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Brasil, traduzindo-os e disponibilizando-os ao leitor, sem qualquer forma
de obter lucro, seja ele direto ou indireto. Levamos como objetivo sério, o
incentivo para o leitor adquirir as obras, dando a conhecer os autores
que, de outro modo, não poderiam, a não ser no idioma original,
impossibilitando o conhecimento de muitos autores desconhecidos no
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qualquer parceria, coautoria ou coparticipação em eventual delito
cometido por presente obra literária para obtenção de lucro direto ou
indireto, nos termos do art. 184 do código penal e lei 9.610/1998.
Coisas na minha lista de desejos:
1. Comece um novo trabalho incrível;

2. Crie o aplicativo de namoro perfeito;

3. Pare de namorar clássicos idiotas;

Coisas que realmente acontecem:


1. Consegui um emprego na minha empresa de tecnologia de
sonhos;

2. Criei um aplicativo de namoro no local de trabalho para a


dita empresa;

3. Fui emparelhada com Bennett, que por acaso é o dono da


empresa, e também, o melhor amigo do meu irmão;

Eles dizem que desgraça pouca é bobagem, mas isso é uma


coisa séria. Não ajudou, que Bennett tenha sido o homem com quem
eu passei minha última noite. Definitivamente não ajuda, que ele
pareça me querer tanto quanto eu o quero. O problema, é que ele não
vai fazer nada a respeito e somos forçados a participar de uma
conferência de tecnologia em Vegas. Acho que pode ser o que eu
preciso para mudar isso.

Novo objetivo: fazer com que o melhor amigo do meu irmão saia
do meu sistema por todos os meios necessários.
Um ano atrás...

Há muito a ser dito sobre a forma como lidamos com uma


traição. Algumas pessoas lambem suas feridas e se afastam, enquanto
outras, como eu, lambem tequila no estômago de uma mulher aleatória
antes de derrubar doses de Patrón.

Eu balancei minha cabeça após a quinta dose. Eu não faço isso


desde que estava na faculdade, o que parece ser uma vida inteira
passada, mesmo que tenha sido apenas alguns anos. Uma coisa que eu
definitivamente nunca fiz, foi ir a um bar sozinho. Há algo libertador
sobre a experiência de não ter que dividir as mulheres com meus
amigos, não me preocupar em ser babá de ninguém e, a probabilidade de
eu entrar em uma briga é mínima sem eles.

A mulher no bar senta e sorri para mim. Pisco algumas vezes para
focar os olhos nela e, quando o faço, levanto a mão num sinal de paz e
saio sem dar uma segunda olhada. Entrando em uma cabine, peço outra
bebida - bourbon desta vez. Eu coloco meu rosto em minhas mãos e
respiro fundo.
Meu Deus. Como eu acabei aqui?

A semana começou prometendo, mas na terça à noite as coisas


deram uma feia reviravolta. Paola estava chorando quando cheguei em
casa e meu pensamento inicial foi que ela não estava grávida - de
novo. Nós estamos tentando há dois anos e permanecemos otimistas
durante a maior parte do tempo, mas percebi que ela já estava desgastada
há algum tempo. Eu a abracei e afastei seu cabelo para longe de suas
bochechas molhadas, e então ela deixou cair a bomba – que estava vendo
outra pessoa há seis meses. Ela disse isso casualmente, como se pessoas
casadas pudessem sair e transar com outras pessoas. Então ela me
mostrou o teste de gravidez positivo. Exigi provas de que não era meu, e
ela exigiu o divórcio. Na quarta-feira, ela reafirmou o que disse. E eu
fiquei bêbado. Na quinta-feira ela começou a arrumar suas coisas,
dizendo que estava indo morar com Marcos. Eu liguei para o meu
advogado e fiquei bêbado novamente. E hoje estou numa trajetória
similar.

O movimento na minha cabine me faz baixar as mãos do meu


rosto. Eu pisco algumas vezes enquanto um borrão vermelho desliza para
dentro da cabine à minha frente. Ela abaixa um jarro entre nós, despeja
em dois copos e me entrega um. Eu pego.

