boi; a ferradura, a meia-


lua, a estrela-de-davi) a figa é o que alcançou maior popularidade. Usada para combater a
esterilidade e o mau-olhado, é representada por uma mão humana fechada com o polegar
entre os dedos indicador e médio. Enfim, amuleto é uma figura, medalha ou qualquer
objeto portátil, qualquer coisa a que supersticiosamente se atribui virtude sobrenatural
para livrar seu portador de males materiais e espirituais, e para propiciar benefícios
nessas áreas.

Ao aceitarmos o senhorio de Jesus, recebemos o Espírito Santo. I Co 6.19, Ef 1.13; nossos


pecados são perdoados. Atos 10.43; Rm 4.6-8; somos recebidos como filhos de Deus. Jo
1.12; se somos filhos, logo somos também herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo. Rm
8.17; passamos da morte espiritual para a vida espiritual. I Jo 3.14; somos novas criaturas.
II Co 5.17; o diabo se afasta e não nos toca. Tg 4.7; I Jo 5.18; não estamos mais sujeitos às
maldições. Jo 8.32,36; podemos usar o nome de Jesus para curar enfermos e expulsar
demônios. Mc 16.17-18; a salvação nos leva a um relacionamento pessoal com nosso Pai e
com Jesus como Senhor e Salvador. Mt 6.9; Jo 14.18-23; estamos livres da ira vindoura.
(Rm 5.9, I Ts 1.10), além de outras bênçãos.

Ética Cristã 95
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Em razão disso, somente o retorno voluntário ao pecado poderá alterar a nossa situação
diante de Deus. O uso de qualquer objeto, seja no corpo, seja em nossa casa, não melhora
em nada a nossa condição de filho, de herdeiro, de abençoado, de isento das investidas do
diabo. Objetos não expulsam demônios, não quebram maldições, não substituem o
poderoso nome de Jesus.

O nome de Jesus não pode ser substituído por um objeto ou um produto industrializado. O
uso de amuletos evidencia não uma atitude de fé, mas de falta de fé. Deus não opera por
esse meio, sejam cordões, pulseiras, pirâmides, cristais, velas ou qualquer outro produto. A
Bíblia não apoia tal prática. A atitude de fé é o esperarmos no Senhor e nEle confiarmos.
Alegremo-nos no Senhor e Ele nos concederá os desejos do nosso coração. Sl 23.1; 37.4-7.

A nossa confiança deve ser depositada no Senhor. “Bem-aventurado o homem que põe no
Senhor a sua confiança”. Sl 40.4. Se dividirmos a nossa fé entre Deus e os amuletos,
estaremos coxeando entre dois pensamentos. Não é esta uma manifestação de fé, mas de
incredulidade, de dúvida nas promessas de Deus. E a dúvida é inimiga da fé. Mt 21.21.

“Abraão não duvidou da promessa de Deus, deixando-se levar pela incredulidade, mas foi
fortificado na fé, dando glória a Deus, estando certíssimo de que o que ele tinha prometido
também era poderoso para cumprir”. Rm 4.20-21. Abraão creu na promessa de que seria
pai de muitas nações. Aguardou confiantemente. Não apelou para objetos, amuletos,
cordão, pulseiras, vassoura atrás da porta.

Os amuletos, longe de serem veículos de bênçãos, podem trazer maldições, porque a fé


não está centralizada exclusivamente em Deus. Podemos ler Isaías 13.1 assim: Ai dos que
confiam no poder místico dos amuletos, mas não atentam para o Santo de Israel, nem
buscam ao Senhor. O uso de amuletos pelo povo de Deus equivale a tomar o caminho de
volta para o Egito. As nossas superstições foram deixadas no esquecimento. Não
precisamos limpar nossos olhos com óleo ungido para não vermos as coisas do mundo.
Nós, pela ação do Espírito em nossas vidas, já morremos para essas coisas, para o sistema
mundano, para o pecado. O Espírito que em nós opera não nos permite colocar coisas
impuras diante de nossos olhos. Salmos 101.3.

Os objetos, ou qualquer tipo de material seja sólido ou líquido, do reino mineral ou do


reino vegetal, não servem para aumentar a fé dos cristãos. O que transmite fé, o que
proporciona fé, o que dá origem à fé, é a Palavra de Deus. Rm 10.17. Jesus não distribuiu
qualquer tipo de objeto para melhorar a fé de seus ouvintes. Nos primeiros passos da
Igreja, vemos Pedro e demais apóstolos anunciando insistentemente o Cristo vivo, e
falando com paciência dos mistérios de Deus e das palavras de Jesus. E todos se enchiam
de alegria, e milhares aceitavam o Evangelho. “Disse-lhes Pedro: arrependei-vos, e cada
um seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados. E os que com grado
receberam a sua palavra foram batizados, e naquele dia agregaram-se quase três mil
almas”. Atos 2.38-41.

Ética Cristã 96
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O uso de amuletos é incompatível com a vida cristã e não proporciona prosperidade


material ou espiritual a ninguém. Quem deseja viver uma vida de paz e de abundância
deve buscar “primeiro o reino de Deus e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas”. Mt 6.33; Jo 10.10. Para viver a sua fé o cristão não precisa de figas, de
cordão de ouro, varinha mágica, porque as maldições não prevalecem contra nossas vidas.
“Como o pássaro no seu vaguear, como a andorinha no seu vôo, assim a maldição sem
causa não encontra repouso”. Pv 26.2. A maldição nos alcança se não estivermos sob a
proteção de Deus, se não confiarmos nEle, se estivermos em pecado.

A fé cristã rejeita o uso de qualquer objeto com o propósito de obter favores espirituais ou
evitar a influência demoníaca. Do Egito já viemos. Das superstições já nos libertamos. Do
jugo do opressor já estamos livres. Da Babilônia espiritual já saímos. Cristo quebrou na
cruz todas as amarras, grilhões, embaraços; quebrou os fortes laços que nos prendiam ao
mundo das trevas. Gl 3.13. Um irmão escreveu num fórum de debate: “Deus nos fez livres,
livres de contatos físicos para O sentir, livres de pontos de apoio, para crer, livres de toda e
qualquer espécie de superstição e amuletos, livres para crer num Deus que tudo supre,
tudo faz, tudo opera naqueles que o amam”.

Quando estávamos na ignorância espiritual, fazíamos uso de incensos e defumadores para


afastar os maus espíritos. A Bíblia nos dá a receita: “Submetei-vos, pois a Deus. Resisti ao
diabo, e ele fugirá de vós”. Tg 4.7. “Cristo nos libertou para que sejamos de fato livres.
Estai, pois, firmes e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da escravidão”. Gl 5.1.

Pr Airton Evangelista da Costa

Portanto, o misticismo neopentecostalista é a mistura de figuras, objetos e símbolos para


representarem elementos espirituais. Eles tomam figuras do Antigo e Novo Testamento e
as espiritualizam, transformando-as em "proteções" semelhantes às usadas pelas magias
pagãs.

"Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o SENHOR.
Portanto, assim diz o SENHOR Deus de Israel, contra os pastores que apascentam o meu
povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes; eis que
visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o SENHOR". Jr 23:1-2.
DIFERENÇA ENTRE: PASTOR E LOBO

Pastores buscam o bem das ovelhas; lobos buscam os bens das ovelhas.
Pastores vivem à luz da cruz; lobos vivem debaixo dos holofotes.
Pastores têm fraquezas; lobos são poderosos.
Pastores são ensináveis; lobos são donos da verdade.

Ética Cristã 97
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Pastores têm amigos; lobo tem admiradores.


Pastores vivem de salários; lobos enriquecem.
Pastores vivem para suas ovelhas; lobos se abastecem das suas ovelhas.
Pastores apontam para Cristo; lobos apontam para si mesmo e para igrejas deles.
Pastores são humanos, são reais; lobos são personagens religiosos caricatos.
Pastores ajudam as ovelhas a se tornarem adultas; lobos perpetuam a infantilização das
ovelhas.
Pastores são simples e comuns; lobos são vaidosos e especiais.
Pastores quando contrariados silenciam, aquietam; lobos rosnam e tornam-se agressivos.
Pastores se deixam conhecer; lobos se distanciam e ninguém chega perto.
Pastores alimentam as ovelhas; lobos se alimentam das ovelhas.
Pastores lidam com a complexidade da vida sem respostas prontas, lobos lidam com
técnicas pragmáticas com jargão religioso.
Pastores vivem uma fé encarnada; lobos vivem uma fé espiritualizada.
Pastores se comprometem com o projeto do Reino; lobos têm projetos e reservas pessoais.
Pastores são transparentes; lobos têm agendas secretas.
Pastores dirigem igrejas-comunidades; lobos dirigem igrejas-empresas lucrativas.
Pastores pastoreiam as ovelhas, lobos seduzem as ovelhas.
Pastores buscam a discrição, lobos se autopromovem.
Pastores se interessam pelo crescimento das ovelhas; lobos se interessam pelo
crescimento das ofertas.
Pastores ajudam as ovelhas a seguir livremente a Cristo; lobos geram ovelhas dependentes
e seguidoras deles.
Pastores criam vínculo de amizade; lobos aprisionam em vínculo de dependência.

Portanto, o gnosticismo que tão preocupadamente foi combatido pelos apóstolos e


posteriormente pelos Pais da Igreja e grandes Apologistas dos primeiros séculos, deverá
ser detectado e urgentemente combatido em nossas igrejas. É uma forma de
gnosticismo/misticismo sutil, uma ideia corrosiva em "pele de cordeiro".

