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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CLIMATOGEOGRAFIA
TRABALHO INDIVIDUALTURMA D

NAMPULA, MAIO DE 2024


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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO A DISTANCIA

CLIMATOGEOGRAFIA

TRABALHO INDIVIDUAL

DISCENTE:

Ruben Patrício Regina Belmonte

TURMA D

Curso: Licenciatura em Gestão Ambiental.


Disciplina: Climatogeografia.
Docente: Mestre Timóteo Ângelo Colaço
Ano de frequência: 1° ano

NAMPULA, MAIO DE 2024

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Resumo
A atmosfera é uma camada gasosa que envolve a Terra. Ela regula o clima e atua como meio de
transporte de substâncias indispensáveis à vida, como oxigênio, dióxido de carbono e água. A
atmosfera é dividida em cinco camadas: troposfera, estratosfera, mesosfera, ionosfera e exosfera. As
camadas relevantes sob o ponto de vista ambiental são a estratosfera e a troposfera.

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Índice
Introdução ................................................................................................................................... 4

Objetivos..................................................................................................................................... 5

Geral: .......................................................................................................................................... 5

Específicos: ................................................................................................................................. 5

Metodologia ................................................................................................................................ 5

Atmosfera ................................................................................................................................... 6

Atmosfera, conforme seu perfil de temperatura ......................................................................... 7

Atmosfera, conforme sua composição iônica ............................................................................. 8

Magnetosfera . ............................................................................................................................ 8

Ionosfera ..................................................................................................................................... 9

Composição Química da Atmosfera ......................................................................................... 11

Transformações químicas na atmosfera ................................................................................... 11

Importância dos constituintes do ar seco .................................................................................. 13

Conclusão ................................................................................................................................. 17

Referência bibliográfica ........................................................................................................... 19

Lista de figuras

Figura 1. A estrutura da Atmosfera Terrestre ..............................................................................6

Figura 1. Representação esquemática da Magnetosfera ..............................................................9

Figura 3. Perfil vertical da Ionosfera. ..........................................................................................9

Figura 4. Tempo de residência dos gases minoritários na atmosfera. .......................................12

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Introdução
A Terra está envolta em uma camada relativamente fina (comparada ao seu raio) de gases e
material particulado (aerossóis), chamada atmosfera. Embora a atmosfera tenha uma espessura
de aproximadamente 160 km, 99% da massa da atmosfera está contida nos 30 km próximos à
superfície terrestre, e quase metade do peso total da atmosfera está contida nos primeiros 7 km
de extensão. A atmosfera é essencial para toda a espécie de vida na Terra, pois protege os
organismos vivos da exposição a níveis altos de radiação ultravioleta, além de conter os gases
necessários para os processos vitais de respiração celular e fotossíntese.
A radiação solar que chega até o topo da atmosfera sofre influência dos movimentos de
rotação e translação da Terra. A atmosfera desempenha um papel fundamental na absorção e
espalhamento de grande parte dessa radiação antes que ela atinja a superfície terrestre, além da
absorção da radiação emitida pela Terra. Um efeito desses fenômenos combinados são as
alterações diárias das variáveis meteorológicas, tais como temperatura, precipitação, pressão,
vento, umidade e cobertura de nuvens. Essas variações diárias são chamadas Tempo. O Clima
representa as médias meteorológicas ao longo de anos.

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Objetivos

Geral:
 Analisar o Equilíbrio térmico da Atmosfera

Específicos:
 Identificar as condições que permitem a atmosfera dividir-se em camadas

 Falar da importância da ionização e as razões que explicam a sua presença só na alta


atmosfera

 Descrever a composição do ar na atmosfera.

Metodologia
Para a realização da pesquisa, efetuou-se uma pesquisa bibliográfica com base na revisão da
literatura, que teve como objetivo a familiarização com o tema em alusão com vista a torna-lo
mais explícito, conhecer e analisar as contribuições existentes acerca do problema onde
ocorreu o levantamento bibliográfico preliminar, busca das fontes e preparação do trabalho de
campo.

