Betting On The Brainiac by Melanie Jacobson

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Índice

Dedicaçã o
Aviso de conteú do
Apostando no fundo do amor
1. Capítulo Um
2. Capítulo Dois
3. Capítulo Três
4. Capítulo Quatro
5. Capítulo Cinco
6. Capítulo Seis
7. Capítulo Sete
8. Capítulo Oito
9. Capítulo Nove
10. Capítulo Dez
11. Capítulo Onze
12. Capítulo Doze
13. Capítulo Treze
14. Capítulo Quatorze
15. Capítulo Quinze
16. Capítulo Dezesseis
17. Capítulo Dezessete
18. Capítulo Dezoito
19. Capítulo Dezenove
20. Capítulo Vinte
21. Capítulo Vinte e Um
22. Capítulo Vinte e Dois
23. Capítulo Vinte e Três
24. Capítulo Vinte e Quatro
25. Capítulo Vinte e Cinco
26. Capítulo Vinte e Seis
27. Capítulo Vinte e Sete
28. Capítulo Vinte e Oito
29. Capítulo Vinte e Nove
30. Capítulo Trinta
31. Capítulo Trinta e Um
32. Capítulo Trinta e Dois
33. Capítulo Trinta e Três
34. Capítulo Trinta e Quatro
35. Capítulo Trinta e Cinco
36. Capítulo Trinta e Seis
37. Capítulo Trinta e Sete
38. Capítulo Trinta e Oito
39. Capítulo Trinta e Nove
40. Capítulo Quarenta
41. Capítulo Quarenta e Um
Epílogo
Reconhecimentos
Sobre o autor
Copyright © 2024 por Melanie Jacobson
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida de qualquer forma sem permissã o por escrito do editor ou autor, exceto
conforme permitido pela lei de direitos autorais dos EUA.
Conteúdo
Dedicaçã o
Aviso de conteú do
Apostando no fundo do amor
1. Capítulo Um
2. Capítulo Dois
3. Capítulo Três
4. Capítulo Quatro
5. Capítulo Cinco
6. Capítulo Seis
7. Capítulo Sete
8. Capítulo Oito
9. Capítulo Nove
10. Capítulo Dez
11. Capítulo Onze
12. Capítulo Doze
13. Capítulo Treze
14. Capítulo Quatorze
15. Capítulo Quinze
16. Capítulo Dezesseis
17. Capítulo Dezessete
18. Capítulo Dezoito
19. Capítulo Dezenove
20. Capítulo Vinte
21. Capítulo Vinte e Um
22. Capítulo Vinte e Dois
23. Capítulo Vinte e Três
24. Capítulo Vinte e Quatro
25. Capítulo Vinte e Cinco
26. Capítulo Vinte e Seis
27. Capítulo Vinte e Sete
28. Capítulo Vinte e Oito
29. Capítulo Vinte e Nove
30. Capítulo Trinta
31. Capítulo Trinta e Um
32. Capítulo Trinta e Dois
33. Capítulo Trinta e Três
34. Capítulo Trinta e Quatro
35. Capítulo Trinta e Cinco
36. Capítulo Trinta e Seis
37. Capítulo Trinta e Sete
38. Capítulo Trinta e Oito
39. Capítulo Trinta e Nove
40. Capítulo Quarenta
41. Capítulo Quarenta e Um
Epílogo
Reconhecimentos
Sobre o autor
Para Sara,
Peguei emprestado algumas de suas melhores partes
Aviso de conteúdo
Escrevo meus livros para serem uma diversã o escapista, entã o, para ajudar todos a terem
essa experiência, aqui está uma lista de coisas que nã o quero pegar você desprevenido.
Cuidem-se bem!
 Pais tó xicos (presentes)
 Trabalho em boate (presente)
 Acidente industrial com vítimas (passado, nã o grá fico)
 Gato
 Gatinhos
 Abundâ ncia de moletons
 Três exemplos de linguagem suave
 Beijo SUPER entusiasmado. Desmaio má ximo. Por favor, conheça seus limites.
Esta é uma experiência 100% feliz para sempre. (Hum, alerta de spoiler?)
Apostando no fundo do amor
Se você precisa de uma atualizaçã o ou de uma base…
Esses quatro amigos se conhecem desde a faculdade. Agora eles estã o em suas carreiras,
mas ainda sã o colegas de quarto em um divertido condomínio em Austin. Ruby decide que,
por ser a ú nica do grupo que tem namorado, ela é a especialista em amor e em encontrar o
Ú nico, entã o aposta com cada colega de quarto que poderá encontrar o amor verdadeiro
para eles até o final do ano.
Apostando no Garoto da Casa ao Lado : o livro de Sami. Sami é enfermeira durante o dia e
aspirante a estrela do rock à noite. Ruby decide marcar um encontro para Sami com seu
novo vizinho, um advogado corporativo chamado Josh. Funciona, mas nã o vou dizer como
ou por que, caso você queira ler por si mesmo. Para esta aposta, Ruby ganha a vaga de
estacionamento designada em seu condomínio.
Apostando no irmão do melhor amigo : o livro de Ava. Ela é uma geneticista obcecada por
seu trabalho. Ela e Ruby cresceram vizinhas. Ava sempre foi apaixonada pelo irmã o de
Ruby, Joey. Ruby apresenta Ava e Oliver neste livro, entã o esta é a primeira vez que os
leitores o encontram na série. Ele e Ava vã o a alguns encontros, o que Joey odeia. Oliver e
Ava têm uma química de bons amigos, mas acabam decidindo que nã o há o suficiente para
nenhum deles. Para esta aposta, Ruby ganha o quarto da Ava com casa de banho privativa.
Capítulo um
Madison

FICO NA beira do trampolim com meu biquíni tangerina, pronta para me lançar no espaço.
Meu corpo fica imó vel apó s uma explosã o de açã o, meus mú sculos contraídos, prontos para
transformar a energia potencial em cinética.
“Ela faz tudo parecer simples”, diz uma das minhas colegas de quarto ao namorado, parte
da plateia sentada nas laterais da piscina, balançando as pernas na á gua. “Mas é assim que
você sabe que ela é muito boa nisso. Faça isso, garota!
“Drama, muito?” Esse é outro namorado, parecendo entediado. Irô nico que eu o esteja
entediando, quando Niles é o que soaria se Dockers bege pudesse falar. Ruby o manda
calar. É praticamente um reflexo da minha colega de quarto bibliotecá ria.
Nã o reconheço que o ouvi. Em vez disso, levanto os braços, salto duas vezes na prancha e
contraio os mú sculos, mas nã o muito - perfeitamente no controle da á rea de superfície
necessá ria para fazer o respingo má ximo da bala de canhã o.
Ouço alguns gritos de surpresa enquanto desapareço na á gua e saio para fazer um
penteado sexy ao som de risadas. Bem, e os comentá rios irritados de Niles.
Minha colega de quarto de cabelo rosa, Sami, me dá um sorriso irô nico e um balanço de
cabeça. “Ela pode fazer mergulhos de verdade”, diz ela a Josh, nosso vizinho e agora seu
namorado.
Ele sorri. “Eu nã o duvidaria de Madison nem por um segundo.”
“Você é bonito e inteligente”, digo a ele enquanto nado em direçã o ao lado deles da piscina.
Sami revira os olhos. “Podemos dar um mergulho de verdade agora?”
Eu saio da á gua, estilo sereia, e subo na beira da piscina para dar um tapinha no nariz dela.
"Nã o. Eu nã o sou seu selo treinado.” Com uma piscadela, afundo de volta na á gua e nado em
direçã o à pista reservada para nadadores, passando por baixo da divisó ria flutuante e
começando a nadar costas.
A á gua fria é deliciosa contra o calor brutal de Austin na segunda semana de agosto. Até
mesmo marcar a festa de boas-vindas de Sami na piscina para o início da noite nã o ajudou
com a temperatura. Até agora, só estar na á gua o fez. Eu deveria fazer mais exercícios dessa
maneira, exceto que pago muito pela minha balayage para submetê-la ao cloro com muita
frequência. O preço da beleza e outras coisas.
Ainda assim, neste momento, tudo está exatamente certo. O ritmo do meu corpo e da á gua
que desloco, o contraste do sol poente e a temperatura fresca da piscina, os sons dos meus
colegas de quarto – as minhas pessoas favoritas no mundo – rindo e conversando ao fundo.
Nã o foi a mesma coisa com Sami saindo em turnê com sua banda durante todo o verã o.
Agora estamos inteiros de novo, e embora as mudanças estejam surgindo com base nos
olhos sinceros que duas das minhas colegas de quarto estã o recebendo de seus namorados,
isso é mais tarde. Agora é . . . agora. E estou totalmente nisso.
Eventualmente, comemos todas as coisas deliciosas que o irmã o de Ruby preparou, mas
quando a noite cai, todos os meninos se lembram de seus papéis e desaparecem de volta
para suas pró prias casas, deixando nó s quatro, melhores amigos, cambaleando até nossa
casa, pesados e encharcados. sol, cheirando a Coppertone com um cheiro de fumaça de
briquete de carvã o para dar um toque terroso.
As outras três garotas se espalham pela mobília da sala, e eu escolho me aconchegar com
Sami, que pegou o sofá , pegando as pernas e colocando-as no meu colo enquanto me aninho
nas almofadas.
“Ei, melhores amigos,” eu digo.
Cada um deles me responde com um suave “Ei, Madi”, o tipo específico de suavidade que
vem das noites quentes de agosto.
Eu inclino a cabeça para sorrir para Ruby, depois passo os olhos por Ava e Sami e dou um
suspiro de satisfaçã o. Conheço essas garotas desde que está vamos no dormitó rio dos
calouros. Sã o oito anos. Oito anos em que nã o nos separamos muito. Cada um de nó s fez
suas pró prias coisas por um ano ou dois depois de se formar, mas quando Ava conseguiu
seu emprego no laborató rio de genética e comprou este condomínio há dois anos, o resto
de nó s se mudou com poucos meses de diferença um do outro.
“É assim que deveria ser”, digo em voz alta. “Minhas meninas estã o em casa comigo.”
“Sentimos sua falta, Sami”, diz Ava. “Estou feliz que sua turnê acabou.”
“Eu também”, diz Sami. “Eu realmente senti falta de Josh.” Belisco sua coxa e ela ri. “Tudo
bem, também senti falta de seus rostos irritantes.” Ela faz um movimento estranho para
esticar o pescoço e olhar para Ava, finalmente decidindo que é mais fá cil pendurar a cabeça
na beirada do sofá e estudar Ava de cabeça para baixo. “Senti especialmente falta de toda a
açã o quente de Joey que se desenrolava. Nã o foi a mesma coisa receber o passo a passo de
Madison por mensagem de texto.”
Ava cora, algo que ela faz facilmente. Eu sentiria pena dela se nã o tivesse tanto ciú me de
seu lindo cabelo ruivo. Ela e Joey têm só é um item oficial há algumas semanas, embora
seus sentimentos estivessem fermentando desde o início do verã o.
“Eca,” Ruby diz sem nenhum desgosto real. “Você poderia nã o falar sobre meu irmã o e açã o
quente na mesma frase?”
“Sua aposta, sua culpa”, diz Sami.
Eu a belisco novamente. “Nã o ouvi você reclamando quando perdeu para Ruby. Teremos
que ir até a casa ao lado e arrastá -lo de volta da casa de Josh a qualquer momento que
quisermos vê-lo de agora em diante?
Sami estreita os olhos para mim. “Falando em apostas, nã o é a sua vez?”
“Sim”, diz Ava, batendo palmas duas vezes. “É cem por cento a vez de Madison pegar
Rubied.”
“Estou triste”, diz Ruby, parecendo mais alerta. “E eu tenho ideias.”
Sami grita e Ava ri, mas isso nã o me incomoda. Ruby apostou conosco no dia de Ano Novo
que ela poderia encontrar o amor verdadeiro para todos nó s no pró ximo Ano Novo.
Ela enfrentou Sami primeiro, combinando-a com Josh quando ele se mudou para a casa ao
lado. Entã o, em uma série de movimentos tã o diabó licos que me deixaram nervoso por
algumas semanas, Ruby conectou Joey e Ava. Fazia sentido superficialmente. Sua melhor
amiga de infâ ncia e seu irmã o? Quem poderia saber o que qualquer um deles precisava
melhor do que Ruby? Mas Ava é uma cientista de verdade que à s vezes me deixa usar seu
jaleco quando quero me sentir inteligente, e Joey é um dos maiores playboys de Austin.
Faça disso um playboy reformado. Sami e eu suspeitá vamos que Ava gostava de Joey, mas
deixamos que Ruby acordasse Joey para o fato de que a mulher perfeita esteve debaixo de
seu nariz durante toda a vida.
Eu sorrio para Ruby. “Faltam apenas quatro meses no ano. Você pode tentar me encontrar
o amor verdadeiro, mas nã o tem tempo suficiente ou homens com quem ainda nã o namorei
para ganhar esta aposta.
Ruby sorri de volta. “Eu disse que tenho ideias. Você deveria estar preocupado.
“E ainda assim nã o estou.” Eu dou a ela meu rosto sereno. “Eu adoraria se você pudesse,
mas nã o tem como.”
“É verdade”, diz Sami. “Mads adora se apaixonar tanto que fica fazendo a parte da queda
repetidamente e pulando o resto.”
Eu aceno, nã o ofendido. É a imagem que cultivo desde a faculdade. "Sim. Estou aqui apenas
para a parte divertida.”
“Estou chocado ao ouvir isso da mulher que nã o pode se comprometer a possuir uma
suculenta”, diz Ava.
Eu mando um beijo para ela. “Eles sã o muito necessitados.”
“Eu ouvi você”, diz Sami. “Aquela coisa toda de você ter que regá -los uma vez por mês? O
que há com isso?
Ava e Ruby sã o nossas mã es-plantas, mas até Sami tem uma planta de ar no parapeito da
janela da cozinha.
“Nã o há vergonha no meu jogo”, eu os informo. “Cada minuto gasto regando uma planta é
um minuto a menos gasto flertando com um garoto.”
“Com o garoto errado ”, diz Ruby. “Você nã o encontrará seu homem na seçã o VIP de um
clube, Mads.”
“Que pena, que triste”, digo alegremente. “Nã o posso ajudar onde trabalho.”
“Você pode ajudar cem por cento onde trabalha”, diz Ava.
"Ei. Você está me julgando? Tenho dois empregos, mas sei a qual deles ela se refere.
Trabalho no serviço de garrafas no Gatsby's, o clube mais elitista da cidade. Sou a anfitriã e
garçonete de mesas VIP, pessoas que gastam centenas - à s vezes até milhares - para
reservar uma mesa para a noite. Mesas luxuosas significam dicas de luxo. Provavelmente
chocaria Ava e Ruby saber que ganho mais dinheiro trabalhando nas noites de fim de
semana no clube do que elas em tempo integral no laborató rio e na biblioteca. Também
trabalho vá rios turnos por semana em uma boutique de roupas e artigos para o lar, mas
nã o há muitos caras com quem flertar lá .
“É claro que nã o estou julgando você”, diz Ava. “Você gosta de trabalhar, entã o isso é tudo
que me importa. Estou ressaltando que é impreciso dizer que você nã o pode ajudar onde
trabalha. Você escolheu.
Ruby aponta para uma citaçã o em ponto cruz emoldurada — feita por Ava — na parede.
“Fique fora do meu territó rio, Ava.”
A citaçã o diz “Bem, na verdade. . .” e é atribuído ao pró prio Ruby Ramos que agora aponta
isso, que realmente usa muito essa frase. Muito. Tanto, muito. É um perigo para o trabalho.
Mas meu flerte também. “Eu nã o estava sendo literal. Mas eu passo todo o meu tempo aqui
ou no trabalho, e vocês sã o lindos e dignos, mas nã o quero namorar nenhum de vocês.
Entã o, caras gostosos do clube.
“É por isso que você precisa de mim”, diz Ruby. "Eu posso encontrar um homem para você."
Sami bufa. “Madison pode encontrar um homem. Um novo por dia, se ela quiser.
Eu sorrio. “À s vezes eu quero.”
Ruby, que ficou enrolada em uma poltrona durante tudo isso, se inclina para frente para me
olhar. "Nó s sabemos. Mas quero dizer o príncipe .
Ignoro uma pontada de ansiedade e dou a ela o sorriso de um jogador de pô quer com uma
mã o vencedora. “Nunca vai acontecer, mas com certeza. Trazem."
“Termos?” Ava pergunta. Ruby ganhou o quarto de Ava com banheiro privativo na aposta.
Ava “ganhou” Joey, e Ruby afirma que é culpa de Ava ela ter saído pior no negó cio. Ruby
está brincando. Nã o tenho certeza se algo a deixou mais feliz do que a reuniã o de seu
melhor amigo e irmã o.
“Cama de Madi.” Ruby nomeia suas apostas sem perder o ritmo.
Nenhuma surpresa. Ava e Sami também nã o parecem surpresos. Dizer que tenho a cama
mais confortá vel da casa é um fato e um eufemismo criminoso. Se eles soubessem o quanto
meu custo de colchã o, eu provavelmente testemunharia suas almas deixando seus corpos.
Eu apenas sorrio para Ruby. "Aceitaram. Mas você cometeu um erro crítico. Nã o há homem
por quem valha a pena abrir mã o daquela cama.
Sami faz uma careta. “Ela pode estar certa, Ruby.”
“É uma cama muito boa.” A voz de Ava é reverente.
Ruby apenas balança a cabeça. “Você pensaria que depois de eu ter vencido duas vezes,
você teria mais fé em mim. Especialmente quando a terceira vez é um encanto.”
Eu bufo. “Amor verdadeiro no Ano Novo? Você está ligado.
Capítulo dois
Madison

UMA SEMANA SE PASSA SEM qualquer matchmaking Ruby, mas fico alerta. Eu amo muito
minha cama. Vigilâ ncia constante!
Quando uma segunda semana está quase acabando sem que ela traga algum cara em minha
direçã o, me pergunto se deveria ficar ofendido. Sou tã o difícil de igualar? Quando Ruby
começou a trabalhar em Sami, ela literalmente escolheu nosso vizinho Josh para ela no
primeiro dia de aposta, e Sami é uma mulher de terceira geraçã o do tipo “homens nã o
passam de problemas”. Ela e Josh ainda estavam apaixonados em três meses.
Ava tinha sido mais complicada porque Ruby sabia que seu irmã o nã o tinha ideia de que a
garota com quem eles cresceram era sua mulher perfeita. Mas Ruby nã o levou nem todo o
verã o para ajudá -lo a perceber isso.
É verdade que nã o posso nem me comprometer com uma suculenta, mas nã o é porque sou
exigente. Eu sou o oposto: há muitas suculentas bonitas em Austin para escolher apenas
uma. Mas a maior parte suculentas - quero dizer, pessoal - acabam me dando nojo, de
qualquer maneira. Algumas vezes, cheguei ao quarto encontro. Mas entã o . . . eca. Quente
até ele falar com voz de bebê e se achar fofo. Atraente até que ele apareça para um encontro
vestindo uma camiseta que diz “Coma menos”. Nele até que ele nã o dê gorjeta ao garçom.
Se eles nã o me irritarem, será quase pior. Nã o há razã o para eu nã o gostar deles.
Simplesmente nã o está lá para mim. Assim que eu sentir isso, estou fora. Bem fora, mas
fora. Tentei algumas vezes na faculdade dar tempo a essas situaçõ es para se transformarem
em algo, e foi horrível. Nã o funcionou das duas vezes, e acabei machucando aqueles caras,
deixando-os acreditar que havia uma chance. Nã o importava que eu esperasse que
houvesse; Eu ainda os machuquei e, depois de ver meus colegas de quarto lidando com um
coraçã o partido, prometi nã o ser o destruidor de coraçõ es novamente. Nã o se eu pudesse
ver isso chegando.
O atraso deve ser porque Ruby está tentando encontrar meu “príncipe”.
É um resquício idiota da infâ ncia, e eu gostaria de nunca ter contado isso à s meninas, mas
na verdade nã o tive escolha. Minha irmã fez disso um grande alarde na frente deles uma
vez, e eles ficaram tã o entretidos que continuaram com isso desde entã o. Eu me inclino
para isso porque sou um bom esportista.
Olho para a salada que estou comendo na mesa da cozinha e considero as implicaçõ es de
Ruby tentar encontrar meu “príncipe”. Entã o penso em tirar uma soneca na minha cama,
em um colchã o que deve ser recheado com pelos de unicó rnio e sustentado pelo serviço
infalível de pequenas fadas que vivem lá dentro e querem apenas ter certeza de que estou
perfeitamente acolchoado sempre que durmo.
Preciso daquele cochilo hoje e todos os dias mais do que preciso de um cara. Tenho certeza
de que isso sempre será verdade.
Ah bem. Se isso significa que continuarei flertando com homens bonitos até conseguir meu
fundo fiduciá rio e embarcar na dominaçã o mundial, farei o sacrifício. Existem maneiras
piores de esperar os pró ximos quatro anos do que trabalhar em um emprego divertido,
dormindo em uma nuvem má gica cama, saindo com meus colegas de quarto e morando
perto de um mercado de agricultores com os tomates cereja perfeitos da estaçã o agora.
Estou mordendo um quando Ruby entra. “Charlie tem um amigo que precisa de um lugar
tranquilo para trabalhar durante o dia. Ele poderia trabalhar no Gatsby's?
Paro com uma garfada de salada a meio caminho da boca e olho para Ruby. Ela se inclina
contra o balcã o.
“Trabalhar no Gatsby's fazendo o quê?”
Ela dá de ombros. "Programas. Isso é tudo que eu sei. Programaçã o, talvez.”
Coloquei meu garfo no chã o. “Achei que você seria mais esperto do que isso, embora deva
dizer que isso acontecerá mais tarde do que eu esperava.”
A testa de Ruby enruga. “Você acha que estou perguntando se Oliver pode trabalhar no
clube quando ele está fechado durante o dia porque quero marcar um encontro com ele
para você?”
“Seu ato inocente nã o engana ninguém.”
“Isso nã o é sobre a aposta, Madi. Estou conectando-o a você por causa do seu acesso a um
prédio vazio e silencioso com Wi-Fi, e nã o pela sua disponibilidade româ ntica.
“Estamos falando do mesmo Oliver que você tentou armar com Ava?”
“Sim, mas isso era uma questã o de disponibilidade româ ntica, nã o de acesso Wi-Fi.”
Eu nã o acredito nela nem por um segundo. “Explique isso para mim novamente.”
“Oliver mora do outro lado do corredor de Charlie.” Charlie, seu colega de trabalho na
biblioteca e melhor amigo. “Arrumei Oliver e Ava porque Oliver é legal e eu sabia que isso
chamaria a atençã o do meu irmã o. Mas eu também sabia que se estivesse errado, Ava teria
uma chance de clicar com Oliver, entã o todos ganhavam.”
“Uma situaçã o em que todos ganham, exceto para o pobre Oliver, sua peça de jogo. Você
está tentando me empurrar para ele como prêmio de consolaçã o?
Ruby revira os olhos. “Ele sabia o que eu estava fazendo com Ava o tempo todo. Ele está
muito ocupado com seu trabalho agora, e ele só concordou em me ajudar com Ava porque
sabia que nã o tinha chances reais de se apaixonar por ela. Nã o com tudo o que ele está
acontecendo. Entã o por que eu empurraria um cara assim para você? Nã o posso vencer
com Oliver. Você nem é o tipo dele.
Eu me sento na cadeira. "Com licença? Eu sou o tipo de todo mundo. Sou gostoso, sou
engraçado e ganho meu pró prio dinheiro.”
“Concordo, e Ava deveria bordar isso para você”, diz ela. “Mas Oliver gosta de nerds e do
tipo que salva o mundo.”
“Diga-me novamente como ele nã o se apaixonou perdidamente por Ava?” Ela é ambas as
coisas e também bonita.
“Tempo”, diz Ruby. “Esse é sempre o problema dele. E é por isso que estou perguntando se
ele pode trabalhar no Gatsby's durante o dia. Ele precisa de um espaço tranquilo com
acesso Wi-Fi para trabalhar com software.”
Coisa de software. É como se todos os elementos da sociedade de Austin tivessem um
acordo tá cito de que, se um trabalho tem alguma coisa a ver com computadores, a pessoa
apenas diz que está na á rea de tecnologia ou software para que todos possamos seguir em
frente.
Ainda sinto uma armadilha. “Qual é o problema com o escritó rio dele? Ou a casa dele?
Ruby balança a cabeça. “Nã o sei. Isso vem de Charlie. Ele perguntou se eu conhecia algum
lugar onde Oliver pudesse trabalhar, e pensei no Gatsby's. Se eu nã o conhecesse Oliver
muito bem, nã o tocaria no assunto. Mas eu faço, e se isso o ajudar, ó timo. Nã o me custa
nada perguntar a você. Oh, espere, exceto por um interrogató rio. Provavelmente nã o teria
perguntado se eu tivesse previsto isso.
Pego meu garfo de salada. “Estou setenta por cento menos desconfiado agora.”
“Ele disse que está feliz em pagar algumas centenas por mês para cobrir quaisquer serviços
pú blicos que use ou algo assim, porque ainda é mais barato do que alugar um escritó rio
separado.”
"Vendido." Posso detestar quase tudo relacionado à minha educaçã o, mas a capacidade de
monetizar quase tudo e ver exatamente como usar o lucro tem suas vantagens. Esse
dinheiro extra do nerd da tecnologia irá direto para o meu bolso porque os donos do
Gatsby gostam de me deixar feliz, e eu sei exatamente o que fazer com o dinheiro: meus
melhores amigos ainda nã o sabem, mas estã o prestes a começar vestindo cafetã s luxuosos
do meu segundo emprego.
“Diga a ele para me encontrar lá na quarta de manhã .” Dou-lhe um tempo e faço uma
anotaçã o mental. Tech Nerd agora é um problema de quarta-feira, mas hoje é segunda-
feira, e segunda-feira é para farras do Netflix.
A nova temporada de Engaged and Enraged nã o será assistida sozinha. Esses produtores
manipuladores contam comigo e nã o vou decepcioná -los.
Capítulo três
Oliver

RUBY RAMOS ESTÁ PARADA NA minha porta, parecendo satisfeita consigo mesma. Minha
vizinha do outro lado do corredor, Charlie, está encostada no batente da porta atrá s dela.
“Sua soluçã o para meu problema de espaço de escritó rio lotado e barulhento é trabalhar no
Gatsby's?” Eu pergunto. “Essa nã o é uma das maiores casas noturnas da cidade?”
“Nã o durante o dia. Minha colega de quarto trabalha lá e é pró xima do dono, entã o ela meio
que manda no lugar. Só abre nos finais de semana e, mesmo assim, o pessoal só começa a
chegar por volta das 17h. Até lá , você terá cerca de um milhã o de mesas, cabines ou bares
para trabalhar, além de Wi-Fi.”
“Quem é esse colega de quarto?”
“É Madison”, diz Ruby. "Ela é legal."
Charlie fala, Quente .
Nã o é um ponto de venda, mas nã o faz mal. Portanto, um recurso, nã o um bug. "Cadê? Nã o
posso estar muito longe do escritó rio.”
Ela diz o nome de uma rua que fica a poucos minutos do nosso prédio e entra no meu
apartamento, sentando-se no meu sofá . Charlie cai ao lado dela. “Só há um problema”, diz
ela.
"Deixe-me adivinhar. Tenho que levá -la para alguns encontros para ajudá -lo a ganhar outra
aposta? Nã o que eliminar Ava tenha sido uma dificuldade. Se eu tivesse algum tempo livre,
poderia ter tentado conquistá -la de verdade. Ela é linda e fascinante. Fá cil de conviver
também, mas esse era quase o problema. Nossa química foi intermediá ria, na melhor das
hipó teses. E meu trabalho praticamente exclui uma vida social.
“Você e Madison nã o sã o compatíveis. Bem, talvez o seu senso de humor seja? Ela olha para
Charlie, que assente. “Entã o, senso de humor. Mas literalmente nada mais.”
“Você nã o tem nenhum outro colega de quarto que vai jogar em mim, tem? Porque Ruby,
minha amada, você e Charlie são minha vida social.”
Ela olha de Charlie para mim. “Só vemos você quando entramos para assistir filmes porque
sua tela é maior.”
“Agora você entende minha agenda. Essa é a maior açã o que recebo durante toda a
semana.”
“Perturbador,” Charlie diz suavemente.
Ruby revira os olhos. “Eu entendo, Oliver. Você pode parar de sugar a alegria dos meus
incríveis poderes de resoluçã o de problemas?”
“Entã o você nã o vai jogar esse colega de quarto de boate em mim ou em qualquer outro
colega de quarto que eu ainda nã o conheça?”
“Nã o há outros colegas de quarto, e você e Madison nã o estã o juntos. Mas vocês podem
ajudar uns aos outros e conseguirã o com isso o maior escritó rio de Austin. E o mais
silencioso.”
Eu me contentaria com um armá rio silencioso se o Wi-Fi fosse rá pido. “Qual é o problema?”
“Aluguel”, ela diz. “Você precisará pagar algumas centenas de dó lares para cobrir serviços
pú blicos ou algo assim. Você está bem com isso?"
“Se o espaço for adequado, claro”, eu digo. “Mais barato do que alugar outro escritó rio.”
Ruby dá um pequeno sorriso. "Eu estava pensando a mesma coisa. Você quer dar uma
olhada?
"Sim."
Ela pega o telefone e me manda uma mensagem. “Essa é a informaçã o. Endereço e horá rio
amanhã . Mas tenho quase certeza de que estou certo sobre isso.”
“Legal,” eu digo. "Obrigado."
"Sem problemas." Ela aparece do sofá . “Tchau, meninos. Niles e eu vamos sair.
Olho para Charlie, mas sua expressã o nã o mudou. “Fazendo algo divertido?”
“Indo para uma cervejaria artesanal”, diz Ruby.
Os lá bios de Charlie sã o finos, mas por pouco. Só percebo porque estou observando ele.
“Achei que você nã o gostasse de cerveja”, digo.
“Eu nã o”, ela diz. “Conto que eles tomem uma cidra forte para me ajudar. E ouvi dizer que
eles têm tacos matadores.” Ela se dirige para a porta. "Vejo você no trabalho, Charlie."
“Até mais”, ele diz.
A porta se fecha atrá s dela, deixando-nos em silêncio. Charlie nã o olha nos meus olhos, mas
isso nã o vai me impedir de fazer meu trabalho aqui. "Você precisa contar a ela, Charlie."
Ele balança a cabeça. “Nada a contar.”
Certo. Só que ele está loucamente apaixonado por ela. “Niles nã o é o cara.”
“De acordo com ela, ele é.”
Eu quero pressioná -lo. Por mais perspicaz que Ruby muitas vezes seja - assustadoramente,
à s vezes - ela tem um ponto cego em forma de Niles entre ela e Charlie. Charlie, o cara que
realmente a merece. Mas venho dizendo isso a ele há seis meses e sei que nã o há sentido
em insistir quando seu queixo está tã o teimoso.
Multar. Para outras coisas. “Obrigado por divulgar em um espaço.” Há muitas vagas de
escritó rio em Austin, mas os aluguéis sã o muito altos. É completamente auto-indulgente
procurar outro lugar para trabalhar quando, tecnicamente, tenho meu pró prio escritó rio na
Azora. Mas sou interrompido demais.
"Tem certeza de que está tudo bem em dar uma olhada no Gatsby's?" Charlie pergunta.
“Você sabe como Ruby é. Ela adora resolver problemas, mas se você odeia a ideia, posso
dispensá -la.
“Se estiver vazio e silencioso o dia todo, vai funcionar. Eu provavelmente poderia trabalhar
trinta por cento mais rá pido se nã o tivesse que conversar com as pessoas no escritó rio, e
preciso trabalhar mais rá pido.” O peso da nossa pró xima reuniã o com investidores está
todo sobre meus ombros. Tenho que apresentar a eles um produto mínimo viá vel. “Mas me
diga a verdade: ela nã o está tentando me colocar com essa outra colega de quarto, está ?”
Charlie bufou. "Como desejar."
"Tã o quente?"
"Que calor."
“E ela é engraçada?”
“Hilá rio,” Charlie confirma. “Mas Madison nã o é seu tipo. Confie em mim. Borboleta social.
Inteligente, mas sem ambiçã o. Feliz sendo uma garota de garrafa e festejando. Um cara
novo toda semana até que ela o devolva para o pró ximo.”
“Entã o, meio superficial. Entendi."
“Eu nã o disse isso.” O rosto de Charlie se contorce como acontece quando ele está pensando
muito, algo que ele faz muito, e nem sempre nas coisas certas. Como em uma vez, observei
essa expressã o em seu rosto por quase meia hora depois que ele tentou resolver os buracos
na trama de Homens de Preto 3 . “Ela está sempre na moda, tem uma rotina de beleza
exigente, namora garotos bonitos, pelo que posso dizer. Mas quando ela está saindo com as
meninas, ela nã o é nada disso.”
"Nã o importa. Nã o há tempo.
“Nã o há tempo”, diz Charlie. “Como está indo o software?”
“Você está pedindo de verdade ou quer os marcadores?”
"Tó picos."
Eu resumi tudo para ele, mas cada resumo é o mesmo: há muito dinheiro em jogo e um
excelente produto de software em andamento, mas sou seu arquiteto e nã o há o suficiente
de mim para fazer todo o trabalho pelo prazo final. E ainda assim isso tem que ser feito.
“Parece difícil”, diz Charlie.
Essa é uma das coisas que mais gosto em Charlie. Ele nã o tenta superar ninguém ou
convencê-los de que sua tarefa difícil nã o é difícil.
Ele se levanta do sofá . “Espero que a coisa do Gatsby dê certo, cara. Vou correr, mas venho
mais tarde tomar uma cerveja ou algo assim.
"Vai fazer."
Ele sai e sou eu e meu laptop novamente.
Suspiro e me forço a voltar a depurar um problema que surgiu quando executei o có digo no
escritó rio esta tarde. É um bom exemplo de por que preciso de um espaço diferente para
trabalhar. Juro que nã o sou uma flor delicada ou algo assim, mas nã o consigo pensar bem
em ambientes barulhentos, e a mú sica distrai igualmente, entã o os fones de ouvido nã o
ajuda. Eu poderia ter corrigido esse bug muito mais cedo se nã o tivesse tido tantas
interrupçõ es.
Posso trabalhar em casa, mas odeio isso. Isso me faz sentir que nã o há separaçã o entre
minha casa e meu trabalho. Pra ser sincero, quase nã o existe, mas cresci em uma fazenda
onde casa e trabalho sã o a mesma coisa, e é difícil. Estou me agarrando a todos os buffers
que posso encontrar.
Espero que o Gatsby funcione. É estranho pensar que uma boate que provavelmente parece
pobre quando nã o consegue se esconder em condiçõ es de pouca luz pode acabar sendo
meu Nirvana, mas eu aceito.
Capítulo quatro
Madison

QUARTA-FEIRA DE MANHÃ , EXATAMENTE À S 9H , estaciono no Gatsby's e vejo Oliver


esperando na porta dos fundos. De qualquer forma, presumo que seja Oliver, porque foi lá
que eu disse para ele me encontrar. Esse cara tem a idade certa, usa moletom com capuz e
Jordans, ó culos e um boné de beisebol azul-marinho.
Desliguei o motor do meu Mercedes e saí para encontrá -lo. Nã o gosto de compartilhar o
que considero “meu espaço” durante o dia, mas Ruby deixou claro que esse cara vai se
misturar ao cená rio.
“Já vou”, digo antes de pegar minha bolsa de giná stica no banco de trá s.
“Sem pressa.” Sua voz é profunda, mas suave.
Mais perto da porta, posso ver que ele é de estatura mediana, bastante magro, bem
barbeado e de aparência mediana. Ruby nã o estava mentindo; ele nã o é nem remotamente
meu tipo, e isso nã o é uma armaçã o. Eu gosto dos meus caras fortes e um garoto bonito e
barbudo - ou pelo menos exibindo o bigode irô nico que oitenta por cento dos caras de
Austin crescem -, usando roupas da moda e cabelos muito bem penteados para bagunçar
com um boné.
Eu olho para o chapéu de Oliver. Nã o é nem para uma equipe. Parece brindes corporativos
que as empresas distribuem em eventos do setor, mas ninguém escolhe, a menos que as
coisas boas acabem.
Chego à porta e digito o có digo. "Ei. Você é Oliver, certo?
"Sim. Madison?”
"Esse sou eu." O teclado emite um sinal sonoro e a fechadura é desativada. Abro a porta e
sorrio para ele. “Bem-vindo ao Gatsby's. Vou te mostrar o lugar e você verá se vai funcionar
para você.”
Ele pisca para mim algumas vezes.
“Você queria um tour antes de decidir, certo?”
Ele balança a cabeça levemente. "Sim. Sim. Eu faço."
Socialmente estranho. Isso rastreia. Os caras da tecnologia sã o um extremo ou outro. Ou
todos se vangloriam sem autoconsciência, ou autoconscientes a ponto de fazer com que
todos se sintam estranhos.
Eu aceno para ele entrar na minha frente e deixo a porta se fechar atrá s de nó s, armando a
fechadura novamente. “Falaremos sobre o sistema de segurança se isso funcionar, mas por
enquanto, saiba que o mantemos trancado fora do horá rio de funcionamento, mesmo que a
equipe esteja aqui por causa de todas as bebidas de primeira qualidade que armazenamos.”
Ele acena com a cabeça, mas nã o diz nada. Acho que vou continuar a conversa, mas tudo
bem. É por isso que sou bom no meu trabalho. Bem, isso, cabelo grande e decote.
“Este é o nosso estoque”, digo a ele. “Tem ligaçã o a uma cozinha, mas serve apenas para
petiscos e tapas. Nada de cozinhar, na verdade. O escritó rio é o pró ximo, um espaço limpo,
embora chato, e aponto para o armá rio de metal encostado em uma parede. “Temos
material bá sico de escritó rio. Sinta-se à vontade para usá -los. Canetas, papel para
impressora. Se você usa muito, basta substituir.”
"Obrigado."
“Em seguida, o clube principal. Siga em frente até o chã o.
Ele empurra a porta que eu indico. Eu me junto a ele, andando pela pista de dança, parando
quando percebo que ele nã o se moveu. "Algo errado?"
Ele examina o espaço, com as sobrancelhas levantadas. “Isso é muito melhor do que eu
esperava.”
Isso me faz sorrir. “Você pensou que seria couro falso e superfícies pegajosas nas quais
você nã o quer pensar muito?”
Ele faz uma careta. "Sim, desculpe-me. Eu nã o deveria ter dito isso em voz alta.”
“Está tudo bem, mas você está confundindo nosso sofisticado local de entretenimento com
o Hooters. Somos um restaurante elegante, e você sempre pode identificar um restaurante
elegante porque ele se autodenomina elegante.
Ele me dá um sorriso de desculpas. "Deixe-me tentar novamente. Olá , Madison. Prazer em
conhecê-lo. Este lugar é legal.
“Olá , Oliver. Estou feliz que você gostou. Você está pronto para o resto da turnê?
“Claro, mas já posso dizer que isso provavelmente se resumirá à s velocidades do Wi-Fi. Se
for rá pido, estou dentro.”
“Eu preparei um discurso inteiro, entã o você vai ter que ouvi-lo.”
Um canto de sua boca se curva. "Eu esperava que você tivesse."
Gosto que ele nã o faça parecer que está me fazendo um favor ao ouvir. Oliver está bem.
O Gatsby's é voltado para o pú blico pó s-faculdade e pré-casamento, clientes com gostos
caros e renda disponível. Nã o fazemos promoçõ es de bebidas baratas, e nosso nível mais
baixo de serviço de garrafas exige um mínimo de quinhentos dó lares. Durante as semanas
de festivais e outras épocas movimentadas, é o dobro. Tudo no interior de Gatsby foi
projetado para fazer com que nossos clientes sintam que vale cada centavo, desde a
estética art déco até o caro couro, veludo e latã o.
Aponto para os níveis em terraços acima de nó s. “O mezanino e a varanda sã o mais para ver
e ser visto. Vamos até a varanda. Acho que é onde você mais gostará de trabalhar. Há um
elevador de serviço para carga e acesso para deficientes, se você quiser, mas gosto das
escadas.
Dois conjuntos de amplas escadas curvas conduzem da pista de dança ao pró ximo nível,
enquanto escadas menores em espiral conduzem do mezanino à varanda. “A menos que
estejamos fazendo eventos VIP, só abrimos de sexta a domingo à noite. Você terá todo o
espaço só para você, exceto eu. Estou muito por perto, mas geralmente no escritó rio ou na
pista de dança.”
Quando chegamos ao nível da varanda, levo-o para uma mesa perto de um canto. “Grande
á rea de superfície, portas de carregamento embutidas nos mó veis, proximidade do
banheiro e um bar na outra extremidade se você quiser manter coisas frias na geladeira. Ou
encha-se de bebidas de fonte.
“Coca-cola fluida?”
"Nunca termina."
Ele caminha até a mesa que indiquei e se inclina para pressionar o estofamento do banco.
“Se o seu Wi-Fi for rá pido, eu vou entrar.”
Sua expressã o é tã o neutra que levo um segundo para perceber que ele fez uma piada.
“Desculpe, nã o há amigos técnicos que surfam no sofá . Você está pensando no Haymaker's.
Somos o grupo de ternos superfaturados.”
“Sou mais um macaco de có digo do que um cara de tecnologia”, diz ele. “Mas está tudo bem.
É uma nuance cultural perdida no grupo externo.”
“Macaco de có digo bobo. Onde quer que eu esteja é o grupo.”
"Observado. Tudo bem se eu fizer um teste de velocidade? Ele tira o laptop da bolsa
carteiro.
"Claro. Dê-me seu nú mero e eu lhe enviarei a senha por mensagem.” Ele me entrega seu
telefone e eu mando uma mensagem dele. “Preciso tirar uma foto da senha corporativa, que
é mais complicada do que o nome daquele vulcã o islandês. Mas tem mais largura de banda
do que o Wi-Fi gratuito para convidados.”
Oliver parece que vai dizer alguma coisa, mas fecha a boca novamente. Ele nã o cora, mas
seus olhos se desviam por uma fraçã o de segundo.
“Você estava prestes a dizer o nome do vulcã o?” É o tipo de coisa que Ava faria e depois
ficaria surpresa quando todo mundo nã o soubesse disso.
"Nã o."
Eu nã o acredito nele. "Diz."
“Eyfjallajö kull.” É pouco mais que um murmú rio.
Eu enrolo uma mecha solta do meu cabelo, com os olhos arregalados. "Uau. Isso é
impressionante. Você quase conseguiu. Seus olhos se fixam nos meus e eu paro de enrolar
meu cabelo. “Você pulou uma sílaba. Ey ja fjallajö kull.”
Eu me viro, escondendo um sorriso diante de seu queixo ligeiramente caído, e vou em
direçã o à s escadas. Tenho cem por cento de certeza de que ele está prestes a pesquisar no
Google e descobrir que estou certo. Ele aprenderá uma liçã o que raramente me preocupo
em ensinar: nunca me subestime. Deixei meu sorriso sair.
Foi divertido.
Capítulo Cinco
Oliver

EXISTE UM TIPO de calor para o qual ninguém pode prepará -lo. Madison é muito gostosa.
Se eu a estivesse vendo sair de uma limusine no programa de namoro favorito da minha
irmã , eu a consideraria finalista, mesmo na primeira noite. Madison havia descido de uma
Mercedes no estacionamento, seu cabelo loiro escuro preso naquele coque bagunçado que
as meninas fazem. Imediatamente me fez pensar que gostaria de desfazê-lo e vê-lo cair ao
seu redor.
O resto dela era ainda melhor – ou pior, para um cara que nã o quer notar nada disso. Ela
estava de regata e calça de ioga - e Deus abençoe Lululemon pelo bom trabalho que eles
fazem. Quando ela se aproximou, seus olhos me encontraram. Ela nã o estava usando muita
maquiagem, pelo que eu sabia, mas quando ela se aproximou, notei aqueles olhos
imediatamente. Eles eram grandes e brilhantes, e eu queria chegar ainda mais perto para
ver sua cor.
Sinais ruins.
Boca cheia, maçã s do rosto salientes, curvas e pele com um tom uniforme de dourado em
todos os lugares onde sua regata me dá uma visã o. Ela tem um polimento que diz que ela
dedica tempo e esforço à sua aparência. Esse tipo de brilho geralmente nã o é minha praia,
mas duvido que pudesse encontrar um homem hétero que nã o teria ficado surpreso se
visse Madison caminhando em direçã o a eles.
Achei que estava preparado quando Charlie me avisou, porque Charlie nã o costuma ser um
cara que comenta esse tipo de coisa. Ele até me avisou que ela é engraçada.
Uma mulher gostosa e engraçada é letal. Pelo menos para minha concentraçã o e meus
objetivos atuais. No momento, alguém tã o gostoso e engraçado como Madison é
basicamente uma ameaça à s minhas esperanças e sonhos literais.
Nã o quero ser dramá tico.
Abro meu laptop. Talvez eu deva continuar procurando um espaço de trabalho diferente.
Ou até mesmo ficar no escritó rio. Provavelmente será menos perturbador do que Madison.
Estou prestes a fechar meu laptop novamente e fazer as malas quando meu telefone vibra
com uma imagem da senha, escrita em um Post-it esfarrapado. Eu digito, nem na metade,
quando ela manda uma mensagem novamente.

Verifique novamente antes de pressionar Enter. Uma vez, meu chefe fez algo errado e
acidentalmente abriu uma conta em um banco suíço. Nã o foi possível usá -lo porque nã o há
Wi-Fi.
Eu bufo e digito o resto da senha. Meu instinto diz que esse acordo nã o vai funcionar—
O Wi-Fi se conecta e eu verifico a velocidade. É tã o rá pido quanto no meu escritó rio.
Talvez procurar outro espaço de trabalho seja muito precipitado.
Encosto-me no assento da cabine e faço uma aná lise rá pida. Pró s: este lugar é tranquilo,
confortá vel e perto do trabalho. Contra: Madison, com quem vou querer me distrair. Mas
isso é um problema meu, nã o dela. Nã o creio que Madison tenha interesse em chamar
minha atençã o.
Infelizmente.
Eu sorrio do meu pró prio ridículo. Talvez seja essa a sensaçã o de querer ter o seu bolo e
nã o tê-lo exatamente ao mesmo tempo?
Pró : aluguel barato e velocidades de internet alimentadas por tecnologia espacial futurista.
Ouço os conselhos regulares da minha mã e como se ela estivesse sentada ao meu lado. Não
deixe que o perfeito seja inimigo do bom.
Sou culpado de querer perfeiçã o em tudo que faço, mas estou tentando adotar a
mentalidade tecnoló gica de “produto mínimo viá vel”. Este é um bom lugar para se
contentar com o quase ideal. Só terei que descobrir como bloquear Madison.
Passos ressoam nas escadas em espiral e ela aparece com uma expressã o de expectativa no
rosto.
"O que você acha? A configuraçã o funcionará ?”
Eu nã o digo claro, contanto que eu te ignore completamente, o que não parece possível .
Posso pelo menos tentar. “Você está bem com um acordo mensal?”
"Claro." Há uma facilidade em tudo o que ela diz e faz, como se fosse certo que tudo dá
certo. Talvez quando você é Madison, isso aconteça.
“Preciso fazer um depó sito ou assinar um acordo ou algo assim?”
"Nã o. Isto está debaixo da mesa, direto para mim, com a permissã o dos proprietá rios.
Pague com um mês de antecedência e fie quando quiser.”
Definitivamente um contrato de aluguel ideal. "Feito. Dinheiro? Venmo?”
Nó s nos acomodamos e ela estende a mã o para um aperto. “Prazer em fazer negó cios com
você, Oliver. Deixe-me mostrar como funciona o sistema de alarme. Nã o há roubo ou furto
de propriedade porque vai parecer que foi feito com meu có digo.”
"Entendi. Roubará apenas de outros lugares.” Eu a sigo escada abaixo. “Você está aqui
quase todos os dias?” Definitivamente estava contando com o oposto.
"Sim. Gosto de ter esse espaço grande só para mim, e provavelmente foi isso que fez Ruby
pensar em recomendá -lo. Costumo vir aqui para fazer exercícios aeró bicos porque nã o há
nada como ter uma pista de dança inteira só para você enquanto um sistema de som Void
toca Dom Dolla. Ela lança um sorriso por cima do ombro, mas algo em minha expressã o a
faz parar quando chegamos ao final da escada do primeiro andar. Ela aponta para os
ouvidos. “Nã o se preocupe, vou usar fones de ouvido. Vale totalmente a pena pelo seu
dinheiro de aluguel. Você pode trabalhar em silêncio.
“Eu nã o quero obrigar você a fazer isso”, eu digo.
“Nã o se preocupe com isso.” Ela nos leva de volta ao painel de teclas e me mostra os passos.
É um có digo de seis dígitos, que eu memorizo enquanto tento nã o me fixar em como suas
unhas estã o lindas enquanto ela demonstra a sequência. Suas unhas sã o pintadas de rosa
suave e de comprimento médio. . . feminino.
Controle-se, Locke. Nunca me importei com unhas. Eles teriam que ter quinze centímetros
de comprimento e ser verdes neon com uma crosta de diamante para eu notar.
"Entendi?" Madison pergunta.
"Entendi."
“Entã o comece a trabalhar.” Ela sorri e aponta na direçã o do canto do terceiro andar que
agora é meu por hoje.
Estou mais do que feliz em recuar e mergulhar na correçã o dos relató rios no widget de
gerenciamento de colheita. Eu reconheço o có digo imediatamente, mas depois de cerca de
meia hora, mesmo sem ouvir ou ver minha nova proprietá ria em qualquer lugar, ela ainda
está presente, de alguma forma. Nã o consigo descobrir o que é até registrar o leve cheiro
de. . .
O que é aquilo? Farejo o ar, mas o cheiro é leve, leve demais para entender de onde vem. É
tã o familiar. Fecho os olhos, tentando me concentrar nisso. Depois de alguns segundos, isso
me atinge e abro os olhos. Há um leve traço de caramelo no ar, e tenho certeza de que veio
de Madison.
Garota gostosa e engraçada também cheira a doce. Ó timo.
Entre no jogo, Locke.
Isso só acontece quando respiro pela boca por vá rios minutos e o cheiro de caramelo
finalmente desaparece.
Capítulo Seis
Madison

EM VEZ DE USAR O meio da pista de dança como de costume, faço meu cardio ao lado,
abaixo de onde Oliver se preparou e fora de sua vista. Eu sempre me esforço e adoro me
jogar nisso; poder dançar como se ninguém estivesse olhando é exatamente por isso que
venho aqui malhar. Se eu quisesse uma audiência, pularia o Gatsby's e iria lutar por uma
esteira na academia com o resto de Austin.
Também nã o quero distrair Oliver em sua primeira manhã aqui com agitaçã o. E girando. Já
posso dizer que é divertido agitá -lo, mas ele está pagando pela paz e tranquilidade.
Esta manhã , sinto falta de ter uma parede de som me pressionando de todos os lados do
clube enquanto faço freestyle ao som de Swedish House Mafia ou DMX. Mas encontro um
treino de dança no YouTube e coloco meus fones de ouvido, o que é perfeito. Isso me
mantém em movimento por trinta minutos sem pausa.
Depois de dançar, costumo correr todas as escadas até sentir vontade de vomitar. O cardio
mantém minha resistência nos turnos de fim de semana porque eles sã o ininterruptos.
Depois encerro tudo com Pilates de parede ou vou para casa e uso a academia do Grove,
nosso condomínio. É pequeno, mas é bom para treinamento de força.
É o que farei hoje, e usarei aquela esteira também, mesmo que ela chie. Eu deveria ter
avisado Oliver sobre subir as escadas, mas como esqueci, nã o vou interrompê-lo agora.
Quando pego minha bolsa de giná stica e pego meu telefone, tenho quatro mensagens
perdidas. Sã o todos da minha mã e. Luto contra o instinto de guardar meu telefone sem
verificá -lo. Já estou irritado por ela ter mandado uma mensagem. Nã o vai melhorar quando
eu os ler.
Também nã o vai melhorar se eu nã o fizer isso.
Eu me permito um ú nico rosnado frustrado. Depois abro as mensagens que chegam em
intervalos de três minutos.

Você deveria passar pela casa.

Faz um tempo que nã o vejo você.

Muito tempo. Você está nos evitando?

É passivo-agressivo ignorar meus textos.


Este é um problema de três respiraçõ es profundas, e me forço a respirá -las antes de colocar
o telefone no bolso. Vou precisar de um banho e de cafeína para lidar com ela. Eu digito o
có digo de segurança e caminho até meu carro. Eu faço uma careta, o calor nã o está
ajudando. Pouco passa das 10h, mas está um calor estú pido lá fora, o que significa que está
tã o quente que você fica meio estú pido. Quase posso sentir meu cérebro desacelerando
abaixo. Pior, está tã o ú mido que parece que estou sendo lambido pelo ar.
Destranco meu carro e jogo minha bolsa, e já estou apertando a igniçã o antes que minha
bunda esteja totalmente no assento. Eu preciso do ar condicionado. O A/C abençoado,
divino e á rtico.
No segundo em que o ar me atinge, descanso a cabeça no volante, deixando-o soprar sobre
mim, embora ainda esteja quente. Fecho os olhos, meio sorrindo enquanto espero esfriar.
Meu telefone toca e abro os olhos para a tela do painel. É minha mã e.
Ignoro e volto a esperar pelo ar. No momento em que o telefone a envia para o correio de
voz, o ar mais frio está soprando. Apertei o botã o de recirculaçã o para ajudá -lo.
Ah sim. Agora posso funcionar. Ligo minha playlist de verã o, engatei a marcha e dirijo para
casa.
No meio do caminho, minha mã e liga novamente. Eu envio direto para o correio de voz.
Estou entrando em nosso condomínio, cantando a ú ltima estrofe de uma mú sica da Dua
Lipa, quando sou rudemente interrompida pela minha mã e ligando novamente. Paro em
uma vaga de estacionamento e aperto “Decline” na tela do painel e deixo o final da minha
mú sica tocar.
Quando Dua Lipa termina e somente quando Dua Lipa termina, eu verifico o correio de voz.
A voz da minha mã e enche o carro, seu sotaque suavizado e remodelado para soar gentil,
mas ainda reconhecidamente texano.
“Madison, querido, sinto falta do seu lindo rosto. Volte para casa para uma visita. Vou pedir
para Marta preparar uma salada de verã o e este fabuloso chá desintoxicante sobre o qual
Steph Burke me falou, e podemos conversar.
Estou apenas na metade de sua mensagem alegre quando a tela do painel me diz que ela
deixou outra mensagem de voz.
"Madison, sério, querido." Há um traço de aborrecimento em sua voz. “Espero que você nã o
esteja fazendo beicinho por causa daquela ú ltima briga boba que tivemos. Nã o foi nem uma
briga. Apenas uma discussã o. Eu me preocupo que você também esteja sensível à s vezes.
Vamos ambos esquecer isso. Me ligue de volta para que possamos fazer planos.
Eu nem sei que luta ela quer dizer. Metade do tempo, nã o conseguimos concordar se
estamos brigando. Coisas que me deixam louco nã o a incomodam, o que só me deixa mais
louco. E ela diria a mesma coisa sobre mim, que eu nã o trato as coisas que ela considera
urgentes com seriedade suficiente.
Eu nem tenho tempo para descobrir o que ela pode querer dizer antes de uma terceira
mensagem de voz começar.
“Madison Leigh, isso é ridículo. É impró prio. Impró prio.” A repetiçã o é contundente. “Eu
nã o posso acreditar que você iria me ignorar assim. Sua pró pria mã e. E eu também nã o
estou bem. Eu criei você melhor do que virar as costas para sua mã e doente. Isso é
impró prio.”
Que bom que ela disse isso pela terceira vez, caso eu tenha perdido as duas primeiras. A
mensagem termina.
Nada disso é surpreendente. Nã o as mensagens de texto e ligaçõ es que aumentam
rapidamente quando ela nã o obtém uma resposta imediatamente. Nã o a intensidade de
passar de um convite doce a uma ordem raivosa. Nem mesmo ela pulando em cima de mim
por nã o visitá -la em seu leito de doença, embora ela nã o tenha mencionado que estava
doente.
Essa parte, para ser justo, deve sempre ser assumida. Nã o que os médicos encontrem algo
de errado com ela. Isso porque minha mã e é a Sra. Bennet em Orgulho e Preconceito . Sua
hipocondria está diretamente ligada ao seu humor. Minha mã e nã o fica de mau humor
porque se sente mal; ela só se sente mal quando fica de mau humor. E seu mau humor
começa no minuto em que as coisas nã o acontecem do jeito dela. Eu a questionei sobre isso.
O resultado foram soluços e uma escalada dos “sintomas”.
O resultado final é que minha mã e nã o tem frio. E ela nem está fingindo. É assim que
funciona a hipocondria; ela está convencida de que está tã o doente quanto diz que está , e é
por isso que chamá -la é inú til.
Talvez nã o fosse tã o ruim se eu tivesse algumas das vantagens de Elizabeth Bennet, porque
é claro que eu seria a Elizabeth nesse cená rio. (Nem todo mundo pensa que ela é
Elizabeth?) Mas nã o tenho uma Jane gentil ou um papai amoroso para equilibrar as coisas.
Tenho uma irmã que é basicamente o Sr. Collins, e meu pai é mais parecido com Caroline
Bingley do que qualquer outra pessoa. Ah, nã o, Lady Catherine . Meu pai é Lady Catherine.
Fabulosamente rico com uma péssima disposiçã o.
Tã o abençoado.
Outra ligaçã o da minha mã e ilumina a tela do meu painel. É melhor acabar logo com isso.
"Ei mã e."
“Madison.” Sua voz é tensa e meus ombros se levantam. "Você terminou de me punir?"
“Eu nã o estava punindo você, mã e. Eu estava malhando.
"Por três horas?"
Clá ssico. “Sua primeira mensagem chegou há menos de uma hora.”
“Se você sabe disso, entã o por que nã o respondeu?”
Deixo cair a cabeça no assento e olho para o teto. Felizmente, ela nã o parece precisar de
uma resposta enquanto segue em frente.
"Você virá agora que terminou?"
“É um dia agitado, mãe.” Não é, então não me pergunte por quê .
"Por que?" ela exige.
Fecho os olhos com força, mas antes que eu possa pensar em alguma coisa, ela está no
ataque novamente.
“Aquele clube decidiu estender o horá rio do almoço mais lixo da cidade?”
Posso dizer que Gatsby's nã o é um lixo pela centésima vez, ou posso girar. Há uma escolha
racional de simplesmente nã o discutir aqui. Eu nã o consigo. “Nã o é lixo.”
Mesmo a ex-debutante mais sensata de Dallas nunca se convencerá de que trabalhar como
garçonete - nã o importa o quanto aprimorar o clube - é tudo menos inú til. No que diz
respeito à s “ex-debutantes razoá veis de Dallas”, minha mã e é duas dessas três coisas.
“Certamente nã o é a vida para a qual criamos você”, diz ela.
Esse é exatamente o ponto. Mas nã o me preocupo em fazer isso. “Você precisa de mim para
algo específico, mã e?”
"Estou tã o mal, Madison." Ela deixa sua voz fraca e fina. “É melhor você passar pela casa.
Em caso."
Nunca pergunte “no caso de quê”. Apenas nã o faça isso. “Eu gostaria de poder, mas estou
com minhas roupas de giná stica nojentas e estou fedendo.”
“Vá tomar um banho e se trocar. Posso esperar... um pouco. E vista algo legal. Jennifer
soube que eu nã o estava me sentindo bem e acredito que ela e Benson poderiam passar por
aqui.
Aí está . Jennifer, do clube de campo, e Benson, seu filho de trinta anos. Benson, que se
sentou na minha seçã o no Gatsby's e era tã o habilidoso que tive que prender seu pulso na
mesa e sibilar na cara dele para impedir antes que eu o expulsasse. Sem dú vida ele fingirá
que nã o se lembra de seu comportamento. Ó timo. Tudo o que essa tragédia precisava era
que Wickham aparecesse.
Eu gostaria de alguns dos bons personagens de Austen, por favor.
Caso contrá rio, agirei como um mau também. “Voltarei em breve, mã e.”
“Isso é bom, querido. Mal posso esperar para ver você."
Dou ré no carro e pego a estrada para a casa dos meus pais, com o cabelo da academia e as
roupas de treino suadas ainda ú midas. Quando entro na rodovia principal, desligo o ar-
condicionado e abro a janela, deixando o calor entrar e deixar minhas bochechas com um
tom de tomate. Dou uma olhada no meu espelho lateral e relaxo com a bagunça quente no
reflexo.
“Mal posso esperar para ver você também, mã e.” É verdade. Faltam trinta minutos para
chegar à casa dos meus pais, num enclave de elite com vista para o Lago Austin. Chegarei
parecendo que fui arrastado atrá s do meu carro durante todo o caminho. Eu gostaria de ter
usado rímel esta manhã para poder borrá -lo e obter o toque sujo perfeito.
Pego a saída do bairro e falo com o guarda no portã o. Estou em uma lista permanente para
ir e vir, mas me perguntei quanto poderia subornar um guarda para me excluir do sistema.
Entã o eu poderia realmente parar no portã o, descobrir que nã o tenho passe, fazer meia-
volta e ligar para minha mã e no caminho de volta para casa para dizer que nã o consegui
passar pela segurança.
Exceto que ela faria com que quem estivesse protegendo os ricos de Waterfront Estates
fosse demitido, mas só depois de entrar em seu Rolls-Royce para ir até lá e dar um sermã o
no guarda, o que provavelmente seria pior do que ser demitido.
Tenho que dirigir quase mais um quilô metro e meio depois da guarita antes de chegar à
garagem. A casa onde cresci é estupidamente grande, da mesma forma que este clima é
estupidamente quente. Você nã o pode envolver seu cérebro nisso. O Rolls-Royce da minha
mã e está estacionado na garagem para seis carros de uma casa de 15 mil metros
quadrados. Nossa família de quatro pessoas nunca precisou de quinze mil pés quadrados
para morar. E agora depende apenas dos meus pais, já que minha irmã mora perto do
campus. Duas pessoas definitivamente nã o precisam de todo esse espaço. Mas num bairro
como este, nã o precisar, mas ter, é o objetivo.
Entro na entrada circular e estaciono ao lado de outro Mercedes. De Jennifer Wallace, tenho
certeza. Marta abre uma das enormes portas duplas da frente antes que eu chegue.
“Oi, Marta.”
Ela assente. "Olá . Bem-vindo. Sua mã e está na sala de estar.
Entro na principal á rea de entretenimento da casa – nã o que você possa fazer algo
divertido nela. A estética de design da minha mã e é “nã o toque”. Tudo parece caro, mas nã o
convidativo. As pesadas cortinas douradas que emolduram a vista para o lago custam cerca
de quatro mil dó lares – por janela – mas o tecido é rígido. As cadeiras sã o de madeira e
brocado, esculpidas para parecerem sofisticadas, mas só parecem complicadas. A
dificuldade em tirar o pó será a razã o pela qual Marta finalmente desistirá .
Acho que a vibraçã o deveria ser da era georgiana, mas nã o faz sentido em uma mansã o em
um lago do Texas.
Minha mã e está sentada em uma poltrona estofada em seda que parece ter sido roubada de
um cená rio de Bridgerton , levada da casa de uma daquelas personagens viú vas que detesta
cores. Um cobertor de chenille cobre seu colo e ela está usando um colete de pele. A versã o
dela de loungewear, eu acho. Nenhuma dessas coisas faz sentido no calor, mas de que outra
forma ela pode comunicar que está doente?
Reprimo um revirar de olhos quando entro. Jennifer Wallace e sua prole estã o de fato no
sofá – sofá ? – e a Srta. Jennifer sorri. “Ei, Madison. Já faz um minuto desde que te vi.
A boca da minha mã e forma uma linha fina enquanto ela observa meu cabelo suado e meu
rosto vermelho. “Você nã o precisava se apressar.”
“Claro que sim. Eu estava preocupado com você." Nã o somos uma família que se abraça e se
beija, entã o pulo isso. Geralmente somos uma família que “senta na mobília”, mas eu me
jogo no chã o enquanto a Srta. Jennifer faz um leve barulho de arrulhar para Benson.
Significa Veja como ela é atenciosa, preocupada com a mãe .
Estico as pernas e me apoio nas mã os. “Como vai, Ben?”
Benson me lança um olhar vazio.
A expressã o da minha mã e fica ainda mais plana. “Ele atende por Benson, Madison Leigh.
Você sabe disso."
“Eu?” Eu cubro um bocejo. "Desculpe por isso. Alguém mais precisa bocejar sem parar
depois do treino?”
“Você parece em forma e saudá vel”, diz a Srta. Jennifer. “Benson também gosta de malhar.”
Ele pode. Ele tem uma constituiçã o muito boa, mas há uma suavidade em sua cintura que
diz que sua bebida supera seus exercícios. Pena que eu saiba por experiência pró pria que
suas gorjetas não acompanham seu consumo de á lcool. Benson está saindo do lado errado
de todas essas equaçõ es.
Eu deveria responder à senhorita Jennifer com uma conversa mais educada, mas finjo e
disfarço um grande bocejo novamente. “Uau, desculpe por isso.”
Viro-me para minha mã e com um sorriso açucarado que se transforma em um sorriso real
quando olho para ela. Seu olhar está dando assassinato. Apenas seus modos de desfile a
impedem de me repreender.
A senhorita Jennifer nã o é tola. Lendo a sala, ela pigarreia e diz: “Devíamos ir. Vamos
almoçar com Robert. Foi bom visitar você, Cynthia. Lamento que você nã o esteja se
sentindo bem. Vou mandar minha receita de sopa preferida para a Marta fazer para você.
Sempre ajuda.”
“Obrigado, Jennifer.” A voz da minha mã e está fraca agora e quase tenho vontade de
aplaudir a apresentaçã o. Nã o porque seja bom, mas porque ela está comprometida. "Por
que você nã o acompanha os Wallace, querido?"
Eles param depois de se levantarem, mas eu me inclino mais para trá s e lhes dou um
sorriso preguiçoso. “Eles nã o querem ter que esperar por mim quando conhecem o
caminho. Vejo vocês mais tarde.
O sorriso da senhorita Jennifer está mais rígido desta vez, mas Benson nã o está nem aí.
"Vamos lá mã e. Papai odeia esperar.
Eles saem, e há silêncio entre minha mã e e eu até ouvirmos o som distante da porta se
fechando.
"O que há de errado com você?" ela estala, seus olhos se estreitaram.
“Eu te disse, estou com calor, cansado e ocupado hoje, mas estou aqui de qualquer maneira
porque aparentemente algo está errado com você . Qual é o diagnó stico, mã e? Este é o
grande problema? Meu tom é seco, nã o cruel, porque por mais que ela me irrite, eu amo
minha mã e. Mas também luto com a manipulaçã o constante. A mulher nunca conheceu um
limite que ela nã o pudesse – espere, nã o. Ela simplesmente nunca conheceu um limite
porque nã o os reconhece.
Qualquer pessoa que nã o nos conhecesse bem poderia achar meu comportamento terrível.
Eles diriam o mesmo dela se prestassem atençã o suficiente, porque aprendi meu sarcasmo
com os melhores.
“Sua preocupaçã o é reconfortante. Eu aprecio o . . .” Ela para, um olhar exagerado de
surpresa cruzando seu rosto enquanto ela olha para as mã os vazias. "O nada. Você nã o
trouxe nada para sua mã e doente.
A boa e velha Cynthia Armstrong sempre se mantém firme. “Você fez isso parecer tã o
urgente que imaginei que me trazer seria o suficiente, mas posso arrancar algumas íris do
paisagismo, se você quiser.”
"Você está sendo ridícula."
Claro. Aprendi isso com os melhores também. “Você precisa de uma carona para o hospital
ou algo assim? Se nã o, devo voltar para o resto do meu dia.” Eu fico de pé. Como a maioria
das pessoas, ela presume que trabalho três noites por semana e passo o resto do tempo na
academia ou fazendo compras. Como a maioria das pessoas, ela está errada. Esse desvio
está me afastando de alguns compromissos.
“Você nã o precisa ser feio.” Sua voz é afiada e forte. Eu levanto uma sobrancelha e ela dá
uma tosse delicada em seu punho antes de cair contra a cadeira. “Eu provavelmente
deveria ir ao médico.”
"Ó timo, você faz isso." Meus pais têm serviço médico de concierge. Eles pagam uma quantia
obscena para o Dr. Nunce vê-los sempre que minha mã e sente có cegas na garganta. “Me
mande uma mensagem se for uma má notícia.”
Saio da sala, mas ela chama meu nome antes que eu passe pela porta.
“Você vem para o jantar de domingo.” Nã o é uma pergunta.
“Desculpe, nã o posso.”
"Por que nã o?"
“Outras coisas para fazer.”
"Como o que?" ela me desafia.
Gosto dessa pergunta porque tenho um conjunto pronto de respostas para quando ela
pergunta, mas antes que eu possa recitar qualquer uma delas, minha irmã , Kaitlyn, aparece
no corredor da ala leste.
Ela franze a testa. "Você está indo? Quando você chegou aqui?"
Nada que eu ame mais do que um time duplo. “Quinze minutos atrá s. Vou para a minha
entrevista no Johnny's Roadside Jerky. Posso usar calças lá se conseguir o emprego. Minha
mã e tem na cabeça que eu nã o uso calças para trabalhar. Nã o porque ela pense que eu uso
vestidos. Ela parece pensar que ganho minhas gorjetas servindo bebidas em minhas
“cuecas”, como ela as chamou uma vez. Eu gostaria de nunca mais ouvir calcinhas femininas
serem chamadas de “cuecas”, mas eu poderia dar à minha mã e todo o meu fundo fiduciá rio
quando herdar em alguns anos, e ela ainda nã o diria “calcinhas”.
Nã o que eu sirva bebidas de calcinha também. Admito que fazer uma busca de imagens por
uniformes de garotas que usam mamadeira pode ser mais como tropeçar no guarda-roupa
de uma garota de videoclipe - o tipo que colocaria minha mã e em coma total. Mas Gatsby's
nos oferece três opçõ es de looks, e mesmo o mais reduzido ainda mostra bastante classe.
“Desculpe por ter sentido sua falta”, digo a Kaitlyn, indo para a porta da frente. "Tenho que
ir."
“Madison, pare com isso.” A voz de Kaitlyn é afiada.
Paro, mas nã o tiro a mã o da maçaneta. Kaitlyn é três anos mais nova que eu, mas muitas
vezes agiu como se fosse minha terceira mã e. Eu poderia ignorá -la, mas ela é implacá vel.
Aprendi a ouvi-la e a fazer o que quero de qualquer maneira. Exatamente como aconteceu
com meus pais.
"Parar o que? Saindo?"
"Sim. Pare de sair depois de dez minutos toda vez que vier aqui. Ela se aproxima, composta
como sempre. Ela faz compras nos mesmos departamentos que minha mã e faz em todas as
lojas sofisticadas. Seus guarda-roupas sã o intercambiá veis. Hoje ela está vestindo calça
preta pregueada e uma blusa branca de seda de botã o.
“Que tal você dizer à mamã e para parar de me arrastar até aqui toda vez que demoro muito
para atender suas mensagens de voz?”
“Todos nó s temos responsabilidades familiares”, diz ela. “Nã o é pedir muito que você faça o
seu em troca de todas as vantagens de ser um Armstrong.”
Até agora, esta visita só foi irritante, mas Kaitlyn está me pressionando e escolheu a opçã o
nuclear. Este é o Jeito Armstrong: obediência forçada por meio da manipulaçã o. Minha mã e
usa suas doenças imaginá rias para ganhar pontos de estilo, mas o movimento principal é
sempre Manipular com Dinheiro. Eles usaram isso como incentivo e castigo durante toda a
minha vida, mas nã o sou idiota de ninguém.
“Eu nã o recebo um centavo deles. Quero dizer isso sinceramente, Kaitlyn: recue.” Saio, sem
me preocupar em fechar a porta atrá s de mim.
Ela me observa entrar no carro, cada linha de seu corpo comunicando sua decepçã o. Mas
nã o é nem do tipo que faz você se sentir uma péssima irmã mais velha e querer se virar e
pedir desculpas. É aquele tipo de julgamento que faz você querer sair da garagem para
provar o quanto deseja fugir.
Entã o eu faço. Nã o me preocupo em verificar meu espelho retrovisor para ver se ela se
virou para voltar para dentro com outro olhar profundamente crítico no rosto. Já sei a
resposta e nã o preciso vê-la novamente.
Capítulo Sete
Oliver

NO SEGUNDO DIA DE TRABALHO no Gatsby's, quase coloquei uma camisa de botã o. Em vez
disso, pego outro moletom.
Eu só uso camisa de botã o se estivermos nos reunindo com investidores ou se tiver que
fazer algo mais executivo do que có digo o dia todo. O fato de eu querer usar uma camisa
que ficasse bem para ver Madison é um mau sinal.
Nã o é ruim desistir deste espaço tranquilo, mas eu nã o deveria me preocupar em
impressioná -la. Eu nã o sou o tipo dela de qualquer maneira.
Enfio os braços no moletom, pego a bolsa do laptop e saio, aliviada quando sou o ú nico
carro estacionado atrá s do Gatsby's. Entro e subo até minha nova mesa. Uma hora depois, a
saída traseira se abre, seguida pelos passos leves de alguém entrando no andar principal.
Madison, tenho certeza. Eu me forço a ficar na minha cabine e continuo trabalhando em
uma seçã o do có digo.
Ela nã o vem me ver ou dizer olá . Bom. Esta é a base em que deveríamos estar. Separado.
Em nossos pró prios mundos, fazendo nossas pró prias coisas.
Fica assim por quase quarenta e cinco minutos, até que percebo que deixei o cabo de
alimentaçã o no carro e desço para pegá -lo. Chego ao primeiro nível e paro, nada preparado
para o que encontro.
Madison está dançando. Ela está usando fones de ouvido, entã o nã o tenho certeza do que
ela está dançando, mas aposto toda a nossa pró xima rodada de financiamento que é mú sica
latina. E ela é boa. Ela está de tênis e calças de ioga, mas está na ponta dos pés como se
estivesse de salto alto, dando passos para frente e para trá s com o peso mudando de um pé
para outro, os quadris balançando, os cotovelos se movendo em uma revelaçã o mortal de
que ela está fazendo um salsa. Ela poderia ensinar, ela é tã o boa, fluida e rá pida, como se
isso estivesse em seus ossos, seu rabo de cavalo baixo balançando em suas costas, ú mido de
suor. Ela faz um círculo de quadril que aponta seu bumbum em minha direçã o e eu engulo
em seco.
Eu deveria dizer alguma coisa, deixá -la saber que ela tem uma audiência, mas fico muito
paralisado quando ela estende uma perna e faz aquele movimento saltitante de quadril que
faz minha boca ficar seca. Ele se transforma em um rá pido movimento de três e sessenta
com um golpe de cabeça, e é tarde demais. Ela me viu, e eu deveria me desculpar, mas em
vez de congelar, ela dá outra meia volta para ficar de frente para mim, sorri e termina mais
alguns passos com outro movimento do quadril direito em minha direçã o.
Agora estou suando. Estou suando muito. Muito suor. Madison dançando sozinha ao som de
uma mú sica que nã o consigo ouvir é uma fantasia que eu nã o sabia que tinha. Estou feliz
por estar com um moletom escuro que nã o mostra nenhuma mancha.
Ela pega um fone de ouvido. “Ei, Oliver. Estou muito barulhento?
Eu balanço minha cabeça. Nem mesmo o barulho suave da sola do tênis me alcançou lá em
cima.
"OK. Há mais alguma coisa?” Sua expressã o é interrogativa agora.
“Eu, ah... . .” Por que eu vim aqui? Olho ao redor e a porta do almoxarifado chama minha
atençã o. “Eu estava indo para o meu carro pegar meu cabo de alimentaçã o.” Eu fico lá , sem
saber o que fazer a seguir. Desculpar-se? Elogiá -la? Nã o sei como nã o ser assustador neste
segundo.
"Parece bom. Precisas de alguma coisa?"
Eu balanço minha cabeça. "Nã o!" Eu luto para nã o me encolher com minha estranheza. “Isto
é, estou bem. Mas obrigado.
Ela aponta um sorriso para algum lugar na minha direçã o, já colocando o fone de ouvido
novamente. "Claro. Deixe-me saber se estou distraindo. Entã o ela volta à salsa, como se eu
nã o existisse.
Corro para o meu carro. Ela é mil por cento perturbadora – seus quadris sã o uma ameaça
mortal à minha concentraçã o – mas isso é culpa minha. Eu invadi a á rea dela do clube.
Abro o carro, mas antes de pegar o cabo de alimentaçã o, faço aquela sacudida que os
nadadores fazem quando estã o se soltando. Estico o pescoço de um lado para o outro, como
costumava fazer antes de subir os blocos de partida das minhas corridas, chuto os pés para
fora e balanço os braços para frente e para trá s. Eu até pulei algumas vezes.
“O que você está fazendo agora, Locke?” Eu murmuro. “Recomponha-se.” Nã o sou o Sr. Liso,
mas posso conversar com uma garota de quem gosto. “Você nã o gosta dela.” Preciso dizer
isso para que eu me lembre. Repita, até. "Você. Fazer. Nã o. Como. Dela." Eu me inclino e
pego meu cordã o, batendo a porta do carro. “Você é uma má quina de codificaçã o que
codifica má quinas. Vá em có digo.
Eu aceno, convencido. Certo. Má quina de codificaçã o.
Quando volto, a porta do escritó rio está aberta e a luz acesa, e olho para dentro por tempo
suficiente para confirmar que Madison está agora na mesa. Isso é bom. Agora nã o preciso
descobrir como nã o ser uma ferramenta completa como seria se ela ainda estivesse
dançando. Em vez disso, aceno em sua direçã o e continuo andando, sem parar para ver se
ela me notou.
Trabalho o resto do dia sem problemas e, quando saio, ela se foi, exceto por um post-it na
porta dos fundos me pedindo para ter certeza de que as luzes e o ar estã o desligados.
Na manhã seguinte, chego lá novamente e, no meio da manhã , nã o ouvi Madison entrar. Ela
notou que eu estava olhando para ela? Talvez eu receba uma mensagem dela hoje dizendo
que nosso acordo foi cancelado e que ela nã o devolve dinheiro a pervertidos. Justo.
Uma mensagem chega depois que como um sanduíche de presunto que trouxe para o
almoço.

