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50 Anos Depois A Psychanalyse Son Image
50 Anos Depois A Psychanalyse Son Image
2014
eBook/pdf
Conselho Editorial
Ana Lúcia Galinkin - Universidade de Brasília
Ana Raquel Rosa Torres - Universidade da Paraíba
Claudiene Santos - Universidade Federal de Sergipe
Marco Antônio Sperb Leite - Universidade Federal de Goiás
Maria Alves Toledo Bruns - Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto
Maria Lúcia Montes - Universidade de São Paulo -Capital
Maria das Graças Torres da Paz - Universidade de Brasília
Vani Rezende - Universidade Católica de Uberlândia
Conselho Científico
Jorge Vala - Universidade de Lisboa
José Francisco Valencia Gárate - Universidad del Pais Vasco
Lídio de Souza - Universidade Federal do Espírito Santo (in memoriam)
Marcus Eugênio Oliveira Lima - Universidade Federal de Sergipe
Maria Stella Grossi - Universidade de Brasília
Paulo Rogério Meira Menadro - Universidade Federal do Espírito Santo
Ficha catalográfica
i
Créditos dos Tradutores
Os textos em língua estrangeira foram transpostos para o português pelos se-
guintes tradutores:
Capítulo 2- José Geraldo de Oliveira Almeida, original em francês;
Capítulo 4 - José Geraldo de Oliveira Almeida, original em francês;
Capítulo 6 - José Geraldo de Oliveira Almeida, original em francês;
Capítulo 7 - José Geraldo de Oliveira Almeida, original em francês;
Capítulo 8 - Juliana Harumi Chinatti, original em espanhol;
Capítulo 9 - José Geraldo de Oliveira Almeida, original em francês;
Capítulo 11- Juliana Harumi Chinatti, original em espanhol;
Capítulo 13 - Marina Rego, original em inglês;
Capítulo 14 - Juliana Harumi Chinatti, original em espanhol;
Capítulo 17- Mariana Bonomo, original em italiano;
Capítulo 18 - Marina Rego, original em inglês;
ii
In Memoriam
Serge Moscovici
(1925-2014)
iii
iv
SUMÁRIO
Apresentação da 2ª edição
VII
Angela Almeida, Fátima Santos e Zeide Trindade
Prefácio
IX
Ricardo Vieiralves de Castro
Apresentação da 1ª edição
XXII
Angela Almeida, Fátima Santos e Zeide Trindade
Sistema e Metassistema
164
Willem Doise, Universidade de Genebra
v
Representações Sociais e Psicologia Social
402 Augusto Palmonari, Universidade de Bolonha e Javier Cerrato, Universidade do
País Basco
520
Representações sociais e memória coletiva: uma releitura
Martha de Alba, Universidad Autónoma Metropolitana Iztapalapa - México
vi
Apresentação da 2ª edição
Angela Maria de Oliveira Almeida,
Maria de Fátima de Souza Santos e
Zeidi Araujo Trindade
(organizadoras)
Brasília, dezembro de 2014
650
de cultivo de uma teoria que, mesmo sendo constitutiva e
refundadora da psicologia social, ultrapassou os limites deste campo
hibridizando-se e fertilizando todas as ciências sociais.
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originária e, portanto, reconhecendo-se na literatura das
representações sociais, estas abordagens paradigmáticas –
desenvolvidas em um terreno fértil também graças à aversão, de
sempre e para sempre, manifestada por Moscovici em relação às
formas canônicas ou de ortodoxia intelectual, promovendo inovação
e autonomia, para além de suas próprias preferências pessoais –
adquiriram uma caracterização e uma ressonância tal que podem ser
identificadas de maneira distinta, testemunho da fecundidade e
vitalidade da própria teoria.
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Função geradora, organizadora e estabilizadora do “núcleo central” e funções de
adaptação à realidade concreta, de diferenciação do conteúdo ds representações e de
proteção do núcleo central pelo ‘sistema periférico’. Relevância da relação entre
Abordagem representações sociais e práticas, e de condições específicas para a mudança das
Estrutural representações sociais (transformação radical, progressiva, sem mudança brusca). ’Zona
muda’ – Abordagem experimental.
Escola de Aix-en-Provence: Flament, Abric, Guimelli, Rouquette, Moliner, Rateau,
Tafani.