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Atmosfera
A atmosfera é uma camada gasosa que envolve a Terra. Ela regula o clima e atua como meio
de transporte de substâncias indispensáveis à vida, como oxigênio, dióxido de carbono e água.
Além disso, a atmosfera protege a superfície terrestre das radiações ultravioleta provenientes
do sol e das radiações cósmicas, absorvendo-as quase totalmente (Garcia & Passos, 2012).

Em 1961, Yuri Gagarin, o primeiro astronauta que viajou ao espaço a bordo da nave Vostok 1
e vendo a Terra de longe disse: - A Terra é azul. A Terra é azul por que quase toda sua
superfície é coberta de água, e a água reflete a luz da atmosfera. O céu de um dia com céu
limpo é azul porque as moléculas do ar dispersam mais luz azul do que luz vermelha. Quando
se olha para o Sol em um pôr-do-sol nós vemos um vermelho alaranjado porque a luz azul é
dispersa para fora e para longe da linha da visão (Garcia & Passos, 2012).

A atmosfera da Terra é constituída de uma mistura de gases que envolve o Planeta,


permanecendo ligada a este pela ação da força da gravidade. É composta principalmente de
nitrogênio (78,08%), oxigênio (20,94%), argônio (0,93%), dióxido de carbono (0,03%) e
vapor de água (1%). Sua formação deve-se provavelmente ao processo de remoção de gás do
interior do próprio Planeta. Gases como o dióxido de carbono, dióxido de enxofre, vapor de
água e nitrogênio foram liberados do interior do Planeta Terra principalmente por meio de
emissões vulcânicas. Essa complexa estrutura pode ser classificada de acordo com vários
fatores, como perfil de temperatura, processos físicos dominantes e composição iônica
(Machado, 2008).

Figura 1. A estrutura da
Atmosfera Terrestre.

Fonte: Machado (2008).

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Atmosfera, conforme seu perfil de temperatura
Segundo Machado (2008), a atmosfera terrestre pode ser classificada conforme seu perfil de
temperatura, sendo dividida em camadas. A camada mais próxima da superfície da Terra é a
Troposfera. Em seguida vem a Estratosfera, depois Mesosfera e então a Termosfera. Os
limites das camadas são chamados pausas e estão localizados nos pontos de inflexão de
temperatura, em que o gradiente térmico é nulo.

Troposfera: é a região que se estende da superfície até aproximadamente 15 Km,


dependendo da latitude. A temperatura diminui 7 K.Km¹, até um valor mínimo de 220 K para
essa camada. A convecção e a radiação são os principais processos de transferência de energia,
dissipando calor. A temperatura é influenciada pela absorção direta da radiação solar no
infravermelho e no visível (Machado, 2008).

Tropopausa: é o limite superior da Troposfera, dividindo-a da Estratosfera. Nessa região


ocorre o mínimo de temperatura da Troposfera. No Equador, sua altitude é de 15 km em
média, com uma temperatura de 195 K, aproximadamente. Nos pólos, sua altitude é de 8 a 10
km, com uma temperatura de 220 K (Machado, 2008).

Estratosfera: situa-se entre 15 e 50 km de altitude, logo acima da Troposfera. A temperatura


aumenta com a altitude até um máximo de 270 K. Esse valor máximo de temperatura é
alcançado pela absorção e remissão da radiação solar ultravioleta pelo ozônio atmosférico e
pelo vapor d'água. Na Estratosfera, o processo de radiação é o principal agente dissipador de
calor (Machado, 2008).

Estratopausa: é o nome dado à camada intermediária entre a Estratosfera e a Mesosfera.


Situa-se em torno de 50 km de altitude, apresentando uma temperatura em torno de 270 K
(Machado, 2008).

