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Apostila CPA 20
Apostila CPA 20
CPA-20
Apostila 2022 - Rafael Toro Academia de Finanças
CPA-20 - Certificação Profissional ANBIMA – Série 20 Atualizado 21/01/2022
Sumário CPA-20
Capítulo 1 - Sistema Financeiro Nacional e Participantes do Mercado ...................................... 01
1.1 Sistema Financeiro Nacional ......................................................................................... 02
1.2 Participantes do Mercado Financeiro .......................................................................... 16
1.3 Códigos de Regulação e Melhores Práticas da ANBIMA ............................................... 31
Agente Agente
TRANSFERIR RECURSOS Deficitário
Superavitário
Poupadores Tomadores
Rentabilidade Crédito
LUCRO
Apostila 2022 3
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Sistema Financeiro Nacional
Composição
Órgãos Normativos Entidades Supervisoras Principais Operadores
Ø Instituições Financeiras:
BACEN Bancos; Corretoras; Cooperativas
CMN – Banco Central do Brasil de Crédito; Instituições não
Conselho Monetário bancárias; etc.
Nacional
CVM – Comissão de Ø Bolsa de Valores, Mercadorias
Valores Mobiliários e Futuros (B3)
Ø Seguradoras
CNSP – SUSEP – Ø Resseguradoras
Conselho Nacional Superintendência Ø EAPC - Entidades Abertas de
de Seguros Privados de Seguros Privados Previdência Complementar
Ø Sociedades de Capitalização
CNPC - Conselho PREVIC - Superintendência
Ø EFPC - Entidades Fechadas de
Nacional de Previdência Nacional de Previdência
Previdência Complementar
Complementar Complementar
Apostila 2022 4
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
CNSP CNPC
CMN Conselho Nacional
Conselho Nacional
Conselho Monetário Nacional de Seguros Privados
de Previdência
Complementar
• Bancos • B3 S/A
• Corretoras CTVM • EAPC (Aberta) • EFPC (Fechada)
• Empresas Aberta
• Distribuidoras • Sócio Controlador • Seguradora • Fundos de Pensão
• Cooperativas • Resseguradora
• Op. financeiras
Sócio Minoritário
Clientes Segurados Participantes
Debenturista
Apostila 2022 5
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CMN - Conselho Monetário Nacional
Conceito
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o ÓRGÃO MÁXIMO DO SISTEMA FINANCEIRO
NACIONAL, a finalidade de formular a política da moeda e do crédito, objetivando o
progresso econômico e social do País. Este é um órgão com caráter unicamente
normativo, ou seja, ele não realiza atividades executivas.
Os membros se reúnem uma vez por mês para deliberarem sobre assuntos relacionados
com as suas competências (em casos extraordinários pode acontecer mais de uma
reunião por mês). Esse Conselho é composto por 3 pessoas, que são:
Ø Ministro da Economia (Presidente do conselho);
Ø Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia;
Ø Presidente do Banco Central.
Apostila 2022 6
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Apostila 2022 7
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
BACEN – Banco Central
Conceito
O banco central de um país é a instituição de um país à qual se tenha confiado o dever de
regular o volume de dinheiro e de crédito da economia e suas principais funções são:
Ø Banqueiro do governo;
Ø Banco dos bancos;
Ø Supervisor do sistema financeiro;
Ø Executor da política monetária;
Ø Executor da política cambial e depositário das reservas internacionais.
O Banco Central do Brasil (BC ou BACEN) é uma autarquia de natureza especial, sem
vinculação a Ministério, tutela ou subordinação hierárquica, ou seja, ele possui
AUTONOMIA. Ele tem por objetivo fundamental assegurar a estabilidade de preços. Além
disso, também tem por objetivos zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema
financeiro, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno
emprego. Em relação a sua autonomia, essa mudança ocorreu em 2021, fazendo com que
em alguns itens, o Bacen não necessite mais de autorizações do CMN, como por exemplo,
na emissão do papel moeda. As metas de política monetária continuam sendo
estabelecidas pelo CMN, mas compete privativamente ao BC conduzir a política
monetária necessária para cumprimento das metas estabelecidas.
Apostila 2022 8
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
(*) As Corretoras (CTVM) e as Distribuidoras (DTVM) são fiscalizadas pelo BACEN por
serem instituições financeiras, mas, por atuarem na intermediação de valores mobiliários,
as suas operações são fiscalizadas pela CVM.
Apostila 2022 9
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CVM – Comissão de Valores Mobiliários
Conceito
Conforme a Lei nº 10.411, a CVM é uma entidade autárquica em regime especial,
vinculada ao Ministério da Economia, personalidade jurídica e patrimônio próprios,
dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação
hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e
orçamentária. Tem como missão desenvolver, regular e fiscalizar o Mercado de Valores
Mobiliários, como instrumento de captação de recursos para as empresas S/A de capital,
protegendo o interesse dos investidores (principalmente os minoritários) e assegurando
ampla divulgação das informações sobre os emissores e seus valores mobiliários.
q RESUMO:
Ø Entidade autárquica, vinculada ao governo através do Ministério da Economia. O
presidente e seus diretores são escolhidos pelo Presidente da República;
Ø Órgão normativo voltado para o fortalecimento e o desenvolvimento do mercado
de títulos e valores mobiliários (ações, debêntures, bônus de subscrição, derivativos,
venda de mercadorias, fundos de investimentos).
Apostila 2022 10
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Apostila 2022 11
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
SUSEP – Superintendência de Seguros Privados
Conceito
A SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), uma autarquia vinculada ao Ministério
da Economia, é o órgão supervisor responsável pelo controle e fiscalização dos mercados
de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro.
Apostila 2022 12
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
q PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES:
Ø Autorizar a constituição e o funcionamento das EFPC (FUNDOS DE PENSÃO) e a
aplicação dos respectivos estatutos e dos regulamentos de planos de benefícios;
Ø Apurar e julgar as infrações, aplicando as penalidades cabíveis;
Ø Decretar intervenção e liquidação extrajudicial das entidades fechadas de
previdência complementar e nomear interventor ou liquidante, nos termos da lei;
Ø Nomear administrador especial de plano de benefícios específico, podendo
atribuir-lhe poderes de intervenção e liquidação extrajudicial, na forma da lei;
Ø Promover a mediação e a conciliação entre entidades fechadas de previdência
complementar e entre as entidades e seus participantes, assistidos, patrocinadores
ou instituidores.
Apostila 2022 14
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
q BACEN: É ele quem faz cumprir TODAS as determinações da CMN, portanto, lembrar
de: Executar, Fiscalizar, Punir, Administrar, Emitir, Realizar, Receber. É ele quem fiscaliza as
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS!
Apostila 2022 15
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
1.2 Participantes do Mercado
Financeiro
Apostila 2022 16
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Além destes tipos, um conceito importante sobre os participantes que será abordado a
seguir, será o do Investidor Qualificado, no qual este poderá realizar investimentos com
uma aceitação maior de risco.
Apostila 2022 17
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Bancos Comerciais
Conceito
São instituições financeiras privadas ou públicas (sempre sendo sociedades anônimas)
que têm como PRINCIPAL OBJETIVO FINANCIAR, A CURTO E A MÉDIO PRAZO, o
comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros
em geral. Sua captação pode ser através de depósitos à vista (conta corrente para livre
movimentação) ou depósitos a prazo, como por exemplo, CDBs. Diante dessas captações,
os bancos comerciais possuem a capacidade de “criar” moeda corrente e colocá-las em
circulação na economia, pois pode oferecer empréstimos e aumentar a base monetária
circulante na economia, de certa forma.
Bancos de Investimento
Conceito
São instituições financeiras privadas especializadas em operações de participação
societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para
suprimento de CAPITAL FIXO E DE GIRO E DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS DE
TERCEIROS, ou seja, de MÉDIO ou LONGO PRAZO. Devem ser sempre Sociedades
Anônimas (S/A).
Apostila 2022 20
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Apostila 2022 21
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Clearing House
Conceito
As Clearing House (Câmara de Compensação) são responsáveis pelo registro de todas as
operações realizadas, além do acompanhamento das posições mantidas, compensação
financeira dos fluxos e liquidação dos contratos e tem como uma das suas principais
funções MITIGAR O RISCO DE LIQUIDAÇÃO.
Vendedor Comprador
Apostila 2022 22
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Apostila 2022 23
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
B3 S/A – Brasil, Bolsa e Balcão
Principais Características
As principais características da B3 – Brasil, Bolsa e Balcão são:
Ø Desenvolve, implanta e provê sistemas e serviços de negociação e pós-negociação
(compensação e liquidação) de ações, derivativos de ações, financeiros e de
mercadorias, títulos de renda fixa, títulos públicos federais, moedas à vista e
commodities agropecuárias;
Ø É uma sociedade de capital aberto, cujas ações B3SA3 são negociadas no Novo
Mercado , sendo uma das 5 maiores bolsas de valores do mundo;
Ø Possui receita também através de Emolumentos;
Ø Possui tanto pregão eletrônico, quanto mercado de balcão;
Ø Realiza o registro, negociações e pós-negociações de ações, títulos de renda fixa
câmbio pronto e contratos de derivativos referenciados em ações, ativos financeiros,
índices, taxas, mercadorias, moedas entre outros.
Apostila 2022 24
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Clearing House
B3
Conforme mencionado, a B3 tem como principais funções administrar os mercados
organizados de títulos, valores mobiliários e contratos futuros (interfinanceiro). Além
disso, ela presta o serviço de registro, depositária central, compensação e liquidação,
chegando atuar até mesmo como contraparte em alguns tipos de negociação.
Agentes de
Clearing.
Títulos Privados:
Ø Títulos de Renda Fixa (LCI, CRI, ...);
B3 Ø Valores Mobiliários (ações, fundos...);
Ø Mercado de balcão (swaps, termo de moeda e
opções flexíveis);
Ø Commodities;
SELIC Ø Demais títulos.
Apostila 2022 25 25
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Clearing House
SELIC
O SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), do BACEN, é o depositário central
dos títulos públicos federais, sendo sua atividade processar a emissão, o resgate, o
pagamento dos juros e a custódia desses ativos. As suas liquidações são operadas no
conceito de Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), que garante agilidade e segurança.
Agentes de
Clearing.
Apostila 2022 26 26
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Prazos de Liquidação
Conceito
Cada ativo possui um prazo de liquidação (tanto de recebimento do ativo, quanto do seu
pagamento financeiro). Por exemplo, as ações possuem liquidação física & financeira em
D+2 (2 dias úteis após a realização da operação), assim sendo, mesmo que um investidor
venda as suas ações da Petrobrás hoje, ele somente receberá os recursos após 2 dias
úteis.
Apostila 2022 27
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Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB)
Conceito
O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é o conjunto de procedimentos, regras,
instrumentos e operações integradas que, por meio eletrônico, dão suporte à
movimentação financeira entre os diversos agentes econômicos do mercado brasileiro,
tanto em moeda local quanto estrangeira. Ou seja, é “a transferência de fundos próprios
e de terceiros realizados entre bancos em tempo real, com o objetivo de reduzir o risco
sistêmico”. O novo SPB introduziu a TED (Transferência Eletrônica Disponível), mecanismo
que opera no formato de Liquidação Bruta em Tempo Real, fazendo com que qualquer
pessoa possa transferir recursos de sua conta corrente para a conta de outra pessoa.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø É o BACEN que administra o SPB e o meio circulante (moeda na economia);
Ø O SPB dá mais segurança e agilidade nas transferências entre agentes financeiros;
Ø Toda transação econômica que envolva como forma de pagamento a TED, DOC,
Cartão de Crédito, Cheque, entre outras, envolve o SPB.
Apostila 2022 28 28
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Investidor Qualificado
Conceito
INVESTIDOR QUALIFICADO é uma classificação oficial da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) a um grupo específico de investidores pessoa física ou jurídica. Este grupo tem
acesso a investimentos com mais risco, como por exemplo, investimentos em FIDC
(Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios) ou em FIP (Fundo de Investimentos em
Participações).
Apostila 2022 29
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Investidor Profissional
Conceito
INVESTIDOR PROFISSIONAL também é uma classificação da CVM e se diferencia do
INVESTIDOR QUALIFICADO na possibilidade de operações mais arrojadas ainda, como por
exemplo, participar de captação de recursos através da ICVM 476, na qual não exige tanta
documentação nas ofertas abertas ao público em geral.
Sua Visão é “um mercado forte se faz com instituições fortes”, e para isso, trabalham para
fortalecer a representação do setor e apoiar a evolução de um mercado de capitais capaz
de financiar o desenvolvimento econômico e social local e influenciar o mercado global.
Apostila 2022 32
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
ANBIMA
Compromisso
A Anbima tem como compromisso defender os interesses dos associados, atuando em
quatro frentes:
Ø REPRESENTAR: Promove o diálogo para melhorar o mercado, que são
apresentadas ao governo e a entidades do setor privado. Também propõe boas
práticas de negócios, que os associados seguem de forma voluntária;
Ø INFORMAR: É a principal provedora de informações sobre os segmentos de
mercado. Divulgam desde referências de preços e índices que refletem o
comportamento de carteiras de ativos até estudos específicos;
Ø AUTORREGULAR: Baseiam-se em regras criadas pelo mercado, para o mercado e
em favor dele. O cumprimento das normas é acompanhado de perto pela equipe
técnica, que supervisiona as instituições e dá orientações de caráter educativo
através de seus códigos de regulamentação e melhores práticas;
Ø EDUCAR: Educam tanto profissionais do mercado, quanto investidores para poder
elevar os padrões de qualidade dos mercados (certificações, educação continuada e
disseminação sobre educação financeira).
Como gostamos de dizer, a ANBIMA veio trazer felicidade ao mercado, então RIAE!
Apostila 2022 33
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
ANBIMA
Deveres dos Associados
São deveres dos Associados:
Ø Prestigiar os objetivos da Associação, bem como prestar toda ajuda e colaboração,
a fim de que a Associação possa cumprir suas finalidades;
Ø Acatar as deliberações e recomendações de sua Assembleia Geral, da Diretoria,
bem como do Conselho de Ética e dos Conselhos de Regulação e Melhores Práticas;
Ø Efetuar pontualmente o pagamento das contribuições que lhe couberem;
Ø Cumprir efetivamente os mandatos recebidos e os encargos atribuídos pela
Diretoria ou pela Assembleia Geral;
Ø Respeitar e cumprir este Estatuto Social, as normas expedidas pela Associação
aplicáveis a suas respectivas atividades, inclusive os Códigos de Regulação e
Melhores Práticas e regulamentação complementares;
Ø Colaborar na prestação de informações estatísticas e técnicas, respeitadas as
normas de sigilo aplicáveis, tendo em vista propiciar um eficiente conhecimento das
condições do mercado; e
Ø Manter atualizadas as suas informações cadastrais, sob pena de, não o fazendo,
perder os direitos de Associado.
Apostila 2022 34
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
ANBIMA
Penalidades
Caso o associado que descumprirem os princípios e regras estabelecidos nos Códigos
ANBIMA ou no Código de Ética, conforme o caso, estarão sujeitos à imposição das
seguintes penalidades, observadas as disposições específicas de cada Código:
(I) Advertência pública.
(II) Multa, não podendo ultrapassar:
§ o montante referente a 250 (duzentas e cinquenta) vezes a maior mensalidade
associativa recebida pela ANBIMA; ou
§ o dobro do montante da vantagem econômica obtida pela instituição em
decorrência da operação irregular identificada.
(III) Proibição temporária do uso do Selo ANBIMA (prazo de até 5 anos).
(IV) Desligamento do quadro associativo da ANBIMA
Vale ressaltar que, antigamente, a Anbima tinha uma penalização de até 100 vezes a
mensalidade, além de ter cinco penalizações (excluiu a advertência privada). Estas
penalidades constam no Código de Processos.
Apostila 2022 35
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
ANBIMA
Melhores Práticas
A ANBIMA possui 11 Códigos de Melhores Práticas. No entanto, para a prova da CEA são
exigidos somente quatro deles. Todos os códigos podem possuir regras mais rígidas que a
lei, mas nunca mais brandas. Estes códigos devem ser seguidos por todas as instituições
que desejam fazer parte da ANBIMA, juntamente com seus colaboradores
(funcionários). Os códigos cobrados na prova são:
Apostila 2022 36
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Além disso, as Instituições Participantes devem assegurar que o presente Código seja
também observado por todos os integrantes de seu Conglomerado ou Grupo Econômico
que estejam autorizados, no Brasil, a desempenhar as Atividades Elegíveis.
Apostila 2022 37
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Código: Programa de Certificação Continuada
Princípios Gerais de Conduta
As Instituições Participantes devem assegurar que seus profissionais:
Ø Possuam reputação ilibada;
Ø Exerçam suas atividades com boa fé, transparência, diligência e lealdade;
Ø Cumpram todas as suas obrigações, sendo sempre prudente e diligente;
Ø Evitem a adoção de práticas caracterizadoras de concorrência desleal e/ou de
condições não equitativas, respeitando os princípios de livre negociação;
Ø Evitem quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em conflito com as regras e
princípios contidos neste Código e na Regulação em vigor;
Ø Adotem condutas de idoneidade moral e profissional;
Ø Vedem a intermediação de investimentos ilegais e não participem de qualquer
negócio que envolva fraude ou corrupção, manipulação ou distorção de preços,
declarações falsas ou lesão aos direitos de investidores;
Ø Sejam diligentes e não contribuam para a veiculação ou circulação de notícias ou
de informações inverídicas ou imprecisas sobre o mercado financeiro e de capitais; e
Ø Zelem para que não sejam dadas informações imprecisas a respeito das atividades
que é capaz de prestar, bem como com relação a suas qualificações, seus títulos
acadêmicos e experiência profissional.
Apostila 2022 38
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Apostila 2022 39
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Código: Programa de Certificação Continuada
Princípios Gerais de Conduta
São considerados descumprimento às obrigações e princípios deste Código não apenas a
inexistência das regras e procedimentos exigidos, mas também a sua não implementação
ou implementação inadequada para os fins previstos neste Código.
Apostila 2022 40
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Capítulo 2:
Compliance Legal, Ética e API
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Controles Internos: Resolução CMN 2.554/98
Conceito
Determinar às instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo
BACEN a implantação e a implementação de controles internos voltados para as
atividades por elas desenvolvidas, seus sistemas de informações financeiras, operacionais
e gerenciais e o cumprimento das normas legais e regulamentares a elas aplicáveis.
Ø Parágrafo 1º: Os controles internos, independentemente do porte da instituição,
devem ser efetivos e consistentes com a natureza, complexidade e risco das
operações por ela realizadas.
Ø Parágrafo 2º: São de responsabilidade da DIRETORIA da instituição:
§ a implantação e a implementação de uma estrutura de controles internos
efetiva mediante a definição de atividades de controle para todos os níveis de
negócios da instituição;
§ o estabelecimento dos objetivos e procedimentos pertinentes aos mesmos;
§ a verificação sistemática da adoção e do cumprimento dos procedimentos
definidos em função do disposto no item anterior.
Apostila 2022 53
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Desta forma, os Controles Internos de uma instituição financeira (I) devem estar baseados
em modelos internacionais consagrados; (II) prever a conformidade com a legislações,
regulamentação e autorregulação vigente; e (III) incorporar a área de gerenciamento
de riscos.
Apostila 2022 54
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Segregação de Atividades
Chinese Wall
O CHINESE WALL é uma estratégia na qual as instituições financeiras devem ter as
atividades que possam ter conflito de interesse SEGREGADAS, ou seja, separadas. Uma
dessas áreas é a de administração de recursos próprios e recursos de terceiros (por
exemplo, fundos de investimentos), totalmente separadas e independentes, como forma
a prevenir potenciais conflitos de interesses. Por exemplo, o gestor que cuida do capital
próprio do banco, não será o mesmo que gere os recursos dos clientes.
Na prática, isso ocorre fazendo com que as aplicações ou resgates realizados nos fundos
de investimento (através de distribuidores independentes pelo mecanismo de aplicação
por Conta e Ordem) deverão ser realizadas de forma segregada, de modo que os bens e
recursos de cada cliente, não se comunique com o patrimônio do prestador de serviço.
Apostila 2022 55
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Mas qual a definição de LAVAGEM DE DINHEIRO? Ele é o processo pelo qual o criminoso
transforma, recursos obtidos através de ATIVIDADES ILEGAIS, em ativos com uma origem
APARENTEMENTE LEGAL, ou seja, caracteriza-se como crimes de lavagem de dinheiro
ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de
infração penal.
No Brasil, este crime está expresso na Lei 9.613/98 (com alteração pela Lei 12.683/12), e
visam garantir que as instituições financeiras, joalherias, concessionárias de veículos entre
outras, cumpram o seu papel no combate e na prevenção à lavagem de dinheiro. No
âmbito do sistema financeiro, as principais normas regulatórios são do Banco Central
(Circular 3.978) e da CVM (ICVM 617 – no âmbito do mercado de valores mobiliários).
Apostila 2022 57
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Lavagem de Dinheiro
COI: As 3 fases
O crime de Lavagem de Dinheiro ocorre em três etapas basicamente, no qual, muitas
vezes, não são tão simples de se identificar, pois os criminosos acabam fazendo diversas
operações de lavagem de dinheiro e não apenas uma. Estas etapas são chamadas de:
Ø (1) COLOCAÇÃO: Essa é a primeira etapa e os criminosos têm como objetivo
inserir o dinheiro no sistema financeiro. Eles tentam dificultar a identificação da
procedência do dinheiro, com técnicas como: fracionar os valores em pequenos
depósitos, compra de bens ou de instrumentos negociáveis, utilização de
estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em espécie.
Ø (2) OCULTAÇÃO: A segunda etapa consiste em dificultar o rastreamento contábil
dos recursos ilícitos, quebrando a cadeia de evidências ante a possibilidade da
realização de investigações sobre a origem do dinheiro. Os criminosos buscam
movimentá-lo de forma eletrônica, transferindo os ativos para contas anônimas ou
de terceiros (vulgo laranjas), preferencialmente, em países com lei de sigilo bancário;
Ø (3) INTEGRAÇÃO: na última etapa, os ativos são incorporados formalmente ao
sistema econômico. As organizações criminosas prestam serviços entre si ou buscam
investir em empreendimentos que facilitem suas atividades. Uma vez formada a
cadeia, torna-se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.
Apostila 2022 58
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Lavagem de Dinheiro
Bacen e CVM
Conforme mencionamos, o Banco Central e CVM também fazem parte da fiscalização e
combate a lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, no qual chamaremos a
partir de agora de PLD-FT (Prevenção a Lavagem de Dinheiro & Financiamento do
Terrorismo).
A CVM, através da Instrução CVM 617, dispõe sobre a PLD-FT no âmbito do mercado de
valores mobiliários; o estabelecimento da política de PLD-FT, da avaliação interna de risco
e de regras, procedimentos e controles internos; a identificação e o cadastro de clientes,
assim como as diligências contínuas visando à coleta de informações suplementares e, em
especial, à identificação de seus respectivos beneficiários finais; o monitoramento, a
análise e a comunicação das operações e situações mencionadas nesta Instrução; e o
registro de operações e manutenção de arquivos.
Apostila 2022 59
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Lavagem de Dinheiro
Circular 3.978
A circular 3.978 do Bacen, que entrou em vigor em 2020, compilou diversas circulares,
mas também “desengessou” o modelo controles sobre a PLD-FT. Agora as próprias
instituições financeiras devem estabelecer seu conjunto de políticas e procedimentos,
devendo implementar e manter uma política formulada com base em princípios e
diretrizes que busquem prevenir a utilização da sua instituição financeira para práticas
desses crimes. Diante disso, agora cada um dos itens abaixo deverá ser feito uma
AVALIAÇÃO DE RISCO, que são:
Ø clientes,
Ø instituição,
Ø canais utilizados
Ø operações, transações, produtos e serviços; e
Ø funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados.
Esta nova política deverá ser aprovada pelo Conselho de Administração da instituição ou,
na falta deste, por sua diretoria. Além disso, esta circular exige a criação de uma estrutura
de governança para assegurar o cumprimento da referida política, DEVENDO SER
INDICADO AO BACEN O DIRETOR RESPONSÁVEL PELO CUMPRIMENTO DAS NOVAS
OBRIGAÇÕES INTRODUZIDAS POR ESSA CIRCULAR.
Apostila 2022 60
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Lavagem de Dinheiro
Quem está sujeito ao crime?
Vale ressaltar que com a nova Lei (12.683/12), em seus parágrafos 1º e 2º, incorre na
mesma pena quem:
Ø ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de
infração penal:
§ os converte em ativos lícitos;
§ os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em
depósito, movimenta ou transfere;
§ importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
Ø utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal;
Ø participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua
atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.
Ou seja, todas as pessoas que participarem de alguma forma para que o crime de
Lavagem de Dinheiro ocorra, ficarão sujeitas às punições aplicáveis a este crime e diante
disto, é de suma importância que o profissional que trabalha no mercado financeiro atue
de forma extremamente diligente para que não seja enquadrado nesse crime.
Apostila 2022 61
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Lavagem de Dinheiro
Penalização
Às pessoas que incorrem do crime de Lavagem de dinheiro, terão de Pena de reclusão (de
3 a 10 anos) e multa. Esta multa pecuniária, aplicada pelo COAF, será variável não
superior:
Ø ao dobro do valor da operação;
Ø ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela
realização da operação; ou
Ø ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);
Vale ressaltar que esta pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos
nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização
criminosa. Porém, ela poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime
aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer
tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar
espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à
apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à
localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime
Apostila 2022 62
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Lavagem de Dinheiro
Pessoas ligadas ao mecanismo de Controle
Sujeitam-se à lei as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou
eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não:
Ø A captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros;
Ø A compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou
instrumento cambial;
Ø A custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou
administração de títulos ou valores mobiliários.
Ø Pessoas naturais ou jurídicas que prestem no mercado de valores mobiliários, em
caráter permanente ou eventual, os serviços relacionados à distribuição, custódia,
intermediação, ou administração de carteiras , que são funções DO ADMINISTRADOR
FIDUCIÁRIO, GESTOR, CUSTODIANTE e DISTRIBUIDOR INDEPENDENTE;
Ø Os AUDITORES INDEPENDENTES no âmbito do mercado de valores mobiliários;
Ø Bolsas de valores, seguradoras & entidades de previdência complementar,
corretoras de seguros, administradoras de cartão de crédito, administradoras de
consórcios, factorings.
q OBS: Análise e classificação de risco de uma empresa por meio de uma agência de risco
(rating) não são atividades sujeitas as atividades de Lavagem de Dinheiro (PLD-FT).
Apostila 2022 63
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Lavagem de Dinheiro
COAF
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras é o ÓRGÃO MÁXIMO NO COMBATE À
LAVAGEM DE DINHEIRO e sua composição é feita por servidores públicos de reputação
ilibada e reconhecida competência. Ele está vinculado ao Banco Central (mas com
autonomia técnica e operacional) e tem como finalidade disciplinar, aplicar penas
administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades
ilícitas previstas na Lei em setores obrigados como:
Ø Joias, pedras e metais preciosos;
Ø Fomento comercial (factoring);
Ø Bens de luxo ou alto valor;
Ø Setores que não tem regulador próprio.
Apostila 2022 64
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Lavagem de Dinheiro
Comunicação de Operações Financeiras
As pessoas ligadas ao mecanismo de Controle devem comunicar ao COAF:
Ø as operações de depósito ou aporte em espécie ou saque em espécie de valor
igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais);
Ø as operações relativas a pagamentos, recebimentos e transferências de recursos,
por meio de qualquer instrumento, contra pagamento em espécie, de valor igual ou
superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais); e
Ø a solicitação de provisionamento de saques em espécie de valor igual ou superior
a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais)
Deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa,
inclusive àquela à qual se refira a informação, NO PRAZO DE 24 (VINTE E QUATRO)
HORAS, a proposta ou realização, sendo que esta comunicação deverá ser feita através do
SISCOAF – Sistema de Controle de Atividades Financeiras. Vale ressaltar novamente que,
NÃO SE DEVE COMUNICAR O CLIENTE!
