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Resumos História A

3ºP 1ºT

Século XVIII (1º revolução industrial) Século XIX (2º revolução industrial)
Oficinas Indústrias e grandes empresas
Trabalho manual (manufatura) Trabalho com máquinas (maquinofatura)
Artesões (trabalho especializado) Operários (sem especialização)
Fonte de energia: carvão Trabalho estandardizado
Meios de transporte e vias de Meios de transporte e vias de
comunicação pouco desenvolvidas comunicação desenvolvidas
Setores de arranque: têxtil e metalúrgica Fonte de energia: eletricidade e petróleo
Utilização de créditos e investimentos
bancários
Setores de arranque: siderurgia e
química

2ª Revolução industrial

À medida que se foram desenvolvendo, os maquinismo industriais


tornaram-se mais complexos. Em meados do século XIX, a sua conceção e
aperfeiçoamento exigia já a intervenção de técnicos especializados, com
sólidos conhecimentos científicos, adquiridos nas universidades e
instituições. Inicia-se então uma ligação estreita entre a ciência e a
técnica.

Novas fontes de energia, novos setores produtivos, novos meios de


transporte e de comunicação transformaram o mundo industrializado.
Pela sua amplitude, este conjunto de inovações recebeu a designação de
Segunda Revolução Industrial.

Fontes de energia: siderurgia e química;

Fornecedora de máquinas, carris, locomotivas, peças de artilharia, pontes,


cascos de navios e outros equipamentos, a siderurgia transformou-se na
indústria de ponta da Segunda Revolução Industrial. O progresso mais
significativo deste setor ocorre com a invenção de um conversor capaz de
transformar de forma rápida e barata o ferro em aço.

Na indústria química surgiram os derivados de inseticidas, fertilizantes,


corantes têxteis, medicamentos, derivados de petróleo e químicos
agrícolas. E surgiu também a grande indústria farmacêutica Bayar.

Ambas foram verdadeiras indústrias base que forneceram um sem-


número de componentes essenciais aos mais variados setores, tendo além
disso, desenvolvido um conjunto variado de produtos próprios.
Novas formas de energia: petróleo e eletricidade;

Com o aparecimento dos derivados do petróleo, houve um grande


desenvolvimento na maquinaria.

A eletricidade substituiu a tração animal nos transportes e o gás na


iluminação.
Surgiram invenções como: telégrafo, o rádio, o gravador de som e o
cinema.

Transportes:
Os transportes foram um elemento essencial à industrialização. Para que o
crescimento económico não estagnasse tornava-se necessário
movimentar, de forma rápida e barata, volumes crescentes de matérias-
primas e produtos acabados.
O comboio foi um dos transportes terrestre que mais desenvolvimento
teve. O sucesso da inauguração (1830) da linha Liverpool-Manchester
desencadeou uma autêntica febre de construções ferroviárias, em 1850, já
existiam 35 000 km de vias férreas em todo o mundo.

Nos transportes marítimos os navios a vapor substituíram os veleiros,


dando origem à constituição de grandes companhias marítimas.
Verificou-se a abertura dos canais do Suez e Panamá, que passaram a ligar
o oceano Índico ao mar Mediterrâneo e o Oceano Pacífico ao oceano
Atlântico.

Racionalização do trabalho:

Ao nível do transporte terrestre, a indústria automóvel teve um grande


desenvolvimento, nos finais do sec. XIX.

Na indústria automóvel, os empresários pretendiam produzir com


qualidade a baixo preço.
Taylor expõe o seu método, que pretendia otimizar o rendimento da
fábrica, através de:
 Trabalho estandardizado;
 Divisão do trabalho em pequenas tarefas encadeadas;
 Trabalho em cadeia ou em série (pretendia-se produzir no mínimo
tempo possível);
Henry Ford põe em prática o Taylorismo na sua indústria automóvel.
Vantagens do fordismo:
 Quanto menor fosse o tempo de produção, mais barato seria o
custo do automóvel;
 Verificou-se o aumento dos salários;
Desvantagem do Fordismo:
 Desumanização do trabalho;