Mesosfera: está localizada acima da Estratosfera, iniciando em torno de 50 km e se estende


até aproximadamente 90 km de altitude. A temperatura diminui com a altitude até atingir 190
K, a menor temperatura da atmosfera (Machado, 2008).

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Mesopausa: é a região da atmosfera que determina o limite entre a Mesosfera e a Termosfera,
situando-se em torno de 85 km de altitude, com uma temperatura em torno de 190 K
(Machado, 2008).
Termosfera: é a camada atmosférica localizada aproximadamente entre 90 e 300 km A
temperatura aumenta com a altitude, atingindo até 3000 K. Nessa região, o principal
mecanismo para dissipação de energia é a condução (Machado, 2008).

Atmosfera, conforme seus processos físicos


Machado (2008), afirma, conforme seus processos físicos, a atmosfera pode ser classificada
em Homosfera, Heterosfera e Exosfera.

Homosfera: estende-se da superfície até 100 km de altitude. Nessa região a composição dos
gases é uniforme.

Heterosfera: situa-se entre 100 e 500 km. Não existe uma mistura homogênea de gases,
ocorrendo uma composição por estratos devido à tendência das moléculas gasosas se
distribuírem de acordo com o seu peso e carga elétrica (Machado, 2008).

Exosfera: localiza-se acima de 500 km de altitude. Nessa região o ar é muito rarefeito e


colisões entre moléculas ocorrem sem muita frequência. As partículas constituintes da
atmosfera que são mais leves, como o H e He, são constantemente perdidas para o meio
interplanetário (Machado, 2008).

Atmosfera, conforme sua composição iônica


Machado (2008), diz que a estrutura da atmosfera segundo sua composição iônica é
caracterizada pela Ionosfera e Magnetosfera.

Magnetosfera
Situa-se acima da Ionosfera. A Magnetosfera, conforme representação esquemática vista na
figura 2, é uma região envoltória ao Planeta Terra, constituindo a parte exterior da atmosfera,
onde o campo magnético terrestre controla os processos eletrodinâmicos da atmosfera
ionizada. Essa região surge da incidência da radiação sobre a atmosfera permeada pelo campo

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magnético terrestre, agindo como um escudo e obstáculo ao vento solar e rádios cósmicos,
compostos por partículas energeticamente carregadas.

Figura 1.2 – Representação esquemática da Magnetosfera

Fonte: Machado (2008).

Ionosfera
A Ionosfera é a região da atmosfera terrestre constituída por interações entre os átomos e
moléculas neutras da atmosfera com fontes ionizantes solares e cósmicas, gerando um plasma
com alta densidade de cargas livres, o plasma ionosférico (Robert & Andrew, 2000).

Portanto, é nessa camada que ocorre a ionização, mesmo que parcial, dos constituintes
atmosféricos. A densidade de íons e elétrons é suficiente para afetar a propagação de ondas
eletromagnéticas. A Figura 3 apresenta a ilustração de um perfil típico da densidade eletrônica
da Ionosfera.

Figura 3 – Perfil vertical da Ionosfera.

Fonte: Robert & Andrew (2000).

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Os limites dessa camada ionizada vão desde 60 km (dia) e 90 km (noite) até aproximadamente
1000 km de altitude (Schunk & Andrew, 2000).

As fontes solares ionizantes da Ionosfera são principalmente as radiações no EUV (Extremo


Ultra-Violeta), e os raios X.

Em conseqüência das diferentes densidades eletrônicas, diferentes constituintes e taxas de


absorção, a Ionosfera subdivide-se em três regiões, D, E e F.

A região Região D é denominada baixa Ionosfera, localizando-se do limite inferior da


Ionosfera até cerca de 90 km acima da superfície. Possui uma densidade eletrônica baixa, a
menor de todas as regiões ionosféricas. Como a ionização dessa região é altamente
dependente da energia solar, durante a noite, a Região D praticamente desaparece devido à
rápida recombinação de seus íons. As radiações ionizantes predominantes são os raios X e a
radiação Lyman-α (Schunk & Andrew, 2000).

