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1.

INTRODUÇÃO
A gravidez ectópica é uma complicação da gravidez, na qual o feto se instala fora do
útero, podendo se implantar nas trompas, heterotópica, na cavidade abdominal, na cicatriz da
cesárea anterior, cervical ou ovariana. Contudo, tal situação certamente poderá trazer
complicações físicas e psíquicas à gestante. A gravidez ectópica é caracterizada pela
fertilização do ovo fora da cavidade uterina, mais comumente nas Trompas de Falópio
(Araújo, 2017).

Partindo do princípio que esse tipo de gestação pode ocasionar complicações futuras
para uma nova gravidez, e se agravar causando até mesmo a morte materna, este estudo
justifica-se e tem sua importância para a enfermagem, que junto com uma equipe
multidisciplinar tem seus objetivos de estudo e conhecimentos específicos do problema,
acolher essas gestantes diagnosticadas com humanização, ter clareza no prognóstico de
possível aborto, identificar problemas futuros, interpretar exames e colocar em prática os
cuidados físico e psicológico, evitando maior risco para a mulher e traumas psicológicos
(Buttenbender, 2015)

Para a saúde pública, este estudo contribuirá na orientação e educação sobre a temática,
trazendo menor prejuízo em fertilização futura, diminuição da morbidade materna, menor
risco cirúrgico e menores impactos psicológicos (Buttenbender, 2015).

Em todas as sociedades, as situações de risco, os comportamentos relacionados à saúde


e tratamento tendem a variar entre os grupos sociais. As desigualdades no estado de saúde
estão de modo geral fortemente atreladas à organização social e tendem a reflectir o grau de
iniquidade existente em cada sociedade (Campos, 2018).

A gravidez ectópica é a principal emergência do primeiro trimestre gestacional e sua


incidência aumenta com a idade, com risco aos 20, 30 e 40 anos de 0,4; 1,3 e 2%,
respectivamente; e como fatores de risco são ter história de gravidez ectópica prévia, cirurgia
sobre as tubas uterinas, história de doença sexualmente transmissível, concepção após
fertilização in vitro e tabagismo (Cardoso, 2018).

Estes números são preocupantes, tendo em conta que os mesmos retratam casos de
quatro províncias, não obstante a inexistência de estatísticas das restantes sete províncias.
Outro facto é que as mulheres que vivem com fístulas obstétricas são muito jovens, muitas
vezes com baixa escolaridade, grande parte destas jovens são provenientes de um contexto

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social de pobreza, com baixo acesso aos cuidados básicos de saúde reprodutiva, sem
maternidade segura, e são vítimas de descriminação e rejeição (Cardoso, 2018).

1.1 PROBLEMÁTICA
A gravidez ectópica é uma emergência médica, que pode trazer como consequências a
ruptura tubária, localização mais frequente (96-98%), causando hemorragia interna com risco
de morte ou lesão da trompa de Falópio e no que diz respeito a sua prevalência.

O aumento expressivo da prevalência da gravidez ectópica nas últimas duas décadas


pode ter sido resultado de vários fatores, como a utilização de aparelhos de ultrassonografia
mais sensíveis e com maiores recursos tecnológicos, o aumento do número de pacientes
submetidas a tratamento para infertilidade, o aumento da incidência de endometriose na
população geral, ou o uso disseminado da laparoscopia. Neste sentido levantam-se a seguinte
pergunta de partida:

Quais são os cuidados de enfermagem prestado nas gestantes com gravidez ectópica?

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1.2 JUSTIFICATIVA
O nosso interesse de estudar o tema em questão surge a partir da reflexão da gravidez
ectópica como uma realidade ainda presente, e justamente quando a gestante chega ao serviço
de saúde para dar início ao seu prénatal e muitas vezes a gravidez se encontra em semanas
avançadas, é ai que a equipe multiprofissional deve estar atenta com a sintomatologia, pois
inicialmente trata-se de uma gestação sem complicações. Iniciado o pré-natal, dá a descoberta
após realizar os exames preconizados, neste cenário o enfermeiro tem sua atuação frente a
atenção diferenciada e apoiando a mulher e a família informando sobre os riscos de tal
situação e para que possam tomar medidas de acordo com a situação e geralmente com caráter
de urgência para salvar a mulher.

1.3 HIPÓTESE

H.1. A equipa de enfermagem assume uma ação primordial de educador e atuante quanto na
saúde para a mulher.