A concentração industrial e bancária


Com o avanço da industrialização, a pequena oficina cedeu,
progressivamente deu lugar à fábrica, que se tornou o emblema do
Capitalismo industrial.
No decurso do século XIX, as fábricas mais prósperas transformaram-se
em grandes empresas com sucursais variadas e enormes capitais.
Esta concentração empresarial, que levou à formação das primeiras
multinacionais, foi favorecida pelo progresso tecnológico já que a grande
empresa tinha capitais suficientes para investir na inovação e produzir a
preços competitivos. Conseguia também resistir às crises cíclicas que
abalavam a economia.

Graças ao crédito bancário muitas indústrias crescem e modernizam-se


através de operações comerciais e de créditos, os bancos participam
diretamente no desenvolvimento industrial, injetando capitais nas
empresas.

1.1 A geografia da industrialização

A partir da segunda metade do século XIX, a Revolução Industrial


conheceu um novo impulso, beneficiando do progresso científico e
tecnológico, expandindo-se geograficamente na Europa (Inglaterra,
França, Alemanha) e noutros continentes (Estados Unidos e Japão), ainda
que com ritmos distintos.
A economia industrializou-se e os novos países industrializados
dependiam das matérias primas dos países em desenvolvimento (Ásia,
Oceânia, África e América do Sul.
A descoberta e o aproveitamento de novas fontes de energia e o
desenvolvimento dos transportes e das vias de comunicação
revolucionaram ainda mais a produção industrial.
A lista de invenções foi-se avolumando, surgiu a especialização do
trabalho, a produção foi ampliada (linhas de montagem e tapetes
rolantes), passando-se a produzir artigos em série, o que reduzia o custo
por unidade, aumentando o lucro – capitalismo industrial.

A hegemopnia inglesa
Brerço da revolução industrial, a Inglaterra detém, em meados do século
XIX, um claro avanço sobre os restantes países: a sua indústria,
fortemente mecanizada, permite-lhe abastecer o mundo de têxteis,
artefactos metálicos e bens de equipamento; uma densa malha de
ferrovias assegura eficazmente a circulação interna, enquanto a maior
frota mercante do planeta lhe confere o primeiro lugar nos circuitos do
comércio intercontinental. Todavia, ao aproximar-se do fim do século, a
supremacia inglesa começou a demonstrar a sua fragilidade: a maquinaria
estava ultrapassada, revelava atrasos na indústria química e no setor
elétrico e a resistência dos empresários britânicos às inovações e às novas
exigências dos mercados.

Agudização das diferenças


A confiança nos mecanismos autorreguladores do mercado: o livre-
cambismo

Políticos, indústrias e grandes proprietários olhavam com grande


desconfiança a livre circulação de mercadorias; proteger a produção
nacional da concorrência estrangeira parecia, a quase todos, a política
mais acertada.

Segundo David Ricardo, a liberdade comercial asseguraria o


desenvolvimento e a riqueza de todas as regiões do mundo, na medida
que o mundo se tornaria num amplo mercado, em que cada região
intervinha com a oferta dos produtos que detinha em abundância e em
procura daqueles que era carente, otimizando assim os seus recursos
naturais. Os preços poderiam ser mais baixos e as transações mais fáceis.
O consumo aumentaria e os ganhos seriam mais avultados.

Estas ideias acabaram por se impor pela mão do chefe do Governo Inglês,
que começou por baixar os direitos de entrada que recaíam sobre certos
produtos básicos.
A adoção do livre-cambismo em Inglaterra teve importantes repercussões
no país e no estrangeiro onde, sob o exemplo britânico, acabaria por se
implementar um pouco por toda a europa e EUA.

As debilidades do livre-cambismo; as crises cíclicas

As previsões de crescimento igual e harmonioso entre todas as nações não


se verificaram, contribuindo o livre-cambismo para colocar dificuldades
acrescidas ao processo de industrialização dos países mais atrasados, pois
não conseguiam competir com os produtos das potências industriais.
Mesmo nas nações mais desenvolvidas, o livre-cambismo encontrou
oposição, sobretudo em tempo de crise económica, quando os efeitos da
concorrência estrangeira mais se faziam sentir.