A região situada aproximadamente entre 90 e 150 km de altitude é a Região E. Ela possui a


maior condutividade elétrica ionosférica. Subdivide-se em camada E2, relativamente mais
densa, e camada Es (esporádica) instável. As principais fontes de ionização são os raios X, a
radiação Lyman-β e as radiações EVU (Schunk & Andrew, 2000).

A Região F está localizada logo acima da Região E. Inicia em torno dos 150 km, estendendo-
se até o limite superior da Ionosfera, numa altitude de aproximadamente 1000 km Subdivide-
se em camadas F1, F2. Atualmente estuda-se a existência de uma terceira camada, a F3.

A camada F1 localiza-se aproximadamente entre 150 e 250 km de altitude. Sua principal fonte
de ionização é a radiação solar no espectro do EUV. Um pico esporádico na concentração
eletrônica em torno de 180 km aparece nessa região. A camada F2 localiza-se a partir de 250
km até 1000 km, englobando o pico de concentração iônica. Essa região é dominada por

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processos dinâmicos, havendo forte interação entre a Ionosfera superior e os ventos
termosféricos.

Composição Química da Atmosfera


Até aproximadamente 80 km de altura, a composição da atmosfera é praticamente constante,
com exceção do vapor da água e do dióxido de carbono cujas concentrações são bastante
variáveis, nas proximidades da superfície terrestre.

Constituinte Fração molar (% do Massa molecular (g mol-1)


volume)
Nitrogênio (N2) 78,084 8,013
Oxigênio (O2) 20,946 31,999
Argônio (A) 0,934 39,948
Dióxido de carbono (CO2) 0,031 44,010
Neônio (Ne) 1,8⋅10−3 20,183
Hélio (He) 5,24⋅10−4 4,003
Criptônio (Kr) 1,5⋅10−4 83,800
Hidrogênio (H2) 5⋅10−5 2,016
Xenônio (Xe) 8⋅10−6 131,300
Ozônio (O3) 1⋅10−6 47,998
Radônio (Rn) 6⋅10−18 222
Massa molecular média (aparente) 28,964
Tabela 1. Composição do ar seco até 25 km de altitude

Fonte: Varejão-Silva, (2001).

Transformações químicas na atmosfera


As trocas de moléculas dentro da atmosfera dependem de fenômenos químicos, físicos e
biológicos. As alterações ocorrem, principalmente, entre os componentes minoritários. Estes
componentes são tão importantes quanto os macro constituintes, pois a poluição atmosférica é
resultado da mudança dos componentes minoritários.

Na Figura 4 está apresentado o tempo de residência e composição média de alguns gases na


atmosfera. O tempo de residência é definido como o tempo médio de permanência de um
composto na atmosfera. Quanto maior esse tempo maior a probabilidade desse composto se
espalhar por toda a atmosfera do planeta.

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Figura 4. Tempo de residência dos gases minoritários na atmosfera.

Fonte: Rocha e colaboradores (2009)

A emissão de componentes produzidos por seres vivos é conhecida como biogênica. Não é só
vida que emite material para atmosfera, toda a natureza, os ventos, levantam a poeira do solo,
rios, lagos e oceanos perdem água pela evaporação, os vulcões lançam grandes quantidades de
poeira e gases como o sulfeto de hidrogênio (H2S), o dióxido de enxofre (SO2), o ácido
clorídrico (HCl). As ondas que quebram na superfície do mar formam gotas pequenas que são
arrastadas pelo vento. Tudo o que é emitido pela vida e pela natureza para a atmosfera é
conhecido como emissão natural (Garcia & Passos, 2012).

Quando a emissão é proveniente de alguma atividade humana, a emissão é conhecida como


antropogênica. A Figura ao lado apresenta algumas emissões e deposições naturais e
antropogênicas, mais comuns entre a atmosfera e a superfície da Terra (Garcia & Passos,
2012).