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2.OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral

 Compreender os cuidados de enfermagem prestado nas gestantes com gravidez


ectópica atendidas no Hospital Municipal de cacuaco durante Fevereiro à Abril de
2024

2.2 Objetivos Específicos

 Identificar as causas e as possíveis complicações;


 Analisar incidência nos dias atuais e sua distribuição epidemiológica da gravidez
ectópica;
 Apontar as ações de enfermagem dispensadas à gestante, após aborto decorrente dessa
patologia.

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3.FUNDAMENTAÇÃOA TEÓRICA
3.1 Definições de termos e conceitos
Cuidados de enfermagem: É um conjunto de acções prestada pela equipa de3 enfermagem a
um certo paciente afim de atenuar ou prevenir doenças (Pereira, 2021).

Gestantes: mulher em estado de gestação (Pereira, 2021).

Gravidez ectópica: eforça que a gravidez ectópica é caracterizada pela implantação ovular
fora da cavidade uterina, ou seja, na trompa (97%), no ovário (0,5%), no peritônio (gravidez
abdominal, 1 a 1,4%), cervical (0,1%), 12 intramural (0,6%) (Cardoso, 2018)

Hospital: é um local destinado a tratamento diagnóstico e prevenção de doenças (Smith,


2015).

Aspectos fisiopatológicos da gravidez ectópica

A gravidez ectópica está envolvida com as predisposições com as alterações funcionais


do sistema genital feminino, desde um distúrbio de hipertransmigração ou sua lentidão,
hipotransmigração do ovo fecundado. No fenômeno de hipertransmigração, pode ser de dois
tipos, a externa e a interna. Na interna ocorre a migração do ovo de uma tuba uterina para a
outra tuba dentro do trato genital. Já a externa, o fenômeno ocorre fora do trato, mais
comumente ovariana ou abdominal. Ainda pode acontecer a gravidez ectópica quando existe
ações farmacológicas, por exemplo medicamentos estro-progestativos que causam espasmos
na musculatura lisa da tuba e os medicamentos progestativos que inibe a contratura da
musculatura da tuba uterina e ainda, como efeitos colaterais do tabaco, onde afetam
diretamente os movimentos ciliares da tuba causando a ectopia na implantação do ovo
(BUTTENBENDER, 2016).

Epidemiologia da gravidez ectópica

José e Vieira (2016),destacam que a gravidez ectópica é uma condição importante com
causa de morbidade e ocasionalmente mortalidade materna, tendo em vista que 1 a 2% das
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gestações relatadas são extrauterinas. Em seus estudos, aponta que mortes associadas a esta
condição estão caindo, embora mais 3/4 de todas as mortes no primeiro trimestre de gestação
estejam relacionadas a um quadro de gravidez ectópica.

Paul (2018), reforça que a gravidez ectópica é caracterizada pela implantação ovular
fora da cavidade uterina, ou seja, na trompa (97%), no ovário (0,5%), no peritônio (gravidez
abdominal, 1 a 1,4%), cervical (0,1%), intramural (0,6%).

Além disso, no que diz os fatores de risco, podem ser observados vários fatores de risco
para o desenvolvimento de uma gravidez ectópica, como o uso de antibióticos para tratamento
da doença inflamatória pélvica (DIP), raça negra, gestações tardias, cirurgias reparadoras,
técnicas de reprodução assistida, métodos contraceptivos como o dispositivo intrauterino
(DIU), promiscuidade, endometriose, anomalias uterinas e gravidez ectópica prévia (Cardoso,
2018).

Cuidados de Enfermagem

A atuação do enfermeiro tem na gravidez ectópica tem um papel importante pois além
de orientar toda equipe, o mesmo deve conhecer sobre as condições e ajudar a gestante e
familiares no melhor entendimento. Essa ajuda se dá pelo apoio psicológico para a mulher,
haja visto que muitas vezes a mulher perde sua capacidade de gerar, causando angustias,
rompimentos de planos e sonhos (Araújo, 2017).

Em situações onde a terapêutica viável é a cirúrgica, a assistência de enfermagem no


período operatório de histerectomia baseia-se na anamnese, avaliação, verificação de exames
solicitados, controle e verificação dos parâmetros vitais, investigação de alergias e jejuns,
remoção de pertences e adornos que possam a vir trazer danos na cirurgia, acesso e fornecer
informações a paciente. Ainda, ter o controle de infeções e controle de exames, contagem e
preparo de materiais durante a cirurgia, manutenção da temperatura corporal, cuidado e
manuseio com o corpo e mudança de decúbito no pós operatório; investigação e controle de
sangramentos e da dor, além dos aspectos psicossociais. Sando assim, o enfermeiro deve estar
pronto e atento sempre que possam existir duvidas e sana-las (Araújo, 2017).