Chego por volta das 3 da sexta-feira porque estamos abertos hoje à noite. Esqueci de
lembrar você. O restante da equipe também chegará cedo.
Devo sair antes disso? Nã o quero te meter em problemas.

Lol. Nã o. Só estou avisando que vai ficar barulhento.


Lembro-me dela ter mencionado isso quando me mostrou o local, mas nã o me incomoda
ter menos tempo de silêncio hoje. Ontem fiz duas vezes mais do que em qualquer outro
lugar onde tento trabalhar - mesmo dançando salsa.
Por volta das 14h45, arrumo meu laptop e vou para o escritó rio da Azora – aquele que
alugo, mas onde nã o consigo me concentrar – quando encontro Madison. Ela está saindo do
carro quando fecho a porta do clube atrá s de mim.
“Ei, Oliver.”
"Ei." Eu nem sequer chego ao nome dela.
“Madison,” ela me avisa. Como se eu tivesse esquecido.
Eu fiz. Mas, para ser justo, nã o consigo lembrar meu pró prio nome agora enquanto a
observo caminhar em minha direçã o.
Muita pele bronzeada. Uma sugestã o de decote. Pernas por quilô metros.
Sua roupa é branca e com franjas de vestido melindrosa, o que faz sentido para Gatsby. Mas
isto nã o é um vestido. Uma faixa estreita em seu abdô men mostra que sã o duas peças: um
top com alças finas e uma minissaia justa que chega até o meio da coxa. É um baita
uniforme. Ela está vestida como se pudesse ser uma convidada VIP em qualquer boate da
cidade. Ela está totalmente maquiada e é um tipo diferente de calor.
Tã o quente que, mais uma vez, estou aqui sem a capacidade de falar. Depois de uma pausa
embaraçosa, digo: — Ei, Madison.
"Como foi o trabalho?" ela pergunta. É uma voz educada e amigá vel, que aposto que ela usa
com todos os seus clientes.
“Bom, obrigado.”
“Fico feliz em ouvir isso. Vejo você na pró xima semana.
Ela caminha em direçã o ao clube, a franja fazendo um balanço suave que atrai meus olhos
para qualquer lugar onde ela balança. . . que está em todo lugar. Eu os solto, mais uma vez
lutando para nã o ser uma trepadeira, mas isso significa que estou observando seus pés, que
estã o em uma espécie de sandá lia que envolve seus tornozelos vá rias vezes, os saltos tã o
altos que fazem suas pernas parecerem uniformes. mais longo.
Eu aprecio belas pernas, mas até este momento eu nã o teria me classificado como um
homem de pernas. Agora sou definitivamente um homem de pernas.
Eu me forço a caminhar até meu carro antes que ela perceba que estou olhando, fechando a
porta enquanto ela desaparece no Gatsby’s.
Caímos em um padrã o nas pró ximas semanas. Evito o primeiro andar até ter certeza de que
ela terminou de malhar, porque nã o tenho fé em mim mesmo para nã o me comportar como
um palhaço. Caso contrá rio, aceno com a cabeça quando ela está subindo as escadas, algo
que garanti que nã o era uma distraçã o.
Isso é uma mentira. Mas nã o quero atrapalhar quando todo o resto desta situaçã o está
funcionando tã o bem.
Em alguns dias, chegaremos ao mesmo tempo se eu passar primeiro no meu escritó rio real.
Quando fazemos isso, formo frases completas e nã o deixo meus olhos vagarem. Eu deveria
ganhar uma medalha. Ou pagamento de periculosidade.
Eu me pego pensando nela todos os dias depois de sair da casa de Gatsby e antes de chegar
lá todas as manhã s. E a qualquer hora, o que nã o é ó timo. Só que Madison sempre parece
um pouco surpresa toda vez que me vê, como se esquecesse que eu existo, até que me
encontra novamente. Há uma pausa de meio segundo toda vez que nos cruzamos, onde eu a
vejo me registrando e me rotulando, como Este é o Oliver que se esconde lá em cima e usa o
Wi-Fi.
Duas semanas inteiras depois que ela me deu a primeira visita, tenho que sair depois do
almoço para uma reuniã o no escritó rio principal. Desço as escadas enquanto Madison fecha
a porta do escritó rio atrá s dela, com a bolsa sobre o ombro.
“Uau, parei mais cedo”, diz ela. "Você está doente ou algo assim?"
Eu sorrio. "Nã o. Eu tenho uma reuniã o."
“Você disse isso com o entusiasmo de alguém prestes a mergulhar no esgoto.”
“Nã o é um esgoto.” Considero isso por um segundo enquanto paramos na porta dos fundos
para ela digitar o có digo do alarme. “Você sabe que se você esquecer uma folha de secar,
suas meias grudam em todo o resto da cesta?”
Ela passa para me deixar sair. “Você é a folha de secar ou as meias nesta analogia?”
“Quando eu apareço no escritó rio, sou aquilo em que todas as meias se apegam.”
Ela testa a maçaneta para ter certeza de que a porta está trancada, e nó s caminhamos em
direçã o aos nossos carros. “Parece que você é importante.”
Sim e nã o. “Nã o é tã o importante quanto eles agem como eu. Sã o coisas que eles poderiam
descobrir se eu nã o estivesse lá .” Isso é verdade, mas há algum tipo de instinto dos
funcioná rios que os direciona, porque sou um fundador. É parte do motivo pelo qual
prefiro estar fora do escritó rio.
“Divirta-se com isso”, diz ela, parando em seu carro.
O meu está estacionado a duas vagas de distâ ncia e quero me culpar por conversar com ela
sobre lavanderia. Lavanderia. Eu deveria dizer algo marginalmente interessante. Viro-me,
esperando que algo me ocorra no pró ximo meio segundo, mas em vez disso, vejo-a fazendo
uma careta enquanto olha para o carro.
"Tudo certo?" Eu pergunto.
“Tenho assentos de couro e juro que nã o reclamaria disso em voz alta nem em mil anos,
exceto que agora tenho que ficar aqui e esperar que esfriem, porque hoje usei shorts.”
Ela fez. Quem fez precisa colocar Madison em seus anú ncios, porque mais uma vez:
diauuuuuum.
“Sem julgamento. Achei que Oklahoma estava quente - e está - mas o calor de Austin é
extra. . .” Nã o consigo encontrar a palavra para descrevê-lo.
“É apenas um extra”, diz ela, fazendo uma careta novamente.
"Acordado. Você vai ficar bem?
Ela me acena. "Multar. Nã o se atrase para sua reuniã o.”
Concordo com a cabeça e entro no meu carro. O meu nã o é ruim porque tenho um guarda-
sol na janela. Dirijo até o escritó rio, onde faço o trabalho essencial e depois cerca de dez
tarefas nã o essenciais, mas o tempo todo a imagem de Madison parada ali, olhando para o
carro, me incomoda. Eu deveria ter feito alguma coisa, mas nã o havia nada para fazer.
Depois das 17h, o escritó rio fica em silêncio, entã o trabalho mais algumas horas para
compensar as distraçõ es quando entrei. Quando saio, perto das 8h30, ainda nã o estou em
dia com o cronograma de produçã o que estabeleci. para mim, mas pelo menos consegui
recuperar o tempo perdido hoje. É alguma coisa.
Ao sair do escritó rio, paro no armá rio de suprimentos e pego uma cortina de para-brisa
para Madison. Pelo menos seu carro muito quente é um problema solucioná vel.
Se ao menos houvesse uma maneira de resolver ser distraído pela pró pria Madison gostosa
demais. Uma soluçã o além de encontrar um local diferente para trabalhar. Caso contrá rio, o
de Gatsby é perfeito.
Tenho que passar pelo escritó rio a caminho do clube para assinar alguns documentos,
entã o o carro de Madison já está estacionado quando chego lá . Pego o guarda-sol e entro,
esperando nã o interromper seu treino. Pelo menos é isso que a parte do meu cérebro que
nã o é homem das cavernas espera. Felizmente, ela está no escritó rio.
“Ei”, ela diz quando paro na porta aberta.
"Ei." Estendo o guarda-sol. Está enrolado como um tapete de ioga. “Achei que você poderia
usar isso.”
Ela pega e desenrola. Possui o nome e o logotipo da nossa empresa impressos em um dos
lados. "Você trouxe isso para mim?"
O rosto dela está dizendo alguma coisa, mas nã o tenho certeza do quê. É uma expressã o
estranha. Talvez confusã o? “É para o seu para-brisa. Para bloquear o sol?
"Certo." Sua expressã o nã o muda.
Ocorre-me que cometi um de dois erros aqui ou possivelmente ambos. “Nã o estou tentando
transformar você em um anú ncio da empresa. Eles sobraram de um evento que fizemos no
início deste verã o e achei que poderia ser ú til.” Mas ela nã o pediu minha ajuda, e talvez isso
pareça uma soluçã o para o homem. Eu nem sei se isso é algo que nã o devemos fazer, mas
sei que minha irmã mais nova me critica por tentar resolver um problema antes de eu
terminar de ouvir. "Desculpe. Eu deveria ter perguntado se você precisava disso. Eu posso
retirar isso.
“Nã o, eu quero. Obrigado." Ela o puxa para si antes que eu possa agarrá -lo, o que me deixa
sem fô lego.
Enfio a mã o no bolso do moletom para que ele nã o fique lá fora, arranhando como um
caranguejo demente. “Claro, sem problemas.”
Nó s dois ficamos quietos, ela ainda com aquele olhar perplexo. Sem saber mais o que fazer
e com certeza de que apenas mais coisas estú pidas sairã o da minha boca, coloco o polegar
por cima do ombro para indicar que estou indo para o trabalho, depois corro para o salã o
do clube e vou direto para as escadas. .
É melhor minha cabeça entrar em açã o quando eu ligar meu laptop. Nã o posso me dar ao
luxo de perder todas as células cerebrais que perco toda vez que converso com ela.
Capítulo Oito
Madison

QUEM FAZ ISSO?


Quem pensa “Eu gostaria de ajudar essa garota que mal conheço com seu problema com o
carro quente?”
Oliver Locke, é ele.
Provavelmente Ruby também, penso enquanto ela entra na cozinha depois do trabalho.
Sempre sei quando ela esteve na biblioteca porque ela carrega uma sacola de lona brilhante
no ombro, em vez da bolsa.
Quando Ruby combinou Sami com nosso vizinho, Josh, na primavera passada, ela ganhou a
vaga reservada no estacionamento de Sami. Isso é um grande negó cio em qualquer lugar de
Austin, mas especialmente em um condomínio como o nosso, onde somos todos amigá veis
até lutarmos por uma das vagas de estacionamento nã o atribuídas no final da noite.
Mas isso nã o importava de qualquer maneira, porque Josh deu a Sami seu outro lugar
designado. Tudo bem por Ruby. Eu sou o ú nico que ainda tem que caminhar desde o
interior quando os bons lugares ficam lotados.
“Me trouxe alguma coisa boa?” Pergunto enquanto ela passa pela porta deslizante que leva
ao nosso pequeno pá tio nos fundos. É cercado por uma cerca baixa e dá para o
estacionamento. Diretamente no Civic prateado de Ruby, me provocando no espaço
designado.
“Hoje nã o”, diz Ruby. “Estou esperando o novo livro da Mimi Matthews para você. Mas
comprei a nova Susan Orlean para mim, além de uma sobre cadá veres para Ava que um
cliente disse ser boa.
“Posso esperar por um livro da Mimi”, digo. “Entã o, Oliver.”
Ela coloca a sacola na mesa onde estou comendo meio melã o com uma colher. “E ele? Está
tudo dando certo?
"Sim. Mal percebo que ele está lá . Funciona bem. Mas ele é. . .” Faço uma pausa, tentando
encontrar a palavra certa. “Ele faz coisas boas para você sem motivo?”
Suas sobrancelhas sobem. "Como o que? Compre flores para mim, legal? Ou trazer uma
Coca extra se ele souber que estou na casa de Charlie?
“Mencionei que os assentos do meu carro estavam muito quentes ontem e hoje ele me
trouxe um guarda-sol para o para-brisa. Isso é normal?
“Por que você acha isso estranho?”
“Porque ainda suspeito que você esteja tramando alguma coisa?”
Ela puxa uma cadeira e pega uma maçã da fruteira no meio da mesa. “Melhor amiga, tudo
que sei sobre isso é que nã o sabia que você precisava de um guarda-sol. Se eu fizesse isso,
seria o tipo de coisa que eu teria feito por você, e nem quero namorar você.
“Entã o ele está apenas sendo um cara legal.”
Ela balança a cabeça enquanto dá uma mordida em sua maçã . “Muito Oliver”, ela diz
quando termina de mastigar. “Eu te disse, vocês nã o se encaixam. Vou encontrar alguém
que fará sua cabeça girar. Agora, com licença, vou me trocar para jantar com Niles.
"Espere. Quero comprar algo legal para Oliver. O que devo dar a ele?”
“Como um agradecimento?”
"Sim." Mas também para nos sentirmos equilibrados. Odeio a sensaçã o de alguém ter algo
sobre mim, seja dinheiro ou um favor que devo. “Que tipo de coisa ele gosta?”
Ela dá de ombros. “Apenas preste atençã o nele como ele fez com você, e você será capaz de
descobrir algo.”
Meu telefone vibra e olho para baixo. Texto do meu pai.
“Mas Oliver e eu só nos vemos no estacionamento.”
“Bastou ele ver logo o que você precisava. Nã o pode ser tã o difícil”, diz ela.
Meu pai manda mensagens de novo e, mais uma vez, eu ignoro. “Mas você o conhece. Você
saiu, certo?
“Ele saiu com Charlie e eu, sim. Mas nã o o conheço bem o suficiente para contar quais sã o
suas favoritas além da marca de cerveja que ele compra ou algo assim. Agora deixe-me ir
me preparar.
“Você parece fofo. Basta usar isso.
Ela está usando um vestido verde Kelly com bolinhas suíças e um par de saltos Mary Jane
que a avó de Sami encontrou para Ruby enquanto ela estava economizando. Eu olho para
eles, com inveja porque nã o usamos o mesmo tamanho de sapato, mas com QQQ5'7, tenho
quase meio pé em Ruby.
“Ele disse para me vestir bem, entã o preciso me trocar.”
“Vista-se bem”, repito. Sami chega do corredor com fones de ouvido e a testa enrugada. Eu
conheço esse olhar; ela está dissecando uma mú sica. Bato nos ouvidos para sinalizar para
Sami retirá -los.
"E aí?" ela pergunta, removendo um deles.
“Niles está levando Ruby para jantar. Ele disse a ela para se vestir bem.
Sami toca no telefone, tira o outro fone de ouvido e olha para Ruby. “Para onde Niles está
levando você?”
O rosto de Ruby oscila entre parecer culpado e reprimir um sorriso. “Ele fez reservas no
Spenser's.”
Sami e eu trocamos olhares extremamente rá pidos.
“O Spencer's é super legal”, diz Sami. “É uma ocasiã o especial? Esquecemos seu aniversá rio
ou algo assim?
Nã o me lembro deles terem comemorado um aniversá rio antes, provavelmente porque nã o
tenho certeza se eles sabem o que é. Eles meio que começaram a namorar quando
está vamos na faculdade, começando sem dificuldades.
Ruby morde o lá bio inferior por alguns segundos antes de dizer: — Ele disse que tem uma
surpresa para mim.
"Rubi! Isso poderia ser uma proposta? A voz de Sami parece animada, mas aposto qualquer
coisa, por dentro ela está dizendo a mesma coisa que eu. Por favor, não, por favor, não, por
favor, não .
Niles nã o é o cara para Ruby pelos mesmos motivos pelos quais você nã o mistura maionese
com nada que queira provar bem: isso apenas abafa o sabor. Mas meu trabalho é ficar
animado por ela se é isso que ela quer, certo? Eu arrumo meu rosto para projetar
entusiasmo.
"Eu penso que sim." O sorriso de Ruby é nervoso e meu coraçã o aperta. Ela nã o tem certeza
se ficaremos felizes por ela.
“Oh meu Deus, Ruby!” — digo, torcendo para que nã o soe alto — o tipo de barulho que as
pessoas sempre fazem quando estã o fingindo. Eu realmente gostaria de poder ser sincero.
“Eu nã o sabia que vocês estavam falando sério sobre isso! Você está morrendo?
"Sim tipo isto. O que você acha que eu deveria vestir?
“Para o armá rio,” eu digo, já de pé. Sami está logo atrá s de mim.
Passamos os pró ximos quinze minutos tirando roupas do armá rio de Ruby – que está
apertado porque ela nã o encontrou tempo para trocar de quarto com Ava.
Nó s reduzimos isso a três possibilidades.
“Modele este primeiro”, digo a Ruby. “O booty vai estourar, mas é elegante e a cor é
perfeita.” É turquesa e Ruby tem fortes vibraçõ es de Victoria Justice, entã o ela pode usar
cores saturadas. Nã o tem mangas e amarra na cintura com um nó chique. Os dardos nas
costas sã o o que fazem a má gica do saque acontecer. Isso, e a bunda alegre de Ruby.
Ela pega o vestido e vai para o banheiro. Assim que a porta está fechada com segurança,
olho para Sami e sussurro: "Tudo bem com isso?"
Ela suspira e balança a cabeça. “Vamos conversar sobre isso enquanto ela janta.”
Quando ela sai, antes mesmo de adicionarmos os acessó rios, sei que esse é o vestido. Ela
verifica seu reflexo no espelho do armá rio, sorri e dá um quarto de volta para verificar o
â ngulo do bumbum.
“Certo, como sempre”, ela diz.
“Mais alto para as pessoas que estã o atrá s”, eu digo.
“Nã o, nã o precisa me dizer duas vezes”, diz Sami. “Eu sei que você é um gênio da moda.”
Dado o meu negó cio de família, eu teria que me esforçar para nã o estar.
Aperto Ruby em um abraço e lhe dou um beijo forte e estalante na bochecha.
“Esta é uma noite tã o importante! Batom coral. Peça o bom vinho. Eu sei que Ava será dama
de honra, mas deixe-me planejar a despedida de solteira.”
Sami dá um pulo para dar um abraço coletivo. “Definitivamente batom coral,
definitivamente nã o deixe Madi planejar a despedida de solteira, e eu ficaria muito feliz
sem cetim, mas usarei o que você quiser.”
Ruby grita. “Eu nã o posso acreditar nisso, melhores amigos.” Nem nós podemos . “Agora me
deixe ir para que eu possa me preparar.”
Nó s a soltamos e saímos de seu quarto, Sami batendo palmas antes de fechar a porta de
Ruby atrá s de nó s. Entã o ela agarra meu braço e me leva de volta para a cozinha.
“Ai.” Eu me afasto e esfrego meu bíceps. “Você é muito pequeno para ser tã o forte.”
“Quieta, Mulher de Ferro. Devemos fazer alguma coisa?
Eu me jogo em uma cadeira da cozinha. “Se você tem certeza de que sua amiga está prestes
a se casar com o cara totalmente errado, você tenta dissuadi-la? Ou você mantém a boca
fechada para estar lá para juntar os cacos eventualmente?
Sami dá um suspiro profundo. "Você sabe quem saberia?"
"Rubi."
Ela aponta, assim .
“Podemos estar errados”, digo.
“Nã o estamos errados.”
Eu desmaio. "Você tem razã o. Ele nã o é o ú nico.
Os olhos de Sami ficam fora de foco e ela começa a bater os dedos na coxa. Espero quase um
minuto inteiro antes de interromper.
“Samuel Sami Sam? Você está escrevendo uma mú sica?
Ela pisca e olha para mim antes de murmurar: — Você diz que deixei nosso amor morrer,
mas quando foi que você tentou encontrar as coisas que me motivam? Ela sai, os dedos
ainda batendo.
Sim, ela está no modo de letras. Acho que cabe a mim fazer um julgamento.
Vou mandar Ruby embora com um sorriso, depois mando uma mensagem para Ava e digo
para ela voltar do trabalho e trazer Joey também. Uma proposta é grande. Mas um
casamento é algo grandioso, e se alguém sabe se devemos evitar que chegue a esse ponto,
esse alguém é o melhor amigo de infâ ncia de Ruby e seu irmã o favorito.
Capítulo Nove
Madison

NILES BATE DEZ MINUTOS mais cedo. Ele nem está usando gravata. Ele está com uma calça
bonita e uma camisa de botã o, entã o, tecnicamente, ele está dentro do có digo de vestimenta
do restaurante, mas quem nã o usa gravata no seu pró prio noivado? Ou pelo menos um
maldito casaco esporte.
“Ruby,” eu chamo. “Entre, Niles. Ela sairá em um minuto.
Ele entra e imediatamente parece entediado, como se já estivesse esperando há dez
minutos e tivéssemos esgotado nossa conversa. Se ele odeia ficar esperando, por que chega
cedo?
Provavelmente é por isso que ele pode ficar mal-humorado por ter que esperar.
Mantenho meu rosto amigá vel, como faço quando um VIP em minha seçã o se revela um
idiota, mas um idiota que reservou um serviço de champanhe de dois mil dó lares com uma
gorjeta obrigató ria.
“Ouvi dizer que você está indo para a casa do Spenser. Lugar legal."
Ele balança a cabeça e balança as chaves, com os ombros tensos.
Talvez isso nã o seja impaciência. Talvez isso seja nervosismo? Sempre a anfitriã com mais,
tento deixá -lo à vontade pelo bem de Ruby. “Entã o, grande noite?”
Ele me dá um olhar de leve aborrecimento. Eu sei disso bem porque ouço isso dele o tempo
todo. “Com vontade de bife.”
"Claro. Quem nã o é? Mas sempre pensei que Niles era o tipo de cara Sizzler. O bife mais
barato de Spenser custa cem dó lares. Eu os comia muitas vezes à s custas dos meus pais, até
que percebi que aceitar esse tipo de luxo deles deixava um gosto ruim na boca que nem
mesmo um lombo envelhecido pode esconder.
Bem, eu cumpri meu dever de melhor amigo. Estou prestes a desaparecer na cozinha
quando Ruby surge do corredor, parecendo a pessoa mais sortuda que Niles já teve na vida.
Exceto que ele nã o vê isso.
"Você está bonita. Pronto para ir?" ele pergunta.
Ela sorri para ele e acena com a cabeça.
Legal . Os servidores do Spenser com seus ternos imaculados parecem bonitos. Ruby
parece divina .
“Tchau, crianças”, eu digo. "Divirta-se atacando o castelo." Niles me lança um olhar
estranho. " A noiva princesa ? Milagre Max?
Ele dá de ombros.
Certo. Charlie é o cinéfilo.
Mantenho meu sorriso no lugar até a porta se fechar atrá s deles. “Sami?” — eu chamo, já
correndo em direçã o à s escadas. “Preciso que Josh me aconselhe sobre todas as
ramificaçõ es legais dos meus quinhentos planos para me livrar de Niles.” Atravesso a porta
aberta do quarto dela. “Vou precisar da sua varanda emprestada.”
A varanda de Josh fica ao lado da dela, e ficar sentado lá nas noites frias de inverno
conversando fez com que eles se apaixonassem.
Ela dá um tapinha na cama ao lado dela. “Aqui, melhor amigo. Sente-se e vamos resolver
isso.”
Eu mergulho no local e me enrolo ao lado dela. “Ele nã o a merece.”
“Preciso praticar para nã o vomitar quando ela manda uma mensagem com a foto do anel e
a cara presunçosa dele.”
"Sem brincadeiras. Deixe a conspiraçã o começar.

DUAS HORAS DEPOIS, nã o recebemos nenhuma mensagem de Ruby, mas Ava se juntou a
nó s do outro lado de Sami. Joey está esticado na ponta da cama e Josh se inclina no batente
da porta, ouvindo Sami e Joey discutirem se a situaçã o de Oliver/Gatsby é um dos truques
de Ruby.
“De jeito nenhum”, Joey está insistindo. “Esse cara é um simpló rio. Madison iria mastigá -lo
e cuspi-lo. Ruby nã o tentaria armar para eles.
“Um simpló rio?” Ava pergunta.
“Um cara que exagera na garota de quem gosta, comprando coisas para ela porque está
desesperado”, explica Sami.
Os olhos de Ava se estreitam para Joey. “Você e eu tivemos um primeiro encontro no
mesmo dia. Oliver me levou ao jardim botâ nico para ouvir uma palestra sobre plantas, e
depois tomamos sorvete. Você dirigiu seu acompanhante por uma hora até Fredericksburg
para jantar em um vinhedo caro. Mas Oliver é o simpló rio?
O rosto de Joey fica muito teimoso, mas Josh interrompe o resto da discussã o.
“Nenhum deles é simps”, diz Josh. “Joey é chamativo e Oliver é atencioso, mas nenhum
deles está desesperado.”
“Vocês estã o perdendo o controle”, eu digo. “Nã o é uma configuraçã o. Ruby me disse que
Oliver nã o faz meu tipo e ela está certa.”
“Discordo”, diz Sami. “É toda a situaçã o da princesa.”
"O quê?" Josh pergunta.
Joey sorri. “Você tem que ouvir isso. Você nã o sabe que mora perto da realeza?
Reviro os olhos. “Na melhor das hipó teses, sou filha da realeza do concurso. Mas
aparentemente, para meus pais, isso conta.”
“Querida, você pode querer esperar por isso”, diz Sami. “Esqueci que você nã o conhece essa
histó ria.”
Josh olha para mim. "Sente-se como se eu fosse ficar chocado?"
Ava balança a cabeça. “Nã o, sente-se, pois Madison conta uma longa histó ria.”
“É verdade”, digo a Josh. “Eu adoro um holofote. Se eu achar que uma histó ria será muito
curta, colocarei mais três histó rias no meio dela para poder ficar com o microfone.”
Josh se joga no carpete ao lado da porta aberta.
“Minha família é rica”, começo. Esta é a parte da histó ria que odeio, a parte que nunca
desenvolvo, mas Sami bufa como se fosse um eufemismo. Todos ficaram na minha casa
durante o Ano Novo, nosso primeiro ano de faculdade, porque meus pais queriam passar o
Natal nos Alpes Suíços e eu nã o. Eu tinha dezoito anos e nã o fazia nem um ano desde que
todas as minhas ilusõ es sobre eles foram destruídas, e eu nã o estava tirando um centavo do
dinheiro contaminado deles – incluindo férias.
“Minha família é muito rica”, reviso, “mas chega de editorializar ou nã o conto a histó ria”.
Joey se levanta e tapa a boca de Sami com a mã o, depois grita e a puxa de volta. “Ela me
lambeu. Bruto."
Josh sorri para ele. “Entã o você é um homem quebrado.”
“Ele gosta quando eu faço isso”, diz Ava.
Todos paramos para olhar para ela com vá rios graus de respeito.
“Sã o sempre os quietos”, eu digo.
Ava dispensa nossa atençã o, imperturbá vel. “Continue, Madi.”
“É geracional”, digo a eles. “O bisavô do meu avô fundou a Copperhead Boots.”
Josh dá um assobio baixo. É o nome das botas de cowboy, respeitadas desde o circuito de
rodeio até o palco do Grand Ole Opry. Os trabalhadores do rancho usam Copperheads
normais, mas sã o ricos pessoas, desde celebridades até chefes de cartéis de drogas, usam
botas de alta costura como sinal de status. A lista de espera dura anos e a ú nica coisa
compará vel é uma bolsa Birkin. Mas mesmo esses sã o mais fá ceis de conseguir.
"Sim. Meu avô expandiu a empresa e começou a adquirir subsidiá rias em á reas afins, entã o
meu pai apareceu e foi ainda maior. Ele conheceu minha mã e quando estava julgando o
concurso Miss Texas Rose porque Copperhead Boots era um patrocinador. Ela ganhou. Ele
decidiu se casar com a rainha. E você sabe como sã o chamadas as filhas de uma rainha,
Josh?
"Princesas."
"Correto. O rei, a rainha e suas duas princesas viviam felizes em seu castelo à beira do lago.”
Eu nã o entro em detalhes. Ninguém sente pena da pobre garotinha rica que demora muito
para perceber que nã o conquistou nada de seu “especialismo” e que, na verdade, está presa
a ele. “Cada princesa se casaria apenas com o príncipe mais digno que merecesse sua mã o.”
“O que é um príncipe digno?” Joey pergunta, recostado ao pé da cama. “Ele deveria matar
um dragã o metafó rico?”
Eu balanço minha cabeça. “Nã o seja bobo. Você nã o pode ganhar uma princesa por mérito.
Ele só precisa de status social igual ou superior e dinheiro igual ou superior.”
“Totalmente razoá vel”, diz Ava secamente.
“Um dia, a princesa mais velha descobriu que os monarcas eram mais astutos do que
sá bios, decidiu que a monarquia é estú pida e decidiu puxar o príncipe Harry.” Esta é a parte
que odeio aprofundar, entã o nã o o faço. "Fui eu. Decidi que a histó ria nã o fazia mais sentido
e fui embora. Quando ocasionalmente sou arrastado de volta para a corte real, faço o papel
de bobo da corte e viro tudo de cabeça para baixo.”
“E isso está relacionado a Oliver. . . como?" Josh pergunta.
“Quando meus pais tentam jogar um de seus príncipes em mim, eu sempre digo a eles que
sou a princesa com o sapo, e estou super empenhada em fazer o que é certo pelo reino, e
preciso beijar todos os sapos. Entã o eu faço." Aqui eu abro um grande sorriso. Isso irrita
meus pais e eu adoro isso.
“Ah, Madison?” Joey diz. “Esse é um sorriso totalmente maligno.”
“Você nã o sabe nem metade”, diz Sami. “No nosso ú ltimo ano, está vamos aproveitando
antes do jogo Texas Tech. Madison e eu está vamos saindo com uma das fraternidades e a
irmã dela nos viu. Ela era caloura e chegou a tempo de encontrar Madi avaliando as
habilidades do presidente da fraternidade. Sami balança as sobrancelhas sugestivamente.
“Nã o sã o suas habilidades para grelhar”, acrescenta Ava.
“Entendi”, diz Joey.
“Entã o a irmã dela carrega Madi até uma á rvore para uma reprimenda real.” Sami aperta as
laterais do rosto e arregala os olhos. "Ela está lá com sua cara de bebê, gritando sobre quem
é aquele e por que ela o está beijando em pú blico e -" Sami faz sua voz estridente - "o que
Madison quis dizer com ela nem está namorando ele ?"
Sua imitaçã o é tã o certeira que começo a rir.
“Para ser honesto”, diz Sami, “nã o foi tã o engraçado. Ela estava falando sem parar sobre
como isso era uma mancha na reputaçã o de sua família, e como Madi poderia tratar isso tã o
levianamente.”
"O que você fez?" Josh me pergunta. “Porque nã o há nenhuma chance de você
simplesmente ter aproveitado.”
Aponto para mim mesmo. “Jester, lembra? Eu a informo sobre minhas responsabilidades de
beijar sapos como princesa do Texas. Ela diz que está fofocando com os monarcas e vai
embora, e eu digo a ela para garantir que eles saibam que estou levando isso a sério e
trabalhando duro.”
“O que Madison realmente fez”, interrompe Sami, “foi gritar com Kaitlyn para contar aos
pais que ela está moendo”.
Joey e Josh perdem o controle e eu lhes dou um sorriso inocente. “Eu quis dizer no trabalho.
Acho que ela pensou que eu quis dizer outra coisa porque ela ficou ainda mais agressiva.
Quando eles param de rir, Ava diz: “Mas espere, tem mais. Na manhã seguinte, Madi me fez
desenhar uma tatuagem falsa de um sapo nela.”
Josh parece surpreso. “Eu nã o sabia que você sabia desenhar.”
Ava balança a cabeça. “Posso fazer um esboço de laborató rio muito bom, mas isso é tudo.
Definitivamente nã o estou bem o suficiente para fazer uma tatuagem.”
“Nã o conheço essa parte”, diz Joey. “Você faz uma tatuagem de sapo para fazer... o quê?”
“Eu pego minha irmã no dormitó rio dela naquela tarde para jantar de domingo com meus
pais. Estou usando um decote em V profundo que mostra minha nova tatuagem. Eu
mencionei que fiz Ava desenhar isso bem no meu coraçã o?
Até Ava dá uma risada suave com a alegria em minha voz.
“Ahhh, Kaitlyn.” Eu me apoio nas mã os, lembrando. “Ainda me faz sorrir lembrar do som
que ela fez quando entrou no carro e viu. Nã o tinha palavras. Eu disse a ela que nossa
conversa me inspirou a fazer isso depois do jogo, porque um dia um desses sapos
encontraria meu coraçã o, e eu estava mais motivado do que nunca para beijar mil, se fosse
necessá rio.
Depois que Kaitlyn percebeu que era falso, ela nã o falou comigo por uma semana inteira.
Foi uma boa semana. Kaitlyn começando na UT significava que minha terceira mã e estava
no campus e pronta para me repreender se eu nã o a visse logo para evitá -la.
“Droga.” Josh balança a cabeça.
“Ah, vamos lá ”, eu digo. “Você nã o está realmente surpreso em saber que sou um apertador
de botõ es.”
“Espere aí”, diz Sami. “Você está pulando parte da histó ria: meninos e meninas, a princesa
Madison Armstrong explodiu seu pró prio jogo.”
“Isso é um exagero”, eu digo.
“Foi exatamente o que aconteceu.” Ela se inclina para o pú blico que acabou de roubar de
mim. “Ela disse aquela coisa sobre beijo de sapo com tanta frequência que começou a
acreditar.”
Eu bufo. “Eu nem gosto que vocês conheçam essa histó ria. Esses dois nã o precisam ouvir
isso.
“Sim”, dizem Josh e Joey juntos.
Sami levanta uma sobrancelha para mim.
Eu gemo. “Uh, tudo bem. No pior tipo de profecia autorrealizá vel, posso dizer com um beijo
se um cara é o cara. É irritante."
“Nã o é, Madi. É bom”, diz Ava.
“É por isso que ela nunca parte coraçõ es”, diz Sami. “Ela nã o vai deixar esses caras caírem
mais do que ela pensa que pode cair.”
Nã o gosto de ser pintado como um marshmallow benfeitor. “É também por isso que beijo
tantos caras. Muitos sapos, blá , blá , blá .”
“Ah, Mads, isso é fofo”, diz Joey, “mas você deveria lamber sapos, nã o beijá -los, e apenas se
estiver em um retiro psicodélico na Argentina”.
“Nã o lamba sapos”, diz Ava. “Nã o é assim que funciona. Você coleta suas secreçõ es de muco
e as fuma quando estã o secas. É assim que você obtém 5-MeO-DMT.”
"Você está bem, melhor amiga?" Eu pergunto. “Precisa que eu reinicie você?”
“Chama-se molécula de Deus”, diz ela, paciente como sempre conosco, mortais mais burros.
“E você pode encontrar sapos do deserto de Sonora no Texas.”
“Excelentes notícias”, diz Josh, inexpressivo. “Taco e sapo terça-feira na pró xima semana,
pessoal?”
“Isso vai voltar para Ruby e a aposta?” Joey pergunta.
“ Sim ”, diz Sami. “Todo mundo presume que Madison está cansada, mas ela é o oposto.
Totalmente româ ntico. Ela acredita em um amor verdadeiro que você conhece quando o
encontra e que você conhece imediatamente.”
“Entendi”, Joey diz, e eu olho para cima, surpresa por ele nã o querer me provocar ainda
mais. “Você está sendo eficiente. Se o beijo nã o é isso, por que perder tempo? Vá para o
teste e fuja se for outro sapo.”
Ava lhe dá um leve chute. “Você pensaria isso.”
Joey pega o pé dela e o segura contra sua coxa, o polegar pressionando seu arco enquanto
ele sorri para ela. “Como você acha que eu sabia como te ensinar a beijar bem?”
“Quer que eu coloque um travesseiro sobre o rosto dele?” Eu pergunto.
Ava franze a testa para ele. “Sim, mas quando ele terminar de esfregar os pés.”
“É por isso que você acha que Ruby nã o está armando para você com Oliver,” Josh diz.
“Porque ele nã o é o tipo de cara que você beijaria?”
“Exatamente,” eu digo. “Eu nã o tenho um tipo...” Ava e Sami começam a rir, e eu olho para
eles. “Eu tenho muitos tipos”, continuo, e Ava concorda. “Mas há alguns tipos que nunca
gostei, e Oliver é um deles.”
Joey sorri, satisfeito com isso. “O cara é um nerd. Boa decisã o."
“Deixa pra lá , Joey”, diz Sami. “Ela saiu com Oliver duas vezes e terminou com ele por nã o
ser você. Você ganhou."
Ava nã o deixa passar o comentá rio nerd de Joey. “Todos vocês deveriam saber que eu fiz
Joey assistir a um episó dio de Firefly e agora ele nã o nos deixa assistir mais nada até
terminarmos a série. Os nerds adoram esse programa. Você ama esse show. Adivinha quem
é um nerd agora?”
Ele zomba. “Está tudo bem, mas estou feliz que haja apenas uma temporada.”
Ela levanta uma sobrancelha. “Ele bateu o cotovelo ontem e amaldiçoou a porta do
'gorram'. Isso é um palavrã o do Firefly .”
Joey suspira. "Amaldiçoar a sua traiçã o repentina mas inevitá vel."
“Também uma citaçã o de Firefly ”, diz Ava.
“E se for exatamente por isso que Ruby escolheu Oliver para você?” Sami diz. "E se-"
A porta da frente bate e interrompe a pergunta.
Ruby está em casa.
Capítulo Dez
Madison

OS OLHOS DE JOSH SE FIXAM NOS de Sami, e Joey olha para Ava, com preocupaçã o nos
rostos de ambos.
Por um momento, sinto uma sensaçã o de isolamento. Alguns meses atrá s, Sami e Ava
teriam trocado olhares comigo primeiro.
Eu fico de joelhos. “Ava, você e Joey provavelmente precisam lidar com isso.”
Ele já está de pé e estende a mã o para puxar Ava também. "Nó s estamos nisso."
Eles saem e Josh sobe na ponta da cama. “Nunca ouvi Ruby bater uma porta. Quã o ruim é
isso?
“Também nunca a ouvi bater uma porta”, diz Sami.
Eu balanço minha cabeça. "Idem. Entã o é ruim.”
Josh inclina a cabeça. “O que há de ruim neste cená rio? Uma separaçã o?
“Qualquer coisa que deixe Ruby triste.” Minha voz é sombria e eu sei disso.
“Achei que nenhum de vocês gostasse de Niles.” Josh lança a Sami um olhar questionador.
“Nó s nã o.”
Isso nã o parece esclarecer nada para ele. “Entã o nã o queremos um rompimento?”
“Só se Ruby tiver feito o despejo”, digo a ele. “O que tenho certeza que ela fez. Ela é
inteligente.
“Inteligente o suficiente para namorar aquele cara por cinco anos?” Josh levanta as mã os
para afastar os olhares assassinos que Sami e eu enviamos para ele. “É a ú nica coisa que já a
vi nã o ser esperta.”
Eu bufo. “Porque isso é verdade, nã o vou puni-lo por dizer isso.”
Ficamos quietos, ouvindo. A voz de Ruby está mais alta e mais alta do que o normal – alta o
suficiente para sentir que ela está com raiva, mas nã o alta o suficiente para ouvir o porquê.
Suas explosõ es sã o pontuadas por tons suaves de Ava.
Entã o há uma forte explosã o de Joey. “Aquele verme!”
Sami e eu trocamos olhares arregalados e sinto um pouquinho de prazer culpado por ela
ter olhado para mim primeiro.
Deslizo para fora da cama. “Esse foi o sinal de melhor amiga.” Ela já está me seguindo, Josh
na retaguarda.
Na cozinha, Ruby está sentada à mesa parecendo que seu jantar caro está prestes a voltar.
Ava está fazendo círculos nas costas de Ruby, e Joey está andando de um lado para o outro
e falando palavrõ es baixinho, mas nã o o suficiente porque eu ouço – e aprecio isso.
"Você luta?" Joey ataca Josh.
Josh, o garoto bonito, formado na escola preparató ria e escritó rio de advocacia, briga?
Josh dá de ombros. "Eu posso, sim."
Sami lança a Josh um rá pido olhar que diz que sua disposiçã o de derrubar será
generosamente recompensada.
“Entrem na fila, rapazes”, digo a eles. “As melhores amigas dela vã o querer conversar com o
saco sujo primeiro.”
Joey zomba. “Este é um negó cio de irmã o mais velho. O que você vai fazer, insultá -lo até a
submissã o?
"Sim." A voz de Ava é tã o calma que só um idiota nã o perceberia que ela é uma ameaça
muito pior.
Joey faz uma pausa e troca olhares com Josh. "Justo."
“Niles nã o propô s casamento”, diz Sami, com a voz firme enquanto afirma o ó bvio.
Ruby dá uma risada aguda que carece de um pingo de humor.
Ficamos em silêncio, esperando por uma dica de Ruby sobre o que ela precisa agora. Depois
de um minuto, ela suspira e se endireita, observando Joey andar pela cozinha duas vezes
antes de falar.
“Niles pediu em casamento,” ela diz com o suspiro mais cansado que já ouvi.
Joey para. "Você disse que terminou."
"Nó s fizemos."
Os dedos de Sami passam a tamborilar nos joelhos de Ruby. "Eu sou . . . confuso."
“Eu também,” Ava e eu dizemos ao mesmo tempo.
“Ele propô s”, diz Ruby. “Nã o é como se nã o tivéssemos conversado sobre isso ao longo dos
anos. Está vamos na mesma pá gina no que diz respeito à s crianças, ao tempo e tudo mais.
Eu gostava de saber o que estava por vir e quando. Mas também gostei de saber que esta
noite poderia ser a proposta, fiquei surpreso. Nã o falamos sobre anéis. Gostei que ele
estivesse sendo semi-româ ntico.”
Nã o gosto de dar crédito a Niles por nada, e agora quero chutar suas canelas estú pidas.
“Eu sei que vocês nã o gostam dele”, diz ela. “Eu ouvi você chamá -lo de NilesQuil.”
Sami e Ava trocam olhares culpados.
Josh limpa a garganta. “Permissã o para interrogar a testemunha? Acho melhor assim.
Ruby solta outro suspiro. "Claro."
“Joey, fique na porta ali. Finja que você é o oficial de justiça.”
Minha mã o dispara. “Posso ser o juiz? Niles é culpado.
“Nã o, Madi. Ele é apenas o oficial de justiça, entã o vai parar de andar de um lado para o
outro — diz Josh. Joey faz um barulho irritado, mas vai se encostar na porta. “Ruby, há
quanto tempo você namora o réu?”
"Cinco anos."
“E quando surgiu o assunto do casamento?”
“Ú ltimo ano”, diz Ruby. “Decidimos que seria bom estabelecermos nossas carreiras antes de
nos casarmos.”
“E qual é a profissã o do réu?”
“Você nã o sabe disso?” — pergunto a Josh.
“Nã o”, ele diz, “porque o cara nunca quer conversar”.
“Ele é contador,” Ruby diz.
“Ele está estabelecido em sua carreira há pelo menos um ano?” Josh pergunta.
"Sim."
"E você? Você diria que está instalado na biblioteca?
"Sim."
“Antes desta noite”, continua Josh, “quando foi a ú ltima vez que o assunto casamento
surgiu?”
Pelo que eu sei, como advogado, Josh trabalha nos bastidores em contratos e negó cios, para
nunca ter que interrogar testemunhas. Suspeito que isso nã o tenha nada a ver com “ajudá -
lo a pensar” e tudo a ver com distrair Ruby, e por isso dou a ele mais um milhã o de pontos
de brownie. Ele é um cara legal.
“Talvez perto do Natal?” Ruby aperta os olhos, como se estivesse olhando para o passado
em busca de uma resposta. “Natal, sim.”
“E qual foi o contexto dessa discussã o? Quem tocou no assunto?
O nariz de Ruby se contraiu. "Ele fez. Ele disse que seria bom quando nos casá ssemos
porque nã o teríamos mais que fazer todos os jantares de aniversá rio da família Ramos.”
Joey rosna e Ava engasga. "Como ele ousa ? Oficial de justiça, bata nele”, diz ela.
Josh faz um gesto de se acalmar, mas quando o fazemos, ele olha para Ruby e lança a ela
uma espécie de olhar de Desculpe, tentei . “Eu nã o posso fazer isso. Nã o há como defender
esse cara.”
Por uma fraçã o de segundo, um meio sorriso curva os lá bios de Ruby. "Justo."
“Querida, conte-nos o que aconteceu esta noite”, eu digo, dando um aperto suave em seu
ombro, “mas faça uma pausa para que possamos fazer indignaçã o e xingamentos.”
Ruby esfrega as mã os no rosto e as coloca de volta no colo. “Pedimos nossa refeiçã o. Nó s
comemos. Quando termina o bife, ele diz: 'É hora de casar'. Assim."
Sami prende a respiraçã o entre os dentes e soa como um assobio.
“Mesmo isso provavelmente nã o teria sido tã o ruim”, diz Ruby. “Parte do que gosto em
Niles é que ele tem um drama muito baixo.”
O drama baixo de uma mulher é o tédio mortal de outra. . .
“Mas ele começa a expor todas essas outras coisas como se eu já tivesse concordado”, diz
ela. “Ele me disse que economizaremos por um ano e faremos um casamento pequeno” –
Joey começa a rir, mas Ruby fala por cima dele – “e pediremos doaçõ es em dinheiro em vez
de presentes de casamento. Depois iremos para Lockhart...
“Absolutamente nã o”, eu digo. Está bem. Também é longe e meio chato.
“Vamos nos mudar para Lockhart porque é o subú rbio de Austin com o aluguel mais
barato”, ela continua. “Vamos conseguir um apartamento de um quarto por dois anos e
economizar. Depois compraremos uma casa e depois disso poderemos constituir família.”
Ava torce o nariz, mas diz: — Nã o posso culpá -lo pelo planejamento financeiro, mas...
“Ele diz que vamos comprar a casa em El Paso.”
“Aquele bastardo,” Ava termina tã o calmamente quanto começou.
"Ele te contou tudo isso?" Sami diz. "Ele já decidiu?"
"Sim. Aparentemente, os pais dele vã o se aposentar em El Paso daqui a dez anos, e ele acha
que deveríamos morar perto deles.
“Sua família está aqui”, diz Joey. “El Paso é uma viagem de dois anos.”
“E o molho picante deles é uma merda”, brinca Josh. Sami lhe dá um tapa suave na perna.
“Aquele narcisista e controlador...” começo, mas Ruby me interrompe com um cansado
balanço de cabeça.
“Ele nã o é essas coisas, mas nunca me senti menos visto do que quando estava sentado ali,
ouvindo esse plano que ele nã o havia me perguntado. O pior é que eu nem disse nada até
ele chegar ao ringue.”
Todos os nossos olhos sã o atraídos para seu dedo nu. Ela levanta a mã o, balançando-a.
“Nada para ver aqui porque ele nã o me comprou um. Ele me deu um orçamento e me disse
para encontrar um anel e colocá -lo em espera, e ele iria buscá -lo.”
“É isso mesmo. . . Niles”, diz Ava.
“Foi aqui que você jogou uma bebida cara nele e saiu, certo?” Joey pergunta.
“Nã o, idiota,” Ruby diz, sua voz muito baixa para ter qualquer mordida. “Foi aqui que eu
disse a ele que esse nã o era o caminho que eu imaginava e nã o era a proposta que eu
queria.”
Eu esfrego seu braço. “Bom Ruby.”
“Ele nã o estava chateado.” Sua voz é baixa e distante. “Ele disse que sabia que algumas
garotas querem propostas elaboradas, mas ele sabe, porque sou discreto, que nã o
precisaria de nada disso. Ele disse que trabalhamos porque somos pessoas razoá veis que
apreciam a ordem e tudo mais. . .” Ela para e fecha os olhos. Entã o ela respira fundo e
termina. “Ele disse que minha melhor qualidade é minha previsibilidade e que me viu
amadurecer ao longo dos anos. ú ltimos anos, a ponto de ele sentir que estou pronto para o
casamento.”
"Ele disse que você é previsível ?" Nã o tenho indignaçã o suficiente para esse insulto.
" Ele decidiu que você está pronto para o casamento?" Sami diz, com a boca entreaberta
enquanto tenta processar isso.
“O homem com a profundidade emocional de uma poça pensa que já descobriu você?” Ava
pisca. “Suas fracas habilidades de observaçã o o levaram a chegar a uma conclusã o ruim.”
“Ouça o cientista”, diz Josh. “Ela é uma testemunha incontestá vel.”
"Você está pronto, mano?" Joey pergunta.
“Sim”, diz Josh. “Pergunta antes de começarmos: por que estamos batendo nele?”
“Fazendo minha irmã chorar.”
“Pegue ele, Joey,” eu aplaudo.
“Acalmem-se”, Sami diz a eles. “Vamos ouvir o final disso. O que aconteceu depois, Ruby?
“Fiquei muito, muito bravo”, diz Ruby. “Para mim mesmo.”
— Você... consigo mesmo... por que... hein? Eu pergunto.
Ela se inclina para frente e apoia os cotovelos na mesa. “Nã o acredito que demorei tanto
para perceber que ele nã o me conhece. É humilhante.”
Ela estende as mã os para Sami como se pedisse para ser puxada para cima, e Sami obedece.
Ruby vai até o freezer. “Vou tomar sorvete. Nã o vou mais falar sobre isso esta noite. Joey,
nã o bata em ninguém, mas eu lhe darei um milhã o de dó lares falsos se você fizer alguns
nachos para mim.”
“Vamos lá ”, diz Joey. Ele se endireita e sai pela porta.
Quando Ruby está de costas, olho para Ava, Sami e Josh. Ava murmura Tchau, Niles , e todos
nó s trocamos um soco silencioso, mas muito aliviado.
Capítulo Onze
Oliver

“NÃ O TENTE ser legal.” Eu me encaro duramente pelo retrovisor do meu carro. “Madison é
humana. Você é um humano. Você sabe como falar com humanos. Você fala com humanos o
tempo todo. Fale com ela como se ela fosse humana.”
Até agora, sou o ú nico estacionado atrá s do Gatsby's. É segunda-feira, e Madison pode nem
vir hoje depois de trabalhar ontem à noite, mas se ela vier, quero que esse autotreinamento
continue. Poderia, se nã o fosse por um pequeno problema: meu subconsciente sabe que
estou a fim dela, e meu consciente sabe que meu subconsciente sabe, e meu consciente
também sabe que nã o tenho tempo para namorar, entã o está me sabotando .
Provavelmente.
Pego meu equipamento e vou para o clube, notando uma pilha de materiais de marketing
empilhados perto do escritó rio quando passo por ela. Letras pretas e douradas em fonte art
déco anunciam a Primeira Sexta-feira Baile de má scaras para o pró ximo fim de semana, o
primeiro fim de semana de setembro. Terei que perguntar a Madison se isso mudará os
horá rios de silêncio no clube, mas até agora ela tem sido muito boa em me avisar sobre o
que esperar.
Cerca de uma hora depois, ouço o bipe fraco do alarme.
Seja legal, idiota . Nã o vou inventar uma desculpa para andar pelo ú ltimo andar para
“esticar as pernas” enquanto estico os olhos até a ponta dos talos de desenho animado e
aprecio a forma de salsa de Madison. Ou forma de ioga. Ou forma de boxe aéreo. Qualquer
que seja a forma que seu exercício assuma hoje.
Em vez disso, configurei um cronô metro no meu telefone para dez minutos. Sã o dez
minutos em que irei codificar o mais rá pido que puder para que toda a minha concentraçã o
e a vontade de ser burro passem.
Acabo encontrando um bom ritmo, que – se conseguir permanecer por tempo suficiente –
se transformará em um estado de fluxo. Sou impará vel em um estado de fluxo, e meus
ombros relaxam enquanto meus dedos voam sobre as teclas, meus olhos examinando o
có digo, digitando os familiares colchetes e ponto-e-vírgula.
Sim. Isso é bom. Este é o estado em que tenho sorte de entrar uma ou duas vezes por
semana. Esse é o motivo pelo qual procurei um lugar tranquilo e externo para trabalhar.
Isso é-
“Oliver?”
A voz de Madison vem da escada mais pró xima. Ela raramente vem ao terceiro andar, e eu
analiso o có digo que passa pelo meu cérebro. Viro-me quando ela chega ao degrau mais
alto, hoje com uma regata branca justa com o logotipo UT longhorn em laranja queimado na
frente e leggings pretas com uma faixa de corrida UT na lateral.
Bem, isso é uma vantagem. Nã o fui para a Universidade de Oklahoma, mas ainda sou de lá , e
qualquer pessoa vestida com o laranja queimado da UT perde dois pontos quentes ao usá -
lo. O que é justo, já que os fã s de UT subtraem pontos de atratividade e QI de qualquer
pessoa em OU carmesim.
"Ei, Oliver, sinto muito interromper, mas há um problema?" Ela está mexendo na gravata na
cintura.
Por que as leggings têm gravata? Nã o há chance de que eles estejam caindo. Saio da cabine
para encontrá -la na escada, tentando ler sua energia. Um pouco de angú stia, mas sem
medo, eu acho. "E aí?"
"Um gato."
Um gato? Isso nã o parece angustiante. "No edifício? É selvagem ou algo assim?
Seus olhos se arregalam. "Nã o sei. Por favor, nã o diga selvagem. Isso faz com que pareça
agressivo. Eu nã o estava planejando atacar gatos hoje.”
“Feral significa apenas que será mais fá cil sair,” digo a ela. “Nã o vai atacar você, eu prometo.
Provavelmente está louco por estar preso aqui e quer que você abra a porta e deixe-o sair.”
"OK. Posso ouvir, mas nã o consigo ver. Você poderia, hum, ajudar?
"Claro." Eu a sigo quando ela se vira e desce as escadas. “Você é alérgico ou algo assim?”
"Nã o. Mais como desconhecido. Nã o tivemos animais de estimaçã o quando criança, e nã o
sei o que você deveria fazer com gatos.”
O que alguém faz com gatos? “Você nã o precisa fazer muito. Normalmente, se você agir
como se estivesse pensando em acariciá -lo, ele irá embora sozinho.”
"Isso é bom."
Quando chegamos ao ú ltimo degrau do andar principal, ouço. Definitivamente é um gato. É
barulhento e angustiado.
“Parece que está no depó sito”, diz Madison. Ela me dá bastante espaço para assumir a
liderança, como se qualquer um de nó s precisasse ser protegido de um gato de cinco quilos.
Atravessamos a pista de dança e os gritos ficam mais altos, definitivamente vindos do
fundo do depó sito. O gato nã o faz barulho por vá rios segundos. “Aqui, gatinha, gatinha.” Um
leve barulho vem do teto e eu aponto. "Lá em cima. Será mais fá cil pegá -lo na despensa.”
A despensa da cozinha fica do outro lado da parede e, assim que entramos, vejo o problema.
"Eu a encontrei."
"Dela?" A voz de Madison está logo atrá s de mim. Ela absorve a situaçã o. “Ahh. Bebês?"
"Sim." Um gato malhado cinza com olhos escuros está sentado em cima de uma pilha de
tortilhas embaladas. A pilha está na altura dos ombros e ela olha para nó s, com dois
gatinhos ao lado dela. Eles estã o se mexendo como se estivessem sonolentos e, enquanto
observamos, ela bate a pata na direçã o do teto e uiva novamente.
Uma das placas do teto está torta o suficiente para um gato passar. Ela mia de novo e cutuca
um dos bebezinhos com o nariz, empurrando-o alguns centímetros em nossa direçã o.
"Você deveria aceitar?" Madison pergunta. "O gatinho?"
Estendo a mã o para descobrir, movendo-me lentamente para que a mamã e gata possa me
avisar se estivermos errados. Pego uma bola de pelo listrada de cinza e Madison engasga,
mas quando a coloco no peito, a mamã e gata apenas observa.
"Está tudo bem?" Madison pergunta, aproximando-se para olhar o gatinho.
Ele nem cobre minha palma e pesa tanto quanto um par de meias enroladas, mas é quente e
respirá vel. Passo um dedo sobre o fio escuro que se estende de seu abdô men cerca de dez
centímetros. “Parece tudo bem, mas pode ser o cordã o umbilical.”
“Vou pegar o outro.” Ela estende a mã o, lenta e firmemente como eu fiz. Assim que ela
resolve, uma preta e branca, contra o peito com um pequeno e encantado “Oh”, a mamã e
gata se vira e pula da caixa para a abertura no teto. Entã o ela coloca a cabeça para fora e
mia.
“Ela estava com a ninhada no teto”, digo a Madison enquanto a mã e desaparece.
“É com isso que ela precisa de ajuda?” Madison pergunta, mas é uma pergunta que parece
distraída porque ela está ocupada estudando seu pequeno novo amigo, passando o dedo
sobre sua cabeça.
Antes que eu possa responder, a cabeça da mamã e gata aparece novamente, desta vez com
um gatinho cinza escuro pendurado pela nuca na boca enquanto ela salta até a caixa e
deposita o gatinho. Ela me olha, esperando.
“Você está de pé de novo”, diz Madison.
Pego o floof e mamã e pula de volta no teto para repetir isso com outro gatinho malhado
cinza, que Madison pega. Mamã e gata fica parada.
"Ela terminou?" Madison pergunta. “Sã o todos os gatinhos?”
"Poderia ser. Se eu largar isso, posso subir e olhar.”
“Vou segurar todos eles, você investiga”, diz ela.
Eu trago meus dois e gentilmente os coloco em seus braços. Madison está sentada no chã o,
com as pernas cruzadas, os gatinhos aconchegados em seu peito. Gatinhos sortudos. A
mamã e gata desce das caixas e se aproxima para observá -los. Nenhum deles me olha
quando arrasto uma escada e subo para verificar se esta é toda a ninhada.
“Nó s pegamos todos eles”, digo a Madison quando desço. “Devíamos procurar uma caixa,
um transportador ou algo assim até descobrirmos o que fazer com eles.”
“Basta pegar minha bolsa de giná stica no escritó rio e jogar tudo fora. É um bom tamanho
para isso.” Sua voz é suave enquanto ela roça o nariz na cabeça de um gatinho.
Eu o recupero e, embora me sinta estranho em entrar na bolsa de qualquer mulher por
qualquer motivo, decido nã o agir de forma estranha. Eu me agacho e abro o zíper, viro e
dou uma sacudida. Quando o saco está vazio, coloco-o ao lado de uma pequena pilha que
inclui um desodorante em barra – sem cheiro de doce, entã o o mistério nã o é resolvido –
elá sticos de cabelo, um frasco de hidratante, uma toalha, meias dobradas, um pequeno par
de chinelos. shorts, um sutiã esportivo cinza e, no topo da pilha, um pedaço de renda azul-
petró leo que só pode ser roupa íntima.
Interessante. É sempre bom aprender coisas novas sobre as pessoas.
“Tem certeza que deseja usar esta bolsa? Parece muito bom. Pode nã o limpar tã o
facilmente.” É feito de fibras naturais, nã o como minha bolsa de giná stica de ná ilon.
"Está bem. Posso comprar outro se ficar manchado.
Ah, tem aquela garota que chega todos os dias em uma Mercedes. Nã o considero a riqueza
contra as pessoas, mas posso julgar esse tipo de desperdício. Exceto que é difícil julgar uma
mulher sentada no chã o de um depó sito com uma braçada de gatinhos perdidos.
“Há panos de prato limpos neste lugar que eu poderia colocar para fazer uma cama para
eles?” Eu pergunto.
Madison olha para a pilha. “Minhas coisas estã o todas limpas. Basta colocar a toalha e as
roupas de volta e usá -las.”
Eu nã o consigo entendê-la. Ela exige muita manutençã o porque tudo que ela me orienta a
colocar de volta na bolsa é de marca? Ou baixa manutençã o porque ela nã o se importa com
uma ninhada de gatinhos transformando-os em camas? Ela também nã o parece se importar
com o fato de a Victoria's Secret estar coroando a pilha de suas coisas boas.
Um telefone vibra no chã o ao lado dela. Faz bastante barulho contra o ladrilho e a tela
mostra “Pai”. Ela nã o olha para isso. Em vez disso, ela olha para a mamã e gata e depois para
seus braços cheios de bebês gatos cabeçudos com orelhas minú sculas e enrugadas. Sua
expressã o é encantadora – e como tudo nela, também me encanta.
“Ó timo”, ela diz. “Temos todos eles e eles têm uma sacola.” Entã o seu sorriso desaparece
quando ela encontra meus olhos. “Agora, o que fazemos com eles?”
Capítulo Doze
Oliver

“O QUE FAZEMOS com os gatinhos? Eu nã o sabia que haveria um teste”, brinco, ganhando
tempo. Madison me faz querer encontrar a soluçã o.
“Nã o podemos deixá -los aqui, certo?” Antes que eu possa atender, o telefone dela vibra. Ela
olha para ele – é o pai dela de novo – mas nã o pega.
“Quer que eu segure os gatinhos para que você possa pegar isso?” Eu pergunto.
Ela os reú ne ainda mais perto. “Sem devoluçõ es.”
“Eu prometo que nã o estou roubando gatinhos. Mas parece que seu pai está ligando.”
Ela enterra o rosto na braçada de pelos. “Ele vai deixar uma mensagem.”
Tudo bem entã o.
Fica muito quieto. Ela provavelmente esqueceu que estou lá , mas estou me sentindo um
idiota sentado no chã o do almoxarifado sem gatinhos e sem propó sito. Eu limpo minha
garganta. “Provavelmente precisaremos chamar o controle de animais. Ou um resgate.
Ela balança a cabeça bruscamente e depois passa a bochecha pelos gatinhos. “Meu trabalho
é gato agora.”
"Legal. O que isso significa para você? Você vai morar neste almoxarifado?
"Sim. Eu nunca estou me movendo. Farei com que os proprietá rios mantenham o clube
fechado até que esses gatinhos cresçam.”
“Plano só lido.”
Ela acaricia outro, com os olhos parecidos com os da minha irmã mais nova sempre na
manhã de Natal. “Como é que ninguém nunca me disse que os gatos sã o tã o incríveis?”
“Você já conheceu a internet? Os gatos sã o a razã o de sua existência.”
A mamã e gata se levanta e se senta ao meu lado, seus olhos nunca deixando seus gatinhos.
“Quantos anos você acha que eles têm?” Madison pergunta.
“Para ser honesto, nã o sei muito sobre gatos. Vou perguntar ao Google.”
Madison finalmente olha para cima. “Você parecia tã o confiante sobre o que a mamã e gata
precisava. Achei que você poderia ser um profissional em gatos.
“Na verdade nã o”, eu digo, já digitando uma busca no meu telefone. “Tínhamos alguns gatos
selvagens, mas minha mã e é superalérgica a eles, entã o nunca tivemos nenhum em casa. Os
gatos do celeiro comiam ratos e faziam suas coisas sem muita ajuda nossa, entã o nã o sei.”
“Você morava em uma fazenda?” ela pergunta.
"Nã o exatamente. Mas tínhamos um celeiro.” Eu morava em uma fazenda de cavalos, mas, a
menos que você esteja conversando com alguém que também cresceu em uma fazenda de
cavalos, as pessoas nã o imaginam a coisa certa, entã o nã o esclareço, a menos que haja
tempo suficiente para explicar. Ficamos em silêncio enquanto leio as informaçõ es em um
link. "Boas notícias. Li um artigo na internet e agora sou especialista em resgate de gatos.”
“Eduque-me”, ela diz.
“Vou precisar dar uma olhada nos bebês para ter certeza. Prometo nã o roubá -los.
"Multar. Venha ver.
Chego mais perto e observo o gatinho preto e branco, que – de acordo com o artigo – é
chamado de smoking. Sua cabeça está apoiada nas costas de um dos cinzas e é mais fá cil de
ver. Eu o pego e verifico sua barriga. “Você viu algum deles abrir os olhos?” Quando ela
balança a cabeça negativamente, leio o guia que encontrei, comparando o Tux com a tabela
de tamanhos até ter uma resposta. “Cabeça gigante e orelhas dobradas. Cordã o umbilical
ainda preso. Parece que aquele tem entre um e três dias. O que você acha?"
Ela olha para a tela do meu telefone, que mostra um grá fico com a progressã o do
crescimento do gatinho durante o dia. Ela olha entre ele e seus braços algumas vezes. “Sim,
eles nã o podem ter mais de três dias. Diz o que devemos fazer com eles? Precisamos fazer
alguma coisa com esses cabos?
“Diz para nã o cortá -los. E se todos os gatinhos estã o amamentando bem, nã o é preciso fazer
muito. Caso contrá rio, eles deveriam ser alimentados com mamadeira a cada duas horas
com uma fó rmula especial.” Já parece opressor. Como saberíamos se eles estã o
amamentando bem? Onde você consegue fó rmula para gatinhos? “Talvez eu devesse ligar
para um resgate e descobrir mais.”
"Boa ideia."
Encontro o nome de um resgate de gatos local e tenho um verdadeiro especialista ao
telefone em menos de um minuto. Depois de explicar a situaçã o, o voluntá rio me diz o que
devo verificar para ver se está saudá vel. “Basicamente”, conclui ele, “você precisa observá -
los amamentando e entã o terá mais informaçõ es”.
“Entã o posso ligar de volta para você com mais perguntas?” Eu pergunto.
Ele ri. "Definitivamente. O cuidado deles nã o é complicado, a menos que você se apaixone
por eles. Depois é estressante, mas prometo que, na maioria dos casos, as mã es gatas fazem
um ó timo trabalho sem a nossa ajuda.”
Nó s desligamos, e a mamã e gata se levanta e caminha até Madison, subindo para descansar
as patas dianteiras na perna de Madison para que ela possa olhar seus bebês.
“Talvez ela esteja dizendo que quer alimentá -los”, sugiro quando vejo alguns sonolentos se
mexendo.
“Eu simplesmente os coloco no chã o?” Madison pergunta.
"Talvez?" Olho ao redor e tiro a toalha da bolsa de giná stica. Ela está presa e, quando eu a
puxo, uma tira azul-petró leo voa e cai no ombro de Madison. "Desculpe."
Ela olha para ele. “Nã o onde costumo usar minha calcinha.”
Isso me faz pensar onde ela usa roupas íntimas, o que me faz dizer a mim mesmo para
parar de pensar em roupas íntimas.
“Deixe-me ver se a mamã e gata vai se deitar nesta toalha para alimentá -los.” Eu arrumo-o
em um ninho e dou a ela um suave “Aqui, gatinha, gatinha” enquanto a pego e a coloco na
toalha. Ela fica sentada, sem tirar os olhos dos gatinhos.
“O que deveria acontecer?” Madison pergunta.
"Achei que ela fosse se deitar."
Madison suspira. “Eu tenho que largar os bebês, nã o é?”
“Você consegue”, digo a ela. "Eu tenho fé em você."
“É que eu os amo de todo o coraçã o e nunca quero me separar deles.”
Estendo a mã o e coloco a mã o em seu ombro, olhando profundamente em seus olhos.
“Estou bem aqui, pronto para ser seu apoio emocional, humano. Mas nã o vamos deixar os
gatinhos morrerem de fome.”
Seus lá bios se curvam. “Quando você coloca dessa maneira. . .”
“Permissã o para levar um gatinho?”
“Só saiba que você está destruindo parte da minha alma.”
"Entendi." Pego um dos bebês de seus braços e coloco-o ao lado da mamã e gata. A mamã e
gata se deita e eu saio correndo bebê até a barriga. O bebê balança a cabeça aos trancos e
barrancos enquanto cria raízes antes que pequenos ruídos de sucçã o comecem.
Os olhos de Madison encontram os meus. “Sou eu ou aquele gatinho cabeçudo está fazendo
barulhos tã o fofos que você quer morrer?”
“Eu nã o quero morrer, mas isso é fofo.”
“Como se você quase nã o aguentasse isso fofo?” ela pergunta.
"Sim." Também é tã o fofo que mal aguento? Madison. Madison com seus grandes olhos
cheios de admiraçã o, seu rosto suave enquanto observa os bebês. Isso nã o é nada bom para
mim, mas uma bola de demoliçã o nã o poderia me tirar deste lugar.
Pego mais dois e coloco-os perto da mamã e, e Madison leva o ú ltimo gatinho.
Ela sorri. “É uma massa contorcida de pelos e ruídos estranhos, e é muito mais adorá vel do
que deveria ser para qualquer coisa que você possa descrever como se contorcendo.”
Também nã o é bom para mim: Madison usando a palavra “contorcendo-se”.
Isto é ridículo. Talvez eu esteja tendo uma forte reaçã o a ela porque a isolei como algo fora
dos limites na minha cabeça e agora sou vítima da minha pró pria psicologia reversa. É
possível. Nunca deixei uma mulher fora dos limites antes, porque nunca estive em um
prazo tã o arriscado antes. Talvez eu seja burro o suficiente para torná -la mais difícil de
resistir.
Tenho que pensar nisso mais tarde, quando nã o estiver sentindo aquele leve cheiro de
caramelo. Quando isso está em jogo, nã o tenho nenhum pensamento ló gico.
“Quanto tempo eles comem? E com que frequência? E a mamã e gata está bem aqui?
Madison pergunta. “Precisamos levá -la ao veteriná rio ou deixá -la sair para conseguir
comida? Espere, nã o, você pode comprar comida de gato. Que tipo nó s pegamos para ela?
Você sabe que raça ela é? Ela precisa de um tipo específico de alimento para sua raça?”
Neste momento, neste momento, Madison nã o é legal. Nem remotamente. Estou tã o
interessado nisso que nem é engraçado.
Realmente nã o é. Isso vai ser um problema.
“Vou pesquisar um pouco mais no Google”, digo, “mas você sabe que o Google vai dar
quinhentas opiniõ es conflitantes ou os conselhos mais cautelosos que só pessoas
verdadeiramente neuró ticas conseguem imaginar.”
"Você pesquisa no Google, estou ligando para a Sra. Lipsky."
Ela caminha até a porta para fazer sua ligaçã o, mas nã o sai. Ela nã o tira os olhos dos gatos.
Ouço toda a conversa dela com quem quer que seja a Sra. Lipsky e, do lado de Madison,
parece que a informaçã o que ela está obtendo corresponde ao que encontro no Google.
“Se os gatinhos estiverem comendo bem, podemos deixá -los aqui com a mamã e”, diz ela.
“Queremos garantir que a mã e tenha comida e á gua suficientes.”
Ainda estou sentado perto dos gatinhos e levanto os olhos do telefone. “Isso também foi o
que minha extensa pesquisa mostrou.”
"OK fixe." Ela puxa a gravata da legging e estuda os gatinhos amamentando. “Como
sabemos se eles estã o comendo o suficiente?”
“Parece que você deveria observá -los e ver se eles comem a cada duas ou três horas. E você
os pesa. Eles deveriam ganhar cerca de um quarto a meia onça por dia.”
Sua testa franze. "Sra. Lipsky diz para deixá -los sozinhos o má ximo possível porque se
todos estiverem saudá veis e a mamã e tiver comida, ela saberá o que fazer. E
definitivamente podemos mantê-los aqui até quinta-feira. Mas entã o vai ficar agitado
porque temos um evento organizado.”
“Pergunta: quem é a Sra. Lipsky e por que estamos perguntando a ela sobre gatinhos?”
"Meu vizinho. Ela é velha e tem um papagaio.”
Isso nã o esclarece por que estamos seguindo o conselho dos gatinhos, mas passo para a
pró xima pergunta. “O evento, é aquela má scara que vi naquelas placas?”
Ela assente. “Sempre fazemos uma grande festa na primeira sexta-feira do mês, e essas sã o
as nossas maiores noites, entã o isso significa uma preparaçã o extra na quinta-feira.
Fazemos uma noite de má scaras em fevereiro para o Mardi Gras, e este no outono com um
tema diferente. Esses sã o nossos eventos mais selvagens. As pessoas ficam corajosas
quando usam má scaras.”
"Por que? Sã o má scaras faciais?
Ela sorri. "Nã o. Mas dê à s pessoas uma meia má scara e um pouco de bebida, e muitos cincos
tentarã o com dez. E deveriam, porque se a química existe, é menos uma questã o de
aparência, o que é bom para eles.”
“E as dezenas?” Eu pergunto. “Você nã o tem medo de ser enganado por um cinco?”
Ela me lança um sorriso malicioso. "Você acabou de me chamar de dez, Oliver?"
"O que? Nã o, eu... Paro o pedal para trá s. "Sim. Isso nã o é novidade, é?
Seu ombro sobe e desce. "Na verdade. Mas qualquer garota com destaques caros que dedica
tempo à academia vai pontuar pelo menos oito. Além disso, um cinco com boa
personalidade sempre vence um dez sem um.”
Eu ri. Eu nã o posso evitar. Sua resposta é uma mistura de arrogâ ncia e autoconsciência.
“Entã o temos até quinta-feira para encontrar um lugar para esses gatinhos antes que o
clube se torne o segundo círculo do inferno?”
“Primeiro, nã o é tã o ruim assim. Dois, as dicas sã o excelentes. E três, sim. Mas nã o quero
deixá -los aqui sem supervisã o esta noite.” Ela me lança um olhar especulativo.
Aliso o cabelo na minha nuca. “Nã o me olhe assim. Isso faz com que os cabelos do meu
pescoço se arrepiem.”
"Olhar para você como o quê?" A voz dela é muito inocente.
“É assim que minhas irmã s ficam quando estã o fazendo alguma coisa.”
“Nã o estou fazendo nada.” Ainda muito inocente. “Só estou pensando que talvez você
pudesse levá -los para sua casa e assisti-los esta noite.”
Sem chance. Eu nã o sou um encantador de gatos. “Você os encontrou. Você está no
comando deste lugar. Você deveria levá -los.
Ela franze a testa. “Eu faria isso em um piscar de olhos, mas Ava é extremamente alérgica.
Tipo, os olhos dela vã o inchar se ela entrar em uma sala onde um gato viveu em uma de
suas ú ltimas nove vidas.
“Isso é muito alérgico.”
“Sim, e você? Algum colega de quarto alérgico?
"Nã o." Seu rosto se ilumina novamente e eu o desligo. “Mas nã o vou trazê-los para casa.
Eles ficarã o bem aqui. Os gatos têm gatinhos sozinhos há séculos. Milênios, provavelmente.
Mas vou pesquisar resgates de gatos que possam levá -los.”
Ela se aproxima e se agacha perto dos gatinhos, apoiando o queixo nos joelhos enquanto os
estuda. "OK. Isso é justo. Você já foi além do dever aqui.” Ela pega o telefone e começa uma
mensagem de voz. “Ei, Ava. Pergunte ao Joey se ele tem algum equipamento de camping
que eu possa emprestar. Saco de dormir. Berço."
Eu estreito meus olhos. “Por que você precisa de equipamento de camping?”
“Nã o vou deixá -los sozinhos. Eu ficarei aqui."
“Madison. . .”
“Está tudo bem”, ela diz. “O prédio é seguro.”
Ela nã o está dizendo isso com voz de má rtir, como se estivesse esperando que eu me
sacrificasse. Ela está falando sério; ela vai dormir aqui durante a noite.
Nã o vou dormir esta noite se ela fizer isso porque minha consciência vai me manter
acordado, me dizendo que sou um idiota. “Prefiro levá -los para minha casa do que fazer
você ficar aqui.”
“Eu já decidi.” Seu tom é prosaico, como se ela nã o fosse mais discutir o assunto. “E agora
que sei que nã o há nenhum gato fantasma assombrando este lugar, você deveria voltar ao
trabalho. Eu já distraí você o suficiente. Ela encontra meus olhos e acrescenta um sorriso.
Quero discutir com ela, mas fui dispensado. Completamente descartado.
Em vez de dizer qualquer coisa, envio minha pró pria mensagem de voz. “Ei, Charlie. Você
poderia perguntar a Ruby se o irmã o dela tem um saco de dormir para me emprestar? Ou
um berço?
"O que você está fazendo?" Madison pergunta.
“Acampar aqui, eu acho.”
"Nã o."
"Sim."
“Você nã o precisa. Eu tenho esse."
Eu me inclino um pouco para frente, parando quando a cabeça da mamã e gata vira em
minha direçã o e ela fica tensa. “Você também nã o precisa. Eu te disse, vou trazê-la para
minha casa e ver como ela e os bebês estã o. Se eles estiverem bem, poderemos tomar uma
decisã o melhor sobre o que fazer a seguir.”
Madison abre a boca como se fosse protestar, mas eu intervenho. “Isso é exatamente o que
você perguntou pela primeira vez. Talvez levar a vitó ria?
Sua boca se fecha. Ela estreita os olhos por um segundo, depois balança a cabeça e pega o
telefone. “Esqueça os sacos de dormir.” Ela toca na tela e sorri para mim. "Enviado."
Pego meu telefone. “Esqueça os sacos de dormir.” Eu toco e sorrio. "Enviado."
“Obrigada”, ela acrescenta. “Que tal você voltar para o momento de silêncio pelo qual está
me pagando um bom dinheiro? Vou reunir tudo o que você precisa esta noite.
Olho para os gatinhos, que adormeceram, com suas barriguinhas subindo e descendo. A
mamã e gata parece prestes a dormir. "Tem certeza que?"
“Tenho certeza”, diz Madison. “Vá ter um dia produtivo e esqueça que estou aqui.”
Okay, certo. Como se isso tivesse funcionado por um ú nico minuto desde o segundo em que
a conheci.
Mas eu me levanto e vou até minha “mesa” de qualquer maneira. A ú nica coisa mais difícil
do que esquecer Madison é esquecer os prazos que tenho que cumprir, cada um deles ainda
mais cabeludo do que as bolas de pelo que estou deixando para ela.
Capítulo Treze
Madison

ESTOU APAIXONADO POR UM GATINHO.