Apostila 2022 65
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Lavagem de Dinheiro
Operações Suspeitas (I)
Através da Carta Circular Nº 4.001, o Bacen divulga uma relação de operações e situações
que podem configurar indícios de ocorrência dos crimes de lavagem de dinheiro. A lista é
muito vasta, mas também muito interessante de ser lida, pois ela é construída através de
casos reais. Diante de tantos exemplos, selecionamos os que entendemos serem os mais
relevantes:
Ø depósitos, aportes, saques, pedidos de provisionamento para saque ou qualquer
outro instrumento de transferência de recursos em espécie, que apresentem
atipicidade em relação à atividade econômica do cliente ou incompatibilidade com a
sua capacidade financeira;
Ø depósitos ou aportes em espécie em contas de clientes que exerçam atividade
comercial relacionada com negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais como
obras de arte, imóveis, barcos, joias, automóveis ou aeronaves;
Ø depósitos ou aportes em espécie com cédulas úmidas, malcheirosas, mofadas, ou
ainda que apresentem marcas, símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas em
maços desorganizados e não uniformes;
Ø depósitos em espécie relevantes em contas de servidores públicos e de qualquer
tipo de Pessoas Expostas Politicamente (PEP)
Apostila 2022 66
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Lavagem de Dinheiro
Operações Suspeitas (II)
(...) continuação:
Ø abertura, movimentação de contas ou realização de operações por detentor de
procuração ou de qualquer outro tipo de mandato;
Ø aumentos substanciais no volume de depósitos ou aportes em espécie dentro de
curto período de tempo, a destino não relacionado com o cliente;
Ø fragmentação de depósitos ou outro instrumento de transferência de recurso em
espécie, inclusive boleto de pagamento, de forma a dissimular o valor total da
movimentação;
Ømovimentação em espécie, que apresentem atipicidade em relação à atividade
econômica do cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade financeira;
Ø oferecimento de informação falsa;
Ø operações realizadas com a aparente finalidade de gerar perda ou ganho para as
quais falte, objetivamente, fundamento econômico ou lega;
Ø representação de diferentes pessoas jurídicas ou organizações pelos mesmos
procuradores ou representantes legais, sem justificativa razoável para tal ocorrência;
Ø resistência ao fornecimento de informações necessárias para o início de
relacionamento ou para a atualização cadastral.
Apostila 2022 67
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Lavagem de Dinheiro
Operações Suspeitas (III)
(...) continuação:
Ø informação de mesmo endereço residencial ou comercial por pessoas naturais,
sem demonstração da existência de relação familiar ou comercial;
Ø negociações de moeda estrangeira em espécie ou de cheques de viagem
denominados em moeda estrangeira, que não apresentem compatibilidade com a
natureza declarada da operação;
Ø negociações envolvendo taxas de câmbio com variação significativa em relação às
praticadas pelo mercado;
Ø saques em espécie de conta que receba diversos depósitos por transferência
eletrônica de várias origens em curto período de tempo;
Ø registro de mesmo endereço de e-mail ou Internet Protocol (IP) por pessoas
naturais ou jurídicas, sem justificativa razoável para tal ocorrência.
Este são alguns de tantos exemplos que criminosos utilizam para burlar o sistema. Vale
ressaltar que, estes atos quando justificáveis, não caracterizam como operações suspeitas,
como por exemplo, se houver uma enchente em uma cidade e um marceneiro depositar
R$ 2.000,00 em notas molhadas um dia depois, isso não deverá ser considera como uma
operação suspeita.
Apostila 2022 68
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Lavagem de Dinheiro
Registro das Operações
As instituições financeiras devem manter registros de todas as operações realizadas,
produtos e serviços contratados, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos,
recebimentos e transferências de recursos, devendo conter, no mínimo, as seguintes
informações sobre cada operação:
Ø Tipo;
Ø Valor, quando aplicável;
Ø Data de realização;
Ø Nome;
Ø CPF ou CNPJ do beneficiário da operação (valores acima de R$ 2.000,00);
Ø Canal utilizado.
Apostila 2022 69
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Lavagem de Dinheiro
Pessoas Expostas Politicamente (PEP)
São consideradas Pessoas Expostas Politicamente (PEP) aquelas que desempenha ou
tenha desempenhado, nos últimos 5 (cinco) anos, cargos, empregos ou funções públicas
relevantes, no Brasil ou em outros países, territórios e dependências estrangeiros, assim
como seus representantes, familiares (parentes de primeiro grau, cônjuge, companheiro e
enteado) e outras pessoas de seu relacionamento próximo.
Apostila 2022 70
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Lavagem de Dinheiro
Pessoas Altamente Expostas
São considerados Pessoas Altamente Expostas clientes Brasileiros que trabalhem em
cargos públicos relevantes, tais como: Políticos (Presidente, Ministros, Deputados,
Senadores, etc); Presidentes e Vice-Presidentes de autarquias (Ex. CVM), empresas
públicas de economia mista (Ex. Petrobrás), entre outros.
Apostila 2022 71
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Lavagem de Dinheiro
Processo de Identificação dos Clientes
As pessoas ligadas ao mecanismo de Controle devem implementar procedimentos
destinados a conhecer seus clientes, incluindo procedimentos que assegurem a devida
diligência na sua identificação, qualificação e classificação. Esses procedimentos devem
ser compatíveis com:
Ø o perfil de risco do cliente, contemplando medidas reforçadas para clientes
classificados em categorias de maior risco, de acordo com a avaliação interna de
risco;
Ø a política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo;
Ø a avaliação interna de risco.
Apostila 2022 72
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Lavagem de Dinheiro
Conheça o seu Cliente (KYC)
O Cadastro de Clientes é elemento chave para fins de Prevenção e Combate à Lavagem de
Dinheiro, sendo o dossiê do cliente suporte e subsídio importantes nas análises de
operações dos clientes com a instituição. Caso o cliente se negue a fornecer informações,
a instituição financeira não deve aceitá-lo.
Este documento deverá ser atualizado no prazo máximo a cada dois (2) anos e DEVERÃO
SER CONSERVADOS DURANTE O PERÍODO MÍNIMO DE 10 (DEZ) ANOS A PARTIR DO
ENCERRAMENTO DA CONTA OU DA CONCLUSÃO DA TRANSAÇÃO, prazo este que poderá
ser ampliado pela autoridade competente.
Apostila 2022 73
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Lavagem de Dinheiro
Conhecimento dos Funcionários & Parceiros
As instituições financeiras devem implementar procedimentos destinados a conhecer seus
funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo procedimentos
de identificação e qualificação, devendo esses procedimentos serem compatíveis com a
política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo e com a
avaliação interna de risco aprovada pela sua diretoria.
Apostila 2022 74
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Lavagem de Dinheiro
Conselho de Segurança das Nações Unidas
A LEI 13.810 dispõe sobre o cumprimento de sanções impostas por resoluções do
Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), incluída a indisponibilidade de ativos
de pessoas naturais e jurídicas e de entidades, e a designação nacional de pessoas
investigadas ou acusadas de terrorismo, de seu financiamento ou de atos a ele
correlacionados; e revoga a Lei nº 13.170, de 16 de outubro de 2015.
Esta lei faz com que às instituições reguladas pela CVM e pelo BACEN devam:
Ø monitorar listas de sanções CSNU;
Ø dispor de controles aptos a efetivar imediatamente bloqueio de ativos; e
Ø comunicar imediatamente a indisponibilidade de ativos e as tentativas de sua
transferência ao BACEN ou CVM (conforme aplicável), ao Ministério da Justiça e
Segurança Pública e ao Coaf.
Apostila 2022 75
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Para termos uma noção da importância desses dois riscos, o risco de Imagem é a maior
fonte de preocupação para os executivos norte-americanos constatado perante a edição
da pesquisa Concerns About Risks Confronting Boards, realizada pela EisnerAmper. Ela
confirma que os riscos de imagem são considerados pelos executivos como mais graves
até que os de regulação.
Apostila 2022 77
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Apostila 2022 78
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Risco Legal
Conceito
Podemos definir o Risco Legal como a possibilidade de perdas decorrentes de multas,
penalidades ou indenizações resultantes de ações de órgãos de supervisão e controle,
bem como perdas decorrentes de decisão desfavorável em processos judiciais ou
administrativos, portanto, está associado ao não cumprimento das legislação ou
regulamentação.
Apostila 2022 79
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Insider Trading
Conceito
O crime de Insider Trading ocorre quando um funcionário (ou familiar) de determinada
companhia, devido à sua posição em uma função de confiança, tem acesso privilegiado a
informações relevantes antes que elas sejam de conhecimento público e as utiliza para ter
ganhos no mercado financeiro. É importante ressaltar que não é ilegal saber de
informações privilegiadas, mas sim, obter ganhos no mercado financeiro através destas
informações.
q Exemplo 1: o MPF-SP denunciou Eike Batista por uso de informações privilegiadas, pois
ele teria vendido ações sem informar perspectivas negativas da OSX. Segundo o MPF, o
empresário obteve um lucro de R$ 8,7 milhões ilegalmente.
q Exemplo 2: Gustavo, diretor da empresa XYZ, comenta a seu irmão Rodrigo, que a sua
empresa será comprada pelo dobro do valor que está sendo negociada na bolsa. Com
isso, seu irmão compra as ações antes deste notícia ser divulgada ao mercado, tendo um
lucro por esta informação privilegiada. Após a operação financeira, Rodrigo repassa parte
do lucro ao seu irmão Gustavo. Desta forma, Gustavo e Rodrigo cometeram o crime de
Insider Trading, por terem tido um benefício ao utilizar uma informação privilegiada.
Apostila 2022 80
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Front Running
Conceito
Front Running é uma prática ilegal de obtenção de informações antecipadas sobre a
realização de operação nos mercados de bolsa ou de balcão e que influenciarão a
formação dos preços de determinados produtos de investimento, colocando assim o seu
interesse pessoal acima dos clientes (violando o dever fiduciário). Diferentemente do que
ocorre no Insider Trading, no qual a informação parte de dentro da companhia, a
informação privilegiada do Front Running ocorre de um pedido de execução de uma
grande ordem de um cliente, no qual impactará nos preços das ações.
Por exemplo, um cliente passa uma ordem para comprar 10 milhões de reais da ações da
Casa dos Bancários na bolsa de valores. O funcionário sabendo que essa ordem impactará
no preço do ativo, compra primeiro para si e depois executa a ordem do cliente, tendo
um retorno financeiro ilegal. Desta forma, ele está praticamente o crime financeiro Front
Running.
Apostila 2022 81
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Confidencialidade
Conceito
CONFIDENCIALIDADE se resume a guardar e a proteger todas as informações dos clientes,
de forma a permitir o acesso das mesmas somente às pessoas autorizadas. A exceção da
confidencialidade das informações do cliente ocorrerá quando o profissional:
Ø Responder a processos legais;
Ø Satisfazer a legislação e regulamentação oficiais vigentes;
Ø Atender a obrigações para com empregadores ou sócios;
Ø Defender-se contra acusações de conduta irregular em disputa civil ou criminal;
Ø Prestar serviços profissionais em nome do cliente com autorização por escrito do
mesmo.
Para termos um relacionamento de confiança e de longo prazo com nosso cliente, este é
um princípio que deve executado pelo profissional (instituição financeira) e ser entendido
pelo cliente, que suas informações serão tratadas de forma discreta e segura, nunca
sendo reveladas inadequadamente.
Apostila 2022 82
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Conflito de Interesses
Conceito
Configura-se CONFLITO DE INTERESSE “A situação gerada pelo confronto entre interesses
públicos e privados, que possa comprometer o interesse coletivo ou influenciar, de
maneira imprópria, o desempenho da função pública”, ou seja, são situações onde o
julgamento e/ou atitude da pessoa esteja talvez distorcida em favor de outros interesses,
em detrimento do objetivo primário.
O conflito ocorre principalmente nas questões econômicas e para evitar esse evento, uma
das estratégias é o Chinese Wall ou a utilização das Câmaras de Arbitragem da B3. Outro
ponto em que se pode evitar o conflito de interessa para os profissionais com seus
clientes, é informando exatamente como funciona a remuneração do profissional ou os
benefícios que ele estará recebendo pela comercialização de um produto ou serviço, já
que o cliente estará de posse de todas as informações possíveis, inclusive as que
poderiam gerar o conflito.
Apostila 2022 83
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Outro ponto importante é que a CVM proíbe aos profissionais recomendar produtos ou
serviços ao cliente quando (I) o produto ou serviço não se enquadra ao perfil do cliente;
(II) não sejam obtidas as informações que permitam a identificação do perfil do cliente; ou
por último (III) as informações relativas ao perfil do cliente não estejam atualizada
Apostila 2022 85
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
O perfil pode mudar com o tempo, assim, devesse atualizar os dados do cliente e
rebalancear a carteira de investimentos.
Apostila 2022 86
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API - Análise do Perfil do Investidor
API: Os 3 Pilares
OBJETIVOS DO
SITUAÇÃO FINANCEIRA CONHECIMENTO
INVESTIMENTO
Apostila 2022 87
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
É possível também que o investidor tenha como objetivo fazer aplicações para formação
de uma poupança como reserva para despesas inesperadas. É o que se costuma chamar
de Colchão de Segurança ou Reserva de Emergência.
Os objetivos sempre são acompanhados por uma expectativa de prazo para que eles
sejam atingidos. Por exemplo, um investidor pode querer se aposentar em 30 anos, mas
gostaria de adquirir um novo imóvel em, no máximo, cinco anos. Tão importante quanto o
objetivo é o horizonte desse investimento.
Apostila 2022 88
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
API - Análise do Perfil do Investidor
API: Horizonte de Tempo
Os horizontes de tempo são períodos nos quais uma carteira é dividida e exige-se certa
geração de recursos para atender a importantes objetivos do investidor. Por exemplo:
Ø Curto prazo: menos de 3 anos.
Ø Médio prazo: entre 3 e 10 anos.
Ø Longo prazo: mais de 10 anos.
A definição destes prazos varia de instituição para instituição, portanto não é preciso
decorá-los.
Apostila 2022 89
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Uma forma de se assegurar que o cliente possui tal conhecimento seria verificar qual a
experiência desse cliente com investimentos. Clientes que investem há mais tempo, ou
ainda que investem em produtos mais sofisticados, tendem a apresentar mais
conhecimento do mercado financeiro. Por sua vez, clientes que investem há pouco tempo
(ou mesmo que nunca investiram anteriormente), ou aqueles que concentram suas
aplicações em produtos mais simplificados e de baixo risco tendem a apresentar um
conhecimento menos profundo do mercado financeiro.
Apostila 2022 90
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
API - Análise do Perfil do Investidor
API: Tolerância aos Riscos
A tolerância ao risco é determinada pela:
Ø Disposição de assumir risco (fatores psicológicos):
o Sensação em relação à possibilidade de perder dinheiro;
o Tomar decisões de investimento baseado em medo ou euforia.
Após esta análise, deve-se avaliar e classificar o cliente em categorias de perfil de risco
previamente estabelecidas. Vale ressaltar que a Disposição e a Capacidade de assumir
riscos são independentes, devendo ser colocado como prioritário aquele que for o menor,
ou seja, se o cliente tem baixa DISPOSIÇÃO a risco, mas alta capacidade, devemos
respeitar a disposição do cliente; se a CAPACIDADE a risco for menor que a disposição,
devemos respeitar a capacidade.
Apostila 2022 91
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Apostila 2022 92
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
API - Análise do Perfil do Investidor
API: Tipos de Perfis
Após a realização do API, poderemos ter 3 tipos de Perfis:
Ø Perfil Conservador (RISCO BAIXO): Objetivo principal é a segurança, com a
preservação do capital e baixa tolerância a riscos. Desta forma, suas aplicações
tendem a ter uma rentabilidade menor e, normalmente, ter posições a longo prazo.
Exemplos: Renda Fixa de bancos AAA, fundo de investimentos Referenciados ou
Curto Prazo e Títulos Público.
Ø Perfil Moderado (RISCO MÉDIO): Objetivo principal é ter retornos acima das
aplicações normais de renda fixa, podendo se expor levemente em riscos de renda
variável ou de crédito. Exemplos: fundos de renda fixa de médio e longo prazo;
multimercados; podendo aplicar uma pequena parte em fundos de ações.
Ø Perfil Arrojado (RISCO ALTO): Tem como objetivo correr maior risco buscando
máxima rentabilidade para os seus investimentos Desta forma, o investidor possui
parcela mínima do seu patrimônio para as aplicações mais seguras, investindo em
aplicações mais arriscadas, se valendo também de investimentos especulativos de
curto prazo. Exemplos: day-trades; fundos de ações; exposição em derivativos.
Apostila 2022 93
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Diante destes itens, que são os 3 pilares do API, é necessário analisar, no mínimo:
Ø O período em que o cliente deseja manter o investimento;
Ø As preferências declaradas do cliente quanto à assunção de riscos; e
Ø As finalidades do investimento.
Outro ponto relevante é que, se o cliente solicitar uma aplicação em que não se enquadre
seu perfil (por exemplo, deseja fazer uma aplicação arrojada, mesmo seu perfil sendo
conservador), o profissional deverá orientar e explicar os riscos ao cliente e, caso realize a
aplicação, obter declaração expressa do Investidor.
Apostila 2022 94
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
API - Análise do Perfil do Investidor
API: Prazos de Atualização & Dispensa
O API deverá ser atualizado no MÁXIMO 24 MESES APÓS A SUA REALIZAÇÃO OU
ATUALIZAÇÃO. Isso se refere tanto as informações relativas ao perfil de clientes, como
análise e a classificação das categorias de valores mobiliários que compõem as carteiras
de clientes. Além disso. os profissionais devem MANTER, PELO PRAZO MÍNIMO DE 5
ANOS contados da última recomendação prestada ao cliente, ou da última operação
realizada pelo cliente, conforme o caso, ou pro prazo superior por determinação expressa
da CVM (em caso de processo administrativo).
Apostila 2022 95
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Somente após montar o Fluxo de Caixa da Família, com entradas (rendas) e saídas
(custos), que podemos traçar como serão atingidos os planos par ao futuro: uma troca de
uma casa, uma viagem ou a antecipação de uma aposentadoria.
Vale ressaltar que valores que acumulam ativos não devem ser considerados como
despesas (saídas), tais como aplicações mensais em CDB, VGBL e PGBL.
Apostila 2022 97
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Vale salientar que é muito importa analisar a o impacto da inflação no custo de vida do
cliente. Muitas pessoa possuem salário fixo e não conseguem reajustar a sua renda com o
devido aumento dos gastos gerados pelo aumento dos preços (inflação), gerando uma
perda na qualidade de vida.
RECEITAS DESPESAS
Ø Salários;
Ø Custos fixos (aluguel, financiamentos, prêmios de
Ø Receitas de juros;
seguros, pensão alimentícia,...);
Ø Receitas de dividendos;
Ø Custos variáveis (transporte, alimentação, telefone,
Ø Receitas de aluguéis;
internet, lazer, férias, ...);
Ø Reembolso de impostos;
Ø Qualquer saída recorrente.
Ø Outras receitas.
Apostila 2022 98
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Demonstrações Financeiras Pessoais
Capacidade de Poupança
A capacidade de poupança é um dos principais itens a ser analisado no orçamento
familiar. Ele é o resultado do quanto uma família ganha e o quanto ela consegue guardar a
sua renda. Se as receitas são MAIORES que as despesas, a família possui “Capacidade de
Poupança”, e poderá continuar aumentando o patrimônio e a conquistar seus objetivos
financeiros. Porém, se as receitas são MENORES que as despesas, a família está com
problemas financeiros, necessitando tomar empréstimos para custear seu padrão de vida
ou vendendo ativos para se manter. Segue a fórmula para este indicador:
q EXEMPLO: Rafael tem sua renda líquida de R$ 9.000,00 e consegue investir todos os
meses R$ 300,00. Seu índice de Poupança é:
300
Í789:; 8; <=>?@7ç@ = = 3,33%
9000
Apostila 2022 99
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O objetivo desse recurso é para suprir imprevistos em nossas vidas (batida do carro,
problemas de saúde, e até mesmo desemprego) sem que seja necessário a tomada de
empréstimos com taxas extremamente altas ou a venda de patrimônio (ativos de longo
prazo). O aconselhável é que este valor seja de 3 a 12 meses das despesas correntes, ou
seja, se uma família tem renda de R$ 10 mil por mês e um custo de vida de R$ 5 mil,
iremos analisar de 3 a 12 meses sobre os R$ 5 mil (entre R$ 15 mil e R$ 60 mil para o
fundo de emergência).
Principais Indicadores
Índice de Endividamento
Como vimos, os ATIVOS são compostos por Capital Próprio (PATRIMÔNIO LÍQUIDO) e por
Capital de Terceiros (PASSIVOS), também chamado de Passivo Exigível, que são as dívidas.
Assim, é normal as pessoas terem dívidas para aquisição de bens. No entanto, no
momento em que se começa a adquirir dívidas, é importante que a família passe a
acompanhar a evolução do seu índice de endividamento para garantir que suas contas
estejam sob controle no curto, médio e longo prazo. Sua fórmula é:
ÍNDICE DE
ENDIVIDAMENTO = PASSIVOS (Passivo Exigível)
ATIVOS (Ativo Total)
!$ #$$.$$$
Índice de Endividamento = = 45%
!$ &.$$$.$$$
ALAVANCAGEM
= PASSIVOS (Passivo Exigível)
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Portanto, uma pessoa sem capital de terceiros, ou seja, sem nenhuma dívida, possui
alavancagem financeira igual a zero. Perceba que este indicador leva em consideração as
dívidas pelo patrimônio líquido, já o Índice de Endividamento, leva em consideração os
Ativos. Por isso dizemos: “A com A, não dá”, ou seja, Alavancagem não se compara com
Ativos!
Este código refere-se a todos os produtos de investimentos fiscalizados pela CVM e pelo
BACEN, com exceção a poupança, que não está inclusa no código. Os planos de
previdência (PGBL/VGBL) e os títulos de capitalização não estão incluídos neste código,
pois, além de não serem considerados investimentos (tecnicamente, os planos VGBL são
seguros de vida com cobertura por sobrevivência), são fiscalizados pela SUSEP.
Portanto, a grande “DICA” desde código é literalmente você ler “pausadamente” o nome
do código:
Ø DISTRIBUIÇÃO = Comercialização
Ø PRODUTOS DE INVESTIMENTOS = BACEN & CVM
Além disso, as Instituições Participantes devem exigir que seus profissionais assinem, de
forma manual ou eletrônica, documento de confidencialidade sobre as informações
confidenciais, reservadas ou privilegiadas que lhes tenham sido confiadas em virtude do
exercício de suas atividades profissionais, excetuadas as hipóteses permitidas em lei
(terceiros contratados que tiverem acesso a informação privilegiadas também).
q PARÁGRAFO ÚNICO: No uso de mídia impressa e por meios digitais escritos, o tamanho
do texto e a localização dos avisos e informações devem permitir sua clara leitura e
compreensão.
Neste caso, esses produtos precisam ter ressaltados os (I) riscos da estrutura em
comparação com a de Produtos de Investimento tradicionais; e a (II) dificuldade em se
determinar seu valor, inclusive em razão de sua baixa liquidez. Seus tipos são: Certificados
de operações estruturadas (COE); Debêntures conversíveis; Fundos de Investimento
Imobiliário (FII); Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC); e Fundos de
Investimento em Participações (FIP).
q OBS: Estas regras aplicam-se aos Fundos de Investimentos Constituídos sob a forma de
condomínio aberto, cuja distribuição de cotas independe de prévio registro na CVM, nos
termos da Regulação vigente, mas que não sejam Exclusivos e/ou Reservado e que não
sejam objeto de oferta pública pela Instituição Participante.
A Instituição Participante que estiver atuando por conta e ordem de investidores deve
diligenciar para que o Administrador Fiduciário do Fundo 555 e do FIDC disponibilize, por
meio eletrônico, os seguintes documentos:
Ø Nota de investimento que ateste a efetiva realização do investimento a cada nova
aplicação realizada por investidores por conta e ordem, em até 5 (cinco) dias da data
de sua realização; e
Ø Mensalmente, extratos individualizados dos seus investidores por conta e ordem,
em até 10 (dez) dias após o final do mês anterior.
Esta Teoria não nega que a maioria das decisões econômicas são tomadas de forma
racional e deliberada, mas consideram que, se não forem levadas em conta também as
decisões emocionais e automáticas, os modelos econômicos serão falhos para explicar o
funcionamento dos mercados. Assim sendo, Kahneman e Tversky (1979) criaram a
chamada Teoria da Perspectiva como alternativa à Teoria da Utilidade Esperada (Finanças
Tradicional, em que todos os investidores são racionais e avessos ao risco em todas suas
decisões), comprovando que as pessoas dão muito mais relevância a perdas do que aos
ganhos.
Por exemplo, um investidor que possui ações de uma petrolífera e de uma empresa aérea,
tende a ter minimizado o risco de petróleo. Isto ocorre porque as petrolífera possuem sua
receita atrelada diretamente ao petróleo, ou seja, se houver uma valorização nesta
commoditie a empresa lucrará mais. No entanto, quanto mais alto estiver o petróleo,
menor será o lucro das companhias aéreas, pois o seu custo está atrelado ao combustível
(que vem do petróleo). Desta forma, quando o investidor possui essa composição na sua
carteira de investimentos, há uma redução no risco da variação do petróleo nesta carteira
(pois se houver valorização da commoditie é bom para um lado e ruim para o outro, da
mesma forma que ocorrerá com uma desvalorização).
A utilização destas heurísticas pode levar a uma tomada de decisão equivocada e mesmo,
irracional, ao invés da tomada de decisão racional, na qual se calcula o risco x retorno dos
investimentos. O uso indiscriminado de heurísticas leva a comportamentos viesados, ou
seja, uma tendência sistemática de violar alguma forma a tomada de decisão racional.
q EXEMPLOS:
Ø Acreditar que as ações da empresa XYZ terão um ótimo desempenho no futuro,
pois ela teve um excelente retorno no passado;
Ø Escolher um fundo somente porque rendeu bem no passado.
Ø Imaginar a possível profissão de uma pessoa, utilizando o estereótipo de diversas
profissões;
Ø Não investir mais em imóveis, pois a 10 anos atrás, houve crise imobiliária nos
Estados Unidos;
Ø Antônio começou a investir na bolsa de valores, como todos os meus amigos que
investem na bolsa de valores são ricos, Antônio é Rico!
q EXEMPLOS:
Ø Rafael não deseja investir em imóveis no Brasil, pois recentemente houve uma
crise imobiliária nos Estados Unidos;
Ø Guilherme estava propenso a investir nas ações da Petrobrás, mas mudou de
decisão, pois lembrou que leu no jornal que o Presidente da companhia se demitiu;
Ø Monique calculou a probabilidade de um jovem ter problemas cardíacos, apenas
recordando quantos casos iguais já aconteceram com seus amigos.
Nos três casos, a tomada de decisão se baseou em informações que estão de fácil acesso
ao cérebro, ou seja, que estão disponíveis a eles, mesmo que possam estar equivocados.
q EXEMPLOS:
Ø Guilherme irá vender suas ações somente se o preço ultrapassar o valor do preço-
alvo informado por um analista;
Ø Rafael diz: “quando a bolsa vier a 50.000 pontos, eu irei comprar”;
Ø Antônio acredita que empresa XYZ deve valer R$ 20,00 por ação, porque as ações
de uma outra empresa do mesmo setor, estão sendo negociadas por R$ 20,00;
Ø Um Analista estrangeiro acredita que o valor justo do dólar no Brasil é de R$ 4,00.
Porém, antes de dar a sua opinião, ele lê o Relatório Focus no qual o consenso diz em
R$ 3,50. Com isso, ele ajusta sua opinião para R$ 3,50.
Na maioria dos casos, a escolha seria pelo programa A, mesmo eles tendo as mesmas
consequências. No mercado financeiro, ocorre da mesma forma: quando apresentado
somente a parte positiva, muitos investidores aceitam o investimento, já que lhe foi
omitido (suprimida) a parte do risco. Se lhe fossem apresentado todo o risco, talvez não
tivessem realizado tal investimento.
Em diversos experimentos sobre o tema, foi observado que os indivíduos são impactados
duas vezes mais pelas perdas do que pelos ganhos. Como foi feito isso? Aumentando o
valor do recebimento dos R$ 150 para R$ 200; R$ 250; R$ 300 e assim sucessivamente.