"Você tem um jarro de vodka?"

“Hum. Claro."
Eu tomo um gole tossindo em seguida, estreitando meus
olhos. "Isso é água."

"Estou surpresa que você possa reconhecer, considerando o estado


em que você se encontra."

"Que estado é esse?" Eu pergunto. “E quem diabos é você para me


julgar? Você não sabe nada da minha vida.”

"Você está certo. Eu não sei nada da sua vida.” Ela levanta uma
sobrancelha. "Qualquer coisa que você queira compartilhar?"

"Por que eu falaria com você?"

Ela encolhe os ombros. "Melhor do que sozinho, como você tem feito
nos últimos dez minutos."

"Então, você decidiu que deveria vir aqui na esperança de que eu


derramasse minhas lamúrias em você?" Eu olho para ela
desconfiado. Ela é uma das amigas de Paola? Isso é uma cilada? Olho
para ela novamente. Não, eu me lembraria dessa mulher. Ela tem longos
cabelos loiros, grossos e ondulados. O tipo de cabelo comprido e grosso
que eu iria agarrar enquanto fodia aqueles lindos lábios esplêndidos
dela. Seu nariz é pequeno e fino, e suas maçãs do rosto são definidas e
rosa. Eu não posso dizer quantos anos ela tem com toda essa
maquiagem.

"Quantos anos você tem?"


"Vinte e cinco." Ela franze a testa. "Por quê?"

"Você sentou aqui sem ser convidada, me trouxe água e perguntou


sobre a minha vida." Eu tomo um grande gole de água indesejada. O
bourbon que eu pedi está demorando demais. "Parece uma coisa infantil
de se fazer."

“Oh.” Ela olha para longe, bebendo sua água como se fosse o
melhor champanhe.

“Você não bebe? É isso? Você é uma dessas?”

Seus olhos piscam de volta para os meus. "Eu bebo quando quero."

“Por que você não está bebendo agora? Você está nesse bar, em um
vestido vermelho 'foda-me', com esse beicinho fodido e sentada em minha
frente bebendo água. Qual é o seu problema?”

"Estou feliz que você me ache tão fodível", diz ela, olhando
diretamente para mim. “Vou me encontrar com alguém aqui e não quero
ficar bêbada até ele chegar, então optei pela água. Você parecia precisar
de companhia, então aqui estou. Posso me afastar se minha presença
estiver realmente te incomodando tanto assim.” Ela pega o jarro.

Eu coloco minha mão sobre a dela, e nossos olhos se encontram -


ambos assustados pelo meu movimento - e travam. "Fique."
A garota pega a mão dela por baixo da minha e se recosta em
silêncio. Bebo mais água, ficando mais sóbrio. Observo-a mais de perto,
que está olhando para todos os lugares, menos para mim.

"Você acha que seu namorado te deu um bolo?"

Ela encolhe os ombros. "Não seria a primeira vez."

"Ele é um idiota do caralho."

Seu olhar voa para o meu, não posso dizer se seus olhos são
castanhos ou verdes, mas eles são lindos pra caralho. Ela parece
inocente. Definitivamente inocente demais para mim.

"Ele é um idiota", diz depois de um momento. "Mas ele também está


ocupado."

"Ele não deveria estar muito ocupado para você."

"Sim, bem." Ela encolhe os ombros e lambe seus lábios


perfeitos novamente. "Você está aqui sozinho?"

"Sim."

"Você sempre fica bêbado?"

"Novamente com os julgamentos."

"Desculpe." Ela morde o lábio inferior.


"Você tem lábios incríveis."

Ela olha para longe, mas o rubor que cobre seu rosto é impossível
de esconder.

"Você tem mesmo 25 anos?"

"Vinte e três." Ela lambe os lábios novamente. "Hoje é meu


aniversário."

“Bem, merda. Feliz aniversário, de vinte e três anos.” Eu exalo. E


me lembro do meu vigésimo terceiro aniversário, que foi divertido. "Qual
o seu nome?"

Seus olhos mudam para os meus novamente. "Elizabeth".

"Esse é o seu nome verdadeiro?"

"Nome do meio."