Quatro gatinhos.
E até a mamã e gata, e a maneira como ela cuida deles, ao mesmo tempo feroz e doce.
Chego ao Gatsby's uma hora mais cedo do que de costume, mas Oliver ainda me venceu.
Foi tã o difícil mandá -lo para casa com aqueles gatinhos ontem. Depois que acomodamos a
mamã e e os bebês, ele transferiu sua mesa para o nível principal para “ajudar”, mas isso
parecia significar principalmente “segurar os gatinhos”, que também é minha maneira
favorita de ajudar.
Apó s nossa pesquisa, encomendei uma entrega de supermercado que incluía uma caixa
para animais de estimaçã o, uma balança de comida e a comida de gato com a classificaçã o
mais alta.
Quando tudo apareceu, algumas horas depois, os bebês estavam amamentando novamente,
mas quando terminaram, Oliver me ajudou a pesá -los. Pesquisamos alguns grá ficos no
Google e decidimos que provavelmente eram cerca de dois dias, mas poderíamos dizer
melhor quando os pesá ssemos novamente hoje. Ambos registramos seus pesos em nossos
telefones para que possamos comparar.
Fiquei sentado no chã o o resto da tarde, respondendo e-mails de vendedores e garçonetes
sobre entregas e turnos de sexta-feira, enquanto alternava gatinhos no colo. Acontece que
os gatinhos podem tornar até um ambiente de trabalho muito bom cem por cento melhor.
Quando Oliver terminou o dia, eu fiquei pairando enquanto ele transferia os bebês para a
caixa, e evitei pelo menos quatro vezes diferentes de me jogar em seu caminho para
impedi-lo de sair com eles ou implorar para que ele me levasse com eles. eles.
No final das contas, decidi extrair uma promessa de que ele me enviaria mensagens de
texto com atualizaçõ es regulares até meia-noite.
É assim que sei que quando entrar verei alguns gatinhos bem alimentados e descansados.
Segundo ele, comeram bem a noite toda.
Estou com tanta pressa para entrar e ver os gatinhos que me atrapalho no có digo de
segurança duas vezes, e tenho que me forçar a respirar fundo e diminuir a velocidade para
nã o me trancar fora do sistema.
Entro correndo e jogo minha bolsa na direçã o do escritó rio, nem mesmo diminuindo a
velocidade antes de chegar ao salã o principal do clube. Paro derrapando quando avisto a
transportadora de gatos parada em frente à cabine mais pró xima, com a porta aberta. A
bolsa de trabalho de Oliver está no banco, mas Oliver nã o está lá .
Uma espiada revela quatro gatinhos dormindo, e estou agachado ali, pensando se devo
acariciá -los e correr o risco de acordá -los, quando ouço um xingamento alto vindo da
despensa da cozinha.
“Oliver?” Eu pulo e corro naquela direçã o. "Tudo certo?"
“Sim, tudo bem. Fique lá !" ele liga.
Sem chance. Atravesso a cozinha até o almoxarifado. "O que está acontecendo? Tá bita está
com você?
"O que? Espere, fique aí. Temos uma situaçã o.
A mamã e gata cinza sai de uma sombra e roça minha perna na saída.
“Todos os gatos parecem bem”, eu digo.
"Eles sã o. Mas este rato, nem tanto.”
Eu grito e pulo para trá s. Eu nã o quero ser Aquela Garota, aquela que grita e age impotente
quando confrontada com coisas que correm. Mas eu sou. A ideia de pequenas criaturas com
caudas nuas e estranhas patas sem pêlos é revoltante. Nã o sei o que o profundo instinto
primitivo me diz para ficar totalmente enojado com eles, mas vou confiar que minha
biologia é mais inteligente do que eu nesse caso; roedores nã o sã o confiá veis.
“Está tudo bem”, diz ele. "Está morto. A mamã e gata o matou e deixou cair na minha frente.
Acho que significa obrigado.
A imagem daquela doce mamã e gata matando qualquer coisa, até mesmo um roedor cor de
terra com cauda nua, me deixa enjoado.
Oliver olha por cima do ombro para mim. “Está tudo bem, Madison. Eu cuidarei disso se
você quiser chamar um exterminador para ter certeza de que nã o há problemas com
roedores aqui.”
De repente, minha pele coça e os pelos finos da minha nuca se arrepiam. Nunca vi um rato -
nem mesmo excrementos - no Gatsby's, mas agora sinto-os à espreita por todo o lado,
observando-me através das aberturas de ventilaçã o.
"Eu farei isso." Eu recuo e corro até o transportador de gatos, onde Tabitha subiu e se
acomodou para seus gatinhos se alimentarem.
Um ou dois minutos depois, ouço Oliver abrir a porta dos fundos e há uma longa pausa
antes de ele entrar novamente. Ele para no banheiro dos funcioná rios e sai alguns minutos
depois, secando as mã os na calça jeans.
“Você chamou aquela gata de Tabitha?” ele pergunta quando chega até nó s.
"Sim. Eu pesquisei ontem à noite e gatos listrados como esse sã o chamados de gatos
malhados. Ela é claramente uma dama, entã o um nome chique cabe.” Eu torço o nariz para
ela. “Uma senhora assassina.”
“Nã o quero assustar você, mas Tabitha provavelmente será uma assassina em série.”
“Mais mortos, obrigado?”
"Se tiver sorte. Talvez prepare-se para se eles forem. . . nã o morto.”
Pressiono minha mã o na barriga. "Ó timo. Algo pelo qual ansiar.
Ele ri. “É sombrio, nã o vou discutir. Mas talvez se você pensar nisso como uma homenagem,
isso ajude?”
"Vou tentar." Aceno para os gatinhos. “Parece que eles ainda estã o bem.”
Ele desliza para dentro da cabine e me conta como eles se saíram durante a noite, e eu o
paro com a mã o em seu joelho, já que ainda estou ajoelhada na frente dos gatinhos.
“Obrigado”, digo a ele. “Você nã o precisava fazer nada disso – acordar com eles a noite toda,
até me ajudar com eles ontem. Isso foi incrível da sua parte.
Ele me dá um sorriso um pouco estranho e cores ao longo de suas maçã s do rosto. É muito
fofo. Nã o prestei muita atençã o nele depois de avaliá -lo naquele primeiro dia, mas com um
pouco de sutileza, ele tem potencial. Seu cabelo parece limpo, provavelmente porque nã o
contém nenhum produto, e cai na testa sem nenhum penteado claro. É muito longo na gola
e nas orelhas também. Está naquele está gio intermediá rio em que é muito longo e muito
curto. Talvez ele tenha esquecido de fazer alguma coisa além de escovar nos ú ltimos
meses?
Ele está sempre com moletons largos, o que faz sentido, considerando que grande parte do
verã o de Austin é passado no ar condicionado gelado. Mas os moletons enfatizam sua
magreza. Ele escolheu o estilo errado para sua construçã o. O mesmo com seus ó culos—
molduras simples de plá stico preto, mais redondas que quadradas e grandes demais. Tenho
uma teoria de que uma pessoa pode arrasar com qualquer corte de cabelo, estilo ou
acessó rio se for uma escolha intencional e usá -lo com confiança. Mas Oliver nã o parece ter
pensado em nada disso. Exceto seus sapatos.
Ele tem uma rotaçã o bastante regular de tênis Nike de ú ltima geraçã o. Hoje é a ú ltima
colaboraçã o de Travis Scott. Isso me faz pensar que quando ele nã o está com um prazo
matador, ele pode ter um armá rio surpreendente. Mas ele está no que os caras chamam de
era do coque bagunçado, e eu entendo.
Um longo silêncio caiu entre nó s. “Entã o, de qualquer forma, eles parecem estar comendo
bem?”
Ele concorda. “Teremos certeza quando os pesarmos esta tarde, mas eles estã o saudá veis.”
“E agora?”
“A decisã o é sua. Posso levá -los de volta para minha casa novamente esta noite.
"Sem chance. Estou me sentindo culpado desde que saímos ontem.
“Eu nã o me importo. Nã o terei que me levantar com eles esta noite. Nã o posso fazer isso
indefinidamente, mas posso fazer isso até encontrarmos um resgate para eles.”
“Você é possivelmente o maior namorado do mundo, mas ainda nã o. Provavelmente nã o é
bom para eles irem e voltarem assim. Eles estã o está veis o suficiente para ficar aqui por
alguns dias? Se seremos apenas nó s, quero dizer? Isso nos daria tempo para encontrar uma
boa situaçã o para eles.”
Ele sorri para mim, e é gentil com um toque de conhecimento. “Você está protelando para
ter mais tempo de gatinho?”
Abaixo a cabeça para olhar os floofs. O do smoking está se contorcendo, já terminou de
amamentar, mas nã o está pronto para tirar uma soneca. Eu o retiro e o aninho contra meu
peito. “Com esses vagabundos agitados? Nã o seja ridículo. Entã o eu escovo a ponta do meu
nariz em sua cabeça preta, e ele dá um pequeno suspiro de gatinho e se acomoda para
adormecer.
"Certo. Isso seria uma conversa maluca. Além disso, você tem certeza de que é um menino?
"Sim."
Ele inclina a cabeça. "Como?"
"Intuiçã o."
“Ah. Achei que talvez você tivesse verificado a mercadoria.
Olho para meu gatinho. “Se você quiser ser totalmente ló gico sobre isso.” Eu gentilmente
manobro-o para uma visã o clara. Pisco e olho para Oliver. “Se eu nã o vejo nada, isso
significa que é uma menina?”
"Provavelmente."
Há algo estranho em sua voz. Parece mais ou menos. . . hum. E o rosto dele também parece
estranho. Aperto os olhos, tentando identificá -lo, e entã o entendo. “Oliver?”
"Hum?"
Sim, esse é um cara que está trabalhando muito para nã o perder o controle. “Você está
reprimindo um monte de piadas inapropriadas?”
Ele congela e depois balança a cabeça.
“Se você falar agora, vai começar a rir e nã o conseguir parar?”
Outro aceno rá pido, com os cantos da boca levantados e o rosto ficando vermelho.
“Vou lhe dar cem bilhõ es de pontos de bô nus por nã o fazê-los, mas você precisa respirar.
Que tal se você for em frente e rir, e eu nã o vou julgá -lo por isso?
A primeira risada sai dele em uma forte lufada de respiraçã o reprimida, e entã o ele
continua. Ele ri até ficar de lado, e toda vez que começa a relaxar, ele chama minha atençã o
e começa a subir novamente.
Ele leva dois minutos inteiros para se acalmar, mas nã o me importo. Gosto que ele tenha
tido classe suficiente para guardar as piadas para si. Caras nojentos fazem insinuaçõ es toda
vez que estou no turno. A bebida sempre os faz pensar que sã o suaves, mas nã o.
Definitivamente nã o. Eles emitem um forte ick.
Quando Oliver finalmente respira fundo, levanto uma sobrancelha para ele. "Tudo feito?"
Ele sorri. "Sim."
"Bom. Agora você pode pesquisar como calculamos a contagem de meninas e meninos.”
Ele suspira, mas puxa o laptop em sua direçã o e digita tã o rá pido que nã o tenho certeza se
o som das teclas pressiona a velocidade de seus dedos.
Ele limpa a garganta. “Provavelmente é melhor deixarmos o veteriná rio descobrir.”
“É tã o... uh, complicado?”
Ele aperta os lá bios, claramente engolindo outra risada. "Sim."
"Realmente?"
Ele dá de ombros. “O termo 'palpar' é usado vá rias vezes.”
Eu coloco meu travesseiro de volta no meu peito. “Definitivamente o veteriná rio. Eu
assumirei a logística dos gatinhos hoje e você pode voltar para o seu lugar lá em cima. Eu
cuido disso.
Ele se inclina para frente, com o braço apoiado na mesa, e encontra meus olhos. “Madison,
estou feliz por ter ajudado na Operaçã o Kitty Rescue, entã o obrigado por me deixar.”
Sua simples sinceridade me surpreende. Seus olhos sã o castanhos com uma larga faixa
dourada no centro que muda para uma cor mais escura nas bordas. Um verde acastanhado,
que parece espuma de lago, mas é bonito.
"De nada." Eu franzir a testa. “Espere, eu deveria estar te agradecendo.”
“Que tal se concordá ssemos que fizemos o que as pessoas decentes fariam e
considerá ssemos isso bom?”
Inclino a cabeça, estudando-o mais de perto. Ele nã o se mexe, mas suas sobrancelhas se
inclinam ligeiramente, uma pergunta nã o formulada, talvez perguntando o que estou
procurando. Nã o sei. Astú cia? Motivo? No momento em que ele transformará isso em uma
chance de flertar? Acontece mais do que nã o acontece.
Nada disso está em sua expressã o. Vou tornar isso estranho se continuar olhando por mais
um segundo, entã o interrompo o contato visual para passar um dedo sobre a cabeça macia
de Tuxie. "Negó cio. Que bom que somos decentes.”
“Definitivamente, deveríamos sempre comemorar fazendo o mínimo.”
Dou-lhe outro sorriso. “Precisamos de adesivos para isso. Comece um movimento.”
“Eu assino todos os direitos criativos”, diz ele enquanto se endireita. "Vá em frente. Voltarei
ao trabalho, mas você ficará incomodado se eu ficar aqui?
“Porque você ama os gatinhos agora?” Eu o provoco.
“Nã o tenho medo de admitir.”
“Nã o vai me incomodar nem um pouco, mas vou movê-los para mais perto do escritó rio
para poder ficar de olho neles enquanto desempenho minhas funçõ es como novo chefe da
Federaçã o Floof Foster.”
"Eu vou fazer isso." Ele desliza para fora para fechar a porta do transportador antes de se
oferecer para me ajudar a levantar.
Estou bem leve, mas ele ainda me coloca de pé sem nenhum esforço. Ele espera que eu
assuma a liderança e me segue até o escritó rio.
“Dentro do escritó rio ou no corredor?” ele pergunta enquanto Tabitha dá um miado
irritado.
“Dentro,” eu digo.
Ele coloca o carrinho no canto, onde ele se projeta alguns centímetros além da porta. “Está
tudo bem aqui? Eu poderia colocá -lo contra a parede do fundo, mas nã o quero atrapalhar
se eu for fazer observaçõ es oficiais e verificaçõ es de segurança.”
Eu sorrio para ele. “Tudo bem aí, e você pode acariciá -los sempre que quiser. Isso nã o vai
me incomodar.
"Legal." Ele se agacha para abrir a porta do carrinho novamente e enfia a mã o lentamente.
Tabitha permite que ele a acaricie.
“Oliver?”
“Sim, Madison?”
“Acho que você gosta mais de Tabitha de todos eles.”
“Apenas sendo um humano decente.” Mas seu meio sorriso me diz que estou atrá s dele.
Ele volta para sua mesa, e eu me acomodo na minha para me tornar uma Cat Lady e Rescue
Diva oficial.
A transformaçã o leva cerca de duas horas, vá rias pesquisas no Google, ainda mais ligaçõ es e
um abraço em cada gatinho. Tudo bem, dois abraços. Cada. Mas no final dessas duas horas,
como uma mulher solteira que atualmente possui cinco gatos e muitas informaçõ es sobre o
que fazer com eles a seguir, sou definitivamente uma Cat Lady.
Cada vez que Oliver vem acariciar os gatos, ele inventa um motivo para estar ali. Primeiro,
ele estava “esticando as pernas”. Entã o ele estava aplicando có digos nas placas acú sticas do
teto. No momento em que ele aparece para verificar se meus post-its estã o pegajosos, tenho
algumas respostas.
“Os resgates por aqui estã o lotados, mas encontrei um que vai funcionar para encontrar
alguns adotivos.” Explico tudo o que aprendi, mas o resultado é que seria melhor se
pudéssemos mantê-los até que conseguissem um acolhimento, o que levará pelo menos
alguns dias e possivelmente até uma semana.
“Vou levá -los de volta ao meu apartamento na quinta-feira, antes que fique movimentado
aqui.”
Agradeço a oferta, mas sua expressã o é meio distraída e tenho a sensaçã o de que ele já está
pensando em como isso complicará seu fim de semana. “Que tal se fizermos disso um plano
de backup e esperarmos para ver se algum dos resgates acontece?”
"Boa ideia."
"Legal. Entã o é hora de pesar os gatinhos. Quer ajudar?"
Ele dá de ombros. “Afagar gatinhos nã o é nada viril, mas farei isso se você precisar.”
“Você pode fazer barulhos grunhidos e lançar bombas F inú teis se isso te ajudar com a
masculinidade.”
“Eu nã o gosto dessas coisas. Alguma outra ideia?
“Talvez estufar o peito como se você tivesse feito um monte de supino enquanto os
segurava?”
Ele abre o peito, nã o que isso faça muita diferença em seu moletom. “Isso será bastante
viril.”
“Você nã o precisa abraçar os gatinhos. Você pode segurar a balança enquanto eu os peso.”
“Nã o, nã o, está tudo bem. É viril lidar com animais selvagens.”
Nó s dois olhamos para os gatinhos cochilando e para o rabo preguiçoso de Tabitha se
contorcendo.
“Assustador,” eu digo.
Com o rosto sombrio, ele balança a cabeça. “Nã o se preocupe, eu cuido disso.”
Quando todos eles pesam cerca de meia onça mais pesado, nó s cumprimentamos.
“Somos heró is. Precisamos de capas”, digo a ele.
“Posso ter um distintivo em vez disso?”
“Mais viril?”
"Obviamente."
"Multar. Você pode ter um distintivo.
Ele coloca um dos gatos contra o peito e acaricia sua orelhinha com o polegar. “Estou
investido em projetar masculinidade forte em todos os momentos.”
Eu sorrio e olho a hora no meu telefone. Devo estar na loja para fazer uma contabilidade.
“Eu preciso correr. Você está bem se eu for embora? Você nã o vai tentar levar os gatinhos
para casa de novo?
“Vou receber outro distintivo se fizer isso?”
“Você receberá outro distintivo se nã o o fizer.”
Ele se levanta e gentilmente move o transportador para o corredor. “Eu farei isso pelo
distintivo. E também porque a senhorita Tabitha parece ter resolvido a situaçã o.”
"Legal. Vou comprar algo legal para você na loja de distintivos.”
“Cara, eu adoro a loja de distintivos.”
Sua entrega é tã o sincera que me faz rir até o carro.
Quarta-feira nã o traz nenhuma palavra de nenhum dos resgatados, mas Tabitha e família
parecem bem depois da noite a só s. Recebo vá rias visitas de Oliver para fazer de tudo,
desde “verificar se as dobradiças do armá rio estã o rangendo” até investigar as tachinhas no
quadro de avisos do escritó rio “para ver se estã o pontiagudas”. Os gatinhos aumentaram de
peso desde o primeiro dia, e quando confesso a Oliver que nã o tenho nenhum distintivo, ele
dá um suspiro dramá tico e volta para seu laptop.
Levo alguns minutos vasculhando o escritó rio e os espaços de armazenamento antes de
trazer para ele um prêmio de consolaçã o de duas cervejas Stella Artois koozies. “Por favor,
aceite minhas desculpas por nã o ter ido à loja de crachá s.”
“Madison. Querida. Stella nã o é viril.
Quase perco o controle quando ele diz “querido”, como se fosse um corretor de apostas
decadente de Las Vegas. “As pulseiras sã o masculinas. Os jogadores da NFL os usam. Eles
ficam ainda mais viris se você rasgar coisas para fazê-los. Que tal se você arrancar a parte
de baixo desses koozies e depois usá -los como pulseiras?
Sua boca se contrai. Ele quase quebra. Mas ele diz: “Isso seria muito viril”. Entã o ele pega
um koozie e tenta rasgá -lo, mas acontece que as mangas de ná ilon nã o sã o tã o fá ceis de
rasgar com a mã o.
Ele o joga de volta na mesa. “Vou pegar meu canivete no carro porque cortá -los com faca é
ainda mais masculino.”
"Eu ia dizer isso."
Ele desliza para fora da cabine e se dirige para a saída. Tabitha o segue quando ele passa
pelo escritó rio e, quando ele abre a porta dos fundos, ela sai.
“Tabita!” Eu chamo, mas como ela nã o sabe esse nome, ela nã o para.
“Ela vai voltar,” Oliver diz. “Você se importa se eu deixar a porta dos fundos aberta para
ela?”
"Nã o está bem." Eu sei que ele está certo, mas já estou ansiosa, me perguntando quanto
tempo ela vai demorar para voltar. “Se alguém vier roubar nossa bebida de primeira
qualidade, vou impedi-lo com um olhar fulminante.”
Alguns minutos depois, Oliver passa pelo meu escritó rio para me mostrar suas novas
pulseiras Stella. Ele gira as mã os. “Sinto que isso vai me fazer trabalhar ainda mais rá pido.”
"Bom. Esse era o meu plano.”
Tabitha volta cerca de uma hora depois para deixar cair um pá ssaro decapitado na porta do
escritó rio antes de voltar para a caixa e os gatinhos.
“Oliver?” Sinto um pouco de vô mito. “Tabita está de volta.”
Eu o ouço andar pelo corredor e fazer uma pausa. "Bruto."
O descarte de pá ssaros envolve luvas de cozinha e uma pá de lixo, mas o resto do dia
transcorre tranquilamente, exceto pelas visitas de Oliver para “verificar os padrõ es dos
azulejos” no chã o do escritó rio e “testar os marcadores de quadro branco” para ter certeza
de que ainda estã o cheios de tinta.
Oliver recebe muitos abraços daqueles gatinhos. E uma tonelada de sorrisos saiu de mim.
Eu gosto daquele cara. Ele é engraçado.
Capítulo Quatorze
Oliver

NÃ O CONSIGO ME LEMBRAR DA ú ltima vez que ansiava tanto por trabalhar. Gosto do que
faço, principalmente desde que trabalhei na startup. Mas agora que passei um dia no
“escritó rio” brincando com gatinhos e fazendo Madison rir, acordo animado para chegar ao
Gatsby's.
Isso nã o é bom. Eu sei que nã o é bom. Gosto mais de Madison a cada dia que estou perto
dela, e é ó bvio que os sentimentos dela por mim também estã o se aprofundando — seus
sentimentos de amizade .
Eu deveria estar bem com isso. Eu nã o sou.
Eu preciso fazer algo sobre isso. Desista da ideia de que posso resistir a ela, para começar.
Entã o atire, obviamente. Mas como? Esta é uma mudança de marcha e preciso pensar bem.
Quinta de manhã , eu limpo outro rato antes que Madison chegue. Ela está deixando a porta
do escritó rio aberta para que Tabitha possa saio para usar a caixa de areia no depó sito,
entã o visito os gatinhos antes de ir para minha barraca pró xima.
Madison chega vinte minutos depois, e eu a ouço arrulhar para os gatinhos antes de vir me
cumprimentar.
“Ei”, ela diz.
Luto para manter meu sorriso de tamanho normal quando devolvo o dela. Fique tranquilo,
Oliver. Ela não precisa de outro fanboy no Gatsby's.
“Quando o resto da equipe chega?” Eu pergunto. “É dia de preparaçã o do evento, certo?”
Ela assente. “Por volta das 3h. Desculpe pelo inconveniente, mas pelo menos é apenas uma
vez por mês.”
“Nã o é um problema”, eu digo. “Qual é a situaçã o de resgate?”
“Ainda nã o há vagas.” Ela desliza para a cabine em frente a mim e esfrega as mã os no rosto,
a primeira vez que vejo o quanto isso a preocupa. “Liguei para todos antes de sair esta
manhã para ter certeza, mas nã o. Nada até agora."
“Vou levá -los comigo. Posso ficar com eles até que algo se abra.” Há alguns dias, posso ter
escondido um suspiro antes de oferecer, mas talvez esteja sob o feitiço das bolas de pêlo.
Ou talvez eu nã o goste de ver Madison tã o estressada.
Ela apoia o queixo na mã o e tamborila na mesa algumas vezes enquanto seus olhos vagam
pelo clube. Entã o ela pisca e se endireita. “Talvez eu tenha uma ideia melhor. Você conhece
o galpã o de armazenamento nos fundos? Ao lado da lixeira? Vou ver se esse é um bom lugar
para colocar Tab e os bebês.
“Parece uma banda que canta mú sicas infantis.”
"Isso é. Eles vã o lançar seu primeiro á lbum em breve. Eu sou o gerente deles.”
Eu amo o quã o rá pida sua mente é. "Legal legal. Qual é a primeira mú sica que devo ficar de
olho?”
“Itsy-Bitsy Spider é esmagada.”
"Escuro."
“Itsy-Bitsy mereceu. Ninguém a convidou. Além disso, é uma banda emo.”
“Nã o estou tentando ser chato, mas os gatinhos nã o parecem emo. Acho que é a fofura.”
Ela se levanta e dispensa minha preocupaçã o. “Vou vestir todos eles com correntes de
carteira e punhos de couro.”
Nã o consigo evitar um sorriso com a ideia de pequenas algemas de couro para gatinhos.
“Você pensou em tudo.”
“Duh. Quer fazer uma excursã o ao galpã o?
Nã o. Quero que Tab e os Bebês venham para minha casa, mas nunca mais irei embora e
ficarei para trá s nessa ferramenta de integraçã o de dados climá ticos. Caso contrá rio, quero
que Madison tenha feito o convite para o galpã o com um segundo significado ligeiramente
lascivo.
Deslizo para fora da cabine. “Vou acompanhá -lo em sua excursã o.”
“Nã o usamos o galpã o”, diz Madison enquanto pega uma chave na parede do escritó rio. “É
principalmente para decoraçõ es sazonais e diversos utensílios de bar.”
Se algum dia eu pensasse no galpã o, eu o descreveria como pequeno, mas quando fico na
frente dele considerando-o como um habitat para gatos, ele é maior do que havia percebido
antes. Uma ú nica lâ mpada ilumina o espaço de 1,8 x 2,5 metros, e tudo dentro é organizado
em caixas etiquetadas e empilhado contra as paredes, deixando uma á rea de espaço aberto
de 1,2 x 1,8 metros no centro.
"O que você acha?" Madison pergunta enquanto abre espaço para eu entrar.
Examino as pilhas e olho para a luz. “Isso poderia funcionar. Mas temos que garantir que
Tabitha possa entrar e sair, e verei como é fá cil ativar essa luz por movimento. Ou se um
gato pudesse detoná -lo. Vou montar uma câ mera de visã o noturna também.”
“Nã o quero que seja muito barulhento para ela aqui”, diz Madison. “Que tal fazermos uma
passagem de som? Vou ligar o sistema de som lá dentro e você me diz se consegue ouvir
aqui com a porta fechada?
“Isso vai assustar os gatinhos já que eles estã o lá dentro?”
"Oh, certo." Ela morde o lá bio, pensando.
Já vi outras pessoas com esse há bito. Mas eu nunca quis estender a mã o e passar o polegar
sobre o lá bio inferior para soltá -lo e senti-lo contra a minha pele.
“—o som.”
Opa. "Desculpe, o quê?"
Ela se repete. “Vamos descobrir se podemos fazer uma saída para Tabitha e, se pudermos,
podemos movê-los para cá e testar o som.” Ela aponta para a parede oposta e para uma
tampa de ventilaçã o alguns centímetros abaixo do teto. “E aquele respiradouro lá em cima?
Ele fica encostado no muro da propriedade, que provavelmente tem cerca de um metro e
oitenta de altura. Se descobrirmos a ventilaçã o e facilitarmos o acesso de Tabitha, ela
poderá fazer todas as coisas que a mamã e gata precisa fazer?
“Você quer que eu configure isso ou quer que eu pesquise se Tabitha usaria isso?”
“Vou ligar para a Sra. Lipsky”, diz ela. “Que tal você ser Bob, o Construtor?”
"Nele."
Vou em direçã o à ventilaçã o enquanto ela sai para ligar para a Sra. Lipsky. Quando ela volta,
o estô mago de Madison fica barulhento. Ignoro educadamente e faço um gesto para que ela
inspecione minha engenharia. Tabitha tem uma rampa que leva direto à s lixeiras abaixo da
ventilaçã o, e é fá cil pular de lá para sair. Falta apenas cerca de trinta centímetros até a
cerca externa, para que ela possa entrar e sair quando quiser. Nã o sei por que tenho fé em
uma gata que tem seus pró prios bebês presos no meio do caminho entre o teto e o chã o
dentro do clube, mas tenho.
Fazemos um teste de som. Eu levo os gatinhos na transportadora. Quando estamos no
galpã o, mando uma mensagem para Madison. Um momento depois, sinto mais do que ouço
uma batida suave e rítmica. Quando fecho os olhos e me imagino dormindo, nã o acho que
isso seria um problema para mim. eu, mas é Tabitha quem importa aqui. Ela está sentada
ao lado do transportador, o rabo balançando e os olhos fixos em mim.

Muito alto ou ok?

Observando Tabita. Espere alguns minutos.


Madison muda a mú sica, o que muda a batida. Inteligente. Tabitha nã o demonstra nenhuma
reaçã o. Depois de mais um minuto, ela se levanta para explorar o galpã o, farejando as
bordas das lixeiras.

Parece bom. Trazer raçã o?


Madison bate na porta do galpã o alguns minutos depois, antes de abri-la. Consigo ouvir um
pouco mais a mú sica, mas é quase como ouvir mais a forma de um som do que o som em si.
Ela fecha a porta atrá s de si e inclina a cabeça, ouvindo e observando Tabitha conduzir sua
exploraçã o. “Nã o é nada ruim.”
“Ela parece bem com isso”, eu digo. “Os gatinhos estã o dormindo. Quero levá -la até a rampa
para que ela saiba como entrar e sair.”
"Bom plano." Madison estende a mã o fechada e eu a encontro com a minha, em concha para
que ela possa colocar a comida nela. As pontas dos dedos dela roçam a palma da minha
mã o e o toque sobe pelo meu braço como uma corrente elétrica.
Ela vai até Tabitha, como se nã o sentisse nada.
“Vou dar a ela alguns pedaços enquanto você segue até o respiradouro”, diz ela, agachando-
se para oferecer a comida a Tabitha.
Três minutos depois, Tabitha está no topo da rampa, farejando o ar livre através da
ventilaçã o descoberta.
“Isso deve funcionar”, diz Madison. “Vou colocar um pouco de raçã o na parede do lado de
fora e, se desaparecer, podemos presumir que ela já entendeu tudo.”
“Que tal deixar a porta dos fundos do clube entreaberta para que ela possa entrar se
quiser? Ou você precisa se preocupar com roubo?
Ela observa Tabitha examinar a saída da cobertura. “Vou arriscar. Temos câ meras de
segurança, entã o se alguém entrar furtivamente, pelo menos a polícia saberá quem nos
assassinou.”
“Provavelmente um crime de honra para vingar Itsy-Bitsy.”
Ela se vira para me encarar. "Estou lhe dizendo, ela mereceu."
Eu levanto minhas mã os em sinal de rendiçã o. “Você é uma mulher razoá vel. Eu acredito
em você."
“De qualquer forma, quando liguei para a Sra. Lipsky, ela disse que eu tenho que fazer do
galpã o um ambiente que nenhum gato gostaria de deixar, para que Tabitha nã o mova os
bebês novamente.” Ela segura meus ombros e me vira, apontando-me em direçã o à porta
do galpã o. “Você vai voltar para dentro para trabalhar enquanto eu descubro isso.”
Obedeço por cerca de dez minutos até ouvi-la falando no depó sito e vou investigar.
“...entã o vou usar o galpã o para os gatinhos, Heinrich.” Ela me vê, aponta para o telefone no
ouvido e levanta o dedo para indicar que está quase terminando. Ela acena com a cabeça e
termina com “Claro que vou mandar uma foto para Ilsa. Sim, vou incluir mamã e gata. Você
também. Tschüss. ”
Ela abaixa o telefone. “De volta ao trabalho, Oliver.”
“Você nã o é meu chefe.”
“Eu sei disso, mas se eu continuar deixando você se distrair, você nã o vai querer mais
trabalhar aqui, e gosto de ter você aqui.”
Uma sensaçã o quente inunda meu peito. "Você faz?"
"Sim. Ir trabalhar."
Aceno para o telefone. “Seu chefe concorda com a presença dos gatinhos aqui?”
Ela sorri. “Quando você vai acreditar em mim quando eu disser que sou eu que tomo as
decisõ es por aqui?”
"Ok, ok, estou começando."
"De volta ao trabalho."
Obedeço por mais duas horas, mas quando Tabitha passa pela minha mesa, faço uma pausa
para ver como estã o os gatinhos.
Madison transformou o galpã o em um habitat para gatos. Um lotado. Talvez ela tivesse feito
outro parto, ou talvez tudo isso estivesse escondido em seu carro, mas agora há um poste
para arranhar em um canto ao lado de uma cama macia para gatos, que parece uma
caverna, com orelhas de gato em cima, e vá rios brinquedos brilhantes espalhados na frente
dela. Duas má quinas de aparência futurística agora se enfrentam em lados opostos do
galpã o, uma do tamanho de uma cesta de lixo de escritó rio e a outra mais parecida com
uma má quina Keurig.
Os gatinhos parecem dormir profundamente, exceto aquele que Madison chama de Tuxie,
que se mexe.
“Pspspsps,” eu chamo, e sua cabeça balança enquanto ele a levanta lentamente. "Venha
aqui, homenzinho." Eu o pego antes de examinar seus novos senhores robô s. Eles sã o
brancos e elegantes, com linhas redondas, mas um deles tem uma grande abertura circular,
e tenho um palpite do que seja. Olho para dentro: sim, maca de gato. Estou prestes a
investigar o outro quando Madison aparece na porta do galpã o.
“Eu precisava de uma pausa”, eu digo. “Isso nã o é uma distraçã o. Gostei do que você fez com
o lugar. Pergunta, no entanto. Aponto para a outra má quina. “Você comprou uma má quina
de café expresso para eles?”
“Alimentador automá tico”, diz ela. “A loja de animais entregará qualquer coisa para você. E
aquela outra é uma caixa de areia autolimpante.”
Nã o é da minha conta como Madison gasta seu dinheiro, mas parece um exagero para os
animais que só existirã o por mais alguns dias. “Você ainda está planejando entregá -los para
um resgate, certo?”
"Claro."
“As coisas nã o eram...? . .”
Ela inclina a cabeça para mim.
“Nã o custou muito?” Eu terminei.
Ela dá de ombros. “Acho que vai adoçar o pote para um resgate levá -los, se eles estiverem
comprando dispositivos legais para gatos para acompanhar.”
Isso é generoso. "Faz sentido. Mas e a cama, Madison?
Ela sorri. “Tã o fofo, certo?”
“Eles têm que entrar na boca de um gato gigante para dormir.” Finjo que estou
estremecendo.
“É luxuoso. Tabita é uma senhora. Posso dizer que ela está acostumada com coisas boas.”
Tabitha nã o é uma princesa angorá branca e fofa. Ela está , na melhor das hipó teses, dois
passos acima de um gato selvagem de rua. Mas claro, deixe a senhora ter coisas boas.
Decido nã o provocar mais Madison por causa disso. “Eu preciso decolar logo. Quer ajuda
para pesá -los antes de eu ir?
"Sim por favor." Ela pega a balança de comida e em poucos minutos verificamos que eles
ainda estã o crescendo.
“Vocês sã o gatinhos ou leitõ es?” ela pergunta a um dos bebês listrados, fazendo có cegas
suavemente em sua barriga. Dá um miado sonolento. “Acho que isso responde a isso. Bom
trabalho de crescimento, bebês.
Ela acomoda todos e saímos do galpã o novamente, Madison fechando a porta suavemente
atrá s de nó s.
“Vou instalar uma câ mera e um sensor de luz ativado por movimento antes que seus
colegas de trabalho cheguem. Nã o estarei aqui amanhã e posso verificar a câ mera do meu
telefone, mas você se importa se eu te mandar uma mensagem para verificar os gatinhos?
“Nã o”, ela diz. “Por que você nã o estará aqui?”
"Encontros." Odeio reuniõ es, mas nã o posso perder algumas, e amanhã teremos
investidores vindo fazer a devida diligência. Investidores em potencial , o que significa que
tenho que passar o dia agindo como um corporativo em vez de um desenvolvedor, falando
sobre o produto em vez de construí-lo. Nã o é o meu favorito, mas meu parceiro está
convencido de que nã o posso perder isso.
“Você nã o voltará até segunda-feira?”
Ela parece um pouco desapontada com isso? "Sim."
"Mas . . .” Ela faz aquela coisa de morder o lá bio inferior. “E se houver algum problema?”
Oh. Ela nã o ficou desapontada por eu nã o vir amanhã ; ela está preocupada com a criaçã o de
gatos sozinha. Eu dou a ela um sorriso tranquilizador. "Liga para mim. Eu irei assim que
puder. Ou a Sra. Lipsky. Ou qualquer um dos resgates. Mas vou verificá -los através da
câ mera, e você acertou. Você tem sido ó timo com eles até agora.
"Obrigado."
Entramos no clube em silêncio, mas ela para no depó sito e eu esbarro nela com um suave
oof . Ela se vira e enfia o dedo no bolso do meu moletom. “Posso ligar se houver algum
problema?”
Eu olho para ela. Eu penso nela como alta, mas ela mal alcança meu queixo. O dela está
inclinado para cima, mas ela mantém os olhos baixos, estudando o nome de uma empresa
de software diferente impresso em meu peito. Provavelmente estou com cheiro de gato,
mas o cheiro de caramelo dela está causando estragos em meu cérebro.
“Madison,” eu digo, tentando manter meu tom calmo e tranquilizador. Seus olhos se voltam
para os meus. "Claro. Nã o sou um pai gato delinquente. Se eles parecerem desligados a
qualquer momento neste fim de semana, vou trazê-los de volta para minha casa. OK?"
"OK."
“Amanhã à noite vai ser bem tarde para você, nã o é? Com aquela coisa de má scara ou algo
assim?
“Pelo menos duas da manhã .”
“Vou ver como eles estã o no sá bado de manhã . Dessa forma, você só precisa comparecer ao
seu turno normal naquela noite. E garantirei que você também possa verificar a câ mera do
seu telefone. Isso ajuda?"
Ela balança a cabeça e dá um passo para trá s. "Sim."
Eu gostaria de nã o ter feito um trabalho tã o bom em tranquilizá -la. Mas é muito tarde. Nã o
há dedos finos mexendo no bolso do meu moletom, e o cheiro de caramelo já está
desaparecendo.
Capítulo Quinze
Oliver

MATT PODE ME ESFAQUEAR com seus pauzinhos se eu olhar novamente para o reló gio,
mas nã o consigo evitar. Nossos investidores nos levaram para jantar e escolheram um
restaurante sofisticado de sushi em Lamar. A comida é incrível. A conversa parece estar
indo bem. Tem o dia todo, mas estou cansado de falar. Uma hora de conversa social parece
mais com três horas de codificaçã o, e só chegamos aqui por volta das 8h.
Preciso de um tempo para recarregar as baterias, e Madison nã o envia mensagens de texto
com atualizaçõ es sobre o gatinho desde por volta das 17h, e... . .
Eu verifico meu telefone. Os gatinhos estã o dormindo, bolhas cinzentas e brancas
empilhadas, mas a boate está abrindo e a mú sica vai começar.
Os caras do VC nã o pedem mais comida há pelo menos vinte minutos, entã o isso deve estar
diminuindo. Poderei dar uma olhada na Catty Shack – luto e estremeço com a piada do pai.
Posso dar uma olhada no galpã o dos gatinhos e ir para casa.
Matt percebe e fica com pena. “Senhores, deixem-me pegar a pró xima rodada, mas
precisamos deixar Oliver ir para casa. Ele precisa dormir para que seu cérebro possa
continuar escrevendo o có digo que nos tornará ricos.”
Todos riem, e uma rá pida olhada entre nó s diz que Matt acha que isso é um bom sinal.
Eu me levanto e empurro minha cadeira. “Desculpem correr assim, senhores. Fico
impaciente quando fico muito tempo longe do teclado.” Além disso, estou cansado de usar
minhas roupas de negó cios. Estou vestindo um blazer xadrez cinza leve por cima de uma
camisa bonita. Mesmo corte de uma camiseta, mas nã o de algodã o. Lindas calças pretas e
uma bota Chelsea de couro preta finalizam. Eu me visto bem quando preciso. Eu até gosto,
normalmente. Mas nã o conheço nenhum cara que goste de ficar de jaqueta o dia todo, e
estou definitivamente pronto para voltar a usar Jordans.
Um dos investidores se levanta para apertar minha mã o e me dar um tapinha nas costas.
“Meu tipo de nerd, rapaz. Com base no que vimos hoje, você e aquele teclado estã o fazendo
um bom trabalho.”
“É preciso uma aldeia”, eu digo.
“Mas você é o arquiteto”, diz Matt. “Você ganhou um pouco de sono. Saia daqui. Vá para
casa e durma.
Pego meu carro com o manobrista e dirijo até a casa de Gatsby. Paro na parte traseira, mas
está lotado, e estaciono em fila dupla, sabendo que entrarei e sairei antes que qualquer
funcioná rio saia para dormir.
A boate está barulhenta, mais barulhenta do que eu esperava, mas isso se deve
principalmente à mú sica que sai da entrada e vai até os fundos. A batida do baixo é quase a
mesma. Abro o galpã o e entro, acendendo a luz. Fico feliz em ver que está funcionando bem.
Os gatos rejeitaram a estranha caverna dos gatos e ficaram no centro do cobertor no chã o.
Tabitha faz um som alto entre um miado e um ronronar. O YouTube continua invicto em
responder a todas as perguntas que tenho sobre gatos, entã o terei que ouvir vídeos de sons
de gatos para decodificar os de Tabitha, mas ela nã o parece chateada. Talvez isso tenha
sido um olá ?
Todos estã o agindo normalmente, o que significa que os gatinhos estã o desmaiados. Leite
bebido, provavelmente. Cheira a gatinhos com um toque de caixa de areia, mas já foi pior,
entã o o robô autolimpante de cocô de gato deve estar fazendo seu trabalho. Vou me
certificar de trazer novos tapetes de xixi pela manhã e trocar os sujos, mas na maioria das
vezes, Tabitha faz um bom trabalho cuidando deles para que nã o fiquem sujos.
Eu me sento ao lado deles, me arrependendo ainda mais de nã o estar de jeans ou jogging, e
pego um dos gatinhos malhados adormecidos. Ele mia e seus bigodes tremem, mas se
acalma assim que o encosto no peito. Examino cada um deles por alguns minutos, e se
alguém pensa que isso parece um abraço, obviamente nã o é um especialista em gatinhos
como eu sou agora.
Quando os dois primeiros que segurei começam a se contorcer e a torcer, Tabitha se
aproxima e se deita. Ela me lança um longo olhar e pisca, depois observa os bebês
balançando a cabeça sem saber o que fazer. Eles ainda estã o ganhando peso – Madison
relatou uma boa pesagem esta tarde. Mas eles sempre pegam mais rá pido com ajuda, entã o
eu alinho todos eles com a barriga da mamã e e deixo eles se alimentarem.
Lá fora, o ar ainda quente da noite me faz desejar ter tirado o blazer no carro, e estou
prestes a entrar no carro e sair quando uma gargalhada vinda da entrada do clube chega
até mim. Faço uma pausa, ouvindo.
Este lugar parece tã o diferente à noite. O exterior do edifício está iluminado, o jogo de
sombra e luz faz com que pareça um lugar onde você pode escolher se exibir totalmente ou
se esconder em bolsos privados para conversas murmuradas.
Madison está lá . Eu me pergunto o quã o diferente ela é quando está no trabalho, e a atraçã o
da curiosidade é muito forte. O desejo de vê-la neste Gatsby's igual, mas diferente, me leva
até a fila de frequentadores do clube esperando para entrar. A maioria deles já está com
suas má scaras, e todos estã o vestidos para impressionar. Os homens usam camisas pó lo ou
camisas pó lo chamativas com estampas da moda.
As mulheres. . . isso definitivamente nã o é como os bares da faculdade onde eu frequentava.
Quando passo por eles para falar com o segurança, vejo de tudo, desde um vestidinho preto
clá ssico até um body transparente verde neon do pescoço aos joelhos usado sobre um sutiã
push-up neon combinando e tanga. É como se um armá rio de fantasias de teatro explodisse
e cuspisse tudo, desde lantejoulas douradas até – faço uma pausa e olho para outra roupa –
penas de pavã o estrategicamente colocadas?
Espero que o pavã o saiba que suas penas foram para uma causa muito nobre.
“No final da fila”, diz o segurança quando chego à porta, sem nem mesmo tirar os olhos da
identidade que está inspecionando. “Dez dó lares a mais se você nã o trouxesse sua pró pria
má scara.”
“Nã o estou aqui para o evento”, digo. “Eu trabalho aqui durante o dia.”
Ele olha para mim sem expressã o. “Estamos fechados durante o dia.”
“Certo, mas Madison e eu temos um acordo onde eu irei para...”
“Tudo bem, amigo. Você segue o có digo de vestimenta, nã o precisa esperar na fila, mas
precisa pagar o couvert e usar má scara como todo mundo.”
Ele definitivamente nã o está interessado na minha histó ria de gatinhos e espaço de
trabalho. Por mais que eu queira ir para casa, tirar minhas lentes de contato e tirar o gel do
cabelo, minha curiosidade é mais forte, entã o entrego a ele uma nota de vinte.
“Mais dez por má scara ou nenhuma entrada.”
Entrego a ele mais dez e ele empurra uma má scara para mim. É preto liso e cobre toda a
minha testa até a ponta do nariz. É territó rio limítrofe do Batman, e eu me pergunto
quantos caras estã o lá tentando falar com vozes roucas do Cavaleiro das Trevas.
O segurança me acena e eu entro em um lugar que nã o tem nada a ver com o espaço onde
tenho passado meus dias nos ú ltimos três dias. semanas. A pista de dança pulsa com corpos
banhados por luzes piscando, e a parede de som pressiona de todas as direçõ es, me
engolindo até que eu nã o consigo sentir meu pró prio batimento cardíaco dentro do baixo
percussivo, nem mesmo com a mã o contra o peito.
Vou para o lado para deixar as pessoas atrá s de mim entrarem, mas fico longe da pista de
dança, tentando me ajustar. Eu quero mesmo encontrar Madison em tudo isso? Posso ver
as pessoas ao meu redor gritando durante uma conversa, mas nã o consigo ouvi-las por
causa da mú sica. Duvido que Madison e eu possamos ter uma conversa curta. Mas meu
corpo se vira em direçã o à escada sem consultar meu cérebro, pronto para encontrar
Madison sozinho.
Segundo Madison, o primeiro e o terceiro andares sã o as mesas mais caras, onde as pessoas
se sentam para ver, mas principalmente para serem vistas. Os clientes das mesas do
primeiro andar querem estar onde está a açã o. É mais barulhento, mais quente e mais
lotado. O nível médio, o mezanino, é o nível mais barato, e o nível superior é onde fica o
verdadeiro salã o VIP. Eles gostam de estar perto da açã o, mas separados dela, olhando para
baixo e observando a massa agitada de corpos, chamando preguiçosamente a garçonete
para pedir mais do que estã o bebendo.
No ú ltimo andar, os VIPs pedem champanhe que custa o suficiente por garrafa para cobrir
meu aluguel mensal, além de sua bebida preferida, tequila ou vodca, sendo a mais popular.
À s vezes, quem está pagando a conta em uma mesa manda um amigo convidar alguém que
considera atraente para se juntar à mesa. Ontem, enquanto ela contava uma entrega de
vodka magnum polonesa que acende, Madison me disse que ambos os sexos fazem isso -
apontar e buscar. Acho que é por isso que o clube pode cobrar mil e quinhentos dó lares por
uma reserva de mesa. Pico de caça.
Nã o admira que eles só precisem estar abertos três noites por semana.
Subo as escadas até o nível da varanda, esperando que seja mais fá cil localizar Madison. Se
nã o, talvez eu considere isso um sinal para falar com ela na segunda-feira.
Mesmo quando chego ao terceiro andar, eu bufo. Nã o tem como eu sair sem vê-la. Nã o sei
por que menti para mim mesmo quando sou a primeira pessoa a perceber a mentira.
Aqui também está lotado, mas a maioria das pessoas fica em grupos conversando ou
penduradas na grade, observando a açã o abaixo. Mais uma vez, aquela sensaçã o de entrar
em uma linha do tempo diferente passa por mim quando vejo a mesa onde trabalhei antes
de me mudar para uma mesa perto dos gatos. Uma multidã o mista de cerca de oito pessoas
está sentada ao redor dele agora, a parte superior cheia de copos meio vazios e
guardanapos amassados. Parece que sua ú nica funçã o sempre foi hospedar pessoas
bonitas.
Pelo menos aqui em cima é fá cil identificar imediatamente os uniformes das garotas da
garrafa. Dez mesas espalhadas pelo perímetro da varanda, e vejo quatro roupas com franjas
brancas. Dois estã o com shorts e um top frente ú nica, um está com um short de uma peça
sem costas e mangas compridas, e depois há Madison.
Eu deveria estar preparado para isso. Eu já a vi com essa roupa. Mas ela está animada.
Todas as garotas da garrafa usam má scaras brancas estreitas que mais parecem tiras de
renda, mas ela ficou muito mais pesada com a maquiagem dos olhos, e seus lá bios carnudos
e vermelhos estã o esticados em um sorriso que revela uma covinha superficial em sua
bochecha direita que eu nunca vi .
Minha cabeça fica tensa e quente, e os sons da mú sica diminuem. Ouço minha pró pria
pulsaçã o por vá rias batidas antes de perceber que estou com ciú mes porque nunca vi
aquele sorriso.
Forço uma respiraçã o lenta e profunda pelo nariz e dou um passo para trá s, mais perto da
parede e fora do caminho enquanto coloco minha mente no lugar. Eu quero esse sorriso, e
agora é uma meta conquistá -lo dela.
Fico de lado por alguns minutos, observando como as coisas funcionam aqui, e percebo que
nã o há uma boa maneira de interrompê-la. Ela está trabalhando rá pido, mas fazendo com
que tudo pareça fá cil, enquanto ela cuida de uma mesa com cerca de oito caras de quase
trinta anos, do tipo que parece ter sido solto pela primeira vez no ano. Um Um deles se
aproxima dela e descansa a mã o em seu quadril, mas antes que ele possa fazer qualquer
outra coisa, ela se afasta e lhe dá um sorriso atrevido por cima do ombro e faz um pequeno
estalo de bunda. Eu vi esse movimento quando ela estava fazendo sua salsa silenciosa, e
vejo por que ela pratica isso quando o cara e seus amigos riem.
É tudo tã o Madison, mas chegou à s onze. A maneira como ela fica tã o confortá vel em seu
corpo com suas roupas de ioga quanto com franjas e salto alto. A energia em sua agitaçã o
ao mesmo tempo que faz com que pareça fá cil. A maneira como seus clientes
inconscientemente se voltam para ela quando ela está por perto.
Ela se muda para outra mesa cheia de mulheres da minha idade. Eu me pergunto se é uma
despedida de solteira para eles terem oferecido serviço de mamadeira. Madison se sente
igualmente à vontade com eles, e já vi o suficiente para satisfazer minha curiosidade sobre
como ela é no trabalho. Salvarei todas as atualizaçõ es do gato para uma mensagem de texto
depois de verificá -las pela manhã .
Estou prestes a me afastar da parede e voltar para baixo quando Madison, que estava se
inclinando para ouvir uma das mulheres, olha em minha direçã o e fixa os olhos em mim. Eu
congelo, observando um sorriso lento se espalhar por seu rosto antes que ela acene para a
mulher que também está olhando para mim. Entã o Madison se endireita e se move –
diretamente em minha direçã o.
“Ei”, ela diz, parando na minha frente. “Me pediram para ir buscá -la naquela mesa de
senhoras ali. Eles adorariam sua companhia.
"Preciso-"
Ela fecha a mã o em volta do meu pulso e me puxa para frente, como se eu nã o tivesse dito
nada, e percebo que ela provavelmente nã o me ouviu. “Eu nã o posso acreditar que uma
gostosa como você ainda está sozinha.”
Uma gostosa como eu?
Deixo que ela me reboque quando a ficha cai: Madison nã o me reconhece.
Capítulo Dezesseis
Oliver

ESTAMOS QUASE CHEGANDO À mesa e me inclino para contar a ela. “Madison, é...”
"Missã o cumprida. Assunto protegido,” ela diz, e é alto o suficiente para eu ouvir, mas nã o
tenho certeza se todas as mulheres ouviram. Ela se inclina para frente para que possam
ouvi-la melhor. “Devo inspecionar as mercadorias?”
As mulheres comemoram ou gritam, e meus olhos se arregalam. Inspecione a gosma—
Mas Madison já se moveu atrá s de mim antes que eu pudesse recuar. Seus saltos a deixam
alta o suficiente para apoiar o queixo em meu ombro, mas ela usa a distâ ncia reduzida para
falar perto o suficiente do meu ouvido para que eu possa ouvi-la.
“Esta é uma rotina que à s vezes faço para as mulheres. É para ser divertido, mas você nã o
precisa fazer isso. Vou precisar tocar em você de uma forma sedutora, mas é tudo para
mostrar. Se eu te deixar desconfortá vel, mostre um sinal de positivo e a rotina termina.
Você pode desistir agora e eu jogarei isso de uma forma divertida. Você quer ficar?
A vibraçã o de sua voz provoca arrepios nas minhas costas e em ambos os braços. Isso é
uma loucura, mas “tocar de forma sedutora”? Nã o tem como eu nã o assistir isso acontecer.
Quando eu digo a ela que sou eu, ela pode começar a ligar os pontos e me ver como algo
além de seu inquilino ajudante de gato.
Eu concordo.
Ela dá um passo para trá s para apertar meus ombros em uma massagem de três segundos
antes de colocar a cabeça em volta de mim para anunciar: “Excelente largura, bem
musculoso”.
Isso é verdade. Eu sou. Mantive a constituiçã o magra de nadador que desenvolvi no ensino
médio, correndo, mas também fazendo flexõ es quando fico preso em uma falha de
codificaçã o. Eu encontro muitas falhas.
Ela dá a volta no meu lado esquerdo e aperta meu antebraço, apoia a mã o na minha manga
e anuncia: “Braços fortes, jaqueta de boa qualidade e ele claramente se veste bem”.
Estou feliz por nunca ter tirado o blazer.
Ela segura meu cabelo com a mã o e inclina a cabeça em questionamento. Posso?
Eu concordo. Estou feliz que Matt me fez comparecer ao salã o de sua irmã ontem. Ele disse
a ela para “limpar Salsicha”, e ela fez uma careta quando me viu, informando que seis meses
era muito tempo entre cortes de cabelo.
“Cabelo lindo”, Madison diz enquanto passa os dedos levemente por um lado. “Excelente
corte, produto, mas sem exagero.”
Cada fio que ondula sob seu toque envia uma faísca correspondente pela minha espinha.
"Bíceps!" uma das mulheres chama.
“Nã o, peitorais”, diz outro.
“Eu cuido de vocês, senhoras”, diz Madison. “Se você nã o tem objeçõ es?”
Ela está olhando para os olhos da minha má scara enquanto pergunta, mas nã o há luz
suficiente para ela perceber que nã o está fazendo contato visual de verdade. Dou outro
aceno de cabeça e ouço mais vaias das mulheres, incitando-a. Sinto-me como uma
concorrente de um reality show barato e... . . Eu nã o odeio isso.
Suas mã os se levantam e ela tamborila levemente as pontas dos dedos contra meu peito,
enquanto dá à s mulheres um exagerado aceno de aprovaçã o. Ela está sendo muito
intencional na maneira como me toca. Ela mantém um contato gentil, como se estivesse
tentando me ajudar a me sentir confortá vel ou deixar claro que isso nã o foi feito para ser
sedutor.
Estou jogando um jogo diferente agora, onde o objetivo é ver quanto tempo ela leva para
descobrir que sou eu.
Deixo escapar um meio sorriso e abro um lado do meu blazer, um convite que ela aceita
com as mulheres torcendo por ela, deslizando a mã o pelo meu peito. A curvatura de seus
lá bios diz que ela aprova.
Como eu disse, faço muitas flexõ es.
“Bom peitoral”, ela diz à s mulheres, que comemoram novamente. Eles torceriam por
qualquer coisa vagamente correta e masculina neste momento, entã o nã o deixo isso subir à
cabeça.
"Bíceps!" um deles lembra Madison.
Inclinando-me para o absurdo, tiro a jaqueta e faço uma exibiçã o de armas para eles.
Assobios de lobo explodem e uma das mulheres levanta uma taça de champanhe.
“Vou beber por isso”, diz ela.
Madison coloca a mã o acima da minha cintura e me guia até o espaço que as mulheres estã o
abrindo para mim no meio do banquete. Assim que me sento, pelo menos três mã os
diferentes empurram copos em minha direçã o, me incentivando a beber.
Nã o bebo muito, mas tiro a taça de champanhe da mã o da mulher ao meu lado, que sorri.
Levanto-o num brinde silencioso a Madison, e uma das mulheres chama: “Para Madi”, o que
as outras mulheres ecoam. Madison faz uma pequena reverência, a franja do vestido
balançando contra seu corpo.
Eu sei que deveria ser uma homenagem à s melindrosas e ao tema do Gatsby, mas está
dando fortes vibraçõ es latinas de salã o de baile, e me lembro de seu solo de salsa. Talvez
tenha sido isso que selou meu destino com essa mulher.
Ela volta para a outra mesa e eu decido ficar parada um pouco. Vou deixá -la ver que sou eu
por trá s da má scara antes de ir, mas, por enquanto, gosto de poder observá -la abertamente
fazendo suas coisas.
Está muito alto para conversar, mas meus novos amigos do champanhe parecem felizes o
suficiente para apontar a açã o ao seu redor, dançar até a grade para observar a multidã o ou
tomar outra dose e rir.
Eles giram sentados ao meu lado, de cada lado, gritando fazendo perguntas perto do meu
ouvido. "Você é solteiro? Minha irmã é solteira. "Você malha? Parece que você está
malhando. "Você pode dançar? Vamos ver isso."
Eu respondo ou dou de ombros de forma autodepreciativa. Eu entendo o apelo das
má scaras. Essas mulheres podem imaginar a expressã o que preferirem em meu rosto, e fico
feliz em permitir. Isso faz a maior parte da conversa funcionar para mim, deixando-me livre
para assistir Madison.
Ela desliza e se pavoneia, agacha-se e eleva-se, inclina-se com piscadelas e sorrisos
conspirató rios ou dança fora de alcance quando alguém se torna muito prá tico. Nada disso
parece incomodá -la, e os homens que a alcançam apenas riem quando ela se afasta. Ela é
muito boa no que faz e quanto mais a observo, mais noto. Como ela dança enquanto se
move como se nã o pudesse evitar. Como se ela desejasse estar no chã o. Ela balança e vira
enquanto serve seus VIPs, cabeça, ombros, quadris, todos se movendo no ritmo de cada
mú sica.
Algumas vezes, ela me pega olhando para ela. Eu quero que ela faça isso. É por ela que
estou aqui.
Está começando a parecer uma performance para alguém enquanto ela verifica se ainda
estou assistindo. Faço questã o de nã o decepcioná -la. Ela faz uma curva nos lá bios que nã o é
um sorriso, mas um reconhecimento da nossa conversa silenciosa. Ela escova o cabelo atrá s
do ombro, ouvindo um cliente, mas mantendo-se inclinada para me ver, e eu sigo o
caminho de sua mã o enquanto ela alisa seu cabelo.
O velho Oliver está voltando, aquele que foi enterrado sob responsabilidades e prazos de
trabalho em algum momento do ano passado. O Oliver que reapareceu para um encontro
ou dois para sair com Ava, que poderia se fazer presente e focar em uma linda mulher. O
Oliver que sabia jogar o jogo do flerte, tudo comunicado por meio de gestos silenciosos,
pequenos e intencionais.
Dou-lhe um aceno sutil para que ela saiba: sim, Madison, vejo seu cabelo sedoso e seus
ombros lisos e dourados. Eu sei o tom exato da sua pele em cada tipo de luz agora.
Os cantos de sua boca se levantam um pouco mais antes que seu olhar se desvie de mim e
se concentre em seu cliente.
Um minuto depois, ela está voltando para a minha mesa, mas nã o vem direto para mim. Ela
nã o faria isso. O velho Oliver – Oliver quase esquecido – lembra-se de todas as regras. Toda
a estratégia. Como você só ganha se ambos conseguirem o que desejam.
Ela serve doses para a torcida das mulheres, me ignorando completamente, sabendo que já
tem minha atençã o. Quando ela me estende um, como se eu fosse qualquer outro cliente,
balanço a cabeça e ela o passa para uma das senhoras, que aceita e o joga de volta,
recebendo mais aplausos.
Em alguns minutos, eles estarã o bêbados além do ponto de serem divertidos, e eu irei
embora, mas quero mergulhar nesses ú ltimos minutos de Madison antes de dizer a ela
quem eu sou e ver como ela tenta para jogar. Se eu fosse um homem inteligente, eu
deixaria, dando-lhe uma risada fá cil e um abraço amigá vel para nos colocar de volta na
posiçã o que temos desde que encontramos Tabitha.
Mas eu nã o quero fazer isso. Quero que ela me veja, que perceba que é por mim que ela está
tã o atraída agora, e nã o deixe que ela jogue fora.
Nã o quero ser racional, Oliver esta noite. Nã o com o som me pressionando, pulsando de
todos os lugares. Nã o com o balanço da franja contra seu corpo parecendo tã o macio
quanto seu cabelo. Nã o com a energia subindo da massa vibrante na pista de dança. É o
pulso da possibilidade. As má scaras tornam todos corajosos e todo o lugar está repleto de
potencial.
Madison segue pela fileira, servindo as mulheres que querem, meu pulso batendo mais
rá pido quando ela se aproxima de mim. Balanço a cabeça quando ela serve uma dose, e ela
mal faz uma pausa, apenas um leve sorriso mostrando que há uma dinâ mica diferente em
jogo entre nó s enquanto ela segue em frente.
Entã o ela coloca a garrafa na mesa e vai para trá s da banqueta, e fico tentado a me virar e
segui-la, mas nã o o faço, deixando meus olhos vagarem pelo espaço aberto acima da pista
de dança até a outra varanda, observando as pessoas. adivinhando as histó rias nã o ditas
que acontecem em cada conversa.
Como o silêncio que Madison e eu estamos tendo.
Você me vê?
Eu faço.
Você gosta do que vê?
Eu quero saber mais.
Sinto a leve pressã o das mã os em meus ombros. Eu nã o preciso olhar; Eu já conheço esse
toque. Entã o seus lá bios estã o ao lado da minha orelha.
"Posso pegar algo para você?"
Viro-me e agora a boca dela está a poucos centímetros da minha, mas é um lembrete, nã o
um convite. Estou aqui. Estou considerando você como uma possibilidade.
Mantenho os olhos em sua boca e, no mesmo tom baixo, digo apenas: — Mais tarde.
Nã o haverá mais tarde. Eu levei isso o mais longe que pude, sem dizer a ela que sou eu.
Estamos no ponto onde ela deveria chegar decida por si mesma se quer continuar o flerte,
sabendo que estou por trá s da má scara. Estendo a mã o para deslizá -lo, mas ela desaparece.
Tenho um vislumbre dela indo em direçã o ao bar.
Dou um beijo na mã o das mulheres de cada lado de mim, que arrulham, mas fazem beicinho
comigo por ir embora, mas preciso pegar Madison antes de sair. Ela desaparece quando um
grupo de cinco ou seis pessoas se separa da multidã o do bar e se move entre nó s, e quando
consigo contorná -los, ela nã o está à vista. Nã o é como se ela pudesse ter ido muito longe, e
acho que ela foi até o elevador de serviço em vez de subir as escadas congestionadas.
Fica do outro lado do bar, em frente aos banheiros e escadas para evitar gargalos. É isolado
com uma placa de “somente funcioná rios” para evitar que manequins bêbados andem nele.
Eu me aproximo enquanto o DJ faz a transiçã o para “Taki Taki” e um grito vem da pista de
dança. As pessoas ao meu redor que mantêm o ritmo com a cabeça ou os pés mudam para
os quadris. Duvido que a maioria deles perceba que fizeram isso, mas é a ú nica coisa que
você pode fazer quando ouve uma batida de salsa.
O elevador fica em uma alcova sombria, e a falta de luz dá fortes vibraçõ es de “nã o é um
espaço pú blico”, mas percebo um brilho de franja branca passando pela corda de veludo.
Minha boca fica seca, e o zumbido quente enche minha cabeça quando me aproximo e vejo
Madison bater as batidas da salsa enquanto espera o elevador. Ela está se entregando
totalmente ao ritmo, seus quadris balançando com os passos da salsa, parecendo ainda
mais elegante agora que está de salto alto, com a franja da saia enfatizando cada impulso e
contraçã o.
Como antes, eu a peguei em um momento exclusivamente para ela, mas desta vez, quando
ela gira em minha direçã o e faz uma pausa, eu passo por cima da corda, com a mã o
estendida. Cansei de assistir Madison dançar sozinha.
Ela dança salsa club, o que é bom, porque foi assim que aprendi com uma garota de Miami
durante meu semestre de estudos no exterior. na Espanha. Miami Mila desenvolveu as
habilidades de swing country que minha irmã fez com que eu e todos os meus primos
aprendêssemos para que pudéssemos dançar com suas amigas em sua festa de dezesseis
anos.
Nó s reclamamos disso na época, mas todos nó s devíamos um grande obrigado a ela, porque
as garotas adoram um cara que sabe liderar.
Madison levanta o queixo, as sobrancelhas subindo acima da má scara, mas ela pega minha
mã o como se estivesse pronta para ver se posso confirmar o convite. Assim que seus dedos
se curvam sobre os meus, eu a giro em dois giros rá pidos antes de encontrar sua outra mã o
e contar oito passos de salsa, suavemente como aprendi. Madison relaxa na minha
liderança.
É elétrico. Cada toque, cada olhar, e nã o posso acreditar que ela ainda nã o descobriu que
sou eu. Dou-lhe outro giro rá pido e meio, desta vez terminando com as costas dela contra a
minha frente, minha mã o no lado direito de seu abdô men tenso, a mã o dela apoiada em
cima da minha enquanto avançamos juntos pelos passos. Seu cabelo roça meu nariz e eu
sinto seu cheiro de caramelo.
Ela gira para longe de mim novamente, dançando para trá s, mas me puxando em sua
direçã o.
Ela para quando suas costas tocam a parede ao lado do elevador. Ela nos levou para além
do alcance da luz da pista de dança, e está muito escuro para distinguir suas feiçõ es
enquanto ela inclina seu rosto para o meu. Seu corpo ainda se move em um suave sussurro
dos passos da salsa, toda sua atençã o voltada para mim. Nã o há como negar seu desafio
enquanto ela se inclina contra a parede.
Existe eu e existe Madison. Há o subir e descer do seu peito apó s a intensidade da nossa
curta salsa. Ouço o som das batidas do meu coraçã o, mais alto que o baixo batendo no chã o
vindo de baixo. Esta é a pausa antes que a tempestade comece, antes que a montanha-russa
desça, antes que a bolha estoure e quebre o feitiço. É o momento antes de tudo mudar, mas
apenas se eu preencher essa lacuna.
Estendo a mã o para empurrar minha má scara para trá s, para deixá -la fazer sua escolha
completamente, mas com um barulho quase imperceptível o elevador chega. Seu pequeno
sorriso desaparece à medida que a realidade se intromete. Seus ombros se erguem da
parede – quase nem um fio de cabelo – e estou me movendo em direçã o a ela. Em direçã o a
ela antes que meu cérebro possa me convencer a nã o fazê-lo, antes que o bom senso possa
se intrometer. Aceito o convite que Madison está oferecendo para fazer o que estou
morrendo de vontade de fazer desde que aqueles lá bios corrigiram pela primeira vez
minha pronú ncia de um vulcã o islandês.
Eu me inclino para frente e pressiono minhas mã os na parede de cada lado de sua cabeça,
dando-lhe bastante espaço para escapar enquanto abaixo minha boca até a dela, mas ela
nã o recua, em vez disso se inclina para trá s e inclina o queixo para cima.
“Madison.” É uma respiraçã o contra sua boca, mas eu tento.
Entã o ela puxa minhas lapelas e eu desisto.
Nã o é um beijo doce, e eu nã o quero que seja. Está com fome como estou há semanas. É
uma vingança por cada vez que a risada dela percorreu minha espinha como veludo, cada
vez que senti o cheiro de caramelo no nariz, mesmo quando ela estava de volta ao
escritó rio, cada vez que ela segurou um gatinho contra o peito quando eu quis gentilmente.
em vez disso, afasto o floof para pressionar minha mã o contra os batimentos cardíacos
dela.
Isso é imprudente. É a ú ltima coisa que preciso, mas agora que a boca dela é macia e flexível
sob a minha, é a ú nica coisa verdadeira. Como seus lá bios sã o bons, como ela se sente bem,
mesmo que apenas nossas bocas estejam se tocando.
Ela muda isso, deslizando a mã o da minha jaqueta para envolvê-la na parte de trá s do meu
pescoço, me puxando para mais perto enquanto ela abre aqueles lá bios macios, e desta vez
nã o hesito. Eu mergulho e a exploro, e ela tem gosto de...
Madison.
Ela tem gosto de Madison.
Mas nã o sei se Madison quer que Oliver conheça exatamente esse sabor, e afasto minha
boca, algo que ela torna quase impossível com um som gutural de protesto.
Eu a fiz fazer isso e sorrio.
“Arrogante”, ela diz. “Nã o posso permitir isso.” Ela fica na ponta dos pés, a mã o
pressionando minha nuca para um beijo que me leva ainda mais rá pido que o primeiro, e
me perco no calor e no veludo de sua boca. Muito cedo, ela se afasta enquanto empurra
suavemente meu peito. “Tenho trabalho a fazer, mas me encontre antes de sair.”
Ela entra no elevador e aperta um botã o, sorrindo para mim enquanto as portas se fecham,
e eu fico ali, olhando para ela, imó vel. Porque ela me surpreendeu e, neste momento, nem
consigo lembrar meu pró prio nome.
Capítulo Dezessete
Madison