Há na Igreja hoje, assim como em várias, uma presença daquilo que ficamos conhecendo
como a "heresia gnóstica", ou pelo menos, traços de algumas das suas características,
como o forte/falso misticismo, o dualismo e um certo tipo de ascetismo, que afetou a Igreja
do primeiro século e tem alcançado a igreja atual. Poderemos detectar um certo
gnosticismo em nossas Igrejas hoje, especialmente se tomarmos por paralelo a Igreja aos
Colossenses, e a carta que o apóstolo Paulo escreve para os crentes de Colossos
combatendo o gnosticismo e os seus ensinos que tinham base nas religiões misteriosas
orientais. A igreja deve estar atenta para estes fatos e retornar com todo ardor para as
Escrituras, pois somente ela produz o Conhecimento verdadeiro, e somente Cristo, o Filho
de Deus dá salvação para o homem perdido.

Como bem disse o Pr. Aécio: Desta forma, o evangelho da superstição vai crescendo e se
perpetuando. Resta a quem ainda não se rendeu a estas práticas resistir, confrontar e
combater.

Ética Cristã 98
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III. As heresias do cristianismo materialista

O materialismo, notadamente aquela


concepção mecanicista, está produzindo
cada vez seres humanos mais doentes,
depressivos, psicóticos. Ansiosas pela
concretização do Ter, ao invés da
construção do Ser, muitas pessoas se
tornaram mais narcisistas e egoístas. Só
olham para seu próprio umbigo. É comum
se ouvir nos locais de trabalho, nas rodas
sociais e até mesmo em Igrejas gente
afirmar em alto e som que para elas o
importante é seu bem-estar. O consumismo
por sua vez sedimenta o materialismo nas
pessoas. Até mesmo em religiões ditas
cristãs. Tais religiões (algumas mais
parecem seitas) difundem uma teologia da prosperidade insana, prejudicando a
espiritualidade das pessoas. Tal teologia faz com que Deus seja para muitos um Deus de
supermercado. É o Deus que só serve da hora do aperto.

Infelizmente, o consumismo, fruto do capitalismo, tem “comprado” muitos cristãos que se


vendem com a linguagem materialista espiritual: “Eu sou filho de Deus, logo, mereço o
melhor desta terra”, ou então, “Deus me chamou para ser cabeça e não cauda”. Esta
roupagem “cristã-lizada” tem secularizado muitas igrejas.

Nesta linha de raciocínio, líderes cristãos afirmam e determinam o que Deus irá nós dar,
pois somos filhos do Rei, mas esta é uma visão carnal, e não, divina. Será que estas pessoas
compreendem que o paradigma de sucesso de Deus está muito além do quanto temos na
conta bancária?

“Grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento”. I Tm 6.6. O apóstolo Paulo


propositalmente usa o termo fonte de lucro para nos ensinar que a grande e verdadeira
riqueza é a piedade, ou seja, reverência e amor a Deus, que faz os pensamentos, motivos e
ações do cristão seguirem os princípios espirituais ensinados na Palavra. Tudo isto deve
ser somado ao contentamento, que nada mais é do que estar satisfeito com o que se tem, o
que não está relacionado à quantidade de bens que possuímos, mas sim, à maneira como
os enxergamos. Esta satisfação surge com a crença de que tudo vem de Deus, logo, na
medida certa. “O Senhor é meu pastor e nada me faltará”. Sl 23.

Para não pairar dúvidas, veja o que Jesus ensina: “Tende cuidado e guardai-vos de toda e
qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que
ele possui”. Lc 12.15. Em outras palavras, o verdadeiro porto seguro do homem é Cristo,
por isso, devemos buscar em primeiro lugar o Seu reino e Sua justiça e as demais coisas
(nossas necessidades) nos serão acrescentadas. Mt 6.33. Esta é a materialização da
verdade! Como bem afirmou o
Ética Cristã 99
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IV. Cuidado com estas TEOLOGIAS

 Teologia Relacional (Teísmo aberto)


 Teologia da Prosperidade

Teologia Relacional: um novo deus no mercado

As ondas gigantes que provocaram a tremenda catástrofe na Ásia no final de dezembro de


2004 afetaram também os arraiais evangélicos, levantando perguntas acerca de Deus, seu
caráter, seu poder, seu conhecimento, seus sentimentos e seu relacionamento com o
mundo e as pessoas diante de tragédias como aquela. Dentre as diferentes respostas a
essas perguntas, uma chama a atenção pela ousadia de suas afirmações: Deus sofreu muito
com a tragédia e certamente não a havia determinado ou previsto; ele simplesmente não
pôde evitá-la, pois Deus não conhece o futuro, não controla ou guia a história, e não tem
poder para fazer aquilo que gostaria. Esta é a concepção de Deus defendida por um
movimento teológico conhecido como teologia relacional, ou ainda, teísmo aberto ou
teologia da abertura de Deus.

A teologia relacional, como movimento, teve início em décadas recentes, embora seus
conceitos sejam bem antigos. Ela ganhou popularidade por meio de escritores norte-
americanos como Greg Boyd, John Sanders e Clark Pinnock. No Brasil, estas ideias têm sido
assimiladas e difundidas por alguns líderes evangélicos, às vezes de forma aberta e
explícita.

A teologia relacional considera a concepção tradicional de Deus como inadequada,


ultrapassada e insuficiente para explicar a realidade, especialmente catástrofes como o
tsunami de dezembro de 2004, e se apresenta como uma nova visão sobre Deus e sua
maneira de se relacionar com a criação. Seus pontos principais podem ser resumidos desta
forma:

1. O atributo mais importante de Deus é o amor. Todos os demais estão subordinados a


este. Isto significa que Deus é sensível e se comove com os dramas de suas criaturas.

2. Deus não é soberano. Só pode haver real relacionamento entre Deus e suas criaturas se
estas tiverem, de fato, capacidade e liberdade para cooperarem ou contrariarem os
desígnios últimos de Deus. Deus abriu mão de sua soberania para que isto ocorresse.
Portanto, ele é incapaz de realizar tudo o que deseja, como impedir tragédias e erradicar o
mal. Contudo, ele acaba se adequando às decisões humanas e, ao final, vai obter seus
objetivos eternos, pois redesenha a história de acordo com estas decisões.

3. Deus ignora o futuro, pois ele vive no tempo, e não fora dele. Ele aprende com o passar
do tempo. O futuro é determinado pela combinação do que Deus e suas criaturas decidem
fazer. Neste sentido, o futuro inexiste, pois os seres humanos são absolutamente livres
para decidir o que quiserem e Deus não sabe antecipadamente que decisão uma
determinada pessoa haverá de tomar num determinado momento.
Ética Cristã 100
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4. Deus se arrisca. Ao criar seres racionais livres, Deus estava se arriscando, pois não sabia
qual seria a decisão dos anjos e de Adão e Eva. E continua a se arriscar diariamente. Deus
corre riscos porque ama suas criaturas, respeita a liberdade delas e deseja relacionar-se
com elas de forma significativa.

5. Deus é vulnerável. Ele é passível de sofrimento e de erros em seus conselhos e


orientações. Em seu relacionamento com o homem, seus planos podem ser frustrados. Ele
se frustra e expressa esta frustração quando os seres humanos não fazem o que ele
gostaria.

6. Deus muda. Ele é imutável apenas em sua essência, mas muda de planos e até mesmo se
arrepende de decisões tomadas. Ele muda de acordo com as decisões de suas criaturas, ao
reagir a elas. Os textos bíblicos que falam do arrependimento de Deus não devem ser
interpretados de forma figurada. Eles expressam o que realmente acontece com Deus.

Estes conceitos sobre Deus decorrem da lógica adotada pela teologia relacional quanto ao
conceito da liberdade plena do homem, que é o ponto doutrinário central da sua estrutura,
a sua “menina dos olhos”. De acordo com a teologia relacional, para que o homem tenha
realmente pleno livre arbítrio suas decisões não podem sofrer qualquer tipo de influência
externa ou interna.

Portanto, Deus não pode ter decretado estas decisões e nem mesmo tê-las conhecido
antecipadamente. Desta forma, a teologia relacional rejeita não somente o conceito de que
Deus preordenou todas as coisas (calvinismo) como também o conceito de que Deus sabe
todas as coisas antecipadamente (arminianismo tradicional). Neste sentido, o assunto deve
ser entendido, não como uma discussão entre calvinistas e arminianos, mas destes dois
contra a teologia relacional. Vários líderes calvinistas e arminianos no âmbito mundial têm
considerado esta visão da teologia relacional como alheia ao cristianismo.

A teologia relacional traz um forte apelo a alguns evangélicos, pois diz que Deus está mais
próximo de nós e se relaciona mais significativamente conosco do que tem sido
apresentado pela teologia tradicional. Segundo os teólogos relacionais, o cristianismo
histórico tem apresentado um Deus impassível, que não se sensibiliza com os dramas de
suas criaturas. A teologia relacional, por sua vez, pretende apresentar um Deus mais
humano, que constrói o futuro mediante o relacionamento com suas criaturas. Os seres
humanos são, dessa forma, co-participantes com Deus na construção do futuro, podendo,
na verdade, determiná-lo por suas atitudes.

Contudo, a teologia relacional não é novidade. Ela tem raízes em conceitos antigos de
filósofos gregos, no socinianismo (que negava exatamente que Deus conhecia o futuro,
pois atos livres não podem ser preditos) e especialmente em ideologias modernas, como a
teologia do processo. O que ela tem de novo é que virou um movimento teológico
composto de escritores e teólogos que se uniram em torno dos pontos comuns e estão
dispostos a persuadir a igreja cristã a abandonar seu conceito tradicional de Deus e a
convencê-la que esta “nova” visão de Deus é evangélica e bíblica.
Ética Cristã 101
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Mesmo tendo surgido como uma reação a uma possível ênfase exagerada na
impassividade e transcendência de Deus, a teologia relacional acaba sendo um problema
para a igreja evangélica, especialmente em seu conceito sobre Deus. Embora os
evangélicos tenham divergências profundas em algumas questões, reformados,
arminianos, wesleyanos, pentecostais, tradicionais, neopentecostais e outros, todos
concordam, no mínimo, que Deus conhece todas as coisas, que é onipotente e soberano.
Entretanto, o Deus da teologia relacional é totalmente diferente daquele da teologia cristã.
Não se pode afirmar que os adeptos da teologia relacional não são cristãos, mas que o
conceito que eles têm de Deus é, no mínimo, estranho ao cristianismo histórico.