Eu rio. Essa garota é muito inocente, não consegue nem mentir


sobre o uso de um nome falso.

"E o seu?"

"Ben"

Ela balança a cabeça, bebendo sua água. "Você parece um Ben."


A garçonete vem com minha bebida. Porra, finalmente. Eu
definitivamente estou mais perto de ficar sóbrio do que bêbado agora, e
de repente, eu não quero ser obliterado. Tomo essa bebida mais devagar
do que na última vez. A garçonete se dirige a Elizabeth em frente a mim.

"Tem certeza de que não quer nada mais forte?"

"Obrigada". Elizabeth sorri, balançando a cabeça, com seus olhos


na garçonete enquanto se ela afasta.

"Eu posso te dar algo forte agora", digo.

Seus olhos se arregalam quando ela se vira para mim. "Você esta
falando sério?"

"Estou."

"Uau." Ela balança a cabeça. Sua risada soa mais em descrença do


que diversão, pois seus olhos estão cintilando. "Eu já ouvi muita merda,
mas isso aí é um clássico idiota".

"Idiota clássico?" Eu seguro uma risada. "Não sabia que havia


diferentes tipos de idiotas."

"Oh, há muitos", diz ela, "mas normalmente caras bonitos, ficam


com o clássico idiota."

"Você acha que eu sou bonito?"


"E um idiota."

"Eu acho que estou bem com isso." Sorvo meu bourbon e coloco-o
na mesa. "Você quer?"

Ela olha para ele como se estivesse considerando, lambendo os


lábios enquanto o examina.

“É só bourbon. Não está batizado,” eu digo, na esperança de


acalmar seus nervos. Na verdade, faz seus olhos se arregalarem como se
ela não tivesse considerado essa possibilidade.

"Eu estou bem." Diz balançando a cabeça.

Eu chamo a garçonete e peço a Elizabeth uma bebida para combinar


com a minha.

"Você não tem que fazer isso", diz ela baixinho. "Mas obrigada."

"De nada."

Sua bebida vem na velocidade da luz. A garçonete sorri para ela e


vai embora novamente.

"Você a conhece?"

"Jana?" Ela olha para a garçonete recuando, com um sorriso no


rosto. "Sim. Ela é gente boa.”
"Parece que você é uma boa pessoa." Olho para ela enquanto ela
bebe seu bourbon. "Eu venho aqui há anos e nunca vi ninguém receber
tratamento VIP", digo. "E isso vem de um babaca VIP."

Ela bufa. "Babaca VIP"

"Feliz aniversário." Eu levanto o meu copo e tilinto contra o dela. Ela


cora como se não se lembrasse de que dissera isso.

"Obrigada."

"Então, aniversariante, o que você quer para o seu aniversário?"


Pergunto. "E quanto tempo você vai esperar pelo idiota não-clássico que
furou com você?"

"Ele é pior do que qualquer babaca." Ela suspira. “Estou cansada


de esperar, a única coisa que realmente quero é uma boa transa.”

Minhas sobrancelhas se levantam. Pequena Miss Inocente é objetiva


e direta. Nossa, é tão excitante. "Isso pode ser arranjado."

"Você está bêbado demais para fazer qualquer coisa, amigo."

“Estou ofendido com isso, mesmo no meu estado mais embriagado,


eu provavelmente seria melhor do que metade dos homens com quem
você dormiu.”

Ela ri. "Você é tão cheio de si."


"Não sou. É a simples verdade.”

"Sim, ok."

Eu coloco o bourbon na mesa, então pego o dela. Ela bate a minha


mão.

"Não se atreva, porra."

Sua explosão me faz rir. “Fiquei excitado desde o momento em que


você se sentou na minha frente, mas isso está elevando para outro nível."

"Humm, interessante." Ela inclina a cabeça. “Considerando que


você parecia estar chorando ou adormecendo quando me sentei.”

"Então, por que se sentar aqui?"

"Porque eu prefiro sentar em frente a um cara que parece que está


à beira de um colapso, do que me sentar sozinha em qualquer outro lugar
neste bar e ter que lidar com tentativas ruins de caras aleatórios."