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As fontes de compostos e partículas na atmosfera podem ser pontuais ou difusas. A fonte
pontual ocorre quando existe um ponto localizado onde ocorre a emissão, enquanto que a
fonte difusa ocorre quando a emissão está espalhada em uma grande área. A fonte pode ser
móvel, como a chaminé de um navio, ou estacionária, como a chaminé de uma fábrica (Garcia
& Passos, 2012).

Importância dos constituintes do ar seco


Seguem-se alguns comentários que ilustram a importância dos principais constituintes do ar
seco (Varejão-Silva, 2001).

Nitrogênio → é o constituinte mais abundante. Apesar disso não desempenha nenhum papel
relevante, em termos químicos ou energéticos, nas vizinhanças da superfície terrestre. Na alta
atmosfera, no entanto, esse gás absorve um pouco de energia solar de pequeno comprimento
de onda (na faixa do ultravioleta), passando à forma atômica (Varejão-Silva, 2001).

O N é fixado por alguns microrganismos do solo, que o retira da atmosfera do solo,


constituindo assim, a base para a estruturação de moléculas de vários compostos orgânicos,
entre eles as proteínas e ácidos (Varejão-Silva, 2001).

Oxigênio: o oxigênio desempenha um papel fundamental para os seres vivos, ou seja, torna
possível a vida aeróbica no planeta (Varejão-Silva, 2001). A ele deve-se a oxidação de
compostos orgânicos, através do processo fisiológico da respiração, como mostra a equação a
seguir:

[Carboidratos] + [Oxigênio] → [Gás carbônico] + [Água] + [Energia]

(CH2O) + O2 → CO2 + H2O + Energia de combustão

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Um outro aspecto importante do O2 na atmosfera é a formação do ozônio, O3. A explicação
modernamente aceita para a formação do ozônio na atmosfera é a Teoria Fotoquímica de
Chapman (Vianello e Alves, 1991), apresentada resumidamente a seguir:

Reação 1: O2 + hν (λ < 2.423 Å) → O + O

Esta reação, denominada fotodissociação do oxigênio, ocorre a uma altitude de


aproximadamente 50 km, onde a radiação ultravioleta é quase toda absorvida e a temperatura
atinge cerca de 280 K. (h = constante de Planck e ν = frequência da radiação eletromagnética;
1 Å = 10-10 m).

Reação 2: O + O2 + M → O3 + M

Esta reação ocorre predominantemente entre 15 e 30 km de altitude, e exige a presença de


oxigênio atômico liberado na primeira reação. A temperatura nessa camada é da ordem de 220
K. Nesta reação M é um catalisador (uma molécula não-ativa). O O3 formado é instável
(tempo de vida curto) durante o dia, em razão da fotodissociação que ocorre a seguir:

Reação 3: O3 + hν (λ < 11.000 Å) → O2 + O

Esta reação representa a fotodissociação do O3. Em virtude da presença de O2 em grande


quantidade entre 15 e 30 km, o oxigênio atômico liberado nesta reação pode voltar a combinar
com o O2, formando O3, de acordo com a reação 2.

Reação 4: O + O3 → O2 + O2

Esta última reação ocorre principalmente nos níveis mais elevados da atmosfera, e representa
a destruição do ozônio por colisões com oxigênio atômico.

Descargas elétricas na atmosfera também produzem ozônio, mas a quantidade formada é


insignificante quando comparada ao processo fotoquímico acima (Varejão-Silva, 2001). O
ozônio é encontrado desde níveis próximos da superfície terrestre até cerca de 100 km de
altitude. A Figura 1 destaca a camada mais rica em O3, denominada ozonosfera.

