Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Análise Da Questão Ambiental No Planejamento Do Desenvolvimento de Montes Claros-MG
Análise Da Questão Ambiental No Planejamento Do Desenvolvimento de Montes Claros-MG
Análise Da Questão Ambiental No Planejamento Do Desenvolvimento de Montes Claros-MG
INTRODUÇÃO
Desde que foros globais foram criados para se discutir as questões ambientais
constatou-se que uma das características mais importantes da sociedade é a crescente
inquietação com a qualidade, atual e emergente, do ambiente natural, o que vem revelar que a
esfera ambiental tem apresentado transformações que, a cada dia, traz ao Estado, governo e
sociedade, desafios nunca antes experimentados.
Dentre estes desafios, destacam-se ações integradas de planejamento dentro do
processo de desenvolvimento municipal.
Mas para discutir a Questão Ambiental nesse processo de Planejamento do
Desenvolvimento do Município, objetivo deste trabalho, é necessário, inicialmente construir
12
considerações sobre município de Montes Claros, a fim de apresentar como se deu o Processo
de Desenvolvimento e Planejamento do Município de Montes Claros. No Capítulo IV são
apresentados os dados e segue-se com a discussão dos resultados acerca da Questão
Ambiental no Planejamento do Desenvolvimento no Município de Montes Claros,
apresentando a construção da Agenda 21 Local como um instrumento importante de
planejamento participativo. Por fim são tecidas Considerações Finais sobre o que foi
discutido no decorrer da pesquisa, onde a autora apresenta seus comentários e sugere outros
estudos, visto que o tema proposto abre caminho para uma discussão mais abrangente.
15
CAPÍTULO I
“Planejar é uma prática cotidiana que se realiza com os mais diversos conteúdos,
graus de incerteza e níveis de complexidade, a partir de um objetivo projetado no futuro”
(Moisés, 1999 p.305).
Para Ackoff (1983) planejamento é o processo de definição de um futuro desejado
e os meios para alcançá-lo, que compreende então a busca pela construção desse estado futuro
envolvendo um conjunto de decisões interdependentes. Para Caravantes et al (2005) “o
planejamento implica em avaliar o futuro e preparar-se para ele ou mesmo criá-lo”.
Segundo Young (2000, p.09) “planejamento [é] um processo contínuo que envolve
coleta, organização e análise sistematizadas das informações para chegar a decisões
ou escolhas acerca das melhores alternativas para o aproveitamento dos recursos
disponíveis, com a finalidade de se atingir metas específicas no futuro e que levem à
melhoria de uma determinada situação e ao desenvolvimento das sociedades
humanas”.
2
CONYERS, Diana; HILLS, Peter. An introduction to development planning in the third world. New York:
John Wiley & Sons, 1984. (Public Administration in Developing Countries).
16
descritas pelo autor, como sendo aquele que se destina a escolher os meios pelos quais se
tentará atingir os objetivos especificados (ACKOFF, 1983).
O autor ainda refere-se ao planejamento de acordo com a característica dada a
cada um, onde o planejamento estratégico é mais amplo, enquanto o planejamento tático é
mais restrito, no entanto, são considerados relativos e dependerão dos objetivos e da dimensão
do planejamento.
O planejamento é um instrumento eficaz no processo de ordenamento econômico
e territorial, mas que não se apresenta como uma via democratizante (PLANOMESO, 2005).
O planejamento deve ser estruturado dentro de um conjunto de atividades de forma articulada
em uma seqüência lógica que assegure racionalidade e participação da sociedade no processo
decisório. Com isso é importante observar a participação na realização do planejamento.
projetadas no longo e no curto prazo por um processo de participação tanto restrita quanto
ampliada, a fim de se garantir o melhor uso dos recursos disponíveis.
A partir do conceito de planejamento é possível discutir o que se compreende por
planejamento do desenvolvimento municipal.
Planejamento do desenvolvimento é o processo pelo qual se define a ação de
mudança específica de uma determinada realidade uma vez que o “planejamento do
desenvolvimento não pode estar dissociado da participação da comunidade local” (BOLZANI
JÚNIOR, 2004. p.56). Segundo Escobar (2000. p.211) “ as técnicas e práticas do
planejamento foram essenciais para o desenvolvimento desde o início”. Oliveira (2000. p.17)
afirma que “uma das primeiras características do processo de desenvolvimento seria o
crescimento que, apesar de não ser condição suficiente é concebido como condição
necessária”.