"Como você vai transar se não deixar as pessoas tentarem se


aproximar?"

Ela encolhe os ombros novamente, tomando outro gole de seu


bourbon. “E aí está o ponto crucial da história. Quero ser desejada, não
quero ser caçada.”
"Isso é um problema tão feminino." Balanço minha cabeça. "Por que
as mulheres são tão carentes de qualquer maneira?"

"As mulheres são carentes?" Suas sobrancelhas se levantam. "Os


homens são a razão pela qual a palavra carência existe."

"Certo." Eu zombei. "Se a carência é sinônimo para homens,


como você descreveria as mulheres?"

"Sobreviventes".

Ela diz com tanta certeza que quase acho que possa estar
certa. Então penso em Paola e na situação em que estamos por causa de
sua carência. Você pensaria que eu não tentei foder a mulher todas as
noites, ela me rejeitava mais do que aceitava, e é por isso, que é muito
mais difícil de processar. Observo a mulher sentada à minha frente, que
muito provavelmente não irá para casa comigo hoje à noite pelo jeito que
ela está me analisando agora, então posso muito bem ter
uma conversa normal até que eu esteja sóbrio o suficiente para levá-la a
uma lanchonete. Eu mataria por um pouco de frango e waffles agora.

"Você já traiu um namorado?"

Seus olhos se arregalam. "Não."

“Isso te enoja? O pensamento de trair?”


"Quero dizer...” Ela suspira pesadamente e toma outro gole de
bourbon. "Meus pais traíam um ao outro e meu ex era um traidor nato,
então sim, isso me incomoda."

"É por isso que você nunca traiu um parceiro?"

Ela franze a testa. “Eu acho que nunca entendi o motivo da


traição. Se você não gosta da pessoa com quem está, você pode seguir em
frente e dormir com quem quiser. Não é tão difícil assim.”

Eu zombei. Quando ela coloca dessa forma, isso me irrita


seriamente. Foda-se. Eu trago o bourbon de volta, e assim que eu estou
levantando-o para a minha boca, Elizabeth estende a mão e coloca seus
dedos finos em minha mão, com seus grandes olhos verde nos meus
enquanto ela abaixa a bebida dos meus lábios.

"Ei, Ben."

"Sim?"

"Vamos fazer sexo."


Dias de hoje...

Sabe aquela sensação que você sente na boca do estômago quando


toda a sua vida está prestes a mudar? É exatamente como sinto quando
me aproximo do prédio de SEVEN. Superei todas as probabilidades em
todos os outros aspectos da minha vida - fugindo da minha vida de merda
em Las Vegas, entrando na universidade dos meus sonhos, passando
pela universidade e fazendo ótimos estágios, além de trabalhar em
empresas incríveis. Este momento, no entanto? Parece o maior momento
da minha vida até agora.

Respiro fundo e deixo escapar um suspiro, balançando meus braços


e pernas do mesmo jeito que lutadores de boxe fazem no ringue antes de
uma grande luta. Eu consegui isso. Consegui. Eu consegui
definitivamente. Lembro-me de que não é nem mesmo uma entrevista
legítima. O que sinceramente, me assusta um pouco mais do que deveria.
Nunca fui de aceitar esmola, mas quando meu irmão falou com o Sr. Cruz
sobre mim, ele ficou tão impressionado que ofereceu um emprego sem
sequer me conhecer, seria uma idiota se não aceitasse essa oportunidade.
Desde a faculdade eu estava de olho em SEVEN - uma empresa de
tecnologia que cria tudo, de sites a aplicativos e que também investe na
criação de robôs e diferentes tipos de tecnologia. Como uma pessoa que
é obcecada por aplicativos desde a construção até a forma como eles
atendem a pessoas específicas, essa empresa é o meu sonho. Além de
não impressionar o Sr. Cruz, a outra coisa que me preocupa, é que eles
me deem um emprego temporário em vez de uma posição permanente,
mas honestamente, agora vou pegar o que puder. Saio do elevador e
sorrio para a recepcionista, deixando-a saber que estou aqui para uma
reunião com o Sr. Cruz.

