Você está na página 1de 15

UNIVERSIDADE POLITÉCNICA APOLITÉCNICA

Instituto Superior de Estudos Universitários de Nampula - ISEUNA

Curso de Licenciatura em Engenharia Mecânica

Controle Estatístico de Processos

Nampula, Fevereiro de 2024

1
Domingos Fonseca

Timóteo Pelembe

Faustino Inácio

Júnior Afonso

Nemésio Munguambe

Trabalho de pesquisa de carácter

avaliativo administrado pelo docente

Manuel Alfredo, Eng° da cadeira de

Metrologia Industrial

Nampula, Fevereiro de 2024

2
Índice

Introdução..................................................................................................................... 4
Objectivos ..................................................................................................................... 5
Objectivo geral ............................................................................................................. 5
Objectivos específicos................................................................................................... 5
Fundamentos do Controle Estatístico de Processos ........................................................ 6
Definição de Controle Estatístico de Processos ............................................................. 6
Breve histórial e evolução do CEP ................................................................................ 7
Princípios básicos do CEP............................................................................................. 8
Ferramentas do Controle Estatístico de Processos ......................................................... 9
Gráfico de Shewhart e Grafico de Pareto ....................................................................... 9
Gráfico de Shewhart (ou Carta de Controle X-Barra e R): ............................................. 9
Gráfico de Pareto: ....................................................................................................... 10
Análise de Capacidade do Processo (Cp e Cpk)........................................................... 11
Índice de Capacidade do Processo (Cp): ...................................................................... 11
Índice de Capacidade do Processo (Cpk): .................................................................... 11
Implementação do Controle Estatístico de Processos ................................................... 12
Aplicações do Controle Estatístico de Processos ......................................................... 13
Conclusão ................................................................................................................... 14
Referências bibliográficas ........................................................................................... 15

3
Introdução

O Controle Estatístico de Processos (CEP) é uma ferramenta essencial para garantir a


qualidade e a eficiência dos processos industriais. Nesta introdução, abordaremos os
principais tópicos que serão explorados neste trabalho, fornecendo uma visão geral do
CEP e sua importância na indústria moderna.

Inicialmente, discutiremos os fundamentos do CEP, incluindo sua definição, histórico e


princípios básicos. Em seguida, exploraremos as diversas ferramentas disponíveis no
CEP, como os Gráficos de Controle, Análise de Capacidade do Processo e Estudos de
Capabilidade, destacando suas aplicações e benefícios na identificação e correção de
variações indesejadas nos processos industriais.

Além disso, analisaremos os passos necessários para implementar efectivamente o CEP


em uma organização, desde a selecção de variáveis críticas até a definição de limites de
controle e acções correctivas. Serão apresentados exemplos práticos de aplicação do
CEP em diferentes indústrias, demonstrando como essa abordagem pode contribuir para
a melhoria da qualidade e eficiência dos processos.

Entretanto, também abordaremos os desafios comuns enfrentados na implementação do


CEP e os factores que devem ser considerados para garantir o sucesso dessa iniciativa.
Por fim, discutiremos as perspectivas futuras do CEP, destacando as tendências e
desenvolvimentos que moldarão o campo nos próximos anos.

4
Objectivos

Objectivo geral

 Analisar e compreender a aplicação do Controle Estatístico de Processos (CEP)


na indústria mecânica, explorando suas técnicas, ferramentas e benefícios para a
melhoria da qualidade e eficiência dos processos de fabricação.

Objectivos específicos

 Investigar os princípios fundamentais do Controle Estatístico de Processos e sua


relevância na indústria mecânica.
 Analisar as diferentes ferramentas e técnicas utilizadas no CEP, como gráficos
de controle, análise de capacidade do processo e investigação de causas
especiais de variação.
 Explorar casos de estudo e exemplos práticos de aplicação do CEP em empresas
do sector mecânico, destacando os desafios enfrentados e as soluções
implementadas.
 Avaliar os benefícios da implementação do CEP na indústria mecânica,
incluindo a redução de defeitos, desperdícios e retrabalhos, aumento da
eficiência operacional e satisfação do cliente.

5
Fundamentos do Controle Estatístico de Processos

Definição de Controle Estatístico de Processos

O Controle Estatístico de Processos (CEP) é uma metodologia empregada na indústria


para monitorar e controlar a qualidade de um processo durante sua operação. Essa
abordagem baseia-se na colecta e análise de dados estatísticos ao longo do tempo,
permitindo a identificação de variações indesejadas no processo e a tomada de acções
correctivas quando necessário.