Satisfação (Utilidade)
+2
Ganhos
-3% +3%
-5
Perdas
Ø Taxa DI;
Ø TR – Taxa Referencial;
R$ 500 R$ 1.500
Balança Comercial
PIB = Produção
da Indústria + Produção
Agrícola + Produção
de Serviços
q PRINCIPAIS INFORMAÇÕES:
Ø É a meta da taxa de Juros brasileira;
Ø Definida pelo BACEN através do COPOM;
Ø Alterada através de AGO (cada 45 dias) ou AGE;
Ø Praticada pelo Governo.
SELIC-OVER
Conceito
Já a SELIC-OVER é a taxa de juros apurada no SELIC (Sistema Especial de Liquidação e
Custódia), obtida mediante o cálculo da taxa média ponderada e ajustada das operações
de financiamento por um dia, lastreadas em Títulos Públicos Federais e cursadas no
referido Sistema na forma de operações compromissadas.
A tendência é que a SELIC-OVER tenda a convergir para à SELIC-META. Essa taxa é o que
chamamos de TAXA LIVRE DE RISCO (TLR) da economia brasileira, que é o quanto um
investidor está recebendo por emprestar recursos para o Brasil. Desta forma, a taxa
cobrada nos demais segmentos de empréstimos existentes no mercado brasileiro é
composta pela meta da taxa de juros Selic, acrescido pelo Risco de inadimplência e
demais custos (custos administrativos, impostos, lucro, ...).
q PRINCIPAIS INFORMAÇÕES:
Ø É a média diária das negociações dos Títulos Públicos Federais (TPF);
Ø É alterada diariamente (dias úteis) e anualizada;
Ø Praticada pelo Mercado Financeiro.
CDI X SELIC
Conceito
O Tesouro Nacional, através da emissão de papéis (mercado primário) dá o parâmetro
para a curva de juros da economia brasileira - curva Selic.
No entanto, a taxa Selic Over é obtida mediante o cálculo da taxa média das operações
de financiamento por um dia entre as instituições financeiras, lastreadas em títulos
públicos federais. Quando o financiamento é lastreado em Títulos Privados, temos a taxa
CDI.
Banco
Títulos Privados (CDI)
Central IF IF
Taxa CDI
Venda
de TPF Títulos Públicos Federais
IF
Taxa Selic Over
IF = Instituição Financeira
Taxa de Câmbio
Conceito
Por definição do Banco Central do Brasil a “Taxa de Câmbio é o preço de uma moeda
estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional. No Brasil, a
moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados Unidos, fazendo com que a
cotação comumente utilizada seja a dessa moeda”, ou seja, quanto é necessário de uma
moeda de um país para comprar a moeda de um outro país. No entanto, as moedas
podem ter diversas formas de mensuração (o quanto ela está custando).
Antigamente, a PTAX era calculada através de uma média ponderada pelo volume das
operações no mercado interbancário de câmbio, com liquidação em dois dias úteis. Hoje
em dia, o BANCO CENTRAL consulta os dealers em quatro momentos de alta liquidez no
mercado de câmbio, que informam qual foi o valor que eles numa única negociação que
eles fizeram naquele momento com o dólar americano, ou seja, qual o preço praticado no
mercado interbancário. Com estas informações, o BACEN faz uma MÉDIA SIMPLES
(aritmética), de cada ponta de compra e venda do dólar. A divulgação da PTAX ocorra a
cada consulta (são 4 por dia) e no final do dia também, com a PTAX do dia.
Taxa de Câmbio
Desvalorização do Dólar
Como qualquer objeto, as moedas terão desvalorização quando mais pessoas estiverem
vendendo e/ou houver maior quantidade para vender. Desta forma, quando o dólar está
caro (R$ 4,00), muitas pessoas desejam vender a moeda estrangeira fazendo com que se
tenha mais dólares na economia brasileira DESVALORIZANDO o dólar e VALORIZANDO O
REAL, deixando o cenário mais atrativo para o IMPORTADOR. Esse aumento de dólares
pode ocorrer da seguinte forma:
Quantidade de Quantidade de
Dólares no Brasil Dólares no Brasil
Com o dólar “caro”, o aumento da
$ $ $ quantidade de dólares em $ $ $
$ $ $ circulação poderá ocorrer através $ $ $
de:
o Aumento das Exportações
$ $ $
o Aumento da Conta Turismo $ $ $
US 1,00 = R$ 4,00 o Venda de dólares pelo BC US 1,00 = R$ 2,00
Quantidade de Quantidade de
Dólares no Brasil Dólares no Brasil
Com o dólar “barato”, o seu
$ $ $ aumento de preço poderá $ $ $
$ $ $ ocorrer por causa do: $ $ $
o Aumento das Importações $ $ $
o Diminuição da Conta Turismo
o Compra de dólares pelo BC $ $ $
US 1,00 = R$ 4,00 US 1,00 = R$ 2,00
INFLAÇÃO
Conceito
Inflação é uma alta persistente e generalizada dos preços em uma determinada economia,
gerando a perda do poder de compra. Como assim? Simples, há 10 anos atrás R$ 4,00
compravam uma barra de chocolate de 200 gramas, hoje, os mesmos R$ 4,00 compram
uma barra de chocolate de CEM GRAMAS (a metade). Para comprarmos as mesmas 200
gramas, necessitamos de R$ 8,00. Ou seja, a barra de chocolate dobrou de valor. Isso pode
ocorrer com diversos produtos e serviços.
Para termos uma ideia de como está sendo esse aumento de preços, no Brasil, as duas
principais formas de identificarmos esse aumento são através dos índices:
Ø IPCA: Calculado pelo IBGE, sendo o Índice oficial do Brasil. Ele é principalmente
influenciado pela variação dos preços no VAREJO. Tem como objetivo também,
corrigir os balanços e as demonstrações financeiras trimestrais e semestrais de
companhias abertas.
Ø IGP-M: Calculado pela FGV, sendo um índice para correção dos contratos
bancários e contratos de aluguéis. É principalmente influenciado pela variação dos
preços no ATACADO.
Importante ressaltar que a variação cambial tem impacto mais relevante nos preços do
atacado, do que no varejo. Desta forma, o IGP-M sofre variações mais impactantes do
que o IPCA quando há variações cambiais.
Política Macroeconômicas
Conceito
Políticas Macroeconômicas são ferramentas de um governo para atingir os objetivos do
PIB desejado. Quando um governo deseja que o PIB cresça, chamamos de política
expansionista, e ao contrário, de política contracionista, ou seja:
Ø Política Expansionista: o governo “injetará” dinheiro na economia, fazendo com
que as variáveis que compõe o PIB, aumentem. A consequência é um aumento da
inflação, aumento da liquidez, aumento do PIB e uma diminuição da taxa de juros.
Ø Política Contracionista: o governo “retira” dinheiro da economia, fazendo com
que as variáveis que compõe o PIB, diminuam. A consequência é uma diminuição da
inflação, diminuição da liquidez, diminuição do PIB e um aumento da taxa de juros.
Estas estratégicas poderão vir através de 3 políticas (Monetária, Fiscal e Cambial), sendo
que elas não precisam ter as mesmas estratégias, ou seja, pode-se ter, por exemplo, uma
política monetária expansionista, enquanto a cambial é contracionista, lembrando que o
PIB é a soma de todos os setores que podem consumir dentro de um país (Pessoas Físicas,
chamado de Consumo; Pessoas Jurídicas, chamado de Investimentos; Governo,
considerado os Gastos do Governo; estrangeiros, resultante da Balança Comercial).
q CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS:
Ø COMPOSIÇÃO: Diretoria colegiada do BACEN (Presidente + 7 Diretores);
Ø PRINCIPAL FUNÇÃO: Definir a meta da taxa de juros (selic-META). Esta meta é
baseada pelo IPCA do mercado;
Ø Reuniões: 8 reuniões por ano (a cada 45 dias, reúnem-se durante 2 dias).
Política Monetária
Conceito
Política monetária é o controle da oferta de moeda na economia, ou seja, o meio de
estabilizar e controlar os níveis de preços para garantir a liquidez ideal (equilíbrio) do
sistema econômico do país. Para controlar o dinheiro e a taxa de juros, as autoridades
monetárias utilizam-se dos seguintes instrumentos:
Ø Operações de Mercado Aberto (Open Market): Compra ou venda de Títulos
Públicos Federais (TPF) pelo BACEN. Este é o instrumento mais ágil e eficaz que o
governo dispõe para fazer política monetária.
Ø Depósito Compulsório: O Banco Central obriga os bancos a depositar parte dos
recursos captados dos clientes, via depósitos à vista, a prazo ou poupança, numa
conta no BACEN. Quanto maior o percentual do compulsório, menor será a liquidez
do mercado.
Ø Operações de Redesconto Bancário: É a taxa de juros cobrada pelo Banco Central
pelos empréstimos concedidos aos bancos. Quanto maior a alíquota cobrada pelo
BACEN, menor a liquidez do mercado.
Importante compreender que maior a oferta de moeda na economia, significa ter mais
dinheiro em circulação, e quanto mais dinheiro em circulação, maior o PIB e maior a
tendência de um aumento da inflação.
q EM RESUMO:
Ø EXPANSIONISTA: Uma diminuição do compulsório fará com que os bancos fiquem
com mais recursos para poder emprestar, com isso, haverá mais recursos circulando
na economia.
Ø CONTRACIONISTA: Quando o Banco Central vende títulos públicos, o investidor
entrega o dinheiro para o governo e recebe os papéis (LFT, LTN, NTN-B ...). Desta
forma, há menos dinheiro na economia circulando.
Política Fiscal
Conceito
Política Fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais o Governo arrecada receitas
(impostos, taxas e contribuições) e realiza despesas de modo a cumprir três funções:
Ø Estabilização macroeconômica: crescimento do PIB e controle da inflação;
Ø Redistribuição da renda: projetos sociais, tais como bolsa família;
Ø Alocação de recursos: fornecimento de bens e serviços públicos.
Quando as arrecadações são menores que as despesas, o governo se financia através da
venda de títulos públicos. Esta análise primária, que leva em consideração somente as
despesas NÃO financeiras, quando positiva, chamamos de Superávit Primário, quando
negativa, déficit primário. Ela serve para analisar o quão eficiente está o governo atual.
Para analisar a eficiência do País como um todo, deve-se descontar também os juros que
ele está pagando por toda a sua dívida (dívidas criadas pelo governo atual e pelos
governos anteriores). Este resultado chamados de Superávit/Déficit NOMINAL.
Caso o governo tenha um déficit fiscal, ele pode tomar mais dívida (Vender Títulos
Públicos) ou tentar aumentar sua receita (aumentar os impostos, exceto o imposto de
exportação, já que o seu aumento faz com que as empresas nacionais vendam menos). O
dinheiro do compulsório não pode ser utilizado para isso.
Superávit / Déficit
PRIMÁRIO
= Receitas
(impostos, taxas e
contribuições) ‒ Despesas NÃO
financeiras
Superávit / Déficit
NOMINAL
= Superávit / Déficit
PRIMÁRIO
‒ Pagamento dos
juros da dívida
Pública
Política Fiscal
Exemplo
POLÍTICA OPERAÇÃO
q EM RESUMO:
Ø Expansionista: Quando o Governo faz obras públicas (estradas), ele está
contratando pessoas e pagando com dinheiro. Consequentemente, está retirando
dinheiro dos cofres públicos e injetando na economia.
Ø Contracionista: Quando há um aumento dos tributos, os recursos estão saindo das
empresas e das famílias, e indo para os cofres públicos. Desta forma, há menos
dinheiro circulando na economia.
Apostila 2022 178
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Política Cambial
Conceito
Política Cambial “é o conjunto de ações governamentais diretamente relacionadas ao
comportamento do mercado de câmbio, inclusive no que se refere à estabilidade relativa
das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos”, BC. Nessas políticas,
podemos ter 3 regimes cambiais:
Ø Câmbio Fixo: regime na qual a taxa de câmbio é estritamente imutável ao longo
do tempo. O resultado é uma mudança constante nas reservais cambiais, pois o
governo se compromete a comprar/vender a moeda estrangeira, para manter o
equilíbrio de oferta e demanda.
Ø Câmbio Flutuante: resultado puro de oferta e demanda pela moeda, sem
intervenção do Banco Central, permanecendo inalterado as Reservas Internacionais.
Ø Flutuação Suja: é o Câmbio Flutuante com interferência do Banco Central quando
ele acredita que há desiquilíbrios e há necessidade de correções. Este é o regime no
qual o Brasil se encontra.
A taxa de câmbio interfere diretamente na vida das pessoas, pois diversos produtos são
adquiridos do exterior e outros vendidos para fora do país, influenciando assim os demais
preços da economia.
Política Cambial
Swap Cambial e Swap Cambial Reverso
Swap é um derivativo financeiro que promove simultaneamente a troca de taxas ou
rentabilidade de ativos financeiros entre agentes econômicos (neste caso, uma das partes
é o Banco Central), não ocorrendo transferências de ativos, mas sim um crédito ou débito
em moeda local no final da operação. Nesta operação, os indexadores serão a taxa Selic e
a variação cambial do dólar. Estas operações poderão ser de dois tipos:
Ø Swap Cambial: o Banco Central “vende” dólares com a obrigação de “recomprá-
los” no futuro, recebendo em troca a taxa de juros do período. Desta forma, o
governo age com o intuito de arrefecer uma alta do dólar.
Ø Swap Cambial Reverso: desta vez, o Banco Central está na ponta contrária ao
Swap Cambial. Ao invés de “vender” dólares, ele “compra” dólares para evitar uma
valorização do real (desvalorização do dólar), pagando ao investidor os juros do
período e recebendo a variação do dólar.
Elas funcionam como uma espécie de seguro para o país fazer frente à seus compromissos
financeiros (obrigações no exterior, emissão de moeda e financiar déficits temporários em
seus balanços de pagamentos) e a choques de natureza externa, tais como crises cambiais
e interrupções nos fluxos de capital para o país.
Política Cambial
Balança de Pagamentos
A BALANÇA DE PAGAMENTOS é o saldo das contas externas de um país, ou seja, o
registro das transações de um país com o resto do mundo. Serve para analisarmos se está
entrando ou saindo recursos estrangeiros. No Brasil, os valores são expressos em dólares
americanos, mesmo quando são efetuados com outros países que não os EUA. A Balança
de Pagamentos é formada por duas grandes contas, que são as Transações Correntes e a
Conta de Capitais.
Ø TRANSAÇÕES CORRENTES: São as entradas e saídas cotidianas de um país, como se
fosse a conta corrente de uma pessoa. Ela é subdividida em três outras contas:
o Balança Comercial: Registra o comércio de bens (exportação e importação);
o Conta de Serviços e Rendas: Saldo de comércio de bens, fretes, seguros,
serviços governamentais, juros de empréstimos, dividendos. Aqui está
contabilizada também a Conta Turismo (Viagens Internacionais), que corresponde
aos gastos dos turistas estrangeiros no Brasil, descontada dos gastos que os
brasileiros fazem quando estão viajando.
o Transferências Unilaterais: remessas/doações entre residentes e não residentes.
Ø CONTA DE CAPITAIS: Registra o saldo líquido entre as compras de ativos estrangeiros
por residentes no Brasil, a venda de ativos brasileiros a estrangeiros, além da
Amortização de Dívidas. É como se fosse a “conta de investimentos” de uma pessoa.
Apostila 2022 182
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Política Cambial
Balança de Pagamentos
Balança
Exportação Importação
Comercial
Política Cambial
Exemplo
POLÍTICA OPERAÇÃO
q EM RESUMO:
Ø Expansionista: Quando o Banco Central compra dólares, o governo pretende
deixar o dólar mais “caro”, pois pretende ESTIMULAR AS EXPORTAÇÕES e restringir
as importações, fazendo com que haja um AUMENTO no PIB, lembrando que uma
das variáveis do PIB é Balança Comercial (Exportação menos Importação)
Ø Contracionista: Quando o Banco Central vende dólares, o governo pretende deixar
o dólar mais “barato”, pois pretende ESTIMULAR AS IMPORTAÇÕES e restringir as
exportações, fazendo com que haja uma DIMINUIÇÃO no PIB, pois a Balança
Comercial será negativa.
Matemática Financeira
Conceito
A MATEMÁTICA FINANCEIRA é uma área da matemática para calcular o valor do dinheiro
no tempo, ou seja, quanto um valor hoje deverá valer no futuro ou quanto um valor
futuro deveria valer hoje. A partir de diferentes fórmulas é possível mensurar este valor e
ter uma melhor compreensão sobre finanças e com isso, utilizar melhor o dinheiro para
realizar investimentos, como por exemplo, decidir se é melhor comprar um veículo a vista
ou tomar uma empréstimo; quanto necessito acumular todos os meses para atingir meu
objetivo ou até mesmo, qual o valor de uma empresa hoje baseado nos lucros futuros.
CONVENÇÃO:
R$1.051 Valor
Futuro Ø Seta para cima: Entrada de recursos,
ou seja, resgates de aplicações e
0
tomadas de empréstimos);
5 Mês
1 2 3 4 Ø Seta para baixo: Saída de recursos,
ou seja, aplicações financeiras e
R$ 1.000 Valor Presente pagamentos de dívidas.
Sendo que:
§ J = Juros;
§ C = Capital ou Valor Presente (PV)
§ FV (M) = Montante ou Valor Futuro
§ i = taxa de juros
§ n = prazo ou período
Principal R$ 100.000,00
Após 1 ano 100.000 + (1 × 0,10) × 100.000 = 110.000
Após 2 anos 100.000 + (2 × 0,10) × 100.000 = 120.000
Após 3 anos 100.000 + (3 × 0,10) × 100.000 = 130.000
Após 4 anos 100.000 + (4 × 0,10) × 100.000 = 140.000
J=C×i×n
q SOLUÇÃO DO PROBLEMA:
Ø (1) J = C x i x n
Ø (2) R$ 40.000,00 = R$ 100.000,00 × i × 4 anos
!$ #$.$$$,$$
Ø (3) i =
!$ '$$.$$$,$$ ×# )*+,
Sendo que:
§ PV = Valor Presente
§ FV = Valor Futuro
§ i = taxa de juros
§ n = prazo ou período
Principal R$ 100.000,00
Após 1 ano 100.000 + (0,10) × 100.000 = 110.000
Após 2 anos 110.000 + (0,10) × 110.000 = 121.000
Após 3 anos 121.000 + (0,10) × 121.000 = 133.100
Após 4 anos 133.100 + (0,10) × 133.100 = 146.410
q Regra do QUERO/TENHO:
Ø iQ = taxa de juros cujo resultado se pretende encontrar (taxa que “eu quero”).
Ø iT = taxa de juros cujo resultado já sabemos (taxa que “eu tenho”).
Ø q = período em que está expressa a taxa cujo resultado se pretende encontrar
(prazo que “eu quero”).
Ø t = período em que está expressa a taxa cujo resultado já se sabe (prazo que “eu
tenho”).
Apostila 2022 195
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
q Regra do QUERO/TENHO:
Ø iQ = taxa de juros cujo resultado se pretende encontrar (taxa que “eu quero”).
Ø iT = taxa de juros cujo resultado já sabemos (taxa que “eu tenho”).
Ø q = período em que está expressa a taxa cujo resultado se pretende encontrar
(prazo que “eu quero”).
Ø t = período em que está expressa a taxa cujo resultado já se sabe (prazo que “eu
tenho”).
Apostila 2022 196
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Comparação entre Juros Simples e Composto
Exemplo de Capitalização
Qual o montante produzido por um investimento de R$ 10.000,00 aplicados a uma taxa
de 1% ao mês após 12 meses em juros compostos?
Ø Montante = 10.000 x (1 + 0,01)12
Ø Montante = 11.268,25
Podemos notar então que quando estamos CAPITALIZANDO a taxa de juros, os juro
compostos serão superiores ao juros simples. Ou seja, nesse exemplo, os juros compostos
serão um pouco maior que o juros simples (prazo curto).
Podemos notar então que quando estamos DESCAPITALIZANDO a taxa de juros, os juro
compostos serão menores que os juros simples. Ou seja, nesse exemplo, os juros
compostos serão um pouco inferior que o juros simples (prazo curto).
Importante ressaltar que os tipos de rentabilidades poderão aparecer muitas vezes juntas,
como por exemplo uma rentabilidade observada com retorno relativo (um fundo rendeu
100% do CDI nos últimos 3 anos). Veremos a seguir, as devidas diferenças para cada um
desses tipos.
Tipos de Rentabilidade
Rentabilidade Observada x Esperada
A RENTABILIDADE OBSERVADA de um investimento está relacionada com o conceito de
passado, com o seu devido histórico. Ela é muito comum aparecer quando se quer
demonstrar o retorno de investimento até o exato momento. Por exemplo, “o fundo de
investimentos XYZ rendeu 2% ao mês, nos últimos 36 meses”. Quando ela é apresentada a
um investidor através do retorno passado de um vendo, a lei exige que junto seja incluído
a frase “retornos passados, não são garantias de retornos futuros”.
Rentabilidade Rentabilidade
Observada Esperada
Linha do
Passado Hoje Futuro Tempo
Como regra geral, títulos pós-fixados possuem rentabilidades relativas e títulos prefixados
possuem rentabilidades absolutas.
Tipos de Rentabilidade
Rentabilidade Bruta x Líquida
Imagine que um cliente investiu R$ 100 mil em um CDB que está rendendo 10% em dois
anos. Assim sendo, o valor atual aplicado no banco é de R$ 110.000,00, um rentabilidade
10% no período. No entanto, se ele decidir resgatar o valor do CDB, o que ele terá na sua
conta corrente não serão os R$ 110.000,00, mas sim o valor descontado do Imposto de
Renda (no caso 15%), que será de R$ 108.500,00, ou seja, 8,5%.
Salientamos que diversos investimentos não possuem imposto de renda para pessoas
físicas, tais como poupança, LCI e LCA. Assim, quando tratarmos produtos isentos de IR
com ativos não isentos, devemos fazer a comparação entre os mesmos TIPOS de
rentabilidade. Além disso, quando for feito um resgate de CDB ou Fundos de
Investimentos, o valor que entrar na conta já será o retorno líquido, e não bruto! Já que o
Imposto de Renda é retido na fonte pela instituição.
Já a TAXA REAL é dada pela diferença entre a TAXA NOMINAL e a INFLAÇÃO. Ela será a
taxa que realmente terá gerado de riqueza para o investidor. Como o dinheiro somente é
um meio troca, uma forma de pagamento, o que importa de verdade é o quanto ele está
comprando de bens e de serviços e não o seu valor nominal, mas sim o seu valor real.
Por exemplo, imagine que você tenha R$ 100, uma maçã custe R$ 1,00 e haja uma
aplicação financeira no banco que renda 15% por 1 ano. Hoje você poderia comprar 100
maçãs, mas caso você aplique no banco, no próximo ano terá R$ 115. Porém, se a fruta
estiver R$ 1,10 (aumentou seu preço em 10%), você comprará 104,5 maçãs, ou seja, o seu
ganho REAL por ter investido no banco, será de 4,5 maçãs (4,5%). Perceba que por se
tratar de juros compostos, não foi feito uma subtração da inflação pela da taxa nominal
(15% menos 10%), mas uma divisão de taxas que te ensinaremos a seguir.
Tipos de Rentabilidade
Rentabilidade Real x Nominal
Para calcularmos a taxa real, utilizamos a fórmula de Fischer:
1 + #$%$ +,-./$(
#$%$ &'$( = − 1 ×100
1 + 0/1($çã,
Mas não se preocupe, te ensinaremos de uma forma fácil como calcular pra prova!
No entanto, podemos simplificar dizendo que: 15% – 10% = 5%. Portanto, a resposta é um
pouco MENOR que 5%. E se ao invés de inflação de 10% fosse DEFLAÇÃO de 10%?
(1 + 0,15) = 1,277 -1 = (0,277)×100 = 27,7%
§ Cálculo Matemático:
(1 − 0,10)
Utilizamos o mesmo raciocínio, porém repara que MENOS com MENOS é MAIS:
§ 15% – (–10%) = 15% + 10% = 25%, assim a resposta será um pouco MAIOR que 25%.
Desta forma, é muito comum que a performance de determinada aplicação (CDB, fundo
de investimentos, ...), seja expressa por meio de uma porcentagem relativa. Por exemplo:
“A aplicação no CDB do banco XYZ rende 90% do CDI”. Assim sendo, o valor do CDI será a
base do rendimento do CDB. Se o CDI do período fosse de 10%, o CDB teria rendido 9%
(90% da remuneração do CDI).
Além de ser utilizado para a remuneração de um certo ativo, também é utilizado para
saber se o retorno do investimento (ou de uma carteira de investimentos) foi adequado
ao risco assumido (renda fixa: CDI ou SELIC; ações: IBOVESPA).
Este estudo considera que os fluxos de caixa do projeto são reinvestidos pela própria TIR,
o que acaba sendo um grande problema, pois dificilmente ocorrerá na prática.
!" $
CMPC = !" # $
×#$ + !" # $
×#&× ' − )#
Retorno Custo do
Peso do Requerido pelos Peso do Capital de Benefício Fiscal
Capital acionistas Capital de Terceiros
Próprio (CAPM) Terceiros
q Onde:
Ø PL: Patrimônio Líquido Ø RP: Retorno do Capital Próprio (CAPM das ações)
Ø D: Dívidas Ø RT: Retorno de Terceiros (YTM de debentures)
Ø PL + D = Total de Ativos Ø IR = Alíquota do imposto de renda
!".$$$ %".$$$
Ø (1) CMPC = ×$%% + ×(% × $ − %, +
%".$$$&!".$$$ %".$$$&!".$$$
!".$$$ %".$$$
Ø (2) CMPC = ×$%% + ×(% × $ − %, +
'$$.$$$ '$$.$$$
Ø (4) CMPC = ,, -% + .% × %, /
Renda Fixa
Introdução
Os títulos de renda fixa são contratos onde de um lado alguém está precisando de
dinheiro e do outro, a contraparte aceita emprestar os recursos cobrando uma certa taxa
de juros, podendo ela ser conhecida desde o início (juro prefixado) ou indexada (IPCA,
IGP-M, CDI, Selic,...).
Quando este devedor for o governo federal, dizemos que é um título público federal,
sendo o emissor da dívida o Tesouro Nacional. Já quando for um agente privado (bancos,
padarias, lojas,...), classificamos como títulos privados. Portanto, este mercado está
relacionado à gestão de títulos de crédito, sendo os seus instrumentos de renda fixa
geridos e fiscalizados pelo Banco Central, juntamente com a Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), quando se tratar, principalmente de ofertas públicas.
Renda Fixa
Tipos de Renda Fixa
Esses títulos possuem uma remuneração financeira pré-estabelecida e por este motivo o
nome de “renda fixa”, pois a renda (retorno) será fixado em algo, podendo ser:
Ø Prefixados: Onde a taxa de juros é previamente conhecida, ou seja, sabemos a
remuneração final desde o início. Pode ser um desconto sobre o valor de face (ex:
um desconto sobre um cheque) ou uma taxa pré-estabelecida (ex: 10% ao ano).
Ø Pós-Fixados: Onde a taxa será atrelada a uma referência de mercado (CDI, IPCA,
IGP-M) e que iremos saber a rentabilidade somente no final da aplicação. Por
exemplo, CDB rendendo 100% do CDI. No final da aplicação, calcula-se o CDI do
período do contrato e corrige o título a esta taxa.
Por se tratar de uma dívida, ela poderá ser paga aos poucos ou apenas no final. Desta
forma, poderemos classificar os títulos de renda fixa também como::
Ø Zero Cupom (Bullet): São títulos que toda a remuneração é paga no final, ou seja,
não possui juros periódicos e por isso o nome “sem cupom”.
Ø Amortizados: São títulos no qual, além dos juros serem pagos durante a dívida,
parte do principal também será paga antes da data de vencimento. Pois juros é o
“fruto” do que você investiu, já amortização é o próprio valor que você investiu.