Mendes (1998, apud OLIVEIRA, 2000, p.54) define, por sua vez,
desenvolvimento “como a criação de condições tendentes à produção do ser humano em sua
integridade”.
Esse mesmo autor destaca que “o desenvolvimento econômico e material é visto
como um elemento importante, mas em si insuficiente, para a promoção do desenvolvimento
humano”. (MENDES, 1998 apud OLIVEIRA, 2000, p.54)
Nos anos 80 a questão da sustentabilidade insere-se no contexto de
desenvolvimento e com isso surgiu o conceito de desenvolvimento sustentável que ganhou
maior expressão a partir do relatório de Brundlandt3, elaborado pela Comissão Mundial sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, aprovado e divulgado pelas Nações Unidas em 1987.
Nesse documento, desenvolvimento sustentável é definido como “aquele que atende às
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem
às suas” (BRUDTLAND et al, 1991, p. 46). O documento ressalva a necessidade de se
estabelecer estratégias de desenvolvimento que levam em conta aspectos ambientais,
econômicos, sociais, políticos e institucionais.
O desenvolvimento sustentável concentra-se em três eixos principais, sendo eles,
o crescimento econômico, o equilíbrio social e o equilíbrio ecológico. (MAY, LUSTOSA e
VINHA, 2003).
3
Relatório publicado em 1987, pela Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações
Unidas, elaborado pela Comissão de Brudtland, com o objetivo de identificar os problemas ambientais e propor
ações que possam ampliar as esperas de cooperação dos povos da Terra.
19
Considerando que muita gente confunde município com o poder público (prefeito,
prefeitura), ver-se a necessidade de um melhor entendimento do que vem a ser um
MUNICÍPIO antes de se discutir o planejamento municipal.
Ávila (1993, pp. 23-24) delineia-o como sendo
O município tem uma escala territorial adequada à mobilização das energias sociais
e integração de investimentos potencializadores do desenvolvimento, seja pelas
reduzidas dimensões, seja pela aderência político-administrativa que oferece, através
da municipalidade e instância governamental.
Dentro desse contexto o mesmo autor trata o planejamento municipal como sendo
um processo de decisão sobre ações necessárias e adequadas à promoção do desenvolvimento
sustentável em pequenas unidades político-administrativas. Esse processo tende a gerar uma
grande proximidade dos cidadãos e dos seus problemas e uma grande aderência aos
instrumentos institucionais de gestão e participação, o que permite que esse planejamento
tenha amplos mecanismos de participação da população e dos atores sociais.
Segundo AZEVEDO (1997) dentro do processo de planejamento municipal, o
planejamento restrito utiliza o envolvimento da comunidade para definir melhor as
prioridades, para que, o esforço do governo e o dinheiro público sejam aplicados da melhor
forma e o planejamento ampliado tem a ver com a questão da criação dos conselhos, que vem
a ser a participação, em determinado tipo de política pública, de representantes dos vários
setores envolvidos.
20
O município tem muitos instrumentos para se planejar, sendo abordados aqui com
maior destaque, no nível da determinação orçamentária, o PPA (Plano Plurianual), a LDO
(Lei de Diretrizes Orçamentárias), a LOA (Lei Orçamentária Anual), além de outros
instrumentos utilizados, como o Plano Diretor Municipal (PDM), Lei de Zoneamento de Uso
e Ocupação do Solo e Lei de Parcelamento do Solo e, como nesse trabalho o foco é na
questão ambiental vale destacar a Agenda 21, dentro do processo de Planejamento do
Desenvolvimento Municipal.
O Plano Plurianual Municipal constitui um instrumento de planejamento
estratégico obrigatório que dispõe as ações do município, com duração determinada de quatro
anos, começando sempre no segundo ano de uma administração e terminando no primeiro ano
da administração seguinte. (NASCIMENTO, 2005. p.08). “Sob a ótica ambiental é importante
que o PPA reflita prioridades sociais e ambientais” (LITTLE, 2003 p. 80).
Instrumento de política pública urbana, instituído na Constituição Federal (art
165), o PPA influencia na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária Anual, que
prevêem os gastos do poder municipal no período de um ano. Para LITTLE (2003. p.81-82)
“o orçamento é instrumento de importância fundamental para a gestão governamental na
medida em que possibilita alto nível de controle das atividades públicas.