O CEP é aplicado em processos industriais para garantir que eles operem de forma
consistente e dentro de limites predefinidos de variação. Isso é alcançado por meio do
monitoramento regular das variáveis críticas do processo e da comparação desses dados
com os limites de controle estabelecidos.

Ao implementar o CEP, as organizações podem identificar problemas de qualidade ou


desvios de desempenho do processo precocemente, permitindo a tomada de medidas
correctivas antes que esses problemas afetem a qualidade do produto final. Isso resulta
em uma redução de desperdícios, retrabalhos e custos associados, além de promover
uma melhoria contínua nos processos industriais.

6
Breve histórial e evolução do CEP

A história do Controle Estatístico de Processos (CEP) remonta ao início do século XX,


quando Walter A. Shewhart, um físico e estatístico americano, desenvolveu as bases
dessa metodologia durante seu trabalho na “Bell Telephone Laboratories”, nos Estados
Unidos. Shewhart estava interessado em encontrar maneiras de melhorar a qualidade
dos produtos manufaturados e a eficiência dos processos industriais.

Mas foi Deming que popularizou o uso da técnica, introduzindo-a na indústria japonesa
após a Segunda Guerra Mundial.

Em 1924, Shewhart introduziu o conceito de gráficos de controle em seu livro


"Economic Control of Quality of Manufactured Product", onde propôs o uso de gráficos
simples para monitorar a variabilidade de um processo ao longo do tempo. Esses
gráficos permitiam que os gerentes e engenheiros vissem visualmente quando um
processo estava fora de controle, ou seja, exibindo variações que não eram devidas ao
acaso, mas sim a causas especiais, como falhas no processo.

A partir da década de 1930, com a disseminação do uso dos gráficos de controle e a


aceitação crescente da abordagem de controle estatístico de processos, várias empresas
começaram a implementar o CEP em suas operações. Durante a Segunda Guerra
Mundial, o CEP desempenhou um papel importante na indústria de defesa, ajudando a
garantir a qualidade e a confiabilidade dos produtos fabricados para a guerra.

Após a guerra, o CEP continuou a evoluir, com o desenvolvimento de novas técnicas


estatísticas e a aplicação de computadores para análise de dados. O CEP tornou-se uma
parte essencial da filosofia de gestão da qualidade total (TQM) e de outras abordagens
de melhoria contínua, como Seis Sigma e Lean Manufacturing.

Actualmente, o Controle Estatístico de Processos é amplamente utilizado em uma


variedade de indústrias, desde manufactura até serviços, saúde e tecnologia,
desempenhando um papel vital na garantia da qualidade, eficiência e satisfação do
cliente em organizações ao redor do mundo. A história do CEP é um testemunho do seu
impacto duradouro e da sua importância na gestão moderna da qualidade e dos
processos industriais.

7
Princípios básicos do CEP

Os princípios básicos do Controle Estatístico de Processos (CEP) fornecem as bases


fundamentais para a aplicação eficaz dessa metodologia na indústria. Aqui estão os
principais princípios:

Variação Inerente ao Processo: Reconhecimento de que toda ação de processo resulta


em alguma forma de variação, seja ela natural (comum) ou especial (anormal).
Compreender essa variação é crucial para distinguir entre variações normais que são
esperadas e variações anormais que requerem acção correctiva.

Gráficos de Controle: Utilização de gráficos estatísticos para monitorar o desempenho


do processo ao longo do tempo. Os gráficos de controle exibem dados coletados do
processo e limites de controle calculados a partir desses dados. Eles ajudam a identificar
quando o processo está fora de controle e requer intervenção.

Causas Comuns e Especiais de Variação: Reconhecimento de que as variações nos


processos podem ser atribuídas a duas fontes principais: causas comuns (ou aleatórias) e
causas especiais (ou atribuíveis). As causas comuns são variações inerentes ao processo,
enquanto as causas especiais são variações que podem ser identificadas e corrigidas.

Investigação de Causas Especiais: Quando uma causa especial de variação é


identificada, é importante investigar a fonte dessa variação e tomar medidas correctivas
para eliminá-la. Isso pode envolver mudanças nos métodos de produção, ajustes nos
equipamentos ou treinamento de funcionários.

Melhoria Contínua: O CEP é uma ferramenta para a melhoria contínua dos processos.
Ao identificar e corrigir problemas de qualidade, os processos podem ser aprimorados
ao longo do tempo, resultando em produtos de melhor qualidade e custos reduzidos.