Fig. 1 – Paradigmas das Representações Sociais: uma teoria, diversas abordagens e métodos
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dinâmica de controvérsias, respostas e refutações, seja a partir
da perspectiva do mainstream, seja da perspectiva mais radical
da análise do discurso;
• n o n a s c i m e n t o d e u m a c o m u n i d a d e c i e n t í fic a
internacional, que fez desta teoria o elemento constitutivo da
própria identidade cultural, e que conta atualmente com
milhares de estudiosos em todos os continentes;
• nos eventos científicos e outras formas institucionais de
comunicação e troca científica, como as Conferências
Internacionais bianuais sobre as Representações Sociais ICRS,
organizadas a partir de 1992, e as JIRS (Jornada Internacional
sobre Representações Sociais) ou as CBRS (Conferência
Brasileira sobre Representações Sociais);
• no nascimento de uma revista especializada, em 1992,
Papers on Social Representations (http://www.Psych.Lse.Ac.Uk/Psr) ,
e no número e variedade de revistas de diferentes âmbitos
disciplinares que publicam artigos sobre as representações
sociais;
• na renomeação de cursos universitários – tradicionalmente
voltados ao estudo Atitudes e das Opiniões – em Atitudes e
das Representações Sociais, com uma redefinição dos
programas de ensino acadêmico visando a compatibilização
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colaboração com empresas e centros de pesquisas no âmbito
extra-acadêmico (http://www.europhd.eu). Ele é coordenado
pela Universidade La Sapienza de Roma, e dispõe de uma
adequada infraestrutura: European PhD on Social
Representations and Communication Research Centre and
Multimedia Lab;
• na constituição de uma Rede Temática de Excelência
sobre Representações Sociais e Comunicação (SoReCom
THEmatic NETwork), aprovada pela Comissão Europeia em
2004, que conta com mais de mil pesquisadores e centenas de
instituições parceiras acadêmicas e extra-acadêmicas em
todos os países europeus e afiliações de centros de pesquisa
especializados em todo o mundo,
(http://www.europhd.eu/SoReComTHEmaticNETwork). Esta
rede persegue, de forma sistemática e integrada, objetivos
destinados a:
a) obter toda a documentação científica produzida
neste campo (com a implementação e contínuo
desenvolvimento de um inventário bibliográfico,
formado atualmente por mais de sete mil referências
bibliográficas, e de uma biblioteca virtual com mais
de mil publicações, além do desenvolvimento de um
programa de pesquisa progressivo destinado à
meta-análise de toda a literatura sobre as
Representações Sociais, atualmente realizada a
partir de três mil fontes bibliográficas);
b) promover a formação em pesquisa (por meio de
seu núcleo institucional representado pelo European
PhD on Social Representations and Communication,
que deu origem a uma ampla rede temática);
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(http://www.centromoscovici.com.br/); no México, o Renirs (Red Nacional de investigadores
en Representaciones Sociales) - Cemers (Centro Mexicano para el Estudio de las Repre-
sentaciones Sociales); no Canadá, o Geirso - Groupe d'étude sur l'interdisciplinarité et les
représentations sociales (http://www.geirso.uqam.ca), na Europa (Itália), o CeMeRS - Cen-
tro Maditerraneo per lo Studio delle Rappresentazioni Sociali e na Ásia (Jakarta), o Yaya-
san Pusat Kajian Representasi Sosial (Fundação de Estudos sobre Representação Social).
(6) Concomitantemente, uma edição em português de La Psychanalyse é produzida
no Brasil.
2011: um aniversário e, junto, um batismo!
A edição italiana de “La Psychanalyse, son image et son public”
é publicada em 2011, quando em todo o mundo se multiplicam
eventos científicos (simpósios e workshops internacionais, livros ad
hoc, números de revistas monotemáticas(7), que têm como escopo
celebrar o quinquagésimo aniversário deste livro que representa o
ato de nascimento oficial da teoria, e render homenagem ao seu
autor, que em sessenta anos de intenso trabalho científico e
intelectual produziu pelo menos três teorias que marcaram a história
e o destino das ciências sociais: a teoria das representações sociais,
a teoria da inovação, comumente denominada de minorias ativas, e a
teoria das decisões coletivas e do consenso social, todas transversal-
mente unidas e sutilmente interconectadas por uma destacada
paixão pelos
_______________
(7) Entre os vários simpósios e workshops internacionais organizados para festejar os 50
anos do nascimento da teoria das Representações Sociais, registramos: o Congresso inter-
nacional “Celebrazioni in onore di Serge Moscovici per il cinquantenario della sua Teoria
delle Rappresentazioni Sociali” (Napoli, 15-16 de abril de 2011), a sessão especial organi-
zada no âmbito da VII JIRS e V CBRS, “Teoria das Representações Sociais 50 anos:
Memórias, desafios contemporâneos e perspectivas” (Vitória, Brasil 24 -27 de julho de
2011), Conference at London School of Economics anunciada para o período de 22-23 de
março de 2012 com a apresentação do número especial da Papers on Social Representa-
tions sobre os 50 anos da teoria e a celebração dos 20 anos da revista.