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O equilíbrio dinâmico do O3 na atmosfera é fundamental aos seres vivos. A ozonosfera
protege-os da incidência direta e em alta quantidade de raios ultravioletas (radiação de alta
frequência e energia) causadora de queimaduras que podem evoluir para patologias mais
graves. Por outro lado, segundo Varejão-Silva (2001), se a concentração de O3 aumentasse a
ponto de absorver totalmente a radiação ultravioleta oriunda do Sol, não haveria formação de
vitamina D no organismo animal e, como conseqüência, estaria comprometida a fixação do
cálcio e do fósforo.

Os conhecidos perigos advindos do desequilíbrio nos processos naturais de formação e


destruição do O3, fruto da intervenção humana, têm provocado protestos e movimentos de
alerta em vários países (Varejão-Silva, 2001).

A constante poluição atmosférica por substâncias ozonolíticas, como os CFC´s (Freon-11 e


Freon-12) usados em sprays e na indústria de refrigeração, bem como a liberação de fumaça,
igualmente ozonolítica, por aeronaves que trafegam na alta atmosfera, têm sido as principais
causas apontadas como responsáveis pela comprovada redução dos níveis aceitáveis de O3 na
atmosfera. As reações a seguir esquematizam o efeito dos CFC´s (Varejão-Silva, 2001):

Cl + O3 → ClO + O3 e ClO + O → Cl + O2

Gás Carbônico: apesar de se apresentar em concentração bastante reduzida na atmosfera, o


CO2 é um componente dos mais importantes. É um dos principais reagentes da fotossíntese,
processo bioquímico este essencial ao crescimento das plantas clorofiladas (Ometto, 1981). A
sua concentração no dossel vegetativo varia entre a noite e o dia em função da fotossíntese
(fixa CO2) e respiração (libera CO2) das plantas. O carbono integrante das moléculas
sintetizadas pelos vegetais, portanto, provêm do CO2 atmosférico (Varejão-Silva, 2001).

Segundo Varejão-Silva (2001) há um intercâmbio contínuo de gás carbônico entre a atmosfera


e os seres vivos (respiração e fotossíntese), os materiais da crosta (combustão e oxidação) e os
oceanos.

Esses são os maiores depositários de CO2 do planeta, na forma de bicarbonato. A


concentração do CO2 na atmosfera é relativamente constante, no entanto, seu valor vem

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aumentando graças à poluição atmosférica, desmatamento e queima da madeira e
combustíveis fósseis.

O CO2 também desempenha um papel de destaque na energética do sistema Terra-Atmosfera,


absorvendo energia solar e terrestre de determinados comprimentos de onda. Por outro lado,
emite energia (radiação de onda longa) em direção à superfície terrestre, como será visto no
capítulo referente a radiação solar. O aumento do CO2 atmosférico, pelas causas já vistas,
provoca o chamado efeito estufa, contribuindo para aumentar a temperatura média do planeta
(Varejão-Silva, 2001).

Contaminantes: contaminantes são constituintes quimicamente inertes ou ativos, de variada


composição e que se encontram em suspensão na atmosfera. Os quimicamente inertes são
chamados de aerossóis. Estes são partículas muito pequenas transportadas pelos ventos e sobre
as quais a força de gravidade exerce pouca influência. Estes elementos são indispensáveis
como núcleos de condensação do vapor da água na formação da chuva. Os aerossóis são
produto de erupções vulcânicas, industrialização e erosão eólica (Heuveldop et al., 1986;
Ometto, 1981).

Outros elementos contaminantes são quimicamente ativos, como por exemplo: derivados de
nitrogênio (nitritos e nitratos), sulfatos e compostos carbônicos, que dão origem a compostos
de caráter ácido no ar (Heuveldop et al., 1986). São também originados de erupções
vulcânicas e processos industriais; porém os incêndios, o tráfego de automóveis e o uso
doméstico de combustíveis também aumentam suas concentrações.