21
CAPÍTULO II
QUESTÃO AMBIENTAL
4
“A questão ambiental vem impondo reflexão e ampla revisão de conceitos, simultaneamente, nas esperas
sociais, política, cultural, filosófica, científica, tecnológica, econômica, entre outras”. (FORNASARI FILHO,
1998.p.129).
5
OLIVEIRA, I. de. A percepção da qualidade ambiental. In: Ação do homem e a qualidade ambiental. Rio
Claro: ARGEO/ Câmara Municipal, 1983.
24
direitos e obrigações relacionadas à proteção ambiental. A Constituição Federal por ser a lei
principal do país emana as normas de legislação ambiental.
Em se tratando da discussão do tema em nível de governo, importa compreender
também o que é Política Ambiental.
Por Política Ambiental entende-se “o conjunto de metas e instrumentos que visão
reduzir os impactos negativos da ação humana sobre o meio ambiente” (MAY, LUSTUSA e
VINHA, 2003). Uma política ambiental se torna importante uma vez que ela induz e força os
agentes econômicos a adotarem postura e procedimentos menos agressivos ao meio ambiente.
“Toda política ambiental deve procurar equilibrar e compatibilizar as necessidades de
industrialização e desenvolvimento com as de proteção, restauração e melhora do ambiente”
(PRADO, 2005.p.65).
A Política Nacional de Meio Ambiente é regida pela Lei nº 6.938/81 que em seu
artigo 2º, define que esta política “tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da
qualidade ambiental propícia à vida”.
Para os fins dessa lei (art.3º inc.I) entende-se por Meio Ambiente “o conjunto de
condições, leis, influencias e interações de ordem física, química e biológica, que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
No Estado de Minas Gerais a Legislação Ambiental segue as normas da Lei nº
7.772 de setembro de 1980 que tem por finalidade dispor “mediadas de proteção ambiental,
conservação e melhoria do meio ambiente no Estado de Minas Gerais”. Em seu artigo 4º a
referida Lei diz que “a política estadual de proteção, conservação e melhoria do meio
ambiente compreende o conjunto de diretrizes administrativas e técnicas destinadas a fixar a
ação do Governo no campo dessas atividades”. Dentro da Legislação Ambiental do Estado de
Minas Gerais (art.1º) o Meio Ambiente é entendido como “o espaço onde se desenvolve as
atividades humanas e a vida dos animais”.
Neste trabalho, ressalta-se a competência do município quanto ao meio ambiente e
apontou-se os instrumentos legais e administrativos que o município pode valer-se para um
planejamento eficaz de desenvolvimento e, dentro desse processo a política ambiental tem
papel fundamental.
Instituir uma Política Municipal de Meio Ambiente (PMMA) é um dos
mecanismos do poder público local para definir diretrizes e estabelecer normas, na forma da
lei, que regulamente as questões ambientais locais, estruturando assim, as ações
governamentais de preservação, proteção, conservação, defesa, melhoria, recuperação, uso
25
CAPÍTULO III
Em sua pesquisa Silva (1990) caracteriza essas três experiências destacando que
elas foram realizadas dentro de uma metodologia moderna imposta por esferas superiores do
governo o que resultou em documentos volumosos e detalhados, mas que não eram
criteriosos.
Recorrendo aos dados apresentados por esse autor observa-se que as diretrizes do
I Plano Diretor tinham como suporte uma política urbana de adensamento voltada mais para
as questões de desenvolvimento econômico. Elaborado por uma empresa de consultoria de
Belo Horizonte ele não teve nenhuma participação da população.
O Projeto Cidades de Porte Médio foi um contrato entre governo federal e o
Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). A participação de
Montes Claros nesse projeto exigiu uma melhor estrutura para a recém criada Secretaria de
Planejamento e Coordenação – SEPLAN (SILVA, 1990; BRASIL, 1983). Como no Plano
Diretor as principais diretrizes do PCPM eram voltadas para a questão econômica, sem deixar
a questão social e fisico-territorial de lado.
Como foi citado por Silva (1990), o PDLI foi elaborado num período que Montes
Claros vivia uma transição de etapas no processo de desenvolvimento devido à crescente
industrialização do município o que deixava visível um grande obstáculo à institucionalização
do processo de desenvolvimento econômico, local e regional, a falta de ordenamento ou
sistematização desse desenvolvimento. “Faltou ao PDLI sair dos gabinetes e chegar à
população como instrumento participativo de planejamento”, como salienta esse autor.