Foi com um economista francês quem primeiro estudou estes ciclos


económicos e os seus mecanismos.
No período de crescimento, quando a procura se sobrepõe à oferta, os
preços sobem. Face a este estímulo, instalam-se e ampliam-se as
indústrias e recorre-se ao crédito, especula-se na bolsa.
Em breve, porém, por falta de previsão financeira e excesso de
investimentos, a tendência inverte-se:

 Os stocks acumulam-se nos armazéns (superprodução);


 As empresas têm de diminuir a produção e procedem aos primeiros
despedimentos;
 Os preços baixam a fim de dar saída às mercadorias acumuladas.
Por vezes destroem-se stocks para evitar que os preços desçam
demasiado;
 Suspendem-se os pagamentos aos bancos, os créditos e os
investimentos financeiros. Esta contração leva ao crash bolsista, à
falência de empresas e entidades bancárias;
 O desemprego crescente faz diminuir o consumo e a produção decai
ainda mais;

No fim do século, o protecionismo tinha, novamente, conquistado


terreno, e desenhou-se claramente a necessidade de intervenção do
Estado na vida económica.
O mercado internacional e a divisão do mercado

Os países mais industrializados controlavam a produção e o comércio


mundiais. Alicerçavam a esta supremacia económica não só no avanço
tecnológico e industrial, mas também no domínio de extensos territórios,
na África, na Ásia e na Oceânia.
Entre 1870 e 1914, altura em que o capitalismo industrial atingiu a
plenitude, mais de 70% da produção industrial pertencia a quatro países:
Reino Unido, Alemanha, França e EUA eram considerados “a fábrica do
mundo".

A importância das colônias:


- Fonte de matérias-primas e produtos agrícolas;
- Eram autênticos mercados de consumo;

Este sistema de trocas foi favorecido pelos progressos das comunicações.


O caminho de ferro fez diminuir o custo dos transportes terrestres e os
transportes marítimos registaram uma evolução idêntica.
Impulsionadas pelo crescimento industrial, pela facilidade do transporte e
pela adoção do livre cambismo, as trocas mundializaram-se a um ritmo
impressionante.

A explosão populacional

A segunda metade do século XX foi marcada pela explosão demográfica,


que, para além do evidente aumento da população mundial, causou
profundas transformações nas áreas urbanas.

Este elevado e rápido aumento da população ficou a dever-se a fatores


como a diminuição da mortalidade e a permanência de uma elevada taxa
de natalidade, a par de melhorias na alimentação (abundância de géneros
alimentares, hábitos de higiene individual e saúde pública, além do
desenvolvimento da medicina (vacinação, desinfeção, novos
medicamentos).
O aumento demográfico estimulou o crescimento das cidades. As cidades
cresceram em número, em superfície e em densidade populacional,
sobretudo nos países industrializados.

Ao crescimento natural das populações somaram-se os efeitos do êxodo


rural, devido ao desemprego provado pela mecanização agrícola e pela
decadência das pequenas oficinas. As famílias eram atraídas pela
esperança de melhores condições de vida, traduzidas na possibilidade de
melhores emprego e salários nas fábricas, nos portos, nos caminhos de
ferro, nos grandes armazéns e nas casas burguesas.

Em paralelo assistiu-se a grandes fluxos emigratórios da Europa para o


resto do mundo, especialmente para os EUA, atraídos pelo sonho
americano que oferecia liberdade, abundância de terras, facilidade de
trabalho e era admirado pelo seu sistema democrático.

A emigração verificou-se devido a fatores demográficos, económicos,


políticos e raciais.
Neste contexto de desenvolvimento industrial, fluxos migratórios e
explosão demográfica originou o crescimento das cidades – expansão das
cidades, o que levou os governantes a implementar grandes obras como a
construção de bairros habitacionais, construção de instalações sanitárias
e água potável e iluminação. Construíram-se praças, ruas, avenidas,
escolas e jardins.