Isso por que os títulos públicos possuem uma avaliação de risco, via de regra, menor do
que os privados. Por exemplo, o risco soberano de um país é menor do que o risco de
uma empresa desse país. Dessa forma, os títulos privados costumam pagar um juro
(remuneração) superior aos títulos públicos, devido ao seu prêmio por risco de crédito ser
maior. Sendo assim, cada título de dívida possui uma taxa de juros relacionada, que
considera uma taxa livre de riscos mais um prêmio pelo risco e esta diferença a chamamos
de Spread.
tempo (t)
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Governo Federal;
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas;
Ø Remuneração: Prefixada (aplica-se um desconto sobre o valor de R$ 1.000,00);
Ø Cupom: não possui;
Ø Relação inversa: quanto maior a taxa de desconto, menor o seu PU;
Ø Riscos: alto risco de mercado (taxa de juros) e baixo risco de crédito (governo);
Ø Quando devemos investir: indicado para investidores que desejam baixíssimo
risco de crédito e que acreditam na queda da taxa de juros (SELIC), pois ela já está
com a sua rentabilidade garantida até o final.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Governo Federal;
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas;
Ø Remuneração: Pós-fixada (valor aplicado corrigido pela taxa Selic);
Ø Cupom: não possui;
Ø Relação DIRETA: quanto maior a taxa Selic for no período, maior a rentabilidade;
Ø Riscos: baixo risco de mercado (taxa de juros) e baixo risco de crédito (governo);
Ø Quando devemos investir: indicado para investidores que desejam baixíssimo
risco de crédito e que acreditam na ALTA da taxa de juros (SELIC).
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Governo Federal;
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas;
Ø Remuneração: Híbrida (valor aplicado corrigido pelo IPCA + uma taxa fixa);
Ø Cupom: não possui;
Ø Relação: relação direta com o IPCA;
Ø Riscos: moderado risco de mercado (taxa de juros) e baixo risco de crédito;
Ø Quando devemos investir: indicado para investidores que desejam baixíssimo
risco de crédito e que desejam se proteger do risco da inflação (IPCA) ou que
acreditam na alta do IPCA.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Governo Federal.
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas.
Ø Remuneração: Híbrida (valor aplicado corrigido pelo IPCA + uma taxa fixa).
Ø Cupom: SIM, sendo ele semestral.
Ø Relação: relação direta com o IPCA;
Ø Riscos: moderado risco de mercado (taxa de juros) e baixo risco de crédito.
Ø Quando devemos investir: indicado para investidores que desejam baixíssimo
risco de crédito e que desejam se proteger do risco da inflação (IPCA) ou que
acreditam na alta do IPCA, além de fluxo de caixa semestral. Possui menos risco de
mercado que as NTN-B Principal.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Governo Federal.
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixada (aplica-se um desconto sobre o valor de R$ 1.000,00);
Ø Cupom: SIM, sendo ele semestral.
Ø Relação inversa: quanto maior a taxa de desconto, menor o seu PU.
Ø Riscos: alto risco de mercado (taxa de juros) e baixo risco de crédito (governo).
Ø Quando devemos investir: indicado para investidores que desejam baixíssimo
risco de crédito e que acreditam na queda da taxa de juros (SELIC), pois ela já está
com a sua rentabilidade garantida até o final, além de fluxo de caixa semestral.
Possui menos risco de mercado que as LTN.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Compra de títulos públicos pela internet, a partir de R$ 30,00, com aplicação
máxima de R$ 1 milhão por mês, sendo a quantidade mínima de 0,01 de um título
(ou seja, 1% do valor do título);
Ø A liquidez das aplicações é garantida através do programa diário de recompra do
Tesouro Nacional, gerando liquidez para ao investidor. Importante ressaltar que não
há limite financeiro para vendas .
Ø Taxa de custódia cobrada pela B3 é de 0,25% ao ano, podendo ser acrescido por
taxa de custódia de instituições financeiras acordadas com o seu investidor;
Ø Pode ser adquirido diretamente pelo site do Tesouro Direto ou no site da
Instituição Financeira.
Caderneta de Poupança
Características
Este é o investimento mais simples e mais popular do Brasil. É um produto exclusivo dos
bancos com carteiras de Crédito Imobiliário, Caixas Econômicas, Sociedades de Crédito
Imobiliária e Associações de Poupança & Empréstimos. A sua principal função é financiar
o setor de habitação.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Remuneração:
o TR + 0,5% ao mês para pessoas físicas e TR + 1,5% ao trimestre para PJs, se a
Meta-Selic estiver (MAIOR) que 8,5% a.a; ou
o TR + 70% Selic se a Meta-Selic estiver (MENOR OU IGUAL) a 8,5%a.a. (esta
regra somente é válida para aplicações a partir de 04/Maio/12). Aplicações antes
desse período, as rentabilidades da Poupança sempre serão de TR + 0,5%a.m
para pessoas físicas; e TR + 1,5% a.t para Pessoas Jurídicas.
Ø Rentabilidade: sempre deverá completar 30 dias da aplicação para pessoas físicas
(se resgatar em 58 dias, receberá somente 30 dias) ou 90 dias para pessoas jurídicas;
Ø Tributação: Isenta de IR para as Pessoas Físicas e entidades sem fins lucrativos.
Ø Possui FGC: SIM.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Bancos Comerciais, de investimento, de desenvolvimento e múltiplos.
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas.
Ø Rentabilidade: Prefixado ou Pós-fixado (DI, TR, TLP, IPCA, ...).
o Prazo mínimo com base na remuneração:
§ TR ou TJLP – 1 mês;
§ TBF – 2 meses;
§ Índices de inflação – 1 ano.
Ø Tributação: tabela regressiva de renda fixa (22,5% a 15%).
Ø Garantia de FGC: SIM.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Bancos comerciais, múltiplos, de desenvolvimento e de investimento, e
por sociedades de crédito, financiamento e investimento.
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas.
Ø Rentabilidade: Prefixado ou Pós-fixado (DI, TR, TLP, IPCA, ...).
Ø Tributação: tabela regressiva de renda fixa (22,5% a 15%).
Ø Mercado Secundário: Não possui, o RDB é intrasferível e inegociável.
Ø Garantia de FGC: SIM.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: bancos múltiplos com carteira de crédito, financiamento e
investimento e as sociedades de crédito, financiamento e investimento.
Ø Investidores: Pessoas Físicas e Jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixado ou Pós-fixado (DI, TR,TLP, IPCA, ...).
Ø Tributação: tabela regressiva de renda fixa (22,5% a 15%).
Ø Garantia de FGC: SIM.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Instituições financeiras autorizadas a conceder créditos imobiliários
(Ex: Bancos Comerciais, múltiplos e a Caixa Econômica Federal).
Ø Investidores: Pessoas Físicas e Jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixado ou Pós-fixado (DI, TR, TLP, IPCA, ...).
Ø Tributação: isenta de imposto de renda SOMENTE para as Pessoas Físicas.
Ø Prazo mínimo: Prazo mínimo de 90 dias ou limitado pelo prazo das obrigações que
serviram de base para o seu lançamento.
Ø Garantia de FGC: SIM.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Instituições financeiras.
Ø Investidores: Pessoas Físicas e Jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixado, Pós-fixado e também atrelado a variação cambial.
Ø Tributação: isenta de imposto de renda SOMENTE para as Pessoas Físicas.
Ø Prazo mínimo: Prazo mínimo de 90 dias ou limitado pelo prazo das obrigações que
serviram de base para o seu lançamento.
Ø Garantia de FGC: SIM.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Bancos Comerciais, de investimento, de desenvolvimento e múltiplos.
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas.
Ø Rentabilidade: Prefixado ou Pós-fixado (DI, TR, TLP, IPCA, ...).
Ø Tributação: tabela regressiva de renda fixa (22,5% a 15%).
Ø Prazo mínimo: Não poderá ser resgatado antecipadamente e nem parcialmente
antes de 6 meses e o seu prazo máximo é de 36 meses.
Ø Garantia de FGC: SIM, porém possui garantia especial de até R$ 40 milhões.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Instituições Financeiras.
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas.
Ø Rentabilidade: taxas de juros prefixadas, combinadas ou não com taxas flutuantes
ou índices de preço, ocorrendo pagamento de rendimentos em intervalos de, no
mínimo, 180 dias.
Ø Tributação: tabela regressiva de renda fixa (22,5% a 15%).
Ø Prazo mínimo: mínimo de 2 anos, sendo vedado o resgate total ou parcial antes do
vencimento (porém, podem ser negociadas no mercado secundário).
Ø Garantia de FGC: NÃO POSSUI!
Operações Compromissadas
Características
A operação compromissada é aquela em que o vendedor assume o compromisso de
recomprar os títulos vendidos em uma data futura, com o valor e remuneração
previamente definido (pré ou pós fixado, caso seja um parâmetro). Na mesma operação o
comprador, por sua vez, assume o compromisso de revender o título ao vendedor na data
acordada e com o pagamento do preço fixado, sendo esses valores maiores que o valor de
emissão. Ou seja, o comprador atua como credor (empresta fundos para o vendedor) e o
vendedor como devedor (usa títulos como garantia).
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Operação: Sempre uma das partes necessita ser uma instituição financeira;
Ø Títulos que podem estar nessa operação: Títulos públicos, CDB, LH, LCI, CRI,
Debêntures, CPR com liquidação financeira, ... E demais títulos que venham a ser
autorizados pelo Banco Central. Quando o lastro for título privado, as operações
ocorrerão na B3 e quando for público, ocorrerão no SELIC;
Ø Garantia de FGC: SIM, desde que tenham como objeto títulos emitidos após
08.03.2012 por empresa ligada.
Por também ter funcionalidade de renda fixa, sua tributação segue a tabela regressiva de
renda fixa (22,5% para até 6 meses, chegando a 15% acima de 720 dias).
Além disso, caso o material publicitário do COE contenha cenários, não poderá ser dado
destaque ao melhor cenário em detrimento dos outros cenários.
Portanto, o limite de R$ 250 mil é por CPF/CNPJ e por instituição financeira, não
podendo ser ultrapassado este valor.
Debêntures Incentivadas
Características
As Debêntures Incentivadas, conhecidas como “Debêntures de Infraestrutura”, foram
criadas com o intuito de financiar projetos de infraestrutura de longo prazo (prazo mínimo
de 4 anos), considerados prioritários pelo Governo Federal. Desta forma, são títulos de
crédito privado com isenção fiscal (IR) de empresas que desejam financiar seus projetos a
um custo mais acessível.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissor: Sociedades de Propósito Específico (SPE), de capital aberto ou fechado;
Ø Rentabilidade: Taxa de Juros Prefixada + índice de preços ou TR;
Ø Tributação: Isento para pessoas físicas e de 15% para pessoas jurídicas;
Ø Obrigatório pagamento de cupom, com periodicidade mínima de 180 dias;
Ø Obrigatório prazo médio ponderado superior a 4 anos;
Ø Garantia de FGC: NÃO, porém pode haver outras garantias.
q LEMBRE-SE: REFLUQSU!
q DEMAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: todos os credores dos créditos imobiliários.
Ø Negociação em mercado secundário.
Ø Emitidas com ou sem garantia real (hipoteca ou alienação fiduciária) ou
fidejussória (aval ou fiança);
Ø Companhias securitizadoras adquirem CCI para emissão de CRI;
Ø A CCI pode ser remunerada à taxa prefixada ou pós-fixada, inclusive por índices de
preços, de acordo com o indexador do direito creditório nela representado.
q DEMAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Rendimentos isentos de Imposto de renda (PF).
Ø Podem ser Pré ou Pós-fixados.
Ø Pode ser emitido com alienação fiduciária dos direitos creditórios vinculados ao
título, o que aumenta ainda mais as garantias dos investidores nessa operação.
q DEMAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Rendimentos isentos de Imposto de renda (PF).
Ø Podem ser Pré ou Pós-fixados.
Ø Pode ser emitido com alienação fiduciária dos direitos creditórios vinculados ao
título, o que aumenta ainda mais as garantias dos investidores nessa operação.
Companhia Securitizadora
Fluxo (Securitização)
Credor possui Direitos de 6
crédito imobiliário/agronegócio
sobre o Devedor. Geração de
fluxo financeiro futuro
1 2
Credor Securitizadora Investidores
4 ($) 3 ($)
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Securitizadora de Créditos Imobiliários.
Ø Investidores: Pessoas Físicas e Jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixado, Pós-fixado e também atrelado a variação cambial.
Ø Tributação: isenta de imposto de renda SOMENTE para as Pessoas Físicas.
Ø Garantia de FGC: NÃO!
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Securitizadora de Direitos Creditórios do Agronegócio.
Ø Investidores: Pessoas Físicas e Jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixado ou Pós-fixado e também atrelado a variação cambial.
Ø Tributação: isenta de imposto de renda SOMENTE para as Pessoas Físicas.
Ø Garantia de FGC: NÃO!
IMA-Geral ex-C
Média ponderada dos retornos diários
do IMA-B, IMA-C, IMA-S e IRF-M
Importante ressaltar que não há fato gerador quando se transfere a custódia de uma
instituição financeira para outra, desde que seja para o mesmo CPF ou CNPJ. Por exemplo,
transferência de títulos do Tesouro Direto entre instituições financeiras.
Ø TOMADOR: É aquele que não possui as ações e as toma emprestadas para vender,
para posteriormente recomprar (um dos motivos é tentar lucrar com a queda dos
preços). Assim, sua tributação será como renda variável, podendo incorporar ao
custo da operação, as despesas com o aluguel. Se houver dividendos ou JCP pagos
durante o período em que o tomador possui as ações, este valor deverá ser
descontado do tomador, após o pagamento do Imposto de Renda.
O IOF funciona como um instrumento para regular a economia. Com base na arrecadação
desse imposto, o governo federal acompanha com mais precisão a demanda e a oferta de
crédito. Por se tratar de um imposto regulatório, o IOF pode ser alterado a qualquer
momento, sem depender da aprovação do Congresso Nacional. Isto facilita o controle de
crédito.
q OBS: Para não inverter as ordens de IOF e IR, lembre-se do alfabeto, primeiro vem a
letra F para depois vir o R, ou seja, primeiro o ioF e depois o iR.
Renda Variável
Conceitos
A RENDA VARIÁVEL é o tipo de investimento cuja remuneração ou sua forma de cálculo
não é conhecida no momento da aplicação. Esses investimentos são mais arriscados e
recomendados para investidores de perfil moderado ou arrojado. São exemplos desses
tipos de investimos: ações; moedas, tais como dólar, euro, iene...; commodities (soja, café
arábico, boi gordo, petróleo); Clubes de Investimentos e Fundos de Investimentos.
Alguns definições serão importantes sabermos durante nossos estudos, tais com:
Ø Acionista minoritário: É o acionista que possui uma quantidade não expressiva de
ações com direito a voto, sendo estes protegidos pela CVM.
Ø Acionista(s) Controlador(es): É quem exerce o poder de controle na sociedade,
seja uma pessoa ou grupo de pessoas, sendo estes fiscalizados pela CVM.
Ø Home Broker: É o sistema online de uma corretora que permite seu cliente a
comprar e vender ativos na B3 sozinho, sem a necessidade de um operador. Os
principais ativos negociados são ações, derivativos e fundos de investimentos.
Ações
Tipos
As ações se diferenciam basicamente pelos direitos que concedem a seus acionistas. No
Brasil, elas estão divididas em dois grandes grupos: as ações ordinárias e as ações
preferenciais. Ambos os tipos de ações devem ser nominativas (seu detentor é
identificado nos livros de registro da empresa).
Importante ressaltar que é obrigatório que no mínimo 50% das ações sejam ordinárias, e
em caso de falência, ela será o último débito a ser quitado pela empresa, portanto há
um maior risco comparado as PN.
Ações
Ações Preferencial (PN)
As ações preferenciais nominativas (PN) são aquelas que menos protegem o acionista
minoritário, pois não lhe dão o direito de votar em assembleia e em caso de venda da
empresa, não lhe garantem o direito de participar do prêmio de controle (valor pago ao
acionista que detém o comando, no caso de venda da empresa). Desta forma, suas
características são:
Ø Não dá direito a voto (há exceções);
Ø Prioridade na distribuição de dividendo;
Ø Prioridade no reembolso do capital, com ou sem prêmio;
Ø Número de ações preferenciais sem direito a voto não pode ultrapassar 50% do
total de ações emitidas.
Ø Caso a companhia não distribua resultados por três exercícios consecutivos, as
ações preferenciais podem adquirir direito a voto, o qual será mantido até que se
faça a distribuição de dividendos.
o A aquisição do direito a voto valerá tanto nas companhias abertas ou fechadas,
onde foi estipulado dividendo fixo ou mínimo e nas companhias abertas onde foi
estipulado dividendo mínimo de 3% do patrimônio líquido.
Ações
Classe
As empresas podem emitir diferentes classes de ações e criar quantas classes quiser,
dentro de seu tipo (ON ou PN). Essas classes de ações recebem uma letra, conforme
objetivos específicos. Por exemplo, a empresa pode estabelecer em seu estatuto valores
diferenciados de dividendos ou proventos especiais para cada classe de ação.
Uma ação PNA indica uma ação PN (Preferencial Nominativa) classe A. A classe A pode
indicar que seja uma ação com dividendo mínimo e a classe B, uma ação com dividendo
fixo.
As classes são descritas por letras (A, B, C, ...), após o ON e PN, sendo que no Estatuto
Social é que são determinadas as vantagens e restrições de cada uma delas.
Depositary Receipts
Benefícios
A empresa estrangeira que decide acessar o Mercado Internacional, listando um
programa de ADR, BDR ou GDR, pode se beneficiar de:
Ø Ampliação e diversificação de sua base de acionistas;
Ø Maior visibilidade entre investidores, consumidores e clientes internacionais;
Ø Aumento da liquidez total de sua ação ao atrair novos investidores;
Ø Maior cobertura de research fora de seu país de origem;
Ø Alternativa adicional para captação de recursos;
Ø Negociação de suas ações ao lado das ações de seus pares nos mercados
internacionais;
Ø Paridade de preços com pares globais por meio da prestação de informações
reconhecidas internacionalmente;
Ø Melhor valuation internacional ao se colocar junto a seus pares;
Ø Moeda de troca opcional para possíveis fusões e aquisições.
Os certificados patrocinados são emitidos por uma instituição depositária contratada pela
companhia estrangeira emissora dos valores mobiliários. Além disso, esta companhia é
responsável por divulgar todas as informações necessárias, fazendo parte do processo.
Outro ponto importante é que a categoria Patrocinada pode ser classificada como Nível I,
Nível II ou Nível III. Já a categoria Não Patrocinado é emitido sem o envolvimento da
empresa estrangeira, desta forma, só pode ser classificado como nível I.
Vale ressaltar que, desde 22 de outubro de 2020, as BDRs Nível I estão dispostas a
negociação a quaisquer investidores, desde que:
Ø o mercado de maior volume de negociação desses ativos, nos últimos 12 meses,
seja um ambiente de mercado estrangeiro classificado como “mercado reconhecido”;
Ø o emissor dos valores mobiliários que servem de lastro aos BDR esteja sujeito à
supervisão por parte da entidade reguladora do mercado de capitais do mercado de
maior volume de negociação.
Apostila 2022 289
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
D R
t rega B 2. R$
BANCO 8. En
DEPOSITÁRIO
(emite BDR) Através de uma
Instituição Financeira
que atue nos dois países
e opere com câmbio.
7. Notifica o Depositário
3. U$
BANCO 4.
CUSTODIANTE 6. Entrega ações CORRETOR Bolsa de
(custódia de ações) AMERICANO Valores
5. Ações
Apostila 2022 293
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
ga ADR 2. US $
tre
BANCO 8. En
DEPOSITÁRIO
(emite ADR) Através de uma
Instituição Financeira
que atue nos dois países
e opere com câmbio.
7. Notifica o Depositário
3. R$
BANCO 4.
CUSTODIANTE 6. Entrega ações CORRETOR Bolsa de
(custódia de ações) BRASILEIRO Valores
5. Ações
Apostila 2022 294
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
4.2.1 Direitos dos Acionistas Minoritários
Apostila 2022 295
295
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
AGO e AGE
Conceito
q Assembleia Geral Ordinária (AGO): deve ser convocada obrigatoriamente pela
diretoria da sociedade e tem como objetivo verificar resultados, discutir e votar relatórios
e eleger o conselho fiscal da diretoria. Assembleia deve ser realizada anualmente e em até
quatro meses depois do encerramento do exercício social da empresa.
A forma tem que ser escrita; o prazo de duração fica a critério dos contratantes podendo
ser fixado por termo ou condições resolutivas.
Tag Along
Conceito
É um instrumento que promove a extensão do prêmio de controle aos acionistas
minoritário. O tag along é previsto na legislação brasileira e assegura que a alienação,
direta ou indireta, do controle de companhia aberta, somente ocorrerá sob a condição de
que o acionista adquirente se obrigue a fazer oferta pública de aquisição das ações com
direito a voto de propriedade dos demais acionistas da companhia, de modo a lhes
assegurar o preço no MÍNIMO IGUAL A 80% DO VALOR PAGO POR AÇÃO COM DIREITO A
VOTO, pelas ações integrantes do bloco de controle.
q EXEMPLO: Rafael é sócio majoritário e vende o controle da sua companhia pelo valor
de R$ 10,00 por ação (ON). Assim, todos os sócios minoritários que possuem ações ON,
deverão receber uma proposta para venderem as suas ações por no mínimo R$ 8,00, se
desejarem, ou seja, 80% do que o Rafael vendeu. Importante notar que as ações PN não
possuem esse direito!
Governança Corporativa
Níveis de diferenciados de Governança
A Bovespa (atual B3) criou em dezembro de 2000, três segmentos especiais de listagem
para as companhias, além do tradicional (lei das S/A). A B3 não registra automaticamente
as empresas nestes níveis, sendo necessário a assinatura do Contrato de Adoção de
Práticas Diferenciadas no nível que se deseja, celebrado entre a B3 e a companhia
(administradores e acionista controlador). Este contrato é imprescindível, pois, enquanto
estiver em vigor, torna obrigatório o cumprimento dos seus requisitos, tendo a B3 o dever
de fiscalizar e, se for o caso, punir os infratores. Estes níveis são:
Ø Nível 1 (padrão mais baixo de Governança, mas maior que a Lei);
Ø Nível 2 (padrão alto de Governança, porém com ações PN e ON);
Ø Novo Mercado (mais alto padrão de Governança)
Governança Corporativa
Nível 2
Neste nível, a empresa todavia mantém ações PN na sua composição, mas garante maior
equilíbrio de direitos entre todos os acionistas, pois os itens mais relevantes, foram
melhorados (ou seja, muda tudo, exceto que ainda mantém ações PN). Estes itens são:
Ø Free Float Mínimo de 25%: Significa que a empresa deverá manter em circulação
uma parcela mínima de ações que represente 25% do seu capital social;
Ø Demonstrações financeiras traduzidas para o Inglês (USGAP ou IFRS);
Ø Tag Along de 100% para ações ON e PN;
Ø Aderência a Câmara de Arbitragem para dirimir conflitos societários;
Ø Conselho de Administração com no mínimo 5 pessoas, sendo 20% de
conselheiros independentes.
Ø Presidente do Conselho e o Diretor Presidente não poderão ser a mesma pessoa;
Ø As ações preferencias terão direito a voto, no mínimo, nos seguintes itens:
o Transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia;
o Avaliação de Bens destinados à integralização de aumento de capital;
o Escolha da instituição para determinação do Valor Econômico da empresa;
o Aprovação de contratos entre a Companhia e o Acionista Controlador que
sejam deliberados em Assembleia Geral.
Governança Corporativa
Resumo
Quanto maior, mais benefício ao acionista minoritário
IPO
ae mercado primário
mp
$ res (underwriting)
a
C CTVM Bolsa de
Ações Valores / Mercado
Mercado Primário
Ações C
de Balcão
V CTVM
Mercado secundário:
$
títulos passam a ser negociadas
entre os investidores
Este regime é pouco comum para a emissão de ações, pois o agente financeiro só
assumirá o risco se houver uma demanda estimada pelas ações muito maior do que o
volume da oferta
q RESUMO: Podemos resumir este processo sendo uma MESCLA DA GARANTIA FIRME
COM O DE MELHORES ESFORÇOS.
q RATEIO: se a demanda pelo IPO (procura de investidores) superar a oferta (valor que a
empresa deseja captar no mercado), haverá rateio, ou sejam, os investidores terão direito
a um número menor do que o solicitado.
q ORDEM A MERCADO: já a ordem a mercado significa que não importa o valor que será
a oferta, a corretora executará a ordem do cliente no preço da oferta.
Banco Coordenador
Definição
É a instituição financeira contratada pelas empresas para fazer a intermediação, nas
ofertas públicas de ações, debêntures, notas promissórias e demais valores mobiliários,
cabendo ao coordenador realizar as seguintes tarefas:
Ø Analisar e projetar a situação financeira da empresa emissora;
Ø Selecionar e encaminhar toda a documentação necessária para a divulgação do
lançamento para a CVM;
Ø Formação do preço da ação ou debênture no lançamento;
Ø Divulgar junto ao público o lançamento dos papéis;
Ø Suspender ou cancelar a distribuição, caso verifica alguma irregularidade, mesmo
após a obtenção do registro, desde que justifique a devida decisão.
Para pode ser o Coordenador de uma oferta, a instituição financeira dever uma Corretora
(CTVM), Distribuidora (DTVM) ou Banco de Investimento. Além disso, um detalhe
importante é que PODE TER MAIS DE UM BANCO COORDENADOR, PORÉM UM SERÁ
DENOMINADO COORDENADOR LÍDER.
Agente Fiduciário
Definição
A figura de AGENTE FIDUCIÁRIO é de suma importância nas emissões de debêntures. Ele
é o responsável por representar e defender os interesses dos debenturistas perante a
companhia emissora da dívida, podendo-se valer de qualquer ação para isso,
principalmente quando for um caso de calote eminente. Caso seja este o motivo, ele
poderá:
Ø Executar garantias reais, receber o produto da cobrança e aplicá-lo no pagamento,
integral ou proporcional dos debenturistas;
Ø Requerer falência da emitente, se não existirem garantias reais;
Ø Tomar qualquer providência necessária para que os debenturistas realizem os seus
créditos.
Outro ponto importante é que o Agente Fiduciário deve ser pessoa natural capacitada ou
uma instituição financeira, mas sempre autorizada pelo Banco Central. Estas pessoas não
podem ser Agentes Fiduciárias, se houve qualquer tipo de conflito de interesse.
Ressaltamos também que, caso o Agente Fiduciária causa prejuízos aos debenturistas por
culpa ou dolo, ele responderá por estes atos.
Banco Liquidante
Definição
q BANCO LIQUIDANTE: é a instituição financeira responsável por prestar serviços de
liquidação financeira das operações registradas no Sistema Nacional de Debêntures (SND)
e no Sistema de Distribuição de Títulos (SDT), bem como pelo pagamento das taxas
relativas ao uso do SND. Para poder realizar as operações, o Banco Liquidante possui uma
conta “Reservas Bancárias”, em espécie, no Banco Central do Brasil. Essa conta, habilitada
na B3 e indicada pelos participantes da operação, tem como finalidade a liquidação das
operações registradas nos sistemas citados acima (SDT e SND).
Agentes de Custódia
Definição
q AGENTES DE CUSTÓDIA: Antes de identificar quem são estas instituições, devemos
compreender o que significa o serviço de custódia. Podemos definir esse serviço como
sendo a guarda, manutenção, atualização e exercício de títulos e ativos negociados no
mercado financeiro. Desta forma, os títulos financeiros adquiridos pelo investidor, ficam
guardados em nome dos investidores, sob a responsabilidade de uma terceira parte – o
tal de custodiante.
Assim, podemos dizer que os Agentes de Custódia são instituições que tem como uma das
funções principais, fazer a guarda dos ativos de clientes, tanto de pessoas físicas, quanto
de pessoas jurídicas. Além disso, o custodiante realiza os seguintes serviços:
Ø Realiza serviço de cadastro perante as instituições onde o cliente deve ser
representado;
Ø Envia informações aos órgãos reguladores;
Ø Executa a liquidação física e financeira das operações;
Ø Administra os dividendos, juros, direitos de subscrição, entre outros.
Importante ressaltar que, se a companhia for registrada no novo mercado, ela tem a
obrigatoriedade de realização de oferta de compra de todas as ações em circulação, pelo
valor econômico.