Mas a partir da publicação do Estatuto das Cidades, Lei 10.257, as administrações
municipais precisaram adequar seus instrumentos de planejamento.
Atualmente, no município de Montes Claros, os planejadores municipais podem
contar com os seguintes instrumentos de planejamento e gestão municipal, Lei Orgânica, o
Plano Diretor, O Plano Plurianual, e as Leis Orçamentárias, as Lei Zoneamento de Uso,
Ocupação e Lei de Parcelamento do Solo.
28
CAPÍTULO IV
METODOLOGIA
Das várias formas para se classificar pesquisa, assim foi considerada a presente:
Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, será adotada a pesquisa
qualitativa, que “trabalha com um universo de significados, motivos, aspirações, crenças,
valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos
e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis”. (MINAYO
et al., 1994, p. 21).
Silva e Menezes (2002, p. 20) afirmam que na “Pesquisa Qualitativa”
surgiam as novas versões identificando novas categorias, “(...) num processo dinâmico de
confronto constante entre teoria e empiria, o que origina novas concepções e
conseqüentemente, novos focos de interesse”(LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p. 42). Nenhuma
norma fixa foi utilizada na formulação dessas categorias além do feeling da autora em seu
processo singular de pesquisa, integrando a experiência e a inexperiência, o entusiasmo e a
desmotivação, a ansiedade e a perseverança e, sobretudo, uma postura crítica à sua própria
formulação e análise. As categorias buscavam, no entanto, “(...) refletir os propósitos da
pesquisa” a partir do encontro de “(...) aspectos recorrentes” (GUBA; LINCOLN, 1981 apud
LUDKE; ANDRÉ 1986, p. 43). O difícil é construir a homogeneidade com coerência e
plausibilidade e a exclusividade na formulação das categorias, propriedades estas sugeridas
por Lüdke e André (1986), Guba e Lincoln (1981) e Minayo (et al., 1994).
Essas sugestões não são de forma alguma definitivas. Como diz Patton (1980),
‘esse esforço de detectar padrões, temas e categorias é um processo criativo que requer
julgamentos cuidadosos sobre o que é realmente relevante e significativo nos dados’. Como as
pessoas que analisam dados qualitativos não têm testes estatísticos para dizer-lhes se uma
observação é ou não significativa, elas devem basear-se na sua própria inteligência,
experiência e julgamento. (LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p. 44).
O não-aprofundamento da pesquisa em alguns clássicos manteve a dúvida como
opção e às vezes a omissão de questões importantes. A dificuldade em conhecer o contexto
em que primariamente foram constituídas as teorias envolvidas reflete-se nas limitações do
presente estudo.
Algumas releituras das obras evidenciavam erros graves na interpretação, outros
ainda podem ter se mantido, o que não indica irresponsabilidade, apenas evidencia seu
resultado como um recorte teórico aberto.
O enriquecimento das versões, referido por Lüdke e André (1986, p. 43, 44) como
“[...] aprofundamento, ligação e ampliação”, quando a partir do que já se tem busca-se ampliar
o conhecimento, descobrir e aprofundar visões, foi possível basicamente pela leitura de outras
obras selecionadas, bem como pela exploração das “(...) ligações entre os vários itens,
tentando estabelecer relações e associações e passando então a combiná-los, separá-los ou
reorganizá-los” para finalmente identificar “(...) os elementos emergentes que precisam ser
mais aprofundados”.
32
CAPÍTULO V
A Lei 2921 de 2001 que institui o Plano Diretor prevê no seu artigo 3º, inciso VI, a
preservação, proteção e recuperação do meio ambiente e do patrimônio cultural, histórico,
paisagístico, artístico e arqueológico municipal e no art. 21 estabelece as diretrizes de Meio
Ambiente.
De acordo com a Política Municipal de Meio Ambiente (Lei nº 1900/ 1991, art.2º)
o Meio Ambiente constitui “O conjunto de condições, leis, influência e intenções de ordem
física, química, biológica, social, cultural e política, que permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas”.
A lei municipal de meio ambiente deve apresentar as diretrizes gerais para atuação
municipal, em sintonia com o Plano Diretor, devendo avaliar a realidade local em termos
políticos, econômicos, sociais e ambientais (ALMEIDA et al, 2004).