QUANDO ACORDO no meio da manhã de domingo com cheiro de bacon e cebola grelhada,
sei que Josh está aqui preparando omeletes.
Isso é o suficiente para me tirar da cama uma hora mais cedo do que o normal, depois do
turno de Gatsby. Coloco algo que nã o cheira mal quando o pego de uma cadeira no meu
quarto e desço para o brunch.
“Amigos”, eu digo, piscando para eles com os olhos turvos, “estou muito feliz em ver todos
vocês aqui.” Mal consigo dizer a ú ltima palavra através de um enorme bocejo.
“Sentindo seu amor profundamente.” O tom de Sami é seco enquanto ela se encosta no
balcã o perto de Josh enquanto ele quebra ovos.
“Eu posso bocejar e ainda amar você. Eu te amo tanto que acordei cedo para te ver.
“Você acordou cedo para comer uma omelete”, diz Ava antes de tomar um gole de chá
verde.
“Amar bacon tanto quanto amo você nã o significa que te amo menos”, digo a ela. “Significa
apenas que amo muito vocês.”
Sami pega um pedaço de bacon e mastiga. “Tanto quanto bacon.” Ela assente. "Estou
honrado."
Ruby está no pá tio, enrolada no sofá de dois lugares, de costas para nó s.
Baixo minha voz. “Nã o consegui falar muito com ela ontem. Ela estava vindo quando eu
estava saindo. Como ela está ?
Ava suspira. “Os fins de semana serã o os mais difíceis por um tempo. Foi quando ela e Niles
saíram mais. Ela estava bem ontem porque tinha que trabalhar, mas hoje tem muito tempo
para pensar.
"Eu preciso que vocês consertem ela." Josh espia pela janela acima da pia. “É lamentá vel e
está me deixando para baixo.”
"Querido, você está tentando dizer que seu coraçã o está partido por ela e você nã o gosta
disso?" Sami pergunta.
"Isso é exatamente o que eu disse em linguagem mano." Josh bate os ovos com um garfo,
enquanto Sami esfrega suavemente seu braço.
“Vai levar tempo”, diz Ava.
“O que fazemos, Sami?” Eu pergunto.
"Por que você está me perguntando?"
“Você é o ú nico que passou por um rompimento intenso. O que ajuda?”
“Eu murchei até me tornar uma antiga concha de mim mesmo seguindo os movimentos da
minha vida, entã o provavelmente sou a pessoa errada para perguntar.”
Josh larga a tigela de ovos e a abraça. “Sua pobre coisinha dessecada.”
Ela aperta o lado dele e ele dá um beijo em seu cabelo com mechas rosa antes de voltar
para sua omelete. Sami é pequena e agressiva e, embora tenha tido um ano bastante
introvertido apó s o rompimento da faculdade, ela encontrou muita cura ao tocar hinos de
rompimento como seu alter ego da deusa do rock e vocalista da banda.
“Vamos aproveitar nossos pontos fortes aqui”, eu digo. “Josh, você colocou mais queijo e
bacon na omelete de Ruby. Além disso, processe Niles por desperdiçar cinco anos do tempo
de Ruby. Sami, você escreve uma mú sica raivosa sobre o término de um namoro sobre
Niles e sinta-se à vontade para usar a frase 'nã o é nenhuma surpresa que você tenha
largado o cara no Dockers'” - isso faz Josh bufar, mas Sami franze a testa pensativamente e
pega o bloco de notas no geladeira - “e Ava, façam ciências”.
“Fazer alguma ciência?” ela repete. "Você poderia ser mais específico?"
“Misture alguns produtos químicos em seu laborató rio que irã o bloquear todos os
sentimentos tristes e entã o poderíamos fazer Ruby tomá -los?”
“Você acabou de descrever o Ecstasy”, diz Ava. “Há todo um ramo da aplicaçã o da lei federal
dedicado a que eu não faça isso no meu laborató rio.”
“Com licença, Dr. Kincade. Pensei que você fosse um especialista em coraçã o. Parece que
esta seria a sua casa do leme.” Eu sei qual é a verdadeira pesquisa de Ava, entã o ela entende
minha provocaçã o e revira os olhos.
Ava suspira e olha para Sami. “Ela é impossível, certo? Nã o sou só eu?
“Ela é impossível”, confirma Sami.
“Desculpe -me por tentar ajudar,” eu digo, deixando-me cair em uma cadeira. “Eu nã o sabia
que pedir para você misturar poçõ es em seus béqueres seria tã o importante.”
“Poçõ es? Eu sou uma bruxa agora?” Ava pergunta, sua voz suave.
Eu me endireito, sorrindo. "É isso! Uma bruxa. Aposto que Stella conheceria um bom ritual
para isso, algo que Ruby pudesse fazer que a ajudaria a se sentir mais. . . feito?"
“Ela adora tradiçõ es, e as tradiçõ es sã o uma forma de ritual”, diz Sami. “Um ritual de
rompimento nã o é uma má ideia.”
Josh vira a omelete na frigideira. "Stella é uma bruxa?"
Stella mora do outro lado da piscina, três portas abaixo.
“Ela é professora de estudos da mulher na UT e fez sua dissertaçã o sobre gênero e
bruxaria”, explico. “Ela nã o tenha uma vassoura ou algo assim, mas ela lhe dirá que há
ciência para respaldar algumas das afirmaçõ es feitas pelo que as culturas historicamente
chamaram de bruxaria.”
“Você deveria perguntar a ela sobre isso na pró xima vez que a vir por aí, Josh”, Ava diz a
ele. “É muito fascinante.”
“Você também acredita em bruxaria?” Josh pergunta isso com cautela, como se estivesse se
perguntando se entrou em um clã que pode se voltar contra ele.
“Claro que nã o”, diz Ava. “Mas muitas prá ticas de cura e herbologia nativas têm uma ciência
só lida que as apoia. Como aspirina. Os nativos americanos descobriram isso. Agora vem em
garrafas seguras para crianças, mas costumavam prepará -lo com a casca de um salgueiro.”
“Na forma como Stella diz”, acrescenta Sami, “bruxaria é muitas vezes o nome que as
pessoas dã o a coisas que funcionam quando nã o entendem porquê”.
“Devíamos queimar você como uma bruxa”, digo a Ava.
“Porque eu entendo de ciência?”
“Porque você tem cabelo ruivo, duh.”
“Fatos”, diz Josh, colocando uma omelete na minha frente. “Com o que você está
contribuindo para este plano de recuperaçã o Ruby, Madison?”
Dou uma mordida e considero isso. Eu poderia arrastar Ruby para passar uma noite na
cidade e fazê-la se divertir contra sua vontade. Mas mesmo quando ela está bem, “sair” nã o
é sua primeira escolha. Porém, minha especialidade é trazer a festa, entã o é isso que
faremos.
“Sam-Sam, seu aniversá rio é quarta-feira, certo?”
Sami assente. "Isso é."
“Você tem um show hoje à noite?”
“Nã o”, ela diz com mais cuidado ao perceber que tenho razã o.
“Que tal fazermos uma festa de cinema?” Eu pergunto. “Ruby nã o fará isso se propormos
sem motivo, mas se dissermos a ela que é um aniversá rio para você. . .”
Ava balança a cabeça. “Ela nã o vai estar de bom humor.”
"Eu sei. Mas acho que estamos capacitando ela.” Aponto meu garfo para Ava para enfatizar
meu pró ximo ponto. “Ela precisa lembrar que nã o só é possível ter um bom dia sem Niles,
como qualquer dia é melhor sem Niles.”
“Verdade”, diz Sami.
“Para que possamos sequestrar seu aniversá rio por uma causa nobre?” Eu pergunto.
"Faça isso."
"Sim! Deixaremos Stella para o pró ximo fim de semana se Ruby nã o mostrar sinais de
melhora. Hoje, nó s festejamos. Ah, exceto que estou trabalhando na loja até as 16h, entã o
vamos fazer 'hoje à noite vamos festejar'. Isso funciona?"
Quando todos concordam em tentar, bato palmas. "Bom. Agora deixe-me comer minha
omelete em paz enquanto medito sobre esses planos de festa.”
“Provavelmente deveríamos convidar Charlie”, diz Ava.
Isso imediatamente me dá outra boa ideia. “Oooh, pergunte se ela se importa se
convidarmos Oliver também. Indique que foi ideia minha, e se ela achar que estou
interessado nele, isso pode fazê-la esquecer Niles por um tempo.
Ava parece duvidosa sobre isso. “Joey ainda odeia Oliver por princípio.”
"Porque vocês saíram duas vezes?" Eu pergunto. “Nã o é grande coisa.”
"Nã o, porque eu o beijei."
Grave zero. . .
Eu pisco para ela. Ela beijou Oliver ?
"Você sabia disso?" Sami me pergunta.
"Nã o." Eu posso imaginar isso facilmente. Esses dois idiotas adorá veis, embaçando os copos
um do outro. Eu esfaqueio um pedaço de omelete. “Provavelmente porque foi um beijo
ruim.”
“Nã o, ele tem uma técnica excelente”, diz Ava. "Mas . . .”
Engasgo com um pedaço de ovo com a ideia de Oliver ter “excelente técnica”.
"Mas você estava muito perdido, Joey?" Sami pergunta enquanto me dá alguns tapinhas
fortes para me ajudar a engasgar.
"Sim." Ava sorri. “Técnica igual, mas quando você adiciona a química. . .”
Oliver tem uma técnica de beijo igual à de Joey, um dos solteiros mais cobiçados de Austin
até perceber que havia se apaixonado por Ava? E isso é uma declaraçã o objetiva porque
Joey foi um dos dez caras nomeados em uma postagem altamente votada no maior
subreddit de Austin. Houve uma série de emojis de choro quando Joey postou que estava
removendo seu nome da disputa porque havia encontrado “a outra metade de seu coraçã o”.
Era tã o nada Joey em todos os sentidos, exceto um - o homem mudado que era Joey com
Ava.
“Vá convencer Ruby sobre isso”, eu digo. “Joey terá que se superar.”
Ava achava que a técnica de beijo de Joey era igual à de Oliver? Nã o computa. Eu nem
consigo imaginar isso.
Mas o que isso faz é me fazer pensar no meu beijo misterioso na noite de sexta-feira pela
centésima vez. Esta manhã .
Técnica? Droga. Venho revivendo isso desde que as portas do elevador se fecharam e me
deixaram com a imagem de seus lá bios inchados pelo beijo.
Esperei que ele me encontrasse mais tarde, mas à medida que a noite avançava e a ú ltima
ligaçã o foi anunciada, nã o o vi novamente. Eu comecei a examinar a varanda quando tive
um momento livre, mas também nã o o vi em nenhum lugar abaixo.
Em vez de decepçã o, fiquei intrigado. Sou livre com meus beijos e já tive mais do que o
suficiente para reconhecer um beijo realmente bom quando o experimentei. Eles sã o raros,
e essa foi boa.
Minha pele esquentou pensando em me virar e encontrar o cara mascarado ali, aquela
quantidade perfeita de sombra de cinco horas delineando a mandíbula forte abaixo de sua
má scara, sua boca séria enquanto ele me observava e esperava para ver como eu reagiria à
sua mã o.
Demorou menos de meia volta para reconhecer que aquele era um homem que sabia como
lidar com uma mulher na pista de dança. Quando que evoluiu para minhas costas contra
seu peito só lido, sua respiraçã o constante como se todos os olhares e toques entre nó s nã o
estivessem aguçando seus sentidos ao má ximo?
Eu mesmo lancei um desafio, puxei-o para um beijo e lhe ensinei uma liçã o.
Quando subimos para respirar, minhas terminaçõ es nervosas em chamas, minhas mã os
á vidas por explorar mais dele, eu nã o tinha certeza de quem havia sido educado. Eu só
tinha certeza de que ele nã o estava mais calmo, tranquilo e controlado, e a profunda
satisfaçã o de ser quem acendeu aquele fogo me fez puxá -lo para mim novamente.
“Madi?”
Pisco e olho para meus colegas de quarto – incluindo Ruby agora – que estã o todos olhando
para mim, Ava confusa, Ruby confusa e Sami com os olhos semicerrados.
"No que você estava pensando?" ela pergunta. “Seus olhos ficaram sonhadores.”
Bato o garfo no prato, tentando decidir se quero responder.
Ah. Como se eles me dessem uma escolha. Pego um pedaço de omelete e respondo antes de
comê-lo. “Esse cara muito sexy que tocou salsa comigo como se fosse a segunda vinda de
Tito Puente.”
“Melhor que meu pai?” Ruby pergunta.
O Sr. Ramos nos ensinou salsa, fazendo os irmã os de Ruby dançarem conosco quando Ruby
nos deixava ir junto nas reuniõ es da família Ramos. Eram muitos, e nó s nos
acompanhá vamos muito, entã o sei como vai acontecer quando eu disser isso, mas tenho
que dizer a verdade.
“Melhor que seu pai.”
Três suspiros.
“Como diria a vovó Letty: 'Os homens sã o tã o inú teis quanto chiclete no salto da bota, mas
conte-nos mais.'”
Finjo que estou tendo dificuldade em lembrar os detalhes. "Como o que? Quando ele me
beijou?
“Eu esperava uma descriçã o de como ele era”, diz Ava, “mas sim, definitivamente pule para
o beijo”.
“Mas entã o volte para a parte da aparência”, diz Ruby.
“Nã o tenho certeza se posso te contar muita coisa”, admito. “Ele estava usando uma
má scara.”
“Ah”, diz Sami. É claro que ela seria a pessoa que mais investiria nesse detalhe. Ela se
apresenta com uma má scara.
“Isso é muito sexy”, diz Josh. Sami lhe lança um sorriso. “Mas eu definitivamente poderia
contar algumas coisas importantes sobre Sami, mesmo quando ela estava usando uma
má scara, entã o é melhor você contar.”
“Você é uma das garotas agora, Josh?” — pergunto, divertida por ele estar exigindo os
mesmos detalhes que sempre tentamos arrancar um do outro.
“Duh.” Seu revirar de olhos é redundante.
"O que ele disse." Ava agora está em modo completo de coleta de dados.
“Ele é alto,” eu digo. “Ainda tinha sete centímetros a mais quando eu estava de salto alto.
Boa construçã o.”
“Esclareça”, diz Josh. "O que isso significa? Ainda nã o descobri o seu tipo.
“Eu investiguei a parte superior de seu corpo como um serviço à s senhoras que me
pediram para buscá -lo, e ele tem ó timos mú sculos. Magro, mas só lido.
As meninas acenam com a cabeça. Conto-lhes histó rias do meu trabalho o tempo todo. A
inspeçã o muscular é uma parte regular do meu trabalho com mesas de mulheres. É um
trabalho difícil, mas alguém tem que fazê-lo.
"Olhos? Cabelo?" Ruby exige, e estou feliz que ela tenha investido nisso o suficiente para
nã o se sentir infeliz por alguns minutos.
“Muito escuro para ver a cor dos olhos e difícil dizer no cabelo, mas no lado mais escuro do
castanho. Bom corte.
"O que ele estava vestindo?" Sami pergunta, já que ela é a Dolce da minha Gabbana quando
o assunto é moda.
“Mais clá ssico do que moderno. Jaqueta cinza, calça preta, definitivamente sob medida,
meia bota. Sofisticado.” Nã o sei se os Armstrong nascem com a capacidade de avaliar a
qualidade num relance, ou se aprendemos porque estamos imersos nisso desde a infâ ncia,
mas posso dizer pelo corte de uma roupa que tipo de qualidade ela é. Se você me vendar os
olhos e me entregar qualquer peça de roupa, posso dizer a mesma coisa pelo toque.
“Todos vocês estã o fazendo perguntas idiotas”, diz Ava. "Madi, o beijo ."
Há uma intensidade na pergunta e, de repente, nã o quero responder, porque a verdade é
que “o beijo” nã o foi raro – foi singular.
Como se eu nunca tivesse tido outro igual.
Como em . . .
Nã o tenho certeza se estou pronto para processar isso totalmente.
"Estou ficando sem maneiras de descrever o beijo para você." Faço uma pausa para
disfarçar um bocejo, um bocejo falso, mas o mantenho pequeno para que eles comprem.
“Está todo mundo aqui hoje à noite? Preciso de pedidos de lanche até à s 16h se você quiser
que eu compre alguma coisa no caminho para casa.” Fico de pé, dividida entre tentar enfiar
o resto da deliciosa omelete na boca ou escapar antes que eles tentem me prender no beijo.
Escapar. Definitivamente. Deixo meu prato cair na pia sem lavá -lo e vou para as escadas,
algo que normalmente nunca faria, mas... . .
“Madi?” Ruby chama.
Eu faço uma pausa. "Sim?"
"Você ainda quer que eu convide Oliver?"
Oh, certo. Esqueci que deveria estar insinuando que estou interessada nele para distraí-la.
"Claro que sim. Mas eu farei isso. Nã o é grande coisa,” eu digo rá pido para fazer parecer que
estou tentando esconder que é um grande negó cio. É um toque legal. Vá , eu.

Fazendo uma festa de cinema no aniversá rio da minha colega de quarto, mas é discreto
para animar Ruby. Você deveria vir com Charlie. Como estã o os gatos?
Apertei enviar e joguei meu telefone na cama. Talvez a ú nica vantagem do desaparecimento
do cara da má scara seja que eu nunca dei meu nú mero a ele, entã o nã o preciso me torturar
pensando quando ele vai usá -lo.
Em vez disso, eu me torturo imaginando quando ele virá me encontrar novamente.
No que diz respeito aos aspectos positivos, é meio que incrível.
Capítulo Dezoito
Oliver

SENTO-ME COM UM dos gatinhos no colo e fico olhando para a mensagem de Madison,
tentando descobrir como aceitá -la.
Você deveria vir com Charlie.
É tã o indireto quanto um convite pode ser. Isso significa que ela nã o sabe que me beijou.
Também significa entrar no Gatsby's amanhã como se nada tivesse mudado é uma opçã o -
se eu quiser que assim seja.
Eu?
Eu pensei que sabia o que estava fazendo quando decidi melhorar meu jogo. Sexta à noite
provou que eu estava errado. Totalmente, absolutamente, desastrosamente errado.
Da mesma forma que Madison nã o é o tipo de calor para o qual você pode se preparar, o
beijo dela nã o é o tipo de coisa que você pode antecipar - nã o quando nada em sua
experiência adulta o levou a acredite que um ú nico beijo pode incendiar seu mundo e um
segundo pode queimá -lo.
Brincar com fogo é um clichê. Respeito a força que é o fogo. Mas depois de passar as ú ltimas
três semanas trabalhando perto dela, é inú til fingir que nã o estou totalmente envolvido na
Experiência Madison Armstrong.
Ir a uma festa de cinema – vê-la fora do trabalho – seria uma boa oportunidade para
começar a fundir as duas versõ es de mim na mente dela. Eu poderia ser mais social, enviar
um ou dois sinais e esperar que Madison os devolvesse. Um olhar um pouco longo demais.
Um meio sorriso. Um roçar nela, mas nã o peço desculpas.
Quando eu contar a ela que fui eu que ela beijou na sexta-feira, isso apagará o fogo ou
atiçará as chamas? Talvez ela se sinta enganada e aquela faísca falhe como se ela a tivesse
deixado cair na á gua suja do esfregã o.
Talvez eu devesse parar de pensar em analogias estú pidas e decidir o que quero fazer em
relaçã o a esta festa. Posso evitá -lo – e tomar uma decisã o – até amanhã . Ou posso usar isso
como uma chance de ser um cara decente, contar a ela o que aconteceu e dar a nó s dois
espaço para reiniciar antes de aparecer no Gatsby's amanhã .
Esta nã o é uma decisã o difícil.
Eu mando uma mensagem para ela avisando que estou indo e começo a pensar em como
vou tocar no assunto.
“Entã o, por volta de sexta à noite. . .”
CHARLIE E EU CHEGAMOS um pouco depois das 18h. Chegamos à porta dos fundos das
meninas por causa de onde estacionamos, e a festa definitivamente começou. Madison
mandou uma mensagem depois do almoço para nos dizer que o tema era S para Sami, e que
deveríamos usar algo que começasse com S. A ú nica regra era que nã o poderíamos comprar
nada novo, mas qualquer um que tentasse passar “camisa ”Ou“ tênis ”já que seus itens S
seriam ridicularizados.
Charlie está usando suspensó rios, o que é normal. Ele tem um estilo legal e eles trabalham
para ele. Mas ele costuma combinar os suspensó rios com calças vintage. Hoje, ele está com
shorts seersucker e uma camisa do Super Mario para ganhar crédito S extra. Fiquei tentado
a pegar meu terno para despertar o reconhecimento de Madison no segundo em que entrei,
mas deixei o bom senso marcar um ponto. Eu precisava que aquela conversa acontecesse
de uma forma que fizesse sentido, e nã o de uma forma que sequestrasse a festa de
aniversá rio de Sami.
Em vez disso, optei por um roupã o vermelho que minha avó me deu de Natal, mas eu nã o
sabia para que precisaria de um roupã o, entã o ele está no meu armá rio desde dezembro.
Estou chamando essa cor de escarlate, e estava me sentindo muito idiota por usar um
roupã o vermelho brilhante até chegarmos ao Grove.
Todo mundo está do lado de fora, no pá tio, usando de tudo, desde um vestido de verã o
floral (o irmã o de Ruby, cujos ombros estã o salientes sob as alças) até ó culos de sol (um
cara que nã o conheço que está usando um par normal com um par dobrado pendurado em
cada fone de ouvido ). Quando vejo Madison sentada no colo de Ruby e usando uma
espá tula no cabelo como um osso dos Flintstones, sorrio. Ela está de pijama baixinho com
preguiças por toda parte.
"Rapazes!" Madison chora. "Você está aqui! A festa pode realmente começar.”
“Suspensó rios,” Ava diz, acenando para Charlie. "Isso funciona."
“Seersucker e Super Mario também”, diz ele.
Ruby apoia o queixo no ombro de Madison para nos observar. "Roupã o de banho? Robe?
Roupã o de banho?
Olho para minha roupa e sacudo a gravata. "Escarlate?"
Ruby franze a testa. "Nã o sei. É um có digo de vestimenta bastante rígido. Posso obter uma
decisã o, Mads?
Madison cruza os braços na frente dela formando um grande X. “Violaçã o de có digo, mas
nã o se preocupe, vou ligar para você.”
Eu giro, giro a gravata e abaixo os olhos como se estivesse estrelando a produçã o escolar de
Chicago da minha irmã e fazendo uma pose de cela . "Faixa? Faixa Escarlate?”
Ruby grita, e estou feliz por tê-la feito rir. Madison também sorri, mas balança a cabeça.
“Melhor, mas a menos que você planeje fazer uma atrevida dança jazz durante todo o
tempo que estiver aqui, minha decisã o permanece. Vou ter que equipar você.
“Caso você esteja se perguntando o quanto eles estã o comprometidos com esse tema que
mal escolheram, espero que goste de sangria”, diz uma senhora idosa com um papagaio no
ombro. Esta deve ser a Sra. Lipsky. “Essa é toda a bebida que eles estã o servindo. Basta
aceitar os acessó rios.
“S é para sangria”, diz Sami. Pelo menos, presumo que seja Sami, com base no fato de ela ser
a ú nica mulher com idade de colega de quarto aqui que nã o conheço. “Mas também Sprite e
Snapple. Eles estã o no balde de gelo.”
Eu me pergunto se eles tomaram a sangria antes de escolherem suas roupas. Isso explicaria
algumas coisas, como o colar de Ava feito de Snickers e sua barbatana de tubarã o de papel
de construçã o. Ou talvez seja um chapéu que ela está usando? Nã o, é uma barbatana.
“S é para pedir desculpas”, eu digo. “Me desculpe por ter falhado com minhas roupas de
festa.”
“S nã o é para perdoado, mas nó s perdoamos você de qualquer maneira. Ou faremos isso
quando Madi levar você ao padrã o, que começa com S. A propó sito, sou Sami”, acrescenta
ela. “E esse é meu namorado, Josh.”
O cara dos ó culos de sol levanta um Snapple na minha direçã o.
“Ah, desculpe”, diz Charlie. “Eu esqueci que todo mundo nã o conhece Oliver. Ele é meu
vizinho do outro lado do corredor.
“E meu papai gato”, diz Madison, o que parece sugestivo. Ou talvez seja só eu? Tudo o que
essa mulher diz ou faz parece sexy para mim. Até a espá tula em seu cabelo me faz pensar
em puxá -la e observar seus cachos loiros caindo sobre os ombros.
“Como estã o os gatinhos?” Sra. Lipsky pergunta.
Quero abraçá -la por redirecionar meus pensamentos. "Multar. Alguns de seus cordõ es
umbilicais caíram. Eles parecem gordos e sonolentos.”
“Os olhos já estã o abertos?”
"Ainda nã o."
Ela assente, satisfeita. “Parece que eles estã o indo bem. Os olhos devem abrir a qualquer
momento.”
“Legal”, diz Madison. “E estou animado com isso. Mas os gatos começam com C. Entã o,
voltando ao S, tudo o que você comer esta noite deve ser mergulhado em molho.”
Mencionar salsa é possivelmente a coisa menos ú til para suavizar minha reaçã o a Madison.
Lanço um olhar para ela, mas sua expressã o nã o mudou. Por que isso aconteceria? Ela nã o
sabe que dançou aquela salsa comigo.
“Ou você pode comer qualquer lanche porque todos os lanches começam com S”, diz Ruby.
“Tivemos que encontrar algumas brechas e mandar Joey à loja para comprar suprimentos
adicionais porque Madison estava sendo uma tirana em relaçã o aos alimentos S. Nã o
achá vamos que salsa e batata-doce eram as ú nicas coisas que deveríamos servir.
“Um tirano?” Madison zomba. “Nã o, eu nã o estava. Nã o começa com S.”
Ela e Sami brindam com latas de Sprite.
“Tem todo tipo de coisa na cozinha”, diz Ava. “Porque as coisas também começam com S. De
nada.”
“Ei, Ava,” eu digo. É estranho pensar que tivemos alguns encontros neste verã o. Era legal
sair com ela, mas mesmo que tivéssemos dado um bom beijo em nosso ú ltimo encontro, eu
nã o tinha pensado muito nela desde que decidimos que tínhamos energia de amizade. Ruby
mencionou que seu plano de reunir Ava com seu irmã o funcionou, e eu fiquei feliz por Ava.
Nã o tenho certeza se o irmã o de Ruby está feliz – ele está me olhando com a carranca que
reconheço de quando ele apareceu em nosso primeiro encontro.
“É bom ver você de novo, Oliver”, diz Ava. “Você se lembra do meu namorado, Joey?”
O papagaio grita e diz: “Joey é uma merda”.
Assim que Ava diz a palavra “namorado”, os ombros de Joey relaxam. Ele me oferece um
sorriso preguiçoso e ignora o papagaio. “Que bom ver você, cara.”
Estranhamente, acho que ele está falando sério. Concluímos um ritual tá cito de homem das
cavernas para estabelecer os limites em torno de Ava. Ela parece saber disso também, e sua
expressã o oscila entre diversã o e irritaçã o. Estou feliz por nã o receber olhares de esguelha
dele a noite toda e aceno com a cabeça. "Você também, cara."
“Vamos levar a festa para dentro”, diz Sami. “Muito quente aqui.”
Há acordo imediato, exceto por parte da Sra. Lipsky. Ela se levanta, mas segue em direçã o
ao portã o da cerca baixa por onde Charlie e eu passamos.
“Ahab e eu precisamos alimentar Migos. Vocês, crianças, divirtam-se.
Entramos em fila no condomínio, Charlie atrá s de Ruby, Madison atrá s de Charlie. Estendo
a mã o para tocar seu ombro e a seguro aqui por um minuto para explicar sobre sexta-feira,
mas vejo os ombros de Ruby caírem ligeiramente. Charlie coloca um braço em volta dela e
Madison dá alguns passos rá pidos para alcançá -la e ver como ela está .
Minha confissã o pode esperar alguns minutos.
A cozinha está tã o cheia de comida quanto Ava prometeu, e pego um refrigerante gelado do
balde de gelo antes de escolher meus lanches.
“Salsicha e soja chegando”, diz Joey, virando-se em direçã o ao fogã o, onde fica uma
frigideira.
Coloquei um brownie, algumas batatas fritas e salsa no meu prato e sigo pelo pequeno
corredor até a sala de estar, onde todos os outros estã o se acomodando. Josh e Sami ficam
de um lado do sofá , e Ava fica do outro, obviamente esperando que Joey se acomode. junte-
se a ela. Ruby tem uma poltrona e Charlie já está empilhando algumas almofadas no chã o
para se acomodar ao lado dela. A outra poltrona é daquelas grandes que é quase um sofá de
dois lugares, mas nã o exatamente. Madison desapareceu, mas presumo que seja por ela.
Antes que eu possa pegar um pedaço do carpete, Madison aparece.
“É hora de cumprir o có digo de vestimenta.” Ela vem até mim com tanto brilho e cor que
recuo alguns passos. “Pare aí.”
Charlie me dá um empurrã o com o sapato na minha bunda, me fazendo dar um passo para
trá s em direçã o a Madison.
“Meias”, diz Madison, empurrando um par para mim. “Meias listradas.” Seu telefone vibra e
ela o tira do bolso de trá s, franze a testa e o envia para o correio de voz. Ela o coloca no
braço da cadeira grande e balança as meias para mim. “Listrados.”
Eu os peguei. “E na altura do joelho.”
“A boa moda marca presença”, diz ela.
Eu sei quando estou derrotado, entã o sento na cadeira grande enquanto tiro meus Jordans.
“Você está usando shorts”, diz Madison.
Olho para ela enquanto calço a primeira meia. "Sim?"
“Achei que você parecia diferente hoje, mas acabei de descobrir o porquê. Você sempre usa
jeans. E um moletom.
“Está frio no clube”, digo a ela. “Presumi que vocês provavelmente nã o tinham ar
condicionado industrial aqui, entã o ficaria bem de shorts.”
“Mas há outra coisa.” Ela me estuda enquanto calço a segunda meia.
Evito seus olhos e tento parecer casual. Se ela notar meu corte de cabelo, será que isso vai
desmanchar todo o resto antes que eu tenha a chance de ajudá -la a fazer isso? Eu digo
alguma coisa agora? Fazer outra piada? Pedir para vê-la lá fora?
“Seu corte de cabelo.”
Eu congelo, esperando.
"Parece bom. Isso tornará tudo ótimo. — Ela me entrega uma faixa preta brilhante.
“A faixa para a cabeça começa com H”, contesto.
“Mas S é para lantejoulas. Use-o.
Sã o, na verdade, quarenta bilhõ es de pequenas lantejoulas que o fazem brilhar. Eu coloco
na minha cabeça sob os assobios e aplausos de seus amigos.
“Perfeito”, diz Madison.
"Tã o feliz." Levanto-me e procuro mais almofadas para estender no chã o. Caso contrá rio,
minha opçã o é encostar no sofá com os dois casais abraçados. Estranho e nã o, obrigado.
“Sente-se com Madison”, diz Ruby. Sua expressã o é quase um sorriso enquanto seus olhos
brilhantes absorvem tudo ao seu redor.
Sempre tenho a sensaçã o de que ela vê tudo e sabe tudo. Ela é uma sabe-tudo, mas do tipo
que você nã o consegue deixar de gostar.
“O chã o está bom”, eu digo. “Só preciso de mais alguns travesseiros.”
“Deveria haver mais”, diz Charlie, olhando para o sofá com a testa franzida. “Ou pensei que
houvesse.”
“Sente-se com Madi”, diz Ruby. “Você já compartilha um espaço de trabalho. Chame isso de
formaçã o de equipe.”
“Fico feliz em compartilhar.” Madison agarra meu pulso e me dá um puxã o suave em
direçã o à cadeira. “Há muito espaço. Eu prometo nã o tornar isso estranho.
Nã o posso fazer a mesma promessa. Gotas de suor se formam na minha nuca só de pensar
em ser comprimida entre a cadeira firme de um lado e a firme Madison do outro.
Ela dá um leve empurrã o no meu peito e eu me jogo na cadeira com lantejoulas e meias
listradas até os joelhos. Assim como na sexta-feira, Madison facilmente assume o controle
de mim. Eu adoro isso, mas mantenho isso longe da minha cara.
“Tenha medo”, diz Sami. “Acontece que Madison gosta de caras fantasiados.”
“Apenas má scaras”, diz Madison. "Você está seguro." Como que para provar seu ponto de
vista, ela se senta ao meu lado, balançando até que eu me mexa para abrir espaço para ela.
Deixe isso em paz , a parte sã do meu cérebro me diz. Mas minha boca diz: “E os caras
mascarados? É sobre aquela noite temá tica no clube?
“Ela esteve desmaiando o dia todo”, diz Ruby.
“Aparência boba no rosto dela”, confirma Ava.
“Beijei o príncipe sapo dela”, acrescenta Sami.
“Eu nã o disse isso”, protesta Madison, mas suas amigas estã o se divertindo demais
provocando-a para deixar isso passar.
“O cara abalou o mundo dela”, acrescenta Josh. “Eu a peguei olhando para o nada duas
vezes.”
“Espero que vocês só tenham sinal vermelho até o Natal”, murmura Madison.
“Eu nã o fiz nada”, protesto. Exceto agitar seu mundo . O que nos deixa empatados, porque
foi isso que ela fez comigo na sexta-feira.
“Você pode ter luz verde, Oliver.”
Nã o quero que a provocaçã o pare. Quero ouvir tudo sobre a opiniã o dela sobre o nosso
beijo. Quero reviver cada segundo lento e quente disso. Mas se eu deixar isso continuar,
quando eu explicar que fui eu, ela vai me matar e demorar para incitá -los.
Nã o há nada que eu queira fazer menos do que acabar com isso, mas é melhor – e rá pido.
Capítulo Dezenove
Oliver

PENSE RÁPIDO , digo ao meu cérebro enquanto Sami começa a brincar sobre o Grande
Pegadinho Mascarado.
“Má scara nã o começa com S”, digo, “mas presumo que o que quer que estejamos assistindo
comece. O que a aniversariante escolheu?
Sami aceita a mudança de assunto. “Pensei muito sobre isso. Optei pela aliteraçã o, entã o
estamos assistindo a um filme de terror chamado Soul Survivors. Foi lançado quando
está vamos na pré-escola e nunca vi um filme com uma classificaçã o média tã o baixa.”
Madison dá um aperto rá pido em meu ombro para agradecer.
“Parece perfeito”, diz Ruby, e como se estivessem seguindo uma deixa, todos afundam, se
enrolam ou ficam confortá veis.
Ava chama Joey, enquanto Madison puxa os joelhos contra o peito, deslizando e se
ajustando até que ela esteja aninhada no canto da sala. cadeira - a estrutura em forma de A
de suas pernas douradas quase - mas nã o completamente - apoiada em meu abdô men e
peito.
"Estou esmagando você?" ela pergunta.
Esmagando-me sob a tentaçã o de estender a mã o e passar a palma da mã o pela encosta de
sua panturrilha? Afogando-me na necessidade de passar a mã o pela crista de seu joelho e
depois deslizar um ú nico dedo pela suave inclinaçã o de sua coxa? Sim . Eu cerro os dentes.
Definitivamente sim .
Mas me esmagando? "Nã o."
"Legal. Diga-me se eu fizer isso.
Entã o, em um movimento calculado para me matar, ela mexe a bunda para se acomodar
mais no canto da cadeira enquanto Ruby chama por Joey. “Estamos prontos para começar o
filme, Joseph!”
“Bom momento”, ele responde. Alguns segundos depois, ele entra na sala e se acomoda no
sofá , colocando as pernas de Ava sobre as dele. “Os links estã o cozidos e na mesa se alguém
estiver com fome.”
Você nã o poderia me tirar do meu lugar com um pé de cabra. Vou pular o jantar e qualquer
outra coisa que signifique acabar com essa tortura. Isso é carma, mas nã o tenho certeza se é
porque sou um ser humano incrível ou porque voltarei como um besouro de esterco na
minha pró xima vida.
Trinta minutos depois do pior filme de terror que já vi, ainda nã o sei a resposta. Já faz
muito tempo que eu nã o ria tanto, os comentá rios voando com cada fala ou escalada de
enredo que faz tanto sentido quanto um discurso retó rico de Kanye West.
Madison - entre ignorar as ligaçõ es do “papai” em seu telefone - é a mais rá pida e
engraçada. “Isso está em DVD? Seria o presente perfeito para aquela pessoa especial em sua
vida que você realmente detesta.” Ou “Luke Wilson está nisso? Você acha que ele devolveu
o salá rio para que nã o o colocassem na capa?
Evidência de bom carma.
Mas mal começamos o filme quando ela se estica para cravar os dedos dos pés no braço do
outro lado da cadeira. Suas pernas nã o estã o sobre meu colo do jeito que Sami e Ava estã o
sobre seus namorados, mas é bem parecido. Cada vez que ela se inclina para frente quando
pensa que algo estú pido e inacreditá vel vai acontecer, seu cheiro sequestra meu nariz.
Quando ela ri, seu corpo vibra contra o meu – falando sobre ser abalado. Ela agarra meu
joelho quando algo a faz rir ainda mais, e eu tenho que ficar ali sentado, fingindo que cada
toque nã o me leva de volta à noite de sexta-feira.
Definitivamente evidência de carma ruim.
A certa altura, Madison grita: “Pause o filme!” Madison se levanta para colocar Sami de pé.
“Vamos fazer uma encenaçã o dramá tica da pró xima cena e ver o quanto acertamos.”
Ninguém pode culpar a sangria pelo que acontece a seguir.
Sami faz o papel de Main Blonde e Madison faz o papel de Sullen Eliza Dushku. “Joey” - ela
aponta - “você é um namorado de fraternidade estranhamente intenso”.
Balanço a cabeça enquanto ele se levanta. "Desculpe, mas você nã o está tã o intenso com
esse vestido de verã o, cara."
Ele olha para baixo. “Sã o as flores?”
Madison me puxa em seguida. “Você está tã o certo, Oliver. Você será um namorado de
fraternidade estranhamente intenso.
Se ela soubesse o quã o intensamente estou atraído por ela. Nã o consigo pensar em uma
maneira mais rá pida de tornar isso estranho do que isso. "Eu tenho esse."
Surpresa seguida de aprovaçã o cruza o rosto de Madison, mas Charlie e Ruby comemoram;
eles me conhecem bem o suficiente para esperar isso.
Josh e Joey decidem que querem interpretar os perseguidores que podem ou nã o ser reais,
e pelos pró ximos cinco minutos, o caos total irrompe enquanto Sami grita histericamente
sobre como partes aleató rias dela continuam jorrando sangue, Madison rosna sobre Sami,
por favor, pare de sangrar tã o alto porque ela nã o consegue ouvir o assustador mú sica que
diz quando uma coisa ruim vai acontecer, e continuo chegando bem perto do ouvido de
Sami, lançando-lhe um olhar morto enquanto cantarola minha versã o de uma trilha sonora
de filme de terror. Josh e Joey continuam dando sustos.
Nosso pú blico de três pessoas perde o controle. O rosto de Ava está vermelho brilhante, ela
está rindo muito. Ruby fica ofegante: “Nã o posso, nã o posso”, e Charlie nem faz barulho,
apenas respira fundo com um leve chiado enquanto se segura de lado.
Sami finalmente termina a cena caindo no chã o e olhando para o teto sem piscar. “Estou
morta”, ela anuncia. Entã o ela inclina a cabeça para o lado e mostra a língua, estilo desenho
animado.
“Aleluia”, Ruby diz, enxugando os olhos, “porque vocês estavam me matando de verdade.”
Todos voltam para seus lugares, mas Madison me impede com a mã o no meu pulso. “Você
tem alcance, Oliver. Macaco có digo, papai gato e agora ator.”
“Ator nã o é a palavra certa”, eu digo. “O gênio da comédia é provavelmente melhor.”
Ela começa a me puxar de volta para a cadeira grande, mas coloco minha mã o sobre a dela
e dou um puxã o suave para soltá -la. “Estarei aí em um minuto. O gênio precisa de salsicha.”
Ela fica quieta por cinco segundos inteiros antes de dizer: — De nada por todas as piadas
que guardei para mim mesma.
“Você é o verdadeiro MVP”, eu digo. “Você quer alguma coisa da cozinha?”
"Nã o, obrigado."
“Eu irei com você.” Ruby se levanta para me seguir.
Cada um de nó s pega um prato para servir, e Ruby sorri para mim do outro lado da mesa,
onde examina alguns morangos. “É estranho para mim que esta seja a primeira vez que
você vem aqui. Parece normal.
"Sim." Eu já conhecia todo mundo, exceto Sami e Josh, e, de qualquer maneira, via Charlie,
Ruby e Madison o tempo todo. Exceto com muito menos tempo sentado no colo. “Como
você está , Rubi? Nã o te vejo desde o rompimento. Eu nã o deveria mencionar isso? É como
quando alguém morre?”
“Você acha que se nã o tocar no assunto eu vou esquecer o que aconteceu?”
"Sim. Por exemplo, se você nã o disser o nome de Bloody Mary, você nã o a invocará .
Ela lança um olhar falso e assustado na direçã o do pequeno banheiro de hó spedes no
corredor. "Shh, ela vai ouvir você."
Pego dois pedaços de aipo e formo uma cruz. "Estou pronto."
Seu sorriso é maior agora. "Estou bem. Obrigado por perguntar. Hoje está ajudando.”
“Que rude fazer a festa de aniversá rio do Sami por sua causa.”
“Aquele que inventaram no ú ltimo minuto porque nã o aguentavam mais ficar
chafurdando?” Ela me lança um olhar que me avisa para nem tentar fingir.
Jogo um pedaço de edamame (S significa soja) no prato dela. “Que bom que pude ajudar.”
Ela suspira, um som pequeno e silencioso. Ela pega parte da minha cruz de aipo e a morde.
Até a maneira como ela mastiga parece cansada, como se toda a energia que a sustentava
tivesse sido drenada. “Você é um cara perfeitamente legal”, diz ela. “Por que nã o posso
gostar de você?”
“Hum, obrigado?” Meus sentimentos sobre ser chamado de “cara legal” dependem do
contexto, e nã o tenho certeza de qual é esse contexto. “Por que você nã o gosta de mim?”
"Porque." Outro suspiro. “Eu já escolhi você para Madison.”
Lanço um olhar em direçã o à sala de estar. “Você disse que nã o estava tentando nos armar.”
“Eu menti porque você nã o consegue manter uma cara séria e porque Madison nunca teria
concordado em deixar você trabalhar no Gatsby's se ela pensou que eu estava tramando
alguma coisa. Ela dá outra mordida no aipo e espera. Eu olho para ela, sem saber o que
dizer sobre isso.
“Por que me contar agora?”
“Eu te disse, você nã o pode manter uma cara séria. Você já gosta dela. Existe uma razã o
para eu fingir que nã o percebo? Crucificaçã o, crise, crise.
“Para manter minha dignidade intacta”, digo. “Essa é uma boa razã o.”
Ela dá de ombros. “Nã o se preocupe com isso. A maioria dos caras age assim perto dela.
Nã o sei se mais alguém está prestando muita atençã o. Ava, talvez. Ela tem o há bito de
parecer que nã o está prestando atençã o e entã o, bum, ela está te dando um resumo de cada
detalhe que ela absorveu como se fosse um relató rio de laborató rio.”
Esfrego a mã o no rosto. “Isso nã o me faz sentir melhor.”
Ela retarda sua mastigaçã o, pensando. “Charlie conhece você muito bem. Ele pode notar
também, e...
“Pare,” eu digo, aliviada por a piada na outra sala ser alta o suficiente para encobrir nossa
conversa. “Vamos manter isso com você. Só você percebeu.
“Se isso faz você se sentir melhor, Madison definitivamente nã o percebeu.”
Isso acontece. Entã o isso nã o acontece. "Como você sabe?"
“Ela age perto de você como age com todos os caras com quem ela nã o está namorando.
Charlie, Joey, Josh. Energia de grande amigo.
Sua avaliaçã o irrita, mas ela está certa; Madison me trata exatamente como trata todos os
outros caras naquela sala. “Algum conselho sobre como mudar isso?”
“Os gatinhos foram uma boa estratégia”, diz Ruby.
“Nã o sei quantos animais vadios mais posso encontrar para resgatar dentro do clube. Tem
alguma outra ideia?
“Nã o descarte essa possibilidade tã o rá pido”, diz Ruby. “Tem potencial. Preciso de projetos
para me manter ocupado agora. Eu posso fazer alguns pesquise sobre como capturar
guaxinins e gambá s e soltá -los no clube antes de vocês chegarem todas as manhã s.”
Coloco meu prato na mesa e a puxo para um abraço, sua cabeça nem chega aos meus
ombros. “Nossa, Rube, eu aprecio muito isso, mas e se eu te levar para algumas aulas de
paraquedismo ou de encantamento de cobras?”
Ela cheira e me aperta. “Parece chato, mas tudo bem.”
"Bom." Eu a aperto de volta. “Agora, alguma ideia real de como chamar a atençã o de
Madison quando nã o estou usando má scara?”
“Você poderia...” Ela congela. "Mascarar?"
Eu espero, e um segundo depois ela empurra meu peito para poder olhar para mim, com a
boca aberta.
"Você?"
Concordo com a cabeça, tentando nã o rir.
Ela olha por cima do ombro para o corredor ainda vazio e se vira para me cutucar no peito.
“ Você é um cara sexy da salsa?”
Eu levanto minhas sobrancelhas. É um dos melhores apelidos que ganhei. "Meu. Sim."
Seus olhos se estreitam. “Prove.”
Eu pego suas mã os e a conduzo em alguns passos de salsa, girando-a e puxando-a de volta
para o meu peito com força. "Acredite em mim?"
Ruby começa a rir. Para rir e rir e rir, e é por isso que quando Madison vem ver como ela
está um minuto depois, nã o tive a chance de perguntar a Ruby quando e como explicarei
tudo isso para ela.
“Nã o aguento mais isso”, diz Madison, balançando o telefone. “Se eu esquecer que coloquei
meu telefone aqui, nã o me lembre.” Ela marcha até uma gaveta da cozinha e joga o telefone
dentro, fechando-o com um estrondo. “Quanto a vocês dois, meninos e meninas, solicitamos
que voltem à festa. Nã o me faça usar meu pastoreio poderes sobre você. Se eu consigo lidar
com uma mesa de Ano Novo cheia de advogados mal-humorados, vocês dois sã o
brincadeira de criança.
Ruby ainda está sorrindo, mas a expressã o de Madison fica preocupada, e nã o divertida.
“Ruby-Roo, você está dando aquela risada maluca de novo. Como naquele dia de provas
finais em que você nã o conseguia parar? Vamos hidratá -lo e talvez ingerir alguma
proteína.”
Madison vai para as salsichas. Ruby me lança um olhar implorante e murmura: Salve-me .
Um cavalheiro nã o pode recusar um pedido de uma senhora, entã o, quando Madison passa,
estendo a mã o e a prendo pela cintura.
“O que...” Sua pergunta surpresa termina em um guincho quando ela se vê presa na
bagagem de um bombeiro.
Eu olho nos olhos dela, sem sorrir. “Eu nã o posso deixar você fazer isso, Madison. É para
sua pró pria segurança.”
"Fazer o que? Cuidar de Ruby?
“É verdade,” Ruby confirma enquanto nos leva para fora da cozinha. “Se você continuar
pairando sobre mim, eu posso te matar. Oliver acabou de salvar sua vida.
Nó s nos dirigimos para a sala de estar e eu me sento na cadeira, coloco Madison no meu
colo e perco a trama que nenhum de nó s consegue acompanhar de qualquer maneira.
Madison aceitou meu abuso sem objeçã o – devido à surpresa, eu aposto – e embora eu sinta
seus olhares deslizantes em minha direçã o de vez em quando, eu os ignoro. Mantenho os
olhos na tela, mas meus pensamentos estã o doze horas no futuro.
É quando esse braço flexível de mulher com cheiro de caramelo que estou segurando vai
rolar até o Gatsby's com calças de ioga e um coque bagunçado como em qualquer outro dia.
Mas nã o será . Porque assim que verificarmos os gatinhos, estarei sentando na bunda bem
torneada dessa mulher e explodindo sua mente com minha confissã o de má scara.
E se tudo correr bem, vou estragar tudo de novo quando eu a levar lá para cima, para o
canto, para uma reconstituiçã o, só para o caso de haver alguma dú vida.
Há diversas vantagens nesse plano, mas uma delas nã o é insignificante: nã o preciso
descobrir o quã o sério Ruby trata a captura de gambá s.
Capítulo Vinte
Oliver

MEU PLANO DESMORONA com uma mensagem de Matt antes mesmo de meu alarme tocar
na segunda de manhã .

Grande problema. VC caminhou. Precisa se reagrupar.


Eu me levanto na cama e releio, com certeza que entendi mal. Perdemos nosso
financiamento? Como? Na sexta-feira, disseram que era uma fechadura.

A caminho do escritó rio.


Visto jeans e um moletom com capuz, enfio os pés nos tênis, pego a bolsa do laptop e saio.
Durante todo o caminho até o escritó rio, analiso cada conversa, slide e planilha que
compartilhamos com a equipe de investidores durante a visita. Os nú meros sã o bons. Nã o
existe investimento isento de risco, mas para as pessoas habituadas a ver o panorama geral
– uma parte fundamental do investimento – deveríamos ter sido uma aposta fá cil.
Lá dentro, Matt já está me esperando na sala de conferências. É pequeno com vibraçõ es de
aquá rio. Fecho a porta e começo a baixar as persianas.
“Nã o faça isso,” Matt diz. “Eles saberã o que algo está errado. Teremos que sentar aqui e
parecer que estamos falando de uma estratégia regular quando eles começarem a chegar.”
Esta nã o é uma estratégia regular. Isto é gestã o de crises. A pró xima rodada de
financiamento deveria cobrir mais seis meses de pista para nó s, o ú ltimo empurrã o à
medida que avançamos para os testes e lançamento do produto. Era para cobrir a folha de
pagamento de todos que preencheriam esses cubículos em breve – nosso assistente
executivo, nosso gerente de folha de pagamento, nosso contador, nossos desenvolvedores.
Ao todo, temos cerca de duas semanas de capital restante antes de nã o podermos financiar
seus contracheques.
“Eles disseram por que mudaram de ideia?” Eu pergunto a Matt.
“Uma conversa com Raymond. Ele mencionou que temos sido pacientes com nossa equipe
nã o convencional, dando-lhes tempo para aprimorar suas habilidades.”
“Raymond, nã ooooo.”
“Ele teve boas intençõ es com isso”, diz Matt, com a voz cansada. “Mas o esquilo nã o pô de
deixar passar esse fim de semana e convenceu os outros a desistir. Preocupado por nã o
sermos á geis ou com mentalidade empresarial o suficiente para competir no espaço de
startups.”
“Preocupado com os negó cios sendo um có digo para implacá vel?”
"Basicamente."
Olho para o escritó rio. Está tranquilo, mas isso vai mudar em cerca de dez minutos, quando
Martha aparecer para ter certeza de que a cafeteira está fazendo seu trabalho, o que
acontece dez minutos antes mesmo de ela começar a trabalhar. Mas ela gosta de ter o café
quentinho e pronto para todos. Martha tem cinquenta e sete anos, uma avó de nove filhos, e
mal conseguimos fazer com que ela parasse de se preocupar com todo mundo, do que
poderíamos pedir ao sol para tirar um dia de folga.
Martha era secretá ria da escola de ensino médio de Matt e, quando ele voltou para a
reuniã o de classe de vinte anos, ela mencionou que iria se aposentar mais cedo porque era
imunocomprometida. Seu posto na recepçã o significava pegar muitos dos insetos que
prosperam em um ano letivo. A pobre Martha esteve doente tantas vezes nos ú ltimos dois
anos que esgotou todos os dias de licença médica que acumulou depois de trinta anos
quase sem usar nenhum.
Ele a recrutou para trabalhar como nossa assistente executiva e tinha uma política rígida de
trabalhar em casa para qualquer pessoa com pelo menos có cegas na garganta.
Toda a nossa equipe corporativa é seu experimento social, unindo trabalhadores mais
velhos que estã o tentando se manter atualizados com a tecnologia e jovens
desenvolvedores vindos de campos de codificaçã o que nã o têm muita experiência
corporativa no mundo real. É uma equipe de escritó rio dos boomers/Geraçã o Z
supervisionada por um millenial mais velho. E eu, eu acho. Estou tecnicamente
gerenciando. Diretor de tecnologia quando forçado a defini-lo para documentos legais. Mas
como trabalho melhor em condiçõ es de monge, temos uma controladora de trá fego aéreo
aposentada chamada Brenda como gerente de projeto, e ela acha muito mais fá cil
supervisionar as escolhas de contrataçã o nã o convencionais de Matt do que lidar com
malabarismos com 747.
Nã o quero avisar Martha de demissã o. Nã o quero que Victor – um graduado do campo de
programaçã o com a ajuda de uma bolsa para pessoas condenadas por crimes nã o violentos
– tenha que tentar a sorte em um ambiente de trabalho sem Matt. O mesmo vale para
Lacey, uma mã e de 23 anos cujo cuidado dos filhos é interrompido cerca de uma vez por
mês, entã o sua filha de dois anos brinca perto da mesa de Martha enquanto Lacey escreve
documentaçã o ou faz revisõ es de có digo. Matt a deixaria trabalhar em casa, mas sem entrar
em detalhes, ela deixou claro que essa é uma situaçã o de trabalho ainda menos ideal.
Tem Bhani, que aprendeu a programar para poder conversar com o filho sobre o trabalho
dele, mas acabou tendo uma aptidã o para programaçã o que me faz pensar por quanto
tempo terei segurança no emprego com alguém que aprende tã o bem por semana. Ou
Raymond, o ex-professor de oficina do ensino médio que gostou tanto de trabalhar com
CAD que decidiu aprender mais sobre programaçã o e acabou se formando em ciência da
computaçã o como hobby de aposentadoria. Isso o mantém ocupado depois de perder a
esposa dois anos antes.
“Mat.”
"Sim?"
“Temos que consertar isso. Precisamos de pelo menos financiamento suficiente para cobrir
a folha de pagamento até que Raymond e Bhani percebam que sã o perfeitos um para o
outro.”
Apesar das linhas cansadas ao redor dos olhos, Matt dá uma pequena risada. “Você também
vê, hein?”
“Se nã o houver um pool de escritó rios que nã o conheçamos, deixarei de receber meu
salá rio de outubro.” Eu penso sobre isso por um segundo. “Metade disso, de qualquer
maneira. Ainda preciso pagar o aluguel.
“Você está dizendo que nã o tem 1,5 milhã o no bolso, Oliver?” ele diz com um sotaque inglês
á spero.
Você nã o chega aos trinta anos como Oliver sem conhecer Oliver Twist . “Eu nunca guardo
meu dinheiro, pois nã o tenho nenhum para trancar.”
“Nã o, essa é a fala de Fagin. Eu sou Fagin.”
Dou uma risada sem entusiasmo. Como se Matt pudesse ser tudo menos um dos mocinhos.
A porta do escritó rio se abre e Martha entra, acenando para nó s e olhando
interrogativamente pela janela da sala de conferências. Colo um sorriso relaxado no rosto.
Matt acena e se vira para mim. “Cara de jogo, garoto. Precisamos resolver isso com um
sorriso.”
Nas pró ximas duas horas, examinaremos as listas de empresas de capital de risco e
investidores anjos que inicialmente reunimos para lançar nossa startup. Eu tive uma ideia
de software para ajudar pequenas e médias fazendas a competir com a agricultura
corporativa, e Matt tinha mais dez anos de experiência empresarial e conhecimento técnico
suficiente para identificar algo bom. Quando procuramos nossa primeira rodada de
financiamento, a lista tinha quase vinte e cinco nomes. Agora, remover aqueles que já
investiram ou nos recusaram deixa apenas oito possibilidades que ainda nã o exploramos.
Eles sã o todos investidores anjos. Ficamos com os capitalistas de risco porque isso nos
permite manter mais controle da empresa. Os investidores anjos raramente sã o parceiros
silenciosos. Eles têm um interesse ativo no desempenho de seus investimentos e
geralmente exigem uma participaçã o acioná ria.
Meu telefone vibra com uma mensagem.