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larguíssimas proporções, do que festejar um aniversário com um
novo nascimento!
Justamente, em virtude deste poder criador de novas ideias e
pesquisas, Denise Jodelet qualifica a Teoria das Representações
Sociais como “Uma bela invenção”, baseada em Tarde:
_______________
(8) Para uma reflexão em torno da obra de Serge Moscovici e de uma reconstrução de
suas publicações de 1953 a 2001, consultar a obra editada por Buschini, F. e Kalampalikis,
N. (2001), Penser la vie, le social, la nature. Mélanges en l’honneur de Serge Moscovici.
Paris: Editions de la Maison des sciences de l’homme.
Devemos reservar o termo belo a uma ideia que nos torna
capazes de descobrir novas ideias e a uma invenção que julgamos
fecunda para futuras invenções (Tarde, 1893, p. 537). A psicanálise,
sua imagem e seu público é uma ilustração paradigmática desta
afirmação. A obra de Moscovici nunca foi um projeto de pura
repetição imitativa ou réplica, como frequentemente ocorre em
psicologia.
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obra originária, o leitor/pesquisador poderá, assim, aventurar-se a
compreender esta teoria com mais profundidade e desenvolvê-la
com um empenho respeitoso em relação à sua “mission” intelectual
e à sua “vision” da psicologia social. De acordo com Colucci (2011),
“sua leitura que, às vezes, pode ser difícil, mas nunca tediosa, é
necessária para conhecer e criticar este conceito, frequentemente
citado. Rapidamente, será possível falar e escrever sobre as
representações sociais de maneira consciente e apropriada”. De
qualquer forma, como observa Charles Smith (2008, pp. 325-326) –
introduzindo o número especial dedicado da revista Journal for the
Theory of Social Behaviour à publicação da edição inglesa de
“Psychoanalysis: Its Image and Its Public” –, o leitor, seja ele iniciante
ou especialista (“filósofos, sociólogos, linguistas, antropólogos, ou
de quaisquer outras disciplinas acadêmicas, realistas,
construtivistas, cognitivistas, fenomenológicas, interacionistas
simbólicos ou também de algumas combinações ou negações
destas ‘escolas’”), empreenderá “una viagem intelectual altamente
informativa e agradável”.
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Além disso, a série prevê a publicação de livros inéditos,
baseados em recentes programas de pesquisa ou originados de
eventos científicos internacionais, inspirados por esta teoria em um
diálogo crítico e construtivo com outros paradigmas das ciências
sociais.
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Os novos nascimentos sob a vertente da pesquisa
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anos posteriores à Segunda Guerra Mundial e os seus
universos representacionais – assim como as suas relações
sociais – não estão mais impregnados (ao menos, não do
mesmo modo) das Weltanschauung que animavam e
contrapunham grupos, instituições, partidos políticos e
aparatos religiosos daquele tempo.
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tendências à convergência e à integração e tendências à
especialização de conteúdos e funções, provocando, por outro lado,
efeitos de profunda remodulação de todo o sistema midiático
(Marinelli, 2004). O discurso da mídia resulta, assim, sempre mais
caracterizado pelas especificidades das novas modalidades
comunicativas (Mazzara, 2008, p. 37-38).
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condição que poderia dar origem à aparição da propaganda na
imprensa comunista, evidenciando a existência de um conflito
intragrupo, no qual o objeto do conflito poderia ameaçar a identidade
do grupo e a unidade de sua representação (historicamente
circunstanciado em eventos temporalmente datados).