Ao declarar que o atributo mais importante de Deus é o amor, a teologia relacional perde o
equilíbrio entre as qualidades de Deus apresentadas na Bíblia, dentre as quais o amor é
apenas uma delas. Ao dizer que Deus ignora o futuro, é vulnerável e mutável, deixa sem
explicação adequada dezenas de passagens bíblicas que falam da soberania, do senhorio,
da onipotência e da onisciência de Deus (Is 46.10a; Jó 28; Jó 42.2; Sl 90; Sl 139; Rm 8.29; Ef
1; Tg 1.17; Ml 3.6; Gn 17.1 etc). Ao dizer que Deus não sabia qual a decisão de Adão e Eva
no Éden, e que mesmo assim arriscou-se em criá-los com livre arbítrio, a teologia
relacional o transforma num ser irresponsável.

Ao falar do homem como co-construtor de Deus de um futuro que inexiste, a teologia


relacional esquece tudo o que a Bíblia ensina sobre a queda e a corrupção do homem. Ao
fim, parece-nos que na tentativa extrema de resguardar a plena liberdade do arbítrio
humano, a teologia relacional está disposta a sacrificar a divindade de Deus. Ao limitar sua
soberania e seu pleno conhecimento, entroniza o homem livre, todo-poderoso, no trono do
universo, e desta forma, deixa-nos o desespero como única alternativa diante das
tragédias e catástrofes deste mundo e o ceticismo como única atitude diante da realidade
do mal no universo, roubando-nos o final feliz prometido na Bíblia. Pois, afinal, poderá
este Deus ignorante, fraco, mutável, vulnerável e limitado cumprir tudo o que prometeu?

Com certeza a visão tradicional de Deus adotada pelo cristianismo histórico por séculos
não é capaz de responder exaustivamente a todos os questionamentos sobre o ser e os
planos de Deus. Ela própria é a primeira a admitir este ponto. Contudo, é preferível
permanecer com perguntas não respondidas a aceitar respostas que contrariem conceitos
claros das Escrituras. Como já havia declarado Jó há milênios (42.2,3): “Bem sei que tudo
podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. Quem é aquele, como disseste, que
sem conhecimento encobre o conselho? Na verdade, falei do que não entendia; cousas
maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia.”

Rev. Augustus Nicodemus Lopes

Ética Cristã 102


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Capitulo III

Heresia uma Ameaça sempre Presente

A luta contra a heresia foi uma das mais


acirradas que a igreja cristã teve que
travar. Ao lado das perseguições externas,
o Cristianismo enfrentou um inimigo
muito mais terrível, posto que interno,
através de heresias, inclusive algumas
delas propostas por líderes da própria
igreja. Tende cuidado para que ninguém
vos faça presa sua, por meio de filosofias e
vãs sutilezas, segundo a tradição dos
homens, segundo os rudimentos do
mundo, e não segundo Cristo. Colossenses 2.8.

Para a maioria das pessoas os termos: seita, heresia, apologética etc, é de difícil elucidação
e trazem, na maioria das vezes, confusões e discrepâncias. Talvez por falta de informação e
formação teológica, muitos líderes estão ministrando heresias destruidoras no seio da
igreja cristã. Isso é deveras preocupante. Termos como: conversão, arrependimento,
regeneração, justificação, propiciação, dentre outros, estão sendo substituídos por:
decretar, maldição, reivindicar, apossar-se, tomar posse da bênção etc.

Urge a necessidade de, mais do que nunca, o líder estar de acordo com I Tm 3.2 que diz: “é
necessário, pois, que o bispo seja... apto para ensinar”. Mas a aptidão ao ensino só vem com
esmero estudo das Escrituras Sagradas, o que muitos não querem. Preferem copiar a moda
vigente. A “Teologia do Momento” é muito mais atraente e fácil. Traz satisfação ao ego,
massageia a nossa alma narcisista. O evangelho do aplauso é mais vistoso do que o
evangelho da cruz. Dá mais status.

Devemos lembrar-nos do que diz o apóstolo Paulo: Porque virá tempo em que não
suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão
para si mestres segundo os seus próprios desejos, não só desviarão os ouvidos da verdade,
mas se voltarão às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de
um evangelista, cumpre o teu ministério. II Tm 4.3-5.

Portanto, enquanto muitos estão embriagando-se com os sistemas hodiernos de uma


eclesiologia doente, somos advertidos para sermos sóbrios no meio dos bêbados-hereges.
Paulo diz-nos que para cumprirmos o nosso ministério não é preciso tomar um porre de
pseudodoutrinas. Basta sermos fieis aquele que nos chamou.

Ética Cristã 103


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Capitulo II

Como identificar uma Seita?

Conheça as principais características comuns e marcantes das seitas

As Seitas estão em todos os lugares. Algumas são populares e amplamente aceitas. Outras
são isolacionistas e procuram se esconder, para evitar um exame de suas ações. Elas estão
crescendo e florescendo a cada dia. Algumas seitas causam grande sofrimento aos seus
seguidores, enquanto outras até parecem muito úteis e benéficas.

Com a proximidade do final do século, estão surgindo novas seitas religiosas e filosóficas
responsáveis pelos mais absurdos ensinamentos com relação ao final dos tempos. Essas
confusões de ideias estão sendo despejadas em cabeças incautas, acabando muitas vezes
em tragédias de grandes proporções.

Em 1978, o então missionário norte-americano Jim Jones foi responsável pela morte de
900 seguidores, na Guiana Francesa, todos envenenados após ter anunciado a eles o fim do
mundo. Um fato interessante desse trágico acontecimento foi o depoimento de um dos
militares americanos responsáveis pela remoção dos corpos. Ele disse que, após vasculhar
todo o acampamento, não foi encontrado um só exemplar da Bíblia. Jim Jones substituiu a
Bíblia por suas próprias palavras.

Em 1993, o líder religioso David Koresh, que se intitulava a reencarnação do Senhor Jesus,
promoveu um verdadeiro inferno no rancho de madeira, onde ficava a seita Branch
Davidian. Seduzindo os seguidores com a filosofia de que deveria morrer para depois
ressuscitar das cinzas, derramou combustível no rancho e ateou fogo, matando 80 pessoas,
incluindo 18 crianças.

Em 1997, outra seita denominada Heaven’s Gate (Portão do Céu), que misturava ocultismo
com fanatismo religioso, levaram 40 seguidores ao suicídio. Na ocasião, essas pessoas
acreditavam que seriam conduzidas para outra dimensão em uma nave que surgiria na
cauda do cometa Halley Bop.

No Brasil também existem muitas seitas e denominações que se reforçam em profecias do


Apocalipse. Uma das mais conhecidas, devido ao destaque dado pela mídia, são as
Borboletas Azuis, da Paraíba, que em 1980 anunciou um dilúvio para aquele ano.

Em Brasília, encontra-se o Vale do Amanhecer, que conta com aproximadamente 36.000


adeptos. No Paraná, um homem de nome Iuri Thais, se auto-intitula como o próprio
Senhor Jesus reencarnado. Fundador da seita Supremo Ordem Universal da Santíssima
Trindade, ele parece ter decorado a Bíblia de capa a capa e, com isso, tem enganado a
muitos.
Ética Cristã 104
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Evangelismo e Missões
Escatologia (Um Tratado sobre os Últimos Acontecimentos)
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I. Aspectos comuns das Seitas

Existem muitos aspectos comuns entre as seitas que têm se disseminado pelo mundo. É
importante que nós saibamos reconhecer suas características, a fim de que não sejamos
enganados ou até mesmo desviados da verdadeira fé cristã. Não estamos dizendo que
todos os que pertencem a uma seita são desonestos ou mal intencionados. Existem muitas
pessoas sinceras que caíram vítimas de falsos profetas. Para evitar que isto ocorra
conosco, devemos ser capazes de distinguir os sinais característicos das seitas. Embora
elas sejam muitas, possuem características comuns e marcantes:

1. Elas têm outra fonte de autoridade além da Bíblia. Enquanto que os cristãos admitem
apenas a Bíblia como fonte de conhecimento verdadeiro de Deus, as seitas adotam outras
fontes. Algumas forjaram seus próprios livros; outras aceitam revelações diretas da parte
de Deus; outras aceitam a palavra de seus líderes como tendo autoridade divina. Outras
falam ainda de novas revelações dadas por anjos, ou pelo próprio Jesus. E mesmo que
ainda citem a Bíblia, ela tem autoridade inferior a estas revelações.

2. Elas acabam por diminuir a pessoa de Cristo. Embora muitas seitas falem bem de Jesus
Cristo, não o consideram como sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem, nem como
sendo o único Salvador da humanidade. Reduzem-no a um homem bom, a um homem
divinizado, a um espírito aperfeiçoado através de muitas encarnações, ou a mais uma
manifestação diferente de Deus, igual a outros líderes religiosos como Buda ou Maomé.
Frequentemente, as seitas colocam outras pessoas no lugar de Cristo, a quem adoram e em
quem confiam.

3. As seitas ensinam a salvação pelas obras. Essa é uma característica universal de todas as
seitas. Por acreditarem que o homem é intrinsecamente bom, pregam que ele pode
acumular méritos e vir a merecer o perdão de Deus, através de suas boas obras praticadas
neste mundo. Embora as seitas sejam muito diferentes em sua aparência externa, são
iguais neste ponto. Algumas falam em fé, mas sempre entendem a fé como sendo um ato
humano meritório. E nisto diferem radicalmente do ensino bíblico da salvação pela graça
mediante a fé.