Não se preocupe, você não precisa decorar todos os índices, pois somente os itens em
vermelho serão cobrados na prova e os discriminaremos a seguir.
q Critérios de inclusão: para a ação estar dentro do índice do BOVESPA ela deverá, nos
últimos 12 meses:
Ø Estar listada entre os ativos que representam 85% do índice de negociabilidade,
(este índice é calculado através do volume financeiro e o número de negócios); e
Ø Estar presente em 95% dos pregões;
Ø Deverá ter volume financeiro maior ou igual a 0,1%. Além disso, ações “penny
stocks” (cotação abaixo de R$ 1,00) não poderão permanecer no índice.
Desta forma, as estratégias mais usuais e que são cobradas na prova são:
Ø Compra a Vista;
Ø Venda à vista;
Ø Compra com uso de margem;
Ø Venda Descoberta;
Ø Aluguel de Ações;
Ø Long & Short;
Ø Operações a Termo.
Estratégias de Investimentos
Compra à Vista ou com Uso de Margem
Estas operações envolvem a compra de ações no mercado a vista, ou seja, pelo preço no
momento da compra. A diferença entre os dois é que pela COMPRA À VISTA o investidor
possui os recursos para a devida aquisição das ações; já na COMPRA COM USO DE
MARGEM o investidor utilizada uma linha de crédito fornecida pela Corretora. Nos dois
casos é uma estratégia com pensamento em ser sócio da companhia e obter retornos com
a alta das ações.
Como a COMPRA COM USO DE MARGEM, é um pouco menos usual, vamos explanar um
pouco mais as suas características. Conforme dito, ela é uma compra através de uma linha
de crédito disponível para que investidores comprem ações à vista na B3, mesmo sem ter
dinheiro em conta, tornando assim uma compra alavancada. A carteira do investidor é
dada como garantia para o financiamento. Assim, é possível aproveitar oportunidades do
mercado sem ter que se desfazer de ações. As linhas de crédito variam conforme as ações
que compõem a carteira do investidor (primeira linha, segunda linha, etc.), além de que
nem todas as ações são permitidas a serem adquiridas através dessa operação. Sua lista,
podemos encontrar no site da B3, em “Relação Conta Margem”.
Essa VENDA DESCOBERTA é como quando você deseja usar um veículo que não tem.
Assim, você vai até uma locadora de veículos e faz um contrato de empréstimo: você pode
utilizar o veículo da forma que quiser, mas ao final do contrato, necessita devolve-lo e
pagar um valor pelo aluguel. Assim também funciona com as ações: uma pessoa que não
possui estas ações vai até um local chamado BTC (Banco de Títulos CBLC), aluga as ações
de outros investidores que possuem e que desejam emprestar, e no final do contrato, é
necessário devolver as mesmas ações e pagando-lhes um juros. Desta forma, o TOMADOR
das ações agora pode VENDER algo que ele não tinha e se os preços diminuírem, ele
recompra por um preço mais barato e devolvem as ações para quem lhe emprestou
(DOADOR, que seria a locadora de veículos). Agora, se os preços das ações subirem, ele
precisará comprar por um valor mais caro, perdendo dinheiro!
Estratégias de Investimentos
Aluguel de Ações
Retomando o nosso exemplo da Venda Descoberta, no qual havia uma “locadora de
veículos”, a operação de ALUGUEL DE AÇÕES é exatamente ser a locadora de veículos, ou
seja ser o DOADOR das ações.
Vale ressaltar que para o TOMADOR (estratégia de Venda Descoberta), a receita federal
continua tributando como Renda Variável, tratando este juros pago ao DOADOR, como
um custo financeiro.
Estratégias de Investimentos
Operações a Termo
O TERMO DE AÇÕES nada mais é que um contrato entre o comprador e o vendedor de
alguma ação, firmando que um dos lados se obriga a comprar no futuro as ações pelo
PREÇO DE HOJE + JUROS e o outro que irá vender por este valor definido. Por se tratar de
uma operação futura, a B3 exige garantias de ambos os lados, podem ser em dinheiro ou
em ativos mobiliários.
Dividendos
Conceito
DIVIDENDO É O LUCRO DISTRIBUÍDO EM DINHEIRO ISENTO DE IR (Imposto de Renda).
O percentual mínimo é definido pelo estatuto e caso seja omisso, a lei determina que seja
de 50% a sua distribuição. Após seu pagamento, o preço da ação sofre uma redução do
mesmo valor do dividendo pago por ação (ação passa a ser negociada ex-dividendo). Este
processo ocorre em 3 etapas (anúncio, ajuste e pagamento).
Ø DATA DO ANÚNCIO: Data em que o corpo diretivo da empresa aprova e declara
que serão pagos dividendos;
Ø DATA DO AJUSTE DE PREÇO DE MERCADO (EX-DIVIDENDO): Data em que o preço
de mercado se ajusta ao dividendo e que é definido a base acionária que receberá o
dividendo! A partir desta data, o investidor que comprar a ação não terá mais direito
ao dividendo anunciado;
Ø DATA DO PAGAMENTO: Empresa efetivamente paga os dividendos aos acionistas.
Perceba que o acionista que receberá os dividendos é aquele que possui as ações no dia
do EX-DIVIDENDO. Ele não precisa possui as ações antes dessa data e mesmo que ele
venda as ações no dia posterior a data do ex-dividendo, ele terá direito ao recebimento na
da DATA DO PAGAMENTO.
Inicialmente parece ruim, mas é uma excelente estratégia, já que a tributação nas PJ varia
de 25% a 35% sobre o lucro e nas pessoas físicas é de 15%. Outro ponto importante é que
após seu pagamento, o preço da ação sofre o mesmo efeito que ocorre no pagamento dos
dividendos, ou seja, é negociada ex-juros.
Direito de Subscrição
Conceito
O DIREITO DE SUBSCRIÇÃO, também chamado de Bônus de Subscrição, são títulos
negociáveis emitidos por sociedades por ações que conferem aos seus titulares, nas
condições constantes do certificado, o direito de subscrever ações do capital social da
companhia, dentro do limite de capital autorizado no estatuto. Tem como objetivo a
proteção dos acionistas dos efeitos de diluição e valor de sua propriedade já existente.
Por se tratar de um título negociável, que dá o direito de comprar novas ações e possui
um prazo definido, o direito de Subscrição se assemelha a uma CALL (opção de compra).
Para a prova, uma das diferenças entre esses Direitos e a Bonificação de Ações, é que no
primeiro o acionista precisa desembolsar os recursos para comprar as ações, já no
segundo é gratuito.
RToro Education Uma empresa possui ao total 100 ações, que estão
1 sendo negociadas na bolsa por R$ 5,00. Desta
100 ações forma, o seu valor de mercado é de R$ 500,00!
Bônus de Subscrição
Exemplo de Cálculo
A empresa “RToro Education S/A” está aumentando seu capital social em 30% através de
uma subscrição aos seus acionistas. O valor de mercado atual das ações está em R$ 2,50
e o valor da subscrição será de R$ 2,40. Desta forma, qual será o valor das ações após o
período da subscrição (Ex-Subscrição)?
A incorporação de reservas aumenta o valor do Capital Social, mas não altera o valor do
Patrimônio Líquido, pois ele é uma das contas do Patrimônio Líquido. Nesse caso, o capital
social é aumentado pela capitalização de reservas (novas ações foram emitidas para os
atuais acionistas). Como não ocorre incremento do patrimônio líquido, apenas
movimentação de contas em seu interior, o valor da empresa não se altera, somente o
valor da ação é modificado, vide que hão há entrada de novos recursos, pois os recursos
já estão na empresa.
Bonificação de Ações
Exemplo de Cálculo
Uma empresa que possui ao total 1.000 ações, teve um lucro líquido de R$ 2.000,00.
Através de uma assembleia, a companhia decide que 25% deste lucro será distribuído
em forma de bonificação de ações a valor de mercado. Sabendo que as ações estão
sendo negociadas a R$ 5,00, como ficaria a posição de um acionista chamado Rafael,
que possui 10% da companhia, após a bonificação?
q RESPOSTA: Para resolvermos esse tipo de questão, pense da seguinte forma: “se o
acionista recebesse o valor em dinheiro, e depois tivesse que comprar as ações pelo valor
da bonificação, com quanto ele ficaria?”. Claro que ele não vai precisar desembolsar esse
valor, mas o resultado final será o mesmo! Desta forma:
(1) Antes de Bonificação, Rafael possuía 100 ações (10% de 1.000 ações da companhia).
(2) Como a empresa vai distribuir 25% de R$ 2.000,00, a empresa distribuirá R$ 500,00.
(3) Rafael tem direito a 10% dos R$ 500,00, ou seja, R$ 50,00.
(4) Como a bonificação ocorrerá ao valor de R$ 5,00, Rafael irá ganhar DEZ AÇÕES, pois
com R$ 50,00, ele poderia comprar 10 ações a R$ 5,00.
(5) Posição final: 100 + 10 ações da bonificação = 110 ações.
q EXEMPLO: Um investidor possui 200 ações a R$ 30,00 cada (R$ 6 mil). Sabendo que a
empresa fez um Split de 1 pra 3 (ou seja, de 200%), qual será a nova posição e qual o novo
valor da ação?
RESPOSTA: Para cada ação que o investidor possuía, ele passará agora a ter o triplo, ou
seja, 3 ações, tendo ao total 600 ações. Como ele deve manter o mesmo valor financeiro
investido (R$ 6.000,00), cada ação deverá valer agora R$ 10,00. Perceba que o preço e a
quantidade de ações possui uma relação inversamente proporcional nesses
procedimentos!
Grupamento (Inplit)
Conceito
O GRUPAMENTO, também chamado de INPLIT, é a junção de várias ações em uma só,
tendo por finalidade diminuir a volatilidade destes títulos em circulação de uma empresa.
Normalmente este processo ocorre em empresas que o valor nominal da sua ação está
sendo negociado em centavos. Desta forma, diminuirá a quantidade de ações no
mercado e, ao mesmo tempo, aumentará a cotação na mesma proporção.
q EXEMPLO: Um investidor possui 5.000 ações a R$ 0,10 cada (R$ 500,00 ao total).
Sabendo que a empresa fez um Inplit de 10 para 1, qual será a nova posição e qual o novo
valor da ação?
RESPOSTA: A cada 10 ações do investidor, ele passará a ter 1, ou seja, sua nova posição
será de 500 ações. Como ele deve manter o mesmo valor financeiro investido (R$ 500,00),
cada ação deverá valer agora R$ 1,00. Perceba novamente, que o preço e a quantidade de
ações possui uma relação inversamente proporcional nesses procedimentos!
Precificação de ativos
Conceitos
Os modelos de precificação de ativos servem para que o investidor de renda variável
encontre o retorno exigido por ele para investir em uma determinada companhia, ou seja,
qual o valor justo destas ações. Este Retorno Exigido, também chamado de Retorno
Requerido, leva em consideração um conceito muito importante, o de “aversão ao risco”,
que significa que quanto maior o risco, maior o Retorno Exigido.
Precificação de ativos
Conceitos
Continuando sobre os tipos de “valor da empresa”, os outros dois importantes são:
Ø VALOR DE MERCADO: este é o valor que está sendo negociado as ações no
mercado secundário, ou seja, na bolsa de valores (B3). Este é o valor mais comum
que escutamos no nosso dia: “as ações da RToro Education S/A fechou hoje na bolsa
brasileira a R$ 30,00. Com isso, ela está valendo R$ 90 bilhões de reais”. O valor total
da empresa se baseia na multiplicação do valor de mercado pelo número de ações.
Ø VALOR ECONÔMICO: este é o valor que é realizado pelas empresas de análise,
através dos modelos de precificação, sendo o principal deles o de Cash Flow (Modelo
de Fluxo de Caixa Descontado). Quando uma empresa pretende realizar uma OPA e
não ser mais uma empresa de capital aberto (não ter mais negociações na bolsa de
valores), é através deste tipo de avaliação na qual é oferecido a seus acionistas a
venderem suas ações.
q OBS: a Análise Fundamentalista NÃO utiliza na sua concepção, os preços que foram
negociados no passado pela empresa. Ela se importa somente com os “fundamentos
econômicos”, ou seja, os múltiplos da empresa.
Análise Fundamentalista
Lucro por Ação (LPA)
O LUCRO POR AÇÃO (LPA) é uma medida econômica para mostrar a parcela de lucro
líquido que cada ação tem por direito. Isto não quer dizer que o acionista irá receber em
dividendos esse valor, pois o dividendos é a distribuição do lucro, o que normalmente é
menor que o lucro do período.
Por exemplo, a empresa RToro Education S/A possui 1.000.000 ações e teve um lucro
líquido R$ 10 milhões no seu último ano-fiscal . Desta forma, o LPA da empresa foi de
R$ 10,00, ou seja, cada ação tem o direito de receber R$ 10,00 de lucro. Mesmo que a
empresa não distribua todo o valor em dividendos, foi gerado este lucro ao acionista
(crescimento da empresa + dividendos recebido).
q FÓRMULA:
LUCRO LÍQUIDO
!"# =
Número Total de Ações
Por exemplo, a empresa RToro Education S/A possui 1.000.000 ações, R$ 15 milhões em
ativos e R$ 10 milhões em passivos, portanto, seu Patrimônio Líquido é de R$ 5 milhões.
Desta forma, podemos afirmar que seu VPA é de R$ 5,00 por ação, já que basta dividir o
Patrimônio Líquido pelo número de ações.
q FÓRMULA:
Patrimônio Líquido
="# =
Número Total de Ações
Análise Fundamentalista
P/L: Preço sobre o Lucro
O P/L (Preço sobre o Lucro) é o múltiplo mais comum para avaliar se uma ação está
barata ou cara. Este indicador significa “quanto tempo vou demorar para recuperar o
capital investido, através do lucro líquido anual da empresa”. Na análise de projetos,
chamamos esse conceito de Payback. Desta forma, quanto menor o índice, maior a
atratividade de se investir na ação (mais “barata” está, pois mais rápido você receberá o
capital investido de volta).
Por exemplo, uma empresa A está sendo negociada na bolsa por R$ 10,00 e possui um
lucro por ação igual a R$ 2,00, possuindo desta forma um P/L de 5 (anos). Já a empresa B
está sendo negociada por R$ 18,00, tem um lucro por ação igual a R$ 6,00, assim, seu
P/L é de 3 (anos). Portanto, a empresa B está mais barata que a empresa A!
q FÓRMULA:
Preço de Mercado
"/! =
LUCRO LÍQUIDO
Este indicador serve para analisarmos quanto tempo (em anos) é necessário recuperar o
investimento na compra da empresa, quitando o endividamento da companhia, somente
com a geração de caixa (EBITDA). Da mesma forma que o P/L, quanto menor for o
indicador, mais atrativo está a compra das suas ações.
Outro ponto importante deste indicador é que ele não utiliza o Lucro Líquido da empresa,
já que o Lucro Líquido também leva em consideração a parte não operacional.
Análise Técnica
Conceito
A Análise Técnica (Gráfica) estabelece projeções para os preços das ações baseadas no
comportamento em si do preço e do volume na observação do comportamento passado
dos preços e dos volumes negociados. Em resumo, a análise técnica estuda as
movimentações nos preços passados e, a partir daí, explica a sua evolução futura.
Diferentes métodos são utilizados, mas todos confiam nos mesmos princípios:
Ø Existência de tendências;
Ø Procura por padrões no comportamento dos preços que ocorreram no passado e
possam ocorrer novamente;
Ø Preços das ações já refletem todas as informações disponíveis até o momento
(fundamentos da empresa não são relevantes.
Ø Principal Indicador:
§ Suporte: Preço da ação não diminui mais que o valor do suporte.
§ Resistência: Preço da ação não sobe mais que o valor da resistência.
Resistência
Suporte
As principais ofertas públicas que NÃO ESTÃO SUJEITAS A ESTE CÓDIGO são:
Ø Ofertas de esforços restritos, desde que não sejam de debêntures e de ações;
Ø De lote único e indivisível de valores mobiliários, salvo se utilizarem Prospecto;
Ø Ofertas Públicas de ações de propriedade da União, Estados, Distrito Federal e
municípios e demais entidades da administração pública (desde que não objetive
colocação junto ao público e que seja realizado em leilão organizado por entidade
administradora de mercado organizado)
Ø De emissão de empresas de pequeno porte e de microempresas, assim definidas
em lei, salvo se utilizarem Prospecto;
Ø Ofertas Públicas de COE – Certificados de Operações Estruturadas.
Ø As Ofertas Públicas de quotas de quaisquer fundos de investimento, incluindo os
fundos estruturados (tais como FIP, FIDC, FII e FUNCINE).
Além disso, a imposição das penalidades será dispensada se for reeditada a publicação
e/ou divulgação, conforme o caso, com as devidas correções até o 2º (segundo) dia útil da
publicação e/ou divulgação incorreta, com os mesmos padrões e através de meios ao
menos iguais aos utilizados para a publicação e/ou divulgação original.
q EM RESUMO:
Ø Perdas incorridas: pode compensar perdas no próprio mês ou nos meses
subsequentes. Compensar day trade com day trade e não day trade com não day
trade;
Ø Tempo para compensação: não há prazo. O investidor pode transferir o saldo para
o ano seguinte (ou anos seguintes) até efetivar a compensação do prejuízo, desde
que lançado na Declaração de Ajuste Anual.
Ø NÃO É POSSÍVEL COMPENSAR PREJUÍZOS FUTUROS COM LUCROS PASSADOS, ou
seja, se o investidor lucrou R$ 50.000,00 em janeiro/2020 e teve um prejuízo de
R$ 50.000,00 em fevereiro/2020, deverá pagar o imposto sobre o lucro de janeiro e
manter o “crédito” do prejuízo a compensar para o futuro.
Apostila 2022 378
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Tributação: Renda Variável
Compensação do IRRF
Da mesma forma, o investidor poderá compensar o IR Retido na Fonte (IRRF), respeitando
as seguintes regras:
Ø IRRF não day trade:
o Deduzido do imposto sobre ganhos apurados no mês;
o Compensado com o imposto incidente sobre ganhos apurados nos meses
subsequentes; ou
o Compensado na declaração de ajuste anual do IR se, após as deduções ou
compensações, houver saldo do imposto retido até 31/12.
Ø IRRF day trade:
o Deduzido do imposto sobre ganhos apurados no mês;
o Compensado com o imposto incidente sobre ganhos apurados nos meses
subsequentes; ou
o Se houver saldo de IRRF a compensar em 31/12, a pessoa física deverá solicitar
sua restituição diretamente à RFB.
4.3 Derivativos
Apostila 2022 386
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Derivativos
Conceito
Um dos principais pilares de uma gestão financeira é o conceito e a mensuração de risco.
Isto por que, sob a ótica de uma empresa, as expectativas de lucro nos empreendimentos
devem ser analisados juntamente com os riscos envolvidos no negócio, por exemplo, não
basta uma empresa brasileira vender sua mercadoria aos estados unidos sem analisar a
exposição do risco de descasamento entre o recebimento em dólares e o custo de
produção (ocorrido em reais).
Para as incertezas ocorridas na vida das pessoas (falecimento, doenças, incêndio) foram
criados produtos específicos pelo mercado segurador. Já para as incertezas ocorridas nos
mercados financeiros (variação cambial, de taxas de juros, valor das ações, ...), surgiram os
contratos derivativos, assunto deste capítulos.
Derivativos
Tipos de Derivativos
Os derivativos podem ser divididos em 4 grupos:
Ø CONTRATO A TERMO: contrato na qual as duas partes (comprador e vendedor)
possuem obrigação em honrar o pagamento financeiro e a entrega do objeto
estabelecido em contrato. Não possui padronização.
Ø CONTRATO FUTURO: instrumento financeiro semelhante ao Contrato a Termo,
porém padronizado. Somente é realizado em mercados organizados como a B3,
sendo o púnico tipo de contrato que possui ajuste diário.
Ø SWAP: acordo entre duas partes para trocar fluxos de caixa no futuro, definindo as
datas que os fluxos de caixa serão pagos e a forma de cálculo.
Ø OPÇÃO: O contrato de opção tem característica semelhante a um seguro, no qual
um dos lados paga um prêmio, recebendo um direito (opção de querer ou não
querer a realização do contrato) e a contraparte que recebeu o prêmio, fica com a
obrigação. Nos seguros de carro, o segurado paga o prêmio e tem o direito de
exercer o seu seguro, já a seguradora que recebeu o prêmio, tem a obrigação de
honrar o contrato, caso assim o segurado deseje.
Derivativos
Participantes do Mercado
Desta forma, os agentes que utilizam estas estratégias, são chamados de:
Ø HEDGERS: São os participantes do mercado ligados ao produto físico que buscam
proteção de preços, como por exemplo, os produtores rurais, os exportadores ou
importadores. Eles acabam realizando contratos futuros, definindo no presente, os
valores para comprar ou vender dólares, soja, café ou qualquer outro ativo.
Ø ARBITRADOR: Os arbitradores são aqueles que realizaram uma operação de
arbitragem, comprando no mercado A e vendem no B. O arbitrador acaba agindo
exatamente como um árbitro, por acabar com as distorções de preços entre
mercados diferentes.
Ø ESPECULADORES: São a maioria do mercado e estão interessados em auferir
ganhos com as flutuações de preços. Podem usar tanto análises fundamentalistas
quanto análise gráficas. São aqueles que utilizam operações de Alavancagem ou de
Especulação.
Ela é uma sociedade por ações com fins lucrativos que atua, no mercado de derivativos,
como contraparte (como a vendedora de todos os compradores e como compradora para
todos os vendedores). Para tanto, exige garantias prévias dos participantes (margem).
Além disso, ela organiza, regulamenta e fiscaliza os mercados de liquidação futura. Ela
também administrar as margens de garantia, os ajustes diários e as entregas físicas na
Bolsa. Em resumo, a B3 reduz ao máximo o risco de crédito entre os agentes, além de
mitigar o risco de liquidação.
Local de Negociação
Mercado de Balcão
O MERCADO DE BALCÃO ORGANIZADO é um ambiente com sistemas informatizados e
regras para a negociação de títulos e valores mobiliários (ações; cotas de fundos; entre
outros ativos). Este ambiente é administrado por instituições, devendo ser autorizado pela
CVM e, portanto, sendo fiscalizado por ela também. Estas instituições autorizadas são
chamadas de “instituições autorreguladoras” e no Brasil, esta instituição é a B3.
Sistemas de Garantias
Ajuste Diário: Exemplo
Rafael comprou dólares através de um contrato futuro no dia 03/03/2019 a R$ 4,00. Neste
dia, o preço de ajuste do fechamento foi de R$ 4,10 (ou seja o dólar se valorizou desde o
momento da sua compra). Desta forma, a diferença de foi de R$ 0,10 a seu favor. Assim,
no dia 04/03/2019 será CREDITADO um valor de R$ 0,10 por dólar na sua conta da
corretora (agora o valor de R$ 4,10 será o novo preço base de Rafael).
Neste dia 04/03/2019, no qual houve o crédito na sua conta, o preço de ajuste do
fechamento foi de R$ 3,90 (ou seja, o dólar se desvalorizou neste dia). Como o preço base
para o ajuste agora é de R$ 4,10, será DEBITADO um valor de R$ 0,20 por dólar na sua
conta da corretora.
Esse processo de AJUSTE DIÁRIO ocorre diariamente, fazendo com que se o ativo tiver se
valorizado, o comprador terá um CRÉDITO e o vendedor terá um DÉBITO. Já se o ativo se
desvalorizar, o comprador terá um DÉBITO e o vendedor terá um CRÉDITO.
Mercado a Termo
Conceito
Representa um acordo para a compra ou a venda de certa quantidade de um ativo em um
momento determinado no futuro a um preço fixado, quando do fechamento do acordo. O
contrato a termo pode ser negociado mediante um contrato particular, não necessitando
de uma Bolsa de Futuros.
Em outras palavras, quando efetivamos uma compra a termo, estamos tratando de uma
compra a prazo e com juros (recebendo o ativo hoje mas com a obrigação de pagar
“amanhã”). Já quando fazemos a venda de ações a termo, estamos recebendo o dinheiro
hoje porém com a obrigação de recomprar futuramente esta ativo financeiro.
Por se tratarem de “operações a prazo” são exigidos garantias (Cobertura e Margem) mas
não possuem ajuste diário. Outro ponto importante é que são contratos NÃO
PADROZINADOS.
Mercado a Termo
Termo de Dólar
O contrato a termo de moedas possibilita a negociação de taxa de câmbio ou de paridade
futura. Dessa forma, é possível fixar, antecipadamente, o valor em reais correspondente a
um montante em moeda estrangeira que será liquidado futuramente. No vencimento, a
liquidação ocorre pela diferença entre a taxa a termo contratada e a taxa de mercado
definida como referência aplicada ao nocional da operação. A B3 disponibiliza registro de
termo de moedas com (realizada pela Clearing House) e sem garantia (realizada somente
entre as partes).
Um cliente deve optar por esta operação ao invés do Contrato Futuro, quando ele não
deseja dispor de capital para os possíveis ajustes diários, colocando somente ativos como
garantia. No entanto, por não ser padronizado, pode ocorrer de ser mais caro.
Sua vantagem em relação ao contrato futuro de câmbio é que não há ajuste diário,
somente chamada de margem.
Contrato Futuro
Formação de Preço
O Preço Futuro (F) de qualquer é o seu preço à vista (S – spot) acrescido da taxa de juros
livre de risco. Assumindo que a taxa de juros livre de risco (i) é constante e igual para
todos os vencimentos (t), temos:
!
!=#× %+'
Um conceito importante é o de BASE, que é a diferença entre o preço futuro de uma
mercadoria para um vencimento qualquer e o seu preço a vista.
Preços
Preço Futuro
Base
Preço à vista
(t)
Data de vencimento
do contrato futuro
q PRINCIPAIS VANTAGENS:
Ø Mecanismo de proteção (hedge) contra oscilações ou para alavancagem no
mercado financeiro, quando se trata de renda variável;
Ø Por ser um contrato futuro, não necessita de desembolso financeiro para replicar
o comportamento do principal índice brasileiro, o Ibovespa. Somente da margem de
garantia e dos possíveis ajustes diários;
Ø Baixo custo de transação, por se tratar de um derivativo;
Ø Possibilidade de arbitragem entre as ações no mercado a vista, quando os devidos
preços não condizerem com o seu valor mais taxa de juros brasil (SELIC).
Contrato Futuro
Exemplo: Compra de Contrato Futuro
Rafael COMPROU 10 contratos futuros de Ibovespa a 60.000. Se o índice subir 2.000
pontos, ele estará ganhando 2.000 pontos (que equivalem R$ 2 mil) por contrato. Assim,
ele lucrará R$ 20 mil reais ao total. Já caso o índice cair e vier para 58.000 pontos, ele
perderá R$ 20 mil reais, conforme demonstração na tabela.
RESULTADO DA VENDA
DO CONTRATO FUTURO
Resultado
Lucros e
Total (10
Resultado PV Custo Perdas por
contrato (R$)
contratos)
Financeiro
58.000 60.000 +2.000 +20.000
60.000 60.000 0 0
Prejuízo
60.000 60.500 60.000 -500 -5.000
Contrato Futuro
Alavancagem: Exemplo
Preço à vista da do ETF BOVA11 (cesta de ações da Bovespa) é de R$ 100,00 e seu
contrato futuro de R$ 105,00. Para comprar um contrato futuro, é necessário depositar
como garantia R$ 10,00. Após alguns dias, o preço a vista subiu para R$ 120,00 e o
contrato futuro, para R$ 125,0. Qual o retorno em cada mercado?
A liquidação pode ser feita apenas no vencimento ou com ajuste periódico, no caso,
calcula-se a variação dos indexadores (ativo e passivo) e a liquidação se dá pela diferença
dos fluxos, conforme aplicado a fórmula abaixo:
Swap
Gráfico
O Swap Pode ocorrer trocas de dois fluxos de caixa com taxa pós (exemplo: CDI x IPCA) ou
pré com pós (exemplo: LTN x CDI) em várias datas futuras. Abaixo um exemplo de swap de
Dólar por CDI.
q TÓPICO DE PROVA:
ØPara se proteger o EXPORTADOR FICA PASSIVO EM DÓLAR (e ativo em taxa de
juros) e o IMPORTADOR FICA ATIVO EM DÓLAR (e passivo em taxa de juros).
ØEm swap de juros, quem está ativo em prefixado (passivo em pós-fixado) acredita
na queda da taxa de juros; já quem está ativo em pós-fixado (passivo em prefixado),
acredita na alta da taxa de juros.