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4. METODOLOGIA
4.1 Tipo de estudo
Será realizado um estudo, observacional descritivo transversal, com abordagem quali-
quatitativa sobre os cuidados de enfermagem prestado nas gestantes com gravidez ectópica
atendidas no Hospital Municipal de cacuaco durante Fevereiro à Abril de 2024.

4.2 Local de estudo


O estudo será realizado no Hospital Municipal de cacuaco localizado no Município de
cacuaco pela sua dimensão é considerado um hospital de nível secundário.
4.3. População ou Universo
O universo será constituído por todos os profissionais de enfermagem presente durante o
momento da nossa pesquiusa.
4.4 Amostra de estudo
A nossa amostragem será do tipo probabilística aleatória simples de constituída por 30
profissionais de enfermagem.
4.5 Critério de inclusão
Serão incluídos no presente estudo todos os profissionais de enfermagem que aceitarem
colaborar conosco durante a pesquisa.
4.6 Critério de exclusão
Serão excluídos do presente estudo todos os profissionais de enfermagem que não aceitarem
colaborar durante a pesquisa.
4.7 Variáveis de estudo
 Idade.
 Género.
 Categória profissional
 Tempo de serviço

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Definição das variáveis
 Idade: Numero de anos que uma pessoa conta desde o seu nascimento até a época de
que se fala, será apresentando em faixe etária.

4.8 Métodos de recolha de dados


Os métodos de recolha de dados permitem aos pesquisadores recolher dados que lhes
possibilitam responder as suas questões investigativas. Ao longo do nosso estudo será
utilizado observação e questionário.

4.9 Aspectos éticos

Para realização do estudo, será endereçada uma carta para a Direção do Hospital Municipal
de Cacuaco para autorização de colheita de dados. Em conformidade, nos comprometeremos
a preservar a identidade e confidencialidade das famílias e os resultados obtidos serão
utilizado apenas para divulgação em momento científico.

4.10 Processamento dados

A recolha de dados será feita através de um formulário previamente avaliado e testado,


contendo todas as variáveis em estudo com auxilio de uma calculadora.

Os dados serão processados no programa Microsoft Office Excel e digitado no Microsoft


Office Word 2016.Os resultados serão apresentados em tabelas, gráficos, apresentados por
intermédio do Microsoft Office Power Point, com auxílio do progector de Imagem.

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5. CRONOGRAMA

Meses/2023-2024
Responsáv
Atividades Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun el
. . . . . .. . . .

Escolha do
tema Autor

projeto de
pesquisa Autor

Elaboração
de objetivos Autor

Aprovação
do protocolo Orientador

Colheita de
Autor
dados

Processamen
to e análise Autor
de dados

Entrega do Autor

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trabalho

Pré-Defesa ITPSM

IMS-
Defesa BENGO

6.ORÇAMENTO

Valor por
Recursos Descrição Quantidade unidade Total

Investigador 7 7

Humanos Orientador 1 1

Computadores 2 2
Impressão 60 100kzs 6000kzs
Resmas de folhas A4 1 3000kzs 3000kzs
Esferográfica 20 50ksz 1000kzs
Lápis 10 30kzs 300kzs
Materiais Borracha 3 20kzs 60kzs
Corretor 1 150kzs 150kzs
Pendrive 2 4000kzs 4000kzs
Máquina calculadora 1 1500kzs 1500kzs
Encadernação 10 600kz 6000kz
Outros
Comunicação Modem de Internet 1 5000kz 5000kz
Saldo de dados mensal 4 500 4000kz

Transporte Taxi individual 3/s 500 1500kz

Tempo Semanal 6h/d 18h


Alimentação Colectiva 3 1600kzs 4800kz

10
Total
126 37,310

7.REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abreu, R. D. (2015). Fístulas Vesico-Vaginais: Uma Visão Sobre . Luanda: Universidade


Agostinho Neto. Faculdade de Medicina.
MINSA. (2021). Unidos vamos eliminar a Fístula Obstétrica em Angola. LUANDA:
MINSA.
Mocumbi, Hogberg, U., H., Bergstrom, A., M., & Boene, H. S. (2014). Obstetric fistulae in
southern Angola: incidence, obstetric characteristics and treatment.
Neter, W. (2016). Health Dimensions of Sex and Reproduction. London: Royal Society.
Paul, H. (2018). Omitidas: Mulheres com Fístula Obstétrica em Moçambique. Moçambique:
Lancet Infectious Diseases.

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