Onde você está ? Os gatinhos estã o TÃ O FOFOS esta manhã e estou monopolizando tudo
isso.
Um dia que começa à beira de um desastre financeiro pode nã o ser o melhor dia para
resolver todo esse problema de identidade equivocada. Coloco meu telefone sobre a mesa e
apoio os cotovelos nos joelhos, pressionando os olhos nas palmas das mã os.
"Você está bem aí?" Matt pergunta.
"Sim. Fazendo uma reinicializaçã o do sistema. Seus globos oculares nã o se conectam
diretamente ao seu cérebro? Estou pressionando-os, e isso provavelmente vai desligar
qualquer consumo de largura de banda que meu cérebro esteja executando.”
Matt suspira. “Este é o meu trabalho, e eu o farei. Volte para sua caverna de codificaçã o e
continue construindo algo brilhante para que todos queiram gastar seu dinheiro conosco.”
O escritó rio está lotado, e o zumbido baixo que vaza pelo vidro me lembra do que já
construímos e por que é tã o difícil para mim trabalhar aqui. Também me lembra por que é
tã o importante que eu cumpra nosso prazo com a entrega de produtos impecá veis
Programas. Cada uma daquelas vozes que estã o por aí precisam de mim para acertar.
Eu me viro para observá -los, alguns deles em transe com os olhos vidrados, o que significa
que estã o profundamente envolvidos na depuraçã o, alguns deles rindo uns com os outros,
alguns com fones de ouvido, digitando em seus teclados. “Precisamos contar a eles.”
"Ainda nã o." Matt balança a cabeça quando lhe lanço um olhar preocupado. “Dê-me três
dias para ver o que posso fazer. Se eu nã o tiver certeza até lá , contaremos a eles. Eles ainda
receberã o duas semanas completas de pagamento e o tempo que precisarem durante o
horá rio comercial para enviar seus currículos ou ir a entrevistas.”
Três dias. Três dias para encontrar investidores quando a primeira vez demorou quase
quatro meses.
Estamos praticamente prontos, mas Matt conquistou o direito de pedir minha confiança.
“Tudo bem”, digo a ele. “Mas ficarei aqui para trabalhar. Nã o posso obrigar você a fazer isso
sozinho.
“Mais uma vez, eles saberã o que algo está acontecendo. Eles provavelmente já suspeitam
disso com você aqui esta manhã . Dê-lhes paz de espírito enquanto pudermos. C é para
caverna. Esconda-se na caverna.”
Dou a ele meu primeiro sorriso verdadeiro da manhã . “Matt, você acabou de fazer uma
piada sobre codificaçã o.”
“Eu poderia ganhar mais se você usasse Python. Agora saia daqui, para que eu possa
resolver todos os nossos problemas.”
Capítulo Vinte e Um
Madison

OLHO PARA O homem à minha frente, furiosa por ele invadir meu espaço por qualquer
motivo, muito menos para começar uma discussã o um minuto depois de chegar.
“Você está reagindo de forma exagerada a um simples convite para jantar”, diz ele.
Gordon Armstrong ouve a palavra “nã o” tã o raramente que, para ele, parece que estou
sendo dramá tico.
Talvez eu seja. Meu pai tem esse efeito em mim. Mas mantenho a voz mesmo quando
pergunto: — Por que você acha que pode vir aqui e ditar qualquer coisa para mim?
“Esse é o meu trabalho como pai.”
“Minha obrigaçã o de obedecer a você terminou quando eu tinha dezoito anos.”
“Essas sã o palavras de uma pessoa ingrata e imatura.” Sua voz é profunda, passando de
impaciente a tensa.
Eu faço o meu gelado. “O que eu tenho na minha vida agora que devo a você, pai? Cite uma
coisa.
"Sua educaçã o."
“Pelo que lhe agradeci repetidas vezes, embora as taxas do seu clube de campo custem mais
do que minha moradia e mensalidades. É a ú nica corda que lhe resta para puxar, mas
adivinhe? Digo as pró ximas palavras lentamente, dando ao som final uma aguda e plosiva.
“Corte, corta.”
“Isso é conversa fiada para uma mulher que comprou um carro de luxo em vez de pagar a
mensalidade por uma questã o de princípio”, diz ele.
Eu bufo. “Você quer dizer aquele Mercedes usado que a esposa do dono do clube me deu?
Foi um presente quando eles voltaram para a Alemanha, porque usei meus contatos para
formar para eles a equipe de garrafas de elite de Austin.
Ele zomba e meus dedos se apertam. “Suas conexõ es? Você quer dizer strippers e festeiras?
Você poderia estar se misturando com os tomadores de decisã o que governam esta cidade.”
Eu me forço a me acalmar antes de responder. Nã o quero que ele ouça nem um pingo de
má goa em minha voz por nunca poder reconhecer nenhuma de minhas realizaçõ es. “Eu
pagarei quando eu tiver trinta anos, pai. Mas agora, eu divido o aluguel de quatro maneiras
com mulheres que também trabalham para ganhar a vida, e o que nã o vai para minhas
despesas nã o precisa da sua aprovaçã o sobre como eu gasto. Se a mensalidade é tã o
importante para você, tire-a da minha confiança. Cerca de um mês de juros deve cobrir
todos os quatro anos, certo?”
Ele dá um passo para trá s antes de se manter firme, e fico feliz pelo pequeno espaço extra.
Meu pai é alto e usa uma camisa de botã o perfeitamente ajustada aos ombros largos, mas é
a presença dele que preenche qualquer ambiente em que ele esteja. “Madison, isso nã o é...”
“Você nã o vai fazer isso, é claro”, digo, ignorando sua interrupçã o. “Você quer continuar
balançando isso em cima de mim. A dívida da minha educaçã o. Que tal isso, pai? Você sabe
para onde vai toda a minha renda disponível em vez de pagar de volta? Uma vítima fundo.
Para Daca. E assim que eu receber minha herança, é para lá que tudo irá também.”
Um rubor surdo aparece em suas bochechas. “Nã o fique aí sentado e pregue para mim
sobre seus ideais quando seu pró prio orgulho o impede de fazer qualquer bem real. Você
poderia ter esse dinheiro agora, se quisesse.
“Se eu me casar com alguém que você aprova”, respondo.
“Você nem precisa se casar para começar a exercer influência real”, diz ele. “Você poderia
ocupar seu lugar no conselho de nossa filantropia. Você poderia ter o voto controlador em
uma dú zia de instituiçõ es de caridade diferentes se fosse tã o altruísta. Sua irmã tem mais
influência no mundo real do que você, e a tinta no diploma dela ainda nem secou.”
“Ela nem está no controle de si mesma. Você é."
“Madison,” ele diz, tornando sua voz calma. Razoá vel. Ele está projetando vibraçõ es de
“adulto na sala”. Isso me dá vontade de gritar o tipo de palavras que ele diz no campo de
golfe.
"Pai." Eu forço isso com os dentes cerrados.
“Madison Leigh. Você deixou claro o seu ponto. Já é suficiente. Venha para casa. Você pode
administrar a Fundaçã o Armstrong.”
“Isso faz alguma coisa além de patrocinar a arrecadaçã o de fundos para a sinfô nica? Como
consertar um ú nico erro que esta família cometeu?
“Isso é o suficiente”, diz ele. “Pagamos nossas multas.”
“Porque você perdeu todas as apelaçõ es!” Os ú ltimos resquícios do meu temperamento
desaparecem e eu nã o me importo. “Estou tã o farto do seu...”
Um estrondo vindo do almoxarifado interrompe minhas palavras.
Deve ser Oliver.
Eu tive uma testemunha de toda essa cena humilhante?
Capítulo Vinte e Dois
Oliver

EU NÃ O DEVERIA ESTAR ouvindo essa briga entre Madison e o pai dela, mas quando
cheguei e encontrei um Bentley estacionado ao lado do carro de Madison, tive a sensaçã o
de que sabia a quem ele pertencia.
Eles nã o me ouviram por causa das vozes elevadas quando entrei e, quando parei para
avaliar a situaçã o, a raiva era tã o palpá vel que nã o pude sair até ter certeza de que nã o iria
transbordar.
Já ouvi muito mais do que deveria, paralisado sobre o que fazer. Saio e volto? Ficar parado
até que terminem?
“Porque você perdeu todas as apelaçõ es!”
Ah, isso nã o é bom. Madison está oscilando no limite.
“Estou tã o farto do seu...”
Empurro uma pilha de engradados de uísque para distraí-los e tudo fica em um silêncio
mortal. Faço uma pausa, respiro fundo e entro no campo de visã o. “Opa, Mads, talvez eu
tenha...”
O pai dela dá meia volta e me encara com um olhar mal disfarçado. Ele exala dinheiro e
poder. Aposto que os sapatos dele custam mais do que duas parcelas do meu carro, e sua
cabeleira grisalha definitivamente só vai para um salã o caro.
“Ah, ei”, eu digo. “Você é Heinrich? Eu sou Oliver. Obrigado por me deixar trabalhar aqui.
“Eu nã o sou Heinrich”, diz ele, já se voltando para a filha como se nã o valesse a pena
terminar a frase. “Ligue-me quando estiver pronto para falar sobre isso, Madison Leigh.”
“Tchau, papai”, ela diz, e seu tom é tã o doce que chega a ser venenoso. Só percebo o Sr.
Armstrong se encolher porque ele passa por mim na saída, mas ele nã o me reconhece.
Quando a porta se fecha atrá s dele, encosto-me na parede em frente ao escritó rio,
esperando para ver o que Madison precisa.
Ela me encara, mas nã o me vê. “Quanto disso você ouviu?”
“O suficiente para ser o time Madison.” O suficiente para desejar que fosse meu direito
entrar no escritó rio e abraçá -la, dizer-lhe que tudo ficará bem.
Ela se concentra em mim. "Obrigado."
"Você quer falar sobre isso?" Eu pergunto.
Ela balança a cabeça, mas é um gesto lento e cuidadoso, como se doesse.
“Você ficará bem se eu for pegar algo lá fora bem rá pido?”
"Claro." Ela se vira para a mesa como se estivesse pronta para voltar ao trabalho. Mas nã o
há nada sobre a mesa.
Praticamente corro para o galpã o. Tabitha está com os gatinhos, que estã o tã o activos como
nunca os vi, balançando até que as suas grandes cabeças os desequilibram e eles tombam
uns contra os outros como pequenos bêbados peludos.
“Tabita.” Ela se levanta para sentar nas patas traseiras e me observa, sem piscar. “Estamos
deixando você aqui porque você parece gostar, e os especialistas dizem para evitar
perturbando os gatinhos. Mas Madison precisa de um pouco de amor agora, entã o podemos
trazer os bebês para ela?
A cauda de Tabitha se contorce, entã o ela se levanta e me dá um miado curto. Eu saio do
caminho dela e ela passa por mim, parando no asfalto para me olhar como: Bem ?
“Sim, senhora”, digo a ela. "Obrigado." Puxo a bainha do meu moletom para fazer um
avental e pego as almofadas, arrumando-as uma de cada vez.
No momento em que caminho cuidadosamente para o escritó rio, Tabitha está no colo de
Madison. Ela dá um tapinha na bochecha de Madison com a pata, e eu juro que é uma
pergunta.
Uma lá grima escorre pelo rosto de Madison e Tabitha olha para mim por cima do ombro.
Espera-se que eu conserte isso.
Essa lá grima é um choque. Já a vi ser engraçada, charmosa, atrevida, sarcá stica e pateta
com os gatinhos, mas nunca a vi chateada até hoje. Nunca realmente irritado. Nã o é que eu
ache que Madison esteja sempre feliz, sem nuvens no céu. Houve dicas. A maneira como sua
mandíbula fica tensa quando sua mã e ou seu pai aparecem em seu identificador de
chamadas. O leve toque de humor que só pertence a pessoas que foram magoadas e sabem
como machucar em troca. Pessoas que sabem, mas optam por nã o saber.
Até hoje.
Nã o tenho certeza se a lá grima escorrendo por seu rosto é por causa do modo como seu pai
falou com ela ou do modo como ela falou com ele. Ele merecia tudo o que ela disse, até onde
eu sabia, mas conhecendo Madison, vendo o jeito que ela cuida de todo mundo, desde Ruby
até os gatinhos, poderia ser qualquer um dos dois, mas aposto que sã o os dois.
Uma segunda lá grima persegue a primeira e a represa se rompe. Dou um passo e retiro o
menor gato malhado da minha camisa. Eu sei que ela tem uma queda pelo baixinho de
listras cinza.
"Gatinho?" Eu digo, oferecendo a ela.
Ela balança a cabeça e o pega, colocando-o contra o peito. Sento-me encostado na parede do
escritó rio, com as pernas cruzadas, para dar um ninho aos gatinhos. “Tabitha disse que eu
poderia trazê-los.”
Madison dá um pequeno aceno de cabeça. “Tabitha é uma boa” – sua voz falha e fica aguada
– “mã e”.
Meu telefone vibra e já sei quem será . “Madison, minha mã e está ligando. É essa coisa de
sexto sentido que ela faz. Ela é boa em conselhos. Você quer pegá -la emprestada?
Ela balança a cabeça negativamente.
“Você se importa se eu responder bem rá pido, de qualquer maneira?”
Outro nã o.
Mudando de posiçã o com cuidado para nã o atrapalhar os gatinhos, tiro meu telefone do
bolso.
“Ei, querido”, minha mã e diz quando atendo. "Algo está errado? Eu tenho essa sensaçã o.”
"Ei mã e. Estou bem, mas meu amigo está tendo uma manhã difícil. Eu disse a ela que ela
poderia pegar você emprestado, mas tenho certeza que ela se sente estranha com isso
porque ela nã o conhece você. Levanto as sobrancelhas para Madison, que balança a cabeça.
“Pergunte se você pode me colocar no viva-voz”, diz minha mã e.
Madison parece desconfortá vel, mas concorda.
“Você está no viva-voz, mã e. Esta é Madison.
“Ei, Madison. Nã o sei o que aconteceu, mas tenho certeza de que nã o foi culpa sua.”
Madison me dá um sorriso aguado.
“Ela está muito triste, mã e. Eu dei a ela um gatinho. O que mais devo fazer?”
“Dê a ela outro gatinho. Dois é melhor que um."
Madison estende a mã o e eu lhe dou Tuxie, que ela prontamente aconchega em seu peito.
“Ok, talvez isso tenha ajudado”, eu digo. "Qual o proximo?"
“Você gosta de abraços, Madison?” minha mã e pergunta. “Oliver dá os melhores abraços.”
"Sim." A voz de Madison está cheia de lá grimas.
“Oliver, dê outro gatinho para Madison.”
"Verificar."
“Entã o abrace-a até que ela se sinta melhor.”
"Nele."
“Me ligue mais tarde, Madison”, diz minha mã e. “Vou precisar saber como você está . Se você
nã o fizer isso, terei que colocar Oliver de castigo.
“Sim, senhora”, diz Madison.
“Amo você, querido”, diz minha mã e.
“Também te amo, mã e.” Termino a ligaçã o e olho para Madison. “Eu tornei tudo pior?”
"EU . . . nã o acho? Eu nã o faço muito isso, entã o nã o sei do que preciso.” Ela parece
frustrada e cansada.
“Você nã o briga muito com seus pais?”
“Eu brigo com eles o tempo todo.” Ela olha para os gatinhos. “Eu nã o choro loucamente
desde os dezessete anos.”
“Sinto muito”, eu digo. “Minha mã e provavelmente ligaria e daria um sermã o para você, se
você quisesse.”
Ela funga e ri. “Você deveria me dar todos os gatinhos. Foi o que sua mã e disse.
"Todos? Eu ouvi 'outro'. Aqui está um gato malhado robusto. Começo a pegá -lo, mas
Madison balança a cabeça.
“Todos”, ela repete. “Dê-me ou eu conto.”
"Multar." Entrego os outros dois. "Sentir-se melhor?"
Ela se levanta de repente e, antes que eu possa me levantar também, ela está bem na minha
frente. “Você pode fazer a parte do abraço. Exceto que ainda preciso dos gatinhos, entã o
acho que você vai ficar com todos nó s.
Zero objeçõ es a isso. Estendo a mã o enquanto ela vira as costas para mim, levando seus
quadris para guiá -la para uma aterrissagem suave em meu colo. Quando ela se acomoda,
ela encosta a cabeça no meu peito.
“Tudo bem se eu chorar mais um pouco?” Seu pedido é silencioso o suficiente para partir
meu coraçã o.
Envolvo meus braços em volta dos dela, para ajudá -la a segurar os gatinhos. Para ajudá -la a
desmoronar. "Claro."
No começo, nã o acho que ela aceite isso, mas quando, depois de um tempo, penteio seu
cabelo para trá s para ver seu rosto, seu rosto está molhado de lá grimas que rolam
lentamente. Uso a manga do meu moletom para secá -los para ela, depois a abraço
novamente para que ela possa chorar mais um pouco.
Eventualmente, ela murmura algo que nã o ouço.
"O que é que foi isso?" Eu pergunto.
“Quero que você saiba que meu pai entendeu tudo errado.”
"Eu sei."
Ela farfalha contra mim, reassentando-se. “Mas você nã o. Ele e eu trabalhamos basicamente
com o mesmo conjunto de fatos, mas ele os faz parecer feios. Ele faz parecer que eu sou a
razã o pela qual eles sã o feios. Eu odeio isso. E agora você tem informaçõ es suficientes para
presumir o pior.”
“Eu nã o tenho. Eu nã o vou.
“Qualquer um faria.”
Aqui está , o maior obstá culo que tenho com Madison: tentar fazer com que ela veja que nã o
sou qualquer um. "Me teste."
A certa altura, Tabitha aninhou-se na cadeira do escritó rio de Madison, cuidando da sua
ninhada. Agora ela desce e se aproxima.
“Eles precisam comer.” Madison se mexe para poder sair do meu colo e ficar de joelhos.
“Ajude-me a desfazer as malas?”
“Vou pegar a cama deles”, digo a ela, levantando-me para pegá -la no galpã o. Coloco-o no
canto e realoco dois dos gatinhos. Tabitha sobe e deita-se enquanto seus filhos começam a
trabalhar, e Madison gentilmente adiciona os outros dois.
Ela se endireita sem olhar para mim. “Quero contar a você, mas nunca tentei explicar tudo
antes.”
Tenho horas de codificaçã o para fazer e isso é mais urgente do que nunca.
“Tenho tempo”, digo. “Vamos encontrar um lugar confortá vel?”
Entã o Madison me leva até uma mesa de dança cercada por um banco almofadado. Ela
escolhe um lugar para se acomodar, cruzando as pernas e apertando as mã os no colo. Ela
olha para seus dedos firmemente entrelaçados.
E ela começa a falar.
Capítulo Vinte e Três
Madison

“VOCÊ PROVAVELMENTE JÁ DEVE TER ADIVINHADO QUE MINHA família é estupidamente


rica”, digo a Oliver.
“O Bentley meio que entregou tudo. A gritaria sobre sua confiança confirmou isso.”
“Vinte milhõ es de dó lares”, digo a ele.
"Uh o quê?"
“Meu fundo fiduciá rio. Isso é quanto custa. Minha avó preparou um para cada um de seus
netos. Somos três, contando uma prima, eu e Kaitlyn, minha irmã .”
“Cada um de vocês ganha tanto assim?” Ele está tentando manter a expressã o neutra,
fechando a boca quando ela começa a se abrir.
Eu balanço minha cabeça. "Seu rosto."
"É tã o bonito?" ele termina.
Reviro os olhos para ele, embora admita que é um rosto fofo. Alguns caras sã o assim
quando você os conhece. “O rosto que você está Tentar nã o inventar é a razã o pela qual
nunca contei a ninguém toda essa histó ria. Conheço Ruby, Sami e Ava desde que éramos
calouros na UT. Eu os levei para a casa dos meus pais uma vez durante nossas primeiras
férias de inverno, e todos eles tentaram agir discretamente sobre uma festa do pijama de
fim de semana em uma mansã o, mas eu os pegava trocando olhares, e eu odiava isso. .”
“Aparência malvada? Eu estava fazendo uma cara feia?
Balanço a cabeça, tentando pensar em como explicar isso. “Você já parou em um bom
restaurante e os manobristas estacionam todos os carros mais caros bem na frente, entã o
todo mundo no seu carro enlouquece com as Ferraris ou algo assim?” Quando ele acena
com a cabeça, eu digo: “A vinda deles à minha casa foi assim, embora tentassem esconder.
Isso me fez sentir como se eu nã o fosse mais seu amigo de dormitó rio. Eu me tornaria algo
exó tico. E nã o identificá vel. Essa é a parte que mais odeio, porque naquela época eu tinha
vergonha de tudo que havia conseguido com o dinheiro corrupto deles. Eu nã o queria estar
conectado a isso.”
“Eu nã o sou assim”, diz ele. “Conheci pessoas ricas, embora você seja o primeiro milioná rio
que sentou no meu colo.”
Eu sorrio, mas o endireito. “Eu nã o sou milioná rio.”
"Certo. Multimilioná rio."
"Nã o. Eu estou bem. Seis dígitos, apenas, mas isso é tudo do trabalho.”
Agora ele parece realmente chocado. “Espere, você ganha isso fazendo serviço de garrafa
nos finais de semana? Você está contratando? Vou usar uma saia.
“Gorjetas mais um salá rio base suplementar para fazer a contabilidade, contratar e treinar
novos garçons, agendar, folha de pagamento e gerenciar as vendas de bebidas alcoó licas.
Faça um favor a si mesmo e nã o fique surpreso por eu poder fazer tudo isso, ou posso
escolher a violência.”
“Por que eu ficaria surpreso?”
Sua confusã o honesta me faz querer beijá -lo. Figurativamente. “Porque passo muito tempo
tentando dar a impressã o de que ando de skate, parecendo bem e flertando?” Eu deixo cair
minha cabeça em meu mã os com uma pequena risada. “Estou uma bagunça e tudo tem a
ver com dinheiro.”
“O dinheiro que você nã o tem? Honestamente, nã o sou burro, mas estou tendo dificuldade
em acompanhar.” Ele parece tã o arrependido que eu rio novamente.
“Vamos começar com uma vez e se você precisar dividi-lo em um fluxograma, me avise.”
Ele me dá um sinal de positivo duplo e cético, entã o começo a histó ria, aquela que o resto
dos meus colegas de quarto conhece, desde a fundaçã o da Copperhead Boots até o
casamento dos meus pais. Deixo de lado toda essa coisa de beijar sapo, mas em minha
defesa, é só porque me faz parecer incrivelmente idiota por acreditar nisso.
“E essa é a histó ria profunda.”
“Até agora, tudo bem”, diz ele. “Nã o preciso do fluxograma.”
“Esta é a parte da histó ria que nã o contei antes.” Respiro fundo para me acalmar. Nada do
que vou dizer faria meus amigos me julgarem ou gostarem menos de mim, mas faria com
que me olhassem de maneira diferente. É só porque Oliver é um novo amigo que estou bem
em correr esse risco.
“Ao crescer, entendi que tínhamos mais do que as outras pessoas. No ensino médio, percebi
que éramos ricos. Na faculdade, comecei a entender o quã o rico, mas naquela época nã o
queria que ninguém soubesse da minha família.”
“Você estava preocupado em ser usado?” ele pergunta.
Eu balanço minha cabeça. "Nã o. Eu estava preocupado com alguém pensando que eu era
como meus pais. A maneira mais generosa que posso descrevê-los é sem escrú pulos. Um
enorme escâ ndalo financeiro estourou quando eu era jú nior e, assim que entendi, assumi
como missã o puni-los quando os tribunais foram muito fá ceis com eles.” Pego meu telefone
e aceno para ele. “Você já está morrendo de vontade de pesquisá -los no Google? 'Por que as
Indú strias Armstrong sã o uma merda?' seria uma boa pesquisa para começar.
“Madi. . .” Sua voz é suave.
“Essa é a primeira vez que você me chama assim.”
“Nã o deveria?”
Eu dou de ombros. “É como todos os meus amigos me chamam. Vá em frente."
“Você vai me contar, Madi?”
Oliver é assim. . . presente . Mal me lembro de ter pensado que ele era estranho quando o
conheci. Talvez ele fosse tímido no início, mas Oliver agora está tã o confortá vel consigo
mesmo que nã o acho que passaria pela cabeça dele ficar constrangido.
Eu estudo seus olhos através dos ó culos. “Você já usou lentes de contato?”
Ele fica imó vel. "Por que?"
“Aquele anel de ouro em volta de suas íris é intenso. Você poderia aumentar seu rizz, fá cil.
Ele me dá um meio sorriso. "Você está dizendo que eu preciso?"
“A maioria dos caras nã o quer?”
“Talvez se eles nã o conseguirem mulheres.”
“Oliver!” Seu meio sorriso ainda está lá . Nã o, isso é um sorriso malicioso, do tipo que é
natural para caras como Joey e Josh. É um sorriso merecido usado por caras que já têm uma
base alta de rizz - o nome estú pido que estamos dando ao carisma este ano.
“Eu gosto dos meus ó culos, Madi. Esta é a sua maneira de mudar de assunto?
"Nã o." Mas agora eu quero dar continuidade à ideia de Oliver, Rizz, e como ele é sem ó culos.
“Você ia me dizer por que a Armstrong Holdings é uma merda?”
“É pesado,” eu o aviso.
"Entendido."
Uma sombra do sentimento doentio e desamparado que me invadiu no dia em que descobri
a verdade, há quase dez anos, serpenteia através de mim agora. “Copperhead Boots é a
nossa marca de prestígio. Isso poderia manter meus pais confortá veis pelo resto de suas
vidas. Iate privado confortá vel. Nunca precise trabalhar confortá vel. Mas isso nã o foi
suficiente para meu pai. Ele tem uma mente empresarial brilhante, mas ele vê tudo em
termos de nú meros. Lucro. Ele viu oportunidades em meados dos anos 90 para se expandir
para a moda rá pida e fundou a Jeneze, que é um trocadilho com as primeiras fiaçõ es que
tornaram possível a fabricaçã o de têxteis em massa.
Um trocadilho, quando nada sobre isso era engraçado. “Ele adquiriu fá bricas em países de
rendimentos mais baixos, onde conseguia edifícios e mã o-de-obra baratos. Isso colocou
Jeneze na posiçã o perfeita para explodir quando o comércio pela Internet decolou. Jeneze
conseguiu crescer mais rá pido do que os gigantes do varejo tradicional. O meu pai ordenou
aumentos na produçã o nas suas fá bricas existentes, mas a sua jó ia da coroa era o
Bangladesh. Ainda é. Segundo maior produtor de vestuá rio pronto a seguir à China, e
mesmo quando o governo restringiu a propriedade de novas fá bricas aos cidadã os do
Bangladesh, Jeneze enriqueceu o suficiente os habitantes locais para que eles servissem
alegremente de fachada para a compra de mais fá bricas.”
Oliver nã o se moveu, nã o tirou os olhos de mim, mas eu me mexo na cadeira de qualquer
maneira, de repente incapaz de encontrar uma posiçã o confortá vel. "Desculpe. Eu sei que
isso está seco.
"Nã o é."
Isso é tudo que ele diz.
“Kaitlyn e eu fomos treinados desde pequenos que as roupas que Jeneze fabrica nã o sã o
para usarmos; isso é para outras pessoas, pessoas com orçamentos que precisam de uma
maneira fá cil de acompanhar as tendências. Os Armstrong compram nas boutiques e nos
salõ es de beleza, mediante agendamento prévio, apenas para convidados, e pagam pelo
menos vinte vezes mais pela versã o de alta-costura das imitaçõ es que nossas fá bricas
produzem. Mas vender imitaçõ es baratas é a forma como poderíamos levar o jato da
empresa até a Bergdorf Goodman para que eu pudesse comprar um biquíni Eres de US$
700.”
Pela primeira vez, Oliver demonstra algum choque. “Um biquíni de US$ 700? Paguei isso
por um terno e até isso me pareceu demais.”
“Só o usei duas vezes antes de perdê-lo numa viagem ao Havaí com os filhos do
governador.” Eu me inclino para frente, desafiando-o. “Nojento, nã o é? O privilégio. O
direito.
“Você superou isso. Faça uma pausa.
“Que tal a parte em que as prá ticas comerciais antiéticas do meu pai pagaram pelo nosso
estilo de vida hipó crita?”
Ele esfrega a mã o no queixo. “Nã o é ó timo, mas. . .”
"Mas o que? As imitaçõ es sã o legais? Simplesmente suprindo a demanda?”
“Nã o é assim que eu faria negó cios, mas sim.”
“Mas Oliver,” eu digo com falsa seriedade, “na verdade era um bem moral que está vamos
fazendo. Essas fá bricas proporcionaram tantos empregos que, pela primeira vez, milhares
de mulheres conseguiram trazer para casa um salá rio para as suas famílias. A indú stria do
vestuá rio pronto revolucionou a economia de Bangladesh. Tanta oportunidade. Meu pai
nos contou tudo sobre como a empresa estava mudando vidas.”
Oliver sente uma armadilha. "Mas . . .”
Sento-me com força contra a cabine. “Mas tive de questionar a sua versã o dos
acontecimentos quando uma fá brica de Jeneze ruiu e matou mais de duzentos funcioná rios,
quase todos mulheres. Outros quatrocentos sofreram ferimentos tã o graves que causaram
incapacidade permanente.”
A mandíbula de Oliver endurece.
“Essa nem é a pior parte. A empresa nã o conseguiu controlar o fluxo de informaçõ es e o
colapso ganhou as manchetes em todo o mundo porque quase um terço das vítimas eram
crianças. Meninas de apenas dez anos eram mantidas fora da escola para trabalhar.”
“Eu nem sei o que dizer. Isso é horrível."
“Mas você já se sente mal, Oliver? Porque você está prestes a fazer isso. Lembrar
transportou o peso daquelas horas e dias horríveis para o meu corpo no presente, meus
dedos cavando nas bordas do banco, meu queixo tenso e meus olhos secos como quando
estou com febre.
Pressiono as mã os nas bochechas. Nã o sei se meu rosto está quente ou minhas mã os estã o
frias, mas o contraste é gritante. Deslizo para fora da cabine.
“Sinto muito, Oliver. É por isso que nunca contei a histó ria. Eu sabia que iria perdê-lo.
“Ei, ei, nã o”, diz ele, deslizando para fora também. “Venha aqui, Madi. Nã o se desculpe.
Cada parte de mim está rígida de raiva, mas nã o resisto quando ele me puxa para ele, me
acomodando contra seu peito. Entre a festa de Sami ontem e o ombro para chorar hoje, seu
corpo está começando a parecer familiar, como se o meu sempre soubesse o tamanho e a
forma dele.
Ele apenas me abraça, sem tentar me dar tapinhas ou fazer qualquer ruído reconfortante,
mas a batida constante de seu coraçã o sob minha orelha me acalma depois de alguns
minutos. À medida que a tensã o diminui de mim, seu aperto relaxa para combinar.
“Posso te contar uma coisa?” ele pergunta.
"Sim."
“Eu já sabia que seu pai estava errado por gritar com você, mas agora gostaria de ter dado
um soco nele.”
Estou tã o surpresa que nã o digo nada por um segundo, e entã o rio da ideia do calmo Oliver,
de moletom e ó culos, socando alguém. “Se você quiser acertá -lo onde dó i, você tem que
desafiá -lo. Revolta direta.”
“Isso parece satisfató rio. É isso que você tem feito nos ú ltimos anos?
“Parece mesquinho, mas é tudo o que tenho para os pró ximos quatro anos.”
“Isso remonta ao fundo fiduciá rio?”
"Bingo." Eu examino o clube. “Olha, se vou contar a ú ltima parte sem acabar de novo,
preciso me mudar.”
“Gosta de dançar?”
Eu rio novamente de sua expressã o cautelosa. “Mais como violência nã o violenta.”
Ele parece perplexo apenas por uma fraçã o de segundo. “Oh, seu boxe aéreo.”
Eu finjo estar ofendido. “Chama-se Tae Bo, muito obrigado.”
“Se essa é outra linguagem para o kickboxing dançante, entã o sim. Estamos falando da
mesma coisa. Que tal a violência nã o violenta, mas torná -la satisfató ria?”
"Como?"
“Faremos uma daquelas coisas que você vê os boxeadores praticando, onde seu sparring
segura e eles batem. Luva de foco.”
"Estou dentro."
Cinco minutos depois, estamos no meio da pista de dança, eu com panos de prato
amarrados nos punhos, Oliver segurando uma luva de foco enorme que ele equipou com
uma almofada de banco e fita adesiva.
“Conte-me o resto e dê um soco com a frequência e a força que você precisar”, diz ele. “Isso
deve ser grande o suficiente para chutar também.”
Faço um cruzado de direita e ele absorve com a luva.
Ele sorri para mim. "Vamos."
É o que faço, socando quando preciso, seguindo cada lembrança com outro golpe contra o
alvo.
Tudo se revela: como Jeneze pagava abaixo do salá rio mínimo, por isso as mã es levavam as
filhas para as fá bricas para ganharem o suficiente para a alimentaçã o da família. Como
todas as fá bricas tinham condiçõ es de trabalho inseguras. Má ventilaçã o, pisos de produçã o
sobrelotados e sobreaquecidos, ITUs regulares para muitas das mulheres porque nã o havia
casas de banho utilizá veis.
Investigaçõ es foram abertas, processos judiciais se acumularam e meu pai mentiu, acendeu
gá s ou subornou pessoas para resolver o problema. Por anos.
Faço uma pausa aqui, o suor escorrendo pelo meu peito, respirando com dificuldade.
Oliver se endireita para esticar as costas. "Desculpe, mas eu gostaria muito de ter dado um
soco nele."
Faço um gesto com minha luva improvisada para que ele abaixe a luva para que eu possa ir
novamente. “Esta ú ltima parte é a pior.” Dou um chute tã o forte que Oliver grunhe e dá um
passo para trá s.
Ele reinicia. "Diga-me."
“Se a responsabilidade dele tivesse terminado aí, já teria sido ruim o suficiente. A descriçã o
menos contundente do seu comportamento sã o prá ticas laborais injustas, mas há muitas
ONG de comércio justo que definiriam isso como escravatura infantil.”
Oliver aprofunda sua postura, sentindo a crista da onda.
Bons instintos. Eu mando um combo de golpe cruzado na luva, mesmo com os nó s dos
dedos latejando.
“Quando a fá brica desabou, o tempo todo ele tinha seus consertadores comprando e
mentindo para evitar qualquer repercussã o séria, e ele alegou que Jeneze também foi uma
vítima, fraudada por um gerente de prédio duvidoso que lhe disse que o prédio estava de
acordo com o có digo .”
Eu mudo para uma postura de chute e foco no meio do alvo. “A secretá ria dele estragou o
jogo. Quando ela percebeu que o ú ltimo processo aberto estava indo embora, ela produziu
uma có pia de um e-mail para meu pai dois dias antes do desabamento do prédio e o enviou
para a ONG que ajudava as vítimas do desabamento a obter indenizaçã o. O e-mail era do
diretor de operaçõ es em Dhaka, solicitando permissã o para fechar temporariamente
aquela fá brica devido a uma grande rachadura que apareceu na parede do terceiro andar
apó s um pequeno terremoto.”
Chute frontal. “Mas o prédio nunca foi construído de acordo com o có digo e as má quinas
eram muito pesadas, e bastou um terremoto de 3,2 graus para que ele quebrasse.” Chute
lateral. “O fechamento de uma fá brica tem que passar pelo CEO.” Chute para trá s. “Gordon
Armstrong disse nã o.” Golpe, cruz, gancho. “O diretor mandou um e-mail novamente,
dizendo que o capataz estava mandando todos para casa e dizendo para ficarem lá até que
o prédio estivesse seguro.” Golpe de joelho, golpe de joelho. “Gordon Armstrong disse ao
diretor demitir qualquer um que saiu, sem salá rio final.” Gancho de esquerda, gancho de
direita, gancho.
Meus dedos estã o gritando. Eu nã o ligo. “O capataz recuou. O trabalho continuou. Dois dias
depois, o prédio desabou.” Chute lateral. “A ordem do meu pai foi a sentença de morte.”
O rosto de Oliver está sombrio e ele está pronto para o chute final. Eu bato na luva, mas
assim que deixo cair o pé, ele joga a luva fora e sai com uma sugestã o profana de duas
palavras sobre o que Gordon Armstrong deveria fazer consigo mesmo.
Eu nã o discordo.
Ele ronda até o outro lado do clube antes de parar, com as mã os entrelaçadas atrá s da
cabeça, olhando para uma parede vazia.
Desembrulho minhas mã os enquanto espero. Meus dedos estã o vermelhos e inchados, e eu
os flexiono. Vou precisar de gelo. E encontrar uma academia de boxe, porque dar socos é
incrível.
Finalmente, ele se vira e volta. “Por que sinto que controlar o fundo fiduciá rio é seu pai
jogando damas enquanto você joga xadrez tridimensional?”
Eu dou a ele um sorriso lento. “Ora, Oliver, como é bom ser visto.”
Um sorriso triste surge em seus lá bios e ele balança a cabeça. “Precisamos fazer algo com
suas mã os. Quer me contar seu plano nefasto enquanto eu os congelo?
“Eu me sinto como um boxeador de verdade”, digo, saltando e balançando os ombros como
se estivesse prestes a entrar no ringue. “Como chamam o cara que esguicha á gua na boca
do lutador entre os rounds?”
“O homem no canto? Esse é o cornerman.
Eu paro de pular. "Realmente?"
"Realmente. Agora deixe-me ser seu cornerman.”
Enquanto o levo até o freezer mais pró ximo, as endorfinas surgem em meu sistema. Isso
tem um pouco a ver com socos, mas tem muito a ver com ter um homem como Oliver ao
meu lado.
Capítulo Vinte e Quatro
Madison

"A CONFIANÇA. POR ONDE eu começo?” — pergunto enquanto nos conduzo ao bar. “O caso
foi para tribunal. Ele pagou milhõ es de dó lares para atrasar. Ele ficou sem tá ticas de
protelaçã o. Ele perdeu. Ele apelou. Finalmente, ele perdeu seu ú ltimo recurso há três anos e
Jeneze pagou um acordo de quatrocentos milhõ es de dó lares. Depois pagaram o dobro
disso como parte de um acordo judicial que permitiu a todos evitar a pena de prisã o.”
Oliver encontra uma caixa de luvas descartá veis em um dos cubículos do bar e começa a
encher uma delas com gelo.
“O tempo todo isso está acontecendo, estou vivendo na Matrix, começando a ver tudo na
minha vida de forma diferente. Como meus pais usaram o dinheiro e a culpa para controlar
tudo, inclusive eu, durante toda a minha vida. Eu me senti impotente para fazer qualquer
coisa a respeito, entã o prometi que, nã o importa o que acontecesse, eu nã o cresceria para
ser eles. Decidi no segundo em que poderia garantir meu independência financeira com a
minha confiança, eles nã o teriam voz na minha vida. Eu me tornaria o oposto deles em
todos os sentidos.”
Ele me pega e me coloca no balcã o do bar como se eu fosse do tamanho de um Sami, mas
definitivamente nã o sou. Ele nem parece registrar meu suspiro quando se inclina para
olhar meus dedos doloridos. Seu toque é gentil enquanto ele cutuca, e eu fico quieta,
observando-o.
Ele olha para cima. “Mas o jogo de xadrez está em jogo e você está dez lances à frente.”
Abro um sorriso para ele. “Eu percebi, por que esperar? Posso precisar do meu fundo
fiduciá rio para fazer grandes movimentos, mas é hora de mostrar ao rei e à rainha que seu
destronamento é inevitá vel.”
“Sou um grande fã do Kingslayer Madison, mas por curiosidade, nã o estou aceitando o
fundo fiduciá rio. . .”
"Hipó crita? Contaminado? Eu sorrio. “Eu pensei assim no início também. Passei o primeiro
ano punindo-os, rebelando-me sempre que podia, e se eles encontrassem uma maneira de
me encurralar, entã o era por obediência maliciosa. Eles queriam que eu fosse para a
faculdade e me especializasse em administraçã o. Era isso que eu queria estudar, mas nã o
tinha como dar essa satisfaçã o a eles, entã o me formei em economia. Meu pai disse que era
um desperdício, um falso diploma de administraçã o para covardes que nã o têm coragem de
construir uma empresa. Me disse que nã o pagaria por isso.
Oliver se encolhe.
“Sim, erro fatal. Eu disse a ele que largaria os estudos e trabalharia como comissá rio de
bordo e nunca mais voltaria para casa. Ele pagou a mensalidade. Eu nã o entraria para a
irmandade da minha mã e, mas joguei com eles e convidei Sami. Aparecia em todos os
jantares de família que eles me obrigavam vestindo camisetas para todas as organizaçõ es
sem fins lucrativos que trabalham no comércio justo em Bangladesh.
“O que mudou o jogo para você?”
“A ONG que expô s o email dele? Eles decidiram que Austin é o lugar perfeito para abrir uma
loja de comércio justo para vender o trabalho de artesã os que nã o podem competir com a
distribuiçã o de produtos do tamanho Jeneze. gigantes. Vá rios dos seus fabricantes sã o
vítimas do colapso e sã o considerados demasiado incapacitados para trabalhar noutras
fá bricas. Eles ganham mais com a venda de um ú nico item na loja do que ganhariam em
uma semana na fá brica.”
“Isso é tã o satisfató rio.”
“A melhor parte é como isso deixa meu pai furioso. O meu artesã o preferido faz colagens
com restos de tecido de outra fá brica da Jeneze. Isto é arte. Intrincado, lindo, com uma
forma singular de ver o mundo. Comprei um e dei de presente de Natal para meus pais. Eles
adoraram e o exibiram no aparador da sala de jantar até que um convidado lhes perguntou
se aquilo era uma declaraçã o de responsabilidade pú blica ou um dedo médio para o
veredicto.”
“Nunca quero ser seu inimigo”, diz ele, amarrando a segunda luva para manter o gelo.
"Sem problemas. Nã o compre seu caminho nas coisas. Ganhá -lo. Nã o compre a sua saída
dos problemas. Assuma.”
Ele balança a cabeça e começa a embrulhar a segunda luva.
“De qualquer forma, eu trabalho lá agora.”
“Na loja da ONG?”
"Sim. Bem, voluntá rio, na verdade. Eles ficaram felizes em apoiar minha rebeliã o. No
começo eu só ajudava no almoxarifado, mas você nã o cresce como eu sem desenvolver o
olho para um bom design. E eu entendo os compradores de Austin, entã o agora sou o
comprador deles, basicamente. Eu faço a curadoria do que trazemos para vender.”
Isso o faz rir. “Deixe-me adivinhar, enquanto você trabalhava lá , você percebeu que havia
uma maneira de usar sua confiança para causar mais estragos?”
"Tipo de. Essa confiança foi criada pela minha avó quando as Indú strias Armstrong nã o
eram uma droga. Foi separado do lucro obtido quando meu avô dirigia a empresa como
uma potência americana, orgulhoso de ter apelo global, mas com raízes locais onde As
Indú strias Armstrong agiram corretamente com seu pessoal. Ele nutriu a empresa da
maneira certa. O dinheiro parece imaculado para mim.
Eu cresci pensando que ainda éramos assim, sem entender como, logo apó s a morte dos
meus avó s, meu pai levou a empresa ao lucro em detrimento da qualidade. “Quando
descobri sobre a investigaçã o, sonhei durante alguns meses com todas as maneiras pelas
quais poderia gastar 'o bom dinheiro' de minha confiança para enfurecer meus pais. Minha
avó havia estipulado algumas condiçõ es, mas desde que eu conseguisse um diploma
universitá rio, herdaria quando tivesse vinte e cinco anos. Mas reviravolta na histó ria, tenho
vinte e seis anos e nã o sou milioná rio. Quer adivinhar quem ela nomeou executor?
“Existe alguma chance de seu pai ser Lex Luthor, um supervilã o genial?”
“Ele é um vilã o leve. Sua fraqueza é o quanto ele precisa estar no controle. Na maioria das
vezes, consigo descobrir como jogar isso contra ele.
“Estou em conflito”, diz Oliver. “Estou envolvido nessa histó ria, mas desde que entrei no
capítulo de hoje, sei como ela termina e meio que odeio isso.”
“Estou ciente de que minha vida é um programa de TV de uma temporada que foi cancelado
por causa de sua classificaçã o média de duas estrelas e uma crítica viral do Reddit que o
chama de um reality show ruim, onde uma pobre garotinha rica tem discussõ es
mesquinhas com um vilã o que nã o poderia ser mais inventado se seu nome fosse Evil
McBadguy.”
“Nã o é por isso que estou em conflito”, diz ele. “Eu preciso que o heró i vença. Diga-me que
você venceu, Madi.
“A ser definido, Oliver. Mas gosto das minhas chances.
“Entã o eu posso passar por esta parte. Eu ajudo você a descer e você me conta o resto.
Posso deslizar do balcã o, mas deixo Oliver me levantar e me colocar no chã o novamente. É
uma sensaçã o tã o nova que ele possa fazer isso tã o facilmente. "Quã o alto é você?" Eu
pergunto a ele enquanto ele me coloca de pé. "Seis um?" Nã o é um palpite. Eu nunca errei a
altura, exceto quando de alguma forma registrei Oliver como mais baixo quando o conheci.
"Sim. Seis um. Entã o Evil McBadguy mexe com a sua confiança”, ele avisa.
Eu vou para o territó rio dos gatinhos. “O testamento da minha avó deixou sessenta milhõ es
de dó lares para serem divididos igualmente entre os netos. Na época, éramos apenas eu e
meu outro primo. Ela incorporou suas provisõ es, como querer que cada um de nó s
obtivesse um diploma universitá rio antes de podermos herdar, mas ela sabia que poderia
haver circunstâ ncias futuras que ela nã o poderia prever, assim como ela nã o poderia saber
quantos netos ela poderia ter. . Entã o ela deu poder ao executor...
"Senhor. McBadguy.”
“Bom e velho Sr. McBadguy. O testamento dá a ele algum poder discricioná rio para criar
estipulaçõ es adicionais caso ele tenha preocupaçõ es sobre a aptidã o de um herdeiro.”
“Quem decide se ele está certo?”
"Ele faz."
“Entã o isso é unilateral? Nã o há nenhum controle sobre ele?
"Sim e nã o. Eu poderia processá -lo por acesso, mas ele iria arrastar isso até que eu gastasse
tudo lutando com ele para conseguir isso. Nã o vale a pena. Mas, a menos que algum de nó s
esteja sob tutela, cada um de nó s herdará aos trinta, nã o importa o que aconteça.
"Por que ele estava falando sobre como você poderia ter isso agora se fosse casado?"
“Você ouviu isso, hein? Meu pai teria mudado para trinta e dito que era porque eu precisava
crescer ou algo assim. Nã o há como conseguir isso antes. Como um cabo flexível. Minha
mã e, por outro lado, tinha outros motivos.”
“Lady MacBeth entra no chat.”
“Assustadoramente bom palpite. Minha mã e é uma mestre na manipulaçã o, mas ela nã o é
ruim . Apenas investi muito na imagem de Armstrong.”
Chegamos ao escritó rio e os gatinhos terminaram de mamar, mas nã o dormiram pela
primeira vez. Sem discutir o assunto, nó s dois nos sentamos no chã o para vê-los jogar uma
corrida de demoliçã o em câ mera lenta.
“Minha mã e tentou me convencer a sair da Teak Heart – essa é a loja – por semanas.
Dependendo do dia, o fato de eu ter sido voluntá rio lá causou arritmia, pneumonia,
botulismo, manchas senis e, uma vez, escorbuto.”
“Parece medicamente complicado”, diz ele educadamente.
“Quando nã o funcionou, ela optou pela opçã o nuclear. Disseram que eles tinham algumas
preocupaçõ es sobre meu desenvolvimento emocional, entã o estavam ajustando os termos
do contrato de confiança para ter certeza de que eu estava realmente pronto para isso aos
vinte e cinco anos. Eles estavam adicionando uma nova métrica. Casamento arranjado."
Ele puxa a orelha. “Pensei que você tivesse dito casamento arranjado. Ou voltei duzentos
anos no tempo?
“Eu disse casamento arranjado. Nã o que ela tenha usado essas palavras. Ela disse que
minha falta de orientaçã o havia prejudicado sua saú de, e o médico disse que a ú nica
maneira de ela se recuperar seria limitando o estresse. Eles decidiram que meu “padrã o de
imprudência” era motivo para limitar os danos que eu causaria com muito dinheiro antes
de estar pronto e pediram ao advogado do patrimô nio que alterasse o trust. Portanto,
nenhuma herança até os trinta anos, a menos que... . .”
Ele estreita os olhos. “A menos que você pare de envergonhar a família dizendo-lhes que
negligência criminosa é feia?”
"Correto. Nã o se preocupe, no entanto. Eles tornaram tudo totalmente justo. Por exemplo,
posso assinar um NDA que me faça criticar publicamente a empresa ou meu pai, incluindo a
crítica simbó lica ao voluntariado na Teak Heart. Isso provaria que sou maduro o suficiente
para obter meu fundo fiduciá rio aos vinte e cinco anos.”
“Cale a boca e saia do seu emprego ou ficaremos com todo o seu dinheiro?”
“Ninguém é tã o injusto, Oliver. Eles também me deram outra provisã o generosa: se eu me
casar antes dos trinta, desde que meu noivo passe por uma triagem rigorosa para provar
que nã o é um garimpeiro, eu recebo um pagamento de cinco milhõ es de dó lares apó s o
casamento, e se ficarmos casados por um ano, eu fico com o resto.”
“O que houve com as má s fraudes da trama de Jane Austen. . . ?”
“Estabeleci que imitaçõ es sã o a especialidade do meu pai.”
“Deixe-me adivinhar, eles podem definir os critérios que quiserem para esta seleçã o, mas
de alguma forma, apenas os candidatos a marido que escolherem para você serã o
aprovados? Entã o, se eles nã o puderem comprar o seu silêncio, vã o suborná -lo para que os
deixe instalar um supervisor permanente?
“Foi quando ameacei processar. Eles sabiam que eu teria um caso, entã o especificaram os
requisitos de triagem por escrito. Agora é legal e vinculativo, nã o tem alvo mó vel e está
muito melhor agora.”
"Isso é?"
"Nã o! Mas eles tiveram que retirar as piores coisas. Ainda lhes dá demasiado poder de veto,
mas nã o importa. Nã o vou me casar até que eles nã o tenham nada a dizer.
“O que está na lista?”
“O genro perfeito deles, além de um monte de condiçõ es para provar que nã o vou me casar
para garimpar meu pró prio dinheiro, eu acho?”
“Deve usar botas Copperhead e ter se formado em qualquer faculdade do Texas, exceto
A&M”, ele adivinha. “Camisas pó lo de todas as cores, handicap de golfe abaixo de quinze
anos, apenas cerveja nacional na geladeira e pelo menos um ancestral que esteve no
Á lamo?”
“Oh, você viu o testamento,” eu digo sem expressã o.
“Quã o perto estou?”
“Muito perto, mas é mais sobre as coisas que eles nã o dizem. Por exemplo, devo me casar
com alguém que tenha concluído a graduaçã o e nã o tenha dívidas com empréstimos
estudantis.”
“Para descartar os garimpeiros?”
“Para descartar os pobres. A ausência de empréstimos estudantis significa que é mais
prová vel que você tenha pais que possam pagar pela sua faculdade. Eles criaram um limite
financeiro mínimo para evitar sogros de classe média.”
“Slick, com o que quero dizer mal.”
“A lista inteira é assim. Deve se submeter a uma verificaçã o de crédito para que possam ter
uma noçã o do seu salá rio e ter certeza de que você tem uma pontuaçã o excelente. Sem
antecedentes criminais, entã o você nã o pode envergonhar a família. Nunca deve ter se
registrado no Partido Verde.”
“Raios X dentá rios para verificar a prova de idade?”
Eu zombei. "Nã o. Eles querem ver sua certidã o de nascimento.”
“Para ter certeza de que nã o vou me casar com você por causa do green card?”
“Você nã o está planejando o suficiente. Eles vã o querer verificar os antecedentes de sua
família e garantir que você possa concorrer legalmente a um cargo pú blico se decidirem
prepará -lo para o Congresso.
Oliver faz uma cara encantada. “Vou ao Congresso?”
Nã o tenho certeza de quando passamos a considerá -lo meu hipotético candidato a
casamento, mas isso me faz rir. “Você nã o”, digo a ele. “Você tem muita energia do Golden
Retriever. Eles vã o querer um cavalo com linhagem impecá vel e que já esteja treinado.”
“A piada é sobre eles”, diz ele.
"O que?"
"Nada. Além disso, nã o sou um golden retriever. Você tem energia de golden retriever.”
"Eu nã o. Isso é só para rapazes.”
“Nã o é um insulto”, diz ele. “Quando você nã o está tendo um colapso porque seu pai é uma
merda, você está amando a vida e se divertindo. Você adora amar as pessoas, todos abraços
e outras coisas. É você."
Ele me pegou lá . "Entã o o que é você?"
Ele aperta os lá bios e olha para o teto por cinco segundos, depois dez. “Eu sou uma abelha-
aranha castor.”
"Com licença agora?"
“Escolhi aranhas e abelhas porque sã o trabalhadoras e boas em construçã o, mas queria
algo que nã o mordesse nem picasse, entã o acrescentei um castor.”
“As abelhas-aranha castor nã o sã o uma coisa.”
Ele dá de ombros. “Você está olhando para um. Eu sou um gênio."
“Você é outra coisa, tudo bem.”
“O que mais está nesta lista de maridos?”
“Já nã o é ruim o suficiente?” Eu dou de ombros. “Essa é a essência.”
“Entã o, ou você se casa com alguém que se enquadra em todas as marcas agora ou terá que
esperar até os trinta anos para receber sua herança?”
"Sim. Atrasa o reló gio de uma forma que parece estar me beneficiando no papel. Mas pelo
menos me fazer esperar significa mais tempo para planejar. Tenho uma longa lista de
instituiçõ es de caridade para doar em nome deles e que eles odiarã o. Candidatos de
partidos marginais. Arte polêmica, doarei para empréstimo em nome deles.” Sorrio,
pensando em todas as maneiras deliciosas que descobri para fazer meu pai pagar.
Oliver nã o sorri. Ele nã o parece desaprovador nem nada. Mais . . . confuso.
“Você nã o acha que isso é perfeitamente perfeito?”
“Todas essas coisas parecem pessoais”, diz ele. “Você falou principalmente sobre como
odeia as prá ticas comerciais dele. Eu estava esperando algo sobre isso.
Eu dou uma risada frá gil. “Você acha que sou superficial o suficiente para estragar tudo em
uma vingança mesquinha? Você realmente nã o acha que eu tentaria devolver algo de bom
ao mundo?
Ele enfia a mã o por baixo dos ó culos para esfregar os olhos. “Parece incrivelmente ruim
quando você coloca dessa forma. Tive uma manhã que me fez pensar sobre o que mesmo
um décimo da sua herança faria para mudar vidas. É claro que nã o acho que você deixaria
de considerar isso.”
As linhas repentinas entre seus olhos e boca parecem arrependimento.
“Sinto muito”, diz ele. “Nã o consigo imaginar tentar crescer com seus pais.”
Um pouco do amido sai da minha espinha. “Eu poderia falar sobre meu plano de restituiçã o
para reembolsar os trabalhadores da fá brica por roubo de salá rios e perda potencial de
ganhos. Já estou entediando você?
“Você nã o conseguiria, mesmo que tentasse”, diz ele. “Diga-me o plano.”
“Pesquisei muito e eis o que me mata: se Jeneze cobrasse vinte centavos a mais por peça de
roupa, cada operá rio de uma fá brica poderia receber um salá rio digno. É isso. Vinte
centavos. Mas meu pai nã o iria e nã o vai considerar isso.”
Ele estala os nó s dos dedos, deixando-me saber que ainda tem objetivos de soco.
“Eu examinei todos os processos judiciais. Levei quase dezoito meses, mas consegui reunir
os dados de que precisava. Eu descobri quanto pagamento adicional Jeneze deveria aos
funcioná rios daquela fá brica a uma taxa justa desde o momento em que foi inaugurada até
o momento em que entrou em colapso, mais o potencial de perda de rendimentos para os
deficientes permanentes e para as famílias daqueles que foram mortos. E acontece que eu
posso cobrir isso. Eu suspiro. “Em mais quatro anos, pelo menos. Eu o apresentei como meu
projeto final sênior na UT e, em seguida, ganhei o Distinguished Scholar Award do
departamento de economia por isso.
“Madison?”
“Sim, Oliver?”
“Toda vez que penso que você nã o pode me impressionar mais, você impressiona.”
O olhar de Oliver é firme e cheio de admiraçã o. Eu nã o consigo atender; Eu me sinto muito
exposto. Meus colegas de quarto sabem que nã o sou tã o superficial quanto finjo ser, mas
eles nã o sabem de tudo isso.
“Nã o me olhe assim”, digo a ele. “Eu ainda tenho muitas tendências de princesa.”
“É aqui que você tenta me fazer acreditar que você precisa de muita manutençã o de novo?”
“Oh, nã o se engane, eu estou. Salã o de beleza a cada seis semanas para meu cabelo,
manicure/pedicure a cada duas semanas, carro de luxo e extravagâ ncias das quais nã o
consigo me livrar. Como a cama estú pida e cara que Ruby é tentando ganhar de mim.
Cabelo de unicó rnio e fadas, estou lhe dizendo. É uma cama má gica. Uma cama de alta
manutençã o.”
“Desculpe, Madi. Eu vejo através disso agora. Nã o é uma princesa.
É por isso que nunca contei a ninguém sobre a herança ou todo o meu plano antes. Para a
maioria das pessoas, é impensá vel abrir mã o de vinte milhõ es de dó lares. Eu sei que vã o
pensar que sou um santo ou um luná tico. Eu também nã o sou. Eu cresci com riqueza. Eu me
afastei disso e estou mais feliz por isso. Mas parte disso me estragou permanentemente, e
tentar agir como se isso nã o tivesse acontecido parece desonesto com Oliver.
“Sou viciado em qualidade”, digo a ele. “Sempre terei um carro de luxo. Sempre terei roupas
e sapatos bonitos. Sempre terei uma rotina de beleza indulgente. Mas espero merecê-lo, e
nã o recebê-lo, entã o acho que essa é a minha qualidade redentora.”
“Você tem mais de um, Madi. Mas por que nã o seguir uma carreira diferente agora? Você o
mataria nas finanças.”
Dou de ombros, tentando nã o demonstrar que estou satisfeita por ele ver isso. “Eu poderia,
mas oitenta horas por semana e nenhum tempo para dedicar ao Teak Heart. No momento,
estou focado em esperar minha confiança acabar. Feito isso, tenho muitos caminhos que
quero explorar no setor sem fins lucrativos.”
Oliver nã o responde. Ele estuda meu rosto, dá um leve aceno de cabeça e suspira. “Posso
pegar emprestado um pouco do que torna você incrível?”
“Bottle Blonde em um tom médio de Texas Clichê? Sem ofensa, mas nã o é a sua cor.”
Ele sorri. "Parar. Nã o é isso. Eu quis dizer tudo o que faz você seguir em frente, apesar dos
obstá culos constantes.”
“Você nã o tem tanta raiva.” Ele revira os olhos e eu estendo a mã o para tocar seu braço. “De
verdade, a névoa grosseira da minha autopiedade está evaporando o suficiente para eu ver
que você tem seus pró prios problemas pesando sobre você. E aí?"
Ele se levanta e estende a mã o. “Nada que um abraço em Madison nã o possa resolver.”
Seu abraço também é um bom remédio. Ele nã o é magro. Ele é magro, mas seu peito é largo
e satisfatoriamente quente e só lido enquanto eu descanso contra ele, segurando-o
firmemente pela cintura. “Estou esmagando você com uma raiva contagiante para ajudá -lo
a consertar o que quer que esteja estressando você.”
Com uma voz falsa e estrangulada, ele suspira: “Obrigado. A raiva está definitivamente
aparecendo.”
Eu me deleito com o abraço por mais um longo momento e, finalmente, Oliver limpa a
garganta. "Você esta bem agora?"
"Estou bem."
“Para que eu possa deixar você com os gatinhos e nã o vai parecer um abandono?”
"Nã o." Dou um passo para trá s e aponto para a saída. "Saia daqui. Tenho amigos gatos para
me segurar.” É verdade que estou bem agora.
Mas sinto falta dele quando ele vai embora.
Capítulo Vinte e Cinco
Madison

NÃ O VEJO OLIVER novamente por três dias.


Mandei uma mensagem para ele no dia seguinte, quando ele nã o apareceu no clube no
horá rio normal. Ele diz que tem reuniõ es em seu escritó rio. A mesma coisa acontece na
quarta e novamente na quinta.
Na sexta-feira, tenho quase certeza de que ele está me transformando em um fantasma.
Converso sobre isso com Tabitha e os bebês no galpã o quando chego naquela manhã —
depois de expulsar o rato morto que Tabitha deixou para mim.
“Olá , Tuxie”, digo, tirando o gatinho da cama. Suas orelhas se desdobraram e seus olhos
estã o abertos, dando-lhes mais um milhã o de pontos de fofura.
Tabitha tira os outros bebês da caverna dos gatos, um de cada vez, e os coloca na minha
frente, no centro do chã o do galpã o.
“Talvez eu tenha batido em Oliver com muita verdade, crianças. Sempre soube que seria
muito para qualquer um processar e acho que esta é a minha prova.” Eu mantenho meu
tom leve para diminuir a dor, mas para Oliver sendo um novo amigo, parece pior do que eu
esperava que ele desaparecesse.
“Aprendi uma coisa importante, Tabitha”, digo à mã e enquanto ela cuida de um dos gatos
malhados. “Minha vida nunca fará sentido para mais ninguém.”
Meu telefone vibra. Eu verifico a tela e franzo a testa. É um dos resgates com os quais
estamos na lista de espera. "Olá ?"
“Ei, aqui é Jayden do Toe Bean Rescue. Encontramos um acolhimento para a ninhada que
você resgatou.”
Oh.
Oh.
"Olá ? Isso é Madison? Madison Armstrong?
Limpo a garganta, percebendo que fiquei olhando para ele por vá rios segundos. “Desculpe,
sim. Você encontrou um acolhimento.
“Sim, desculpe por ter demorado tanto. Mas como eu disse, eles estarã o prontos amanhã .”
“Isso é, uh, uau.” Eu engulo em seco. "Tã o bom. Você pode me enviar um e-mail com os
detalhes para que eu possa deixar tudo pronto?
Desligamos e olho para Tuxie, que está tentando sair do meu colo para rolar com os outros
gatinhos. Eles ainda nã o sã o bons jogando, mas estã o envolvidos, balançando e esbarrando
uns nos outros.
Eu deveria estar tã o aliviado com isso. E feliz pelos gatinhos. Em vez disso, todas as coisas
difíceis dos ú ltimos dias foram atraídas umas para as outras em um vó rtice de sucçã o,
desmoronando sob seu pró prio peso para formar um nó duro em algum lugar entre meu
peito e meu estô mago.
Chamo Tabitha, fazendo barulho até conseguir sua atençã o. “Acontece que vou precisar de
outro abraço, mamã e. Posso te abraçar?"
Quando eu a pego e a coloco contra meu peito, ela ronrona, e eu sinto isso subindo pela
minha cabeça e descendo pelas solas dos pés. Ficamos assim por alguns minutos antes de
ouvir Oliver chegar.
Alguns segundos depois, Oliver abre a porta do galpã o e olha para nó s.
“Bom dia”, ele diz.
"Manhã . Eu nã o tinha certeza se você precisava mais do seu espaço de trabalho aqui.”
“Tive alguns dias ocupados. Reuniõ es por todo lado, advogados, contratos.” Ele tem
sombras sob os olhos.
"Você está bem?"
“Isso”, ele diz. “Os gatinhos estã o bem?”
“Isso. Quero-os no clube comigo hoje.”
“Vou ajudá -lo a trazê-los.”
Quando os gatinhos estã o acomodados em meu escritó rio, parecendo que estã o tentando
descobrir como sair da transportadora, Oliver diz: “Você nã o parece bem”.
“O resgate ligou esta manhã . Eles têm um acolhimento que pode levá -los amanhã .
"Oh." Ele paira, os olhos mudando entre mim e os gatinhos. “Isso é em breve.”
Observamos Big Stripey fazer a primeira tentativa corajosa de sair. Oliver está pensando
como eu que é incompreensível imaginar nã o assistir mais dessas palhaçadas todos os
dias?
“Madi, eu poderia...” . . poderíamos, hum, conversar?
Eu olho para ele. “Parece sério.”
Sua resposta é um encolher de ombros, o que torna o nó no meu centro cada vez mais
apertado. Liçã o definitivamente aprendida. Eu deveria ter guardado o drama familiar para
mim. Eu sinto . . . estú pido. Eu odeio isso.
Levanto-me e inclino a cabeça em direçã o ao andar principal. "Seu escritó rio está bem?"
Ele acena com a cabeça e nos leva até a cabine da pista de dança, largando a bolsa do laptop
e enfiando as mã os nos bolsos enquanto eu entro na cabine. Pela primeira vez, noto que ele
está vestindo calças bonitas e uma camisa de botã o. Ele parece bom. Quase familiar.
Provavelmente porque esse estilo é surpreendentemente natural para ele.
“Devíamos nos casar”, ele deixa escapar.
Eu olho para ele, pensando que o ouvi mal. “Quem deve fazer o que agora?”
Ele se senta na cabine, cruzando as mã os sobre a mesa à sua frente. “Madison Leigh
Armstrong, estou aqui para defender por que deveríamos nos casar. Eu até tenho um
fluxograma. Você vai ouvir minha proposta?
Esta é a coisa mais estranha que já aconteceu comigo.
Eu me inclino para frente e apoio o queixo nas mã os. “Oliver Cat Daddy Locke, nenhum
poder na terra poderia me impedir.”
Ele concorda. "OK. Vamos cavar."
Capítulo Vinte e Seis
Oliver

BHANI. RAIMUNDO. LACEY. MARTA. Lembre-se dos rostos deles, digo a mim mesmo enquanto
tento organizar meus pensamentos sobre Madison. Lembre-se de como todos no escritório de
Azora ficaram quando Matt anunciou que teríamos que dispensar todos em duas semanas.
Nenhuma das opçõ es de ú ltima chance que Matt tentou funcionou. Havíamos contado à
equipe esta manhã . Suas expressõ es variaram de pâ nico a resignaçã o. Foi um soco no
estô mago.
Esta proposta é como podemos mudar isso.
“Você prefere obter seu fundo fiduciá rio agora em vez de esperar mais quatro anos?” —
pergunto a Madison.
"Claro."
Enfio a mã o na minha bolsa de trabalho e retiro três documentos, colocando-os sobre a
mesa, virados para baixo. Eu viro o primeiro. “Eu atenho todas as qualificaçõ es que seus
pais esperam de seu futuro marido. Aqui está a prova do meu GPA da faculdade para meu
crédito pontuaçã o. Incluí outras coisas como informaçõ es de meus pais, minha altura, peso
e histó rico médico. Nã o há sujeira para desenterrar.”
Ela pega e escaneia. “Você foi o salutador do ensino médio, foi para a Penn e se formou
summa cum laude com especializaçã o dupla em ciência da computaçã o e negó cios.” Sua
sobrancelha sobe e ela olha para mim. “Como você carrega esse cérebro gigante na
cabeça?”
“Da mesma forma que você carrega o seu.”
Isso a faz sorrir. “Como eu nã o sabia nada disso sobre você?”
“Nã o é grande coisa. Deixei tudo de lado, caso seja importante para seus pais.
“Nã o importa . ” Ela volta ao documento. “Espere, você é o diretor de tecnologia da sua
empresa, nã o um programador comum?”
Nã o respondo porque ela está com a confirmaçã o nas mã os.
Quando ela termina de olhar, ela o coloca de volta na mesa. “Você marca todas as caixas.
Mas por que você está fazendo isso?
Viro o segundo documento e deslizo-o para ela. “Este é o orçamento operacional da Azora
Software desde agora até ao lançamento do produto. A parte mais importante desse
orçamento é a nossa folha de pagamento. Contratamos candidatos que nã o sã o opçõ es de
primeira escolha para outras empresas de tecnologia porque valorizamos as habilidades e
insights nã o tecnoló gicos que eles trazem para o trabalho. Na segunda-feira, descobrimos
que a pró xima rodada de financiamento com a qual contá vamos nã o deu certo.”
"Segunda-feira?" ela diz. “É por isso que você chegou tarde. E entã o assumi tudo com meu
drama familiar e...
“Madi, nã o. Nã o seja duro consigo mesmo por isso. Estou feliz por poder ouvir. Eu teria
feito isso por você, nã o importa o que acontecesse como amigo, mas, estranhamente,
também está potencialmente abrindo uma oportunidade para nó s dois.”
Ela hesita, depois assente. "OK. Diga-me."
Bato no lençol na frente dela. “É disso que minha empresa precisa para continuar.” Viro o
documento final e deslizo para ela. “É assim que chegamos lá e você também consegue o
que deseja.”
Ela o puxa para si e lê o título em voz alta. "Acordo pré-nupcial."
“Os termos do truste especificam quanto tempo você tem para permanecer casado?”
Ela balança a cabeça. “Só que recebo o dinheiro depois de um ano.”
“Leia este acordo pré-nupcial com quantos advogados você precisar para se sentir
confortá vel, mas este é o resultado final. Nó s nos casamos por um ano e um dia. Será um
casamento legal e eles precisarã o liberar seus primeiros cinco milhõ es para você no dia em
que você apresentar a prova de que a certidã o de casamento foi registrada no estado. Nesse
ponto, precisarei de quase um terço do dinheiro seu.”
Seus olhos se voltam para os meus. “Você quer que eu lhe dê dois milhõ es de dó lares?”
“Um e meio, e nã o dar. Investir. Você encontrará os termos na pá gina três.”
Ela vira para eles e eu resumi. “Nã o terei qualquer direito ao saldo do fundo quando ele for
desembolsado para você. Quanto ao dinheiro, você terá participaçã o acioná ria na Azora.
Projetamos que teremos lucro suficiente em três anos para sacar você. Meu só cio e eu nos
reservaremos o direito de preferência se você decidir vender essas açõ es. Mas nesse ponto,
você pode desinvestir totalmente ou, se gostar dos retornos, pode manter sua aposta.
Existem disposiçõ es para sua remuneraçã o no caso de um evento de saída, mas nã o
estamos buscando aquisiçã o.”
Madison lê, com a testa franzida, os olhos percorrendo algumas linhas, desacelerando em
outras, percorrendo todo o documento. Ela se recosta quando termina e olha para o nada.
Finalmente, ela suspira e olha para mim. “Eu entendo que esta proposta me rendeu meu
dinheiro mais cedo. Agradeço que você tenha deixado bem claro que seu acesso aos fundos
será limitado e por tempo determinado. Mas deve haver maneiras mais fá ceis de conseguir
o dinheiro.”
Isso me faz rir. “Acredite ou nã o, esta é uma das maneiras mais simples de que já ouvi
falar.”
Ela sorri de volta. “Poderia ser, se nã o fosse por algumas condiçõ es do trust que nã o
mencionei.”
Meu estô mago se aperta quando penso nas pessoas que provavelmente estã o atualizando
seus currículos enquanto conversamos, ansiosas com o que vem por aí. "Como o que?"
"Acredite em mim, eu os teria mencionado se soubesse que você estava planejando isso e
lhe pouparia o trabalho."
“Preciso me converter para uma religiã o estranha? Mora no complexo da sua família? Oh
nã o." Estremeço e arregalo os olhos. “Usa roupas Jeneze?”
Ela sorri. "Pior. Devo morar com meu novo marido. Como compartilhar uma residência com
ele. E teremos que comparecer a um jantar de família por mês com eles para que possam
‘monitorar’ a situaçã o. Os termos dizem que é para que possam ficar de olho no meu novo
marido e procurar quaisquer sinais de que as coisas estã o erradas, mas é apenas para me
forçar a voltar ao rebanho.
“Eu deveria ter antecipado a situaçã o de vida. Deixe-me pensar." Eu me concentrei em
organizar tudo isso durante toda a semana, correndo durante o dia para reuniõ es e
cartó rios para reunir evidências de que cumpri os termos dos pais dela e acertar todos
esses contratos, programando até tarde da noite. Mas, apesar de tudo isso, o que pesou
ainda mais sobre mim do que a ideia de decepcionar todas as pessoas que contam com Matt
e comigo foi o que sinto por Madison.
Nã o sei as regras de quanto tempo leva para se apaixonar por alguém. Na terça-feira,
quando eu estava esperando na casa do meu advogado escritó rio, pesquisei no Google para
ver se estava enlouquecendo. Nã o existe ciência exata, mas o estudo mais confiá vel que
encontrei diz que os homens levam em média oitenta e oito dias desde o primeiro encontro
até “eu te amo”.
Se essa matemá tica estiver pró xima, estou a meio caminho de me apaixonar por Madison,
total e completamente. Isso me coloca em um risco maior do que Madison em alguns
aspectos importantes.
Possibilidade um: ela talvez nunca me veja mais do que um amigo e parceiro de negó cios.
Posso viver com isso – se conseguir acabar com os sentimentos que tenho. Isso significaria
manter distâ ncia em todos os sentidos. Eu encontraria outro lugar para trabalhar além do
Gatsby's. Eu seria o mais sincero possível com ela, sem deixá -la desconfortá vel. Ou, para ser
sincero, sem parecer patético. Eu diria a ela que voltaríamos aos nossos caminhos, nunca
nos cruzando, a menos que precisá ssemos conversar sobre negó cios, para que pudéssemos
manter todas as pistas livres. Entã o, em um ano e um dia, eu a levaria para comemorar
nosso divó rcio, e se nó s dois ainda estivéssemos solteiros, eu poderia partir para.... . . o que,
cortejá -la?
Possibilidade dois: eu poderia me apaixonar por ela de qualquer maneira, e isso poderia
nunca ser correspondido. Eu passaria todo o meu tempo desperdiçando como uma maldita
heroína em um romance histó rico onde o amor nã o correspondido causa “consumo”. E
entã o eu morreria.
Se eu usar as estratégias do primeiro cená rio – evitaçã o total – poderia limitar essa
possibilidade.
Ser colega de quarto de Madison — morar com ela — muda a probabilidade desses
cená rios, e levo apenas uma fraçã o de segundo para perceber que agora só existe um
cená rio se nos casarmos por dinheiro. Estou condenada a me tornar a heroína trá gica de
um romance histó rico.
Quanto estou disposto a arriscar por esse acordo? Bhani. Raimundo. Lacey. Marta. “Eu caí
muito em você. Você está aberto à situaçã o de vida?
“Eu nã o sei”, ela diz. “Estou preparado para esperar mais quatro anos.”
O que é incrivelmente mesquinho da parte de seus pais. “Madi, quer façamos isso ou nã o,
você nã o deveria ter que esperar para começar a fazer algo de bom no mundo. Seu pai fez
essas pessoas esperarem o suficiente. E mesmo que você queira ficar com cada centavo,
ainda nã o é certo que eles movam a trave contra você. Entã o considere isso também.”
Eu levanto e viro meu pescoço. Estive tã o tenso durante toda a semana que mesmo ficar
sentado por um curto período de tempo meus mú sculos ficam tensos. “Vou pensar melhor
se me mudar. Estarei lá dando voltas enquanto apalpo essas novas condiçõ es.” Aponto para
o terceiro andar e ela concorda.
Subo o lance de escadas mais pró ximo e chego ao ú ltimo andar em uma caminhada rá pida.
Nã o quero suar com minhas roupas boas, mas é melhor do que andar de um lado para o
outro.
Eu me imagino como seria dividir um apartamento com Madi. Haveria muitos
desentendimentos ao longo do ano. Eu poderia lidar com uma Madison desgrenhada pelo
sono? Uma Madison glamorosa? Madison com roupas minú sculas de giná stica? Madison
com um suéter fofo e um gorro com as bochechas rosadas do frio do inverno?
Por que isso torce meu intestino com mais força?
Estou quase correndo agora e me forço a caminhar novamente.
Sem dú vida, eu me apaixonaria mais por Madison. Eu faria tudo o que pudesse para manter
distâ ncia entre nó s e isso poderia ajudar. Mas isso nã o iria parar completamente.
Isso acontecerá de qualquer maneira, mesmo que nã o façamos todo esse casamento
comercial?
Bhani. Raimundo. Lacey. Marta.
“Oliver?”
Eu me inclino sobre o corrimã o para encontrá -la no meio da pista de dança. "Sim?"
“Casarei com você com uma condiçã o: Tabitha e os gatinhos venham conosco.”
Capítulo Vinte e Sete
Madison

EU NÃ O TINHA PLANEJADO ficar noivo quando cheguei ao trabalho hoje. Mas enquanto
olho para Oliver debruçado na varanda superior, começo a pensar que pode ser
exatamente isso que está acontecendo.
Oliver desaparece e eu volto para os gatinhos, sabendo que ele virá me encontrar. Eu pego
Little Stripe, dando-lhe um pequeno tapinha nariz com nariz. “Vinte milhõ es de dó lares é
bom, mas você é a verdadeira razã o de eu estar fazendo isso. Talvez fazendo isso?
Provavelmente. Você, sua mã e, Big Stripey, Tuxie e Smudge.” Ele agita uma pequena pata,
com as garras para fora, mas nã o levo isso para o lado pessoal. Acontece que eles nã o
conseguem retrair as garras por um tempo depois de nascerem. Ele — meu instinto diz que
é ele, embora nã o tenha havido palpaçã o — boceja e enrola sua pequena língua, e eu
suspiro.
“Que histó ria é essa de fazer isso pelos gatos?” Oliver diz da porta do escritó rio.
“Se quisermos ser técnicos sobre isso, tenho mais de uma condiçã o. Preparar?" Quando ele
acena com a cabeça, eu digo: “Sente-se e pegue um gatinho como um homem, e entã o
saberei que você está falando sério”.
Assim que Oliver vê Cascã o cambaleando no espaço emoldurado por suas pernas cruzadas,
ele olha para cima. "Estou pronto."
“Primeiro, nó s dois deveríamos morar em 1598 Lynn Street.” Esse é o endereço do Grove.
“Tenho certeza de que você nã o quer dizer que eu deveria ser o colega de quarto nú mero
cinco”, diz ele. “Espere, nã o me diga. Você quer que vamos morar com a Sra. Lipsky e Ahab?
Ele pode comer os gatinhos. Os papagaios comem gatinhos?”
“Puxa, eu nã o tinha considerado isso. Acho que vou ter que riscar a mudança para morar
com a Sra. Lipsky da minha lista. O que nos deixa a bruxa.
"Qual o que?"
“Nã o, a bruxa. Especificamente, a estudiosa de bruxaria que nã o é uma bruxa, mas que
consultei sobre um ritual apropriado para ajudar Ruby a seguir em frente.
Oliver olha para o Smudge todo cinza. “Ela nã o vai precisar de um gato preto?”
“Ela é alérgica. Mas continue assim. Stella nã o é bruxa e nã o precisa de gato, mas mora em
Grove e está se mudando e alugando seu apartamento. Ela ainda nã o listou, mas vi as caixas
de embalagem quando fui perguntar a ela sobre o ritual.
“Estou ouvindo, mas é assustador toda vez que você diz 'ritual'. Por causa de coisas como
assassinato ritual.”
“Uau, Oliver, que maneira de escurecer. Eu estava pensando mais como um ritual matinal.
Uma bela lavagem de rosto, escovaçã o de dentes, passeio e reanimaçã o da alma, mas para
superar o namorado. Mas claro, assassinato ritual.
“Você disse bruxa. Isso é por sua conta.
“De qualquer forma, Stella disse que à s vezes a bruxaria é funçã o de nossos cérebros e
subconscientes tentando fazer o psicoló gico trabalho de cura emocional e recentralizaçã o
de seu locus de controle.”
“Isso faz sentido”, diz Oliver, como se tivesse considerado a questã o cuidadosamente e
concordasse. E ele provavelmente tem.
Sua mente é rá pida e aberta, e ele está sempre fazendo conexõ es entre coisas que a maioria
das pessoas nã o para para considerar. O cérebro dele funciona como o meu dessa maneira.
É provavelmente uma das coisas que mais gosto nele. O cérebro de Ava também faz isso,
mas está quase exclusivamente conectado a coisas profundamente nerds. Como se vermos
um telefone pú blico antigo e isso a fará pensar em Doctor Who, o que a fará pensar nas
mitocô ndrias em seu laborató rio, e entã o ela estará rindo de uma piada que o resto de nó s
nã o entende. Eu poderia conseguir se assistisse Doctor Who . Mas pelo que sei, nã o há beijos
e valsas suficientes em vestidos de baile, entã o nã o faço isso.
“De qualquer forma, Stella disse que um bom ritual de rompimento é fazer com que Ruby
aplique o método Marie Kondo em Niles.”
“A coisa de organizaçã o? Ruby deveria dobrá -lo em três partes e colocá -lo em uma gaveta?
“Nã o, é mais como escolher objetos que representem pontos importantes em seu
relacionamento – bons e ruins – e agradecer a cada um pelo que isso lhe ensinou, depois
doar ou jogar fora. Veremos como Ruby se sai neste fim de semana e, se precisarmos,
pediremos o KonMari para ele.
“Eu quero falar mais sobre tudo isso – e também descobrir quanto tempo Ruby pode levar
para superar Niles – mas provavelmente deveríamos voltar ao assunto do casamento
primeiro.”
"Oh, certo. Casar.” Eu levanto Little Stripey o suficiente para encostar seu nariz no nariz de
Smudge. Smudge responde caindo de costas como um jogador de futebol europeu. Tipo, tão
dramá tico.
“De qualquer forma, o que quero dizer é que tenho certeza de que Stella alugará para você
assim que eu mostrar a ela sua folha de antecedentes, e isso lhe poupará o trabalho de
examinar outros locatá rios. Ela nã o contou a ninguém que está se mudando porque sabe
que todos nó s faríamos muito barulho, entã o eu Você pode suborná -la com a promessa de
manter segredo se ela permitir que você alugue a casa dela.
“Ou entã o você vai deixar todo mundo dar uma festa de despedida para ela? Chantagem
brutal.
“Suborno”, eu o corrijo. “É chantagem quando sã o pessoas de quem nã o gosto.”
"Observado. Você suborna Stella e eu alugo a casa dela por um ano. Nó s dois temos que nos
mudar de qualquer maneira, e eu gosto que esta seja uma mudança mais fá cil para você,
entã o estou dentro.”
“É isso”, digo a ele, abrindo um enorme sorriso. “Nó s dois moraríamos em 1598 *Lynn, mas
eu nã o precisaria me mudar!”
Ele leva cerca de meio segundo para processar isso e me dar o crédito que mereço. “Isso é
genial.” Algo entre arrependimento e alívio passa por seu rosto antes de se transformar em
um sorriso apreciativo.
“Você ainda nã o descobriu que eu sou a rainha da brecha?”
“Eu trouxe uma tonelada de papelada legal possibilitada por suas habilidades de brecha.
Você acha que alugar um apartamento no mesmo prédio será suficiente para satisfazer
seus pais?”
“Eles podem querer fazer verificaçõ es pontuais, mas considerando que nunca vieram à
minha casa, provavelmente nã o irã o? Eles podem mandar minha irmã , mas também duvido
disso. Sinceramente, acho que eles vã o perceber que foram derrotados e desistir.”
“Você saberia”, diz ele. “Contanto que isso nã o cause problemas de financiamento para a
empresa, estou bem com isso.”
“O pior cená rio é que eles descubram que nã o estamos dividindo um apartamento de
verdade, surtem e me processem. Isso nunca acontecerá porque seria muito pú blico. Eu
garantiria que sim, e eles sabem disso. O que significa entã o que o pior cená rio é que eles
decidam ficar com os quinze milhõ es restantes até eu completar trinta anos.”
“Nesse caso, você ainda terá uma vantagem de 3,5 milhõ es de dó lares.”
"Sim. Isso deixa o detalhe final: você tem que ser Foster Cat Daddy. Nã o posso por causa da
alergia de Ava e nã o suporto a ideia de entregá -los a mais ninguém. Preciso ter certeza de
que eles sã o grandes e fortes antes de irem a qualquer lugar e preciso escolher quem os
receberá . Com meus próprios olhos."
Ele passa um dedo sobre a barriga exposta de Smudge, e Smudge dá um tapa retardado,
mas erra. “Eu odiei saber que o resgate encontrou um acolhimento para eles.”
Estendo a mã o e pego Smudge, depois tiro Big Stripey e Tuxie do carrinho e coloco todos no
meu colo. “Tudo bem, Oliver Locke. Você me aceitará como sua noiva legalmente casada e
apenas com o nome e esses gatinhos como seus colegas de quarto em seu novo condomínio
em Grove? E você promete solenemente me dar uma chave para que eu possa visitá -los
quando quiser?
“Acho que sim, Mad Mads”, diz ele, e eu sorrio com o apelido. “Mas quero que nó s dois
tenhamos muita certeza disso. Que tal cada um de nó s tirar o resto do dia para pensar
sobre isso. Você pode verificar toda a minha papelada e conversar com qualquer advogado
com quem precise conversar ou algo assim. Entã o nos encontraremos aqui pela manhã e
decidiremos com certeza.”
“Amanhã é sá bado”, lembro a ele. “Eu trabalho hoje à noite, entã o nã o vou acordar até
tarde, e prefiro nã o vir aqui duas vezes, entã o talvez você possa dar uma passada no Grove
por volta das 11h? Eu deveria estar acordado até lá . Oque me lembra . . .”
Como faço para falar sobre namoro com outras pessoas enquanto estamos casados?
Hum. Essa nã o é uma pergunta que eu já me imaginei fazendo. Mas se estou perguntando,
farei do meu jeito – direto ao ponto. “Qual será a nossa situaçã o de namoro?”
Oliver, no processo de roubar Big Stripey de mim, congela com o gatinho na mã o, no meio
do caminho entre nó s. Big Stripey dá um miado pequeno e irritado. “Nã o vamos namorar,
Madison.” Seu tom é muito cuidadoso, tã o cuidadoso quanto a maneira como ele puxa Big
Stripey contra o peito. “Nó s vamos nos casar.”
“Aposto que muitos maridos dizem isso para suas esposas”, brinco. “Mas eu quis dizer
namorar outras pessoas.”
"Oh." Sua testa enruga.
“Nã o se preocupe”, digo a ele. “Nã o me importo se você namorar enquanto estamos
casados.”
Seus lá bios se torcem. "Isso é um alívio."
“Eu pessoalmente gosto da ideia de tirar uma folga do namoro. Espero estar tã o ocupado
com meus planos de vingança que nã o tenha tempo para isso de qualquer maneira. Mas há
uma exceçã o. Você sabe como as meninas estavam me incomodando no domingo por beijar
um cara?
“O cara da má scara?”
“Isso foi na sexta-feira passada. Se aquele cara aparecer de novo, eu gostaria de ver onde
isso vai dar. Você está bem com isso?"
"Claro." Ele olha para Big Stripey enquanto dá tapinhas suaves em suas patinhas. “Foi tã o
bom, hein?”
“Eu já beijei muito, mas isso. . .” Balanço a cabeça, sem saber ao certo como encontrar as
palavras. “Isso foi diferente de tudo que eu já experimentei. Preciso saber se foi o cená rio, o
mistério das má scaras, a mú sica, o canto tranquilo – ou se foi real.”
“Você quer que seja real?” ele pergunta. “E se for? Esse casamento pode ser um grande
problema para esse cara.”
“Eu quero que seja real. Mas provavelmente é discutível porque dependeria desse cara
voltar para me encontrar.”
"Você nã o tem como encontrá -lo?"
“Eu poderia ver as imagens de segurança caso ele estivesse desmascarado quando entrasse.
Mas mesmo assim, eu ainda nã o saberia como contatá -lo, a menos que ele fosse um cliente
regular. Mas ele nã o é.
"Você tem certeza?"
“Certamente. Eu saberia se tivesse esse tipo de química com alguém que conheço.”
Outro aceno lento. "Faz sentido. Você acha que ele virá procurar você de novo?
Meus ombros caem. "Nã o. Acreditei que ele faria isso até fechar no sá bado à noite.
"Você parece chateado."
“Nossas faíscas foram um raio que só acontece uma vez na vida, mas devo presumir que
isso é só para mim. Nã o vejo ninguém querendo ficar em segundo lugar depois disso, e nã o
acho que precisarei de outro casamento de conveniência durante a minha vida, entã o você
pode ser a soluçã o para mim, Oliver,” eu o provoco. “Meu ú nico marido.”
Seu sorriso em resposta é moderado, e agora que entendo sua posiçã o na empresa, aposto
que é por causa do peso de outras pessoas que dependem dele.
Ele devolve Big Stripey e se levanta. “Para o bem de ambos, espero nã o ser seu primeiro e
ú nico marido. Mas vamos pensar sobre isso, e irei amanhã para que possamos decidir de
verdade.”
“Mal posso esperar”, digo enquanto ele sai do escritó rio. “Vejo você amanhã para um
brunch e um compromisso.”
Capítulo Vinte e Oito
Oliver

MADISON FALANDO SOBRE NOSSO beijo ontem quase me destruiu.