4. As seitas são exclusivistas quanto à salvação. Pregam que somente os membros do seu
grupo religioso poderão se salvar. Enquanto que os cristãos reconhecem que a salvação é
dada a qualquer um que se arrependa dos seus pecados e creia em Jesus Cristo como
Salvador (não importa a denominação religiosa), as seitas ensinam que não há salvação
fora de sua comunidade.

5. As seitas se consideram o grupo fiel dos últimos tempos. Elas ensinam que receberam
algum tipo de ensino secreto que Deus havia guardado para os seus fiéis, perto do fim do
mundo. É interessante que ao nos aproximarmos do fim do milênio, cresce o número de
seitas afirmando que são o grupo fiel que Deus reservou para os últimos dias da
humanidade.

Ética Cristã 105


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6. Uma seita frequentemente coloca fé e confiança exagerada em seu líder. Para uma
personalidade semelhante a um “guru” (que geralmente ganha um título muito
dignificante) é dado algum status de semideus pelos devotos. Isto resulta na crença de que
tudo o que ele ou ela diz, ou faz, deve ser infalível.

7. Outro aspecto que é característico de uma seita é o testemunho pessoal. O que os


sectários destas seitas falam é sobre sua vida, o que era e o que são agora. Que eram assim
até entrarem para esta "igreja", o seu problema está resolvido. Não ensinam as doutrinas
fundamentais do cristianismo. Enfatizam apenas uma fórmula. Vejam que eles, ao
enfatizarem seus testemunhos, começam com eles e terminam com eles, e não com Jesus
como Senhor, apesar de citá-lO.

Eles enfatizam apenas o que é prático. Negligenciam a doutrina. Dizem: "Vocês precisam é
de algo prático". Na verdade, porém, o que estão querendo dizer é que não é importante a
doutrina. Mas não era assim que Paulo fazia na epístola aos Efésios; ele escreve os três
primeiros capítulos nos quais a doutrina não é prática, é pura doutrina. E só depois do
capítulo quatro; e que a torna prática. Ou seja, primeiro o fundamento doutrinário, depois
a prática. A ordem inversa é de grande perigo. É o que acontece com essas seitas.

Quero aqui realçar o perigo dentro das nossas igrejas. Hoje há uma tendência em se
desvalorizar a doutrina. Teologia, doutrina, tudo soa muito intelectual, sofisticado (creio
até que em algumas circunstâncias é verdade) e por isso é negligenciado. Há risco de
heresia no nosso meio.

II. Conhecendo um pouco mais as Seitas

Geralmente é um grupo não ortodoxo, esotérico (do grego esoterikós, que significa
conhecimento secreto, ao alcance de poucos). Podem ter uma devoção a uma pessoa,
objeto, ou a um conjunto de ideias novas. As seitas costumam fazer uso das seguintes
práticas:

1. Frequentemente isolacionistas – para facilitar o controle dos membros.


2. Frequentemente apocalípticas – a realidade do apocalipse é substituída por filosofia
3. Fornecem uma nova filosofia e novos ensinos – revelados pelo seu líder.
4. Fazem doutrinação – uma lavagem cerebral para aprisionar seus membros.
5. Comportamento - normalmente são extremamente solidários.
6. Técnicas de recrutamento - As táticas frequentemente mais usadas são:
a. Elogios que fazem a pessoa pensar que é o centro das atenções.
b. Usam a influência da Bíblia e de Jesus para dar validade assim ao seu sistema.
c. Usam táticas manipuladoras como o Love Bombing (demonstração de afeto)

7. Algumas seitas podem variar grandemente.


a. Do estético ao promíscuo.
b. Da riqueza e poder à pobreza e fraqueza.
c. Do conhecimento esotérico aos ensinamentos muito simples.

Ética Cristã 106


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8. O Líder de uma Seita é carismático e considerado especial por razões variadas:

a. O líder recebeu revelação especial de Deus.


b. O líder reivindica ter habilidades especiais.
c. O líder reivindica ser designado por Deus para uma missão.
d. O líder reivindica ser a encarnação de um anjo, ou mensageiro especial.
e. O líder está quase sempre acima de repreensão e não pode ser contradito.

9. Perfil geral do membro em potencial de uma seita:

a. Desiludido com estabelecimentos religiosos convencionais.


b. Intelectualmente confuso em relação a assuntos religiosos e filosóficos.
c. Às vezes desiludido com toda a sociedade.
d. Tem uma necessidade por encorajamento e apoio.
e. Emocionalmente carente.
f. Necessidade de uma sensação de propósito, um objetivo na vida.
g. Financeiramente necessitado.

10. Por que alguém seguiria uma Seita? A seita satisfaz várias necessidades:

a. Psicológica – Alguém com uma personalidade fraca, facilmente manipulável.


b. Emocional – Alguém pode ter sofrido um trauma emocional recente ou não.
c. Intelectual – O membro tem perguntas que este grupo responde.
d. Oferece a seus membros uma sensação de pertencer a algum grupo especial.

11. Como as pessoas são mantidas na Seita?

a. Através da dependência: psicológicas, intelectuais e espirituais.


b. Através do isolamento: a vida do membro é construída ao redor da seita.
c. Através da reconstrução cognitiva: Lavagem cerebral
d. Através da substituição: a seita ocupa o lugar de pai, mãe, pastor, etc.
e. Através da obrigação: endividamento emocional e às vezes financeiro.
f. Através da culpabilidade: Se a pessoa que sair da seita é trair o líder, Deus, etc
g. Através da ameaça: de destruição por Deus por desviar-se da verdade, etc.

12. Como podemos tirar alguém de uma Seita?

a. A melhor coisa é não tentar um confronto direto no primeiro encontro.


b. Se você é um Cristão, então interceda em oração pela pessoa primeiro.
c. Para tirar uma pessoa de uma seita é necessário tempo, energia, e apoio.
d. Ensine a verdade:
 Mostre as inconsistências da filosofia do grupo, à luz da Bíblia.
 Estude a seita e aprenda sua história, buscando pistas e informações.
 Dê o apoio emocional de que ele precisa.
 Confronte outros membros da seita, somente quando for inevitável, etc.

Ética Cristã 107


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III. Porque Estudar as Seitas

Os adeptos de seitas são a classe mais marginalizada pela igreja. Há muitos cristãos que
não veem necessidade de estudar ou evangelizar este grupo de pecadores, preferindo
como dizem, apenas evangelizar os pecadores. Mas essa classe de pessoas está incluída em
Marcos 16:15, note que ali o mestre disse "toda a criatura". Essas pessoas são tão carentes
do amor de Deus como qualquer outro grupo de pecadores ou até mais. Admitimos sim,
que há mais dificuldades em convencê-los de seus pecados e erros, pois estão durante
anos, sendo controlados mentalmente pela seita, acabando por ficar dependentes
psicológica e espiritualmente dela.

As seitas lhes dão uma falsa segurança espiritual e oferecem um falso céu ou paraíso.
Desta maneia a pessoa escravizada pela seita não consegue enxergar o seu estado de
pecaminosidade, pensa estar salva quando na verdade esta indo a passos largos para a
perdição eterna.

O alarmante avanço das seitas deveria ser levado mais a sério pelas igrejas evangélicas.
Todo ano milhares de pessoas que outrora professavam ser cristãs se filiaram agora a
alguma seita destrutiva ou não. As seitas se tornaram uma ameaça ao verdadeiro
cristianismo. Nós como igreja do Deus vivo que é a coluna e baluarte da verdade devemos
estar preparados para batalharmos pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos.
Não podemos negligenciar a história dos heróis da fé que nos antecederam. Muitos deles
pagaram com a própria vida ao denunciar as heresias que estavam se infiltrando dentro da
igreja e como resultado nos deixaram um belo exemplo de zelo e coragem a serem
seguidos por todos nós. Algumas razões porque estudar as seitas:

1. Porque Jesus advertiu-nos dizendo: "Guardai-vos dos [falsos profetas], que vêm a vós
disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores." Mt 7.15.

2. Porque os apóstolos alertaram dizendo: "Mas o Espírito expressamente diz que em


tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a
doutrinas de demônios." I Tm 4.1; II Pe 2.1; I Jo 4.1; Judas 3,4.

IV. Qual a Importância de se Estudar sobre as Seitas?

1. Capacita-nos a combatê-las: Precisamos conhecer não só o que nos mesmos cremos, ou


seja, a doutrina cristã, mas como também, da mesma maneira, tentar entender a
miscelânea de heresias que são propagadas pelas seitas. Só assim poderemos estar bem
equipados para o combate da fé.

2. Auxilia-nos na evangelização: Nosso povo brasileiro é um povo que por natureza é


tendencioso ao misticismo, à religiosidade e a crendices, se tornando presas fáceis nas
mãos das seitas. O Brasil é um campo fértil não só para o evangelho, mas também para as
falsas religiões. É imprescindível que o evangelista conheça as doutrinas das seitas para
obter sucesso na evangelização ao abordar um pecador adepto de alguma seita.

Ética Cristã 108


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"Argumentava, portanto, na sinagoga com os judeus e os gregos devotos, e na praça todos


os dias com os que se encontravam ali. Ora, alguns filósofos epicureus e estóicos
disputavam com ele. Uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece ser
pregador de deuses estranhos; pois anunciava a boa nova de Jesus e a ressurreição." At
17:17,18.

3. Aumenta nossa Fé: Ao adentrarmos no ramo da heresiologia nossa fé é aumentado de


duas maneiras: Primeira - Para combatermos as heresias somos impelidos a estudar mais
a teologia e as doutrinas essências da fé cristã tais como: Salvação, Trindade, inferno etc.
Tudo isso resulta em mais edificação espiritual. Segunda - Ao estudarmos as aberrações
doutrinárias das seitas somos capazes de avaliarmos quão alicerçados estamos no
evangelho da graça de Deus e como o evangelho genuíno de Cristo é simples e
descomplicado ante as incoerências heterodoxas das seitas. Isto serve como um antídoto
contra as heresias das seitas.