A legislação ambiental no município de Montes Claros é regulamentada pela Lei
1900 de 15 de janeiro de 1991 dispõe sobre a política de proteção, do controle e da
conservação do meio ambiente e melhoria de vida no município de Montes Claros. Essa Lei,
no seu artigo 1º, dispõe que “A Política Ambiental do Município, respeitadas as competências
da União e do Estado, têm por objeto a conservação e a recuperação do Meio Ambiente e a
melhoria da qualidade de vida dos Habitantes de Montes Claros”.
Segundo o art. 223 da Lei Orgânica “o Município terá um código de postura
ambiental a ser regulamentado por lei”. No artigo 21 do Plano Diretor do Município de
Montes Claros são apresentadas as diretrizes acerca do meio ambiente
A tabela 01 mostra como a legislação ambiental está inserida nos instrumentos de
planejamento do município. Observa-se que nos principais instrumentos ela vem inserida
dentro de um artigo específico.
34
Legislação Ambiental
O município possui legislação específica para a questão ambiental: Sim
A legislação ambiental existente está inserida como:
Capítulo/Artigo da Lei Orgânica Sim
Capítulo/Artigo do Plano Diretor Sim
Capítulo/Artigo do Plano de Desenvolvimento Urbano Sim
Capítulo/Artigo do Plano Diretor para Resíduos Sólidos Sim
Capítulo/Artigo do Plano Diretor para Drenagem Urbana Sim
Capítulo/Artigo do Zoneamento Ecológico-Econômico Regional Não
Capítulo/Artigo do Código Ambiental Sim
Capítulo/Artigo das Leis de Criação de Unidades de Conservação Sim
Outras formas Não
Tabela 01 – Legislação Ambiental
Fonte: IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros - Meio Ambiente 2002
9
http://www.montesclaros.mg.gov.br
35
10
http://www.montesclaros.mg.gov.br
36
Dispõe ainda em Parágrafo Único que o CODEMA terá sua composição definida
por lei e funcionará de acordo com regimento interno que será aprovado pelos seus membros.
No art 219 essa Lei dispõe sobre outras ações e diretrizes competidas ao CODEMA sendo
elas
município11, mas de acordo com o IBGE (2002) possui uma participação da sociedade civil de
menos de 50%. No plano de governo da atual gestão (2005-2008) a proposta seria de
democratização do CODEMA integrando-o às discussões do Orçamento Participativo.
Nas duas gestões anteriores não existia freqüência nas reuniões do órgão e suas
ações não eram executadas como devia, o que se observa na tabela 03 que mostra que nos 12
meses que antecederam a pesquisa o Conselho se reuniu somente uma vez. Observou-se que
no primeiro ano da atual gestão (2005), o CODEMA foi reestruturado e passou a manter
reuniões freqüentes onde assuntos e problemas ambientais são discutidos com mais
intensidade. As ações do CODEMA estão mais visíveis aos olhos da sociedade, que antes não
tinham conhecimento da sua função e em alguns casos não sabiam nem da sua existência.
11
Regimento Interno do Codema.
38
Agenda 21
Foi iniciado no município a elaboração da Agenda 21 local Não
Foi Instalado o Fórum da A21 Local Não se aplica
Instrumento(s) que formalizou(aram) a Agenda21 local:
Não
LEI
Não
DECRETO
Não
RESOLUÇÃO
Entidades que participam do Fórum da Agenda 21 local:
Outras representações Públicas Não
Assoc Ambientalista Não
Assoc de moradores Não
Assoc Profissional (OAB Não se aplica CREA etc.) Não
Entidade de ensino e pesquisa Não
Entidade empresarial Não
Entidade religiosa Não
Entidade de trabalhadores Não
Outras(s) Não
Ano da lei que formalizou a Prefeitura na Agenda21 Local Não se aplica
Estágio atual da Agenda21 Local Não se aplica
A21 Local aborda:
Não
Temas ambientais
Não
Temas sociais
Não
Temas econômicos
Não
Outros temas
Tabela 04 – Agenda 21 Local
Fonte: IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros - Meio Ambiente 2002
12
“Política e Planejamento Ambiental”
13
“Desenvolvimento Local e o Papel das pequenas e médias empresas”
14
Nessa pesquisa o termo regional se aplica ao município.