Por uma fraçã o de segundo, enquanto observava seus olhos quase revirarem com a
lembrança, quase cancelei toda a proposta e saí. Eu tive uma visã o do futuro comigo cem
por cento loucamente apaixonado por Madison enquanto ela acariciava minha cabeça como
um dos malditos gatinhos.
Nem mesmo o meu mantra de funcioná rios da Azora foi suficiente para me impedir. Em vez
disso, foi Madison, sem ironia, dizendo que tinha certeza de que saberia se tivesse química
com alguém enquanto eu estava literalmente sentado na frente do rosto dela.
Se eu conseguir me lembrar dessa afirmaçã o, além do vislumbre do meu futuro como seu
animal de estimaçã o desesperado, posso manter a distâ ncia necessá ria para fechar esse
negó cio e conseguir para ela o dinheiro que ela merece e para Azora o dinheiro que
precisamos. Acordei esta manhã , pronto.
Tenho certeza de que estarei noivo em menos de dez minutos. Eu levanto minha mã o e bato
na porta da frente dela.
Ava responde e me olha surpresa. “Ei, Oliver.”
Acho que Madi nã o mencionou que eu estava vindo. “Ei, Ava. Madison está aqui?
Ela olha em direçã o à s escadas. “Sim, mas ela dorme no fim de semana por causa de seus
turnos tardios. Quer que eu vá acordá -la?
Eu quero que ela acorde dormindo Princesa Madison depois de eu ter passado a noite
revirando, questionando minha sanidade, mas sem dormir? Eu gostaria desse trabalho.
“Você se importa se eu fizer isso? Devíamos estar tomando um brunch agora mesmo.
Ela dá um passo para trá s e me indica as escadas. “Perca-se. O quarto dela fica à direita.
Subo as escadas e bato na porta, ganhando um gemido na terceira tentativa. Sabendo que
nã o vou acordá -la de um sono profundo, entro em um quarto com cheiro de caramelo e
uma mancha debaixo do edredom da cama. Um pé com unhas cor de cereja sobressai das
cobertas.
Quem vai se deparar com uma cama lendá ria e nã o testá -la por si mesmo? Eu nã o. Eu me
jogo, espreguiço-me com as mã os atrá s da cabeça, olhando para o teto. O quarto dela é
cinza suave e rosa claro com peças de destaque que eu aposto que sã o da Teak Heart. É
sofisticado e feminino, mas com texturas suaves que o tornam acolhedor. Almofadas
peludas. Roupa de cama de seda.
Ouço um farfalhar perto de mim, depois algo parecido com um grunhido com um ponto de
interrogaçã o no final.
“Você dormiu demais para o nosso brunch marcado para mudar sua vida, entã o vim
procurar você.”
A bolha se levanta e diz: “Oliver?”
"Ei."
Ela deixa o cobertor cair e tira o cabelo do rosto, fazendo uma coisa arquitetô nica acontecer
quando ele fica preso na lateral da cabeça. "Que horas sã o?"
“Um pouco depois das 11h.”
"Oh." Ela pisca para mim e me pergunto se ela usa lentes de contato. "Você está na minha
cama."
“Estou testando suas afirmaçõ es de grandeza.” Eu dou um salto suave. “Nã o vou mentir,
sinto que estou sendo embalada por mil anjos enquanto gatinhos me ronronam até
dormir.”
Ela me dá um sorriso sonolento. "Eu sei."
“Você nunca pode deixar Ruby vencer isso.”
Um aceno de cabeça. "Eu sei."
“Eu entendo por que você teria dificuldade em sair desta cama. Mas temos negó cios esta
manhã .
Ela boceja e derrete de volta no colchã o. Seus olhos se fecham. “Hummm.”
Rolo para o lado para poder apoiar a cabeça na mã o e estudá -la. “Quanta cafeína eu preciso
trazer para que possamos descobrir isso?”
"Nenhum. Sim." Outro bocejo. “Mais sono.”
“Madison. . .”
Ela se apoia nos cotovelos, criando picos e vales sobre o decote que quero explorar. Afasto
meus olhos da vista tã o rá pido que tenho quase certeza de que descolo uma retina.
“Eu me casarei com você, Olvr”, ela murmura. "Sim?"
"Sim."
Ela se deita e faz os sons suaves de alguém caindo no sono.
“Loucos? Deveria haver mais nisso?
“Tire uma soneca ou vá embora. Nã o fale.
É muito estú pido ficar, mas a dinamite nã o vai me tirar daqui neste momento. Eu me
acomodei para ouvir Madison respirar e experimento a magia do colchã o de unicó rnio e
fada enquanto estudo o teto.
Acordo e encontro Madison esparramada ao meu lado, a cabeça apoiada no meu peito, a
mã o segurando a frente da minha camisa. Ela está dormindo profundamente, suas curvas
moldadas a mim em todos os lugares que tocamos.
Interessante. Entã o é assim que eu morro. Combustã o espontâ nea.
Passo meu polegar por sua bochecha, enrolo meus dedos em seus cabelos e começo a
adormecer. . .
Até que o som de um pigarro chama minha atençã o.
Sua porta está repleta de três rostos curiosos sob coques bagunçados de vermelho,
rosa/loiro e marrom.
“Ei, Oliver,” Ava diz.
Eu levanto minha mã o livre e aceno.
“O que você está fazendo?” Ruby pergunta.
"Em repouso?" Eu digo, tã o silenciosamente quanto posso.
"Isso é uma pergunta?" Sami pergunta.
Madison se mexe, pisca e suspira sonolenta e se levanta para encarar suas colegas de
quarto. “Ollie e eu vamos nos casar. Vocês querem vir?
Fica um silêncio mortal por cerca de dois segundos, entã o um monte de sons acontecem ao
mesmo tempo. Um suspiro de um deles, um guincho de um deles, entã o Ruby correndo pela
sala cantando: “Eu ganhei, eu ganhei, eu ganhei!”
"Você está falando sério?" Ava parece perplexa.
“Sim”, diz Madison. “E Ruby, você nã o vence. Este é um casamento de conveniência, como
aquele filme em que Ryan Reynolds tem que se casar com Sandra Bullock. Exceto que eu
sou legal.
Rubi para. "O que você está falando?"
Madison esfrega os olhos, mas parece divertida e mais desperta agora. “Este era o seu
plano, Oliver. Você conta a eles.
"Tudo?" Ela disse que manteve o escâ ndalo da fá brica Jeneze e os detalhes de sua confiança
de todos. Nã o quero revelar informaçõ es que ela ainda quer manter em segredo.
“Tudo isso”, ela diz. “E nã o posso contar tudo de novo. Eu meio que tive vontade de vomitar
quando contei isso para você, mas eles precisam ouvir a coisa toda, ou esse casamento nã o
fará sentido sem a histó ria completa.
“Nã o tenho certeza se isso fará sentido mesmo com isso”, diz Sami. “Mas estou pronto para
a hora da histó ria.”
Em menos de um minuto, os outros três colegas de quarto estã o descansando no colchã o
conosco e se acomodam tã o facilmente que obviamente é algo que fazem com frequência.
“Tudo bem, vá ”, diz Ruby.
Encosto-me na cabeceira da cama e começo a cobrir as prá ticas trabalhistas do pai dela, o
fundo fiduciá rio da avó , a alteraçã o do fundo fiduciá rio feita pelos pais, a perda do
investimento com que contá vamos pela minha empresa, os empregos que dependiam de
encontrarmos o financiamento e a minha proposta.
A histó ria é interrompida periodicamente por suspiros de indignaçã o, vaias altas do Sr.
Armstrong por Sami, Ruby solicitando a grafia de Dhaka para que ela possa ler sobre o caso
em seu telefone e um esclarecimento ocasional de Madison. Mas vinte minutos depois,
concluo: “Entã o vim aqui esta manhã como combinamos, mas este estava dormindo” —
aponto o polegar para Madison — “e tive que ver por que vocês fariam uma aposta sobre
um colchã o. e adormeceu também. Portanto, ainda nã o tenho detalhes de quando e onde.
As perguntas chegam até nó s no estilo rat-a-tat enquanto eles conversam entre si até que
Madison ri e levanta as mã os.
“Gente, acalmem-se!” Quando eles o fazem — com alguns resmungos — ela diz: “Aqui está a
parte que eu nem tive a chance de contar a você, Oliver. Liguei para Josh assim que você
saiu. Ele me conectou com um dos advogados imobiliá rios da empresa. Nó s nos
encontramos uma hora depois, e ele examinou minha papelada e disse que Oliver havia
costurado bem.
Faço uma meia reverência na minha posiçã o sentada. "Você é meu amigo. É claro que vou
manter tudo legítimo.”
Sami franze a testa. “Josh nã o me disse nada sobre isso.”
“Bom”, diz Madison. “Ele nã o deveria. Eu precisava que tudo fosse resolvido antes de vocês
entrarem no meu negó cio. De qualquer forma, assim que o advogado disse que eu estava
pronto para ir, fui falar com Stella, que vai se mudar no pró ximo fim de semana, e ela disse
que você pode alugar a casa dela, Oliver.
Outra enxurrada de conversas:
"Stella está se mudando?"
“Oliver vai ser nosso vizinho?”
"Entã o quando é que vais casar?"
A ú ltima é de Ruby, e Madison olha para mim. “Sá bado está bom para você?”
“O tribunal estará aberto?”
“Tribunal? Nã o senhor." Ela pula da cama e começa a procurar algo em sua pequena estante
cheia de romances. “Estarei tratando esse casamento com a seriedade que ele merece.
Festa na piscina, sem família, apenas amigos. Quem quer oficializar?” Por fim, ela pega um
caderno e o abre.
"Meu!" A mã o de Sami se levanta.
“Tudo bem com você, Oliver?”
Eu concordo. O que mais você faz quando sua mã e gata de repente se transforma em um
tornado de planejamento de festas?
Ela anota com a caneta anexada ao caderno. “Vamos fazer uma coisa do dia para que meus
amigos do Gatsby's possam vir. Precisamos de um tema. Tiki? Nã o, exagero.
“Má scaras?” Ruby sugere, e eu lhe lanço um olhar penetrante. Ela devolve com as
sobrancelhas levantadas. Ela está perguntando se eu contei a Madison sobre o beijo. Dou
um leve aceno de cabeça para Ruby. Ela aperta os lá bios, mas permanece quieta enquanto
Madison segue em frente.
“Ideia divertida, mas ainda quente para atividades ao ar livre”, diz Madison. “Vou pensar na
resposta depois de tomar um café. Todos saiam daqui para que eu possa me vestir e tomar
cafeína.”
Eles saem da cama e saem discutindo sobre o tema com palavras como “Velho Oeste” e
“gó tico retrô ” voando por aí.
Madison estende a mã o e eu a pego, deslizando da cama e ficando de pé. De repente,
estamos tã o pró ximos quanto está vamos na noite daquele beijo. Estou dolorosamente
consciente de seu corpo macio e quente, vestido com shorts de dormir e uma regata, e nada
mais.
“Ei, noivo,” ela diz, sorrindo para mim.
“Estamos loucos?” Eu pergunto.
"Sim. Encontro você lá embaixo para tomar um café?
Nã o posso deixar de dar um beijo em sua linha do cabelo. “Ok, noiva. Obrigado por fazer
isso.
"Fazendo o que? Conseguir milhõ es de dó lares quatro anos antes? De nada . Agora vá ." Ela
dá um passo para trá s e aponta para a porta.
Ruby está me esperando no final da escada. “Lá fora, por favor.”
Quando a porta da frente se fecha atrá s de nó s, ela cruza os braços e sibila: — Por que você
é tã o burro?
“É um plano muito inteligente.”
“Você sabe o que quero dizer, Oliver. Esta é a sua estratégia para conquistar Madison?
Eu suspiro. "Nã o. Concordo que esta seria a maneira mais idiota possível de fazer isso. Nã o
vou dizer uma palavra e vou manter distâ ncia.”
Ela me estuda com os lá bios apertados. "É por isso que você nã o disse a ela que foi você
quem a beijou?"
"Sim. Isso complica tudo. Ela nã o gosta do Oliver que ela conhece. Ela gosta de um
personagem que interpretei acidentalmente uma noite. É uma merda, mas é assim que é.”
Esfrego a mã o no cabelo. “Vou parar de trabalhar no clube. Posso me dar ao luxo de alugar
um agora um pequeno espaço de escritó rio em outro andar do prédio por causa do dote.”
Ela nã o consegue esconder um sorriso. “O dote.”
"Sim. Devo me casar para preservar a sorte da minha empresa.”
Ela balança a cabeça. “Eu nem sei o que dizer para você agora.”
“Parabéns pelas suas pró ximas nú pcias.”
“Nã o há parabéns. Acredito que você e Madison sejam pessoas honestas e farã o o que é
certo um com o outro com o dinheiro. Mas isso vai ser complicado.
“Nã o vai. Vou manter distâ ncia. Fiquei acordado vá rias noites imaginando o quã o errado
isso seria se eu esquecesse isso. Pratiquei sentir esse tipo de dor. Eu nã o adorei. Estou
criando zonas de amortecimento emocionais gigantescas e estou reforçando-as. Agora
podemos obter sua bênçã o?
“Você não recebe minha bênçã o”, diz Ruby. “Mas você terá minha ajuda. Vamos ver o que
sua futura esposa desequilibrada está tramando, porque estou avisando, Oliver, vai ser uma
loucura. Esse é o MO dela.
“Obrigado, Rubi.”
Ela coloca a mã o na maçaneta, mas faz uma pausa para me olhar com um ú ltimo olhar
penetrante. “O que você precisa aqui é de boa sorte.”
Ela desaparece no condomínio e suspiro ao ver como suas palavras sã o verdadeiras: em
seguida, tenho que ligar para minha mã e.
Capítulo Vinte e Nove
Madison

ESCOLHEMOS O 7-ELEVEN como tema, é claro. O que mais você faria por um casamento de
conveniência ?
Olhando para a nossa configuraçã o ao redor da piscina, nã o tenho certeza se irei a um
casamento que supere isso. Começa em quinze minutos e estamos prontos para partir.
Convidamos todos do Grove pelo preço de um lanche de loja de conveniência para
complementar nossa mesa de pasto. Ruby preparou-o com biscoitos – pacotes de
sanduíches de biscoito laranja fluorescente com recheio pegajoso de manteiga de
amendoim e queijo – queijo ralado. Ela tem sacos de Skittles para frutas e sacos de
amendoim Planter de porçã o ú nica. É um crime magnífico contra a natureza. Ou pelo
menos nutriçã o.
“Meninas”, a Sra. Lipsky chama enquanto sai pela porta da frente, “vocês estã o
deslumbrantes”.
Ninguém acreditou em mim quando eu disse a eles que o site da 7-Eleven vende roupas de
marca, mas Ruby e Ava agora estã o usando camisetas retrô chocantemente fofas de manga
raglan da 7-Eleven.
“Estou quase com ciú mes”, diz Sami.
Mentiras. Sami, condizente com a seriedade de seu papel como oficial por meio de uma
certificaçã o na Internet que levou cinco minutos para conseguir, está vestindo um conjunto
de pijama com comidas 7-Eleven e cartazes impressos “porque parece mais um terno”.
“Nã o sinta”, diz a Sra. Lipsky. “Você também é fabuloso. Mas nã o está quente para esse
gorro?
Sami também comprou um gorro com padrã o neon chamado “Slurpee Swirls”, completo
com um pompom, que ela dá um tapinha. "Sem chance. Todo mundo sabe que o padre mais
importante tem o chapéu mais chique. Prazer em ver você, Migos.”
O robusto Yorkie da Sra. Lipsky está aninhado em seus braços, olhando para nó s. Ava o
defendeu uma vez dizendo que eram suas sobrancelhas rebeldes que o faziam parecer
rabugento, mas a Sra. Lipsky a corrigiu. “As sobrancelhas dele só sã o assim porque ele é
muito mau para deixar o tratador fazer um trabalho adequado.”
Outros vizinhos saem, depositando suas oferendas de Doritos ou Muddy Buddies sobre a
mesa e exclamando sobre nossa moda de casamento.
O casal do outro lado de Josh, Hugo e Jasmine descarrega bandejas de papelã o com nachos
com salgadinhos de milho redondos e nojentos e copos plá sticos de molho de queijo falso.
Está perfeito.
“Mal posso esperar para ver o que os caras vã o vestir”, diz Hugo.
“Nã o vou mentir, é incrível”, diz Ruby.
Os padrinhos vestem camisetas brancas com o clá ssico logotipo da 7-Eleven e listras no
peito.
Oliver está se mudando para sua nova casa a manhã toda, mas ele deveria estar vestindo
sua camisa verde de botã o estilo resort. Tem shorts combinando . Eu nã o tinha opiniã o
sobre o 7-Eleven há uma semana, quando criei esse tema, mas eu os amo muito agora.
Coincidindo. Shorts.
Jasmine vem me abraçar. “Por que este é o vestido de noiva mais fofo que já vi?”
Eu olho para baixo, sorrindo para minha blusa curta da 7-Eleven e minha legging verde
metá lica emprestada do guarda-roupa de palco de Sami. Joey e Ava criaram uma cauda de
um metro e oitenta com guardanapos da 7-Eleven, e ela se espalhou atrá s de mim de forma
tã o dramá tica quanto a cauda de um vestido de Rihanna no Met Gala. Estou usando meus
saltos plataforma de acrílico mais altos, dedos pintados com a tangerina do logotipo da loja.
Minha bunda. . . ets fica bem com essa roupa.
“Seu buquê”, Ruby diz, me entregando um arranjo artístico de canudos Slurpee inovadores
cobertos com lá bios brilhantes de plá stico neon.
Mais vizinhos aparecem com Takis e torresmo frito e alcaçuz. Os elogios continuam
chegando enquanto as pessoas se acomodam nas cadeiras da piscina que alinhamos no
estilo cerimô nia com um corredor no meio.
Faltam cinco minutos. Procuro Joey, que deveria estar na á rea de mú sica, Josh, que tem a
certidã o de casamento que precisaremos assinar e enviar, os padrinhos e o noivo. Eu nã o
vejo nenhum deles.
Onde está cada homem que deveria estar neste casamento?
Capítulo Trinta
Oliver

MINHAS COSTAS ESTÃ O CONTRA A PAREDE.


Josh e Joey me flanquearam. Charlie e Matt estã o parados perto de uma pilha de caixas de
mudança, vestindo suas camisas de padrinho da 7-Eleven, parecendo nã o ter certeza se
deveriam ajudar a mim ou aos dois homens que estã o me assaltando.
De todos os obstá culos que eu estava preparado para enfrentar esta semana - filas no
cartó rio do condado, assinatura de contratos de aluguel de espaço de escritó rio e um
condomínio, mudanças loucas - levar meu lixo chutado por dois caras que eu fiz rir até eles
chorei no fim de semana passado na festa de aniversá rio de Sami, algo que eu nã o esperava.
Estú pido da minha parte.
“Pessoal, há algo que eu possa fazer por vocês?” Eu pergunto, tentando manter isso
discreto.
“Nó s odiamos isso”, diz Joey.
Josh assente. "O que ele disse."
“Madi é nossa amiga”, diz Joey. “Talvez você tenha notado que quando um deles dó i, todos
eles doem. Tudo sobre isso é uma má ideia.
“Por que isso está acontecendo agora?” Charlie pergunta. “Este casamento é tudo o que ouvi
falar durante uma semana.”
“Achamos que vocês dois iriam cair em si”, diz Josh.
“Ele quer dizer que achamos que um de vocês iria se acovardar”, diz Joey. “Entã o agora
vamos fazer isso acontecer.”
Mesmo meus pais nã o me incomodaram tanto. Talvez seja porque eu lhes contei toda a
verdade — inclusive o que sinto por Madison. Meu pai ainda insistia em que seu pró prio
advogado examinasse cada papelada antes de finalmente concluir que eu estava protegido
legal e financeiramente. Minha mã e decidiu que, no que diz respeito aos meus sentimentos,
isso nã o seria muito diferente de gostar de um vizinho que só me via como amigo, e eu já
estava planejando evitar Madison sempre que possível, entã o o que mais havia para eles
dizerem? se eu tivesse decidido? E eu fiz. Eu faço.
“Nó s dois temos todos os nossos sentidos, eu prometo”, digo a Joey e Josh. Esse
interrogató rio de ú ltima hora é a maneira deles de tentarem proteger Madison, entã o nã o
deixo que isso me incomode. “Nó s pensamos nisso. Vá rios advogados examinaram isso.
Madison está bem protegida financeiramente. Ela sai na frente, na verdade.
“E você ganha quase dois milhõ es de dó lares.”
“Pedi apenas o que Azora precisa e demos a ela as melhores condiçõ es possíveis.”
Josh esfrega o queixo, sem quebrar o contato visual. “Você nã o é um cara feio. Antes de você
tentar se casar com Madison, eu achava você muito engraçado. Mas esta deve ser a maneira
mais patética que já ouvi de conseguir uma garota. Você nã o poderia simplesmente
convidá -la para sair e arriscar o nã o?
Charlie e Matt parecem que vã o intervir em meu nome, mas balanço a cabeça para eles.
Matt desliza as mã os nos bolsos do short de giná stica e parece frustrado. Charlie se recosta
na parede para esperar que isso acabe.
“A ú ltima coisa que eu faria seria convidar Madison para sair”, digo a Josh. “Nã o tenho
tempo para um relacionamento agora. Talvez eu tivesse que me aproximar, mas nos
veremos menos. Estou me esforçando mais para cumprir a data de demonstraçã o do
cliente, para que Madison nã o precise se preocupar nem por um segundo com seu dinheiro,
e isso significa horas estupidamente longas. Talvez eu tenha tempo para enviar uma
mensagem sobre os gatos. É isso."
“Você está dizendo que Madi nã o é boa o suficiente para namorar?” Joey pergunta,
parecendo ainda mais irritado.
"Nã o, meu. Estou dizendo que ela é livre para namorar quem ela quiser, e se eu encontrar
um cara legal, eu mesmo arranjarei eles, mas nã o acho que ela precisará da minha ajuda.”
“Você acertou”, diz Joey, mas ele descruzou os braços. “Isso é realmente um negó cio?”
“Ainda nã o gosto disso”, diz Josh.
"Você olhou o acordo pré-nupcial de Madi, certo?" Pergunto-lhe.
“Sim, mas um advogado sabe melhor do que ninguém que as melhores brechas sã o as
sutis.”
Dou uma olhada no reló gio do micro-ondas da cozinha. “Eu deveria me casar agora, eu
acho. Josh, você viu o acordo pré-nupcial. É só lido e nã o procurarei brechas. Ela vai ficar
bem.
Joey e Josh trocam olhares. Joey acena com a cabeça e os dois recuam. “Tenho que preparar
a mú sica, caso esse casamento ainda aconteça.”
“Nó s também vamos sair”, diz Matt. "A menos que você precise que eu fique?"
Eu balanço minha cabeça. Eu sei que ele quer desabafar sobre esses dois cavalheiros, mas
nã o é culpa deles eles nã o terem todos os fatos. “Avise Madi que sairemos em um minuto.”
Charlie, Matt e Joey saem em fila e, quando a porta se fecha atrá s deles, encontro o olhar de
Josh. “Há algo novo que você deveria saber. . .”
Capítulo Trinta e Um
Madison

JOEY, MATT E CHARLIE saem um pouco antes de eu bater na porta do meu noivo e
informá -lo que me recuso a levar uma bronca no meu casamento na loja de conveniência.
“Josh e Oliver sairã o em um minuto”, diz Charlie, dando-me um sorriso tranquilizador.
Aposto que é o sorriso que ele dá à s crianças que perdem os pais na biblioteca.
Joey troca olhares com os outros homens antes de tirar o iPhone do bolso e ir até os alto-
falantes que configurou.
Ruby observa essa conversa e depois murmura baixo para que apenas eu possa ouvir: “Essa
é a sensaçã o de ter quatro irmã os mais velhos”.
“Eu nã o gosto disso”, digo a ela.
Ela balança a cabeça. “Nem sempre sã o passeios nas costas. Sã o principalmente noogies.
Sami preenche a espera com poesia espontâ nea sobre o 7-Eleven. Eu amo sua “Ode to That
Weird Hot Dog Machine” e a frase sobre “tubo de carne em calor nuclear”, mas estou quase
pronto para marchar novamente até a casa de Oliver.
Nossos vizinhos aplaudiram quando ela rimou chucrute com “walk right out”, e foi entã o
que Oliver apareceu com Josh. Eles caminham em nossa direçã o, Oliver com um sorriso de
desculpas, Josh olhando... . . pensativo? Como se sua mente estivesse apenas parcialmente
focada no casamento. Oliver tem um guardanapo da 7-Eleven dobrado como um lenço de
bolso, e eu sorrio. Esse é o espírito.
“Desculpe pela demora,” Oliver chama. “Problemas técnicos, mas estamos prontos.”
Josh acena na direçã o de Joey como se estivesse confirmando isso. Como se eu precisasse de
um desses homens para decidir o que preciso e o que nã o preciso. Oooh, teremos palavras,
esses meninos e eu.
Sami ocupa seu lugar em frente à piscina. “Estamos prontos, amigos. Oliver e os padrinhos,
por favor? Ela indica onde eles deveriam ficar à sua esquerda. “Melhores amigos?”
Como nã o investimos em um casamento tradicional, escolhi quais tradiçõ es quero,
enviando mensagens de texto para Oliver durante toda a semana para repassar minhas
escolhas a ele. A ú nica coisa que ele vetou foi um arco de casamento feito de xícaras Slurpee
coladas a quente. Isso foi justo. Iria explodir com um espirro.
"Vamos!" — eu chamo, e uma risada percorre a plateia. Ruby e Ava estã o me
acompanhando até o altar e temos um show para fazer.
A voz de Jamie Foxx sai do alto-falante em um comovente a cappella. As primeiras risadas
irrompem enquanto tocamos uma série de quatro vogues épicas enquanto as pessoas
reconhecem a mú sica, mas só quando as buzinas tocam quando nossos pés atingem o
corredor é que Oliver começa a rir e Sami canta junto com Kanye sobre garimpeiros.
Joey interrompe a mú sica quando chegamos a Sami, e entrego meu buquê para Ruby, que
agora está alinhada à direita de Sami.
“Senhoras e senhores, estamos aqui reunidos para nos juntarmos a Madison e Oliver neste
estranho casamento de negó cios que eles estã o fazendo. fazendo. Se você tiver alguma
objeçã o, vamos ouvi-la, mas deixe que fique claro, meu namorado advogado e eu
pesquisamos isso, e você só pode contestar por motivos legais reais, e esses dois têm seus
contratos legais em ordem. Alguma objeçã o?
Apenas Oliver olha em volta, mas ninguém diz nada.
“Legal”, diz Sami. “Mais importante ainda, esta é também uma festa de boas-vindas ao
nosso novo vizinho, Oliver. Diga oi, pessoal.
Todo mundo grita “Ei, Oliver”, inclusive eu, e Oliver ri e acena.
“Nosso feliz casal agora lerá seus pró prios votos”, diz Sami.
Oliver enfia a mã o no bolso do short, nos fazendo rir de novo quando ele tira um recibo de
supermercado e aperta os olhos para trá s. Ele limpa a garganta. “Madison, prometo
solenemente dividir as contas do veteriná rio e, mais importante, as consultas veteriná rias
para nossos filhos temporá rios de peles.”
Limpo uma lá grima fingida do meu olho.
“Sua vez, Mads”, diz Sami.
Olho ao redor da cauda do meu guardanapo como se nã o me lembrasse onde coloquei o
meu antes de dar um pequeno “Aha” e soltar um dos guardanapos. Mais risadas. Eu limpo
minha garganta. “Prometo dar a você trinta por cento de custó dia do controle remoto
quando sairmos.”
“Objeçã o”, diz Josh, levantando-se. “Você a deixou negociar isso? Isso é muito baixo.”
“Eu nã o sou um idiota, Josh,” Oliver diz antes de se virar para encontrar meu olhar. "Meio a
meio. Oferta final."
Cruzo os braços. "Esposa feliz vida feliz."
Os vizinhos participam, as mulheres do meu lado, os homens do dele. Depois de algumas
idas e vindas, solto um suspiro irritado e digo: “Recebo cem por cento das vezes na minha
casa, cinquenta por cento na sua casa”.
“Pegue”, diz Hugo. “Nunca ouvi falar de nenhum homem que conseguisse condiçõ es tã o
boas.”
Oliver acena que aceita.
“Isso é lindo, crianças”, diz Sami. “Agora vocês trocarã o os símbolos dos votos que estã o
fazendo diante de seus amigos e vizinhos.”
Dou a Sami um olhar confuso. Nã o vamos trocar alianças. Ela pisca para mim e acena para
Oliver, que sorri.
Ava se agacha e chama Migos, o Yorkie irritadiço: “Migos, venha. Tratar!"
A Sra. Lipsky o solta e ele se aproxima, com o colarinho tilintando. Ava separa algo dele e
entrega para Sami. Eu pego um brilho de ouro e brilho. O que no. . .
Sami passa para Oliver. “Você, Oliver Octavian Locke, aceita esta mulher como sua esposa
legalmente casada para fins comerciais por um ano e um dia?”
“Otaviano?” Charlie diz. “Esse é o seu nome do meio?”
“Porque ele é o oitavo neto.” Sorrio enquanto explico porque essa descoberta foi minha
parte favorita da semana.
“Eu aceito Madison como minha esposa legalmente casada por um ano e um dia”, diz Oliver.
Ele segura algo dourado e brilhante, com cerca de cinco centímetros de comprimento.
“Madison, ofereço a você nosso acordo pré-nupcial rígido e este chaveiro com copo Slurpee
folheado a ouro e deslumbrante como um símbolo do nosso acordo.”
Estendo a mã o para pegá -lo e rio dos minú sculos cristais cor-de-rosa que formam o
redemoinho lamacento no topo da taça de ouro.
“Madison Leigh Armstrong, você aceita este chaveiro?” Sami pergunta.
Eu o prendo na cintura da minha cauda nupcial ao som de assobios e palmas. "Eu faço."
“Muito emocionante”, diz Sami. Ela pressiona algo frio e metá lico em minha mã o. “Por
favor, apresente a Oliver o símbolo que esta cerimô nia e compromisso merecem.”
Abro minha mã o e deixo o chaveiro Slurpee pendurado e refletindo a luz. Este tem cristais
prateados e nã o rosa. "Desculpe Te peguei . . . sabor de cogumelo, eu acho? Mas eu queria
dar a você uma cor neutra para acessó rios.”
Oliver abana os olhos com as duas mã os, como se estivesse tentando conter as lá grimas.
“Que atencioso! Eu nã o fazia ideia. Felizmente, o prata era exatamente a cor que eu queria
entre as duas ú nicas opçõ es que tinha.”
“Oliver Octa—” Sami começa.
“Só Oliver está bem”, ele interrompe.
“Você aceita este chaveiro?”
“Sim”, diz ele.
Sami sorri. “Pelo poder que me foi conferido pela igreja que encontrei na internet, eu os
declaro marido e mulher de negó cios. Você pode beijar a noiva!"
Um beijo? Nã o acredito que nã o discutimos isso, e a expressã o surpresa de Oliver sugere
que ele está pensando a mesma coisa. Meu estô mago se agita como à s vezes acontece antes
do primeiro beijo. Por que nã o? Oliver é o mais doce de todos os sapos, e estou curioso
sobre essas habilidades que Ava mencionou. Enquanto nossos convidados comemoram,
sou totalmente a favor de dar a eles o que eles querem. Eu me inclino para frente com uma
expressã o exagerada, mas Oliver responde com uma mã o sobre minha boca e um sorriso.
“Acordos de negó cios sã o apertos de mã o, Mads. Nã o quero dar aos vizinhos uma ideia
errada.”
“Ah, sim, esqueci”, diz Sami. “Você pode apertar a mã o! E sorria muito para o fotó grafo!”
Esse é Joey de novo, já que ele é um ó timo amador. A certidã o de casamento é toda a prova
legal de que preciso para liberar o trust. Adicionar fotos do nosso casamento no
minimercado é a cereja do bolo ainda mais saborosa, pois imagino os rostos dos meus pais
ao verem como cumpri a letra da lei com esmero, sem de forma alguma satisfazer o espírito
dela.
Oliver tira a mã o da minha boca. Eu rio quando ele faz isso, mas é para esconder minha
confusã o, porque sinto uma fraçã o de segundo de decepçã o. Curiosidade nã o satisfeita, só
isso.
Nó s dois nos voltamos para Joey e sua câ mera, com as mã os entrelaçadas. “Grande sorriso
falso para o boletim informativo corporativo”, digo a ele.
Joey clica diversas vezes enquanto Oliver e eu tentamos fazer o maior pú blico rir com
sorrisos cada vez mais falsos. Quando Joey acena que tem o que precisa, em vez de soltar
minha mã o, Oliver me puxa para um abraço. “Obrigado, Mads. Eu ficarei em dívida com
você para sempre.”
Eu o abraço de volta, surpresa novamente com o quã o substancial ele se sente. Ele
realmente se afoga naqueles moletons. “Legalmente, você nã o pode me dever por mais de
três anos.”
Ele se afasta com um sorriso. “Eu nã o vou. Eu garanto.”
Eu nos viro, uno nossas mã os novamente e as balanço no ar como um casal de verdade faz.
“Hora de festa, pessoal!”
Mais gritos surgem quando Joey coloca a playlist que o DJ do Gatsby fez para mim. Todo
mundo se dirige para a comida. Algumas pessoas nos parabenizam, mas na maioria das
vezes todos dã o boas-vindas a Oliver. Eu sorrio enquanto vejo as pessoas ponderando
sobre suas escolhas de Slim Jim ou pegando as barras de chocolate que você só encontra
em postos de gasolina.
Nã o é convencional. Maluco, até. E diversã o.
Oliver se aproxima para se juntar a mim.
“Obrigado pelo meu brilho.” Eu giro na minha cintura como uma borla.
Ele tira o seu do bolso. “Preciso descobrir como usar o meu com orgulho.”
“Zíper para seus moletons”, sugiro.
“Pare de zombar dos meus moletons.” Ele puxa o colarinho. “Eu também possuo esta
camisa agora.”
“Esta camisa está favorecendo seus moletons, nã o.”
Uma sobrancelha sobe. "Diz mais."
Eu dou de ombros. “Eu conheço você há quanto tempo, dois meses? Vejo você quase
diariamente, mas esta é a primeira vez que percebi que você nã o é um code titi.
“Um o quê?”
“Um tee tee ,” eu enuncio lentamente. “Aqueles macacos esqueléticos?”
Ele olha para mim como Ava faz quando ela nã o acredita nas minhas bobagens. "Nã o foi
isso que você quis dizer."
Dou a ele minha melhor Scarlett O'Hara. “Tenho certeza de que nã o sei o que você quer
dizer.” Eu mudo para minha voz normal. “De qualquer forma, nesta camisa você é menos
macaco de có digo e mais. . .”
Ele incha o peito e aprofunda a voz. “Có digo gorila?”
Eu dou um tapinha em um peitoral inflado. “Acalme-se, Kong. Vamos com o có digo
chimpanzé.”
Ele me puxa para outro abraço, e me lembro que gosto de seu tratamento rude. Uh, faça
essa assertividade.
“Madi com as piadas”, diz ele, com uma risada agitando meu cabelo. “Mas lembre-se, eu sou
um macaco de có digo, assim como os chimpanzés do Planeta dos Macacos sã o bichinhos
fofos.”
Possuindo seu poder. Eu gosto disso também. Camadas apó s camadas com meu marido.
“Garota da garrafa”, Ruby chama, empurrando um carrinho da biblioteca segurando uma
grande caixa coberta de pano. Mantenho um braço em volta da cintura de Oliver quando
me viro e saú do. “Qual é a ú nica bebida que serve para uma celebraçã o?”
“Champanhe”, eu digo.
"Você tem razã o! Mas e se formos muito baratos para alugar uma fonte de champanhe para
o seu casamento de conveniência? Apresentando. . .” Ela tira o pano e Oliver e eu caímos na
gargalhada.
“Alugamos uma má quina Slurpee!” Sami diz, alegria estampada em seu rosto.
"Eu amo isso!" Eu grito acima do som da multidã o enlouquecendo.
A playlist muda para “Single Ladies” e eu rio. “Dancem comigo, melhores amigos!”
Mas Sami e Ava balançam a cabeça. “É diferente com nossos namorados aqui”, Sami chama.
“Justo”, eu digo. “Ruby-Roo...” Mas eu paro, percebendo que essa é a mú sica totalmente
errada para ela. Ela está sorrindo, mas o sorriso nã o alcança seus olhos.
Joey, lendo a sala, me lança um olhar ofendido. “Por que você está apenas chamando as
meninas? Você acha que caras nã o podem fazer essa dança? Vamos, Josh.
Josh sabe que está sendo chamado para animar Ruby, e já está funcionando; a oscilaçã o
desapareceu de seu sorriso. Josh faz algo como um twerk, mas ao nos lançar um olhar
morto e fazer beicinho, Sami grita: “Você precisa de fibra, baby? Alguém trouxe barras de
aveia!”
Josh responde dando um movimento dramá tico em seu cabelo e adicionando uma bomba
no peito, e Ruby termina.
“Ruby Ramos, hora da morte, 15h24”, digo, olhando para o reló gio, enquanto ela desmaia
contra Ava, uivando.
Joey está melhor, aproveitando toda a salsa que dançaram no quintal de Ramos. Ele se
move como o videoclipe, da mesma forma que uma falha no Pinterest se parece com o
original. Mas eu amo tanto esses dois caras por manterem Ruby sorrindo.
Oliver balança a cabeça. "Isso é triste. Segure meu Slurpee.
Ele caminha em direçã o a Josh e Joey, alcançando-os quando o segundo verso chega, e ele
está totalmente no modo Beyoncé, agachando-se, levantando-se com a mã o no quadril, e
estamos gritando.
Os vizinhos se aglomeram para assistir, e Sami e Ruby correm em minha direçã o para olhar
mais de perto enquanto meu marido nerd se torna um homem que sacode o traseiro e
balança os ombros. . . divã ? Ele está se comprometendo com isso como Ryan Gosling
fazendo seu nú mero de Barbie no Oscar.
“Ele está comendo ”, grita Jasmine.
Sra. Lipsky lança a Oliver um olhar preocupado.
“Isso significa que ele está bem”, digo a ela.
Eles atingiram a seçã o “whoa-oh-oh” com os movimentos de marcha e socos. Até Josh
conhece essa parte e quase se mantém atualizado.
“Oliver fez uma mudança de chute na bola?” Ruby diz, sua voz ficando tã o alta que
desaparece.
"Ele fez." Estive no time de dança durante todo o ensino médio, fui capitã o do time no
ú ltimo ano, e sei dançar. Ele é muito bom. "Eu tenho muitas perguntas."
Quando chega ao pró ximo refrã o sobre colocar um anel nele, Oliver para, enfia a mã o no
bolso com uma expressã o confusa e sai seu chaveiro brilhante. Ele levanta a mã o e bate o
dedo anelar no movimento icô nico do vídeo, olha para seu Slurpee brilhante novamente e
olha para mim como se uma revelaçã o tivesse acontecido. Entã o ele vem em minha direçã o
em uma rocha descendente com escorregadores, curvando o dedo enquanto se aproxima,
ainda no ritmo.
Sami bate no meu braço. "Ele acabou de Patrick Swayze você?"
Ele me alcança antes que eu possa responder e, como se eles tivessem praticado, Ruby tira
o Slurpee da minha mã o e a Sra. Lipsky me dá um leve empurrã o na parte inferior das
costas. Dou um passo à frente, desequilibrado.
Oliver enfia o dedo no chaveiro na minha cintura e me puxa em sua direçã o, e entã o, de
repente, ele me coloca de costas para sua frente e coloca uma mã o leve no meu quadril de
uma forma que sugere que dançamos juntos mil vezes. , e estamos super confortá veis
fazendo isso.
A mú sica muda para um antigo clá ssico da Motown. As Tentaçõ es, penso, e me viro para
sorrir para ele. Seus olhos riem dos meus enquanto eu descanso minhas mã os em seus
ombros, e nó s caímos em um passo suave, mais um groove do que uma dança lenta.
“Você tem guardado segredos”, digo a ele.
Seus olhos ficam atentos. "Eu tenho?"
Ainda me surpreende que eu tenha que olhar um pouco para cima, mesmo de salto alto,
para encontrar seu olhar. “Quando você ia me dizer que sabe dançar?”
Ele dá de ombros. “É um truque de festa. Aprendi essa mú sica para uma reuniã o de torcida
no meu ú ltimo ano.”
“Oliver Locke, você era uma líder de torcida?”
“Nã o, nossa equipe de nataçã o ia declarar, e tivemos que fazer aquela dança na frente de
toda a escola, toucas de nataçã o, ó culos de proteçã o e tudo mais.”
“Tudo”, repito. Aperto seus ombros e dou-lhe uma pequena sacudida. “Como uma sunga?
Você fez essa dança na frente de toda a escola de sunga?
Ele geme e eu gargalho, emocionada com esta nova pepita.
“Só porque perdi uma aposta”, diz ele. “Eu era um cara jammer. Traje técnico para corridas,
sungas para... perder apostas.
“A dança Speedo explicaria por que nã o era grande coisa para você fazê-lo com roupas de
resort 7-Eleven na frente das pessoas pelas quais você passaria na caixa de correio todos os
dias.”
“Isso realmente me ensinou que nã o há dragã o que eu nã o possa matar.” Sua expressã o é
solene e me faz rir de novo. Também me lembra da pergunta de Joey sobre que tipo de
dragõ es um príncipe digno teria que matar. Oliver estende a mã o para tirar minhas mã os
de seus ombros e mantê-las entre nó s, ainda mantendo uma batida suave com seus pés. “Ei,
obrigado por se casar comigo e me tornar um milioná rio.”
Eu sorrio para ele. “Obrigado por se casar comigo e me tornar um milioná rio também.”
“Sem problemas, esposa vizinha.” Ele se inclina para frente e meu coraçã o dispara porque
uma inclinaçã o significa um beijo, e agora posso satisfazer minha curiosidade...
“Vou convidar Ruby para dançar”, diz ele, em voz baixa. “Estou no rodízio para animá -la,
certo?”
"Oh, certo." Estou desorientado por interpretar mal sua inclinaçã o. “Estou com confusã o
mental por causa do excesso de açú car. Seria bom para mim procurar alguma proteína.”
“Rolo de cachorro-quente”, diz ele. “Tenho certeza de que a classificaçã o de duas estrelas
no Yelp nã o significa nada.” Depois ele vai procurar Ruby, que sorri quando ele estende a
mã o e a convida para dançar.
A festa continua forte por mais uma hora antes que a multidã o comece a diminuir, mas é
gradual, e o ú ltimo dos sobreviventes só volta para seu condomínio quase à s 18h.
“Limpe, limpe”, Ruby canta como ela faz depois da hora semanal de histó rias infantis.
Dou um descanso aos meus pés e tiro os calcanhares antes que eles precisem voltar para o
meu turno, depois vou começar a limpar a movimentada mesa de lanches.
“Uau, nã o, nã o, nã o”, diz Oliver, pegando um sanduíche embalado de PBJ da minha mã o.
“Você teve que fazer a maior parte da preparaçã o do casamento enquanto eu lidava com a
loucura do trabalho esta semana. Eu cuidarei da limpeza.
"Sem problemas. Faço isso o tempo todo no trabalho e é ainda mais fá cil limpar quando
ninguém está bêbado.”
“Mads, por favor, estou com você. Vá tirar uma soneca revigorante antes de se preparar.
Vou levar Tabitha e os cabeçudos amanhã de manhã . Eles criarã o seus pró prios perfis no
Netflix e colocarã o os pés na minha mesa de centro antes mesmo de você acordar.”
Te peguei .
“Oliver.” Estendo a mã o para descansar em seu pulso enquanto ele pega alguns dos pacotes
abertos e abandonados. “Acho que estou prestes a ter sorte.”
Ele congela, seus olhos fixos nos meus. "Com licença?"
“Tenho uma sorte ridícula de já ter três amigos que me apoiam há anos. Já sã o quatro?
Seus olhos suavizam e ele me dá um sorriso cansado antes de apontar a cabeça em direçã o
à minha porta. “Já é. Saia daqui, querida.
“Até mais, futuro ex-marido”, digo, pensando em um cochilo revigorante na minha cama
má gica. “Ah, e é melhor que os gatos nã o amem mais você do que eu quando eu acordar
amanhã .”
Ele balança a cabeça e murmura algo enquanto fecho a porta.
Nã o tenho certeza, mas acho que ele disse: “Impossível”.
Capítulo Trinta e Dois
Oliver

EU SOU CASADO.
Esse é o meu primeiro pensamento quando acordo e olho para um teto desconhecido na
manhã de domingo.
Sento-me para olhar para uma parede desconhecida, desço um lance de escadas
desconhecido e verifico os gatos que moram comigo agora. Eu os comprei ontem à noite, já
que tive tempo livre depois da limpeza do casamento à beira da piscina.
“Oi, colegas de quarto”, digo enquanto entro na sala de estar. “Você tem mais mó veis aqui
do que eu.” Tenho meu sofá , mesa de centro e televisã o configurados. Eles têm sua luxuosa
caverna para gatos, além de seu alimentador e robô de maca para gatos que podem ser
mais avançados tecnologicamente do que minha estú pida TV encostada na parede,
esperando para ser montada com mais hardware do que uma gaiola de proteçã o da
NASCAR.
Nunca tenho muitas compras porque nã o estou em casa o suficiente ultimamente, mas
sento-me no sofá com uma caixa de donuts meio estragados que sobraram da festa
enquanto observo os gatos. Eu poderia assistir TV - meu novo vizinho me deu a senha do
Wi-Fi até que o meu esteja conectado na pró xima semana - mas por que faria isso se tenho
o Animal Planet em alta definiçã o no meu tapete?
Eles me divertem enquanto termino os donuts e os engulo com Gatorade enquanto planejo
meu dia. Envolverá caixas. Isso é tudo que sei com certeza. Eu desfiz as malas e organizei
meu quarto na noite passada, como qualquer novo noivo faz no dia do casamento. Mas
ainda faltam mais caixas. Dez, talvez.
Precisarei passar a maior parte do dia trabalhando, mas primeiro cuidarei de algumas
caixas de cozinha. Eu nem teria tantos se minha mã e nã o insistisse para que eu tivesse uma
cozinha totalmente equipada, acrescentando mais a cada visita.
Já precisei de uma mesa posta para oito pessoas? Nã o. E definitivamente nã o com jogos
americanos e guardanapos de coordenaçã o. Foi difícil embalá -los e transportá -los, mas
quando abro uma caixa e escolho um armá rio para os pratos dentro, estou sorrindo. Tirar
cada um me lembra de quando minha mã e costumava fazer anotaçõ es para nó s em nossos
almoços. Quando éramos pequenos, era algo como “Todo vencedor já foi iniciante, você
conseguiu!” Ela ainda nos preparava lanches para o ensino médio, mas as notas mudaram
para mensagens como “Nunca cometa o mesmo erro duas vezes; atire cinco ou seis vezes só
para ter certeza.”
Três caixas depois estou no sofá , Tabitha ao meu lado enquanto peço emprestado o Wi-Fi
do vizinho. Tabitha tentará sentar no meu colo em breve, mas tenho espaço para laptop por
enquanto. É hora de verificar o có digo que a equipe entregou na sexta-feira.
O time. Cara, eles sã o outra coisa.
Mal entrei no modo de foco quando ouço uma batida na porta, entã o me levanto para
atender e percebo que nã o estou usando camisa. Verifico o olho má gico e abro quando vejo
Madison.
Ela olha para mim em estado de choque.
Olho para baixo. "O que?"
“Você tem tatuagens.”
"Oh. Sim." Eles cobrem meus ombros e tenho outro no meu peitoral direito.
Eu aceno para ela entrar. Seus olhos estã o inchados de sono, o cabelo em um coque
bagunçado, sem maquiagem, e ela está com shorts curtos e uma regata UT.
Ainda quente.
Ela passa por mim com um exame muito ó bvio do meu peito. “O que é essa tatuagem?”
Passo os dedos pelos uns e zeros empilhados em cinco fileiras pares. “ Locke em có digo
biná rio.”
Ela parece que vai dizer alguma coisa, mas fecha a boca e vai direto até os gatinhos.
Deslizo uma chave do balcã o da cozinha e caminho para entregá -la a ela, sentando-me no
chã o para observar os gatinhos com ela. “Você nã o precisa bater quando vier aqui, futura
ex-mulher. Prometo nã o andar nu.”
“Eu nã o iria impedir você.” Ela tapa a boca com a mã o.
Bem, bem, bem. Eu dou a ela um olhar falso e severo. “Madison, eu nã o sou um pedaço de
carne.”
Ela abaixa a mã o para me dar o tipo de sorriso que espero que ela use quando
acidentalmente quebra um copo de bar ou algo assim. "Desculpe. Ainda em modo de
trabalho. À s vezes, essa parte do meu cérebro funciona automaticamente.”
Eu nã o amo isso. Foi melhor quando pensei que ela estava falando sério por meio segundo.
Mas esse é exatamente o tipo de coisa que nã o pode se tornar um há bito entre nó s. Sempre
que minha irmã sai com um cara novo, minha mã e sempre brinca: “Ele enfeitiçou você de
corpo e alma?” Sr. Darcy, claro. Minha mã e à s vezes me pergunta: “Mas houve flexã o de
mã o?” Isso também é coisa do Sr. Darcy, quando ele gosta tanto de Elizabeth que tem que
lutar contra a vontade de estender a mã o e tocá -la.
Madison absolutamente enfeitiçou meu corpo, entã o definitivamente houve uma flexã o de
mã o. Mas tenho a menor chance de nã o ter minha alma enfeitiçada também, e é hora de
apresentar essa defesa.
“Falando em trabalho, tenho boas notícias. Tenho um novo escritó rio no meu prédio. É
mais como um armá rio, mas fica em um andar diferente da suíte da empresa, entã o posso
trabalhar com menos interrupçõ es.”
Madison está acariciando um gatinho, mas sua cabeça se levanta. “Você nã o precisa sair da
casa de Gatsby.”
Ah, eu definitivamente quero . "Nã o é grande coisa. Caberá no orçamento. E nã o se preocupe,
chamarei isso de aviso prévio de trinta dias e pagarei por mais um mês.
“Nã o preciso do dinheiro”, diz ela. “Eu estava usando para comprar coisas na loja, mas vou
ficar milioná rio em alguns dias, lembra?”
Ela é uma surpresa constante. “Comprar coisas para que os fabricantes fossem pagos?”
“Pagamos a eles quando compramos o estoque deles. Mas indiretamente, sim. Comprar
algo de um de nossos fabricantes significa que a loja fará outro pedido com eles.”
Eu inclino minha cabeça para estudá -la. “Eu estive em todo o seu condomínio. Onde você
está guardando todas essas coisas?
Ela sorri. “Costumo comprar joias ou bolsas, coisas menores que posso dar aos meus
servidores como bô nus mensais.”
“Ah, faz sentido.”
“Mas, falando sério, cancele seu aluguel e fique no Gatsby's, só que de graça agora. Eu ia te
contar isso de qualquer maneira.”
Eu balanço minha cabeça. “Isso é generoso, mas o contrato já está assinado. Vamos começar
a nos mover ainda mais rá pido agora e faz mais sentido para mim estar no local. Serei
apenas um gerente melhor e estabelecerei limites para as interrupçõ es.”
"Oh. OK." Há um lampejo de má goa em seus olhos.
“Só para você saber, é definitivamente pessoal.”
"O que?"
Eu dou de ombros e faço uma cara do tipo: o que você espera que eu diga aqui? “Você é
muito divertida, Madison. Nã o consigo realizar tanto trabalho quanto preciso.”
Ela cutuca meu ombro. “Tã o cruel, Oliver.”
Eu permaneço no personagem. “Você deveria ter sido menos divertido.”
“Impossível”, diz ela. “Mas tudo bem. Passarei o dia todo aqui enquanto você estiver no
trabalho, e os gatinhos vã o gostar mais de mim.”
"Sem chance." Pego Tuxie e aninho o gatinho contra meu peito. “Por que você acha que
estou andando sem camisa? Estou imprimindo neles para que se lembrem de que sou o
favorito deles.”
"Diabó lico."
Tuxie crava suas garras em mim naquele momento, e eu assobio e coloco Tuxie no chã o.
"Deixa para lá . Estou mudando os planos até que eles possam retrair suas garras.”
Madison pega Tuxie imediatamente. "Bom bebê."
"Rude. Para sua informaçã o, estou iniciando um arquivo de provas para que eles te peguem
quando você me matar pelo dinheiro do seguro, e isso está incluído. Volto logo." Subo
correndo para pegar uma camisa, feliz por ter um motivo para fazer isso. Segure a linha .
Quando ela tocou meu ombro, tive vontade de agarrar seu pulso, virá -la de costas e prendê-
la ali, e entã o ver quanto tempo ela levaria para reconhecer meu beijo.
Volto de camiseta e sento para pegar Cascã o, que imediatamente começa a escalar meu
peito, mas nã o dó i.
“Rancho Locke Creek?” Madison diz, lendo minha camisa.
Olho para o nome impresso na silhueta de um cavalo a galope. “Na casa dos meus pais.”
“Salve-me um Google?”
“Eles criam cavalos quarto de milha campeõ es.”
“Se você mora no Texas - mesmo que nunca tenha ido a um rodeio na vida - você sabe o que
significa ter um quarto de milha campeã o. Mas já fui a rodeios. Adoramos ir ao Rodeio
Austin todos os anos. Você está dizendo que eles tiveram campeõ es, no plural?
“Rodeios?” Nã o consigo conter um sorriso. Nã o fazemos rodeios. “Estes sã o cavalos de
corte. Esporte diferente. Meus pais sã o muito importantes no mundo dos cavalos de corte.
"Quã o grande?"
“Vá rios grandes ganhadores muito procurados para reproduçã o.”
Madison fica sentada com isso por alguns momentos, olhando para mim como se estivesse
tentando decifrar alguma coisa. Entã o um lado de sua boca se contrai e em pouco tempo ela
está rindo. Uma risada suave e baixa que faz meu abdô men contrair para lutar contra o
arrepio que o som envia pelas minhas costas.
Madison Leigh Armstrong mais Oliver Locke sã o iguais a todas as piadas, o tempo todo.
Oliver Locke mais Madison Leigh Armstrong equivalem a toda tensã o, o tempo todo.
“Oliver, você age como se precisasse viver de ramen e fazer compras nos supermercados,
mas uma operaçã o campeã de quarto de milha significa que você vem com dinheiro.”
“Vivíamos de forma simples. Nó s trabalhamos duro. Eles ainda fazem isso, sujando-se todos
os dias. Eles ficaram felizes em fazer com que todos nó s cursá ssemos a faculdade, quer
trabalhá ssemos para os negó cios da família ou nã o. Meu irmã o se formou em ciências
equinas, uma irmã foi para a escola veteriná ria e a outra se formou em administraçã o de
empresas agrícolas e administra acampamentos de gincana. Mas tudo o que fizermos além
da faculdade depende de nó s, incluindo veículos, moradia e diplomas avançados.”
“Seus pais devem estar com muita vergonha de ter uma ovelha negra como você, fugindo
para o Texas para ser o CTO de uma startup.”
“Mais ou menos, mas principalmente sobre a parte do Texas.”
Madison sorri enquanto coloca Smudge no chã o para pegar Big Stripey e passar seu pelo
em sua bochecha. “Eu nã o estava pensando em me casar, talvez nunca, mas como maridos,
você vai se casar, Oliver. Pelo menos por um ano.
“Porque eu tenho um pedigree chique em uma fazenda de cavalos?”
"Nã o. Porque você é uma surpresa constante para quem lê bem as pessoas. Cada vez que
penso que entendi você, você mostra outra camada. Seus olhos perderam o inchaço e me
estudam tã o diretamente que nã o consigo sustentar seu olhar. Em vez disso, olho para
Smudge.
“Falando em casamento”, ela diz, “Joey disse que vai enviar as fotos do casamento hoje. Vou
imprimi-los e pegar o recibo para preencher a certidã o de casamento, e depois poderei
enviá -lo para meus pais esta semana.”
"Parece bom. Deixe-me saber se precisar de alguma coisa minha. Levanto-me para pegar
uma bebida. “Quer um pouco de á gua?”
"Claro."
Carrego Cascã o contra o peito e pesco duas garrafas na geladeira, entregando uma para ela
e sentando-me novamente. “Entã o frustre seus pais, torne-se milioná rio e brinque com
gatinhos. Mais alguma coisa acontecendo esta semana?
"Na verdade. Tenho alguns turnos na loja, folha de pagamento e agendamento no clube, e
depois trabalho neste fim de semana.” Ela parece menos que emocionada.
“Qual parte está te arrastando para baixo?”
Ela coloca seus gatinhos no chã o e observa enquanto eles voltam para uma pilha. “Gatsby,
eu acho.”
“Noite difícil?” Eu odeio que uma noite difícil possa significar qualquer coisa, desde ser
apalpado até gorjetas baixas.
"Nã o exatamente. Pú blico muito bom. Todos se comportaram. Mas parecia diferente. Ela se
apoia nas mã os. “Antes mesmo de abrirmos as portas já havia um burburinho no ar, como
se tudo fosse possível. Pessoas vindo para conhecer sua pessoa e, pelo menos para alguns
deles, isso aconteceria. Todas as noites em que estamos abertos, isso acontece.
Organizamos duas recepçõ es de casamento porque foi onde o casal se conheceu.”
“Mas eu tenho o 7-Eleven na piscina?” Balanço a cabeça fingindo desgosto.
“De nada, pois você terá um á lbum de casamento verdadeiramente original.”
“Obrigado por isso. Mas o de Gatsby. Por que foi diferente ontem à noite? Eu sei o que está
por vir e me forço a nã o ficar tenso.
Ela faz uma careta. “Homem Má scara. Ele meio que arruinou minha vida.
“Ele nã o voltou?”
"Nã o. Tenho certeza que ele nã o vai.”
Nã o posso dizer nada para tranquilizá -la, porque ela está certa.
Ela alisa uma mecha de cabelo atrá s da orelha. “Você já fez uma refeiçã o incrível em um
restaurante e voltou, sonhando com essa refeiçã o, e ela é boa, mas nã o tã o boa quanto da
primeira vez?”
"Claro."
"É assim. Foi algo sobre aquela noite. Eu poderia recriar todas as circunstâ ncias, e se o cara
voltasse e fizesse a mesma coisa, ainda assim nã o seria o mesmo. Devo ter inalado muitos
vapores de tequila naquela noite e acreditado no meu pró prio conto de fadas. Nã o é a vida
real. Por que você e eu nã o podemos ter o mesmo tipo de química? ela pergunta. “Isso
tornaria as coisas muito mais fá ceis.”
"Duvido." A química leva dois reagentes. Aparentemente, a química do nosso amigo é
ó tima, mas nã o sou o tipo de composto que causa combustã o. Mantenho uma expressã o
neutra. Nã o é que essa informaçã o seja nova.
Madison limpa as mã os como se estivesse se livrando de toda a situaçã o. “Estou em pâ nico.
A pró xima coisa vai me encontrar e eu ficarei bem.”
"Legal. É melhor eu ir,” digo a ela, ficando de pé. As palavras que fui eu querem explodir,
mas e depois? Neste ponto, provavelmente ela se sentiria como se eu a tivesse aprisionado,
o que não foi o que fiz, e ela nã o precisa do peso desse conhecimento. “Se você está com os
gatinhos, me sinto melhor em ir para o escritó rio.”
"Hoje?"
"Sim. Como eu disse, preciso entregar este software no prazo. Leva muitas horas e uma
conexã o com a internet, entã o vou sair.”
“Divirta-se”, ela diz.
“Muito fá cil quando você ama seu trabalho.” Enfio meu laptop na bolsa de trabalho, pego as
chaves e a carteira e aceno enquanto saio.
Com o que, é claro, quero dizer fuga.
Capítulo Trinta e Três
Madison

EU PENSEI QUE A Ú NICA coisa que casar com Oliver mudaria é que eu o veria mais agora
que somos vizinhos também. Nã o. Eu nã o o vejo de jeito nenhum. Quero dizer, de jeito
nenhum .
Há evidências de que ele passa as noites em casa, como trocando a louça no escorredor da
cozinha. É sobre isso. Nã o sei quando ele sai para o trabalho ou quando chega em casa, mas
com certeza é antes de eu chegar e depois de sair.
Eu sabia que nã o me incomodaria ver Oliver mais vezes. Na quinta-feira, estou
honestamente surpreso com o quanto me incomoda vê-lo menos, e nã o sei o que pensar
sobre isso.
Os rapazes sempre se enquadraram em duas categorias para mim: amigos ou futuros ex-
namorados. A categoria de amigos é pequena e é composta principalmente por caras como
Joey e Josh, caras com quem passo muito tempo porque sã o parentes ou estã o namorando
um dos meus colegas de quarto. Fora isso, de vez em quando eu namoro um cara, fico
entediado depois de um algumas semanas, mas gosto da personalidade dele o suficiente
para que ele se enquadre na minha categoria de amigo. Geralmente nã o, no entanto.
Principalmente, quando termino, termino.
Oliver se tornou o primeiro tipo de amigo depois de bastante tempo juntos no Gatsby's.
Mas eu nunca reagi a um Joey sem camisa com nada além de revirar os olhos quando ele
está se exercitando na piscina ou me peguei desejando que Josh me maltratasse como
Oliver faz à s vezes.
Desde o minuto em que ele me colocou em seu colo na festa do cinema, houve alguma coisa.
. . diferente. Por que fiquei quase paralisado com o peito sem camisa de Oliver no domingo?
Nã o foram apenas as tatuagens. Por que eu estava desejando que ele estivesse mais por
perto para poder provocá -lo a me derrubar em seu colo?
Olho ao redor do meu quarto, um espaço onde adoro passar o tempo, mas acho que
preferiria estar na casa de Oliver, mesmo com suas paredes brancas e lisas.
Isto é ridículo.
"Rubi?" Eu chamo descendo as escadas. É mais ou menos na hora em que ela chega em casa.
"Sim?"
Sim . Desço correndo as escadas até a cozinha, onde ela está colocando sua bolsa de
trabalho na mesa.
"Como vai?" Eu pergunto.
"Ó timo."
“Nã o, de verdade.”
Ela está pegando uma á gua com gá s na geladeira, mas quando pressiono, ela estreita os
olhos para mim. “Posso responder isso honestamente?”
"Claro." Meio que fere meus sentimentos que ela tenha que perguntar. As pessoas em nossa
casa costumam ser extremamente honestas. “Você sempre pode ser honesto comigo.”
“Parece que nã o posso, se isso significar dizer que ainda estou triste com a separaçã o.”
Estou mordendo a língua assim que ela diz isso.
Ela aponta a garrafa para mim. "Aí está ."
“Você pode ficar triste por causa de Niles.” Eu tento muito parecer sincero.
Ela bufa. “Nã o, nã o posso. Nenhum de vocês gostou dele, entã o nenhum de vocês quer ouvir
como é estranho nã o estarmos mais juntos. É estranho e solitá rio. Estamos separados há
um mês. Eu gostaria que vocês entendessem que leva mais tempo do que isso para superar
um relacionamento de cinco anos.”
Nã o faço a piada que salta à ponta da língua sobre como até um furú nculo vai sarar em um
mês.
“Posso ouvir a piada que você nã o está fazendo”, diz ela.
“Posso receber crédito por nã o dizer isso?”
"Nã o, porque seu rosto está dizendo isso." Ela se senta à mesa e pega um pêssego da
fruteira. “Vá em frente, vá em frente.”
"A piada?"
“Nã o, seu plano é me distrair como se eu nã o soubesse o que você está fazendo.”
Encho um copo de á gua e me sento em frente a ela. “À s vezes odeio ter amigos inteligentes.”
Ela levanta uma sobrancelha e espera.
“Ok, juro que isso nã o é uma tá tica de distraçã o.” Ao seu olhar cético, eu altero: “Ou nã o é
apenas uma tá tica de distraçã o. Eu preciso de conselhos. Qual é a diferença entre estar
fisicamente confortá vel com alguém e sentir-se atraído por essa pessoa?”
Ela dá uma mordida no pêssego enquanto pensa. “Você abraça todos no apartamento. Você
está definitivamente confortá vel conosco. Você está tentando nos dizer que há algo mais?
"Vocês desejam."
Ela assente. “Essa é a sua resposta.”
“Nã o sei o que isso significa.”
“Você pode estar fisicamente confortá vel com um cara, mas nã o gostar dele.”
"Certo."
"Você está apaixonada pelo seu marido?" ela pergunta.
"Nã o."
Ela sorri.
“Nã o estou”, insisto.
"Se você diz. Mas quando você gosta de alguém, como você sabe?
"É obvio. Faíscas mesmo se você nã o estiver tocando. Estô mago embrulhado. Mal posso
esperar para colocar a boca dele na minha. Ou vice-versa, se ele estiver demorando muito.”
"Certo, a coisa do beijo."
“Existem um bilhã o de mú sicas sobre como um beijo diz o que realmente está acontecendo.
Entã o, sim, gosto de chegar ao beijo mais cedo ou mais tarde.”
Ela dá outra mordida em seu pêssego antes de dizer: — Entã o beije Oliver e deixe-o para
trá s.
“Eu nã o posso fazer isso.”
“Você pode e beija quem você quiser.”
“Porque eles nã o importam!” Isso saiu mais acalorado do que eu pretendia e ambas as
sobrancelhas dela se ergueram. “Quero dizer, eles nã o importam no sentido de que nã o sou
casado com eles e também nã o estou fazendo um grande negó cio com eles.”
“Entã o a ú nica razã o pela qual você nã o quer beijar Oliver é porque você é casada com ele.”
“Você sabe o que quero dizer, Ruby Ramos. Se as coisas ficarem estranhas entre nó s, terei
que lidar com isso por um ano inteiro.”
"Multar. Nã o o beije. Ela dá outra mordida em seu pêssego. "Ele está planejando namorar?"
“Enquanto estamos casados ?” Nã o sei por que preciso enfatizar isso, quando fui eu quem
disse a ele que ele deveria fazer isso.
“Namore enquanto você está casado por negó cios e por nenhum outro motivo, sim”, diz
Ruby.
“Ele diz nã o. Ele está muito ocupado.
“Talvez você devesse dizer a ele para me levar para sair.”
Eu fico olhando para ela.
"O que? Ele é fofo." Ela dá outra mordida.
Quero pegar o pêssego da mã o dela e jogá -lo na lata de lixo. “Posso apoiar a ideia de uma
recuperaçã o, mas nã o com Oliver.”
Há uma batida na porta antes que ela possa responder, e eu me levanto para atender, para
nã o ceder à vontade de jogar pêssego.
Abro e encontro minha irmã parada ali. “Kaitlyn?”
Ela está usando um terno verde menta sob medida com lapelas de couro preto. Reconheço-
o da passarela de Zoë e custa mais de seis meses de aluguel.
Ela me dá um olhar legal. "Ei. Mamã e e papai receberam sua entrega.
“Ah.” Tinha sido entregue ontem com fotos grandes das bobagens do casamento e da
certidã o de casamento. Finalizei com uma anotaçã o em papel timbrado que mandei fazer
especialmente para minha mensagem, papel pautado com uma impressã o em tons pastéis
do quarteirã o onde antes ficava a fá brica de Dhaka. Obrigado, Google Earth.
A nota era minha parte favorita. Eu havia escrito os dois primeiros pará grafos da
Declaraçã o de Independência, substituindo “governo” por “pais” em alguns lugares
importantes, e terminei com duas frases curtas. “Casou-se com um cara que verifica todos
os seus requisitos para um mandato de um ano e um dia. É legal, entã o aqui estã o minhas
informaçõ es de transferência bancá ria e o nú mero do meu advogado.”
"Posso entrar?" Kaitlyn pergunta.
“Eu nem sabia que você sabia meu endereço.” Ela nunca apareceu. Eu meio que sei onde
fica a casa dela. Talvez?
“Estava na papelada.”
Dou de ombros e recuo para deixá -la entrar. “Sente-se.”
Ela se acomoda no centro do sofá . Um movimento de poder.
Eu me enrolo em uma poltrona para mostrar a ela que estou relaxado e nã o me importo.
“Estou surpreso em ver você aqui. Qualquer coisa que eles precisassem saber deveria estar
naquele pacote.”
“Estranhamente, eles parecem pensar que você está tentando enganá -los.”
"Você está aqui para me avisar?"
Suas pá lpebras tremem e uma onda silenciosa de á cido inunda meu estô mago e desaparece.
Decepçã o, mas decepçã o que nunca dura porque me condicionei a esperar e descartar isso
quando se trata de minha família.
"Eu vejo. Você está aqui para me verificar. Para eles."
Ela olha ao redor, absorvendo os toques femininos que todos adicionamos ao longo dos
anos, desde os cobertores fofos até os bordados floridos e elegantes de Ava. “De acordo
com os termos, você deveria morar com seu marido.”
Ruby entra. “Ei, Kaitlyn.”
Kaitlyn assente. Muitas risadas, minha irmã .
“Oliver e eu moramos em 1598 Lynn.” Eu desenho uma marca de seleçã o descuidada no ar.
“Você está no nú mero vinte e um. Oliver mora aqui?
"Acabei de te falar. Oliver também mora em 1598 Lynn.”
“No nú mero vinte e um?” ela pressiona.
Educada e uniformemente, repito: “Oliver mora em Lynn, 1598”.
“Nã o pensei que seria tã o fá cil, mas pronto. Isso nã o se qualificará como viver como marido
e mulher, a menos que vocês estejam na mesma unidade.” Ela fica de pé. “Tenho certeza de
que o advogado deles entrará em contato.”
Entro em pâ nico, nã o acreditando que Oliver e eu poderíamos ter tido todo esse trabalho
para Kaitlyn estragar tudo assim que eu entregasse os papéis que deveriam dar a Oliver e a
mim o que precisá vamos.
“Nã o tire conclusõ es precipitadas”, digo a ela. “Realizamos esse casamento muito rá pido,
entã o ainda estamos no processo de mudança. Vamos, vou te mostrar.”
Chamo a atençã o de Ruby quando me levanto para pegar a chave da casa de Oliver. Ela está
fazendo um bom trabalho mantendo uma cara séria, mas eu a conheço bem o suficiente
para reconhecer que as leves rugas perto dos olhos significam que ela está preocupada.
Kaitlyn me segue até o apartamento de Oliver e, enquanto caminhamos pela á rea da
piscina, ela diz: — Foi aqui que você fez o casamento para o qual nã o fomos convidados?
Como se algum deles fosse ser pego morto no meu casamento no 7-Eleven. Nã o deixo o
comentá rio me irritar, em vez disso assinto e nã o digo nada até chegarmos à casa de Oliver.
“Ele está no trabalho, entã o você nã o vai conhecê-lo”, digo a ela enquanto abro a porta.
Espero que o fato de eu conhecer seu horá rio de trabalho e ter uma chave esteja
justificando meu caso. Felizmente, ele ainda tem três caixas desempacotadas com suas
etiquetas na sala de estar para mais evidências. Passo por eles: cozinha, livros, livros.
Os olhos da minha irmã passam por eles e se fixam no palá cio dos gatos encostado na
parede oposta. "O que é isso?"
“Estamos criando gatos.” Graças a Deus isso parece tã o doméstico. Sento-me perto da
caverna dos gatos. Tabitha aparece debaixo do sofá e se aproxima para olhar para mim. Eu
coço atrá s das orelhas dela. “Esta é a mamã e. Os gatinhos estã o se movimentando mais,
entã o ela está começando a se esconder deles quando quer um pouco de paz e sossego.”
“Posso ver os gatinhos?”
Ela está brincando? “Você acha que estou inventando gatinhos?”
Pela primeira vez, ela se mexe desconfortavelmente. “Nã o, eu só . . . Eu queria vê-los. Nã o é
grande coisa." A ú ltima parte ela quase murmura.
“Tudo bem”, eu digo.
Ela se aproxima e se senta.
“Espere, eu ia avisar sobre o pelo de gato. Você vai acabar com tudo.
"Está bem. Moro perto da lavanderia.
Ela provavelmente é metade do negó cio dele. Qualquer que seja. Eu chego e retiro alguns
gatinhos. “Este é o Cascã o. Ela é a mais suave, se você quiser abraçá -la.
Ela olha de mim para o gatinho. "O que eu faço?"
Certo. Acho que ela nã o passou mais tempo com gatinhos do que eu até um mês atrá s. “Que
tal se eu colocar o Cascã o no seu colo e ela se mover para onde quiser?”
"OK." Coloquei Smudge no berço das pernas cruzadas de Kaitlyn e recostei-me para abraçar
Big Stripey contra meu peito.
“Ela é a maior,” eu digo, fazendo có cegas embaixo do queixo dela. A Sra. Lipsky veio ontem
à noite e confirmou que Big Stripey e Smudge sã o mulheres e Little Stripe e Tuxie sã o
meninos saltitantes. Bem, ainda nã o saltei . Mas a Sra. Lipsky me garantiu que todos eles
atacarã o a qualquer momento. Ela ficou tã o tarde conversando com eles que eu pensei que
ainda estaríamos lá quando Oliver chegasse em casa, mas nã o.
Kaitlyn estende um dedo hesitante para acariciar a cabeça de Smudge. Ela nã o diz nada,
mas sorri.
Depois de alguns minutos, os outros dois começam a choramingar dentro da caverna e
Tuxie enfia a cabeça pela borda para ver o que está acontecendo.
“Isso significa que eles estã o bravos?” Kaitlyn pergunta. “Você deveria colocar o Smudge de
volta?”
“Sim, mas só porque querem comer.” Devolvo Big Stripey e estou prestes a pegar Smudge
quando faço uma pausa. "Você pode buscá -la se quiser."
Kaitlyn fica com uma expressã o tensa ao redor dos olhos. “Eu nã o quero machucá -la.”
“Você nã o vai.” Contra minha vontade, toda a minha experiência de vida e meu pró prio
julgamento, sinto uma pontada de compaixã o por minha irmã . Eu sei exatamente como ela
está se sentindo, tendo uma de suas primeiras interaçõ es com filhotes. “Seja gentil e
coloque-a lá . Ela vai ficar bem.
Kaitlyn se reposiciona, movendo-se com cuidado até ficar de joelhos. Ela pega Smudge e a
transfere de volta para a caverna como se estivesse tentando nã o lançar uma bomba
instá vel. Quando Smudge está em segurança lá dentro, ouço um suspiro de alívio.
Pego Tabitha e coloco-a lá dentro. Ela me dá um alerta e dá um tapa em um ou dois bebês
quando eles atacam ela, mas ela se acalma e, em um minuto, todos estã o empilhados um ao
lado do outro para mamar.
“Posso mostrar-lhe lá em cima, se quiser, mas este é um casamento de negó cios, entã o
estamos em quartos separados. Isso nã o é contra os termos do trust,” digo antes que ela
possa contestar.
“Eu sei”, ela diz.
“Mas meu quarto ainda nã o está arrumado, entã o nã o há nada para mostrar a você.
Pretendo dar uma olhada nisso, mas tem sido uma semana movimentada.
“Hummm.” Ela dá uma olhada lenta ao redor do condomínio. “Vou contar para mamã e e
papai o que vi.”
“Significando o quê?” Eu pergunto a ela. “Você está convencido de que estamos
compartilhando uma residência?”
Ela me lança um olhar que não parece nem um pouco e se levanta. “Estou convencido de que
vocês dois moram em Lynn, 1598. Vou contar a eles o que vi.
Quaisquer que fossem os sentimentos mais suaves que tentaram se aproximar dela há
pouco, evaporaram. "Incrível." Sai frio e plano.
Kaitlyn vai até a porta e se vira. “Entendo que você esteja irritado, mas foi você quem
decidiu fazer isso da maneira mais difícil.”
Eu inclino minha cabeça. “Penso nisso mais como fazer as coisas da maneira certa .”
Ela sai sem dizer mais nada. Suspiro quando a porta se fecha atrá s dela. Eu tinha planejado
passar a noite convencendo Ruby a me deixar fazer uma exposiçã o na biblioteca de peças
de comércio justo, mas acho que em vez de fazer o bem de verdade, vou passar a noite
fazendo parecer que moro na casa do Oliver. .
Marque outro ponto para Gordon Freakin' Armstrong.
Capítulo Trinta e Quatro
Oliver

ENTRO EM MINHA casa quase meia-noite e congelo.