Swap
Exemplo
A empresa RToro Education S/A possui uma dívida de R$ 1.000.000,00 pós-fixada, com
vencimento em um ano (ou seja, ela não sabe o quanto irá pagar ao total por essa dívida),
mas ela já possui vendas realizadas, recebendo os devidos valores em um ano (vendas
através de cartão de crédito). Desta forma, podemos afirmar que a empresa possui um
PASSIVO em pós-fixada e um ATIVO em prefixado (já que quando se faz uma venda
financiada com preço fixo, é embutido uma taxa de juros prefixada).
Assim, a empresa pode levar a situação ao banco e fazer um contrato de SWAP, no qual se
houver um aumento da taxa de juros, o banco paga a diferença e caso a taxa de juros caia,
a empresa paga ao banco. Com isso, o contrato feito seria feito desta forma:
Opções
Tipos de Opções
As opções podem ser de dois tipos:
Ø Call (opção de compra): proporciona a seu titular (o comprador) o direito de
comprar um ativo por certo preço até uma determinada data.
Ø Put (opção de venda): dá a seu titular o direito de vender um ativo por
determinado preço até uma certa data
q RESPOSTA: Para calcularmos o Valor Intrínseco (VI), basta analisarmos as opções que o
titular deseja exercer e assim, calcular a sua diferença positiva. Desta forma:
(1) CALL (Strike 80): Titular deseja COMPRAR a R$ 80? SIM, VI = 100 – 80 = R$ 20,00
(2) CALL (Strike 120): Titular deseja COMPRAR a R$ 120? NÃO, VI = R$ 0,00
(3) PUT (Strike 80): Titular deseja VENDER a R$ 80? NÃO, VI = R$ 0,00
(4) PUT (Strike 120): Titular deseja VENDER a R$ 120? SIM, VI = 120 – 100 = R$ 20,00
Opções
Classificação das Opções: Exemplo
As opções com valor de exercício (strike) R$ 80,00, R$ 100,00 e R$ 120,00 das opções CALL
e PUT, para um ativo que está sendo negociado a R$ 100,00, seriam classificados como:
P R$ 80 R$ 100 R$ 120
U
T Não quer exercer Tanto Faz Quer Exercer
(OTM) (ATM) (ITM)
Resultado do Exercício
Payoff
Opção de Compra (Call) para o titular da Call
Lucro Strike R$ 120,00 PV Strike Prêmio
Lucros e
Prêmio R$ 10,00 Perdas
80 120 -10 -10
Lucro/Perda 90 120 -10 -10
100 120 -10 -10
Operações Básicas
Short Call - Exemplo
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que VENDE uma OPÇÃO DE
COMPRA (CALL) recebendo um prêmio de R$ 10,00 e com preço de exercício a R$ 120,00.
Resultado do Exercício
Opção de Compra (Call) para o lançador da Call
Lucro Strike R$ 120,00 PV Strike Prêmio
Lucros e
Prêmio R$ 10,00 Preço de Equilíbrio: Perdas
strike + Prêmio = 80 120 +10 +10
120 + 10 = 130
90 120 +10 +10
100 120 +10 +10
110 120 +10 +10
10 Ativo no vencimento 120 120 +10 +10
0 (PV)
70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 125 120 +10 +5
130 120 +10 0
140 120 +10 -10
Lucro/Perda 150 120 +10 -20
160 120 +10 -30
Out of the Money In the Money
(OTM) (ITM)
Resultado do Exercício
Opção de Venda (PUT) para o titular da PUT
Strike R$ 120,00
Lucro Prêmio R$ 10,00 PV Strike Prêmio
Lucros e
Preço de Equilíbrio: Perdas
strike + Prêmio = 80 120 -10 +30
Payoff 120 - 10 = 110
90 120 -10 +20
100 120 -10 +10
Lucro/ 110 120 -10 0
Perda 115 120 -10 -5
Ativo no vencimento
0 (PV) 120 120 -10 -10
70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
-10 130 120 -10 -10
140 120 -10 -10
150 120 -10 -10
In the Money Out of the Money
(ITM) (OTM)
Operações Básicas
Short PUT - Exemplo
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que VENDE uma OPÇÃO DE
VENDA (PUT) recebendo um prêmio de R$ 10,00 e com preço de exercício a R$ 120,00.
Resultado do Exercício
para o lançador da PUT
Preço de Equilíbrio: Opção de Venda (PUT)
Lucro strike + Prêmio = Strike R$ 120,00 PV Strike Prêmio
Lucros e
Perdas
120 - 10 = 110 Prêmio R$ 10,00
80 120 +10 -30
90 120 +10 -20
100 120 +10 -10
110 120 +10 0
10
115 120 +10 +5
0 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
(PV)
Ativo no 120 120 +10 +10
vencimento 130 120 +10 +10
Lucro/
140 120 +10 +10
Perda
150 120 +10 +10
In the Money Out of the Money
(ITM) (OTM)
Compra de CALL
Lucro
x Preço do
ativo-objeto
Prêmio
Prejuízo
Venda de CALL
Prejuízo ilimitado!
Venda de PUT
x Preço do ativo-objeto
Operações Estruturadas
Box de 4 Pontas: Exemplo
Luís irá montar a estrutura “Box de 4 pontas” da seguinte forma:
Ø CALL (Strike = 100) com prêmio no valor de R$ 12,50 → Esta será comprada
Ø CALL (Strike = 120) com prêmio no valor de R$ 1,00 → Esta será vendida
Ø PUT (Strike = 120) com prêmio no valor de R$ 8,00 → Esta será comprada
Ø PUT (Strike = 100) com prêmio no valor de R$ 0,50 → Esta será vendida
Assim, Luís investirá por estrutura: - R$ 12,50 – R$ 8,00 + R$ 1,00 + R$ 0,50 = - R$ 19,00.
Analisando os cenários abaixo, você perceberá que, não importa o valor que estiver a
ação, o investidor receberá sempre R$ 20,00, gerando assim um lucro de R$ 1,00 para
cada R$ 19,00 investidos. Ou seja, um retorno de 5,26%.
Modelo Black-Scholes
Fatores que determinam o preço de uma Call
Antes do vencimento, existem seis fatores que afetam o preço de uma opção de compra:
EFEITO NA CALL
FATORES DETERMINANTES
RELAÇÃO
Quanto maior,
S: (preço a vista) DIRETA
maior o prêmio
Quanto maior,
T: (tempo até o vencimento) DIRETA
maior o prêmio
Quanto maior,
S: (volatilidade esperada) DIRETA
maior o prêmio
Quanto maior,
R: (taxa de juros) DIRETA
maior o prêmio
Quanto maior,
X: (preço do exercício ) INVERSA
MENOR o prêmio
D: (dividendos esperados Quanto maior,
INVERSA
durante a vida da opção ) MENOR o prêmio
Tributação: Derivativos
Regra
Os derivativos (contratos futuros, termo e opções) possuem como regra básica, ser
tributado como renda variável. A exceção ocorre com o Swap e com opções na operação
de “box de 4 pontas”, que possuem tributação como renda fixa, portanto, sem
possibilidade de compensação de prejuízos.
q INFORMAÇÕES RELEVANTES:
Ø Contrato Futuro de Dólar: Um (1) contrato equivale a 50.000,00 dólares.
Ø Contrato Futuro do Ibovespa: O contrato vale o mesmo número de pontos do
índice, ou seja, cada ponto equivale a R$ 1,00. Exemplo: Se o Ibovespa está 60.000
pontos, um contrato futuro padrão vale R$ 60.000,00.
Ø Gestão Especializada;
Ø Diversificação da carteira de investimentos;
Ø Menores Custos;
Ø Melhor retorno;
Ø Alta Liquidez;
Ø Acesso a ativos de maior volume financeiro;
Títulos Públicos
FI “MASTER”
Títulos Privados
Taxa de ADM 0,2%
Ações
Fundos de Investimentos
Tipos
q Abertos: Os cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas a qualquer momento. No
entanto, suas cotas não podem ser transferidas (não podem ser vendidas, somente
resgatadas), salvo por decisão judicial, execução de garantia ou sucessão universal.
Portanto:
Ø Permitem a entrada de novos quotistas a qualquer momento;
Ø Permitem que os quotistas aumentem suas cotas investindo mais;
Ø O cotista pode resgatar suas quotas ou liquidar quando desejar;
Ø Não permite a venda (cessão) de cotas a outro cotista.
q Fechados: São fundos no qual as cotas só podem ser resgatadas no término do prazo
de duração do fundo (se houver), porém suas cotas podem ser transferidas (vendidas),
mediante termo de cessão e transferência, assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou
através de bolsa de valores ou mercado de balcão.
q Prazo de cotização na Aplicação: a emissão das cotas deverá ser pelo valor da cota do
dia (D+0) ou do dia seguinte (D+1)
q Prazo de cotização no Resgate: no regulamento estabelecerá o prazo entre a data da
solicitação do resgate, a data da conversão e a data da liquidação financeira, sendo que o
pagamento não poderá ultrapassar 5 dias úteis da data da conversão. Caso ultrapasse,
será devido ao cotista uma multa de 0,5% do valor de resgate, a ser paga pelo
administrador do fundo, por dia de atraso no pagamento do resgate de cotas (salvo
exceções).
q Patrimônio Líquido:
PL = Valor de Mercado dos Ativos + Valores a Receber - Valores a Pagar
Cota
Tipos
A CVM permite que os fundos de investimentos possam utilizar o valor da contabilização
das cotas através de dois tipos: COTA DE ABERTURA e COTA DE FECHAMENTO:
Vale ressaltar que, taxas de entrada e saída NÃO AFETAM O VALOR DA COTA.
Final do semestre
Início 1 2 3 4 5
Valor da Cota 1,0000 1,0300 1,0230 1,0280 1,0290 1,0650
Variação do Benchmark 2,50% 1,10% 0,32% 0,58% 1,20%
Veremos a seguir que será cobrado somente nos semestres 1 e 5. O Semestre 3, mesmo
tendo performado melhor que o benchmarck não poderá cobrar, vide que não superou a
Linha D’Água.
Taxa Performance
Cálculo do Exemplo
Início 1 2 3 4 5
Valor da Cota 1,000 1,030 1,023 1,028 1,029 1,065
Variação do Benchmark - 2,50% 1,10% 0,32% 0,58% 1,20%
1 - Variação do Fundo - 3,00% -0,68% 0,49% 0,10% 3,50%
2 - Superou o Benchmark? - SIM NÃO SIM NÃO SIM
3 - Linha D'Agua SIM NÃO NÃO NÃO SIM
PASSO A PASSO:
(3) Analisar Linha D´Agua: Dos períodos que o Fundo Excedeu o benchmark, analisar se o
valor da cota do período é superior ao valor da cota da última cobrança. Cuidado, não é o
período anterior, mas sim o valor da última cobrança da taxa performance
Deve haver marcação a mercado para todos os fundos de investimento, com exceção a
obrigatoriedade, quando houver intenção dos cotistas em preservar volume de aplicações
compatíveis com a manutenção dos ativos até o vencimento, desde que:
Ø fundo destinado a um único investidor (Fundo Exclusivo), a investidores
pertencentes a um mesmo conglomerado financeiro ou grupo econômico, ou a
investidores qualificados; e
Ø todos os cotistas ao ingressar assinarem um termo de adesão a anuência à
classificação de títulos e valores mobiliários mencionando neste artigo.
Cotistas
Direitos e Deveres
q DIREITOS DOS COTISTAS:
Ø Receber a remuneração proporcionada pelo fundo, nos termos do respectivo
Regulamento;
Ø Participar e votar na Assembleia Geral de Cotistas;
Ø As cotas do fundo conferirão iguais direitos e obrigações aos cotistas
(independente do valor investido). Exceção: Cotas Sênior e Subordinada nos fundos
FIDCs (Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios)
Ø Ter acesso aos documentos do fundo;
Ø Ter acesso a composição do fundo, ao valor patrimonial e a rentabilidade.
Todas as atribuições podem ser feitas por uma mesma instituição (menos a de Auditor
Independente, como o próprio nome já diz), porém é comum serem feitas por entidades
diferentes
q (*) OBS: Utilizaremos o nome de ADMINISTRADOR para quando formos nos referir ao
“Administrador Fiduciário” e de GESTOR para quando formos nos referir a “Gestor de
Recursos”.
Administrador de Carteiras
Definição
Conforme a CVM, a ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS DE VALORES MOBILIÁRIOS é o
exercício profissional de atividades relacionadas, direta ou indiretamente, ao
funcionamento, à manutenção e à gestão de uma carteira de valores mobiliários,
incluindo a aplicação de recursos financeiros no mercado de valores mobiliários por conta
do investidor. O seu registro poderá ser em ambas ou em uma das seguintes categorias:
Ø Administrador fiduciário;
Ø Gestor de recursos.
Administrador Fiduciário
Definição
O administrador fiduciário é o responsável legal pelo fundo de investimentos, ou seja, é o
responsável pelas informações aos cotistas, aos órgãos de regulação e autorregulação,
pela custódia, controladoria de ativos e passivos e, de maneira geral, pela supervisão da
gestão. Além disso, ele é o responsável pela Marcação a Mercado dos ativos e pelo
recolhimento dos impostos dos cotistas (IR, Come-cotas e IOF).
q EM RESUMO:
Ø Registrar o fundo de investimentos na CVM;
Ø Elaborar regulamento, lâmina e formulário de informações complementares;
Ø Manter serviço de atendimento ao cotista;
Ø Fiscalizar e Contratar terceiros legalmente habilitados para a prestação dos
serviços necessário ao funcionamento do fundo, tais como:
o Gestão da Carteira;
o Atividades de Tesouraria, de controle e processamento dos ativos;
o Custódia de ativos financeiros;
o Serviços de auditoria independente e Consultoria de Investimentos;
o Classificação de risco por agência, quando necessário (Ex: FIDCs);
o Distribuição de Cotas.
Apostila 2022 453
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Gestor de Recursos
Definição
O gestor de recursos é o responsável por perseguir a estratégia do fundo, escolhendo e
realizando seus investimentos, de acordo com o permitido pelo regulamento. Nos fundos
abertos, em geral, a estratégia é definida pela própria gestora. Já nos fundos exclusivos
(que possuem um único cotista), a estratégia poderá ser desenhada em conjunto com o
cliente.
q RESUMO:
Ø É o Profissional responsável pelas decisões de investimentos do fundo (compra
ou venda de ativos para a carteira do fundo), sempre de acordo com a política de
investimentos do fundo;
Ø Pessoa natural ou jurídica credenciada como administradora de carteira de valores
mobiliários pela CVM;
Ø Tem poder para:
o Definir os melhores momentos de compra e venda dos ativos financeiros;
o Seleção de papéis e alocação, conforme política de investimento do fundo.
Administrador e Gestor
Obrigações
q ADMINISTRADOR FIDUCIÁRIO: Deverá manter atualizado todos os documentos
referentes ao fundos (atas de assembleis, registro de cotistas, lista de prestadores de
serviços, documentos contábeis, etc).
q Parágrafo único: Os fundos de investimento podem utilizar seus ativos para prestação
de garantias de operações próprias, bem como emprestar e tomar ativos financeiros em
empréstimo, desde que tais operações de empréstimo sejam cursadas exclusivamente por
meio de serviço autorizado pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM.
Administrador e Gestor
Normas de Conduta
Estão obrigados a adotar as seguintes normas de conduta:
Ø Exercer suas atividades buscando sempre as melhores condições para o fundo,
empregando o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma
dispensar à administração de seus próprios negócios, atuando com lealdade em
relação aos interesses dos cotistas e do fundo, evitando práticas que possam ferir a
relação fiduciária com eles mantida, e respondendo por quaisquer infrações ou
irregularidades que venham a ser cometidas sob sua administração ou gestão;
Ø Exercer, ou diligenciar para que sejam exercidos, todos os direitos decorrentes do
patrimônio e das atividades do fundo, ressalvado o que dispuser o regulamento
sobre a política relativa ao exercício de direito de voto do fundo; e
Ø Empregar, na defesa dos direitos do cotista, a diligência exigida pelas
circunstâncias, praticando todos os atos necessários para assegurá-los, e adotando as
medidas judiciais cabíveis.
Custodiante
Definição
É um banco responsável por guardar os ativos do fundo, como ações, títulos e demais
ativos, enviando diariamente o inventário para o Gestor e o Administrador. O custodiante
também é responsável pela liquidação física e financeira dos ativos (inclusive seus
proventos), ou seja, o pagamento e recebimento de ativos e recursos.
q RESUMO:
Ø É o Prestador de serviço de custódia.
Ø É o Responsável pelo registro, liquidação e exercício dos direitos e obrigações do
ativo que compõem a carteira.
Ø Os valores mobiliários depositados podem não ser os mesmos quando de sua
saída, embora sejam das mesmas espécies, qualidade e quantidade.
q RESUMO:
Ø São as instituições financeiras autorizadas pela CVM a VENDER os fundos de
investimentos.
Ø São distribuidores de fundos de investimento:
o Bancos de varejo (são os maiores);
o Corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários;
o Bancos de atacado;
o Gestores.
Auditor Independente
Definição
Conforme a CVM define, o AUDITOR INDEPENDENTE é a figura que ASSEGURA
CREDIBILIDADE ÀS INFORMAÇÕES FINANCEIRAS de determinada entidade, ao opinar se
as demonstrações contábeis preparadas pela sua administração representam, em todos
os aspectos relevantes, sua posição patrimonial e financeira correta. Desta forma, esta
auditoria externa, gera uma proteção a todos os cotistas, pois ela da veracidade as
informações prestadas pelo administrador.
q RESUMO:
Ø É um Perito (contador) que presta serviços de AUDITORIA independe a empresas
(obrigatório registro na CVM).
Ø Busca dar maior credibilidade às informações divulgadas e maior segurança.
Ø O valor que o Auditor Independente recebe são pagos pelo próprio fundo, ou seja,
não está incluso na taxa de administração.
Além disso, a CVM limitou o Termo de Adesão em no máximo 5.000 caracteres, devendo
identificar os 5 (cinco) principais fatores de risco do fundo e que informações mais
detalhadas podem ser obtidas no formulário de informações complementares.
q EM RESUMO:
Ø Apresente a Política de investimento.
Ø Riscos envolvidos e medidas de gestão de risco;
Ø Direitos e responsabilidades dos cotistas e do Administrador;
Ø Possíveis restrições (resgate de cotas, prazo de carência, limites mínimos e
máximos de investimento, etc.);
Ø Relação dos prestadores de serviços do fundo;
Ø Exigido somente pela ANBIMA;
Ø Deve estar apenas disponível para consulta.
q OBS: O administrador responderá aos cotistas remanescentes pelos prejuízos que lhes
tenham sido causados em decorrência da não utilização dos poderes conferidos neste
artigo.
O gestor tem autonomia para fechar o fundo para novas aplicações quando achar viável. A
situação é bem distinta no caso de fechamento para resgate dos cotistas. Essa é uma
estratégia bem pontual, utilizada para driblar períodos de extrema falta de liquidez do
mercado. O seu objetivo visa a não prejudicar os cotistas remanescentes, aqueles que não
solicitaram resgate. Uma abrupta queda da liquidez dos ativos do fundo compromete a
capacidade de pagamento dos resgates.
Estratégias de Gestão
Gestão Ativa
Nesta estratégia o gestor tem liberdade para fazer a seleção dos ativos que vão compor a
carteira de determinado fundo de investimento. Sua meta é obter rentabilidade superior
ao registrado pelo índice de referência (benchmark). Isso significa que o gestor procura no
mercado as melhores alternativas, buscando sempre tentar atingir esse objetivo. O
gestores nessa estratégia, podem se utilizar de derivativos como forma especulativa, não
somente como proteção.
Como o gestor é ativo nesse tipo de estratégia, além da taxa de administração, é comum
cobrarem taxa performance. Importante salientar que a Gestão Ativa pode ocorrer tanto
em fundos de Renda Fixa, quanto em Renda Variável.
Caso ocorra perdas maiores que o PL, o investidor terá que aportar recursos para honrar
seus compromissos. Importante ressaltar que, se o fundo for alavancado, esta informação
é obrigatória no Prospecto.
Existem também outros fundos que possuem regras específicas e são chamados de
fundos de investimentos estruturados. Eles fazem parte de outras instruções e os
principais são:
Ø Fundo em Direitos Creditórios (FIDC);
Ø Fundos Imobiliários (FII);
Ø Fundos em Participações (FIP);
Ø Fundos em Índice de Mercado (ETF).
q PRINCIPAIS REGRAS:
Ø Sua composição dependerá da política de investimentos, podendo apresentar
maior risco de crédito com títulos privados;
Ø Não podem investir estratégias que impliquem exposição de moeda estrangeira ou
de renda variável (ações);
Ø Não podem cobrar taxa performance, exceto quando tiverem algum dos seguintes
sufixos: Investimentos no Exterior; Longo Prazo; Dívida Externa; ou forem destinados
a investidor qualificado;
Ø DERIVATIVOS: podem utilizar tanto para proteção da carteira, quanto para
alavancagem;
Ø PRINCIPAIS FATORES DE RISCO: Taxa de juros doméstica (Ex: CDI) ou Índice de
inflação (Ex: IPCA e IGP-M).
q PRINCIPAIS REGRAS:
Ø Deverão aplicar 100% dos recursos (exclusivamente) em títulos públicos federais
ou privados com baixo risco de crédito;
Ø Títulos com prazo máximo de 375 dias, e prazo médio da carteira do fundo
inferior a 60 dias;
Ø Não podem cobrar taxa de performance, exceto quando o fundo for destinado a
investidor qualificado.
Ø DERIVATIVOS: Permitida utilização SOMENTE para proteção da carteira (HEDGE).
q PRINCIPAIS REGRAS:
Ø O indicador de desempenho deve estar expressamente definido na denominação
do fundo;
Ø Não podem cobrar taxa de performance, exceto quando o fundo for destinado a
investidor qualificado ou classificados como Longo Prazo ou Dívida Externa;
Ø Pode utilizar cota de abertura somente se, além de referenciado, também for
Curto Prazo. Exemplo: Fundo de Investimento Referenciado DI Curto Prazo;
Ø DERIVATIVOS: Permitida utilização SOMENTE para proteção da carteira (HEDGE).
q PRINCIPAIS REGRAS:
Ø Único fundo no qual não ter API e nem assinar o termo de adesão;
ØLâmina de informações essenciais deve comparar a performance do fundo com a
performance da taxa SELIC.
Ø Deve ser um fundo aberto e é vedado a sua transformação em fundo fechado.
Ø Pode utilizar cota de abertura.
Ø Vedado a concentração de mais de 50% em crédito privado;
Ø Vedado tanto a cobrança de taxa de performance;
Ø Vedado aplicação em investimentos no exterior;
Ø DERIVATIVOS: Permitida utilização SOMENTE para proteção da carteira (HEDGE).
Apostila 2022 489
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Fundo Renda Fixa
Sufixo: Dívida Externa
Definimos como Dívida Externa tudo que um país deve em caráter internacional, ou seja,
o total de débitos do país originados de empréstimos no exterior. Desta forma, os fundos
classificados como “Renda Fixa” que invistam no mínimo 80% do seu patrimônio líquido
em títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União, deverão
utilizar o sufixo Dívida Externa.
q PRINCIPAIS REGRAS:
Ø Mínimo de 80% de seu Patrimônio Líquido (PL) em títulos representativos da
dívida externa de responsabilidade da União;
Ø Recursos remanescentes poderão ser alocados em ativos de créditos no exterior,
respeitada a concentração máxima de 10% por emissor;
Ø Permitida a cobrança de taxa performance;
Ø DERIVATIVOS: Permitida utilização SOMENTE para proteção da carteira (HEDGE)
até o limite 10% do Patrimônio Líquido (PL).
Ø Principais fatores de risco: variações da moeda e a variação de preços dos títulos
da dívida externa brasileira (Risco Internacional).
Fundo Cambial
Características
Os fundos classificado como “Cambiais” devem ter como principal fator de risco de
carteira a variação de preços de moeda estrangeira ou a variação do cupom cambial,
sendo que no mínimo 80% (oitenta por cento) da carteira deve ser composta por ativos
relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que dá nome
à classe (normalmente dólar ou euro). Vale ressaltar que a aplicação e o resgate sempre
será em reais e que o fundo poderá ter rentabilidade diferente da variação cambial, pois
além da variação cambial, poderá ter a variação do ativo que o fundo investiu.
q PRINCIPAIS REGRAS:
Ø Mínimo 80% do patrimônio líquido (PL) em ativos atrelados à variação cambial.
Ø Proibida a utilização de cota de abertura (ou seja, sempre cota de fechamento);
Ø Permitida a cobrança de taxa performance;
Ø DERIVATIVOS: Não há restrição.
Ø Principais fatores de risco: variação de preços de moeda estrangeira ou a variação
do cupom cambial.
q PRINCIPAIS REGRAS:
Ø Pode investir até 20% do patrimônio em cotas de Fundos Imobiliários e cotas de
Fundos de Direito Creditórios (FIDCs). Se destinados a Investidor Qualificador,
poderão investir em FIDCs, FIEE, FIP, até os limites previstos em seu regulamento;
Ø Permitida a cobrança de taxa performance;
Ø Proibida a utilização de cota de abertura (sempre cota de fechamento).
Ø DERIVATIVOS: Não há restrição.
Ø Principais fatores de risco: Vários fatores de risco, sem compromisso de
concentração em nenhum fator em especial ou em fatores diferentes das demais
classes.
Fundo de Ações
Características
São fundos de investimento que investem no mínimo 67% do seu patrimônio líquido em
ativos que tenham como principal fator de risco a variação de preços de ações admitidas à
negociação em mercado organizado, como por exemplo: AÇÕES negociadas em bolsa ou
balcão organizado; Bônus ou recibos de subscrição e certificados de depósito de ações
admitidas à negociação em bolsa ou balcão organizado; Cotas de fundos de ações e cotas
dos fundos de índice de ações negociação em bolsa ou balcão organizado; ou BDRs
classificados como nível II e III. Desta forma, este é um fundo que no máximo poderá
investir 33% em outras modalidades, como por exemplo, em renda fixa.
q PRINCIPAIS REGRAS:
Ø Composição mínima de 67% do patrimônio líquido em ações.
Ø Os Proibida a utilização de cota de abertura (ou seja, sempre cota de fechamento).
Ø Permitida a cobrança de taxa performance.
Ø DERIVATIVOS: Não há restrição.
Ø Principais fatores de risco: risco de mercado e liquidez.
Quando for fundo fechado, pode-se investir até 1/3 do seu PL em ações, bônus de
subscrição, debêntures, ou outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou
permutáveis em ações de emissão de companhias fechadas, desde que:
Ø Participe do processo decisório da companhia investida, com efetiva influência na
definição de sua política estratégica e na sua gestão;
Ø Invista somente em companhias fechadas que adotem práticas diferenciadas de
governança corporativa.
q OBS: quando se tratar de fundo fechado, poderá ser utilizado como parâmetro de
referência para o cálculo da taxa performance, índices atrelados a juros ou à inflação.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Depois de 90 dias, a porcentagem de direitos creditórios deve ser pelo menos 50%
do Patrimônio Líquido do fundo e seu PL não pode ser inferior a R$ 500 mil.
Ø Somente os fundos classificados como RENDA FIXA ou MULTIMERCADOS podem
adquirir cotas desses fundos até o limite de 20% do Patrimônio Líquido (PL).
Ø Podem ser fundos fechados ou abertos e FIC-FIDCs (Fundos em Cotas).
Ø NÃO HÁ MAIS INVESTIMENTO MÍNIMO PARA APLICAÇÃO!
Ø Somente para investidor qualificado.
Como as cotas seniores são protegidas de calote (até um certo limite), elas possuem risco
significantemente menor. Cotas subordinadas possuem muito mais risco, no entanto,
podem gerar um lucro muito maior. Este mecanismo de quotas permite a um FIDC atrair
num só fundo, diferentes classes de investidores.
Auditor
Administrador
Agência de
Rating
Direitos
Direitos Creditórios
Creditórios
Cotas
Originadores Investidores
Clientes FIDC
dos Recebíveis (cotistas)
Venda $$$ $$$
a prazo Gestor
Cobrança
Custodiante
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Investem no mínimo 90% do Patrimônio Líquido em companhias abertas, fechadas
ou sociedades limitadas, em fase de desenvolvimento.