4. Aumenta nossa Responsabilidade: Sabendo da importância de combater o bom combate


da fé nossa responsabilidade se torna maior ainda para com os pecadores ou como diz o
profeta: "Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; se não o avisares, nem falares
para avisar o ímpio acerca do seu mau caminho, a fim de salvares a sua vida, aquele ímpio
morrerá na sua iniquidade; mas o seu sangue, da tua mão o requererei." Ezequiel 3:18.

V. O Perigo das Seitas

Seitas – O que lhe vem à mente quando ouve esta palavra? Talvez você imagine um grupo
de pessoas alienadas da sociedade em algum vilarejo longínquo com roupas esquisitas e
rituais macabros. Infelizmente a verdade é bem diferente do que se pensa. Elas estão em
toda parte da sociedade e se alastram como epidemia. Não escolhe posição social, raça ou
credo. Estão entre as camadas pobres e também entre a elite social. Muitos artistas são
verdadeiros cartões postais das seitas, que através dos meios de comunicação entram em
nossos lares e difundem seus ensinamentos. Quase sempre aparecem na TV um ou outro
artista famoso falando sobre os “benefícios” da Meditação Transcendental, de “poder” dos
cristais ou indicando seu guru favorito, e tudo isso fundamentado nos moldes
“novaerensense” (relativo a Nova Era).

Atualmente calcula-se que existam no mundo mais de 10.000 seitas e cada ano que passa
surge mais uma com doutrinas e ensinamentos contrários à Palavra de Deus, levando mais
e mais pessoas para o engodo satânico da religião. A virada do milênio fornece um clima
propício para o fanatismo religioso que parece não ter fim. O próprio Senhor Jesus Cristo
já havia profetizado a este respeito quando disse que nos finais dos tempos apareceriam
falsos cristos e falsos profetas e enganariam a muitos.

E o que temos visto é exatamente isto; engano, falsidade e corrupção entre esses
movimentos. Seus líderes são verdadeiros carrascos, impondo o medo, controle espiritual
e psicológicos sobre seus adeptos, que recebem uma verdadeira lavagem cerebral. Suas
organizações são verdadeiros impérios financeiros, muitas vezes construído com dinheiro
ilícito de fontes obscuras e ilegais. Mas o que os fascinam mesmo, é o poder e o dinheiro, e
para consegui-los, não medem esforços, chegando a empregar até mesmo a violência.

Ética Cristã 109


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A proliferação religiosa hoje é um fenômeno que recebe cada vez mais atenção, dos
teólogos, sociólogos e psicólogos que estão perplexos diante da caótica situação religiosa
do nosso mundo. As seitas constituem atualmente um grande desafio para a Igreja de
Cristo sobre a face da Terra.

Pregando um falso evangelho com falsas promessas, elas conseguem arregimentar um


grande número de pessoas para as suas fileiras e o perigo não é só do ponto de vista
teológico, mas também público, já que trazem com o seu “modus vivendi” (modo de viver)
um grande transtorno para a sociedade de modo geral. Há seitas que proíbem a transfusão
de sangue, uso de anticoncepcionais para o controle da natalidade, que sirvam as forças
armadas, que votem que trabalhem em determinado dia da semana, etc.

É só lermos os jornais e revistas ou ligarmos a TV e encontraremos manchetes tais como:


“Adeptos Da Seita “X” Cometeram Suicídio Coletivo”. De fato, notícias como esta não são
raras hoje em dia. Quem não se lembra do caso “Jim Jones” em 1978? Esse líder fanático
que se intitulava “pastor”, e possuía guarda costas chamados de “anjos”, levou
aproximadamente 900 pessoas ao suicídio na Guiana.

VI. Cronologia de Suicídio coletivo nas Seitas: Acontecimentos e o fim macabro que tiveram

1993 – Oitenta seguidores da seita, “Ramo Daviniano”, morreram carbonizados.

1993 – Cinqüenta e três pessoas de uma vila do interior do Vietnã, cometeram suicídio
coletivo.

1994 – Cinqüenta e três membros da seita “Ordem do Templo Solar”, cometeram


igualmente suicídio coletivo.

1995 – A seita japonesa “Ensino da Verdade Suprema” provocou um atentado com gás
tóxico no metro de Tóquio, matando dez pessoas e ferindo cerca de cinco mil.

1997 – A seita americana “Porta do Céu” cometeu suicídio coletivo, o saldo de mortos
chegou a trinta e nove pessoas.

2000 – Cerca de oitocentas pessoas que estavam envolvidas com a seita “Movimento Pela
Restauração dos Dez Mandamentos” morreram carbonizadas na sede da seita em Uganda
na África. Antes de cometerem o suicídio o líder da seita os incentivou a abandonar os seus
bens, pois iriam se encontrar com a virgem Maria. Pelo jeito o único mandamento que a
seita não quis restaurar foi o “Não Matarás”.

Estes são só alguns exemplos, dentre muitos, que não caberia nesse artigo por falta de
espaço, mas com certeza já deu para perceber que o perigo das seitas já está virando uma
questão para as autoridades públicas se preocuparem. Felizmente muitos governos já
estão tomando providências nessa questão. Não são só as seitas exóticas como as da África
que oferecem sacrifícios humanos, ou as apocalípticas de Marshal Applewhite (Porta do
Céu) que precisamos nos preocupar. Existem aquelas que estão talvez perto de sua casa,
que aparentemente são inofensivas, que são classificadas até mesmo de “cristã”, quem
sabe você conheça um amigo ou parente que faça parte dela, essas não deixam de ser
também perigosas.

Ética Cristã 110


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Capitulo III

Seitas Exóticas

É incrível como as pessoas estão propensas a exercer fé nos mais estranhos tipos de
deuses. Quando tocamos neste assunto, obviamente nos vêm à mente alguns exemplos de
cultos anormais, porém, os exemplos que seguem são tão excêntricos que desafiam os
limites do que consensualmente denominamos de anormal. Vejamos:

Culto à Cebola

Existe um grupo em Paris, França, que cultua a cebola. É isso mesmo. Estamos falando de
um legume, considerado pelos adeptos como “bulbo divino”. A liturgia do culto é a
seguinte: as pessoas se reúnem em volta de uma cebola e vão descascando-a lentamente,
camada após camada, até chegarem ao talo, que, segundo creem, é a parte mais importante
do ritual. O indivíduo que estiver em concentração e contemplar a sagrada gastronomia
alcançarão à pureza espiritual.

Adoradores do Umbigo

Este culto também gira em torno da meditação, sendo que, desta vez, o deus venerado é o
ventre, ou melhor, o umbigo. Dentro do templo, com as portas fechadas e um ambiente
repleto de incenso, sob um calor quase insuportável, o grupo (também francês) se
concentra em seus próprios umbigos. Acreditam que, pela meditação profunda, poderão
regredir, por meio do seu próprio cordão umbilical, até o umbigo de Adão, onde, dizem,
encontrarão a paz do paraíso original.

Ingestão de Excrementos

Algumas seitas esotéricas, para adquirirem o que chamam de qualidades místicas (como,
por exemplo, poder, força física e espiritual), ensinam a beber a própria urina. Até mesmo
o padre Joseph Dillon, 53 anos, da Paróquia N.S. Aparecida (SP), ficou conhecido por dizer
em entrevistas que a urina seria a “água da vida”. Essas práticas irracionais, do ponto de
vista bíblico e científico, têm levado muitos a crer que ingerindo urina conseguirão força
espiritual. Inclusive, há até congressos internacionais sobre o assunto. Mas muitos não se
contentam em “deliciar-se” somente com sua própria urina, preferindo também comer as
próprias fezes, como é o caso de algumas seitas hindus.

Veneradores do Sexo

“Nós temos um deus sexy, uma religião sexy e um líder muito sexy, com um grupo de
jovens seguidores extremamente sexy. Se você não gosta de sexo, que vá embora enquanto
pode”. Esta é uma das doutrinas centrais da seita que ficou conhecida por muito tempo
como Meninos de Deus, hoje Família do Amor. Seu líder, que se identifica como MO,
pregava o sexo livre, inclusive para a prática de um evangelismo que denominam de “pesca
coquete”. Defendem a prática homossexual e a prostituição. É o “vale-tudo” do sexo no
recrutamento de adeptos. Por isso, a seita foi denunciada e perseguida em vários países e
continua sob investigação da Polícia Federal.

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Igreja da Eutanásia

De acordo com este grupo religioso, os problemas do mundo são todos causados pelo
excesso de população. Então, a solução “óbvia” proposta seria a redução da população. Mas
como? Pelo suicídio, eutanásia, sodomia, aborto e canibalismo. Como não poderia deixar
de ser, esse grupo também professa fé em elementos extravagantes. Creem em
extraterrestres e se dedicam a práticas mórbidas.

Adoradores da Luz

Tal grupo possui um corpo de crenças doutrinárias essencialmente esotérico. Acreditam


que não precisam mais comer. Segundo eles, “comida é veneno”, por isso se “alimentam”
exclusivamente da luz do Sol. Por outro lado, a rejeição ao nosso tipo de alimentação, como
dizem, pode provocar um poder espiritual capaz de fazê-los ter visões de seres espirituais,
além de viagens astrais. Este ascetismo fanático tem levado alguns praticantes à morte. O
pior de tudo é que tentam mesclar essa doutrina perigosa com os ensinamentos bíblicos,
dizendo que Jesus também a praticava. Tais ensinamentos, contudo, são alheios à doutrina
cristã.