Madison está desmaiada no meu sofá e nã o acho que ela pretendesse adormecer. Ela
definitivamente nã o escolheria meu sofá em vez de seu colchã o. Duas das minhas ú ltimas
três caixas estã o vazias e caídas no chã o. O ú ltimo está aberto e sem o exemplar de Into the
Wild , que está em seu peito, com o dedo enfiado dentro dele como se ela estivesse
marcando o lugar onde adormeceu enquanto lia.
Silenciosamente, coloco minha bolsa de laptop no balcã o da cozinha e caminho até a mesa
de centro, sentando-me em frente a ela e tirando alguns momentos para estudá -la antes de
acordá -la. Sua boca parece macia durante o sono, seus lá bios mal entreabertos, e lembro
como eles eram contra os meus.
Seu cabelo está espalhado ao redor dela em suaves ondas douradas, e eu quero tocá -lo. Eu
quero tocá -la. O que quer que eu receba de Madison em qualquer momento nunca é
suficiente. Se estamos conversando, eu quero que nos toquemos. Se estivermos nos
tocando, quero que nos beijemos. Quero explorar muito mais sobre ela. Adoro que ela
esteja no meu sofá , macia e imó vel de um jeito que raramente a vejo. Eu também odeio o
quanto eu amo isso.
Quero mostrar a ela como me sinto, para ver se ela reage ao flerte discreto, aumentando
ainda mais cada vez que o faz, deixando isso crescer com a esperança de que ela me verá
como mais do que um amigo. Ultimamente, tenho me perguntado se essa possibilidade
passou pela cabeça dela. Como quando eu poderia jurar que houve um lampejo de decepçã o
por nã o termos nos beijado em nosso casamento. Ou o dia sem camisa em que ela estudou
meu peito por mais tempo do que qualquer amigo faria.
Também pode ser uma ilusã o.
Eu nã o sou um homem tímido. Se estou interessado em uma mulher, eu a aviso. Eu já tinha
decidido fazer isso com Madison quando aquele beijo estú pido, incrível e alucinante
aconteceu no clube e estragou tudo.
Eu deveria ter dito algo naquele momento. Ou no dia seguinte. Disse a ela que era eu. Mas
eu estava muito preocupado em deixá -la brava. Em vez de dar a ela todas as informaçõ es e
deixá -la decidir como ela queria se sentir a respeito, eu... . . nã o tinha. E entã o eu agravei o
problema com uma maldita proposta .
Parecia uma soluçã o perfeita para ambos os nossos problemas. Será que eu deixei a
necessidade de dinheiro me levar a nã o contar a ela sobre o beijo porque precisava que ela
dissesse sim? Porque eu temia que ela pensasse que era muito complicado se soubesse que
era eu?
A resposta faz meu peito se sentir como quando colei em uma prova do ensino médio
porque nã o podia pagar nada menos que um A naquela matéria. Eu tirei A, mas nunca tive
orgulho disso.
A ú nica graça salvadora em nossa situaçã o é que, mesmo que o dinheiro tenha motivado a
proposta, nã o teve nada a ver com o motivo pelo qual me casei com ela. Eu queria ajudar.
Ela merecia a chance de se dedicar ao bem que queria fazer.
Eu ainda deveria ter contado a ela. Esfrego as mã os no rosto. Que inacreditavelmente
estú pido me colocar nesta situaçã o.
Seja lá o que formos, somos amigos e, como amigo, devo a verdade a ela.
Madison se mexe, franzindo levemente a testa.
“Madi,” eu digo, baixinho.
“Hummm.”
Levanto-me e pego um gatinho, voltando com Little Stripey. Coloco-o na cavidade formada
por seu cotovelo e a mã o debaixo de sua cabeça, e espero.
Little Stripey choraminga, descontente por ter sido tirado de sua pilha de irmã os.
Madison se mexe novamente, seus olhos se abrem, e ela enfia o queixo para examinar a
bola de pelos tendo um acesso de raiva quase em cima dela. Ela sorri para mim.
"Ei. Acho que adormeci. Desculpe por isso."
"Você está bem."
Ela se senta e aninha Little Stripey contra seu peito, abraçando-o. Ele se acalma. Little
Stripey nã o é idiota.
“Eu queria falar com você sobre uma coisa”, eu digo.
"Algo ruim?" ela pergunta com um bocejo. “Nã o sei dizer se é uma voz cansada ou séria.”
"Ambos."
"Estou em sarilhos?"
"Nã o."
"É ruim?"
Essa é uma pergunta carregada. "Nã o."
"OK. Qual é a sua posiçã o em relaçã o à s boas/má s notícias? O que você quer primeiro?
“Você tem má s notícias?” Nã o consigo nem adivinhar o que pode ser, mas já me dá aquela
sensaçã o de estô mago amargo.
"Tipo de?"
"Vamos ouvir isso."
Ela me conta sobre a visita de Kaitlyn, como sua irmã apresentará um relató rio aos pais e
como as inspeçõ es provavelmente continuarã o.
“Sinto muito por isso”, diz ela. “Temos algumas opçõ es aqui. Posso processá -los para liberar
os fundos. O ô nus da prova recai sobre eles, já que forneci a documentaçã o legal para
cumprir seus termos. O processo pode ser suficiente para fazê-los recuar.”
Nã o gosto da ideia de ela ter que processar os pais. “O que mais você tem?”
“Eu me mudo aqui de verdade.”
No meu pior dia, nã o mereci esse tipo de tortura. “Nenhum de nó s quer isso.”
"Nã o, sério, nã o tenha pressa com isso." Seu tom é provocador, mas seu sorriso é rígido.
“Tenho certeza de que você prefere ficar com seus colegas de quarto, só isso. Tem um plano
C?
“Faça parecer que me mudei. Trago coisas para deixar no outro quarto. Coloque uma cama
barata lá . Direi a Kaitlyn que nã o estou me preocupando em enfeitar tudo, já que só ficarei
lá por um ano.”
“Isso nos move para o territó rio da mentira ativa.” Eu odeio isso. Já estou contando muitas
mentiras por omissã o.
"Eu sei." Ela suspira. “Passei o dia todo pensando se os fins justificam os meios. Tenho uma
reuniã o na segunda-feira para estabelecer o fundo de Dhaka. A ideia de cancelá -lo e fazer
com que essas pessoas lutem por mais quatro anos por causa de um detalhe técnico parece
um erro ainda maior. O que você acha?"
"Eu acho que você está certo."
"Desculpe. Nã o pensei que eles iriam tã o longe. Eu odeio que isso continue complicando
tudo para você.”
Nã o mais do que eu compliquei tudo para mim mesmo. “Está tudo bem, Madison. Isso nã o
significa que você terá que ficar mais aqui se nã o quiser. Só as suas coisas fazem isso.
"Verdadeiro." Ela fica quieta por um segundo, mordendo o lá bio inferior.
Sortudo. Eu gostaria de fazer isso.
Eu forço meus olhos a desviar.
“Gosto de estar aqui”, diz ela. “Nunca me considerei alguém que gosta de silêncio, mas
gosto. Venho aqui e algo dentro de mim se desenrola.”
É bom que ela relaxe aqui? Ou ruim porque significa que ela nã o sente nenhuma tensã o
comigo, nem mesmo do tipo româ ntico? Se isso é ruim, só é ruim para mim. Sou ruim por
pensar que é ba-
“Ei, você quer namorar Ruby?”
Desculpe, o quê? “Eu quero namorar Ruby? Sua colega de quarto, Ruby?
"Sim."
"Nã o."
"Por causa de Charlie, certo?"
"Eu nã o disse nada sobre Charlie."
Ela me dá um olhar conhecedor. “Pontos por tentar encobrir sua amiga, mas você sabe que
ele a atacou.”
“Nã o estou falando sobre os negó cios dele. Charlie à parte, ainda nã o. Ruby é legal, mas nã o
a vejo assim.”
“E se Ruby quisesse namorar você?”
“Ela nã o quer namorar comigo.”
“Ela me perguntou se poderia.”
Eu rio antes que eu possa me conter. Ruby está tentando me ajudar à sua maneira demente.
"Porque é que isso é engraçado?" Madison parece ofendida agora. “Ruby é incrível.”
“Sem discussã o. Você quer que eu namore Ruby? Estou confuso sobre a resposta certa
aqui.”
“Eu quero que você namore quem você quiser.”
“E se eu quiser namorar você?” As palavras saem antes que eu possa impedi-las, mas é para
a conversa que eu a acordei.
"Você . . . você?" Suas palavras sã o cautelosas.
“Chame isso de experimento mental. E se eu quisesse namorar você? Eu me forço a ficar
solta, dizendo ao meu corpo que está cansado para nã o ficar tenso, mas meu cérebro está
em alerta má ximo.
“Essa nã o parece uma boa ideia”, diz ela. Seu cuidado a denuncia. Ela está tentando nã o
ferir meus sentimentos.
Um grande peso se instala em meu estô mago, mas nã o deixo minha expressã o mudar.
Decepçã o, eu diria. Mas apenas porque nã o é uma rejeiçã o total. Se ela me rejeitasse
abertamente, seria como ter minhas entranhas chutadas com botas com pontas.
“Nã o se estresse”, digo a ela. “Estou tentando entender os parâ metros disso que estamos
fazendo. Provavelmente algo sobre o qual deveríamos ter conversado antes do casamento,
como duas pessoas solteiras que estã o prestes a passar muito tempo juntas. Principalmente
quando um deles está com calor.
Ela muda, talvez se preparando para fugir. "Isso e doce-"
Eu franzo a testa para ela. “Eu estava falando sobre mim.”
Ela sorri e se recosta no sofá . "Meu erro."
“Só para ter certeza de que estamos na mesma pá gina, nã o é uma boa ideia porque você
nã o quer namorar comigo?” Minha voz soa equilibrada, mas curiosa, e é um desempenho
tã o bom que talvez eu precise comprar novos Nikes amanhã .
Sobrancelhas tricotadas. Ela encontra os olhos de Little Stripey, mas nã o os meus. “Temos
energia amiga, certo?”
Eu nã o digo nada.
"Certo?" ela pergunta, olhando para mim.
“Desculpe, pensei que você estava conversando com o gato.”
As sobrancelhas franzidas mudam para uma carranca divertida. "Você é o pior."
Eu sorrio. Eu nã o quero. Eu gostaria de cuidar das cinco dú zias de cortes emocionais que
cada palavra que sai de sua boca me inflige, mas, em vez disso, tenho que ficar aqui e
terminar esta conversa, salgando as feridas.
“Temos energia amiga.” Isso é verdade. Nã o importa o que mais passe pela minha cabeça
sobre essa mulher feroz e adorá vel, somos amigos .
“A energia amiga nos ajudará ao longo deste ano sem nenhum drama ou complicaçõ es. Por
que bagunçar tudo? Ela está tensa novamente. Ela me lembra um personagem de desenho
animado que estava em um agradá vel passeio de barco até que de repente avistou
corredeiras gigantes à frente.
Essa é a minha resposta entã o. Agora preciso nos pilotar para longe das cataratas .
Balanço a cabeça, como a pobre e iludida Madison . “Concordo que é a maneira mais fá cil de
passar o ano. Mas e se você nã o conseguir se conter, Mads? E se você se apaixonar por mim
sem querer?
“Esse é um problema normal para você?” ela pergunta.
"Você nã o tem ideia. É uma sensualidade furtiva.”
Aceno lento, lá bios pressionados. “Hummm. Interessante. Como isso funciona exatamente?
“Joey e Josh? Quente normal. Chato quente. Quase sinto pena deles.”
"Claro. Posso ver como isso pode ter um impacto negativo em suas vidas.”
“Caras como eu e Charlie? Stealth quente por diferentes razõ es. Nã o somos caras que fazem
as garotas se cutucarem no clube e dizerem: 'Ele está ó timo.' Mas se eles esbarrarem em
um de nó s em um Starbucks...
“...ou a biblioteca.”
“Ou na biblioteca, eles pensariam: 'Ah, ele é fofo.'”
“Oh, como um titi”, ela diz.
“Certo, tipo... espere, nã o.” Estreito os olhos para ela, o que a faz rir. Está tingido de alívio.
“Mais como Joseph Gordon-Levitt ou Nick em New Girl . Você acha que somos o ajudante. O
ala. E entã o, antes que você perceba, nó s escapamos de suas defesas e desarmamos você, e
você está indefeso contra nosso charme.
“Um caso convincente, mas é preciso mais do que charme para ser atraente.”
"Nã o se preocupe. A sensualidade furtiva significa que também temos movimentos.”
“Gosta da coreografia da Beyoncé?”
Reviro os olhos. “Nã o. Mais como . . . hum. Deixe-me pensar." Eu mudo da mesa de centro
para o sofá , levantando suas pernas para sentar ao lado dela e colocando-as no meu colo.
Tamborilo meus dedos em sua ró tula. Pensando, pensando. “Eles sã o meio inatos, mas sei
que tenho alguns.”
"Como o que?" ela diz.
“Como agora você está praticamente sentado no meu colo e nem percebeu.”
Seu queixo cai. “Mas isso... nã o conta.”
Eu sorrio para ela, adorando estar perto o suficiente para ver seus cílios separados e seus
olhos azuis brilhando através deles. Mas nã o posso esquecer que estou na corda bamba.
"Por que nã o?"
“Porque somos amigos, entã o eu nã o pensaria duas vezes antes de você fazer isso.”
“É assim que pegamos você.” Eu sorrio, mantendo a conversa, nos conduzindo para á guas
mais seguras.
“Oh, eu vou pegar você ,” ela diz beliscando meu bíceps. Eu me flexiono e ela ri, deixando
cair a cabeça no braço do sofá . “A propó sito, você está se subestimando. Você é muito fofa."
"Obrigado. Os caras adoravam ser chamados de fofos.
“Aceite isso”, ela diz. “Eu nã o acho que você seja o tipo de cara que quer entrar no clube e
escolher qualquer mulher que quiser e tê-la. Mas se você decidir que essa é a peça, diga-me.
Vou fazer uma Linda Mulher em você. Torná -lo inegá vel.
“Obrigado, mas nã o fico bem em vestidos.”
Ela me dá uma joelhada de leve na barriga e estica a perna para trá s. "Você terminou de
brincar agora?"
“Eu nã o estava brincando. Eu realmente acho que deveríamos ter conversado sobre isso há
duas semanas. E se captarmos sentimentos? Espero ter dado a ela energia amiga suficiente
para convencê-la de que esta é apenas uma discussã o responsá vel que deixamos de ter.
Seu sorriso desaparece e ela se esforça para se sentar, deslizando as pernas do meu colo.
“Isso parece confuso. Complicado. Desconfortá vel. Todas as coisas que eu nã o gosto
intensamente.”
“E se nã o forem sentimentos?” Eu pergunto. “E se for apenas atraçã o?”
Ela se levanta para guardar o gatinho e depois volta e franze a testa para mim. “Nã o vai
funcionar. Nunca me apaixonei por um amigo antes, mas vi dois dos meus colegas de
quarto se apaixonarem este ano. Atraçã o além da amizade? Eu diria que quem fica com
tesã o também vai ficar com o coraçã o partido, porque a atraçã o vai se misturar com a
amizade e se confundir com o amor, e aí a amizade acaba.”
“Por que acabou?” Mantenho meu tom curioso. “Por que nã o uma coisa nova?”
“Teria que acontecer nos dois sentidos.” Ela voltou a ter cuidado com suas palavras.
“Você acha que nã o aconteceria nos dois sentidos em nossa situaçã o?” Estou grato por
minha voz permanecer uniforme. Talvez ela perceba o que estou realmente pedindo, mas
manter-me unido agora é o que nos permitirá seguir em frente como se essa conversa não
tivesse acontecido.
“Acho que nã o”, ela confirma.
Dou um aceno pensativo. “Entã o nã o preciso me preocupar. Isso é um alívio."
Ela parece um pouco confusa quando deixo escapar um bocejo e estico os braços acima da
cabeça.
“Vou voltar para minha casa”, diz ela.
"Qual deles?" Eu provoco. “Ouvi dizer que você tem dois agora.”
"Idiota. Tudo bem se eu mudar as coisas nos pró ximos dias?
"Tudo bem por mim."
"Ó timo. Mais uma coisa. Você aceitaria que eu comprasse coisas na loja para decorar aqui?
Isso venderá a histó ria.”
“E significa mais itens para a loja solicitar e substituir.”
Ela sorri. "Exatamente."
"Claro. Vou deixar meu cartã o de crédito no balcã o.”
“Por minha conta”, diz ela.
"Sem chance. Você está me fazendo um favor ao lidar com detalhes que nunca consigo
resolver. Está na minha conta.
"Tudo bem. Fique animado. Acabamos de lançar uma coleçã o chamada ‘Transgression’
sobre os tabus que as mulheres carregam em diferentes culturas por causa do patriarcado.
Todas as peças sã o confeccionadas com roupas íntimas femininas desgastadas. Bem, e
sutiã s. Cintas. Meias. Qualquer coisa que devemos cobrir com roupas. Ah, e cabelo também.
Como essas bases para copos de tecido que vou comprar.”
“Feito de cabelo?”
“Inovador, certo?”
Eu nã o quero ser esse cara. Eu nã o. Mas nã o quero tapeçarias de parede ou qualquer outra
coisa feita de calcinhas e cabelos usados. “Você tem alguma coleçã o chamada 'material de
madeira' ou 'lã é legal'?”
“Você é engraçado, Oliver. Vejo você amanhã . Você vai adorar. Ela acena enquanto sai,
fechando a porta silenciosamente atrá s dela.
“Tab,” eu digo enquanto ela se senta no meu colo. “Madison me faz fazer todos os tipos de
perguntas que nunca considerei. Tipo, se você está se apaixonando por alguém, como você
evita a queda? Que saliência ou galho procuro para me salvar? E também, posso viver com
roupas íntimas nas paredes por um ano?
Tabitha me dá uma piscada lenta. Parece muito legal. “É por isso que os gatos sã o
arrogantes, Tab? Se você sabe que todas as espécies ao seu redor poderiam tentar a vida
inteira e nunca atingir o nível de frieza que você infunde em um ú nico piscar de olhos,
talvez você fique chapado.
A resposta de Tabitha é me dar uma visã o de primeira fila de sua bunda enquanto ela sai do
meu colo e se afasta.
Capítulo Trinta e Cinco
Madison

Sexta-feira

Vi minha nova arte de parede. Nã o é feito de roupa íntima.

Tapetes Kazi tecidos à mã o com sisal ruandês e erva-doce.

Nã o existe uma coleçã o chamada Transgressã o, existe?

Nã o. Mas quã o nervoso eu deixei você?

Tã o delicado e ainda assim tã o mau.


Segunda-feira

Você viu a tigela?

<foto de Tabitha na tigela>

Esse é o vidro fenício.

<link para o vídeo “Gatos em Tigelas”>

Ela nã o é uma gata de vidro normal. Isso é ofensivo.

Temos mais nessa coleçã o. Feito na Cisjordâ nia. Muito caro. Qual é o limite do seu cartã o?

...
Quarta-feira

Curiosidade sobre mim: aparentemente sou um cara que coloca fotos de casamento
emolduradas.

Você é agora!
Do que sã o feitas essas molduras?

Peças de computador reaproveitadas e madeira de mangueira. Índia. Artesanato Asha.


Tenho feito um bom trabalho desde sempre.

É normal um cara ter 12 fotos de casamento na sala?

É normal um homem ter um casamento de conveniência?

Ponto tomado. É normal que 11 delas sejam noivas dele?

Se ela estiver sendo engraçada, sim.


Quinta-feira

Gostou do seu novo cobertor?

Tabitha nã o me deixa usá -lo. Parece legal.

É feito de garrafas de á gua recicladas.

Mas parecia macio antes de ela bater na minha mã o por tocá -lo.

As garrafas sã o transformadas em fio PET. Procure. Super interessante.

As almofadas do sofá também sã o garrafas de á gua?

Lã tingida à mã o sobre urdidura de algodã o. Paquistanês. Corantes naturais.

Minha sala de estar sã o as Naçõ es Unidas.

Aproveite, secretá rio-geral.


Parece bom. Estou sentado nele agora, depois de fazer algumas contas na loja. Na verdade,
ao olhar ao redor, decido que esta sala está terminada. A estética do “condomínio anô nimo”
se transformou em um retiro urbano. O sofá cinza liso de Oliver nã o parecia muito com ele,
entã o vasculhei Teak Heart em busca de coisas que combinassem. Agora existem marrons,
verdes e laranjas. Boas cores terrosas com muitos materiais naturais, desde fibras até
madeira.
Na minha imaginaçã o, ele se sentaria neste sofá e se sentiria em casa. Mas a imaginaçã o e
seus textos sã o tudo o que tenho para me basear, porque Oliver é ainda mais parecido com
Casper, assombrando seu escritó rio, nunca em casa. Nã o o vejo desde a nossa conversa na
semana passada.
Ainda nã o sei o que pensar das perguntas de Oliver sobre a possibilidade de captar
sentimentos. No começo pensei que ele estava flertando e já nã o sabia o que pensar sobre
isso porque... . . Eu nã o odiei? Mas ele estava deixando claro, nã o flertando, mostrando
como as coisas podem facilmente evoluir da amizade para algo mais. Uma maneira
tipicamente educada de Oliver de estabelecer limites, como Você pode fazer parecer que
está morando aqui, mas não confunda isso com outra coisa .
Ele está certo ao dizer que deveríamos ter conversado sobre isso à queima-roupa antes de
tudo se tornar oficial. Eu pensei em tocar no assunto antes do casamento, mas como Oliver
nã o demonstrou nenhum interesse româ ntico por mim, deixei passar. Eu nã o tinha
considerado que seria o problema.
Nã o que eu seja. Ou será . . . ? Afasto as imagens dos ombros tatuados de Oliver e das calças
de pijama decotadas. Nã o, nã o serei o problema porque Oliver foi inteligente o suficiente
para estabelecer esse limite. Ele acidentalmente me fez pensar em como isso poderia se
tornar um problema, e agora recebo esses pop-ups irritantes com memó ria sensorial
completa em meu cérebro.
Preciso parar de pensar em um problema que nã o é problema e trabalhar em um problema
real: como irritar meus pais esta semana.
Vou precisar de visã o e espaço pú blico, duas especialidades de Ruby Ramos.

“COMO VOCÊ FAZ as coisas aqui o dia todo?” Pergunto isso a Ruby enquanto examino esta
seçã o da filial Sandra Day O'Connor do sistema de bibliotecas da cidade. É uma filial de
tamanho médio em uma parte mais antiga da cidade. Foi reformado antes de Ruby começar
aqui, entã o tem o melhor de todos os mundos: mó veis atualizados, mesas imaculadas, um
layout eficiente e, o mais importante, cheiro de livros. “Eu lia e esquecia de fazer meu
trabalho.”
“Você ficaria surpreso com o quanto há para mantê-lo ocupado em um dia.” Ela está de
costas para mim enquanto estuda a vitrine que estamos assumindo. Ela era totalmente a
favor de colaborar com a loja em uma exposiçã o de comércio justo.
“Ela à s vezes se esquece de voltar do almoço”, diz Charlie. Ele está desenhando a caixa de
vidro em um iPad para que possamos descobrir como queremos exibir tudo. Seus olhos
piscam na direçã o de Ruby com mais frequência do que os de um colega de trabalho –
mesmo um colega de trabalho que é um bom amigo.
Como ela nã o vê isso? Acho que é isso que acontece quando você tem um cisco de poeira
em forma de Nilo no olho há anos.
“Se eu prometer a você tempo ilimitado para navegar nos livros quando terminarmos, você
poderia vir aqui e dar uma olhada nisso, por favor?” Ruby pergunta.
“Sim, Ruby-Roo.” Eu me junto a ela no caso. Tem dois metros de altura e quase essa largura.
“As prateleiras nã o sã o tã o profundas quanto eu pensava, entã o isso vai limitar algumas das
minhas ideias, mas elas sã o ajustá veis, certo?”
"Eles sã o. Que tal colocar os punhos e pulseiras de latã o do Nepal aqui e as peças de malha
de alpaca do Peru daquele lado?” ela pergunta, apontando.
"Eu gosto disso. Quero ter a certeza de que levaremos para lá os cestos de Dhaka, porque se
eu nã o fosse uma senhora, diria que é uma questã o clara. dedo médio para meu pai. Mas eu
sou uma senhora, entã o tudo que estou dizendo é que eles estarã o no centro do convite que
envio aos meus pais para verem esta exposiçã o.”
Em vez de sorrir, Ruby suspira. “Eu nã o amo toda essa vingança contra coisas de família.”
"O que?!"
Charlie me silencia.
Eu faço uma careta, mas abaixo minha voz. “Você está pronto para uma vingança
mesquinha quando alguém prejudica um de seus funcioná rios, e isso se eles cortarem a fila
no HEB. Meu pai matou e mutilou centenas de pessoas e se recusou a assumir
responsabilidades.”
Charlie dá um assovio silencioso. “Eu nã o sabia de tudo isso. Aqui para toda a vingança.
Eu olho para Ruby. "Ver? Distribuir produtos de comércio justo de Dhaka e enviar-lhe uma
fotografia é o mínimo que o homem merece. Este nã o é um comprador impaciente no
mercado, Ruby. Esse. É . Darth. Vader.”
Ruby parece dividida antes de finalmente suspirar. “Tudo bem, mas prometa pelo menos
dar a Kaitlyn um convite nada irô nico.”
“Kaitlyn, a espiã ?” Mas quando os lá bios de Ruby se abrem em sua frase de nã o-mexa-com-
esta-bibliotecá ria, ergo as mã os em sinal de rendiçã o. "Negó cio."
E entã o partimos, colaborando, descobrindo um fluxo e um ritmo para as peças das fotos
que trouxe. Eu nunca trabalhei com Ruby em algo assim antes. Nã o é uma surpresa ver
como ela trabalha de maneira cuidadosa e eficiente, mas é divertido observá -la em seu
habitat natural. Espero que isso signifique que ela está se sentindo mais ela mesma.
Quando temos um plano elaborado entre nó s três, eu o menciono. “É bom ver você em açã o.
Niles está começando a mudar para o retrovisor?”
“Este é um espaço sagrado nã o-Niles”, diz ela, descartando a questã o. “Mas enquanto
estamos todos nos assuntos um do outro, como vã o as coisas entre você e Oliver?”
"Multar. Acontece que um casamento comercial é fá cil se ele lhe der o cartã o de crédito
para decorar a casa e você nunca o ver.
"Entã o, nã o é ó timo?"
“Eu literalmente acabei de dizer que é perfeito.”
Ruby levanta as sobrancelhas e olha para Charlie. “Nã o foi isso que ouvi. Foi isso que você
ouviu?
Ele balança a cabeça. "Nã o. Nã o foi isso que ouvi.”
"Você quer dizer de Oliver?" Sinto um frio na barriga com a ideia de que ele está infeliz com
a situaçã o e nã o está me contando. “Ele está bravo por eu estar gastando muito dinheiro?
Ele parecia bem.
“Estou falando de você”, diz Ruby. “Nã o parece que está indo muito bem. Você parece
chateado por nã o estar mais vendo ele.
"Oh nã o? Nenhum de nó s sente falta um do outro em casa quando um de nó s tem uma
semana super ocupada. É assim com Oliver. Ele está trabalhando o tempo todo. Demais,
para ser honesto, mas nã o porque eu precise mais dele por perto. Porque nã o é saudá vel
gastar tanto tempo fazendo alguma coisa.”
“Sentimos falta um do outro”, diz Ruby. “Lembra de sequestrar Ava à força para tirar uma
folga? Mas mesmo que seja uma semana agitada, acho que nã o sinto falta de nenhum de
vocês até que de repente estamos juntos novamente, e entã o percebo que estava sentindo
muita falta de vocês. Isso nã o aconteceu com você?
“Sim”, eu digo. “Mas somos amigos há pelo menos oito vidas passadas, mais sete anos nesta.
Oliver e eu nos conhecemos há dois meses.”
“Parte disso você foi casado”, Ruby ressalta. “E nã o que eu nã o esteja magoado e de mau
humor com tudo isso, você contou a ele todas as coisas que nunca nos contou. Você nã o
acha que isso significa alguma coisa?
“Isso significa que ele entrou e ouviu uma briga com meu pai. Por que você está trazendo
isso à tona, esquisito? Foi você quem disse que ele e eu nã o combinamos bem. Entã o isso
me atinge. "Oh!" Eu suspiro, e Charlie parece querer me calar novamente. “Ruby Ramos,
você ainda está tentando ganhar essa aposta antes do final do ano, e como estou casado há
mais onze meses, você está tentando ganhar usando Oliver.”
Ruby lança a Charlie um olhar divertido antes de se aproximar para segurar meu queixo.
“Seus idiotas lindos, sem noçã o e com cabeça de algodã o. Mads, como você pode ter me
visto trabalhar com Sami e Ava, até mesmo me ajudar com ambos, e nã o enxergar através
de mim?
Por um segundo, quase compro. Entã o estreito meus olhos. "Sem chance. Você está
tentando ser todo intrigante agora , mas de jeito nenhum você me enviou um mastro idiota
com um moletom enorme e pensou que eu iria em frente.
“Charlie?” Ruby deixa cair a mã o, mas mantém os olhos nos meus. “Mostre a ela o texto.”
Charlie devia estar esperando por isso porque estava com o telefone pronto. Sem uma
palavra, ele entrega.
Eu olho para ele, sem processar a princípio.
“Verifique os carimbos de hora.” A voz de Ruby soaria gentil e prestativa para qualquer
outra pessoa, mas nã o estou enganado; há alegria por baixo disso. As mensagens sã o de
meados de agosto, poucos dias antes de Oliver começar a trabalhar no clube. O primeiro é
de Ruby.

Hora de colocar a isca na armadilha.

Nã o diga armadilha. Faz você parecer perturbado.

É uma armadilha como se você pegasse um guaxinim sempre rasgando seu lixo, entã o você
isca uma armadilha com batatas fritas e leva o guaxinim para uma bela floresta onde ele
pode comer nozes.

Essa é a maior parte do enredo de Over the Hedge.

Filme em dia chuvoso na biblioteca na semana passada. Bom filme. É hora de ajudar o
guaxinim.
Eu olho para cima. “Quem é o guaxinim e quem é a isca?”
Ruby apenas aponta para o telefone, sorrindo.

<gif de olho lateral>

Apenas amoleça-o. E mentir sobre o que estamos fazendo.

Nã o diga mentira.

Ele vai adorar Madison, certo?

Sim. Multar.
Dou 2 meses, só porque Madi é a mais teimosa.
Entã o a data muda e eles estã o falando sobre alguma coisa de divulgaçã o na biblioteca.
Eu devolvo. Ruby está me observando com um pequeno sorriso. Presunçoso nã o fica bem
nela.
“O que você achou que eu diria?” Eu pergunto a ela, minha voz calma e monó tona.
Seu sorriso desaparece. "Você está louco?"
"Eu estou louco?" Dou alguns acenos gentis, principalmente porque estou me acalmando
antes de perder o controle. “Odeio tanto ser manipulado pelos meus pais que estou aqui
planejando uma exposiçã o para lhes dar uma liçã o. Entã o sim, Ruby Ramos, estou chateado
ao descobrir que sou seu fantoche também.”
Pego minha bolsa ao lado da vitrine e vou para a saída.
“Nã o é isso que estou fazendo”, diz Ruby, apressando-se para me acompanhar. “Eu estava
ajudando!”
Continuo andando. Sei que isso parece uma reaçã o exagerada para ela, mas desde a briga
com meu pai, quando eu disse em voz alta o quanto odiava as tentativas deles de me
controlar e me coagir, o ressentimento cresceu, e nã o diminuiu. Isso vindo de Ruby... pelo
menos com meus pais eu tive a opçã o de trabalhar ativamente contra isso. Isso parece
muito com mentiras.
Ela se esforça para acompanhar. “Eu nã o estava manipulando você! Segui um
pressentimento de que você e Oliver se dariam bem e me certifiquei de que vocês tivessem
um motivo para passarem algum tempo juntos. Você teria inventado uma dú zia de razõ es
para ficar em paz se eu lhe contasse isso.
Olho por cima do ombro para ver se Charlie está lá . Ele está , mantendo uma curta distâ ncia
atrá s de Ruby, com o rosto preocupado. “Talvez você possa explicar o problema para ela.
Ou talvez nã o, já que você concordou.
“A contragosto. Fui de má vontade.”
“Charlie,” Ruby protesta.
Estou quase na entrada principal e acelero. Agora Ruby precisa correr para acompanhar.
“Mads, por favor, vamos conversar sobre isso.”
Estou me movendo tã o rá pido que a porta deslizante mal abre a tempo de me deixar
passar. Sinceramente, acho que poderia ter cobrado direto. Estou louco o suficiente para
mastigar vidro; por que não percorrer isto? Aposto que seria catá rtico ouvir o vidro
quebrar, como uma manifestaçã o física da minha raiva.
Ela coloca a mã o no meu braço, mas eu a afasto. “Deixe-me em paz, Ruby.”
Vou direto para o meu carro e já estou no banco do motorista quando Charlie me alcança.
“Madison, me desculpe, e eu sei que Ruby realmente ...”
“Nã o conte ao Oliver ainda.”
Charlie pisca para mim.
“Isso vai forçar uma conversa entre nó s, e nã o tenho largura de banda para isso agora.
Vocês dois podem me fazer pelo menos esse favor?
Ele concorda. "OK."
Bato a porta e saio de ré, virando o carro na direçã o que me levará para fora do
estacionamento. Mas pelo menos nã o terei que passar por eles.
Capítulo Trinta e Seis
Oliver

ALGO ESTÁ ERRADO COM MADISON.


Quando mandei uma mensagem para ela agradecendo pela tá bua que encontrei na bancada
da cozinha, ela apenas me enviou um sinal de positivo. Deixei isso de lado, mas quando
chego em casa no dia seguinte, nã o há nada de novo no apartamento. A ú nica maneira de
saber se ela esteve por aqui é que a tigela de á gua dos gatos foi recentemente enchida.
Ela está brava comigo? Eu fiz ou disse algo errado?
Eu deveria mandar uma mensagem para ela, mas já passa das 10h de uma sexta-feira, entã o
ela estará em seu turno no Gatsby's. Ela nem o veria antes das 2 da manhã .
Amanhã . Vou lá no meio da manhã , ver se ela quer tomar café da manhã . Pergunte na cara
dela para que ela nã o possa ignorar uma mensagem. Posso lê-la muito bem agora. Posso
descobrir se conversarmos um pouco.
Embora esteja exausto depois de um dia de trabalho de quatorze horas e meia hora
brincando de gatinho, nã o durmo bem quando vou para a cama. EU mexo e viro, e meu
reló gio interno me diz que está mais perto do amanhecer do que da meia-noite quando
finalmente começo a dormir.
Acordo com a forte luz da manhã e fico olhando para o teto por um minuto inteiro,
desejando sair da cama. Esse cronograma é penoso, mas temos que terminar esse software
a tempo. Precisa. É mais importante do que nunca.
Mas está cobrando um preço. Sinto isso quando me sento na beira da cama, me
convencendo a me levantar e seguir em frente, em vez de voltar para debaixo das cobertas
para mais duas horas de sono.
“Controle-se, Oliver,” eu digo.
A cama quase vence até a campainha tocar. Com um gemido, visto uma camiseta e desço as
escadas, parando quando vejo um monte de franjas brilhantes no meu sofá . É Madison e
parece que ela esteve lá a noite toda.
Abro a porta e encontro uma linda mulher loira na porta. Eu nã o a vi antes, mas reconheço
o azul de seus olhos. “Kaitlyn?”
“Oliver?”
“Shh.” Coloquei meu dedo nos lá bios antes de virar a cabeça para recebê-la.
Seus olhos se arregalam quando ela vê Madison. Desculpe, ela murmura.
Balanço a cabeça para que ela saiba que nã o é grande coisa e vou até a cafeteira. Na
verdade, é um bô nus que ela tenha passado por aqui e Madi tenha adormecido no sofá . Isso
reforça sua histó ria sobre nosso arranjo de moradia.
Kaitlyn vai direto para os gatos. Tabitha sai correndo da caverna dos gatos e pula nas costas
de Madison bem no momento em que eu acidentalmente bato a cafeteira no balcã o.
Madison geme e se mexe, protegendo os olhos enquanto se senta. Tabitha simplesmente vai
para o colo dela.
“Bom dia”, eu digo. "Desculpe, nã o queria te acordar."
"Tudo bem. Você nã o sabia...
“Kaitlyn está aqui,” interrompo antes que Madison possa dizer algo sobre nã o querer
dormir aqui.
Madison se vira até ver sua irmã . "Ei."
"Ei." Kaitlyn já tem dois gatinhos acomodados no colo. "Desculpe. Deveria ter lembrado que
você trabalhou ontem à noite e talvez ainda esteja dormindo.
"'Está bem." Madison pisca e coloca a nova manta macia em volta dos ombros. Ela ainda
nã o está totalmente conosco.
“Estou fazendo café”, digo a ela. “Você quer um pouco, Kaitlyn? A propó sito, prazer em
conhecê-lo.
"Você também. Café seria ó timo”, diz ela. "Obrigado."
"Sem problemas."
“Além disso, as pessoas me chamam de Katie. Se você quiser." Seu tom é quase
constrangido.
"Eles fazem?" Madison parece genuinamente surpresa. "Desde quando?"
Kaitlyn dá de ombros. "Faculdade. Pelo menos, meus amigos fazem. Mamã e e papai ainda
me chamam de Kaitlyn.”
Um silêncio cai. Madison encara Kaitlyn como se ela fosse um inseto interessante. Kaitlyn
encara Smudge e Tuxie.
Eu limpo minha garganta. "Como foi o trabalho?"
Madi olha. "Multar. Mesas completas. Boas dicas.”
“Deve estar cansado para adormecer de uniforme”, digo.
Ela olha para a blusa com franjas e depois se aconchega ainda mais no cobertor, uma mã o
serpenteando para coçar o queixo de Tabitha. “Parei para dar boa noite para Tabitha, mas
ela queria conversar um pouco. Desculpe por ter adormecido, querido. Eu prometo que me
importo.
Eu sorrio ao ver como Tabitha está se inclinando para os arranhõ es. "Estou com inveja."
“Invá lido”, diz Madison. “Ela sempre escolhe você em vez de mim. Assim que você se sentar,
eu nã o existirei mais. Dê-me meu momento.
Eu quis dizer ciú mes de Tabitha, é claro.
Um som parecido com o barulho abafado de um caminhã o de lixo distante preenche o
silêncio, e demoro um segundo, mas entã o todos os nossos olhos estã o voltados para
Tabitha. Fica mais alto e eu sorrio. “Ela nunca ronrona tã o alto para mim.”
A testa de Kaitlyn se contrai. “Isso é normal?”
Madison encolhe os ombros enquanto sorri para o gato enfeitiçado. “Nã o sei. Ela parece
feliz.
“Eu também nã o sei”, digo a Kaitlyn quando ela olha para mim. “Buncha gato noobs. O café
está pronto. Como você reage?
“Preto”, diz Kaitlyn.
“Creme de baunilha”, diz Madison.
“Você nã o sabe o pedido do café dela?” Kaitlyn parece surpresa.
“Ela nã o é uma pessoa matinal,” eu digo enquanto o rosto de Madison congela. Ela ainda
nã o está acordada o suficiente para ter um desempenho só lido. “Normalmente nã o preciso
fazer café para ela.”
Entrego as canecas e volto para o sofá com meu pró prio café preto e me acomodo. Nã o
consigo decidir se estou feliz por Kaitlyn estar aqui. Por um lado, ela é um amortecedor. Por
outro lado, nã o posso falar com Madi até que ela vá embora.
“Você gosta de trabalhar no Gatsby's?” Kaitlyn pergunta.
“É divertido”, diz Madison. Kaitlyn nã o parece convencida e Madi franze a testa. "Você nã o
acredita em mim?"
“Sim”, diz Kaitlyn.
"Mas . . . ?”
Kaitlyn toma um gole antes de responder e, quando abaixa a caneca, seus olhos estã o
ligeiramente desfocados, como se ela estivesse pensando em outra coisa. “Eu nã o teria
imaginado que no ensino médio você acabaria lá .”
O nariz de Madi se alarga. "Por que? Porque está embaixo de um Armstrong?”
Kaitlyn balança a cabeça e estuda a irmã . "Nã o. Você era tã o diferente no ensino médio.
Isso é interessante. Eu quero saber mais. “Conte-me sobre Madison do ensino médio.
Rainha do baile? Líder de torcida? Saiu com o capitã o do time de futebol?
“Pense mais nerd”, diz Kaitlyn, e Madison revira os olhos. “Ela estava na equipe de dança.
Quadro de honra. Nã o namorei muito.
“Por escolha”, Madison interrompe.
“Quieta, você”, digo a ela. “Esta é a histó ria de Katie.”
“Ela frequentava a escola e dançava e lia muito. Nã o gosta muito de festas. Isso começou na
faculdade. Quando cheguei à UT, ela estava... . .” Ela para quando Madison lhe lança um
olhar penetrante. "Diferente."
“Você era um leitor á vido caseiro?” — pergunto a Madison, tentando imaginar. Ela está
sempre cheia de energia, em busca de diversã o. Ou, mais frequentemente, travessura.
“Nã o sou uma pessoa caseira. Só quando eu sabia que um livro seria melhor que uma festa”,
diz ela. “Mas as pessoas mudam na faculdade o tempo todo, especialmente quando
descobrem que os valores que seus pais lhes ensinaram sã o superficiais. Puramente sobre
imagem pú blica. Nã o envergonhe o nome Armstrong. E isso acaba sendo um nível de
hipocrisia alucinante.”
“Entã o você faz o oposto?” Kaitlyn pergunta. Nã o há julgamento em seu tom.
“Sim, Kaitlyn.” Madison parece quase sarcá stica. “Você faz o oposto do que eles querem,
porque nã o precisa ouvir hipó critas.”
Nã o cabe a mim intervir, mas espero que Kaitlyn reconheça que sob o sarcasmo há raiva. E
sob isso, machucado. Muito disso.
"Porque é que está s zangado comigo?" Kaitlyn pergunta.
Madison olha para ela como se ela nem acreditasse que fez aquela pergunta. “Porque você
ainda está no time deles. Ainda é seu espiã o e executor. Ainda acho que é mais
constrangedor eu andar por aí nesta periferia do que papai ser ganancioso e sem
escrú pulos.
Kaitlyn fica quieta por um tempo, acariciando Big Stripey. Finalmente, ela diz: “Eu deveria
ter descoberto isso antes. Sobre o papai. Nã o deu certo até que fiz um curso de direito
empresarial e ética no outono passado. A professora pediu para se encontrar comigo antes
do início do semestre e me avisar que usaria Jeneze como estudo de caso de ética
corporativa fracassada. Nã o queria que eu fosse pego de surpresa e disse que poderia me
transferir para outro professor. Eu fiquei."
Madison nã o diz nada sobre isso. Ela mantém os olhos em Tabitha. Coçando. Coçando.
Coçando.
“Comecei a ler tudo o que pude encontrar”, diz Kaitlyn. “Foi uma bagunça. Eu nã o tinha
ideia de quanto.”
“Entã o por que você ainda trabalha para a Armstrong Holdings?” Madison pergunta.
“Você sabe o que eu faço lá ?”
“Diretor de alguma coisa, tenho certeza. Marketing?" Madison adivinha.
“Eu trabalho para o responsá vel pela conformidade”, diz Kaitlyn.
Uau. Eu nã o esperava isso. O responsá vel pela conformidade garante que a empresa
cumpra todos os requisitos regulamentares e legais em todos os territó rios em que opera,
bem como garante que os funcioná rios cumpram as políticas internas.
Madison também sabe disso, mas nã o cede nem um centímetro. “Parece que uma raposa
guarda o galinheiro. Mas tã o adequado para você. Tagarelice profissional.
Isso foi cruel e baixo, e mantenho meus olhos na minha caneca e me forço a ficar fora disso.
Kaitlyn coloca sua caneca na mesinha de centro e devolve cada gatinho à caverna dos gatos.
“Você protestou pagando fiança.” Ela fica de pé. “Escolhi compliance porque quero fazer a
diferença. Leve-nos de volta à s boas intençõ es de Patricia Armstrong, antes de ela morrer e
papai assumir. Papai nã o pode me pressionar ou intimidar como faria com qualquer outra
pessoa nesse trabalho, porque isso nã o funcionará comigo. Estou trabalhando lá por um
ano, depois vou para a faculdade de direito para poder me tornar nosso diretor de
conformidade. Obrigado pelo café. Desculpe, nã o consigo terminar.
Ela se dirige para a porta, e peço a Madison que impeça Kaitlyn, peça desculpas, faça algo
para reconhecer que sua irmã quer ser uma aliada na reforma da empresa. Estou prestes a
explodir e pedir a Kaitlyn para ficar, mas quando ela chega à porta, Madison finalmente
fala.
“Eu nã o desisti. Eu estava hibernando até conseguir dinheiro para fazer algo significativo.
Quando conseguir o resto da minha confiança, vou usá -la para estabelecer um fundo para
as vítimas do colapso da fá brica. Você sabe que trabalho em uma loja de comércio justo?
Kaitlyn assente.
“Já comecei a fazer mais com isso. Como uma iniciativa de educaçã o comunitá ria.”
“A exibiçã o da biblioteca?” Kaitlyn pergunta. Quando Madison olha para ela com surpresa,
Kaitlyn acrescenta: “Ruby me contou. Eu vou lá à s vezes.”
"A biblioteca?"
“Sua casa. Você nã o está muito lá .
“Porque eu moro aqui.”
Kaitlyn dá de ombros. “Seu plano, suas consequências.”
Madison demora um segundo com isso e depois volta ao seu ponto. “Eu nã o apenas me
rebelei. Tenho feito o que posso e quanto mais dinheiro ganho, mais posso fazer.”
“Mas é tudo o que você pode fazer?” Kaitlyn pergunta. “Porque é isso, Madison. Você se
entrega totalmente aos seus amigos e pronto. Apenas as outras três pessoas da sua casa.
Todos e tudo o mais recebem um pouco, nunca todos. Todos vocês estã o adotando gatos
porque, mais cedo ou mais tarde, eles nã o serã o mais problema seu. Você trabalha em um
emprego onde recebe a atençã o masculina sem precisar estar em um relacionamento. Você
até descobriu como ter um casamento temporá rio.”
Os olhos de Madison cuspiram fogo. "Isso nã o é justo-"
“Pare,” Kaitlyn diz com um tom mordaz. "É o que é. Você faz você, mana. Estou tentando
mudar, mas nã o posso fazer você ver isso, e definitivamente nã o posso fazer você querer
isso para si mesmo. Mas você está certo sobre uma coisa: eu costumava ser um tagarela.
Alguns de nó s superamos nossos padrõ es ruins. E já que meu terapeuta vai perguntar, vou
confessar: mamã e e papai nã o me incumbiram de verificar seu casamento. Foi uma pena ter
as fotos do seu casamento chegando em casa e nã o ter estado lá . Entã o inventei o check-in
como um motivo para vir ver você. E eu gosto dos seus gatinhos estú pidos. E eu adoro o 7-
Eleven.”
Ela bate a porta quando sai, e Madison fica olhando para ela, de queixo caído.
Tabitha a assusta ao pular de seu colo, e Madison se vira para olhar para mim, invocando
um sorriso que nã o pega. “Eu só preciso que minha mã e venha, e você terá visto todas as
pessoas da minha família gritarem comigo. Mas eu juro para você, eu nã o sou o cara mau.”
“Eu nunca poderia pensar isso sobre você”, eu digo.
“Preciso de um daqueles abraços pó s-briga de família.” Sua voz é leve, mas meu coraçã o dó i
por ela.
Deslizo e descanso um braço em volta de seu ombro, puxando-a para meu lado. Ela se
aninha com a cabeça no meu peito. "Desculpe." Minha respiraçã o agita o cabelo dela
quando falo e faz có cegas no meu queixo, mas nã o me movo. “Você nã o é o cara mau. Você é
o cara mais legal. Garota? Mulher. Você é o melhor.
Eu a sinto rir, e sua mã o emerge de sua capa para dar um tapinha no meu peito em
reconhecimento aos meus esforços para conversar. Ela deixa lá e ficamos sentados assim
por alguns minutos.
Está tã o quieto agora que podemos ouvir o barulho externo. Conversa abafada vinda do
pá tio, pontuada por risadas altas. O som distante de uma porta de carro fechando no
estacionamento. O som mais pró ximo de uma carroça passando ruidosamente na calçada
que passa pela parte traseira desta unidade.
Os dedos de Madison pegam minha camisa, remexendo-se inconscientemente, mas cada
vez que um de seus dedos roça meu peito, meu corpo reage. Arrepios nos meus braços
primeiro. Entã o, um arrepio percorre minha espinha e eu luto. Logo tenho que me
concentrar para manter a respiraçã o regular. Eu tento, mas com seu corpo quente enrolado
no meu, seus dedos roçando meu peito, é difícil me concentrar. Também é frustrante.
Digo a mim mesmo para lhe dar mais um minuto de conforto antes de dar uma desculpa
para ir trabalhar. Mas outro minuto se passa e eu nã o me movo.
Ela para de se mexer e apoia a palma da mã o no meu peito, perto de sua bochecha. Talvez
ela volte a dormir e eu nã o precise inventar uma desculpa para ir embora. Fecho os olhos,
esperando que ela adormeça rapidamente. Em vez disso, meus outros sentidos se ativam e
noto seu cheiro de caramelo ainda mais intenso. Sua suavidade. Seu calor.
Mover .
Eu nã o escuto.
Sua mã o pressiona levemente, e tarde demais percebo que ela está sentindo meu batimento
cardíaco acelerar. Eu ouço isso em meus pró prios ouvidos. Nã o há como explicar isso, mas
limpo a garganta, esperando que quando abro a boca saia algo sensato.
Madison se mexe antes que eu possa falar, segurando um punhado da minha camisa,
usando a alavanca para deslizar e virar, e de repente ela está no meu colo, com os joelhos
embalando meus quadris, o rosto na curva do meu pescoço, a ponta do nariz roçando a pele
atrá s da minha orelha, o sopro quente de sua respiraçã o espalhando a brasa que tento
manter contida.
Preciso de uma tá bua de salvaçã o aqui e cerro os punhos. “Madison,” murmuro.
Ela solta minha camisa o tempo suficiente para puxar o cobertor, trazendo a mã o de volta
para colocá -la atrá s do meu pescoço, ancorando o cobertor e nos fechando em uma toca,
com os ombros para baixo.
Isso retém o calor entre nó s, e ela roça o nariz na pele atrá s da minha orelha novamente. “O
quê, Oliver?” Ela se move lentamente, traçando os lá bios entreabertos pelo meu queixo.
Talvez seja assim que eu morra.
“Madison,” tento novamente, e pareço bêbado aos meus pró prios ouvidos. Deslizo minhas
mã os para cima e ao redor de sua cintura, os polegares contra suas costelas inferiores.
Pretendo movê-la suavemente.
Em vez disso, ela faz um som abafado de aprovaçã o, e eu aperto meu abraço em vez de
movê-la.
Ela desceu até a lateral do meu pescoço e faz uma pausa, a boca descansando na minha
pele. Seu dedo começa a bater suavemente na minha nuca. Ela está absorvendo o ritmo da
minha pulsaçã o através de seus lá bios.
Desejo intenso rasga meu corpo. “Madison.”
Ela levanta a cabeça e me observa com os olhos semicerrados, um sorriso brincando nos
cantos de sua boca.
“Madison.” Minha voz é á spera. “Isso nã o é o que somos.”
Ela inclina a cabeça, me estudando com olhos que ainda estã o famintos.
Eu quero beijá -la. Eu preciso disso mais do que da minha pró xima respiraçã o. Eu sei
exatamente o quã o bom será .
Eu escovo meus lá bios contra o canto de sua boca, e ela está esperando por mim, virando a
cabeça um pouquinho para capturar meu lá bio inferior entre os dentes, raspando-o tã o
levemente entre eles enquanto o libera que envia um raio pela minha espinha.
Ela espera que eu tome a minha vez nesta dança, e eu quero. Quero diminuir a distâ ncia
terrivelmente estreita entre nó s. Mas se eu fizer isso, se aceitar a oferta de seus lá bios, ela
se lembrará .
Ela vai se lembrar daquela noite, daquele sentimento. E ela saberá que fui eu.
Isso encheria seus olhos de choque ou admiraçã o? Agitando isso agora. . .
Nã o é o que eu preciso. Nã o é disso que ela precisa. Mais importante ainda, ela merece a
verdade quando nã o está vulnerá vel.
Deslizo seus braços do meu pescoço. “Vá para o seu canto, Mads.”
Seus pulsos estã o em minhas mã os, descansando em seu colo entre nó s, e isso muda seu
equilíbrio, fazendo-a perdê-lo, forçando-a a se inclinar para mim, seu rosto se acomodando
na curva do meu pescoço novamente, seu há lito quente espalhando-se pela minha garganta.
.
“Gosto mais do meu novo lugar”, ela brinca, seu peito roncando contra o meu.
"Porque agora?"
Ela faz uma pausa e entã o se aninha contra mim. "Por que nã o? Você se sente bem."
Sua pausa revelou a verdade. “Você nã o sabe a resposta do porquê agora, mas eu sei.”
“Diga-me, Ollie.” Ela parece divertida.
Solto um de seus pulsos e alcanço seu cabelo para trá s. Cada movimento é um ato de
vontade para evitar que minha mã o vagueie – para seu queixo para levantá -la para outro
beijo, para seu lado para seguir a curva de sua cintura até a curva de seu quadril. Mas eu me
concentro, puxando suavemente os fios loiros presos entre nó s, soltando-os e caindo pelas
suas costas. “A resposta é porque você se sente mal.”
Ela dá um suspiro irritado. “Eu me sinto cansado, talvez. Trabalhei até tarde.
“E você está evitando seu lugar, o que significa que você nã o está feliz com um de seus
melhores amigos. E você definitivamente nã o está feliz com sua irmã .” Paro de falar para
soltar mais cabelo dela, puxando-o e alisando-o suavemente atrá s do ombro. Tentando
manter meu tom igualmente gentil, digo: — Isso faria qualquer um se sentir mal.
“Nã o é grande coisa.” Um longo silêncio, um estiramento preguiçoso para aproximar os
lá bios do meu ouvido, um murmú rio baixo. “Nã o me sinto mal agora.”
Fico quieto por alguns segundos e me forço a respirar de forma constante e silenciosa.
Obrigo-me a repetir a resposta dela. Por que não?
Assim nã o.
Coloco minha mã o em volta de seus braços e a mantenho longe de mim, deixando-a ver que
estou falando sério. “Eu sou seu amigo, nã o seu opiá ceo.”
Ela fica imó vel, sem o sorriso, os olhos fixos nos meus. Entã o ela se foi, recuando para a
ponta do sofá . Ela pega seu café e puxa os joelhos contra o peito para se enfiar no canto. Ela
toma um gole de sua caneca como se esta fosse uma manhã qualquer e uma xícara de café
qualquer.
Eu nã o estou jogando isso. “Essa foi uma visita difícil com sua irmã .”
“Aparentemente, já que isso me fez querer desumanizar você e usá -lo para meus pró prios
motivos egoístas.” Seu tom é leve, mas ela mantém os olhos na caverna do gato.
"Você está perdoado." Sua cabeça se vira para trá s. “É por isso que tive que deixar
Oklahoma. Eu avisei você sobre a sensualidade furtiva e agora está começando de novo.
Achei que estaria seguro em um estado tã o grande, mas isso superou você. Nã o se sinta
mal. Você sempre esteve condenado.
Ela me encara por longos segundos – segundos interminá veis e dolorosos – antes de bufar.
Sentamo-nos em silêncio. Parece bom. Como se estivéssemos bem, mesmo que ela quase
tenha me matado de tanto querer. Mas mais uma vez, apesar das minhas melhores
intençõ es, agora nã o é hora de contar a ela sobre aquele primeiro beijo. Nã o quando ela já
está se sentindo exposta.
Entã o eu deixo o silêncio acontecer, e ela também.
Depois de alguns minutos, ela suspira e se vira para mim. "O que você acha?"
"Sobre . . . ?”
"Meu. O que Kaitlyn disse.
“Isso nã o é da minha conta, e sinto muito por continuar ouvindo acidentalmente suas
brigas familiares.”
“Nenhuma resposta direta.” Ela balança a cabeça lentamente algumas vezes, e isso tem um
ritmo suave. "Isso nã o é bom."
“Nã o cabe a mim opinar sobre isso.” Nã o se eu quiser que ela continue falando comigo.
Ela faz um barulho frustrado. “Peço sinceramente que você me diga o que pensa.”
O que um bom amigo faz aqui? Contar a dura verdade? Ser o exagero dela, cara? O que eu
gostaria que alguém fizesse por mim?
“Você gosta de estase”, eu digo, aderindo cuidadosamente a palavras neutras.
“Significando o quê?”
Tirar-nos da beira do desastre há poucos minutos esgotou toda a minha diplomacia. “Essa é
uma conversa profunda. Me estressa entrar nisso sem tempo para pensar primeiro.
Podemos deixar isso de lado por enquanto e voltar a isso mais tarde?”
“Eu entendo que você nã o é impulsivo, mas apenas me diga.” É uma piada porque eu nã o a
beijei agora. Eu sei que é.
“Isso é um soco? Que nã o sou impulsivo?
“Uma observaçã o. Agora você derrama o seu. Estase. Cowboy e assuma o controle.
“Tudo bem, Mads.” Ela quer lutar sujo, tudo bem. "Estase. Você fica, mana. Você faz
exatamente o que precisa para nã o dar um passo à frente em sua vida, e isso inclui estar
ocupado o suficiente com a loja ou com o Gatsby's para fingir que está avançando.
“Isso nã o é verdade”, diz ela. “Comecei como garçonete no Gatsby's e agora administro a
equipe de garçons. Comecei como voluntá rio na loja e agora faço os livros e as compras
deles.”
“Isso é ocupaçã o. No final das contas, você ainda está trabalhando em uma Anthropologie
de comércio justo e em um bar como tem trabalhado nos ú ltimos, quanto, quatro anos?
Ela nã o responde e sua mandíbula está tensa.
Sim, isso foi uma má ideia. Isso me deixa frustrado com nó s dois. Levanto-me para
enxaguar minha caneca. “Padrã o é uma boa palavra. Guarde-se para um cara mascarado no
clube, porque defender o Príncipe Encantado é mais fá cil do que se apaixonar. Sirva-se em
seus amigos porque isso é mais fá cil do que gerenciar relacionamentos familiares.”
Coloquei a caneca no balcã o com um tilintar alto. “Algo está me incomodando, mas só
depois de ouvir Kaitlyn é que percebi. Talvez criar um fundo de compensaçã o que tenha
tudo a ver com o que aconteceu no passado seja mais fá cil do que pensar em como fazer
uma mudança voltada para o futuro. Algo que exigiria mais de você do que seu dinheiro.”
"Estou confuso. Estou pensando muito no futuro para decidir por um homem agora, mas
penso demais no passado para decidir um propó sito para mim no futuro. Estou me
escondendo da vida no varejo e como garçonete. E você acha que eu deveria ignorar as
pessoas que meu pai enganou em acordos justos. Estou ouvindo isso certo?
Belisco a ponta do nariz e me forço a respirar fundo para me acalmar. “Sinto muito pela
piada da Anthropologie. Aquilo foi . . .”
"Pequeno?" Sua voz é monó tona.
"Desnecessá rio. Mas eu disse todo o resto da maneira que espero que um amigo fale
comigo. Eu nã o estava tentando ser mau. Eu me viro e caminho até as escadas. “Tenho que
ir para Azora. Lamento que você tenha tido um começo de dia difícil. Você e Kaitlyn vã o
descobrir. Nã o tenho um bom final para este discurso, entã o apenas digo o que é verdade.
“Espero que melhore a partir daqui, Madi.”
Ela está em silêncio, e quando volto depois de um banho e uma troca de roupa, ela se foi.
Capítulo Trinta e Sete
Madison