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função dos acima mencionados elementos de
transformação supostos como significativos, ou em virtude
da nossa peculiar abordagem multimétodo, previmos a
introdução de outros elementos ou modalidades
específicas de respostas em relação à prevista na
pesquisa-mãe e de outras técnicas junto à clássica, de
entrevista-questionário, tais como:
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novos: neurocientista e psiquiatra (no caso do
estímulo central ‘psicanalista’) e neurocientista e
psicanalista (no caso do estímulo central ‘psiquiatra’),
e também deixando quatro quadros livres para
eventuais novos termos significativos adicionados
pelo próprio sujeito;
_______________
(10) Também neste caso, se obtém tanto a polaridade da ligação em positivo ou em negati-
vo (neutro = ausência de ligação), quanto a intensidade sob uma escala de 1 a 5.
e. identificação do vocabulário pertinente à
linguagem seja psicanalítica, ou, no nosso caso,
também psiquiátrica, por meio da livre hierarquização
de dez termos, solicitando também a sua conotação
positiva ou negativa para o próprio sujeito;
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os nomes de seus fundadores (com uma questão
adicional em relação aos nomes dos psicanalistas e
psiquiatras famosos);
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n. as situações que sugerem a oportunidade de
submeter-se a um tratamento psicanalítico (e
psiquiátrico), acrescentando outros fatores aos
emergidos da pesquisa-mãe (traumas infantis,
fracasso social, fracasso familiar, desajuste) também
fatores de tipo físico-orgânico (déficit cognitivo ou
retardos mentais, doenças ou disfunções cerebrais,
d o e n ç a s o u d i s t ú r b i o s f í s i c o s ) , s o b re t u d o
considerando, de um lado, a exigência de identificar
eventuais diferenciações com a psiquiatria e, de
outro, a eventual reorientação biologística pelo
grande impulso das neurociências nas últimas
décadas; a idade recomendada para um tratamento
psicanalítico (e psiquiátrico), inserindo algumas
classes de idade para todo o ciclo de vida, desde a
primeira infância até a velhice (enquanto que as
alternativas de respostas da pesquisa-mãe se
limitavam às categorias: infância, adolescência, entre
20 e 30 anos e maturidade); o tipo de personalidade
(forte, frágil, sem importância) idônea para recorrer a
um tratamento psicanalítico (e psiquiátrico); o tipo de
influência que poderia exercer a psicanálise (e a
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resposta alternativa como na pesquisa-mãe) de
pessoas que aderem ao tratamento psicanalítico e ao
psiquiátrico, em relação ao seu gênero sexual, à sua
faixa etária, às categorias sociais (retomando as
opções clássicas da pesquisa-mãe: gente rica,
artistas, intelectuais, gente de classe média);
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também na Itália em abril de 2011) pela ressonância
midiática de seu livro ‘Le crépuscole d’une idole.
L’affabulation freudienne’, que reacendeu as
polêmicas já desencadeadas pela publicação de
‘Le livre noir de la psychanalyse’, organizado por
Catherin Meyer (2005), reeditado em 2010 em
versão ampliada com o subtítulo ‘Vivre, penser
e t a l l e r m i e u x s a n s F re u d ’ . E s t e s l i v r o s
provocaram o
_______________
(12) Veja Anexo C
(13) A pesquisa conta (no que se refere ao contexto italiano) com a colaboração do Dr.
Emanuele Fino, European PhD on Social Representations and Communication research
trainee, assistido por numerosos graduandos das Cattedre di Atteggiamenti e Rappresen-
tazioni Sociali e di Psicologia della Comunicazione e Nuovi Media da Faculdade de Medici-
na e de Psicologia da Universidade Sapienza de Roma.
3- Em relação ao contexto francês, o programa de pesquisa tem sido conduzido com a cola-
boração da Dra. Charline Leblanc-Barriac, doutora de pesquisa em Information and
Communication Science junto à Universidade de Nice-Sophia Antipolis, de 2010-2011 inscri-
ta no European PhD on Social Representations and Communication coordenado pela Uni-
versidade Sapienza de Roma, assistido por numerosos graduandos das Cattedre di Atteggi-
amenti e Rappresentazioni Sociali e di Psicologia della Comunicazione e Nuovi Media da
Faculdade de Medicina e de Psicolo4- gia da Universidade Sapienza de Roma, seleciona-
dos como bolsistas Erasmus durante o biênio 2011-2012 para estágio de mobilidade junto
a várias universidades francesas.