Os seguidores da Bíblia Branca

A Igreja Mundial do Criador é um grupo racista fundado em 1971, na Flórida, por Ben
Klassen, ex-corretor de imóveis. É um dos movimentos que mais crescem nos EUA,
segundo o jornal The New York Times. São partidários da filosofia de Adolf Hitler e
possuem um livro chamado White Bible [Bíblia Branca], no qual pregam o ódio contra os
judeus e os negros, e defendem a supremacia da raça branca. Baseado nesta nefasta
ideologia, Benjamin Nathaniel Smith, membro ativo de extrema direita da seita, que
chegou a alterar seu nome para August Smith porque considerava seu nome
“excessivamente judeu”, assassinou um coreano, cinco judeus e três negros. A justificativa?
Ele os considerava “pessoas sujas”. A seita possui sites espalhados pela Internet, onde
convida crianças para seu evangelho de horror.

Cultos às Celebridades

Os termos “adorar” e “ídolo” possuem uma conotação estritamente religiosa. Contudo, em


seus significados clássicos, foram sendo gradativamente alterados, pela mente popular,
com o surgimento da mídia televisiva. Muitos fãs fanáticos de astros do cinema e do
esporte têm mesclado a devoção pelo artista com a fé religiosa. Alguns destes ídolos estão
sendo literalmente adorados nos altares de templos religiosos que lhes são dedicados.

Vejamos alguns exemplos:

Ética Cristã 112


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Idólatras de Elvis Presley

Parece que a frase “Elvis não morreu” é muito mais que um simples chavão, pelo menos
para os fãs religiosos da “Igreja Presleyteriana”. A home page do grupo mostra desde
testemunhos de graças recebidas de adeptos até os 31 mandamentos de Elvis. Tal igreja foi
fundada em 1998, na Austrália, após a líder e fundadora, Anna, ter tido uma experiência
mística com o rei do rock. E, hoje, conta com algumas congregações espalhadas pelos EUA
e possui até um “teólogo”, o Dr. Edwards, responsável pela parte doutrinária. Entre as
muitas práticas esdrúxulas exigidas pelo grupo, destacamos as seguintes:

(a) Pelo menos uma vez na vida os adeptos deverão peregrinar até Graceland. (b) Todos
devem possuir em casa os 31 preceitos de Elvis, que incluem receitas de comida. (c)
Devem incentivar, diariamente, as crianças a elogiar o cantor já falecido. Mas os disparates
não param por aí. Determinado sacramento, uma paródia da santa ceia, é feito com carne
moída e pudim de banana. Os hinos, é claro, são alusões ao ex-roqueiro, e tudo isso
recheado de muito rock-and-roll.

Veneradores de Raul Seixas

Talvez não tão organizado como o do roqueiro norte-americano, o raulseixismo é um


movimento que está ganhando cada vez mais perfil de grupo esotérico. Em muitos fã-
clubes, já se perdeu o limite entre a admiração e a veneração. E não é para menos, pois
Raul Seixas tinha tudo a ver com religião. Suas músicas só começaram a fazer sucesso
quando o compositor, hoje bruxo (é assim que ele se autodenomina), Paulo Coelho passou
a compô-las. Noventa por cento das músicas de Raul faziam alusão a temas religiosos,
principalmente esotéricos. Seu último trabalho recebeu o título de “A panela do diabo”.
“Chegar a ser parecido com religião é uma coisa meio sobrenatural”, avalia a socióloga
Juliana Abonizio. “Os raulseixistas realizam quase uma peregrinação rumo ao
autoconhecimento [...] Para a Cidade das Estrelas, uma pousada terapêutica coordenada
pelo Instituto Imagick, vão alguns dos fãs de Raul”.

Discípulos de Jedi

Mais de 70 mil pessoas na Austrália declararam ser seguidoras de Jedi. A religião foi criada
baseando-se nos filmes de Star Wars, o famoso Guerra nas estrelas, de George Lucas, o
“papa” da ficção científica hollywoodiana. Talvez tudo não passe de uma brincadeira de
fanáticos cinematográficos, que promoveram uma enxurrada de e-mails incentivando os
fãs a votarem no censo religioso como seguidores de Jedi. Para que se tornasse uma
doutrina, era preciso que dez mil pessoas professassem a “fé Jedi”. Mas o caso vem
surpreendendo as autoridades, já que 0,30% da população australiana diz acreditar em tal
“força”, a fonte de poder dos cavaleiros “Jedis”. O jedaísmo prega os princípios de algumas
religiões, como, por exemplo, a busca pelo autocontrole e pela iluminação. Sua estrutura
assemelha-se às filosofias orientais, mas com valores cristãos. Por isso, não será estranho
se algum dia ouvirmos alguém orar a “Saint Luke Skywalker”!

Ética Cristã 113


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Adoradores de Maradona

Torcedores argentinos fanáticos resolveram radicalizar. Promoveram o ex-jogador Diego


Maradona, ainda em vida, de “rei” do futebol a “deus” de uma seita denominada “Igreja
Maradoniana”, também conhecida como “A Mão de Deus”, uma referência ao gol que o
atleta marcou em 1986 contra a Inglaterra. O grupo possui menos de mil adeptos. Foi
fundado em outubro de 2002, em Paso Sport, na cidade do Rosário. O único objetivo é a
exaltação de Maradona. Já possuem um templo, um calendário religioso para marcar os
eventos principais da vida do craque, que se dividem em a.D (antes de Diego) e d.D (depois
de Diego), e alguns hinos. Para não se sentirem inferiores às outras igrejas, resolveram
criar também sua própria “bíblia”, intitulada “Eu sou o Diego do povo”, uma biografia do
ex-jogador.

Como é possível alguém exercer fé nestes absurdos? Como são possíveis tamanhos
absurdos? Haveria alguma explicação plausível concernente à tendência megalomaníaca
dentro desses caóticos grupos religiosos e seus cultos aberrantes?

Alguns estudiosos do assunto, como o professor Moraleda, que, entre outras matérias,
leciona antropologia religiosa, dizem que essa tendência é fruto da aplicação de técnicas
de controle mental. Quanto a essa questão, declarou o professor: “... há nelas (nas técnicas
mentais) uma tendência bem visível de constituir-se em organizações autoritárias e
fortemente estruturadas. O passo para o fanatismo é fácil de dar. A seita destrutiva se
organiza como agrupamento totalitário, no qual se utilizam técnicas de persuasão
coercitiva (que constrange alguém a fazer algo) e controle mental, para conseguir a total
submissão dos indivíduos ao líder e a entrega sem reservas à ideia coletiva; por seu
caráter alienante, são grupos potencialmente destruidores da personalidade dos
membros”.

Cremos, portanto, que a origem de todas essas heresias está fincada no âmbito espiritual.
As pessoas estão cansadas da fé que professam e, para a maioria, sua religião tem-se
tornado fria e impessoal. Não há vida, não preenche a necessidade básica de seus
membros. O modo alternativo de crença e prática das seitas é extremamente atrativo para
alguns. As seitas oferecem um mundo alienado, porém, personalizado. Lembre-se, o
homem é “incuravelmente religioso”. Precisa ter um Deus, ou, então, criará um ídolo.
(Martinho Lutero).

Ética Cristã 114


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Evangelismo e Missões
Escatologia (Um Tratado sobre os Últimos Acontecimentos)
ITI Curso Teológico Módulo IV

Capitulo IV

O Brasil e o Sincretismo Religioso

Longe de ser apenas “o maior país católico do mundo”, o Brasil vê desfilar em sua história
e em seu território, um leque de religiões, seitas e movimentos, que formam um complexo
mosaico. Importando todo tipo de crença, sincretizando algumas e criando outras, o país
submerge a igreja evangélica em um mar de doutrinas. Ao lado do cristianismo evangélico,
crescem também seitas pseudocristãs.

I. A Origem religiosa do Brasil

Primeiro, vieram os católicos através dos colonizadores. Em seguida, os protestantes


representados pelos aventureiros alemães, invasores franceses e holandeses, cidadãos
britânicos e pelos missionários que fixaram o culto protestante no Brasil de forma
definitiva. Com os escravos vieram os cultos afros. Vale lembrar, que quando do tempo da
escravatura, seus senhores os obrigavam (por imposição da igreja católica) a serem
batizados, mas não se preocupavam com sua evangelização. É por isso que na umbamba,
candomblé e outras seitas africanas, existem tantas misturas de entidades com os "santos"
do catolicismo romano. O grupo de pessoas liberais trouxe o espiritismo kardecista, a
maçonaria e outras sociedades. Além disso, imigrantes de diversos países transportaram
outros grupos religiosos.

Assim, é raro encontrar uma pessoa no Brasil que não tenha sido abordada por algum
grupo religioso. Na verdade, os representantes das seitas sabem como vender muito bem
as suas heresias às pessoas simples, através de estratégias planejadas com o uso de
palavras convincentes. Algumas até apelam para a própria Bíblia ou usam o nome de Jesus
Cristo. Isso pode ser uma armadilha como alerta a Palavra: Amados, não deis crédito a
qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos
profetas têm saído pelo mundo fora. I Jo 4.1. O Espírito Santo em I Tm 4.1 e 2 conclama a
todos nós a não dar ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, que são
concebidas pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria
consciência.

II. Religiões no Brasil

O fenômeno religioso, sendo universal, é encontrado em todos os tempos, lugares e povos.


Não há povo tão primitivo, tão bárbaro, que não admita a existência de deuses, ainda que
se engane sobre a sua natureza, escreveu Cícero. No seu sentido etimológico, religião quer
dizer considerar atentamente o que pertence ao culto divino. Em cada religião existem
alguns elementos básicos: A doutrina, que vem da tradição, dos sábios iluminados ou da
Palavra de Deus; Os ritos, que compreendem as cerimônias e os símbolos; A ética, que
ensina o que é certo ou errado e a comunidade, formada pelos que manifestam sua fé em
conjunto.
Ética Cristã 115
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No Brasil encontramos uma grande diversidade de grupos religiosos. Em primeiro lugar a


Igreja Católica, que admite ser a única igreja verdadeira, dentre todas as Igrejas Cristãs,
devido à ininterrupta ligação histórica (segundo eles) com Jesus Cristo. Iniciou sua
implantação no Brasil na época colonial, tentando através dos jesuítas catequizar os índios
e os africanos. Depois, esses mesmos jesuítas estabeleceram colégios para a educação em
geral. Na época imperial ocorreu o conflito entre a Igreja Católica e o Estado (questão
religiosa) quando colidiram os adeptos da romanização da Igreja com os defensores do
liberalismo.