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Conclusão
A atmosfera terrestre é o único ambiente em que podemos sobreviver. Tal como os peixes de
profundidade estão confinados a viver numa estreita camada de água, também nós vivemos no
fundo de um oceano de ar. A atmosfera é uma camada ténue de gás que envolve a Terra,
sendo a sua massa total menos de um milionésimo da massa do planeta. No entanto, a sua
presença altera completamente as condições existentes à superfície: a distribuição de
temperatura observada, o nível de radiação ambiente e a própria existência de água líquida são
consequências da existência de uma atmosfera com as suas propriedades actuais. Observando
a Lua, nossa companheira nesta zona do sistema solar, pode-se ter uma ideia do que seria o
ambiente na Terra sem atmosfera: níveis mortais de radiação cósmica, grandes variações de
temperatura, ausência de água.
Quando comparada com os outros planetas do sistema solar, a Terra parece possuir condições
muito especiais e, apesar das alterações que certamente se verificaram no sistema solar ao
longo sua vida, essas condições têm-se mantido com muito poucas alterações nos últimos
milhares de milhões de anos. A principal marca da constância das condições climáticas da
Terra é a presença contínua de vida ao longo da sua história, sendo sabido que a vida, tal
como a conhecemos, só é viável numa faixa relativamente estreita de temperaturas e com
níveis bastante baixos de radiação ionizante. Os dados que conhecemos do passado na Terra
indicam-nos, pois, que as suas condições à superfície têm evoluído sem alterações demasiado
elevadas da temperatura e da composição atmosféricas. Isso não significa, no entanto, que o
clima em cada ponto da Terra se tenha mantido inalterável ao longo dos tempos. Pelo
contrário, não só as observações registadas em tempos históricos revelam significativas
oscilações da temperatura ou da precipitação em muitos locais, como existem abundantes
registos paleoclimáticos de alterações passadas de muito maior amplitude, traduzidas, em
particular, na ocorrência de períodos glaciares. Temos, assim, um clima que apesar de
globalmente estável, apresenta a possibilidade de oscilações significativas das suas
propriedades, duas características aparentemente contraditórias e igualmente surpreendentes.
As condições atmosféricas variam de dia para dia. Num local fixo, assistimos ao passar das
nuvens, à alternância de dias húmidos e secos, à mudança das estações. Se observarmos a
Terra a partir de um satélite meteorológico, verificamos que essa mudança do tempo

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atmosférico local está geralmente associada ao movimento e à evolução de sistemas coerentes
de certa dimensão depressões e anticiclones, superfícies frontais, furacões, etc. – o estudo
destes sistemas é o objecto da Meteorologia. Por outro lado, enquanto que a história individual
de cada sistema meteorológico é por assim dizer única, e por isso difícil de prever com
precisão, algumas características médias da circulação atmosférica mantém-se ao longo do
tempo. Assim, por exemplo, na região mediterrânea observam-se quase sempre Verões
quentes e secos e Invernos húmidos. Isto é, se fizermos a média da temperatura nos meses de
Verão durante um número suficientemente grande de anos tradicionalmente 30 anos vamos
encontrar um valor que não depende do grupo particular de anos escolhido.

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Referência bibliográfica
Garcia, C. A., & Passos, E. d. (2012). Química da atmosfera - parte I. Brasil.

Heuveldop, J., Tasies, J. P., Conejo, S. Q., & Prieto., L. E. (1986). Agroclimatología tropical.
San José: Editorial Universidad Estatal a Distancia.

Machado, C. S. (2008). Estudo da variabilidade da aeroluminescência noturna na alta


atmosfera terrestre. Brasil.

Ometto, J. C. (1981). Bioclimatologia vegetal. São Paulo: Ceres.

Schunk, R. W., & Andrew F. Nagy. (2000). Ionospheres – Phisics, Plasma Phisics, and
Chemistry, Cambridge Atmospheric and Space Science Series - Cambridge University
Press. America: United States of America.

Varejão-Silva, M. A. (2001). Meteorologia e climatologia. Brasilia: Instituto Nacional de


Meteorologia-Ministério da Agricultura.

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