contrataque dos psicanalistas, em obras como “Un
livre blanc pour la psychanalyse”, de Pascal Hachet
(2006), que reúne uma série de trabalhos
psicanalíticos publicados entre 1990 e 2005,
organizados segundo o critério alfabético por tema e
por autores, ou como “Mais pourquoi tant de
haine?”, apresentado na capa do livro como resposta
ao “affabulation d’Onfray” pela psicanalista
acadêmica Elisabeth Roudinesco (2010) – autora,
50 ANOS DEPOIS: A “PSYCHANALYSE, SON IMAGE ET SON PUBLIC” NA ERA DO FACEBOOK 689
no instrumento multimétodo preparado para a coleta
dos dados sobre os vários grupos de populações:
psicanálise, psiquiatria, psicanalista, psiquiatra,
doença mental e saúde mental. Um posterior
desenvolvimento da investigação, já previsto, levará
em consideração, também, os vídeos multimídias
lançados no YouTube (o segundo mecanismo de busca
mais difundido no mundo, depois do Google). Estes
constituem uma importante fonte de atualização, tendo
em vista a relevância por eles adquirida no cenário
atual das novas tecnologias digitais em relação a uma
linha de estudo que – embora não estritamente
referente à teoria das representações sociais –
investigou a imagem da psicanálise e/ou da psiquiatria
no cinema (Gabbard & Gabbard, 1999; Metz, 1977;
Orchowski, Spickard & McNamara, 2006; Schneider,
1999).
__________
(15) A exploração destes ambientes em uma pesquisa de psicologia social do turismo, desti-
nada a comparar as representações dos visitantes anteriores com potenciais primeiros visi-
tantes de capitais históricas europeias entre os membros de duas redes sociais, nos condu-
ziu a observações preliminares acerca da diferença entre as duas plataformas (Facebook e
Yahoo Answers): no caso do Facebook, mostrando a prevalência dos aspectos emocionais
relativos às viagens e aos lugares entre os visitantes anteriores pertencentes ao Facebook
e compartilhando com os potenciais primeiros visitantes as suas experiências mais afetivas
sobre os lugares. Diferentemente, nas conversações dos membros conectados por meio
do Yahoo Answers, prevalece o caráter informativo e a tendência a fornecer informações
detalhadas e práticas acerca da cidade-destino turística, como um modo de compartilhar
com os potenciais futuros visitantes os seus mapas representacionais das cidades visita-
das (de Rosa, no prelo b).
Sobre mais detalhes deste novo programa de pesquisa –
finalizado no que se refere aos aspectos projetuais e de modelagem
metodológica, está atualmente em plena operatividade executiva –
indicamos alguns trabalhos ainda no prelo (de Rosa, 2011a, 2011b) e
futuras publicações para ilustrar alguns resultados obtidos. Aqui nos
limitamos a destacar alguns elementos de particular interesse para o
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pessoas(16) (livros escolares, literatura, filmes, canções, internet,
imprensa, documentários, etc.).
Em relação à relevância social das redes sociais por nós
selecionadas, basta considerar estes dados (suscetíveis de
atualizações diárias) suficientes para expressar o interesse de se
começar uma pesquisa sobre as representações sociais nestes
ambientes, que acompanham e, em grande parte, substituíram os
lugares de encontro tradicionais como os cafés, considerados por
Moscovici verdadeiros laboratórios sociais de elaboração e trocas da
thinking society.
A transformação estrutural observada nos últimos vinte anos
nas redes sociais consiste na passagem do modo tradicional de
telecomunicação, usado para conectar pessoas fisicamente
separadas umas das outras, ao novo modelo da ‘presença
conectada’ (‘connected presence’) e, portanto, de mútua
acessibilidade quase permanente e instantânea (Castells,
Fernandez-Ardevol, Qiu & Sey, 2007). “Neste novo modo, as pessoas
são acessíveis telefonicamente, ‘SMSed’, vistas, contatadas por
e-mail de maneiras alternativas e pequenos gestos ou sinais de
atenção são tão importantes quanto o conteúdo da própria
mensagem” (Licoppe & Smoreda, 2005, p. 317).
_______________
(16) Por exemplo, em pesquisas que analisavam, entre outros, a influência de diversas fon-
tes relativas à escolha por parte dos turistas primeiro-visitantes das cidades de destino de
suas viagens (cf. de Rosa, 2012b).