Unidade e diversidade da sociedade oitocentista

O liberalismo político reconheceu os preceitos da igualdade jurídica,


retirando à nobreza os privilégios de nascimento; a afirmação do
capitalismo industrial e financeiro deu força à burguesia, que se impõe no
mundo dos negócios e ascende aos quadros superiores da política.

Desaparecidos os privilégios de nascimento, a organização social do século


XIX estruturou-se em função do poder económico, da situação profissional
e do grau de instrução de cada um.

Mais flexível e dinâmica a nova sociedade de classes permite a mobilidade


social e aceita-a com bons olhos. O esforço, o trabalho, a poupança, o
investimento e a educação tornaram-se alavancas da ascensão social.

Distinguem-se duas grandes classes sociais (ambas não eram


homogéneas):
- o proletariado, composto por aqueles que nada mais possuem do que a
sua força de trabalho;

- a burguesia, detentora dos meios produtivos e de outros bens próprios;

A alta burguesia empresarial e financeira

No topo da hierarquia, encontra-se a alta burguesia empresarial e


financeira. Esta era uma elite restrita, composta por:

-grandes proprietários;

-empresários industriais;

-banqueiros;

-gestores de grandes companhias de transporte;

O seu poder económico provinha do controlo dos meios de produção e


das grandes fontes de riqueza familiares.

Ao poder económico, estas elites juntam ainda o poder político. Os


grandes empresários chegavam a deputados, ministros e até a presidentes
da República. Criavam também grupos de pressão que influenciavam as
decisões políticas, orientando-as de acordo com os seus interesses.
Procuravam:

-controlar os mercados;

-atenuar a carga fiscal;

-impedir o sucesso das reivindicações operárias;

A elite burguesa assegura também o poder social e cultural:

-os seus filhos beneficiam de um sistema de ensino elitista;

-lançam as modas;

-difundem os seus gostos e valores;

-influenciam a opinião pública;


Comportamento e valores

A abastança financeira, da elite burguesa e o envolvimento nos meandros


da política conferiam à alta burguesia um prestígio social semelhante ao
da velha aristocracia, cujo estilo de vida, normalmente, procurava imitar.

Frequentemente, as elites burguesas investiam na compra de grandes

propriedades onde se recolhiam durante uma parte do ano, distraindo-se


com caçadas, tertúlias, bailes e receções. Nas cidades, as suas confortáveis
residências ocupavam os novos bairros, que cumpriam as exigências do
conforto, do luxo e da tranquilidade.

A comunhão de estilos de vida e de interesses entre a aristocracia e a alta


burguesia resulto na fusão destas duas elites. O casamento foi o meio
mais comum da nobilitação dos homens de negócios. Contudo, também, o
reconhecimento das funções ou dos serviços prestados ao Estado permitiu
à alta burguesia o enobrecimento.

Ainda que o seu estilo de vida fosse marcado pelos padrões de vida
aristocráticos, a alta burguesia assumiu-se, progressivamente, como um
grupo autónomo. Ao contrário da velha aristocracia, que beneficiava dos
privilégios herdados de um nascimento em berço de ouro, a alta burguesia
tinha a noção de que o seu êxito advinha do trabalho, da perseverança, da
poupança e da prudência.

A estas virtudes burguesas juntavam-se a importância do estudo e da


disciplina moral (respeito, honestidade, solidariedade).

QUESTÕES

1. Relação entre a ciência e a técnica.


2. Transição da primeira revolução industrial para a segunda.
3. Importância da siderurgia e da química.
4. Importância do petróleo e da eletricidade.
5. Importância dos meios de transporte.
6. Concentração bancária (transição da revolução).
7. Racionalização do trabalho.
8. A preponderância inglesa na industrialização.
9. Livre cambismo e características das crises cíclicas.
10. Importância das colónias e novas vias de comunicação.
11. Crescimento demográfico das cidades.
12. Emigração
13. Ascensão da burguesia.

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