Ø Podem investir no máximo 33% do capital do fundo em debentures simples.
Ø FUNDO FECHADO, em que as cotas somente são resgatadas ao término de sua
duração ou quando é deliberado em assembleia de cotistas a sua liquidação.
Ø Somente para INVESTIDORES QUALIFICADOS.
Ø Pode investir até 20% de seus recursos em ativos no exterior, desde que esses
possuam a mesma natureza econômica dos ativos já mencionados.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø O patrimônio deve ser aplicado em bens e direitos imobiliários (CRI, LCI, LH, LIG,
cotas de outros FII, ações ou cotas de sociedades cujo ÚNICO propósito se enquadre
entre as atividades IMOBILIÁRIAS). Podem investir também em cotas de fundos de
renda fixa ou em títulos públicos, para atender suas necessidades de liquidez.
Ø SÃO SEMPRE FUNDOS FECHADOS.
Ø DERIVATIVOS: Permitida utilização SOMENTE para proteção da carteira (HEDGE).
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Deverá investir no mínimo 95% do patrimônio líquido em ativos financeiros que
integrem o índice de referência, sendo ele de renda fixa ou de renda variável;
Ø São fundos sempre abertos passivos;
Ø Sua negociação ocorre na Bolsa ou no mercado de Balcão;
Ø Deverá constar em seu nome o índice de referência;
Ø Os dividendos pagos pelas ações que fazem parte do ETF, serão automaticamente
reaplicados no próprio ETF.
Fundos de Investimentos
Concentração por Emissor
O fundo observará os seguintes limites de CONCENTRAÇÃO POR EMISSOR, sem prejuízo
das normas aplicáveis à sua classe:
Ø até 20% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for instituição
financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil ou de emissão do seu
administrador.
Ø até 10% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for companhia aberta.
Ø até 10% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for fundo de
investimento.
Ø até 5% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for pessoa física ou
pessoa jurídica de direito privado que não seja companhia aberta ou instituição
financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
Esses ativos no exterior devem observar, ao menos, uma das seguintes condições:
Ø ser registrados em sistema de registro, objeto de escrituração de ativos, objeto de
custódia ou objeto de depósito central, em todos os casos, por instituições
devidamente autorizados em seus países de origem e supervisionados por
autoridade local reconhecida; ou
Ø ter sua existência diligentemente verificada pelo administrador ou pelo
custodiante do fundo, desde que tais ativos sejam escriturados ou custodiados por
entidade devidamente autorizada para o exercício da atividade (salvo exceções).
Fundos de Investimentos
Limites de ativos financeiros negociados no exterior
LIMITE DE
TIPOS DE FUNDOS
INVESTIMENTO
Ø Fundos de Renda Fixa Dívida Externa;
Ø Fundos exclusivamente destinados a investidores profissionais
que incluam em sua denominação o sufixo “Investimento no
Ilimitado Exterior”;
(100%) Ø Fundos exclusivamente destinados a investidores qualificados
desde que sua política de investimento determine que, no
mínimo 67% de seu patrimônio líquido seja composto por ativos
financeiros no exterior.
Ø Fundos exclusivamente destinados a investidores qualificados
Máximo de 40%
que não se enquadrem no cenário anterior.
Máximo de 20% Ø Fundos destinados ao público em geral.
Clubes de Investimento
Conceito
O Clube de Investimento é um condomínio constituído por no mínimo 3 pessoas e no
máximo 50 pessoas físicas, para aplicação de recursos em títulos e valores mobiliários,
sendo administrado por corretoras, distribuidoras e bancos de investimento. Quando se
tratar de empregados de uma mesma empresa, o número de condôminos pode ser maior.
Os clubes possuem a vantagem de poderem ter maior influência dos membros na gestão
da carteira, já que possuem um número pequeno de investidores. Outro ponto positivo,
referem-se a custos pois não há encargos com auditorias obrigatórias e as taxas de
administração podem ser mais baixas.
Clubes de Investimento
Resumo
As principais características dos Clubes de Investimento são:
Ø Investimento em ações para um grupo restrito de pessoas físicas;
Ø Composição da carteira igual a de um Fundo de ações;
Ø Gestor pode ser pessoa física ou jurídica;
Ø Deve possuir estatuto social registrado em entidade administradora de mercado
organizado;
Ø Registrado na B3 e fiscalizados pela B3 e pela CVM;
Ø Pode possuir de 3 a 50 participantes;
Ø Um membro não pode ter mais de 40% das cotas, mas em caso de resgate de
outros cotistas, poderá ocorrer um desenquadramento passivo.
Quando a gestão (nível II) tratar de Investimentos no Exterior, as estratégias possíveis são:
Ø Investimentos no Exterior: Fundos que investem em ativos financeiros no exterior
em parcela superior a 40% do patrimônio líquido e somente para investidor
qualificado.
Ø Dívida Externa: Fundos que investem no mínimo 80% de seu patrimônio líquido
em títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União.
q EXEMPLOS DE FUNDOS:
Ø Renda Fixa Curta Duração Crédito Livre: Este fundo possui baixo risco de mercado
(curta duração), mas alto risco de crédito (crédito livre).
Ø Renda Fixa Longa Duração Soberano: Este fundo possui alto risco de mercado
(longa duração), mas baixo risco de crédito (Soberano).
Fundos de Investimentos
Classificação
Para fins de tributação, a Receita Federal tem a sua própria classificação para os fundos de
investimento. Esta modalidades são:
Ø Fundos de Renda Fixa Curto Prazo: fundos de investimentos que tenham a
composição da sua carteira com prazo médio MENOR que 365 dias CORRIDOS.
Ø Fundos de Renda Fixa Longo Prazo: fundos de investimentos que tenham a
composição da sua carteira com prazo médio MAIOR que 365 dias CORRIDOS.
Ø Fundos de Ações e Clubes de Investimentos: fundos de investimentos que a
carteira seja composta por no mínimo 67% de ações.
Ø Fundos Imobiliários: a carteira deverá ser composta por no mínimo 75% em ativos
atrelados a imóveis ou dívidas imobiliárias (LCI, CRI, CCI, ...).
A tributação ocorrerá na “transformação” das cotas em dinheiro, sendo:
Ø Fundos abertos: através do resgate (nos fundos de renda fixa, poderá ocorrer a
antecipação do imposto através do come-cotas);
Ø Fundos Fechados: através da (I) alienação (venda) das cotas; (II) amortização de
cotas; (III) dividendos; ou no (IV) resgate (encerramento do fundo).
Fundos Abertos
Come-Cotas
O “Come-cotas” é a ANTECIPAÇÃO do Imposto de Renda devido nos FUNDOS DE RENDA
FIXA ABERTOS, sendo aplicado alíquota complementar variável no momento do resgate.
Nos fundos sem carência (ou com carência superior a 90 dias), ele ocorre no último dia
útil dos meses de maio e novembro. Já nos fundos com carência menor que 90 dias, o
“come-cotas” ocorrerá na data em que completar cada período de carência. Em relação a
alíquota, ela sempre será a menor da sua modalidade, ou seja:
o Fundos de Renda Fixa Curto Prazo: Alíquota de 20%.
o Fundos de Renda Fixa Longo Prazo: Alíquota de 15%.
Vale ressaltar que tanto os fundos de ações, quanto os fundos fechados não possuem
come-cotas (exemplo: fundos imobiliários).
Sabendo agora que o valor de IR devido é R$ 15,00, devemos dividir pelo valor da cota.
o IR Come-Cotas = (R$ 15,00) ÷ (R$ 1,10) = 13,64 cotas
Desta forma, será antecipado o imposto através de 13,67 cotas, deixando o cotista com
986,33 cotas.
o Valor final do patrimônio final = (986,36 cotas) × (R$ 1,10)
o Valor final do patrimônio final = R$ 1.085,00
Fundos Abertos
Compensação de Perdas
As perdas em fundos abertos só podem ser compensadas com ganhos entre os fundos
com o mesmo regime tributário:
Ø Fundos de Curto Prazo com Fundos de Curto Prazo;
Ø Fundos de Longo Prazo com Fundos de Longo Prazo;
Ø Fundos de Ações com Fundos de Ações.
q Base de cálculo: dependerá da operação que deu origem ao rendimento para o cotista
(alienação, amortização, resgate ou dividendos).
Fundos Fechados
Alíquotas
Quando NÃO se tratar de alienação (venda de cotas), os fundos fechados terão a sua
alíquota baseada na sua classificação pela receita federal, sendo as principais:
Ø Renda Fixa Curto Prazo: 20% a 22,5%;
Ø Renda Fixa Longo Prazo: 15% a 22,5%; e
Ø Ações: 15%.
Fundos de Investimentos
Informações Relevantes
Como a classificação para a receita federal é diferente da classificação da CVM para
fundos de investimentos, é importante salientar alguns pontos relevantes:
Ø Fundo Cambial: tributado como renda fixa.
Ø Fundo Multimercado: depende da constituição da carteira, mas em geral é aberto
e tributado como renda fixa.
Ø FIP (Fundo de Investimentos em Participações): Seguem a regra de fundos
fechados, sendo que a alíquota dependerá da composição da carteira
Ø Come cotas: fundos de ações e fundos fechados não tem come-cotas.
Ø IOF: Sua cobrança funciona exatamente igual aos ativos de renda fixa: tabela
regressiva, zerando no 30º dia. Importante salientar que os fundos de ações NÃO
possuem IOF.
Assim sendo, é de suma importância ter acumulado reservas financeiras próprias durante
a vida para complementar a previdência pública ou até mesmo, ser a fonte de renda para
suprir os gastos na terceira idade. Essa acumulação pode ser feita na Previdência Privada,
que utilizada o Sistema de Contribuição.
Foi atribuído ao gênio da física Albert Einstein, “(1) os Juros Compostos são a oitava
maravilha do mundo, aquele o entende, ganha, quem não entende, paga”, apesar de não
saber se realmente foi dita por ele. Isto ocorre por que, no final de cada período de
aplicação, o valor é atualizado e a taxa de juros acaba sendo aplicada não somente sobre
o valor investido, mas também sobre o “lucro” gerado. Desta forma, surge a segunda
variável, o (2) Fator Tempo.
Quanto mais tempo o valor investidor ficar aplicado, maior será o benefício gerado pelos
Juros Compostos. Desta forma, quanto mais iniciarmos o projeto da aposentadoria, menor
será o “esforço” (valores a serem investidos) para atingir o objetivo da aposentadoria (ou
até mesmo, da independência financeira).
R$ 200.000,00
R$ 100.000,00
JS = R$ 100.000
Aplicação:
R$ 0,00 R$ 37.000
1 120 239 358
A escolha por produtos financeiros atrelados a inflação, faz com que este risco – que é o
principal deles – seja minimizado no longo prazo. O mais importante não é o valor
nominal que se tem de patrimônio, mas sim o quanto esse valor pode adquirir de bens e
pagar por serviços. Portanto, o importante é o “valor real” dos recursos financeiros.
Desta forma, não cabe ao profissional financeiro dizer o que é o certo e o que é o errado,
mas sim, mensurar e demonstrar como o cliente poderá atingir os objetivos de vida
desejado. Dentro disso, alguns pontos são de extrema importância para o devido
planejamento, tais como:
Ø Idade do cliente;
Ø Rendas disponíveis;
Ø Atividades na aposentadoria;
Ø Custos da terceira idade;
Ø Expectativa de Sobrevida;
Ø Impacto dos Cenários Políticos e Econômicos.
Para compreensão, imagine que você necessite acumular R$ 480 mil para atingir o seu
objetivo da aposentadoria aos 60 anos. Sem considerar a remuneração das aplicações
financeiras, se você tem 20 anos (40 anos para o objetivo, ou seja, 480 meses), o valor
necessário para guardar por mês seria de R$ 1.000,00. Mas caso você tenha 50 anos, o
seu esforça deverá ser muito maior, pois necessitará poupar R$ 4.000,00 por mês.
Essa diferença fica ainda mais agravada quando incidimos uma remuneração sobre as
aplicações, pois, durante muito mais tempo, os juros compostos trabalharam para você.
Se a necessidade de poupança está muito elevada, o mais aconselhado não é tomar mais
risco em suas aplicações financeiras, mas sim, reajustar o seu objetivo (podendo ser a
postergação da aposentadoria ou até mesmo a diminuição da renda desejada).
Ø DIMINUIÇÃO NO CUSTO:
o Gastos com consolidação do patrimônio (imóveis, carros);
o Gastos com transporte;
o Gastos com vestuário;
o Gastos com dependentes;
o Esforço de poupança.
No entanto, não podemos esquecer que, nada adianta somente planejar e implantar a
estratégia uma única vez. As estratégias devem ser acompanhadas e ajustadas com o
passar do tempo, minimizando os riscos de distorções agressivas nos cenários políticos e
econômicos da sociedade.
Por se tratar de um projeto de longo prazo, este planejamento deve ser monitorado e
mensurado ao longo do tempo, para que se possa fazer ajustes necessários em quanto há
tempo.
Recurso Acumulado
Período da
Período de
Acumulação $ Aposentadoria
Recurso Acumulado
$
Valor que se deseja
deixar para herança $
Período de Idade de Período da
Acumulação Aposentadoria Aposentadoria
Renda Vitalícia
Conceito
A renda vitalícia consiste um utilizar somente os juros da aplicação financeira. Neste
conceito, o indivíduo não possui risco de esgotamento de capital, pois ele não utiliza o
valor acumulado, somente os juros da aplicação. Aqui, será necessário uma acumulação
de patrimônio maior, pois todo o recursos acumulado, ficará para os herdeiros.
Recurso Acumulado
Período da
Período de
Acumulação $ Aposentadoria
JUROS
Previdência Social
Regime de Repartição
A previdência social tem como financiamento o regime financeiro de repartição simples,
onde os contribuintes efetuam pagamentos sem a formação de reservas individualizadas,
sendo adotado pelas previdências públicas em quase todos os países do mundo. Desta
forma, os contribuintes ativos (trabalhadores da geração atual) pagam os benefícios dos
inativos (geração passada), e futuramente, quando estes ativos se transformarem em
inativos, seus benefícios dependerão dos contribuintes da geração futura (novos
trabalhadores que ingressarem no sistema previdenciário).
q OBSERVAÇÕES:
Ø Processo de distribuição entre contribuições e benefícios dentro de gerações
diferentes, ou seja, as contribuições previdenciárias pagas pela população ativa
destinam-se a cobrir os gastos com os benefícios dos inativos;
Ø Envelhecimento da população é um grande risco no longo prazo;
Ø Nível de desemprego também é um grande risco, vide que haverá menos
contribuintes.
Previdência Social
RGPS (INSS)
A sigla INSS significa Instituto Nacional do Seguro Social (órgão do Ministério da
Previdência Social, ligado diretamente ao Governo) e é responsável pelos pagamentos das
aposentadorias e demais benefícios dos trabalhadores brasileiros que contribuem com a
Previdência Social (seguro que garante uma aposentadoria ao contribuinte quando ele
deixa de trabalhar), com exceção dos servidores públicos (RPPS).
Ø Salário-
Maternidade
Ø Desemprego
Previdência Social
Nova Previdência
A Nova Previdência, promulgada pelo Congresso Nacional em novembro de 2019, trouxe
diversas modificações ao sistema de aposentadoria brasileira. As principais mudanças
ocorreram na idade de aposentadoria e no novo tempo mínimo de contribuição, não
existindo mais a aposentadoria somente por tempo de contribuição. Também houveram
mudanças nos percentuais cobrados para o seguro social e no cálculo do recebimento, já
que a regra da média dos 80% maiores salários de contribuição, NÃO EXISTE MAIS.
As novas regras valem, não somente para os segurados do RGPS (Regime Geral de
Previdência Social), mas também para os segurados do RPPS (Regime Próprio de
Previdência Social da União).
Nesta mudança, há novas regras para o período de transição para quem já está no
mercado de trabalho, podendo ser possível escolher a forma mais vantajosa para o
contribuinte. No RGPS, são cinco regras de transição possíveis a serem escolhidas: quatro
por tempo de contribuição e uma por idade. Já para o RPPS, são duas opções de
transição.
Previdência Social
Nova Previdência
q VALOR DOS BENEFÍCIOS: Ao atingir a idade e o tempo de contribuição mínimos, os
trabalhadores do RGPS poderão se aposentar com 60% da média de TODAS as
contribuições previdenciárias efetuadas desde julho de 1994. A cada ano a mais de
contribuição, além do mínimo exigido, serão acrescidos dois pontos percentuais aos
60%. Assim, para ter direito à aposentadoria no valor de 100% da média de contribuições,
as mulheres deverão contribuir por 35 anos e os homens, por 40 anos. Em resumo:
Ø NENHUM BENEFÍCIO terá valor mensal INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO;
Ø O pagamento da aposentadoria pelo RGPS não pode superar o teto do INSS;
Ø Todos os salários de contribuição serão atualizados na forma da lei;
Ø O valor será definido levando em consideração todas as contribuições feitas pelo
segurado desde julho de 1994;
Ø O percentual do benefício recebido poderá ultrapassar 100% para mulheres que
contribuírem por mais de 35 anos e para homens que contribuírem por mais de 40
anos – sempre limitado ao teto do RGPS.
Caso o contribuinte deseje ter uma renda maior na sua aposentadoria, ele deverá buscar
alternativas como a previdência privada ou acumulando recursos em ativos financeiros.
A seguir, veremos cada um desses regras de transições, lembrando sempre que serão
apresentadas as regras gerais e não as exceções, como por exemplo, professores da
educação básica.
Previdência Social
Nova Previdência
q SISTEMA DE PONTOS: Esta é a regra na qual já existia de soma de pontos, no qual se
soma o tempo de contribuição com a idade do contribuinte. As mulheres poderão se
aposentar a partir de 86 pontos, respeitando o tempo mínimo de contribuição de 30 anos.
Já os homens poderão se aposentar com 96 pontos, com tempo mínimo de contribuição
de 30 anos. A cada ano a partir de 2019, será exigido um ponto a mais, totalizando 100
pontos para as mulheres em 2033 e a 105 pontos para os homens, em 2028.
q APOSENTADORIA POR IDADE: Esta regra tem impacto somente para as mulheres, pois
para os homens mantém idade mínima de 65 anos. Para as elas, a idade mínima começa
em 60 anos, em 2019, e sobe seis meses a cada ano, até chegar a 62 anos em 2023. O
tempo de contribuição mínima, em ambos os casos, é de 15 anos.
q IDADE MÍNIMA E PEDÁGIO DE 100%: Nesta regra além de um pedágio de 100% sobre
o tempo mínimo que faltava para se aposentar, também possuo uma idade mínima. Para
os homens, a idade mínima será de 60 anos e, para as mulheres, de 57 anos. Por exemplo,
uma mulher de 57 anos de idade e 28 anos de contribuição necessitará trabalhar por mais
quatro anos (dois anos normais para os 30 anos, mais dois anos de pedágio), para solicitar
o benefício. O valor da aposentadoria aqui também será diferente. Corresponderá a 100%
da média de todos os salários de contribuição desde julho de 1994.
Previdência Social
Principais Benefícios para os Segurados
q APOSENTADORIA ESPECIAL: Benefício concedido ao cidadão que trabalha exposto a
agentes nocivos à saúde, como calor ou ruído, de forma contínua e ininterrupta, em níveis
de exposição acima dos limites estabelecidos em legislação própria. Com o novo decreto,
entende-se que todos os contribuintes possuem direito a aposentadoria especial, desde
que comprovem sua condição.
Previdência Social
Principais Benefícios para os Segurados
q SALÁRIO-FAMÍLIA: valor pago ao empregado (inclusive o doméstico) e ao trabalhador
avulso, de acordo com o número de filhos ou equiparados que possua. Filhos maiores de
quatorze anos não têm direito, exceto no caso dos inválidos (para quem não há limite de
idade). Para ter direito, o cidadão precisa enquadrar-se no limite máximo de renda
estipulado pelo governo federal.
Previdência Social
Fator Previdenciário
O Favor Previdenciário foi criado com o objetivo evitar solicitações de aposentadoria
excessivamente prematuras e atualmente, será usado somente quando contribuinte
escolher a regra de transição por FATOR PREVIDENCIÁRIO − PEDÁGIO DE 50%. Sua
aplicação pode aumentar ou diminuir o valor do “salário de benefício”. Sua fórmula é:
Ø f = fator previdenciário
Ø Tc = tempo de contribuição do trabalhador
Ø a = alíquota de contribuição 0,31 (11% + 20%)
Ø Es = expectativa de sobrevida do trabalhador na data da aposentadoria
Ø Id = idade do trabalhador na data da aposentadoria
0,9806
Já a previdência aberta é “aberta a qualquer pessoa”, ou seja, pode ser aderida por
qualquer participante pessoa física ou jurídica, disponibilizadas por seguradoras através
de bancos e corretoras.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Normatização cabe ao CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados);
Ø São sociedades anônimas autorizadas e fiscalizadas pela SUSEP;
Ø Possui fins lucrativos;
Ø Acessível a qualquer pessoa física;
Ø Os planos podem ser individuais ou coletivos;
Ø Natureza contratual.
Previdência Complementar
Eventos Geradores de Benefícios
São três os tipos de eventos que podem gerar benefícios aos beneficiários dos planos de
previdência aberta (desde que o benefício esteja contemplado no plano. São eles:
Ø Sobrevivência: Permite ao participante que sobreviver ao período de acumulação
contratado, escolher o recebimento de benefício de aposentadoria (caráter vitalício
ou temporário);
Ø Morte: Garante pagamento ao(s) beneficiários(s) indicados na proposta, de um
benefício em decorrência da morte do participante no período de cobertura, desde
que cumprido o prazo de carência, se houver;
Ø Invalidez: Garante um benefício ao próprio participante, em decorrência de sua
invalidez total e permanente no período de cobertura, desde que cumprido o prazo
de carência, se houver.
Previdência Complementar
Tipos de Planos
Os planos de previdência complementar, tanto na previdência aberta, quanto na fechada,
podem ser constituídos em até três tipos de planos que são:
Ø Benefício Definido (BD)
Ø Contribuição Definida (CD)
Ø Contribuição Variável (CV)
Comercialmente, o que ocorre hoje em dia, é que os planos de Benefício Definido (BD) e
Contribuição Definida (CD) são utilizados nos planos de Entidades Fechadas de
Previdência Complementar, os fundos de pensão. Já a Contribuição Variável (CV) é muito
utilizada dentro das Entidades Abertas (EAPCs) por ser a mescla do BD com o CD,
conforme iremos aprender a seguir.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Sua tributação SEMPRE será TABELA PROGRESSIVA (compensável), ou seja, não é
possível escolher a tabela regressiva neste tipo de plano;
Ø Contribuição é calculada em função do benefício;
Ø Valor do Benefício Definido no início do plano;
Ø Taxa de Carregamento de Máximo de 30%;
Ø Risco de Mutualismo (todos arcam com o déficit atuarial);
Ø Sua utilização ocorre principalmente em EFPCs (Entidades Fechadas);
Ø Neste plano, o participante poderá resgatar os seus recursos ou converter em
qualquer tipo de renda.
Previdência Complementar
Contribuição Definida (CD)
Os planos classificados como Contribuição Definida (CD) tem como principal característica
serem aplicações financeiras em contas individualizadas desde a adesão do plano, ou seja,
é uma poupança individualizada em um plano previdenciário. Ao invés de se ter um
“Benefício Definido”, este plano será de um benefício Indefinido, pois dependerá dos
valores acumulados e do resultado financeiro do plano.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Sua tributação poderá ser alterada de Progressiva para Regressiva;
Ø Valor da Contribuição Definida;
Ø Taxa de Carregamento de Máximo de 10%;
Ø NÃO possui risco de déficit atuarial;
Ø Sua utilização ocorre principalmente em EFPCs (Entidades Fechadas).
Ø Neste plano, o participante SOMENTE PODERÁ RESGATAR os seus recursos ou
converter em RENDA PRAZO CERTO;
Ø NÃO é possível converter em renda vitalícia.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Sua tributação poderá ser alterada de Progressiva para Regressiva;
Ø Taxa de Carregamento de Máximo de 10%;
Ø Sua utilização ocorre em EAPCs;
Ø Neste plano o participante poderá converter em qualquer tipo de renda;.
Além disso, o investidor também deve se importar com o tipo de risco que ele deseja
assumir através da composição da carteira de investimentos do FIE. Esta adequação
deverá ser adequada ao seu perfil de risco. Importante ressaltar que, na fase de
diferimento dos Plano PGBL ou VGBL (antes de converter em renda), não há garantia de
rentabilidade, podendo até mesmo ser negativa. Dentro das classificações dos FIE,
podemos ter a classificação pelo CMN, pela SUSEP e pela ANBIMA.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Para contribuições com periodicidade (por exemplo, aportes mensais), a
seguradora deverá atualizar o valor da contribuição anualmente pela variação de
índice pactuado no contrato (IGP-M ou IPCA). Caso não seja definido no plano, a
atualização será pelo IPCA;
Ø A Entidade de Previdência poderá estabelecer um valor mínimo de contribuição;
Ø Normalmente são permitidos aportes extraordinários.
Ø Planos Individuais: As contribuições efetuadas pelo participante poderão ser
débito bancário, boleto ou cartão de crédito, conforme pactuado no contrato.
Ø Planos Coletivos: Para a contribuição do empregado, a Entidade poderá recolher
diretamente dos participantes ou delegar à empresa (instituidora ou averbadora) o
recolhimento via folha de pagamento e posterior repasse à EAPC.
Importante ressaltar que, mesmo que a taxa de carregamento seja do tipo postecipada,
ou seja, cobrada no momento do resgate ou na portabilidade, o valor financeiro cobrado
será sobre o valor da contribuição e não sobre o valor resgatado. É como se fosse uma
“dívida” adquirida do participante do plano com a seguradora no momento que ele fez a
contribuição, e como tal, poderá ser isentada quando ocorrer a “saída”.
Vale ressaltar também que os planos PGBL e VGBL são estruturados na modalidade de
Planos de Contribuição Variável, e como tal, o carregamento máximo será de 10%.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Não é possível a portabilidade entre planos distintos (PGBL e VGBL). VGBL faz
portabilidade com VGBL e PGBL com PGBL;
Ø Não é possível a portabilidade entre pessoas;
Ø O período de carência deverá ser de 60 dias, a contar da data de protocolo da
proposta de contratação, podendo ser inferior caso seja na mesma seguradora. O
prazo de 60 dias, será estendido para 180 dias para planos destinados
exclusivamente para investidores qualificados.
Ø MUDANÇA DE REGIME TRIBUTÁRIO: Somente é possível fazer a mudança de
Regime Tributário se o plano estiver no Regime Progressivo, alterando para o
Regressivo (do regressivo para o progressivo é proibido). Desta forma, iniciará uma
nova contagem do tempo a partir do momento da transferência.
Ø Não há incidência de IR na portabilidade (portabilidade não é resgate).
Apostila 2022 613
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Por exemplo, um participante com 60 anos que converta R$ 500 mil em renda pela tábua
AT 2000 com juros de 4% receberá R$ 2.794,32. Caso os juros sejam zero, o seu valor será
de apenas R$ 1.697,23.
AT 2000 + 0% R$ 1.697,23
q OBSERVAÇÕES RELEVANTES:
Ø Com o falecimento do participante, os beneficiários ou herdeiros legais recebem o
saldo sem a necessidade de inventário;
Ø Quando os beneficiários do plano da previdência não forem Herdeiros
Necessários, ter cuidado para que estes não ultrapassem 50% do patrimônio do
participante (parte da Legítima, no qual ele pode destinar a quem quiser);
Ø Valores recebidos pelos beneficiários são tributáveis conforme Regime Tributário
escolhido pelo participante, respeitando base de cálculo determinada (PGBL ou
VGBL). Caso o plano do titular estiver no Regime Tributário Regressivo e existirem
recursos com prazo inferior a 6 anos, no pagamento do saldo dos beneficiários, a
alíquota a ser aplicada será de 25% sobre esta parte do recurso.
Já na FASE DO BENEFÍCIO, o risco passa ser Instituição Financeira (seguradora nesse caso),
já que o participante "entrega" todo o seu recurso em troca de uma renda estabelecida,
não mais do resultado das aplicações financeiras.