Envolvimento da Equipe: O sucesso do CEP depende do envolvimento e


comprometimento de toda a equipe. Todos os membros da equipe devem compreender
os princípios do CEP e estar engajados na colecta de dados, análise estatística e
implementação de melhorias.

8
Ferramentas do Controle Estatístico de Processos

Gráfico de Shewhart e Gráfico de Pareto

Gráfico de Shewhart (ou Carta de Controle X-Barra e R):

 O gráfico de Shewhart é uma das ferramentas mais básicas e amplamente


utilizadas no CEP.
 Ele consiste em dois subgráficos: um para a média das amostras (X-Barra) e
outro para o alcance (R) das amostras.
 O gráfico X-Barra é usado para monitorar a média do processo ao longo do
tempo, enquanto o gráfico R é usado para monitorar a variação das amostras.
 Limites de controle são estabelecidos com base na variabilidade natural do
processo, e qualquer ponto fora desses limites indica uma possível causa
especial de variação que requer investigação.

Imagem 1: Exemplo de Gráfico de Controle Proposto por Shewhart, em 1924.

9
Gráfico de Pareto:

 O gráfico de Pareto é uma ferramenta de análise de qualidade que ajuda a


identificar e priorizar os problemas ou causas que mais contribuem para a
variabilidade ou defeitos no processo.
 Ele é baseado no princípio do "princípio de Pareto", que afirma que
aproximadamente 80% dos problemas são causados por 20% das causas.
 No gráfico de Pareto, as causas são listadas em ordem decrescente de frequência
ou impacto, e são representadas por barras proporcionais à sua contribuição para
o problema.
 Isso permite que os gerentes e engenheiros concentrem seus esforços de
melhoria nas causas mais significativas e de maior impacto.

Imagem 2: Exemplo de Gráfico de Pareto

10
Análise de Capacidade do Processo (Cp e Cpk)

Índice de Capacidade do Processo (Cp):

 O índice Cp é uma medida da capacidade potencial do processo, ou seja, a


capacidade do processo de produzir produtos dentro das especificações,
considerando apenas a variabilidade do processo.
 É calculado pela divisão da largura da especificação (a diferença entre os limites
superior e inferior das especificações) pela variação natural do processo
(determinada a partir dos dados do processo).
 Um valor de Cp maior que 1 indica que a largura das especificações é menor do
que a variação natural do processo, o que é desejável para garantir a qualidade
do produto.

Índice de Capacidade do Processo (Cpk):

 O índice Cpk leva em consideração tanto a variação do processo quanto o


deslocamento do processo em relação ao centro das especificações.
 É calculado como o menor valor entre a capacidade do processo para o limite
superior (Cpu) e para o limite inferior (Cpl), onde Cpu e Cpl são calculados
comparando a distância entre a média do processo e o limite de especificação
mais próximo com metade da largura da especificação.
 Um valor de Cpk maior que 1 indica que a variação do processo é menor do que
a metade da largura da especificação, o que é uma indicação de que o processo é
capaz de produzir produtos dentro das especificações.

11
Implementação do Controle Estatístico de Processos

A implementação bem-sucedida do Controle Estatístico de Processos (CEP) requer a


adopção de várias etapas importantes. Abaixo, abordarei cada uma dessas etapas em
detalhes:

Etapas para Implementação do CEP:

A implementação do CEP geralmente segue um conjunto de etapas que envolvem desde


a identificação dos processos a serem controlados até a avaliação contínua do sistema de
controle. Isso pode incluir a definição de objectivos, a selecção de uma equipe de
implementação, o desenvolvimento de planos de acção e a implementação de sistemas
de monitoramento.

Selecção de Variáveis Críticas:

A selecção de variáveis críticas é um passo crucial na implementação do CEP. Isso


envolve identificar as características ou parâmetros do processo que têm o maior
impacto na qualidade do produto ou serviço final. Essas variáveis podem ser
identificadas com base em dados históricos, conhecimento especializado ou análise
estatística.

Definição de Limites de Controle:

Uma vez identificadas as variáveis críticas, é necessário estabelecer limites de controle


para cada uma delas. Esses limites são calculados com base na variabilidade natural do
processo e indicam a faixa aceitável de variação para cada variável controlada. Os
limites de controle são essenciais para identificar desvios do processo que podem
afectar a qualidade do produto ou serviço.