40
15
A minuta da Lei encontra-se disponível no sitio da Prefeitura Municipal de Montes Claros, no endereço:
http://www.montesclaros.mg.gov.br
41
processo de elaboração da Agenda, mas também aplicáveis à sua implementação. Para fins
dessa pesquisa duas dessas premissas são importantes serem destacadas, são elas:
● estabelecer uma abordagem multisetorial e sistêmica – com visão
prospectiva, entre as dimensões econômica, social, ambiental e institucional;
● promover o planejamento estratégico participativo – a agenda 21 não pode
ser um documento de governo, e sim um projeto de toda a sociedade brasileira,
pois só assim serão forjados compromissos para sua implementação .
Quanto aos princípios gerais, pode-se dizer que estes são organizados nas
dimensões geoambiental, social, econômica, político-institucional e da informação e do
conhecimento, sendo resumidos na preocupação geral da sociedade brasileira.
A partir disso o governo federal criou o programa Agenda 21, com seis passos16
para orientar os municípios na elaboração da A21L, sendo eles:
1º Passo – mobilizar para sensibilizar governo e sociedade, por meio de seminários, oficinas,
campanhas;
2º Passo – criar um Fórum da Agenda 21 Local, por meio de convocação dos representantes
dos diferentes setores da sociedade local;
Através de decreto o prefeito pode criar o Fórum da Agenda 21 Local.
3º Passo – Elaborar o diagnóstico participativo;
Conyers e Hills17 (1984 apud FIDALGO, 2003. p.11) citam que a etapa de coleta
e análise de dados representa uma ponte essencial entre as metas e objetivos do planejamento
e a formulação de alternativas de ação para alcançá-los. Um dos mais sérios problemas em
muitos planejamentos está na indisponibilidade dos dados. A coleta e a análise de dados
requerem uma quantidade considerável de recursos materiais e humanos. Também deve-se
considerar que os dados coletados e analisados devem ser armazenados de forma que possam
ser facilmente recuperados e utilizados.
16
O Passo a Passo da Agenda 21 Local pode ser solicitado à Coordenadoria da Agenda 21 no MMA ou acessado
via internet: http://www.mma.gov.Br.
17
CONYERS, Diana; HILLS, Peter. An introduction to development planning in the third world. New York:
John Wiley & Sons, 1984. (Public Administration in Developing Countries).
42
Prazos
Tema Estratégias Competências
Curto Médio Longo
- Projeto a ser implantado - Meios de atuação para a - Setor ou setores da
promoção Administração Pública
ligados direta e
indiretamente à
implantação do projeto
Tabela 06 – Matriz para orientação do Plano de Ação
Fonte: Elaboração Própria
As tabelas acima não fazem parte do modelo apresentado pela secretaria, são
sugestões criada pela autora para orientação dos trabalhos de diagnóstico com base nos
objetivos de uma A21L.
18
As matrizes são formadas por duas listagens organizadas em eixos perpendiculares. A interação entre os
componentes dos eixos opostos é registrada de alguma maneira na célula comum a ambos. Muito utilizadas,
aplicam-se principalmente às etapas de diagnóstico e seleção de alternativas. Segundo Farias (1984), elas
permitem uma visão esquemática e operacional do conjunto de possíveis relações entre os fatores listados nos
dois eixos (FIDALGO, 2002). A matriz apresentada foi uma adaptação feita a partir da Matriz SWOT.
43
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não é objetivo desse trabalho apresentar sugestões ou apontar meios para o poder
municipal tratar a questão ambiental em Montes Claros. No entanto as dificuldades
encontradas para a coleta de dados que respondessem aos objetivos da pesquisa levou a
pesquisadora a fechar essa pesquisa com a sugestão de elaboração de um instrumento de
planejamento ainda não utilizado no município de Montes Claros – MG.
Embora tenha havido dificuldades para coletar os dados, o levantamento realizado
permitiu concluir que a questão ambiental até 2005 não era levada em consideração nas ações
que visavam o desenvolvimento do município. Relacionados ao planejamento municipal
verificou-se que os primeiros planos eram exclusivamente de gabinete e que somente a partir
de 2005 que a participação popular foi colocada como objetivos do plano de governo.
Parafraseando Ferreira (2003) é importante ressaltar que “gestões que
teoricamente se comprometeram com o processo de planejamento participativo deveriam
facilitar tanto a atuação de diferentes atores quanto a implementação de políticas mais
inovadoras”.