NÃ O PARO EM minha casa antes de entrar no carro e dirigir até a casa de Gatsby. Estou com
minha bolsa de giná stica no banco de trá s e uma necessidade terrível de tirar todo o
zumbido e a pressã o dentro de mim. Como um exorcismo de um fantasma super irritante.
Nã o Cá sper. Muito pior que Casper. Mais como aquela mancha verde em Ghostbusters .
Coloco minhas roupas de giná stica no escritó rio e subo ao palco do DJ. Kosmik me deu um
alto-falante predefinido para a melhor experiência de treino de dança e me mostrou como
encontrá -lo no console do nível da nave espacial. Eu o seleciono considerando o que ouvir
enquanto estou no meio do vó rtice sonoro. Eu tenho muitos favoritos para dançar, mas
todos parecem. . . diversã o. Por que nã o tenho uma playlist irada? Eu escolho uma playlist
pú blica de “Songs for Rage Dancing” e vou para a pista ao som do refrã o de “Toxic”, já que é
isso que todo mundo parece pensar que eu sou.
Nã o sou um audió filo como Kosmik, mas ele me disse que essa predefiniçã o de alto-falante
tornaria o som envolvente para mim em um raio de 2,5 metros no centro da boate. “O
chimbal desce do alto-falante em forma de chifre bem acima de você, e é como estar sob
uma daquelas duchas de chuva com pressã o total. Quando o baixo atinge você pelos lados, é
como estar enrolado em um rolo de toalhas de banho luxuosas de quase dois metros de
espessura e depois empurrado para frente e para trá s entre dois lutadores de sumô .”
Ele pode ter ficado chapado quando me explicou tudo, mas está certo. Enquanto Britney
rosna sobre ser tó xica, eu grito junto, mudando para primeira pessoa. “Você nã o sabe que
sou tó xico?” Sinto o baixo em meus ossos. Literalmente, como se os alto-falantes estivessem
vibrando a medula dentro deles.
Tenho endorfinas fluindo quando se trata de “Brutal” de Olivia Rodrigo, porque os ú ltimos
dias foram definitivamente “brutais aqui”.
No momento em que chega “So What” de P!nk, estou mil por cento pronto para começar a
luta que ela recomenda. Esta é a mú sica perfeita para dar um soco e chutar uma luva de
foco. Mas Oliver nã o está aqui para segurar isso para eu derramar minha raiva. Oliver nã o
está mais aqui. Aqui, ou na sua pró pria casa, ou em qualquer lugar onde eu esteja. E quando
ele está por perto, ele age como...
“Aaaargh!” Nã o consigo nem ouvir meu grito dentro da minha cabeça pelo sistema de som.
Quero ficar bravo com Oliver porque ele estava certo . O que havia de errado comigo,
subindo em cima dele como se ele fosse um tapete má gico, ali para me impedir de me sentir
mal pelas coisas que Kaitlyn disse?
“Bad Blood” vem em seguida, que minha garota T-Swift obviamente escreveu sobre Kaitlyn
e eu. Kaitlyn e ela Lembra quando você gostava de equipe de dança e não era uma festeira
superficial? Eu faço uma improvisaçã o de luta de dança raivosa, desejando ter explosivos
para disparar como o vídeo da mú sica, para pura satisfaçã o dos estrondos sô nicos.
Definitivamente, uma mulher fez essa playlist e, seja ela quem for, ela e eu deveríamos ser
amigas.
Eu me divirto com “Truth Hurts” – isso acontece, seja Ruby nã o me contando ou Kaitlyn me
dando sua versã o. Mas a abertura super dramá tica do violino para uma mú sica antiga do
Destiny's Child me dá vida e me lembra que sou um sobrevivente, mas também me lembro
da rotina que fizemos com essa mú sica quando eu estava no segundo ano, e acertei forte.
Seis mú sicas antes de eu sentir que nã o quero destruir nada, explodir nada ou destruir
nada - ou alguém. Minha respiraçã o está ficando difícil, e enquanto Beyoncé e companhia
encerram seu hino, estou pronto para fazer uma pausa e encontrar um EDM suave. Mas a
pró xima mú sica começa com impressionantes riffs de bateria nervosos e familiares,
seguidos por uma voz que ilumina cada nota desse hit emo, mesmo que seja uma mú sica
raivosa sobre “nunca ser bom o suficiente para pessoas que simplesmente nã o sã o boas”.
Fico em estado de choque, jogo os braços para o alto e grito “Pixie Luna!” antes de correr
em círculos selvagens, joelhos altos, braços agitados e gargalhadas.
Desabo no meio do chã o, de braços abertos, e sorrio para o alto-falante gigante. “Sami!” Eu
grito com isso. “Esse é o SAMI! Sami está aparecendo em playlists aleató rias!” Mal posso
esperar para ir para casa e contar a ela.
Minha respiraçã o começa a se estabilizar, minha frequência cardíaca diminui enquanto
ouço o resto da mú sica, deitada de costas, olhando para o teto. Bom para Sami. Estou
orgulhoso dela.
Sami nã o está bravo comigo. Ava também nã o, embora ela e Ruby sejam as melhores
amigas do OG. Sei que ambos sabem que Ruby e eu nã o estamos nos falando, mas nã o sei se
Ruby lhes contou o porquê.
Sami não está bravo comigo. Ava não está brava comigo. Sami não está bravo comigo. Ava
não está brava comigo.
Nunca experimentei um mantra antes, mas este é bom. Na verdade, Ruby também nã o está
brava comigo. Ela está esperando que eu nã o fique bravo com ela.
Estou pronto para isso, especialmente depois desta manhã ?
Não gosto da parte racional do meu cérebro, aparecendo como o ponto cruz de Ava. "Bem,
na verdade . . .”
Sento-me e abraço os joelhos, pensando. Esta manhã entre Oliver e eu significava que Ruby
estava certa? Eu tinha sentido que Oliver era tudo para mim antes de ela dizer isso e ficar
brava porque eu nã o queria reconhecer isso?
Até esta manhã , eu teria dito nã o. Difícil nã o. Absolutamente nã o.
Mas estou no final desta manhã .
Oliver nã o está errado em recorrer a ele para silenciar a dor das palavras de Kaitlyn. Mas
nã o acho que me voltei para ele simplesmente porque ele estava lá . Eu acabei de . . .
Queria Oliver.
Eu estava querendo Oliver?
Vou até o bar e me sirvo de um copo de á gua fria da pistola de refrigerante, depois subo até
o palco do DJ para diminuir o volume. Também mudo a playlist para Motown. Preciso
suavizar as endorfinas da dança da raiva.
Escolho uma mesa que Oliver e eu nunca compartilhamos e entro para beber minha á gua e
me refrescar. A nova playlist começa com um hit de Stevie Wonder, onde ele brinca sobre
seu espanhol fraco enquanto toca uma melodia cubana.
Meu olhar vagueia até o terceiro andar. Desta cabine quase consigo ver a alcova onde o
mascarado me beijou naquela noite.
Aquela noite. Esse beijo. Isso foi há muito tempo?
Subo as escadas até a esquina, pensando. Parece mais a lembrança de um livro realmente
bom que li, ou de um filme que te tira do cinema feliz e com vontade de contar tudo seus
amigos para assistir. Uma histó ria que aconteceu fora de mim, nã o comigo.
Ando até a alcova e fecho os olhos, tentando relembrar aquela noite. A mú sica, a flauta
sintetizada sincopada, o burburinho da multidã o, a escuridã o. O cara com mandíbula forte e
olhos que brilhavam em sua má scara.
Concentro-me, tentando trazer de volta os detalhes através de todos os meus sentidos, mas
nã o consigo imaginar o homem daquela noite. O rosto de Oliver continua se transformando
na memó ria e, com um grunhido irritado, desisto e abro os olhos.
Eu nem sei o que pensei que essa excursã o lá em cima faria. Viro as costas para o canto
escuro e ando até me apoiar no parapeito da varanda, olhando para o clube, observando
tudo enquanto Marvin Gaye pergunta sobre o que está acontecendo. Eu pretendia escolher
a Motown dos anos 1960 com todos os bops - Supremes, Martha and the Vandellas, um
pouco de Smokey. Em vez disso, tenho a Motown dos anos setenta e todo o pensamento. Se
a pró xima mú sica nã o for “Papa Was a Rolling Stone”, comerei meu uniforme.
Olho para o alto-falante principal do teto. “Mú sicas com consciência social? Realmente?
Essa nã o foi a categoria que escolhi.”
O doce tenor de Marvin Gaye nã o desiste, me fazendo a mesma pergunta repetidas vezes.
Eu considero isso enquanto examino o clube vazio. "O que está acontecendo?"
Eu estava perseguindo aquele beijo no escuro quando deslizei para o colo de Oliver como
uma garota sedenta desliza para as DMs de um estranho?
Nã o.
Nã o, e isso me preocupa. Nã o, e nã o sei o que fazer a respeito. Nã o, e eu sou a garota mais
burra que já foi burra.
Tentei beijar Oliver porque queria beijar Oliver. Oliver . Oliver que, na verdade, parecia com
calor e com o sono desgrenhado, Oliver que me fez querer chutar Ruby por sugerir que ela
poderia namorar com ele, Oliver que, mesmo com o peito nu, nã o recua quando um gatinho
tenta escalá -lo. Oliver que, com o peito nu, é tã o sexy que nã o há nem uma latitude tã o alta.
Oliver, que é doce, adorá vel, gentil, inteligente e sexy, mesmo com seus moletons idiotas
que me enganaram por tanto tempo.
Deixo cair minha cabeça em meus braços e gemo. Como isso aconteceu?
A garota mais burra e burra que já foi burra. SEMPRE.
Eu me endireito e suspiro. Pelo menos o zumbido desapareceu. E posso respirar fundo
novamente.
Desço as escadas e desligo completamente o sistema de som. Mas o silêncio é alto. É tã o
grande, preenchendo todas as partes do clube, o que nã o faz sentido até eu perceber que
nã o é o silêncio que está me afetando; é o vazio.
Volto para o centro da pista de dança e olho em volta, observando cada parte do clube. As
mesas que servi nos ú ltimos quatro anos. Imagino os rostos dos meus clientes favoritos – e
os rostos dos verdadeiramente hediondos. Penso em todos os bartenders e garçonetes com
quem trabalhei, Heinrich e os outros só cios.
Olho para o canto onde me convenci a acreditar que encontrei o ú nico beijo verdadeiro,
porque isso me manteve a salvo de qualquer risco real e para o almoxarifado onde Oliver e
eu nos tornamos pais gatos juntos.
Kaitlyn está errada sobre uma coisa: nã o estou apaixonada por esses gatinhos porque é
uma situaçã o de curto prazo. Eles conquistaram meu coraçã o e nã o sei como devo deixar
alguém levá -los.
Enfrento a cabine do DJ novamente, uma compreensã o silenciosa tomando conta de mim.
Embora eu seja o ú nico neste espaço enorme, eu... . . superou isso.
Eu faço isso no piloto automá tico. Quando recarreguei as baterias nas ú ltimas semanas, nã o
foi entrando e sendo produtivo em um trabalho que dominei. Estava ansioso para ver os
gatos. E ouvindo as desculpas de Oliver para precisar ver como estavam em meu escritó rio.
E . . . Oliver.
Kaitlyn e Oliver estã o certos? Estou vivendo uma vida menor do que deveria? Eu tinha
planejado ficar em espera até conseguir minha confiança, e entã o faria grandes
movimentos. GRANDES movimentos. Move isso. . .
Movimentos que Oliver disse nã o comprometem nada no futuro. Movimentos que corrigem
uma situaçã o, nã o um sistema.
Será Kaitlyn, filha perfeita e funcioná ria de Armstrong, quem está fazendo o verdadeiro
bem aqui?
Kaitlyn me conhece há quase toda a minha vida, mas isso nã o significa que ela me conheça
bem. E Oliver só me conhece há alguns meses. Preciso de uma opiniã o objetiva sobre isso.
Uma opiniã o de alguém que me conhece bem e que me dirá a verdade.
Paro no escritó rio e entro no computador o tempo suficiente para escrever uma carta de
demissã o para Heinrich, prometendo-lhe que já tenho uma substituta em mente e que
levarei o tempo que for necessá rio para treiná -la.
Entã o entro no meu carro e aponto para casa.
Capítulo Trinta e Oito
Madison

QUANDO ENTRO no condomínio, Ava e Joey olham para cima do chã o da sala.
“Uau, pensei que você ainda estivesse dormindo”, diz Ava.
“Isso é um microscó pio?” — pergunto, olhando para a variedade de lâ minas de vidro,
pinças e conta-gotas ao lado do que é definitivamente um microscó pio. “Por favor, me diga
que você nã o está brincando de médico na sala.”
“Estamos brincando de cientista, idiota”, diz Joey.
“Estou mostrando a ele como sã o as coisas diferentes quando ampliadas.”
“Eu olhei para um á caro”, diz Joey. "Eu nã o estou bem."
“Venha ver”, diz Ava.
"Em um minuto. Eu preciso mudar." Subo as escadas, sorrindo com a estranheza de Ava. Eu
amo isso. Estou na metade do caminho quando vejo alguém sentado na minha porta.
"Rubi?"
Ela se levanta. "Ei. Achei que você ainda estava na cama.
"Você estava guardando minha porta?" — pergunto enquanto subo o resto das escadas.
"Tipo de. Meu plano era ficar sentado aí até você concordar em falar comigo.
Quase me faz sorrir, mas ainda nã o estou pronto para isso. Ainda há um pouco de ar para
limpar. “Eu nã o gostei do que você fez.”
Seu rosto parece tã o miserá vel quanto eu me sinto desde que brigamos. "Eu sei. Eu nã o
faria nada que achasse que iria te machucar. Entendo como isso pareceu para você e sinto
muito.
Abro a porta e inclino a cabeça para ela me seguir. “Eu entendo por que você pensou que
nã o poderia me dizer que estava tentando ganhar a aposta, mas odeio ser movido como um
peã o.”
“Algumas das melhores partidas de xadrez já disputadas foram vencidas por peõ es.” Ruby
vê meu rosto e acrescenta: — Nã o é esse o ponto. Certo."
Entro debaixo das cobertas e me enrolo. Nã o sei como pude adormecer num sofá quando
este colchã o espera por mim todas as noites.
Ruby se acomoda à minha frente, em cima da colcha, e apoia a cabeça na mã o. “Mas
também nã o se tratava de ganhar a aposta. As apostas nunca foram sobre ganhar as
apostas. Eu teria devolvido a vaga de estacionamento a Sami, mas nã o foi necessá rio,
porque agora ela usa a vaga extra de Josh.
“Entã o você nã o vai trocar de quarto com Ava?”
"Nã o. Eu continuo dizendo a ela que nã o tenho tempo, mas estava protelando até que todos
vocês fossem amados. Eu queria que você acreditasse que o que estava em jogo era real.
"Por que? Isso nã o me tornaria menos propenso a dar uma chance a qualquer cara que você
escolheu?
“Acreditei que você acreditaria que eu estava jogando por algo que queria muito, entã o
você acreditaria que quem quer que eu escolhesse para você era seu primeiro e ú nico. E
imaginei que, embora isso pudesse deixar você em guarda no início, inevitavelmente
plantaria uma semente que cresceria, quer você quisesse ou nã o.
"Entã o por que mentir e dizer que você não estava tentando me armar com Oliver?"
Ela estremece com a palavra mentira. "Instinto. Nã o consigo explicar melhor do que isso.
Quando perguntei sobre Oliver alugar um espaço no Gatsby's, você ficou muito
desconfiado. Tive a sensaçã o de que você nã o teria concordado em fazer isso se eu dissesse
que era com ele que eu estava armando para você. Mas eu também sabia que Oliver estava
trabalhando tanto que eu nã o seria capaz de convencê-lo a dar uma chance a você ou a
qualquer pessoa se ele pensasse que eu estava tentando conectá -lo de verdade. Ele
concordou com Ava, mas principalmente porque sabia que nã o era o fim do jogo. Mas se ele
visse você no trabalho o tempo todo. . .”
Eu suspiro. “Sua agenda é bastante brutal.”
“Madi, me desculpe. Eu realmente sou. Minhas intençõ es eram boas, mas entendo por que
você se sentiu. . . traído.” Ela obviamente odeia a palavra, tã o obviamente quanto ela quer
dizer o pedido de desculpas. “Posso fazer uma pergunta desconfortá vel?”
“Normalmente, nã o. Mas passei a manhã sendo emocionalmente amaciado, entã o talvez eu
esteja preparado para isso.”
Sua testa franze. "Você está bem?"
"Nã o. Sinto que estou chocando e nã o sei como alguém sobrevive sem a casca.”
"Entendi." Ela observa meu rosto por alguns segundos. “Provavelmente estou prestes a
desbastar mais.”
Eu gemo e caio de costas. "Acabar com isso."
“Minha façanha para consertar você e Oliver nã o é uma coisa nova. Eu me intrometo o
tempo todo. Juro que só faço isso quando estou tentando fazer vocês felizes, mas faço isso
quase desde que vocês me conhecem. Até certo ponto, nã o é isso que os amigos fazem?
Tipo, como vocês continuam tentando me distrair com festas de aniversá rio improvisadas?
“Nã o é a mesma coisa”, eu digo.
“É exatamente a mesma coisa.”
É exatamente a mesma coisa, entã o nã o discuto.
“Aqui está a parte difícil”, diz ela. “Por que você acha que minha intromissã o com você e
Oliver te aborreceu tanto quando nenhuma das minhas travessuras te incomodou antes?
Faço tudo com a mesma quantidade de amor.”
Eu fico lá e penso sobre isso. Ruby fica quieta. Finalmente, viro-me e pergunto: “Você já
sabe a resposta para isso?”
Um aceno hesitante. "Eu penso que sim."
“No verã o passado, uma supermodelo que faz muitas sessõ es de fotos atrevidas ficou
chateada porque alguém hackeou seu telefone ou algo assim e vazou alguns nus.”
"OK . . . ?”
“É relevante. Um dos bartenders nã o entendeu por que ela se importaria, já que é fá cil
encontrar imagens semelhantes que ela fez profissionalmente, mas todas as garotas da
garrafa entenderam. Era porque ela nã o gostava que as pessoas olhassem para ela quando
ela nã o pedia para ser vista. Você entendeu?"
"Sim. Nã o vou tirar fotos nuas.”
"Rubi."
“Entendi”, diz ela. "Mas você? Você entende o que está dizendo?
Eu me sento e ela também. “Estou dizendo que nã o admiti para mim mesmo quais sã o meus
sentimentos por Oliver, e parecia. . .”
“Estar emocionalmente nua?”
Eu faço uma careta para ela. "Sim."
“Quanto tempo terei que esperar antes de poder perguntar especificamente quais sã o esses
sentimentos por Oliver?”
Desabo e coloco um travesseiro sobre a cabeça, murmurando minha resposta.
“Desculpe, nã o entendi,” Ruby diz.
Eu levanto o suficiente para me repetir. "Você sabia que pode descobrir que é alguém
mesmo sem beijá -lo?"
Espero que ela grite ou me parabenize, mas só há silêncio. Puxo o travesseiro para olhar
para ela.
“Nã o”, ela diz. “Você sempre esteve certo sobre isso. É o beijo. É por isso que as pessoas
escrevem mú sicas sobre isso.”
“Exceto que eu nã o beijei Oliver. Mas dizer que gosto dele é um eufemismo.”
“Isso é grande”, diz Ruby. "Você está assustado?"
Considero isso antes de me sentar e olhar para ela. "Nã o. Estou fugindo disso há algumas
semanas.” O dia com a luva de foco. Foi entã o que uma parte de mim reconheceu isso, e o
resto de mim tentou deixar esse conhecimento de lado. “Mas eu sei, Ruby. O que nã o sei é o
que fazer a respeito. Ele nã o está feliz comigo agora porque fui um idiota esta manhã .”
“Só esta manhã ?” Ruby pergunta, inocentemente.
“Cale a boca, Ruby-Roo. Você nã o sabe tudo.
“Eu sei como você conserta isso. Sente-se na frente da porta do quarto dele até que ele fale
com você. Entã o peça desculpas. Funciona muito bem.” Ela cutuca meu pé com o dela.
“Eu sei que parece que seria tã o fá cil, mas nã o é. Porque eu vou pedir desculpas e ele
aceitará . Estaremos bem novamente.” Posso ouvir a derrota em minha voz.
"Mas . . . ?”
“Mas estragamos tudo ao nos casar. Estamos fazendo aquela coisa de ficar preso em uma
cabana em uma tempestade de neve e nada jamais será real.”
"Explicar."
“Preso em uma cabana”, repito. “Como nos filmes de Natal, quando um casal que nã o é um
casal fica preso em uma cabana, e isso os força a se darem bem, e a biologia humana bá sica
entra em açã o e seus genes dizem 'somos uma coisa agora por causa da ciência', e eles se
beijam e depois de quatro dias sabem que se amam, sã o resgatados e fim.”
“Estou com você até agora.”
Eu me inclino para frente e cutuco o colchã o para demonstrar meu ponto de vista. “A
pró xima hora daquele filme é quando você vê que a neve os fez desenvolver a síndrome de
Estocolmo, e quando eles estã o no mundo real com outras escolhas, eles se lembram por
que nã o gostaram da outra pessoa no primeiro momento. lugar. Eles nã o estã o
apaixonados, eles nã o organizam o festival de maçã da cidade juntos, e é um ano no futuro,
e qualquer um que seja da cidade grande fica lá em vez de arriscar o constrangimento de se
encontrarem na cidade pequena, e é uma pena para a vovó , que nã o consegue ver o neto da
cidade e depois morre, e agora o morador da cidade está voltando para a pequena cidade
para o funeral.
“A vovó morreu porque o neto nã o foi vê-la?” Sami pergunta da porta.
“Provavelmente”, digo a ela. "Ria se quiser, mas nevei em Oliver."
Sami, meio sorrindo, chama descendo as escadas. “Ava? Você pode subir aqui? Madison
levantou a questã o dos genes e da biologia.”
O som suave dos passos de Ava soa nas escadas. Ela para na porta para espiar, depois
empurra Sami na frente dela e eles sobem na minha cama.
“Me acompanhe”, diz Ava.
Ruby o faz, concluindo com: “Acho que Oliver está preso em uma tempestade de neve?”
“Deixe o especialista em metá foras cuidar disso”, diz Sami. "Oliver está a fim de você, Madi."
“Está na cara dele”, Ava concorda. “Essa é uma observaçã o científica porque sou um
cientista, entã o você nã o pode discutir.”
“O cara está mal,” Joey concorda na porta.
“Vá embora, Joey”, Ruby diz ao irmã o.
Ava suspira, mas acena com a cabeça. “Que tal você ir coletar uma gota de á gua parada? Vou
dar uma olhada com você quando terminarmos.
Joey bufa e desaparece, desce alguns degraus, faz uma pausa e volta a subir. “Eu uso um
conta-gotas para isso?”
“Sim, querido”, diz Ava, e Joey desaparece novamente.
“Oliver está a fim de mim por causa das circunstâ ncias”, eu digo. “Porque fizemos todo esse
estú pido casamento de conveniência. Quando terminar em um ano, o que acontecerá ?”
“O casamento é uma cabana coberta de neve”, diz Ava. “Estou acompanhando agora.”
Ruby cobre os olhos. "Mads, se eu pudesse provar a você que você está errado, mas eu teria
que me intrometer para fazer isso, deveria?"
Ava franze a testa. “Por que você nã o pode dizer a ela qual é a prova?”
“Deus te abençoe, Ava,” eu digo.
“Nã o cabe a mim compartilhar isso”, diz Ruby. “Mas posso preparar o terreno e talvez as
respostas cheguem.”
Sami, Ava e eu trocamos olhares.
"O que isso significa?" Eu pergunto.
“Isso significa que você precisa ligar ou enviar uma mensagem de texto ou có digo Morse
para Oliver e pedir desculpas. Deixe-o saber que vamos dar uma festa com vizinhos hoje à
noite, e você quer que ele possa vir sem que isso seja estranho entre vocês.
Mordo o lá bio, pensando em como deixamos as coisas esta manhã . “Tenho certeza de que
ele aceitará minhas desculpas, mas nã o acho que ele voltará para casa mais cedo só para
uma festa com um vizinho.”
“Algum aniversá rio chegando?” Sami pergunta. "Charlie, talvez?"
Ruby balança a cabeça. “Nã o, e por que Charlie comemoraria seu aniversá rio com nossos
vizinhos?”
Ficamos quietos novamente.
“Ele fará isso pelos gatos”, eu digo. “Tenho pensado em tentar fazer com que as pessoas do
Grove os adotem para que eu possa visitá -los. Vamos trazer os gatinhos para cá e mantê-los
dentro de casa para que nã o se assustem com o barulho. Pedirei a Oliver que me ajude a
selecionar qualquer pessoa que demonstre interesse. Ele veio para isso.
“E entã o você vai mostrar a ela a prova?” Sami pergunta.
Rubi sorri. "Nã o. Mas tenho a sensaçã o de que Oliver irá .”
Capítulo Trinta e Nove
Oliver

RECEBO A MENSAGEM DE MADISON por volta do meio-dia enquanto pego um Hot Pocket
frio, tentando entender uma seçã o do có digo.

Eu estava realmente fora de linha esta manhã . Desculpe. Obrigado por ser meu amigo de
qualquer maneira.

Desculpas aceitas. Esqueça isso. Foram bons.


Nã o que eu pudesse esquecer. Madison, calorosa e disposta, seus lá bios descendo pelo meu
pescoço, seu convite para explorar a tensã o crescente entre nó s, para redescobrir o sabor
de sua boca.
Nã o poderia haver pró xima vez, a menos que ela escolhesse sabendo que seu homem
mascarado era eu.

Quero fazer uma festa de vizinho para apresentar os gatinhos e adotá -los aqui para nunca
sentir falta deles. Tudo bem?

Claro.

Pensando nas 6h30 quando o calor parar de tentar nos matar . Você vem me ajudar a vetar
adotantes?

Claro.
Apesar do que pareceu para Madison esta manhã , sou um péssimo em dizer nã o a ela.
Perco a maior parte da tarde lembrando desta manhã e pensando nesta noite.
Estou contando a ela. Nã o importa qual membro da família aparece para brigar, ou quã o
barulhenta a festa fica, ou o que quer que os gatos tentem fazer. Estou contando a ela. Nã o
haverá um bom momento para isso, e quanto mais eu demoro para fazer isso, pior fica o
momento.
Se Madison quiser ver o que há entre nó s, estou desanimado. Nã o importa que eu nã o tenha
tempo para me apaixonar por alguém. Eu já fiz. Nã o há como retardar essa progressã o. Nã o
contendo isso. Nã o há como reverter isso.
Do meu lado, estou frito.
Madison decide agora – com todos os fatos.
Quando entro em minha casa depois do trabalho, ela está estranhamente vazia, sem
Tabitha e os gatinhos. Eu escolho uma roupa para o primeiro encontro. Camisa preta de
manga curta com botõ es de pressã o ocidentais sobre uma camiseta branca com nervuras,
tatuagens mal aparecendo abaixo das mangas, 501s vintage e um par de Nike Dunk Lows
retrô em preto e branco.
Quando chego na casa de Madison, entro sem bater, sabendo que a festa é lá fora. Ela disse
algo sobre como todos iriam para seus pá tios, e qualquer pessoa do meu lado do prédio que
quisesse se pendurar traria cadeiras e escolheria um pá tio.
“Ei, rapaz”, diz a Sra. Lipsky. Ela está sentada em uma poltrona ao lado de uma barricada de
almofadas de sofá em uma extremidade da sala. “Estou encarregado dos gatinhos esta
noite.”
“Você é definitivamente a mulher certa para o trabalho.” Ando até lá para espiá -los. Nã o
vejo Tabitha, mas os gatinhos estã o rolando como uma bola, guinchando e miando. Mesmo
com a caverna do gato com eles, eles têm muito espaço para vagar e se chocar.
“Tenho ringue para o gatinho da WWE”, diz a Sra. Lipsky. “A mã e deles nã o queria nada
com isso, entã o ela correu para o quarto de Madison.”
“Obrigado por todos os conselhos que você nos deu”, eu digo.
“Claro, e agora vou te dar um pouco mais. Eles estã o quase prontos para passar para caixas
sanitá rias e alimentos macios, entã o esteja pronto.”
“Como saberemos?” Fiquei menos nervoso com eles, com a possibilidade de fazer a coisa
errada ou estragar tudo de alguma forma, mas isso volta com esse novo marco.
A Sra. Lipsky balança a mã o como se estivesse afastando minha preocupaçã o. “Virei esta
semana para esta primeira alimentaçã o com alimentos macios. Nó s vamos descobrir.
“Obrigado”, digo novamente, e é sincero.
Ela sorri. “Vá aproveitar a festa. Espero que esses gatinhos tenham futuros lares até o final
da noite.”
Saio sabendo que suas palavras deveriam ser tranquilizadoras, mas sinto uma pontada com
a ideia dos gatinhos partirem para sempre.
O som da mú sica e da conversa aumenta quando abro a porta da cozinha e saio para o
pá tio. Madison me disse para pensar nisso como uma porta traseira, e eu entendo enquanto
caminho em direçã o ao grupo principal. É uma vibraçã o de festa descontraída e mesmo
com a ansiedade da confissã o pairando sobre mim, eu deixo cair a marcha. Ainda em alta
rotaçã o, mas está melhor.
O country alternativo toca ao fundo, copos e garrafas tilintam e risadas flutuam no céu
escuro. Estamos no início de outubro e a noite cai mais cedo.
Vejo todas as meninas, incluindo Madison, que está dividindo a poltrona do pá tio com
Kaitlyn. Madison me vê, e seu sorriso risonho se torna quase tímido quando ela me dá um
pequeno aceno. Levanto uma sobrancelha e aceno para Kaitlyn, que está conversando com
uma vizinha que reconheço do casamento.
Madison finge que mandou uma mensagem para Kaitlyn, depois faz uma cara triste com
mã os implorantes, e deduzo que ela pediu desculpas à irmã . Eu sorrio, feliz em vê-los
juntos. Ambos parecem relaxados, mas sei que isso é enorme e quero ouvir mais sobre isso.
Josh se materializa ao meu lado. “É bom ver você, cara. Achei que tinha trabalhado demais,
mas seu chefe é pior.”
“Eu sou meu chefe.”
"Como eu disse." Ele sorri e me entrega uma cerveja gelada. “Temos Torchy na mesa perto
do portã o. Uma espécie de tradiçã o agora em nossas duas unidades. Mas você pode andar
livremente em qualquer pá tio ao longo da calçada pelo preço de uma conversa fiada.
As cercas sã o baixas, talvez chegando até minha coxa, e é fá cil olhar diretamente para a
calçada e ver o que outras pessoas colocaram perto de suas cercas. Batatas fritas e
guacamoles, biscoitos, cupcakes. Eu aperto os olhos. "Sã o aqueles . . . ?”
Josh segue meu olhar. “Oreos embrulhados em bacon? Sim. A especialidade de Hugo.”
Eu concordo. “Utilizaçã o nã o autorizada.”
“Joey chama isso de portã o antigo porque você entra e sai de qualquer portã o com a luz do
pá tio acesa. Aproveite, cara. Vou encontrar minha garota e convencê-la de que ela prefere
meu colo a aquele sofá .”
Aproximo-me da festa principal, que está organizada em grupos de dois ou três ao redor do
pá tio. Quando estive aqui para o filme, os mó veis eram dispostos em forma de U com a
parte aberta voltada para o portã o, uma mesinha de centro no centro onde todos apoiavam
os pés. Aquela mesa de centro está servindo de taco perto da cerca, deixando um espaço
aberto.
“O sol se pô s, vamos aumentar o volume”, chama Joey, e a mú sica muda para um hit de
boate e fica mais alta. Isso é recebido com aplausos de aprovaçã o na calçada, e uma risada
baixa ao meu lado me assusta.
Ruby se juntou a mim e está sorrindo para Joey. “Meu irmã o e suas ambiçõ es secretas de
DJ.”
“É isso que ele quer fazer?”
"Nã o. Ele adora o seu trabalho. Mas nunca tente mudar a mú sica dele”, ela me aconselha.
"Observado. Quando a festa começou? Estou tentando avaliar quanto tempo preciso
esperar antes de poder levar Madison para uma conversa. Talvez eu possa pedir a ela que
suba para ver Tabitha comigo.
“Todo mundo começou a sair nos ú ltimos minutos.”
Um tempo, entã o. Nã o posso tirá -la de uma festa que mal começou.
“Você precisa contar a ela”, Ruby diz, e eu olho para ela, surpresa. “Sobre o beijo. E a
má scara.
Abro a cerveja e tomo um gole. "Eu sei."
Ela dá um tapinha no meu braço e vai até Charlie, que me dá um aceno de alô .
Eu preciso alcançá -lo. Ele é a ú nica coisa que sinto falta na minha antiga casa, mas foi legal
apenas atravessar o corredor para assistir a um jogo ou jogar Madden.
Estou na metade da minha cerveja, observando discretamente Madi em busca de uma boa
chance de ter aquela conversa, quando ela se levanta.
Agora, entã o.
Dou um passo em sua direçã o antes de perceber que ela está vindo em minha direçã o.
“Ei”, ela diz, parando na minha frente. "Estou feliz que você veio. Você parece bem."
"Obrigado. Você também. Você sempre faz." Ela está usando um vestido de verã o amarelo
claro que cai acima dos joelhos. Parece que ela deveria estar girando por prados de
bluebonnets em busca de uma marca de estilo de vida.
Ela sorri e muda para ficar ao meu lado. “É engraçado que façamos isso durante os meses
mais quentes, mas quase nunca quando está realmente bom lá fora.”
“O calendá rio diz que é outono, mas acho que ninguém avisou o termô metro.” Estamos em
meados dos anos setenta, mesmo sem o ú ltimo pô r do sol.
“Vai começar a esfriar cerca de uma semana antes do Halloween”, diz ela. “Mais algumas
semanas disso, para melhor ou para pior.”
Pare de falar sobre o tempo. Não deixe que nada mais sobre o tempo saia da sua boca . “Não
me importo com o verão, mas gosto mais do outono.” Ótimo. Que maneira de ouvir o seu
respeito próprio que só está tentando salvá-lo agora, sua ferramenta.
"Concordar. Sou tã o bá sica, mas adoro um dia frio e um motivo para tirar botas e suéteres.”
Pelo menos ela ainda está com mau tempo também. Talvez eu nã o seja o ú nico nervoso.
Sua expressã o muda repentinamente, passando de seu rosto social de conversa fiada para
um rosto investigativo, e seus olhos pousam em Ruby. Ruby está de costas para nó s,
conversando com Hugo e Jasmine. E entã o eu ouço. As notas agudas do sintetizador de
“Taki Taki”.
Ruby teve algo a ver com isso? Eu tinha contado a ela que essa mú sica estava tocando
naquela noite? Teve Madison?
Nã o importa. É um letreiro de néon piscando DIGA A ELA .
“Madison, você acha que poderíamos...”
Joey aparece antes que eu possa terminar. “Como a mulher empatou em quarto lugar no
meu coraçã o, venha comigo e vamos mostrar a eles como se faz o molho.”
Madison sorri e balança a cabeça. “Ava é tã o boa quanto. Agarre-a.
“Ela está reabastecendo o prato de vegetais e meus pés precisam se mover. Vamos."
“Desculpe”, ela diz por cima do ombro enquanto Joey a puxa para o espaço deixado ao lado
da mesa de centro.
Ele a gira no chã o. Eles contam até oito em um martelo, fazendo a multidã o rir e assobiar. É
tã o claro que eles fizeram isso muitas vezes enquanto giravam e se conectavam, que o
especialista de Joey conduziu uma série de sinais sutis por meio de dedos levemente
tocados, reversõ es rá pidas de pegada e mais passos de salsa.
“Ele ajudou a nos ensinar”, diz Ruby, reaparecendo ao meu lado. “Bem, as outras garotas.
Aprendi quando era pequeno, mas eles vêm para muitas festas do Ramos e meu pai nunca
deixa ninguém sair sem aula.”
“Eles sã o bons”, eu concordo.
“Vá interromper.”
Meus olhos voam para os dela, e ela está sorrindo para mim. Ela sabe que se eu
interromper, há uma boa chance de Madison descobrir isso. E esse é o ponto. Ruby está me
oferecendo uma vaga.
Ela estende a mã o para minha bebida e eu vou para a pista de dança improvisada.
“Posso interromper?” — pergunto a Joey.
Joey move a mã o de Madison para a minha e pisca para mim quando ela nã o está olhando.
Entã o Ava se materializa do nada e entra na dança com Joey.
Madison e eu ainda estamos lá . Ela está me observando com um sorriso encorajador,
esperando que eu assuma a liderança.
Eu deveria dizer alguma coisa. Avise-a. Faça alguma coisa.
Em vez disso, eu a desenho com um aperto clá ssico e nos movo para a etapa bá sica.
Madison sorri. “Forte nos fundamentos. Outra reuniã o de incentivo?
Diga a ela. DIGA A ELA.
“Madison, eu...” . .” Nã o. Nã o estou gritando isso por cima da mú sica. Fazemos mais alguns
passos bá sicos e ela desliza a mã o contra a minha, avisando que vai girar. Eu a conduzo e
ela volta ao centro.
“Você está indo muito bem”, ela diz. “É preciso prá tica para chegar lá .” Ela acena para Joey e
Ava fazendo uma combinaçã o complicada de pretzel.
É a gota d'á gua.
Eu a giro novamente, passo para um toque de pescoço, rolo minha cabeça sob seus braços e
continuo exatamente onde está vamos, avançando para o pró ximo passo exatamente no
ritmo.
Seus olhos se arregalam por um segundo. Ela ainda está me seguindo, e seu olhar se move
por todo o meu rosto, pelos meus ombros, como se ela estivesse juntando as coisas,
observando meus quadris, voltando para meus ombros, minha boca, estudando cada um.
Meus olhos nunca deixam os dela, e posso sentir isso – o momento em que ela chega ao
limite onde tudo vai desmoronar ou desmoronar.
Tenho me enganado se algum dia pensei que encontraria exatamente as palavras certas
para explicar isso. Eu a viro em outro giro rá pido e meio, terminando com ela de costas
contra minha frente, assim como fiz naquela noite no clube. Estou entregando tudo.
Quando suas costas encontram meu peito, sinto seu suspiro.
Ela sabe.
Capítulo Quarenta
Madison

TUDO ME ATINGE DE UMA VEZ.


A memó ria daquela noite e daquele beijo tinha ficado confusa, borrando as bordas
conforme eu me afastava e me aproximava de Oliver. Agora ele entra em foco nítido.
A sensaçã o de seu peito naquela noite e nesta manhã .
A vibraçã o no meu estô mago que começou com Oliver no dia seguinte na festa de cinema
de Sami.
Todos os momentos intermediá rios em que senti um puxã o em direçã o a ele, mas ignorei
porque estava distraído pela perfeiçã o daquele beijo.
Ruby chama minha atençã o. Ela está observando de perto e balança a cabeça. Um
reconhecimento: agora você sabe o que eu sei.
Eu me movo para sair do aperto de Oliver, mas ele fortalece seu aperto, um pedido
silencioso para ficar, enquanto abaixa a cabeça ao lado da minha.
“Sinto muito, Mads.”
Sua voz é baixa, a vibraçã o dela conduz através dos ossos, descendo pela minha espinha,
até cada terminaçã o nervosa, e eu estremeço. Desta vez, quando me afasto, ele me deixa ir.
"Dentro." Aponto para a casa e me viro.
Atravessamos a cozinha e seguimos pelo pequeno corredor até a sala de estar, onde a Sra.
Lipsky levanta os olhos do trabalho de gatinho. Ela fica quieta e apenas observa enquanto
viramos a esquina em direçã o à s escadas.
O que ela vê no meu rosto? Eu nem sei o que estou sentindo neste segundo. Confusã o e
clareza. Alívio e raiva. Constrangimento ao tentar lembrar quantas vezes mencionei aquele
beijo na frente do cara que me deu, falando sobre como foi o beijo, falando sobre como eu
só namoraria se o encontrasse. Ou ele me encontrou.
E por que ele nã o o fez?
Entro no meu quarto e vejo Tabitha no parapeito da janela, examinando o pá tio e a piscina.
“Cale a boca”, digo a Oliver.
“Eu nem—”
"A porta."
Ele fecha a porta.
Eu me abraço, precisando de um abraço. “Você teve tantas oportunidades de me contar.”
"Eu deveria ter contado a você naquela noite."
"Por que você nã o fez isso?" Eu nã o sou louco. Eu nã o sou . . . Eu nã o sei como me sinto.
Oprimido, mais do que tudo. Tento juntar tantas coisas, mas é como tentar pegar bolhas,
cada fato que agarro estourando antes de poder estudá -lo, dar sentido a ele.
Ele suspira. "Choque? Nã o sei sobre você, mas para mim isso me surpreendeu. Todos os
meus circuitos. Meu bom senso? Meu sistema sobrecarregou.”
“Mas você sabia sobre mim. Sobre o que pensei. Você me ouviu dizer isso mais vezes do que
gostaria de lembrar, porque seria humilhante.
“Nã o deveria”, diz ele. “Ou pelo menos, eu gostaria que nã o fosse. Sempre que ouvia você
dizer algo assim, você estava tecnicamente falando de mim, mas na verdade nã o. Eu sei
que."
Eu inclino minha cabeça para trá s, ainda mais confusa. "O que isso significa?"
“Naquela noite, alguma parte de você pensou que o cara da má scara era eu?”
Eu balanço minha cabeça. "Na verdade." Sua sobrancelha sobe. "De jeito nenhum."
"Você teria me beijado se soubesse que era eu?"
"Nã o."
“E é por isso que me sinto pior. Nã o foi intencional, mas nã o te dei escolha. Sinto muito,
Madison. Ele se senta na beira da minha cama, caído.
“Se vou sair por aí beijando caras estranhos mascarados, provavelmente receberei o que
mereço por nã o fazer perguntas primeiro.”
Seus olhos encontram os meus, tentando me ler.
“Por que você nã o me contou mais tarde? No dia seguinte, mesmo?
"Eu quis dizer. Foi por isso que vim. Mas Ruby estava quase chorosa no início, e. . .”
“Está vamos todos trabalhando.” Todos nó s correndo tentando evitar que Ruby afundasse
em seu medo. "Eu estava distraído. Mas você ainda poderia ter me contado.
"Eu sei. Mas aproveitei o atraso e prometi a mim mesmo que te contaria na pró xima vez
que te visse. Mas foi nesse dia que seu pai veio ao clube. E entã o tive a ideia do casamento e
decidi contar a você que era a pior coisa que eu poderia fazer naquele momento.
“Nã o seria a coisa mais importante que você deveria ter me contado?”
“Você teria concordado com o casamento se eu tivesse?”
Agora sinto minha raiva começando a vir à tona. "Nã o. Mas essa foi minha escolha.”
Vou até a janela e coço o topo da cabeça de Tabitha. Quanto mais penso nisso, mais raiva
começo a sentir. Ele precisava muito do dinheiro para me dizer a verdade. Isso é o que
sempre aconteceu. Dinheiro. O dinheiro e a maneira como as pessoas que deveriam se
preocupar comigo o usam como alavanca, botã o ou corda, dependendo do que querem que
eu faça.
Oliver deixa o silêncio se estender, mas finalmente diz meu nome. “Loucos? Você está
bem?"
“Achei que se algum dia descobrisse quem era o cara mascarado, estaria pronto para
pensar na vida depois do terceiro encontro. Um relacionamento. Algo. Eu nem tenho
certeza do quê. E por um minuto lá embaixo, quando percebi que era você, eu estava... . .”
"Nervoso?"
Eu me viro para olhar para ele. "Feliz. Por uma fraçã o de segundo, fiquei feliz .” Quase dó i
fisicamente cuspir a palavra.
As linhas de tensã o ao redor de sua boca diminuem. "Você era?"
"Pretérito. Agora nã o."
As linhas se aprofundam novamente. “Há algo que eu possa fazer para nos levar de volta
à quela fraçã o de segundo e nos manter lá ? A fraçã o de segundo em que você estava feliz
por ser eu? Porque estou tã o feliz que seja você.
Encosto-me no parapeito da janela. “Tive um colapso esta manhã . Fui ao clube e dancei
como se estivesse lutando sozinho contra um exército. Entã o tive uma epifania. Eu odeio
epifanias.
"Ajudaria se eu lhe contasse o meu?"
"Nã o sei."
Ele me estuda e sua linguagem corporal muda. Ele se levanta e enfia as mã os nos bolsos.
Seus ombros estã o para trá s, seus pés ligeiramente afastados, queixo erguido, seus olhos
nã o deixando os meus. Ele está reivindicando todo o seu espaço e tudo em sua postura
indica que ele se sente confortá vel nela. “Aqui está , Madison. Estou tã o a fim de você e nã o
quero mais esconder isso. Eu gostava tanto de você antes daquela noite acontecer, e caio
mais forte a cada dia. Eu nã o queria que você se sentisse responsá vel por isso, entã o evitei
que você nã o fizesse nada. é problema seu. Mas aqui está o que eu sei. Nã o posso mais me
esconder de você e nem quero. Eu estava vindo hoje à noite para te contar. Nã o preciso que
você faça nada a respeito. Eu só queria que você soubesse."
É tã o Oliver. Entã o ele esconde isso de mim porque está tentando tornar minha vida mais
fá cil. E por mais furioso que eu esteja com isso, também posso ver como ele se esforçou
para garantir que nunca mais me colocaria na mesma posiçã o.
Acontece que fui tudo eu.
“Epifanias sempre acabam dando muito trabalho”, digo. “Quando saí do clube, já tinha
avisado. Entã o eu tive que voltar para casa e ter uma longa conversa franca com Ruby. Eu
tive que dizer a ela que estava apaixonado por você.
Seu olhar se aguça.
“Você, Oliver. Nã o o cara da má scara. Tudo sem beijar você.
“Você quase fez isso esta manhã ”, diz ele. “E eu quase morri.”
Quase sorrio. “Eu me senti muito mal com isso por um tempo. Mas, pensando bem, você
mereceu.
“Desculpe, nã o”, diz ele, com a voz desprovida de humor. “Ter você em volta de mim, me
oferecendo tudo o que eu poderia querer de você com uma voz de uísque, sabendo que eu
nã o tinha o direito de aceitar? É um tipo especial de inferno. É isso que qualquer salvador
de gatinhos merece?”
Eu nã o respondo. Nã o tenho palavras. Além disso, de repente sinto uma forte necessidade
de subir nele como se fosse uma á rvore.
Ele sente a mudança de energia, e o doce e dó cil Oliver recebe um brilho em seus olhos que
eu nunca vi antes. Ele ronda alguns passos à frente.
“Pare”, eu digo. Ele faz, mas sinto sua energia enrolada. “Nó s nos casamos por dinheiro,
Oliver. Nunca seremos capazes de dizer se esses sentimentos sã o reais ou circunstanciais.
Essa foi outra coisa que contei a Ruby. Sempre terei essa dú vida.”
Oliver fica ali, quieto por vá rios longos momentos. “A fraçã o de segundo de felicidade que
você teve foi porque você teve acesso à sua confiança quando trocamos nossos chaveiros
Slurpee?”
"Nã o."
“Alguém poderia convencê-lo do contrá rio?”
Alguém poderia me convencer de que essa sensaçã o de estar em casa sempre que estou
com ele é uma questã o de contrato legal? Eu encontro seus olhos. "Nã o."
“Entã o por que isso nã o pode ser verdade para mim também? Porque é. Tenho quase
certeza de que caí no segundo em que você me corrigiu sobre aquele vulcã o.”
Eu sorrio apesar de tudo, mas depois ele desaparece. "Eu quero acreditar em você."
Ele tira a mã o do bolso e a estende, com a palma para cima, vazia. “Se você tiver escolha, e
esta mã o é a prova do beijo” — ele estende a outra — “e esta é uma prova real de que nã o
me casei com você por dinheiro, qual você aceita?”
Ele está pedindo um salto de fé. Ele está me pedindo para confiar na amizade que
construímos. Ele está me pedindo para confiar no beijo que aconteceu antes de meu pai
gritar comigo e o financiamento inicial de Oliver desmoronar.
Eu conheço amizade. Tenho três dos melhores amigos que alguém poderia desejar lá fora,
desejando ao má ximo minha felicidade. E Oliver me deu uma amizade verdadeira antes
mesmo de precisar do meu dinheiro. Ele me deu aquele beijo alucinante antes mesmo de
precisar do meu dinheiro.
Aponto para a mã o que representa o beijo.
Ele sorri e coloca as mã os de volta nos bolsos. “Cerca de três dias depois de apresentar
minha ideia, conseguimos nosso financiamento. Acontece que dois de nossos funcioná rios
estã o com ovos no ninho e acreditam tanto no que estamos fazendo que decidiram investir.
Temos o que precisamos para chegar à linha de chegada.”
Franzo a testa, tentando processar isso. "Que significa . . .”
“Isso significa que nunca precisei me casar com você. Eu disse isso a Josh antes do
casamento. Mostrei-lhe a papelada.
Estou tonto. "Mas . . . por que casar comigo se você nunca precisou do dinheiro?
“Porque você fez isso, Madison. E eu sempre quero que você tenha o que precisa.
“O suficiente para desistir de um ano de sua vida quando nã o era necessá rio.” Deixei todo o
peso disso penetrar.
Ele dá um pequeno encolher de ombros. “Na verdade, estragou o plano que eu estava
montando para contar a você sobre a má scara e conquistá -lo como eu. Eu sabia que teria
que esperar até o divó rcio porque, caso contrá rio, como qualquer um de nó s poderia saber
o que era real e o que eram as circunstâ ncias? Achei que se pudesse esperar o ano, você
teria tempo suficiente para decidir se gosta de mim.
É isso. Estou em seus braços e ele nã o perde tempo em me beijar com a mais doce recepçã o.
. . Mas apenas por um momento. Em uma ú nica respiraçã o, o calor aumenta entre nó s.
Deslizo meus dedos na parte de trá s de seu cabelo, precisando dele mais perto, e ele beija
mais profundamente até... . .
Meus olhos se abrem. “Oliver.”
— O quê? — ele murmura, afastando a boca com extrema relutâ ncia. “Estou trabalhando
para me vingar.” Ele dá beijos na minha mandíbula, mas ainda estou em estado de choque.
“Oliver.” Eu empurro seu peito.
Ele levanta a cabeça e olha para mim, seus olhos turvos com o desejo que sinto até a sola
dos pés. "O que está errado?"
“Meus joelhos ficaram fracos.”
"Oh." Ele dá um aceno sério. "Beijar-me fez seus joelhos ficarem fracos?"
"Sim."
“Isso é ruim”, diz ele. "Você sabe o que isso significa?"
"Diga-me."
“Que você corre o risco de se apaixonar por mim tã o profundamente quanto eu me
apaixonei por você.”
Mil gatinhos caem na minha barriga. Os sinos angélicos tocam. Desenvolvi um vício
incurá vel em seus beijos, e nada nisso — nem uma coisa — me assusta.
“Quã o profundo, Oliver? Mostre-me."
E ele faz.
Capítulo Quarenta e Um
Madison

"VOCÊ ESTÁ PRONTO PARA ISSO?" — pergunto a Oliver enquanto estacionamos na


garagem dos meus pais.
Ele olha pelo para-brisa para a enorme casa deles. “Jantares mensais. Tenho que seguir os
termos.
“Primeiro – e ú ltimo,” eu digo, e ele sorri para mim antes de se inclinar para roubar um
beijo.
Um minuto depois, Kaitlyn atende a porta e eu balanço a cabeça para ela, sorrindo ainda
mais. “Você nã o precisava estar aqui para isso.”
"Você está brincando? Eu nã o sentiria falta disso.”
Eu entro e faço uma pausa. "OK." Respiro fundo. “Katie.”
Oliver desliza a mã o na minha e aperta enquanto o sorriso de Katie muda para um de
reconhecimento. Estamos dando passos de bebê. Já se passaram algumas semanas desde
que a convidei para a festa, e ela apareceu algumas vezes para sair. Na pró xima semana ela
vai levar casa Big Stripey - rebatizada de Daisy Buchanan por minha irmã , que, no fim das
contas, é mais engraçada do que eu me lembrava. Katie está sob ordens estritas de trazer
Daisy para visitas com seus irmã os, Tuxie e Little Stripey, na casa da Sra. Lipsky, e Tabitha e
Smudge, que serã o removidos da casa de Oliver por detonaçã o nuclear e nada menos. Ele
nã o permitirá que ninguém os adote.
Seguimos Katie até a sala, onde meus pais estã o sentados.
“Vou buscar bebidas”, diz meu pai, levantando-se da poltrona.
“Nã o, nã o”, eu digo. “Tenho algo para lhe contar primeiro, e você pode decidir se ainda nos
quer aqui ou nã o.”
“Isso parece ameaçador”, diz minha mã e, com a voz seca. “Você nã o precisa ser tã o
dramá tico. Apresente-nos o seu. . . marido."
Levo Oliver até o sofá e nos sentamos. Katie se senta em uma cadeira e espera.
“Este é Oliver Locke. Viemos avisar que vamos nos divorciar.
Meu pai estuda nó s dois, sua expressã o impassível nã o revela nada. Ele está acostumado a
ser a pessoa mais poderosa em uma sala e é raro vê-lo inclinar a mã o. Posso ser a ú nica
pessoa que pode fazer com que ele perca o controle de vez em quando.
Minha mã e coloca as costas da mã o na garganta e pressiona em diferentes pontos, como faz
antes de anunciar alguns sintomas. “Seu casamento de conveniência está terminando em
divó rcio? Que chocante.”
Eu aperto minha mandíbula. Eu me dei um discurso estimulante completo antes de
preparar este jantar, mas eles já estã o me irritando.
“O motivo pode chocar você”, diz Oliver, sorrindo. Outro aperto suave de mã o. Você
consegue .
Eu posso fazer isso. Posso fazer isso sem perdê-lo? Olho para Katie. Ela me dá um aceno
encorajador.
“Eu mereço minha confiança”, digo a eles. “Nã o tem nada a ver com meu estado civil. Mas
eu conheço os termos. Oliver e eu estamos nos divorciando porque acontece que queremos
ficar juntos de verdade. E ter esse casamento por dinheiro faz mal à saú de do
relacionamento. Estou pagando tudo de volta. Vou acessá -lo quando tiver trinta anos.”
“Você está devolvendo cinco milhõ es de dó lares?” meu pai diz.
“E todas as cordas.” Nã o digo isso bruscamente, mas minha mã e se encolhe.
“E até entã o, o que?” meu pai pergunta. “Você continua trabalhando como garçonete e nos
presenteando com arte irô nica de protesto?”
“Nã o, pai. Trabalhei no meu ú ltimo turno no Gatsby's ontem à noite. Estou mudando para
um cargo de tempo integral na Teak Heart.”
“Ela está indo para a escola de administraçã o”, acrescenta Katie. Quando meu pai começa a
parecer satisfeito com isso, ela acrescenta: “Qual é o nome desse programa, Madi? Algo
sobre sustentabilidade?”
“Empreendedorismo de impacto”, eu digo. “Criar um negó cio que seja movido por um
propó sito social claro, mas gerador de receitas, para que seja sustentá vel.”
“Parece aquela coisa de benfeitor que papai odiaria”, diz ela.
“É exatamente assim”, eu digo.
“Como você vai pagar por tudo isso?” ele pergunta.
“Empréstimos que pago quando tiver trinta anos. Olhe,” eu digo, indo até a beira do sofá
para poder enfatizar meu pró ximo ponto. “Você tentou ditar e controlar tudo na minha
vida. Nã o funcionou. Nã o vai funcionar, e eu odeio isso. Por favor pare."
“Você está aqui para jogar seu dinheiro de volta na nossa cara e nos mostrar que também
virou sua irmã contra nó s?” minha mã e pergunta. Ela ficou pá lida e as palavras estã o
trêmulas.
“Sim para o dinheiro, nã o para Katie.” Eu mantenho minha voz calma.
“Você sabe que já me opus à forma como fazemos negó cios muito antes disso”, diz Katie.
“Nã o tente manipulá -la com isso.”
Dou-lhe um sorriso agradecido antes de me voltar para meus pais. “Isso é tudo que eu
queria dizer. Pedirei ao meu banco para fazer as transferências eletrô nicas na pró xima
semana.” Eu levanto e Oliver fica comigo. "De de agora em diante, nã o serei culpado pela
visita de sua hipocondria, mã e. E pai, você nã o pode entrar em nenhum dos meus espaços
sem aviso prévio e permissã o. Eu nã o vou me envolver. Quanto mais vocês pressionarem,
mais eu recuarei, e se isso significar nenhum contato até que nossos advogados se
conectem em quatro anos para liberar o trust, a escolha é sua. Eu fiz o meu.”
Aceno para Oliver, e ele se vira para nos levar para fora da sala. Quase ultrapassamos o
limiar quando meu pai diz: “Espere”.
Paro e me viro.
“Você nã o precisa retribuir a confiança.”
Eu balanço minha cabeça. “Eu definitivamente quero. Sem amarras. Talvez eles pareçam
benevolentes para você, mas nã o sã o.”
“Eu tenho uma condiçã o”, diz ele. “Mas apenas um. E se você concordar, direi aos
advogados para liberarem tudo para você agora.
“Gordon, nã o podemos...”
“Está tudo bem, mã e,” eu digo. “Sem acordo, pai.”
Antes que eu possa me virar novamente, ele diz: — Jantares mensais. É isso. Essa é a
condiçã o.”
Eu o estudo antes de responder. "Por que?"
Ele olha para a perna da calça e escova fiapos inexistentes. “Nã o importa.”
Decepcionante, mas nã o surpreendente. “Nã o, pai.”
Oliver me para quando me viro, apoiando a mã o no meu ombro. “Ele deu um passo de
bebê”, diz ele calmamente.
Respiro fundo, com os olhos fechados, e digo a mim mesmo para agir, nã o reagir. “Nã o há
jantares obrigató rios”, eu digo.
Há um longo silêncio enquanto meus pais trocam olhares. Meu pai dá um leve aceno de
cabeça e minha mã e suspira.
“Nó s concordamos”, ela diz. “Você ganha sua confiança, sem compromisso.”
Por que isso, à sua maneira estranha, parece amor? Eu mudo meu olhar para meu pai.
Ele concorda. “Sem compromisso.”
"Obrigado. Nã o irei aos jantares mensais obrigató rios.” Eles acenam com a cabeça e minha
mã e parece triste. “Vou jantar porque quero.”
Ela se endireita e meu pai encontra meus olhos.
“Nã o sei com que frequência isso acontecerá ”, aviso-os. “Mas espero que isso aconteça cada
vez com mais frequência.”
Katie está sorrindo novamente. Minha mã e funga quase imperceptivelmente.
Meu pai assente. "Nó s aceitamos."
"Bom. Até talvez em breve,” eu digo, e desta vez Oliver e eu saímos.
Ele parece sentir que nã o estou pronto para conversar no caminho para casa. Depois de um
simples “Você fez bem, Madi”, dirigimos em silêncio por todo o caminho de volta ao Grove.
Caminhamos até seu apartamento e ele abre a porta para mim, me conduzindo para dentro
antes de fechá -la e se recostar nela.
“Li um artigo que diz que os homens levam em média oitenta e oito dias para se
apaixonarem. Isso é um pouco menos de três meses.”
Meu coraçã o começa a bater forte. "Fascinante."
“Nó s nos conhecemos há quase três meses.”
"Nó s temos."
Ele se afasta da porta para se aproximar e ficar na minha frente. “Os dados estã o errados.”
Ele está tã o perto que tenho que olhar para cima para encontrar seus olhos.
“Na verdade, levei apenas um dia”, diz ele. “Eu te amo, Madison Leigh. Você é
extraordiná rio.
Estendo a mã o para segurar seu rosto e passo meu polegar em sua bochecha. É um terreno
que exploro diariamente e nunca me cansarei dele. “Quanto tempo leva para as mulheres se
apaixonarem?”
“Quase quatro meses e meio.”
"Hum. Mais tempo que os homens. Isso parece certo.
“Infelizmente”, diz ele com um sorriso fá cil. Ele é muito bom em me deixar estar onde eu
preciso estar.
“Mas ainda está errado. Só precisei de um.” Deslizo minhas mã os em volta de seu pescoço.
“Um mês para cair e outro para descobrir. Mas Oliver Octavian Locke, eu também te amo.”
Um baque suave cai em nossos pés, e nó s dois olhamos para baixo e vemos Smudge sentado
neles.
Oliver ri e se agacha para coçar a cabeça. “Você também, Smudgie. Você também."
Ela dá um ronronar satisfeito e sai correndo para brincar com seus irmã os.
Entã o Oliver me puxa para seus braços e prova que sabe exatamente como me fazer
ronronar também.
Epílogo
Madison

“QUERIDOS, REUNIMOS vocês para comemorar o divó rcio de Madison e Oliver”, anuncia
Sami.
Todo mundo levanta uma taça, uma garrafa ou uma caneca de chocolate para comemorar.
“Obrigado, obrigado”, eu digo. “O juiz assinou a sentença de divó rcio hoje.” Foi
absolutamente a coisa certa a fazer, mas desde que recebi a notificaçã o esta manhã , tive um
toque de melancolia que nã o esperava.
“Parabéns, esquisitos”, diz Ruby. Ela e Charlie brindam pela segunda vez com seu chocolate.
É uma festa de vizinhos mais uma vez, mas desta vez a temperatura gira em torno de
dezoito graus, e estamos todos no pá tio de Josh, reunidos em torno de seu novo anel de
fogo. Fuma e estala na escuridã o de meados de janeiro, enquanto os suspeitos do costume
ficam por perto. Meus colegas de quarto, seus namorados, nossos vizinhos favoritos. Acabe
tem disse ao Joey para calar a boca duas vezes e o chamou de Príncipe Cootie uma vez,
entã o estamos todos de bom humor.
"O que agora?" Sra. Lipsky pergunta. “Tenho tentado, mas estou tendo dificuldade em
acompanhar a trama.”
“Continuamos namorando”, eu digo. “Passamos o má ximo de tempo que podemos juntos. E
nó s descobrimos as coisas.”
“Há muito para descobrir?” Ruby pergunta. "Você já está namorando há ... quanto tempo?"
"Três meses?" Oliver diz. "Isso está certo?"
“Depende de quando você está contando, mas sim, basicamente três meses.” Parece muito
mais tempo da melhor maneira.
“Mas nos conhecemos há quase seis anos”, acrescenta Oliver.
“Parece que está indo bem, entã o por que se divorciar?” pergunta Hugo. “A propó sito, nã o
estou sendo intrometido. Acabe disse que quer saber. Ele está sendo intrometido.
“Essa foi ideia minha”, diz Oliver. “Da forma como nos reunimos, eu nã o queria que
Madison tivesse dú vidas de que meus sentimentos por ela nã o eram por causa de dinheiro,
mas isso era fá cil de provar. Eu também nã o queria que ela pensasse que era porque eu
precisava passar um tempo com ela. Eu estava no caminho dela antes disso.
“Tudo isso”, concordo, “mas eu nã o precisava do divó rcio como prova dos sentimentos de
Oliver. Era mais sobre precisar de todos os outros fora do nosso relacionamento. Meus pais,
principalmente.
“Além disso, meus pais me matariam se eu me casasse de verdade, sem que eles estivessem
no meio disso”, diz Oliver.
“Agora que os conheci”, digo ao grupo, “nã o acredito que a mã e dele tenha concordado com
isso da primeira vez. Tenho sorte de ela me deixar visitá -la. Passamos o Dia de Açã o de
Graças no Locke Creek Ranch e eu me apaixonei por tudo isso. Seus pais, que foram as
pessoas mais fundamentadas que já conheci. Tã o gentil e acolhedor. Seus irmã os, que lhe
deram tanta merda que era como assistir a um programa de comédia ao vivo por horas que
nunca deixava de ser engraçado. O sobrinhas e sobrinhos e primos e avó s. A terra. Os
cavalos. Mal posso esperar para trazer Katie comigo na pró xima vez que for.
“Está tudo bem com seus pais, Madison?” Sra. Lipsky pergunta. Ela se incomoda por nã o
sermos pró ximos; ela está sempre indo na casa da filha e “brincando com os netos”, o que
significa dar doces para eles e comprar roupas novas e abafados o tempo todo.
“Melhorando,” eu digo. “Fomos jantar de Natal e ninguém brigou.” Katie e eu descobrimos
que voltar para casa como apoio um do outro torna cada visita mais fá cil, mas é mais do
que isso. Meus pais estã o tentando. Todos nó s somos. No Natal, ninguém fez comentá rios
sarcá sticos. Minha mã e nã o teve sintomas repentinos. E meu pai pareceu totalmente
impressionado quando perguntou a Oliver sobre a startup.
“Fico feliz em ouvir isso”, diz a Sra. Lipsky, e parece aliviada.
“Na verdade, meu pai até nos disse que queria que tivéssemos orgulho do nome de nossa
família, entã o ele deu a cada um de nó s colares iniciais com um A de Armstrong e fez uma
bela doaçã o em nossos nomes para uma boa causa.” Especificamente, ele nos deu colares da
Tiffany, e a doaçã o foi enorme, toda para a organizaçã o sem fins lucrativos Teak Heart. Tã o
grande que quadruplicou nosso orçamento operacional anual e fez o diretor chorar. Ela
ainda odeia meu pai. Mas ela o odeia um pouco menos agora. Katie está até pensando em
ingressar na Armstrong Philanthropy e expandir suas doaçõ es de caridade para incluir
causas além das artes.
“Katie já deveria estar aqui”, digo a Oliver. “Ela disse que chegaria atrasada, mas isso é mais
tarde do que eu esperava.”
"Essa é ela?" Oliver diz, apontando para o estacionamento.
Sigo seu olhar e a vejo descendo a calçada, com meus pais a reboque.
“Por que meus pais estã o aqui?” Eu pergunto. “Você os convidou para o nosso divó rcio?”
“Nã o”, ele diz.
“Madi”, Katie chama quando eles estã o a cerca de vinte metros de distâ ncia, “Papai tem uma
pergunta.”
"Madison Leigh, sua mã e e eu podemos ir visitá -lo?" ele liga.
Olho para Oliver, que se levantou e abriu duas cadeiras dobrá veis que eu nã o tinha notado.
“Sim”, respondo antes de perguntar a Oliver: “O que é isso?”
Mas Oliver agora está enfiando a cabeça pela porta de Josh. "Saiam, pessoal."
O que está acontecendo?
Meus pais entram pelo portã o de Josh ao mesmo tempo em que os pais de Oliver saem da
casa de Josh.
Minha cabeça oscila entre Marshall e Heather Locke e meus pais. Minha mã e levanta meu
queixo para fechar minha boca entreaberta. “Você vai pegar moscas, querido”, ela diz antes
de me dar um abraço gentil e se sentar.
“Oliver…”
“Você tem alguma pergunta, Mads?”
“Suspeito que sim”, diz Ruby, e Oliver sorri.
Meu coraçã o bate mais forte a cada batida, tentando saltar do peito quando vejo seu
sorriso.
“Eu tenho uma pergunta para você, Madison Leigh Armstrong.” O pá tio ficou em silêncio
além do crepitar do fogo. Ele estende a mã o e eu deixo que ele me coloque de pé. “Madi,
quando eu te pedi em casamento no outono passado, embora tenha sido por bons motivos,
nã o foi pelos motivos certos. Mas nã o me arrependi nem um dia do nosso casamento.
Adorei ver você assumir quem você é, ver você descascar camadas e deixar as pessoas
verem você, indo atrá s do que você quer e do que você acredita ser certo. Tudo isso já está
no topo de quem você é. Você é leal e generoso, engraçado e talentoso, determinado e forte.
Você é também brilhante e bonito. E você entende a família de uma forma que poucas
pessoas conseguem vivenciar na vida.”
Todos os meus colegas de quarto se abraçam e o melhor é que sei que é espontâ neo.
“Ainda estou aprendendo sobre família”, digo, “mas Katie, você também deveria estar nessa
mistura.”
Ruby estende o braço para ela e meus amigos a puxam para o colo, enquanto Sami e Katie
fungam.
Oliver balança a cabeça. “Mais uma prova de que sou o homem mais sortudo do mundo por
poder amar você. E é por isso que, neste dia do nosso divó rcio, eu queria perguntar isso
novamente da maneira certa e pelos motivos certos.” Ele fica de joelhos.
Ele. É . Abaixo. Sobre. Um. Joelho.
Mantenho meus olhos fixos em seu rosto porque meu coraçã o está batendo tã o forte agora
que nã o tenho certeza se vou ouvi-lo, e quero ter certeza de que nã o vou perder quando ele
disser...
“Madison Leigh Armstrong, eu te amo mais a cada dia, e é assim que vai ser para sempre.
Nã o me importo se é na pró xima semana ou na pró xima década porque serei feliz enquanto
estiver com você, mas querido, você me daria a grande honra de me casar com você?
ouço choro. Tanto choro. Colega de quarto funga. A mã e de Oliver. Minha mã e. Sra.
Meu. A felicidade brota em meus olhos e escorre pelo meu rosto como lá grimas de
felicidade. “Sim, Oliver O. Locke. Sim, no dia do nosso divó rcio, eu digo que sim. E direi isso
amanhã e sempre que nos casarmos, o que espero que seja em breve, e direi para sempre.
Todo mundo começa a aplaudir novamente, alto e feliz, enquanto Oliver se levanta e me
puxa para ele.
“Eu te amo muito”, diz ele. “E eu tenho um anel para você, mas sei que foi uma surpresa,
entã o vou mostrar para você mais tarde. Eu quero que você tenha exatamente o que deseja.
Emolduro seu rosto em minhas mã os, esse rosto que nã o consigo imaginar amar ainda mais
intensamente do que já amo, e ainda assim amo, todos os dias. “Já tenho exatamente o que
quero.”
Oliver sela nosso verdadeiro noivado com um beijo que só termina quando Ahab grita:
“Continue andando!”
Nó s nos separamos, sorrindo, e aceitamos os parabéns de todos, meus colegas de quarto se
amontoando em mim para o primeiro abraço, e os Lockes reivindicando o primeiro de
Oliver. Entã o eles trocam, e os Locke me envolvem em abraços como os muitos que me
deram no Dia de Açã o de Graças.
“Obrigado por terem vindo aqui para isso”, digo a eles.
"Você está brincando comigo?" Heather diz, alisando meu cabelo. “Nã o conseguíamos
entrar no carro rá pido o suficiente. Estamos muito felizes por ter você em nossa família,
menina.
“Nã o me faça brigar com você”, diz a voz da minha mã e, e Heather se afasta para encontrá -
la. “Ela ainda está na nossa família, mas vamos levar Oliver também.” Ela nã o brinca com o
mesmo carinho que Heather, mas isso é muito importante para minha mã e e estou
orgulhoso dela.
Eu a puxo para um abraço. Nã o parece natural – ainda – mas é bom. “Estou feliz por
pertencer a essas duas famílias. Obrigado por ter vindo.
“Eu nã o perderia por nada.” Há um toque de tristeza que ela tenta esconder com um sorriso
brilhante, provavelmente porque ela sabe que eu tinha motivos para duvidar, mas o fato de
ela nã o transformar isso em um momento de vítima também é enorme.
Ela passa para Oliver e meu pai é o pró ximo. Ele limpa a garganta e parece tã o
desconfortá vel quanto sempre se deixou parecer. Eu nã o sei o que fazer aqui. Nunca nos
abraçamos, mas isso é definitivamente ainda mais estranho para meu pai do que para
minha mã e.
“Ah, por...” Katie diz, e nos empurra juntos. “Abrace. Agora."
Seus braços aparecem, rígidos, mas abertos, e eu entro neles. Ele os fecha em volta de mim
com cuidado, como se nã o tivesse certeza de quanta pressã o aplicar. Ele limpa a garganta
novamente. "Parabéns."
“Obrigado, pai.” Damos um passo para trá s e sorrimos um para o outro.
Outro pigarro. “Estamos liberando a confiança. Vou chamar meus advogados para cuidar
disso.
Eu aceno minha mã o. “Está tudo bem, pai. Teremos uma renda dupla muito boa.”
“Estamos lançando e pagando pelo casamento.”
Minha coluna enrijece por instinto, e a mã o de Oliver está nas minhas costas em um
instante, provando que ele está tã o sintonizado comigo como sempre.
“Nã o, obrigado, pai”, digo, o que é o melhor que posso fazer, dada aquela ordem
tipicamente autocrá tica.
“Gordon...” minha mã e diz com uma nota suave de advertência.
“Eu quis dizer que gostaríamos de pagar pelo casamento”, diz meu pai.
“Isso é gentil, pai, mas está tudo bem. Conseguimos." Nã o quero que eles tentem decidir
todos os detalhes. E por ele, quero dizer minha mã e.
"Eu entendo." Ele parece quase... triste? Nã o sei. Eu nunca vi essa expressã o em seu rosto
antes. “Ainda estamos liberando a confiança. Deveria ter sido seu no ano passado, no seu
aniversá rio. Nã o temos condiçõ es.”
“Eu aprecio isso,” eu digo. “Isso ajudará a pagar o casamento.”
Ele é um negociador experiente que vê o compromisso que é. "Estou feliz." Entã o ele me
choca dando um beijo no topo da minha cabeça antes de apertar a mã o de Oliver.
Depois que todos dã o os parabéns – e depois que minhas melhores amigas apresentam
seus pedidos de vestido de dama de honra – a festa termina, todos voltando para suas
casas. Fazemos planos com todos os pais para jantarmos juntos na noite seguinte, e eles
também vã o embora.
Oliver e eu voltamos para a casa dele para contar a boa notícia para Tabitha e Smudge, e
quando a porta se fecha atrá s de nó s, ele me puxa para um beijo ardente que estou
extremamente feliz que nossos pais nã o tenham testemunhado.
“Obrigada para sempre”, digo a ele quando finalmente voltamos para respirar.
“Pena que ainda nã o é tempo suficiente.”
Sorrio porque, embora eu seja melhor em matemá tica, ele está certo. Para sempre nã o é
suficiente, entã o é melhor usarmos cada segundo com sabedoria. E eu o beijo novamente.

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e Oliver funcionam, acesse aqui .
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Reconhecimentos
Como sempre, tive que fazer perguntas a pessoas com muito mais conhecimento sobre
assuntos que desconheço. Além disso, como sempre, quaisquer erros sã o meus. Obrigado a
Diane Telgen, Keri Lynn Baert e Kaitlyn Rose Baert por compartilharem seu conhecimento
e experiência em resgate de gatinhos. Obrigado a Clarissa Wilstead por seu conhecimento
sobre criaçã o de gatos e cavalos. Obrigado a Chad Hales por esclarecer as leis de confiança
(esses sã o definitivamente erros meus ) e a Robin Ambrose Kirkham pela questã o da lei do
divó rcio (idem!). Ranée Clark, você é uma maravilha por fazer uma leitura beta
extremamente rá pida para me colocar no caminho certo, assim como os muitos leitores
beta que intervieram para ler em á reas específicas do conhecimento em um cronograma
muito curto. Obrigado a Kevin Merrell por me ajudar a concretizar a experiência do Gatsby.
Você definitivamente deveria continuar fazendo a coisa de Las Vegas para o benefício dos
meus livros. Muito agradecimento a Jeanna Stay por suas ediçõ es criteriosas. Obrigado aos
meus assistentes (meus filhos, mais Cathy e Hallie) por me ajudarem a manter o controle
do trabalho necessá rio nos bastidores, desde o atendimento da remessa até o design
grá fico. Obrigado ao meu grupo crítico, mesmo que você nunca mais leia o capítulo dez!
Teri Baily Black, Aubrey Hartman, Brittany Larsen, Tiffany Odekirk e Jen White sã o a ú nica
razã o pela qual à s vezes faço meu trabalho em uma semana! Obrigado aos meus colegas de
trabalho diá rios: Ranée Clark, Kaylee Baldwin, Esther Hatch e Clarissa Wilstead. Agradeço
aos leitores da minha “sala dos roteiristas” por me ajudarem a fazer piadas quando eu nã o
estava feliz com uma piada. Muito amor à minha família por seu apoio (eles realmente me
apoiam), aos meus leitores que mantêm a diversã o entre as locaçõ es de livros em todos os
nossos vá rios espaços, e à comunidade Bookstagram por abraçar meus livros e
compartilhá -los.
Sobre o autor
Melanie Bennett Jacobson é uma leitora á vida, cozinheira amadora e campeã de compras.
Ela mora no sul da Califó rnia com o marido e os filhos, uma série de plantas domésticas
condenadas e um schnauzer miniatura travesso. Ela possui mestrado em redaçã o para
crianças e jovens pela Vermont College of Fine Arts. Ela é best-seller do USA Today e quatro
vezes vencedora do Whitney Award por romance contemporâ neo e autora de vinte
comédias româ nticas.

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