Foi exatamente aí que o protestantismo entrou no Brasil e foi recebido como instrumento
modernizador e de vanguarda. Atualmente a Igreja Católica possui vários segmentos: o
catolicismo tradicional, baseado no culto aos santos; o catolicismo romanizado, centrado
nos sacramentos e numa rígida moral; o catolicismo progressista oriundo das
comunidades eclesiais de base (CEBs), numa perspectiva libertadora e o catolicismo
carismático, defendendo uma postura renovada ou pentecostal da Igreja.

Os cultos afro-brasileiros, que compreendem as práticas religiosas trazidas pelos africanos


vindos como escravos para o Brasil, possuem também uma diversidade: Tambor de Mina,
Xangô, Candomblé, Babaçuê, Batuque, Macumba e Umbanda. A prática de culto se dá a
entidades intermediárias (orixás) ou aos seus mensageiros (cablocos).

O Brasil é o maior país espírita do mundo. O espiritismo chegou ao Brasil na metade do


séc. XIX, depois que Allan Kardec fez a sua codificação (base doutrinária), no momento em
que o mundo estava dominado pelo racionalismo e evolucionismo. A mediunidade é a
comunicação entre espíritos e pessoas, que é o ponto central do espiritismo. O espiritismo
quer se apresentar como filosofia e ciência, além de religião.

Muitos grupos religiosos se estabeleceram no Brasil ou foram concebidos aqui mesmo.


Temos o judaísmo, entre os judeus; o islamismo dos muçulmanos; o budismo praticado
pelos japoneses; seitas orientais tais como Seicho-No-Iê, Hare Krishna, Rajneesh e a Igreja
da Unificação (Rev. Moon); os Borboletas Azuis, fundada em 1961 por Roldão Mangueira
em Campina Grande-PB; o Santo Daime, fundada pelo seringueiro Raimundo Irineu Serra,
em 1912 na região entre o Brasil e o Peru, onde nos rituais é servida uma bebida
(ayahuasca) de poderes alucinógenos; Testemunhas de Jeová; Mórmons etc.

Observamos que a meta dessas diversas seitas é a utopia humana e não o Reino de Deus;
sua direção e cabeça é seu líder e não Jesus Cristo, e seu deus é seu servo e não seu
soberano. Vemos, portanto, que há apenas dois tipos de religião: aquela que defende a
auto-salvação (a salvação a partir do homem) e a que atribui a Deus a obra total da
salvação. Desse modo, apenas o cristianismo traz essa segunda perspectiva, começando
por condenar o homem, responsabilizando-o, de forma exclusiva, pela má conduta em que
está.

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III. Culto aos Antepassados

As seitas orientais oriundas de países como o Japão, China, Coréia trouxeram para o Brasil
um tipo de culto até a alguns anos desconhecido por nós. É certo que nós – brasileiros –
não estranhamos o que já se tornou habitual para os católicos. Cultuam de certo modo os
mortos, quando oferecem missas em sufrágio das almas dos falecidos, pensando com isso
beneficiá-los. É que a Igreja Católica ensina que mesmo depois de haver alguém se
confessado ao padre e obtido dele a declaração de que seus pecados estão são perdoados;
e, mesmo até depois de ter cumprido as penitências ordenadas, o católico não vai para o
céu. Vai para o purgatório satisfazer a justiça de Cristo.

Através das missas, ensinam os lideres católicos, a alma é transportada do purgatório para
o céu. Só que o período de duração no purgatório é indefinido e assim devem ser
realizadas missas a partir do sétimo dia do falecimento. Quando as crianças recém-
nascidas falecem sem o batismo, ensina o catolicismo que a alma da criança é transportada
para o Limbo. Também é aliviada do sofrimento existente nesse lugar pelo sufrágio das
missas. Essa prática por gerações e mais geração entre os brasileiros deu margem a que as
seitas como a Seicho-No-Ie, Igreja Messiânica Mundial, Arte Mahikari, encontrasse no país
uma oportunidade de crescer, praticando como força de atração, o culto aos antepassados.
Quando se trata de crianças recém-nascidas então culto toma outro titulo e é conhecido
como Culto aos Anjinhos.

Lugar dos Cultos

Enquanto as missas são exclusivamente realizadas em templos católicos ou locais


públicos, mas dirigidas por sacerdotes, o culto aos antepassados não precisa
necessariamente ser realizado em igrejas. Existe o que se denomina de oratório que pode
ser adquirido e levado para a própria casa. Os oratórios servem então de meio para cultuar
os antepassados.

Segundo a crença dessas seitas, os espíritos dos mortos vagueiam pelo espaço e visitam os
parentes vivos. Nessas visitas ocasionais, dizem os adeptos desse culto, que os mortos
observam se a família está se lembrando deles. Caso esteja em esquecimento e o culto à
sua pessoa não esteja sendo celebrado, males podem advir à família como doenças,
dificuldades financeiras, problemas dentro da família.

Quando os cultos são celebrados com regularidade, então se dá ao contrário, há


prosperidade na família, as doenças desaparecem e os problemas conjugais são
solucionados. Ora, o povo brasileiro envolto na obscuridade de sua religião tradicional,
aceita esse novo tipo de culto não apenas reverenciando a alma dos parentes falecidos,
mas, também, temendo que algo de mal possa ocorrer, caso não tributem o culto devido.

Com relação aos católicos que esperam cumprir a justiça de Cristo pagando o restante dos
seus pecados no purgatório, afirmamos que nenhuma pessoa se salva por cumprir a justiça
de Cristo. Ele já a cumpriu na cruz. Jo 19.30.

Ética Cristã 117


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A justiça de Cristo nos é imputada pela fé e não por obras. Rm 4.25; 5.1. Por isso, o cristão
ao morrer ele é transportado para as mansões celestiais como prometeu Jesus ao ladrão
na cruz. Lc 23.42-43. Pela Bíblia nos inteiramos de que os mortos não se comunicam com
os vivos. Is 8.19. Tem a pessoa falecida consciência do que ocorre em torno dela no lugar
onde está; os cristãos ficam com Cristo no céu. II Co 5.6-8; Fp 1.21-23; os descrentes ficam
no Hades até o dia do Juízo Final, quando de lá sairão para o Lago de fogo ou Geena. Lc
16.22-25; Apoc 20.11-15. Nada sabem do que ocorre na terra. Hb 9.27.

Devemos ter respeito pelos nossos parentes enquanto vivos, mas não há possibilidade de
que eles nos ajudem ou prejudiquem depois da morte. É certo que a Bíblia recomenda aos
filhos que durante sua vida prestem obediência e dediquem amor aos seus pais. Ef 6.2-3;
Pv 23.22; I Tm 5.4. O tipo de Culto aos Antepassados e Culto aos Anjinhos é meio de
adoração de criaturas mortas. Paulo menciona em Rm 1.23 que nos últimos dias haveria
pessoas que adorariam mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente.
Qualquer tipo de culto que não seja dedicado exclusivamente a Deus, é culto idólatra e que
acarretará a perdição para aquele que o praticar. Apoc 21.8. Deus reclama para si
adoração exclusiva. Mt 4.10; Jo 4.24.

Os Mortos não se Comunicam com os Vivos: Davi chorou amargamente pela doença do
filho que tivera de Bate-Seba. Orava de contínuo a Deus, também com jejum prolongado.
Percebeu um dia que os seus serviçais cochichavam entre si e que motivo do cochicho era
porque o filho havia morrido. Davi resolveu interrogar se o menino vivia ou não. Foi-lhe
anunciado que a criança falecera. Mudou de semblante, pediu comida e justificou sua
mudança de atitudes, dizendo II Sm 12.22-23.

Davi sabia que a criança não voltaria de onde estava (Seol), mas ele iria ter com ela. É isso
o que acontece com os que morrem sejam adultos ou crianças. Eles não voltam a nós. Nós
iremos a eles. Porque os mortos não falam aos vivos, Deus proibiu terminantemente essa
busca de contatar com os mortos, praticando a mediunidade. Is 8.19-20.

A Capital do Brasil, Brasília concentra mais de 2.500 locais de seitas e idolatrias que
influenciam na administração do país. O principal pilar de qualquer cartilha sobre
democracia afirma que o poder emana do povo. Em Brasília, centro das decisões políticas
do país, talvez não seja bem assim. Pode-se afirmar, genericamente, que, na capital, muitas
pessoas - os místicos creem que o poder emana dos espíritos. Isso, porque o misticismo e o
poder sempre andaram juntos na quarentona Brasília, desde a sua fundação em 1960.

E, apesar da Praça dos Três Poderes máximos da República (Executivo, Legislativo e


Judiciário) não ter sofrido nenhuma alteração visual desde a fundação, a cidade, como um
todo, sofreu bastante alterações em seu padrão arquitetônico original, que envolve até
cidades místicas como o chamado Vale do Amanhecer.

Estimativas informais indicam que existem mais de 2.500 casas que cultuam as seitas
afros, assim como dezenas de seitas bizarras e religiões idólatras como a Cidade da Paz,
Santuário Dom Bosco, templos da LBV, templos budistas e a Cidade Eclética.