50 ANOS DEPOIS: A “PSYCHANALYSE, SON IMAGE ET SON PUBLIC” NA ERA DO FACEBOOK 693
sítio, 6,5 horas por semana e 1,20 dias ao mês. As estimativas,
atualmente disponíveis, relativas à proporção de usuários na
I t á l i a e n a F r a n ç a , c o n fir m a m u m m o n t a n t e d e ,
aproximadamente, 18 milhões em cada um dos dois países
(7,2% do tráfego total do sítio), assumindo, em ambos os casos,
o segundo lugar no Ranking Facebook.com’s Regional Traffic de
Alexa Internet;
b) Twitter (20)(ativado em 15 de julho de 2006) registrou um
crescimento do número de usuários de 50 mil, em 2007, para
175 milhões, em 2010, e, de acordo com análises mais
recentes, até o final de 2011 estima-se que este número
chegue a 200 milhões. Cerca de duas a três contas de twitter
são ativadas a cada segundo; 65 milhões de tweets por dia;
41% de empresários consideram Twitter um bom negócio para
as suas empresas. Um em cada cinco norte-americanos usa
Twitter ou similares para falar dos lugares onde gosta de comer,
dos produtos que comprou, das noticias etc. 80% dos usuários
se conectam por meio de telefone celular. As estimativas,
atualmente disponíveis, relativas à proporção de usuários na
Itália e na França, informam o número de cerca de um milhão e
meio de contas em cada um dos dois países (4% do tráfego
total do sítio), ocupando, respectivamente, o décimo quinto e
décimo sexto lugar no Ranking Twitter.com’s Regional Traffic de
Alexa Internet;
_______________
(20) Fontes oficiais Twitter © 2011, disponíveis pelo link https://twitter.com/about. Ver tam-
bém Costolo, D. (2010). A Conversation with Dick Costolo, CEO, Twitter. Apresentado no
Conversational Media Summit, New York, 8 de junho de 2010, disponível pelo
http://cmsummit.com/Gallery e as infographics do serviço de Web Analytics Alexa Internet,
disponíveis pelo link http://www.alexa.com/siteinfo/twitter.com.
c) Yahoo!
Answers(21) é um serviço lançado pelo Yahoo! em
julho de 2005, que conta atualmente com cerca de 250 milhões
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relações sociais (e não somente às afetivas primárias mãe-criança),
sejam elas assimétricas e definidas por papeis profissionais (ex.:
médico-paciente) ou comerciais (vendedor-cliente), que simétricas
(ex.: relações de amizade), incluindo as relações destinadas à troca
de conhecimentos.
A passagem fundamental, em relação aos temas tratados por
Moscovici na pesquisa fundadora da teoria das representações
sociais, e que nós nos propomos a reatualizar à luz das profundas
mudanças ocorridas nos três ápices do triângulo epistêmico e nos
sistemas de comunicação que in-formam (no sentido de dar ‘dar
forma a’) as suas relações recíprocas, é entender em que medida o
advento da sociedade em rede esteja redefinindo as tradicionais
relações, seja nas e entre as comunidades científicas, seja nas e
entre as mais amplas comunidades epistêmicas, que se encontram,
além de nos tradicionais cafés, nas redes sociais.
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e conexões que não requerem necessariamente a presença
física dos pesquisadores em um mesmo lugar. Este
enfraquecimento dos vínculos espaciais reflete-se em
dinâmicas que reproduzem, em escala menor, os mais
amplos processos socioeconômicos da globalização.
(Bucchi, 2010, pp. 177-8; 180).
50 ANOS DEPOIS: A “PSYCHANALYSE, SON IMAGE ET SON PUBLIC” NA ERA DO FACEBOOK 699
confiança equivocada na eficácia da comunicação para
sanar o déficit do public understanding of science, quer por
uma osmose de modelos organizativos devido às
crescentes interações com o mundo empresarial, quer por
uma constatação de que gozar de uma boa visibilidade
midiática constitui um elemento ao qual os agentes
políticos e mesmo os investidores financeiros são sempre
mais sensíveis, fato que não há universidade ou instituto de
pesquisa que não disponham de serviços e equipes
encarregados das relações públicas, e que não organizem
conferências de imprensa para apresentar as próprias
atividades mais significativas (Bucchi, 2010, pp. 173-174).
E ainda:
50 ANOS DEPOIS: A “PSYCHANALYSE, SON IMAGE ET SON PUBLIC” NA ERA DO FACEBOOK 701
em relação aos fóruns tradicionais (Bucchi, 2010, pp.
175-176).