45
Esta proposta não deve ser vista como conclusão de um trabalho de pesquisa, mas
como iniciativa para que o Planejamento do Desenvolvimento no município se realize a fim
de garantir que as reais necessidades da população sejam prioritárias no decorrer do processo.
Espera-se que a gestão participativa passe a fazer parte das ações de governo no
município de Montes Claros – MG, visto que essa ação é prevista no artigo 7º inciso XVII do
Plano Diretor vigente.
A pesquisa científica torna-se necessária quando não se dispõe de informações
suficientes para responder a um determinado problema, ou, então as informações disponíveis
precisam ser reorganizadas e relacionadas adequadamente (DUARTE e FURTADO, 2002).
Diante disso considera-se que possíveis estudos futuros podem derivar desta
pesquisa, trabalhando em um espaço temporal diferente ou até mesmo abordando outros
temas como:
● Planejamento e aplicação de metodologias participativas de
desenvolvimento.
● Políticas públicas e a participação social na promoção do
desenvolvimento.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Josimar Ribeiro de, et al. Política e planejamento Ambiental. Rio de Janeiro:
Thex, 2004. 457p.
ALMEIDA, Maria Ivete Soares de; FRANÇA, Iara Soares. Degradação Ambiental na Lagoa
Interlagos: A percepção da população local. In: PEREIRA, Anete Maria; ALMEIDA, Maria
Ivete Soares de. Leituras Geográficas sobre o Norte de Minas Gerais. Montes Claros:
UNIMONTES, 2004. pp. 89-100
BEZERRA, Maria do Carmo; MUNHOZ, Tânia Maria Tonelli (coord). Gestão dos Recursos
Naturais: subsídios à elaboração da Agenda 21 brasileira. Brasília – Ministério do Meio
Ambiente; IBAMA; Consórcio TC/BR/FUNATURA, 2000.
______. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispões sobre a Política Nacional de Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação a aplicação, e dá outras providências.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 1981.
______. Lei 10.257, 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição
Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Diário
Federal da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília-DF, Seção 1, ed 133
de 11/07/2001.
BRUNDTLAND. Gro Harlem, et al. Nosso futuro comum. Comissão mundial de meio
ambiente e desenvolvimento. Rio de Janeiro: FGV, 1991.
DUARTE, Simone Viana; FURTADO, Maria Sueli Viana. Manual para elaboração de
monografias e projetos de pesquisas. 3.ed. Montes Claros: Unimontes, 2002
LIMA, Paulo Rolando de. Uma Análise dos Parâmetros de Uso e Ocupação do Solo na
Promoção da Sustentabilidade Urbana. Curitiba-PR, 2002, 156p. Dissertação (Mestrado
em Tecnologia). Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná.
MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Tipos de Pesquisa. 5 ed. São Paulo:
Atlas, 2002. 282p.
MAY, Peter H.; LUSTOSA, Maria Cacília; VINHA, Valéria da (orgs). Economia do Meio
Ambiente: teoria e prática. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
MINAYO, Maria Cecília de Souza; DESLANDES, Suely Ferreira; NETO, Otávio Cruz;
GOMES, Romeu (Org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 16 ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 1994.
OLIVEIRA, Marcos Fábio Martins de, et al. Formação Social e Econômica do Norte de
Minas. Monte Claros: Unimontes, 2000. 428p.
PEREIRA, Anete Maria; ALMEIDA, Maria Ivete Soares de. Leituras geográficas sobre o
norte de Minas Gerais. Montes Claros: Unimontes, 2004.
PEREIRA, Anete Maria; LEITE, Marcos Esdras. Serviços de Saúde na cidade de Montes
Claros: uma análise da distribuição espaço temporal. Revistas Cerrados, Montes Claros, v.2,
n.1-2004, pp.12-25, jan./dez. 2004.
PRADO, Luiz Regis. Direito Penal do Ambiente: meio ambiente, patrimônio cultural,
ordenação do território e biosseguraça. São Paulo: Ed. Revistas dos Tributos, 2005.
SILVA, João dos Santo Vila da. Análise multivariada em zoneamento para planejamento
ambiental; estudo de caso: bacia hidrográfica do alto rio Taquari MS/MT. Campinas:
[s.n], 2003. Tese (Doutorado). Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia
Agrícola.
SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração
de dissertação. 3 ed. rev. e atual. Florianópolis: LED - Laboratório de Ensino a Distância.
PPGEP/UFSC,