Monitoramento em Tempo Real e Acções Correctivas:

Após a definição dos limites de controle, é necessário implementar sistemas de


monitoramento em tempo real para acompanhar o desempenho do processo. Isso pode
envolver o uso de sensores, software de monitoramento ou outras ferramentas de colecta
de dados. Quando um desvio do processo é detectado, são accionadas acções correctivas
para investigar e corrigir a causa raiz do problema. Isso pode incluir ajustes nos
processos, treinamento de pessoal ou manutenção de equipamentos.

Essas etapas são essenciais para garantir uma implementação eficaz do Controle
Estatístico de Processos. Ao seguir esses passos, as organizações podem monitorar e
controlar seus processos de forma mais consistente, garantindo a qualidade do produto
ou serviço final e atendendo às expectativas dos clientes.

12
Aplicações do Controle Estatístico de Processos

O Controle Estatístico de Processos (CEP) é amplamente utilizado em diversas


indústrias para monitorar, controlar e melhorar a qualidade dos processos de produção.
Abaixo, discutirei algumas aplicações do CEP em diferentes sectores industriais, bem
como os benefícios associados à sua implementação:

Indústria Automotiva:

No setor automotivo, o CEP é aplicado para monitorar e controlar características críticas


dos produtos, como tolerâncias dimensionais, resistência mecânica e acabamento
superficial.

Exemplo: Uma montadora de automóveis utiliza gráficos de controle para monitorar a


variação dimensional de peças críticas durante o processo de fabricação, garantindo que
os veículos atendam aos padrões de qualidade estabelecidos.

Indústria de Alimentos:

Na indústria de alimentos, o CEP é aplicado para garantir a segurança e a qualidade dos


produtos alimentícios, monitorando parâmetros como temperatura de cozimento, tempo
de processamento e concentração de ingredientes.

Exemplo: Uma fábrica de processamento de alimentos utiliza gráficos de controle para


monitorar a temperatura do processo de esterilização de alimentos enlatados, garantindo
que os alimentos sejam adequadamente processados e seguros para o consumo.

Indústria Aeroespacial:

Na indústria aeroespacial, o CEP é utilizado para garantir a qualidade e a confiabilidade


de componentes críticos, como peças de aeronaves e sistemas de propulsão.

Exemplo: Uma empresa aeroespacial implementa o CEP para monitorar a variação


dimensional de componentes de turbina de aeronaves, garantindo que as tolerâncias
sejam mantidas dentro dos limites especificados para garantir o desempenho e a
segurança das aeronaves.

Os benefícios da aplicação do CEP incluem a redução de defeitos, desperdícios e


retrabalhos, melhoria da eficiência dos processos, aumento da satisfação do cliente e
conformidade com regulamentações e padrões de qualidade. Em resumo, o CEP
desempenha um papel crucial na garantia da qualidade e na eficiência dos processos
industriais em uma variedade de sectores.

13
Conclusão

Entretanto concluímos que o Controle Estatístico de Processos (CEP) é uma


metodologia fundamental para garantir a qualidade, consistência e eficiência dos
processos industriais em uma variedade de sectores, incluindo a indústria mecânica. Ao
longo deste trabalho, exploramos os princípios básicos do CEP, suas ferramentas, etapas
de implementação e aplicações em diferentes indústrias.

O CEP oferece uma abordagem sistemática e baseada em dados para monitorar e


controlar a variabilidade dos processos, identificando variações que possam afectar a
qualidade do produto final. Por meio de técnicas estatísticas como gráficos de controle,
análise de capacidade do processo e investigação de causas especiais de variação, as
organizações podem detectar desvios do processo e tomar medidas correctivas para
melhorar continuamente a qualidade e a eficiência dos processos.

Os benefícios da aplicação do CEP são significativos, incluindo a redução de defeitos,


desperdícios e retrabalhos, aumento da satisfação do cliente, conformidade com
regulamentações e padrões de qualidade, e melhoria da eficiência operacional. Além
disso, o CEP promove uma cultura de melhoria contínua, onde as organizações buscam
constantemente maneiras de aprimorar seus processos e produtos.

14
Referências bibliográficas

Shewhart, W. A. (1931). Economic Control of Quality of Manufactured Product. D.


Van Nostrand Company.

Montgomery, D. C. (2005). Introduction to statistical process control. Quality and


Reliability Engineering International.

Site da Web:

American Society for Quality. (2020). Introduction to Statistical Process Control.


https://asq.org/quality-resources/statistical-process-control ; acessado aos 17/02/2024

https://ferramentasdaqualidade.org/controle-estatistico-de-processo/ ; acessado aos


17/02/2024

15

Você também pode gostar