50 ANOS DEPOIS: A “PSYCHANALYSE, SON IMAGE ET SON PUBLIC” NA ERA DO FACEBOOK 703
A nossa pesquisa tem como intenção homenagear a
fecundidade inspiradora da opera prima, que justamente Gerard
Duveen (2008, p. XVI) assim a avaliava:
É um texto clássico, mas não do tipo para se colocar nas
prateleiras de uma biblioteca para consulta por parte dos
interessados na história da disciplina, ainda se estes
estudiosos encontrarão, certamente, neste livro uma rica
fonte para a sua pesquisa. Pelo contrário, trata-se de um
texto que deveria suscitar o interesse dos psicólogos
sociais contemporâneos e atrair a sua atenção
50 ANOS DEPOIS: A “PSYCHANALYSE, SON IMAGE ET SON PUBLIC” NA ERA DO FACEBOOK 705
referência ou “discursos”, mas também como construções sociais
dinâmicas que se geram, se transformam e se difundem em
interação com os vários sistemas midiáticos e formas de
comunicação entre indivíduos, grupos, instituições e organizações.
Os fenômenos estudados, em relação às novas formas de
socialização do conhecimento e às suas estratégias comunicativas
nos mais diversos âmbitos (da política à saúde, do ambiente à
economia, etc.) são de extrema atualidade e altamente relevantes
para as políticas sociais no mundo contemporâneo.
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conversacionais com várias abordagens, que tendem ora a valorizar
as construções identitárias, ora a privilegiar as relações com a esfera
pública e o contexto, ora com padrões de comportamentos
coletivos: Laszlo (2002); Joffe (1995); Contarello e Volpato (2002);
Jovchelovitch (2002, 2006); Purkhardt (2002); Wagner e Hayes
(2005); Howarth (2006b, 2007); Colucci e Montali (2004); Montali,
Colucci, Pieri (2005); também inspirada na abordagem dialógica
(Marcová, 2003, 2009) ou na ‘psicologia sociocultural’, incluindo a
abordagem semiótica mediacional (ver Valsiner & Rosa, 2007). Em
alguns momentos, a abordagem narrativa articula-se também com a
abordagem retórica (Billig, 1993) ou discursiva/conversacional (Potter
& Litton, 1985; Parker & Burnan, 1993), muitas vezes sem levar em
consideração os distintos princípios epistemológicos que inspiram os
dois paradigmas: a análise radical do discurso e a teoria das
representações sociais (ver de Rosa 1994a e 2006c sobre este
debate);
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Anexo C
É o p o r t u n o re s s a l t a r q u e e m u m a p e s q u i s a s o b re
representações sociais, quando se introduz em seus desenhos de
investigação variáveis como sujeitos pertencentes a diversas nações
ou contextos sociogeográficos distintos, leva-se em consideração a
sensibilidade diferenciada das orientações da psicologia cultural em
relação às abordagens clássicas da psicologia cross-cultural, como
tão bem evidenciou Mazzara (2007, p. 45): “(...) a abordagem
cross-cultural aparece, todavia, caracterizada por uma série de
dificuldades de caráter epistemológico, além de metodológico, que
tornaram problemática a relação com os desenvolvimentos mais
recentes da psicologia cultural.
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Anexo D
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pos de amigos (a visualização dos dados detalhados
do perfil é restrita aos usuários da mesma rede ou de
amigos confirmados);
o é consentido aos usuários inserir anúncios, que
são visíveis apenas aos usuários presentes na mesma
rede;
o inclui alguns serviços que estão disponíveis em dispo-
sitivos móveis, como a possibilidade de baixar con-
teúdos, de receber e responder mensagens, de man-
dar e receber poke e escrever no mural dos usuários
usando SMS, bem como a possibilidade de navegar
na network;
o “mini-feed”, que mostra as próprias ações e as
dos amigos, em uma linha de tempo pública;
o disponibilidade (a partir do outono de 2008) de um
sistema de API que serve para integrar os sítios exter-
nos com a rede social. Usando Connect é possível co-
nectar a própria conta no Facebook com o meio utili-
zado para inserir comentários ou artigos em um sítio
externo, como, por exemplo, um blog. Na prática, é
possível exportar a própria identidade Facebook, utili-
zando-a nos sítios que aceitam Facebook Connect.
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rece a possibilidade de compartilhar as atualizações com qualquer
um, ou de destiná-las somente a algumas pessoas.
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