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O templo da seita Vale do Amanhecer fica localizado numa verdadeira "cidade", a 40 Km


do centro de Brasília, onde residem quase 15 mil habitantes e vivem cerca de 4 mil
famílias. No local, reúnem-se crenças das mais diversas como Candomblé, magia negra,
esoterismo e budismo. Seus seguidores, no entanto, preferem alegar que as seitas seguem
uma ordem espiritualista cristã, que traduz heranças transcendentais de vários povos
antigos (egípcios, gregos, romanos, maias, incas, nagôs e ciganos). A entidade, fundada em
1959 por Neiva Chaves Zelaya, a "Tia Neiva", que nasceu em berço católico, mas que,
segundo ela mesma, "por volta dos 33 anos, já mãe de quatro filhos, foi surpreendida por
visões de pessoas mortas e de espíritos que se apresentaram a ela como sendo "pretos
velhos", índios e "amigos do espaço".

A Cidade Eclética Yokaonan, inaugurada em 1956, também fica nas cercanias de Brasília,
no município de Santo Antônio do Descoberto, misturando práticas kardecistas e
trabalhos de umbanda. Não menos exótica, mas também prometendo os poderes de uma
vida de sucesso como é próprio do ambiente de Brasília, existe a seita Fé Bahá'í, religião
surgida na antiga Pérsia, atual Irã , em 1844, que possui suas próprias leis e escrituras: as
Sagradas Escrituras Bahá'ís. Uma das afirmações de sua doutrina é que "todas as religiões
provêm de um mesmo Deus". Semelhante a proposta da Nova Era, prega a harmonia
essencial entre a religião, a razão e a ciência.

Poderes Ocultos: A força da influência dos poderes espirituais nas decisões de poder em
Brasília pôde ser medida, recentemente, no final de maio, com a inauguração da Praça dos
Orixás, na Prainha, no Lago Sul do Distrito Federal. A nova praça, que conta com16
esculturas do Candomblé, foi considerada - não apenas pelos evangélicos, mas também por
pessoas de outras religiões - uma afronta ao povo com o gasto do dinheiro público para
agradar representantes de seitas que representam os espíritos malignos. Para estes, os
mais de R$ 100 mil gastos na construção da praça poderiam ser utilizados em obras
sociais.

Mas não é de hoje que o dinheiro público é envolvido com coisas místicas em Brasília. Em
1986, por exemplo, foi criada por decreto, pelo governador do Distrito Federal, a Cidade
da Paz, fundação de caráter privado, cujo objetivo era englobar atividades científicas,
religiosas, místicas, tecnológicas, ecológicas e educacionais, através de projetos, eventos,
estudos e pesquisas em todas essas áreas. O documento que fundamentava a criação da
Cidade da Paz ressaltava que a nova entidade "teria como finalidade contribuir para o
despertar de uma nova consciência, uma nova visão do mundo".

A capital federal é considerada por muitos a cidade mais esotérica do Brasil, onde se
reúnem, todos os anos, milhares de pessoas em busca de contato com extraterrestres e
visitando as várias instituições místicas. Para alguns evangélicos, todos os males
provenientes do alto nível de misticismo, que acontece em Brasília, refletem
negativamente no resto do Brasil, já que as decisões, em sua maioria, são tomadas por
pessoas envolvidas com algum tipo de seita ou religião idólatra.

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Conclusão

O estudante sério da bíblia percebe quem é coerente diante da Palavra de Deus, ele sabe
também que nos últimos 50 anos, o mundo têm sido bombardeado por seitas, heresias e
toda sorte de ismos, é claro que a heresia sempre existiu, nós vamos ver que a heresia, já
existia mesmo antes da criação do homem, mas nós queremos dizer, que na igreja está
crescendo demais as doses heréticas. O homem ele está num labirinto herético, ele está
tateando para encontrar saída, a humanidade se encontra demasiadamente perdida diante
desta quantidade de religiões que vemos por aí. E este trabalho herético vem do diabo, e
ele encontra vazão nos corações dos homens que não tem Jesus, mas ela também acha
ambiente em crentes infantis, em crentes que não tem discernimento, e crentes que não
tem zelo pela escritura.

Esta disciplina teológica se propõe a levar os estudantes a compreender melhor o que são
seitas se, em primeiro lugar, verificarmos qual a diferença entre “seita” e “heresia”. “Por
definição, um herege é um cristão professo que está errado com relação a alguma verdade
particular, ao passo que o ponto essencial quanto às seitas é que elas absolutamente não
são cristãs, e sim contrafações do cristianismo”.

Em seu sentido mais genérico, seita é “devoção a uma pessoa ou coisa particular, dedicada
por uma corporação de adeptos”. Esta definição está na raiz de termos como “sectarismo”,
e por esse ângulo tanto um partido político como uma torcida organizada de futebol
poderiam ser classificados como “seita”. Em nosso estudo, no entanto, estamos
interessados em estudá-las de uma perspectiva cristã e, nesse prisma, as seitas aparecem
invariavelmente como falsificações da fé cristã. Podemos dizer que as seitas, em sua maior
parte, são o produto final das heresias, ou seja, o resultado da fermentação herética na
massa da igreja. Nem toda heresia culmina na formação de uma seita, mas toda seita
possui em seu sistema elementos heréticos.

Podemos também afirmar que as seitas possuem diversos sinais ou características


comuns, e que revelam a existência de uma mente diabólica por detrás de todas elas.
Devemos ter isto em mente, para nunca cometermos o erro de combatermos forças
espirituais com armas naturais. Podemos e devemos estudar acerca das seitas, a fim de
que possamos principalmente instruir pessoas que estão ou estiveram aprisionadas por
elas e desejam ser libertas; nunca, porém, para debatermos com seus seguidores. A quase
totalidade das seitas é alimentada por um espírito de contenda religiosa, e quando
passamos a discutir com seus adeptos estamos na verdade "fazendo o jogo" do demônio.
Nossa posição deve ser a de rejeitar seus ensinos sem discussão, ao mesmo tempo em que
devemos amar as pessoas que estão presas por esses ensinos e demonstrar a elas o nosso
cristianismo através de nossas vidas, não de nossas palavras.

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Avaliação: Seitas e Heresias

1. Em que período a heresia teve mais espaço na igreja e por quê?


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2. Com suas palavras defina a melhor maneira de identificar uma seita?


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3. Quais as principais diferenças entre o Judaísmo e o Cristianismo?


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4. Quando teve inicio o sincretismo religioso no Brasil?


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5. Durante os primeiros 300 anos, o que a igreja utilizou para combater as heresias?
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6. Qual a sua posição em relação a unção do riso?


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7. O cristão precisa de cura interior, por quê?


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8. Qual a sua posição em relação à maldição hereditária?


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9. Qual a sua posição em relação à Teologia da Prosperidade?


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10. Quais os males da Teologia Relacional (Teísmo aberto)?


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Bibliografia

Valdir
John Weldon
Alan B. Pieratt
Paulo Romeiro
Ezequias Soares
Pr. Natanael Rinaldi
Pr. Paulo César Lima
A.A. Autores Anônimos
Pr. Altair Germano da Silva
Seminarista Balnires Júnior
Bíblia de Estudo Batalha Espiritual e Vitória Financeira
Lourenço Stelio Rega (teólogo, educador e escritor)
Mariano
Percival de Souza (escritor, jornalista e membro do Conselho Diretor da FTIM)
Ariovaldo Ramos (pastor e presidente da Visão Mundial)
Alexandre Farias (Consultor teológico e pastor auxiliar da IECP)
Omar de Souza (Jornalista e pastor batista)
Pastor Isaltino Gomes Coelho Filho
Anísio Renato de Andrade
Natanael Rinaldi
Clériston Andrade
Centro Apologético Cristão de Pesquisas - CACP
Francisco Belvedere Neto
Pr. Aluízio Antônio
Osmar Ludovico
Dra. Judith Reisman, Kinsey, sex & fraud
Questions I´m asked most about homosexuality, An Interview with Sinclair Rogers
John Ankerberg e John Weldon
Jefferson Magno Costa
Dr. Paul Cameron, The gay 90s (Adroit Press: Franklin – EUA)
Pat Pulling, The Devil’s web (Huntington House, Inc.: Lafayeitte – EUA)
Chamada da Meia-Noite
Joe Dallas, A operação do erro (Editora Cultura Cristã, São Paulo)
João Luiz
Sergio Viula
Júlio Severo
Pr.Ricardo Goldin
Revista Defesa da Fé
Enciclopédia Barsa
Manchetes e reportagens: Carnaval 2003
Airton Evangelista da Costa
Carlos Sider
Helder Sales (CE)
Pr. Jeff Fromholz (RJ)
Sinfrônio Jardim Neto
A.A. Autores Anônimos
Chamada da meia noite
Claudio Eduardo Fonseca
Pr. Luís Gonzaga de Paiva Filho
(95 Teses Assinam este documento) José Barbosa Junior (redator e organizador) – Batista – Rio de Janeiro/RJ.
Raphael da Rocha – Batista – Teresópolis/RJ. Tiago Blanco Pinheiro Puglia – Presbiteriano – Curitiba/PR. Cláudio
Pires Monteiro – Batista – Teresópolis/RJ; Marcelo Ferreira Soares – Metodista – Rio de Janeiro/RJ. Marcos Eduardo
Vitorino Silva – Presbiteriano – Niterói/RJ; Mateus Abboud de A. Costa – Igreja Cristã Apostólica – Niterói/RJ.
Rafael da Costa Jesus – Medotista – Rio de Janeiro/RJ; Estevão Barreto Sampaio – Caverna de Adulão – Campos/RJ.
Marcos André Farias – Batista – Rio Grande/RS; Marcia Carvalho Barboza – Batista – Rio de Janeiro/RJ. Roberto
Amorim – Prebiteriano – Belo Horizonte/MG; Renato de Oliveira da Silva – Batista – Teresópolis/RJ. Raphael
Pacheco Dias – Batista – Teresópolis/RJ; Elena Leão - Presbiteriana - Manaus/AM. Matheus Barbosa. Igreja Cristã

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