Em resumo, podemos dizer que a previdência privada possui risco de mercado, risco de
crédito, risco de liquidez e risco da entidade de previdência!
Lembre-se que o conceito de Base Tributária é “sobre qual valor será tributado o
imposto”, e o de Alíquota é “qual o percentual que será cobrado sobre a Base Tributária”.
o Exemplo: o Exemplo:
Depósito → R$ 10.000,00 Depósito → R$ 10.000,00
+ Rendimento → R$ 2.000,00 + Rendimento → R$ 2.000,00
= Saldo Total → R$ 12.000,00 = Saldo Total → R$ 12.000,00
Base de Cálculo Base de Cálculo
PGBL VGBL
q Contribuição: q Contribuição:
o As contribuições efetuadas no ano, devem o NÃO pode ser declarado como
ser declaradas no campo (36) Contribuições pagamento e doações efetuados,
a Entidades de Previdência Privada, na ficha desta forma, não configura despesa
“PAGAMENTOS EFETUADOS”, a reduzindo a dedutível da base de cálculo do IR.
base tributária em até 12% da renda bruta.
q Saldo do Plano:
q Saldo do Plano: o Deve ser declarado somente o
o Os valores não constituem patrimônio, principal depositado (soma das
mas sim, expectativa de direito da Reserva contribuições sem rendimentos)
Técnica Financeira, portanto, não há item na como “Bens e Direitos” no código
declaração de IR para sua declaração. 97-VGBL.
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Nenhuma.
Ø SOLUÇÃO:
o 15% na fonte a título de antecipação do IR;
o R$ 10.000,00 × 15% = R$ 1.500,00;
o Resgate líquido = R$ 10.000,00 − R$ 1.500,00 = R$ 8.500,00;
o Na declaração de ajuste o valor resgatado será somado as outras fontes de
renda sobre as quais será aplicada a tabela progressiva anual do IR.
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Nenhuma.
Ø SOLUÇÃO:
o Aplicação da Tabela Progressiva, por se tratar de renda;
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota) – Parcela a Deduzir
§ IR = R$ 10.000,00 × 27,5% = R$ 2.750,00;
§ R$ 2.750,00 − R$ 869,36 (parcela a deduzir);
o IR a ser pago = R$ 1.880,64
o Valor da renda = R$ 10.000,00 − R$ 1.880,64 = R$ 8.119,36
o Na declaração de ajuste o valor resgatado será somado as outras fontes de
renda sobre as quais será aplicada a tabela progressiva anual do IR.
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Nenhuma.
Ø CÁLCULO:
o 15% na fonte a título de antecipação do IR (por ser resgate);
o Parte tributável = R$ 1.000,00:
o IR = R$ 1.000,00 × 15% = R$ 150,00
o Resgate líquido = R$ 10.000,00 − R$ 150,00 = R$ 9.850,00
o Na declaração de ajuste a parte tributável do valor resgatado será somado as
outras fontes de renda sobre as quais será aplicada a tabela progressiva anual do
IR.
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Nenhuma.
Ø CÁLCULO:
o Aplicação da Tabela Progressiva, por se tratar de renda;
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota) – Parcela a Deduzir
§ Parte tributável = R$ 1.000,00 e este valor é isento na tabela;
o Resgate líquido = R$ 10.000,00
o Na declaração de ajuste a parte tributável do valor resgatado será somado as
outras fontes de renda sobre as quais será aplicada a tabela progressiva anual do
IR.
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Saldo com prazo de 1 ano = R$ 1.000,00
o Saldo com prazo de 3 ano = R$ 4.000,00
o Saldo com prazo de 5 ano = R$ 5.000,00
Ø CÁLCULO:
o Aplicação da Tabela Regressiva;
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ R$ 1.000,00 × 35% = R$ 350,00 de IR
§ R$ 4.000,00 × 30% = R$ 1.200,00 de IR
§ R$ 5.000,00 × 25% = R$ 1.250,00 de IR
o IR Total = R$ 2.800,00 de IR
o Resgate líquido = R$ 10.000,00 − R$ 2.800,00 = R$ 7.200,00
o IR exclusivo sem possibilidade de restituição na declaração de IR
Ø CÁLCULO:
o Aplicação da Tabela Regressiva;
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ R$ 100,00 × 35% = R$ 35,00 de IR
§ R$ 400,00 × 30% = R$ 120,00 de IR
§ R$ 500,00 × 25% = R$ 125,00 de IR
o IR Total = R$ 280,00 de IR
o Resgate líquido = R$ 10.000,00 − R$ 280,00 = R$ 9.720,00
o IR exclusivo sem possibilidade de restituição na declaração de IR
Ø INFORMAÇÕES:
o Prazo Médio Ponderado das aplicações de 18 anos.
Ø CÁLCULO:
o Aplicação da tabela regressiva para 18 anos = 10%
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ R$ 10.000,00 × 10% = R$ 1.000,00 de IR
o IR = R$ 1.000 ,00
o Valor da renda = R$ 10.000,00 − R$ 1.000,00 = R$ 9.000,00
o IR exclusivo sem possibilidade de restituição na declaração de IR
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
oPrazo Médio Ponderado de 9 anos.
Ø CÁLCULO:
o Aplicação da tabela regressiva 9 anos = 15%.
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ R$ 1.000,00 × 15% = R$ 150,00 de IR
o IR TOTAL = R$ 150,00
o Renda líquida = R$ 10.000,00 − R$ 150 = R$ 9.850,00
o IR exclusivo sem possibilidade de restituição na declaração de IR
q OBS: Neste caso, o Prazo Médio Ponderado poderá chegar a 10 anos, fazendo com que
a tributação reduza à 10%, pois na fase de recebimento de renda, o tempo de acumulação
continua sendo contado.
Apostila 2022 643
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Acima de 2
30% Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo
até 4 anos
Acima de 4
25% Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo REGRESSIVO
até 6 anos
Acima de 6
20% Progressivo Progressivo Progressivo REGRESSIVO REGRESSIVO
até 8 anos
Acima de 8
15% Progressivo Progressivo Progressivo REGRESSIVO REGRESSIVO
até 10 anos
Acima de
10% Progressivo Progressivo REGRESSIVO REGRESSIVO REGRESSIVO
10 anos
Estatística
Conceito
A Estatística é a ciência das probabilidades, que através de um conjunto de regras
matemáticas, nos permite fazer previsões sobre determinado grupo estudado, a partir de
uma amostra significativa. Ela tem por objetivo coletar, organizar, analisar e interpretar as
informações de um problema que está sendo estudado, para desta forma, auxiliar
na tomada de decisão.
Para as finanças, usamos a estatística para analisar o risco e o retorno dos investimentos,
com certo grau de confiança. Desta forma, precisaremos entender os seguintes conceitos:
Ø Diferença entre Amostra e População
Ø Medidas de Posição Central: Média, Moda e Mediana (As “Três Marias”)
Ø Medidas de Dispersão: Desvio Padrão e Variância
Ø Covariância
Ø Coeficiente de Correlação
Ø Intervalo de Confiança: Distribuição Normal
POPULAÇÃO
Amostra
MÊS RETORNO
Janeiro +1%
+
Fevereiro +3%
+ Total = 15%
5 meses Março +3%
+
Abril +5%
+
Maio +3%
Para fazer o cálculo da média, devemos somar todos os meses e dividir pela quantidade
de meses, ou seja (1 + 3 + 3 + 5 + 3 = 15) e dividir este valor por 5. Desta forma, a média
do retorno do fundo aplicado pelo Rafael, foi de 3% ao mês. É como se cada mês tivesse
tido um retorno de 3%, ao invés de ter tido as devidas rentabilidades.
q RESPOSTA: Quando Rafael dividiu os retornos por 4, ele calculou a média simples.
Porém, os retornos possuem pesos diferentes (por exemplo, Itaú possui um peso de 20%,
pois foi investido R$ 20 mil do total de R$ 100 mil). O que deveria ser feito é multiplicar o
peso de cada ativo pelo retorno e somar todos os valores, gerando os 2% de média.
Ø Considerando mais um mês de 1%, qual a mediana?: {1%, 4%, 2%, 5%, 5%, 1%}
Repare agora que não existe mais um único número que divide o grupo em duas
partes iguais. Desta forma, devemos fazer a média dos dois números centras, mas
primeiramente devemos ordenar o grupo: {1%, 1%, 2%, 4%, 5%, 5%}. Com o grupo
ordenado, fazemos a média dois centrais (em verde) que será a mediana: 3%.
Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão: Exemplo Gráfico
Agora calcularemos a Variância e o Desvio Padrão dos retornos do Fundo de “A” no qual
teve retornos de (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%). Mas primeiro, vamos “enxergar” o risco de
cada retorno em não dar a média do retorno, que seria o “padrão” do grupo. Perceba que
os retornos nos meses 1, 3 e 4 foram exatamente a média, portanto “não há risco”.
6
Fundo A Média
5
Risco de Volatilidade
Retorno Mensal (%)
4 (Distância entre o
ponto e a média )
3
0
1 2 3 4 5
Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Amostral
Para calcularmos a Variância e o Desvio Padrão Amostral, ao invés de calcular a média da
ETAPA 3, dividindo por “N TERMOS”, devemos dividir por “N menos 1”, neste caso por 4.
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão: Resumo
Os principais pontos a serem destacados do Desvio Padrão e da Variância são :
Ø Medem o risco de mercado (volatilidade ou oscilação) de um ativo;
Ø Quanto maior o desvio padrão/variância, maior será o risco do investimento (mais
ele estará se “desviando do seu padrão”).
Ø A Variância sempre será um número positivo;
Ø O Desvio Padrão é tanto um número positivo, quanto negativo;
Ø O Símbolo do Desvio Padrão é o Sigma (σ)
Ø A Variância é representada pelo Sigma ao quadrado (σ2)
q FÓRMULAS:
A grosso modo podemos dizer que “Variância de um Ativo com seu COmpanheiro” é a
COvariância, ou seja, o risco interligado de dois ativos.
Por exemplo, vejamos como duas carteiras se comportariam com o petróleo caindo 10%,
estimando Coef (Petrobrás, Petróleo) = +1; e Coef (LATAM; Petróleo) = ‒1
- × /! ,/
+! ,+ - - × /! ,/
+! ,+ -
Ø (1) COV(X,Y) = ∑*()* ; OU ∑*()* ;
0 0,1
234(+,/)
Coef (X,Y)=
78(9)×78(:)
Para calcularmos Covariância entre dois ativos (A,B), devemos seguir este Passo-a-Passo:
Ø (1) Calcular a média do “Ativo A” e do “Ativo B”;
Ø (2) Em cada ativo, calcular a distância de cada ponto até a sua média (“RISCO”);
Ø (3) Multiplicar o “RISCO” ´de cada período do “Ativo A” com o respectivo RISCO do
mesmo período do “ativo B”;
Ø (4) Para calcular a Covariância Populacional, deve-se somar o resultado destas
multiplicações e dividir por “N”, ou seja, calcular a média destas multiplicações. Caso
seja uma amostra, a divisão deverá ser por “n – 1” .
A conclusão para nossos estudos é que a COV (Consumo, Selic) é negativa, portanto,
possuem relação inversa (quando um sobe, o outro diminui).
O R² irá variar entre 0 e 1, sendo indicado em porcentagem. Quanto maior o R², mais
explicativo é o modelo, ou seja, melhor ele se ajusta à amostra. Por exemplo, se o R² de
um modelo é 0,9312, isto significa que 93,12% da variável A é dependente da variável B. A
fórmula do R2 será:
! !
R = #(#,%)
Apostila 2022 669
CPA-20 – Certificação Profissional ANBIMA Série 20
Importante destacar que a curva da distribuição normal simétrica tem forma de sino, e
desta forma, as suas “três Marias” – Média, Moda e a Mediana – são iguais!
1 DP(0) = 68,26%
2 DP(0) = 95,44%
3 DP(0) = 99,74%
1,96 DP(0) = 95%
q RESPOSTA: para cada desvio padrão utilizado, o fundo deverá se distanciar da sua
média 5%, tanto para mais, quanto para menos. Lembrando que:
Ø Para 68% de Intervalo de Confiança, se utiliza UM Desvio Padrão;
Ø Para 95% de Intervalo de Confiança, se utiliza DOIS Desvios Padrão;
Ø Para 99% de Intervalo de Confiança, se utiliza TRÊS Desvios Padrão;
Assim, devemos nos “desviar” 2 vezes da média, sendo que cada desvio equivale a 5%:
Ø Intervalo de Confiança = Média ± n x DP
o IC Mínimo = 40% ‒ 2 × 5% = 30%
o IC Máximo = 40% + 2 × 5% = 50%
Desta forma, podemos dizer que esperamos que o fundo de tenha uma variação entre
30% e 50%, com 95% de confiança.
Risco TOTAL
(Desvio Padrão) Risco Total =
Sistêmico + Não Sistêmico
Risco Não-Sistêmico
Risco Total
(DP = σ)
Risco Total
Risco Sistêmico e Risco Não Sistêmico
Podemos destrinchar o risco total de um investimento, dois grandes grupos, que são
chamados de:
Ø Risco sistêmico (risco NÃO DIVERSIFICÁVEL): Ele é o risco gerado pelos sistemas
econômico, político e social, no qual impacta a economia como um todo. Suas
principais características são:
§ Medido pelo Beta;
§ Não pode ser evitado pela diversificação dos ativos;
§ Exemplos: impeachment, grandes mudanças na taxa de juros ou câmbio.
Ø Risco não-sistêmico (risco DIVERSIFICÁVEL ou próprio): Este é o risco individual do
ativo ou do seu setor. Suas principais características são:
§ Pode ser diminuído com a elaboração de uma carteira com diversos ativos com
Coeficiente de Correlação menores que +1;
§ Exemplos: risco de crédito ou de liquidez de uma companhia.
Ø RISCO TOTAL (Risco Sistêmico + Risco Não Sistêmico): O risco total de uma
carteira (ou de um ativo) é medido pelo desvio-padrão. Ele pode ser considerado
também como a soma do “Risco Sistêmico” com o “Risco não-sistêmico”.
#$%(",%) DP(')
β(") = OU β(&) = ×#+,-(",%)
%&'(%) DP(()
Risco de Mercado
Conceito
O RISCO DE MERCADO, também conhecido como RISCO SISTÊMICO, se caracteriza pela
oscilação dos valores de um ativo durante um período de tempo, gerando possíveis
ganhos ou perdas ao investidor. Esta variação dos preços é chamada de VOLATILIDADE, e
quanto maior a volatilidade, maior o risco de mercado de um ativo. Já levando para o lado
matemático, podemos mensurar de duas formas:
Ø Volatilidade HISTÓRICA: Medida estatística que se baseia nos preços do passado
ativo. Neste caso, é utilizado o cálculo de desvio padrão dos retornos do
investimento; ou
Ø Volatilidade IMPLÍCITA: Estimada através da variação futura de um ativo adotada
pelo mercado financeiro. Ela é obtida por meio de modelos de avaliação de preço do
derivativo Opção. Dentre destes modelos, o mais conhecida é o Black & Scholes.
q EXEMPLO: Rafael possui dois ativos prefixados com rentabilidade de 10% ao ano:
Ø (1) LTN com vencimento em 10 anos;
Ø (2) LTN com vencimento em 20 anos.
Caso o COPOM aumente em 1%a.a. a taxa de juros SELIC (de 10% para 11%), os títulos
acima terão impactos diferentes. Como a alteração foi de 1% POR ANO, a LTN (1) será
impactada negativamente 10 vezes de 1% (pois durante 10 anos, você receberá 10%,
enquanto o mercado estará rendendo 11%) e a LTN (2) terá um impacto de VINTE VEZES,
sendo muito mais prejudicial por causa do seu prazo. Este impacto negativo é visto
diretamente na marcação a mercado do ativo.
Para a prova, você somente precisa identificar na pergunta quais são os valores do título e
os seus devidos prazos e analisar que quanto maior o prazo médio da carteira, maior será
o seu risco, gerando assim, uma maior rentabilidade!
Ø Sendo que:
§ Fct = cada fluxo de caixa
§ t = período
§ i = YTM (taxa de desconto)
§ VP = valor presente do título
(5678)
34 =
(9 + ;<6)
Com isso, podemos agora confirmar o impacto da mudança da taxa de juros no exemplo
das LTN de 10anos e 20 anos, no qual houve um aumento de 1% na taxa SELIC.
Preço
Erro de Precificação
Preço Correto do
1.100 Titulo com a mudança
na taxa (YTM)
∆p
1.000
∆p Erro de Precificação
900 Preço estimado
baseado na
Duration
Y*
8% ∆i=-1% 9% ∆i=+1% 10%
YTM
Isso ocorre por que se temos uma carteira com retorno fixo de 10% ao ano e a taxa de
juros sobe, os cupons recebidos serão reinvestidos a taxa de juro mais elevada porém com
desvalorização dos títulos. Já com uma diminuição da taxa de juros, os títulos ganham
valor, mas os cupons recebidos serão aplicados em uma taxa mais baixa. Portanto:
Ø Aumento da taxa de juros: é negativa para o preço do título, porém positiva para
os reinvestimentos;
Ø Redução da taxa de juros: é positiva para o preço do título, porém negativa para
os reinvestimentos.
Risco de Liquidez
Conceito
Trata-se da DIFICULDADE DE VENDER um determinado ativo pelo preço e no momento
desejado. A realização da operação, se ela for possível, implica numa alteração substancial
nos preços do mercado. Portanto, caracteriza-se quando o há poucos compradores, ou
seja, uma dificuldade de encontrar um comprador pelo preço justo de mercado.
Um investidor pode criar este risco propriamente, quando ele possui uma fatia
(percentual) considerável de um ativo específico. Por exemplo, ter 20% de uma empresa,
já que se ele desejar vender sua posição, precisará de muito tempo para conseguir os
recursos desejados (ou terá que vender a um preço menor que o ofertado pelo mercado).
Por isso, é muito importante um planejamento das necessidades de caixa, para que, caso
se necessite recursos, não seja necessária a venda de um ativo por um preço menor do
que o de valor de mercado, simplesmente por não haver liquidez.
Risco de Crédito
Ratings
DESCRIÇÃO STANDAR & POOR’S FITCH MOODY’S
AAA AAA Aaa
“Grau de Investimento”
AA AA Aa
Baixo risco de Calote
A A A
“Grau de Investimento”
BBB BBB Baa
Pequeno risco de Calote
“Grau Especulativo” BB BB Ba
Moderado risco de Calote B B B
CCC CCC Caa
“Grau Especulativo” CC CC Ca
Elevado risco de Calote C C C
D D D
DICA: Quanto mais “As”, melhor é o Rating da empresa
Risco País
Conceito
O RISCO PAÍS TEM SUA ORIGEM NA POSSIBILIDADE DE UM PAÍS NÃO HONRAR SEUS
COMPROMISSOS, ou seja, não ter capacidade de gerar recursos para o pagamento de
suas obrigações com credores. O risco país também pode ser gerado pelo risco político ou
soberano quando se criam restrições ao livre fluxo de capitais, impondo controles
cambiais que impossibilitam o pagamento das suas dívidas.
Exemplos: Golpes militares, políticas econômicas, resultado de novas eleições entre
outros podem trazer este tipo de restrição.
Risco de Liquidação
Conceito
O Risco de Liquidação existe após ser firmado uma negociação. Este risco é a possibilidade
do comprador não entregar o dinheiro e do vendedor não entregar o ativo , desta forma,
a operação não será “LIQUIDADA”. Não confunda o Risco de Liquidação (encerrar a
operação) com o Risco de Liquidez (dificuldade de encontrar um comprador). O Risco de
Liquidação existe somente DEPOIS de encontrar um comprador.
As Clearing Houses (no Brasil, a B3) mitigam esse risco, pois uma das suas funções é:
Ø Verificar se o comprador possui o dinheiro para fazer o pagamento;
Ø Verificar se o vendedor possui o ativo a ser entregue.
No mercado financeiro, este risco pode ser MITIGADO (AMENIZADO) utilizando-se das
seguintes formas:
Ø Aprovação de linhas de crédito para contrapartes;
Ø Acompanhamento das avaliações de créditos da contraparte;
Ø Contratação de seguros prestamistas.
Ø Realização das negociações dentro de uma Clearing House (no caso, B3).
Importante ressaltar que nas operações com Mercados Futuros, o risco de contraparte é
considerado nulo. Isso porque a contraparte de todas as negociações é a própria B3.
Medidas de Performance
Conceito
As Medidas de Performance são métodos para calcular a eficiência de uma aplicação
financeira em relação ao risco assumido e surgem do conceito chamado de PRINCÍPIO DA
DOMINÂNCIA, que veremos a seguir. Esta medidas fazem com que seja possível comparar
carteiras de investimentos que apresentam riscos diferentes, fazendo com que quanto
maior for a relação retorno x risco, mais eficiente foi o investimento perante o risco
assumido.
Como conceito, todo investimento é composto por uma Taxa Livre de Risco (no Brasil,
utilizamos a Taxa de Juros Selic como TLR) mais a sua parcela de risco. Desta forma, não
faz sentido analisar o resultado total do investimento pelo risco do ativo, mas sim analisar
somente esse retorno excedente pelo risco. A seguir, demonstraremos melhor este
conceito de Retorno Excedente a Taxa Livre de Risco (TLR).
O conceito de risco aqui poderá ser: liquidez do investimento (prazo nas renda fixa; por
exemplo, um CDB com carência de 12 meses, deverá render mais que um CDB com
carência de 1 mês, da mesma instituição); o risco de crédito (um devedor ruim, deve
pagar mais juros que um bom pagador de dívidas); ou até mesmo a volatilidade do
investimento (desvio padrão do ativo), já que é uma métrica de risco total.
Medidas de Performance
Princípio da Dominância: Gráfico
Analisando o gráfico abaixo, no qual possui três Ativos (A, B e C), temos a seguinte
situação: Ativo A e Ativo B com mesmo risco (igual a 3); e Ativo B e Ativo C com o mesmo
retorno (igual a 9). O importante de perceber aqui, é que não faz sentido investir no
Ativo A, tendo a possibilidade de investir no Ativo B, pois os dois apresentam o mesmo
risco, mas o Ativo B apresenta um retorno maior. Desta forma, dizemos que B
“preDOMINA” sobre o ativo A. Da mesma forma, o Ativo C predomina sobre o Ativo B, já
que os dois possuem o mesmo retorno, mas o Ativo C apresente um risco menor.
Mesmo retorno
3 A B Mesmo risco
RISCO
1 C
6 9 Retorno
Retorno
8 A Retorno Excedente à TLR, que
é o retorno que teve risco,
3 pois os primeiros 5% não
tiveram risco
Retorno
5
Total
TLR Retorno Mínimo de
qualquer Aplicação
2 Risco
Medidas de Performance
Índice de Sharpe
O economista William Sharpe (Nobel de Economia em 1990), foi o criador do Índice de
Sharpe, que mensura o retorno de uma carteira de investimentos (ou fundos de
investimentos) por sua volatilidade (sendo a volatilidade calculada pelo Desvio Padrão, ou
seja, o Risco Total). Desta forma, o seu indicador mede o retorno excedente ao ativo livre
de risco pelo risco TOTAL, independentemente das proporções dos riscos sistêmicos e não
sistêmicos.
Com a sua criação, podemos comparar duas carteiras de investimentos e analisar qual
delas é mais eficiente em relação a volatilidade gerada. Em outras palavras, se as duas
carteiras tivessem o mesmo risco total, qual delas teria maior retorno. A conclusão através
desta análise é que, entre duas opções, devemos escolher aquela que possui o maior
valor para o Índice de Sharpe (desde que o mesmo seja positivo).
q FÓRMULA:
Retorno (A) − TLR
Índice de Sharpe A =
6789:; <=>?ã; (A)
q FÓRMULA:
Retorno A − Retorno do Benchmark
Índice de Sharpe A =
6789:; <=>?ã; (A)
Medidas de Performance
Índice de Treynor
O índice de Treynor, de Jack L. Treynor (1965), é uma excelente ferramenta para analisar
fundos de investimentos. Os princípios desta ferramenta são as mesmas do Índice de
Sharpe: analisar o retorno excedente pelo risco. No entanto, como Treynor tinha como
premissa que uma carteira diversificada faria com que os riscos específicos de cada ativo
fossem anulados pelo conceito de diversificação (coeficientes de correlação negativos),
faria mais sentido analisar o risco de uma carteira pelo RISCO SISTÊMICO (BETA) e não
pelo RISCO TOTAL (Desvio Padrão).
Desta forma, o seu modelo leva em consideração o retorno excedente a TLR pelo risco
sistêmico da carteira, mensurado pelo Beta da carteira. Da mesma forma que o Índice de
Sharpe, quanto maior for o seu indicador, melhor será o desempenho da carteira, pois o
gestor terá gerador mais retomo para o risco incorrido.
q FÓRMULA:
Retorno (A) − TLR
Índice de Treynor A =
FGHA (A)
Por exemplo, um fundo de investimentos informa que possui um VaR de R$ 1 milhão para
1 dia, com grau de confiança em 95%. Desta forma, compreendemos que este fundo
poderá ter uma perda máxima de R$ 1 milhão de um dia para o outro, sendo que o grau
de confiança desta informação é de 95%. Porém, como sua confiança é de 95%, quer dizer
também que a possibilidade de perder mais que este valor de um dia para o outro é de
5%.
A principal crítica ao este modelo é que o resultado do VaR NÃO consegue capturar os
prejuízos em períodos de stress do mercado, ou seja, o verdadeiro prejuízo de uma
carteira pode ser muito maior do que o apontado pelo VaR. Esta medida de risco tem
muita validade em períodos normais (cotidianos), já que é um modelo probabilístico,
baseado em estatísticas históricas através do risco total do ativo (desvio padrão)
Value-at-Risk (VaR)
Fórmula
O Cálculo do VaR nada mais é que a multiplicação de quatro variáveis, que são:
Ø Valor Financeiro da carteira (V0 )
Ø Intervalo de confiança (a)
Ø Desvio padrão da Carteira (DP = σ)
Ø Horizonte de Retorno (t)
Desta forma, quanto maior forem estas variáveis, maior será o VaR!
q FÓRMULA:
Var = V, ×a×DP× t
Prejuízos
maiores que
R$ 8.250,00
95%
5%
Value-at-Risk (VaR)
Resumo
Em resumo, a medida de VaR é:
Ø Uma medida dada em valor financeiro e quanto maior for a carteira, maior o VaR;
Ø Diretamente proporcional ao horizonte de tempo (o VaR de uma semana será
maior do que o de um dia);
Ø Diretamente proporcional ao intervalo de confiança (um VaR com um intervalo de
confiança de 99% será maior que um de 95%);
Ø Sua desvantagem é que o VaR é deficiente em períodos de modificação do padrão
de comportamento dos dados, vide que, um modelo probabilístico baseado em
estatísticas históricas não será capaz de capturar as dimensões possíveis de
movimentos bruscos ainda não observados.;
Ø O VaR é um teste UNICAUDAL, portanto, os intervalos de confiança são diferentes
da distribuição normal (será fornecido o alfa na questão).
q RESUMO:
Ø VaR (Value at Risk): Calcula o prejuízo em dias normais, o “risco cotidiano”;
Ø Stress Test: Calcula o prejuízo “em uma situação de crise”.
Ø Stress Test NÃO SUBSTITUI O VaR, mas sim, o complemente.
Back Testing
Conceito
O Back Test consiste em utilizar uma série histórica de cotações, que cobre determinado
período, para verificar a rentabilidade que seria produzida por determinada estratégia se
fosse usada naquele período. Se a base de dados históricos for de boa qualidade e o teste
for conduzido com rigor, a realização de back tests representa um poderoso meio de
avaliar estratégias e selecionar as melhores. Simplificadamente, um exemplo do que se faz
é testar diferentes valores para os parâmetros de uma estratégia entre um período (Ex.
2000 a 2010), até encontrar o conjunto de parâmetros que produz resultados atraentes,
para após isso, aplicar no mercado financeiro.
Quanto maior for o seu valor, maiores são as oscilações perante o benchmark,
consequentemente, menor a correlação entre a “estratégia passiva” & “benchmark” e
quanto menor o índice, maior aderência do fundo em relação ao seu parâmetro de
performance.
q FÓRMULAS:
Medidas de Performance
Resumos
ÍNDICES FÓRMULA