No Brasil, o Crime Compensa' - Que Pensar Da Pena de Morte

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NO BRASIL, ‘O CRIME COMPENSA’ – QUE PENSAR

DA PENA DE MORTE?

Armando Braio Ara, 2015

A imprensa diária traz à sociedade matéria para o debate. Com efeito, um dos
temas mais em voga é o da criminalidade, em linhas gerais, e da
inimputabilidade dos menores, em particular.
Nas últimas semanas, sobretudo, as recentes manifestações ocorridas no Brasil
puseram o assunto em máxima evidência. Está em foco, propriamente falando, o
chamado Estatuto do Menor. A esse respeito, é opinião cada vez mais
generalizada que esta legislação não corresponde nenhum pouco à mentalidade
e ao espírito dos adolescentes de nossos dias.
Com efeito, não só em relação ao menor, como também em face da
delinquência social, em todos os sentidos, salta os olhos que o conceito de
responsabilidade criminal, vigente segundo os atuais dispositivos da
Constituição, está inteiramente ultrapassado, beneficiando de forma quase
grotesca a prática de atos delituosos.
Nesse mesmo contexto, aparecem em proporções crescentes apelos e
reivindicações em prol da pena de morte. A que título vem isso à baila?
Pode-se dizer que a legislação presente quase induz a esse reclamo. De um lado,
os delinquentes e marginais gozam de privilégios que aberram do bom-senso,
praticamente tolhendo a ação eficaz dos órgãos de polícia; de outro, quando
punidos com a prisão, desfrutam de inconcebíveis regalias, que, noutros tempos,
fariam rir o homem comum. De fato, constitui verdadeiro escárnio, dentre
outros projetos disparatados e absurdos, a recente pretensão de conceder licença
aos presidiários de visitar e conviver durante algum tempo com suas respectivas
namoradas, a fim de tornar mais suportável o stress da vida entre as grades. Já
nem falemos dos frequentes indultos, graças aos quais facilmente se evadem da
punição, voltando em sociedade a aterrorizar a vida dos homens de bem.
Para os adeptos da escola romântica, não se concebe tratar os malfeitores com o
devido rigor. É sabido que Rousseau, por exemplo, apregoava ser o homem
inocente, corrompido apenas pelas relações sociais. Apesar de inteiramente
contraditório, e inimigo do bom senso e da razão comum, a concepção ingênua
do liberalismo moral e jurídico impregnou os costumes e leis do Ocidente de
forma, por assim dizer, indelével.
É fora de dúvida que, estimulados pela impunidade e pelo caráter brando das
penas, os criminosos ousam cada vez mais, afrontando as mais comezinhas leis.
Generalizou-se, até, o refrão: “no Brasil o crime compensa”.
Aturdidos e sob o efeito de um acentuado medo, muitos particulares (em grupos
ou gangues), com relativa frequência promovem linchamentos quando se
deparam com os mais bárbaros delitos, que aos poucos vão parecendo quase
moeda corrente.
É inteiramente claro que a legislação criminal se caracteriza por ser branda e
leniente ao excesso, favorecendo muito mais o delinquente do que a vítima. Ao
lado disso, em razão de uma carta constitucional casuística e prolixa, não houve
regulamentação de muitas leis, que ficaram pairando no vácuo ou no limbo
legislativo.
Como já diziam os nossos maiores, summum ius, summa injuria. O excesso de
dispositivos, preceitos e normas não condizem com a efetiva aplicação das
penas maiores. Depreende-se daí um caos jurídico que, a todo instante, impõe
que o STF se pronuncie sobre este ou aquele caso. A partir disso, um conflito
entre os poderes emerge facilmente aos olhos de todos.
Não trataremos aqui da controversa PEC 37, embora seja patente que, na
opinião dos mais avisados, tende a ser a PEC do banditismo. Aliás, entre
aqueles que tomaram conhecimento do assunto, é expressivo o número dos que,
em praça pública, vêm protestando contra mais este disparate que desejam
enviar goela abaixo do brasileiro.
Na perspectiva de coibir mais abusos e pretensões dos criminosos — sob o
amparo de leis concessivas e “letra morta” —, propugnadores da lei e da ordem
insistem na necessidade de intimidar e tolher por completo a audácia do crime,
instituindo a Pena de Morte.
Fundamento Filosófico do direito de punir – Ítalo Galli
Pena de Morte Já – Pe. Emílio Silva
La filosofia penal - Gabriel Tarde
Metodologia y crítica históricas – García Villada
Bíblia Sagrada – Ed. Pe Matos Soares
A vida intelectual - A. D. Sertillanges
Conseils sur le travail intellectuel - Riboulet L.
Catecismo Romano – São Pio V
Manual de Teologia Dogmática – J. Bujanda
Violência e Contraviolência – Waldemar Gomes de Castro
A inquisição em seu mundo – João Bernardino Gonzaga
Suma Teológica – Santo Tomás de Aquino
(FIM)

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