"Junior ou Sênior?", Ela pergunta.

“Hum. Sênior?” Eu franzo a testa. "Eu acho. Espero."

Eu vi o Sr. Cruz Júnior apenas uma vez enquanto Devon estava com
ele na faculdade, e foi definitivamente uma experiência de dezesseis anos
que eu realmente amaria esquecer. Passei sobre ele e uma garota se
contorcendo – na verdade transando. Sua mão estava debaixo de sua
camisa e ela estava se esfregando contra sua virilha. Fiquei tão
envergonhada, mas senti como se estivesse queimando por dentro.
Acabei tendo que dizer a Dev que eu tinha que ir para
casa imediatamente porque sentia que estava ficando resfriada.
Desnecessário dizer que nunca conheci o cara pessoalmente e ainda
estou me preparando mentalmente quando finalmente isso acontecer,
principalmente porque, eu me lembro os sons que eles faziam e a paixão
que compartilhavam mais vezes do que posso contar. Conciliar seu rosto
com essa experiência, pode arruiná-la completamente ou alimentá-la
ainda mais.

"Ele está esperando por você", anuncia a recepcionista. A


acompanho até a porta do seu escritório. "Você pode entrar."

Quando entro sinto o cheiro de livros antigos, inalando,


imediatamente me sinto um pouco mais calma do que me sentia há cinco
minutos. Um homem mais velho está atrás da mesa. Ele está vestindo
jeans, uma camisa polo e um enorme sorriso no rosto. Definitivamente
não é o que eu estava esperando.

"Senhorita Tucker", diz enquanto faz a volta na mesa. “Eu já ouvi


muito sobre você, sinto como se realmente a conhecesse.”

Estendo minha mão e falo surpresa, "Oh", quando ele não me dá um


aperto de mão de negócios, como estou esperando, mas sim um
abraço. As rugas ao redor dos seus olhos proeminentes se estreitam
enquanto ele sorri.

"Vejo a semelhança", diz ele. “Devon se tornou como um filho para


Barbara e eu. Espero que você se sinta confortável o suficiente aqui, para
nos ver como família também. ”

"Muito obrigada, Sr. Cruz." Eu sorrio. "E muito obrigada por esta
oportunidade."
"Charlie", diz ele, acenando com a mão enquanto caminha de volta
para sua cadeira atrás de sua mesa. "Chame-me de Charlie."

Eu me sento em frente a ele e espero que ele fale novamente.

“Então, você gosta daqui? Vocês dois são de Las Vegas, certo? Você
já se acostumou com essa selva de concreto?”

"Eu amo estar aqui." Sorrio. "Cursei a faculdade aqui, então me


sinto em casa por um tempo."

"Magna cum laude 1 .” Ele olha para um dos papéis a sua


frente. "Naquela universidade especialmente, é uma grande conquista."

"Obrigada."

"Então, quais são suas metas?"

“Minhas metas?” As metas não eram uma questão em potencial na


lista que fiz para me preparar para essa entrevista, falo uma breve
descrição, porque estou sendo contratada para fazer. “Hum. Eu gostaria
de ajudar seus clientes com sua presença na mídia social.”

"Certo". Ele coloca os papéis de lado e cruza as mãos sobre a


mesa. “Mas quais são seus objetivos? Você foi para uma universidade
incrível, saiu de um ambiente ruim tanto quanto eu sei, e não sei muito.”
Ele levanta as sobrancelhas. “Então, qual é a sua paixão? Quais são seus

1É uma frase em latim usada especialmente nos Estados Unidos para indicar o nível de distinção acadêmica com o qual
um indivíduo cursou um grau acadêmico.
objetivos pessoais? De acordo com Devon, você tem muitos. É nisso que
eu estou interessado. Esqueça todo o blá blá blá para me impressionar,
e me diga o que você se vê fazendo no futuro”.

"Oh." Eu pisco. “Crio aplicativos por diversão, como um trabalho


paralelo. Paga o suficiente e também serve como prática. No momento,
tenho dois aplicativos que são executados de forma independente e
precisam de atualizações secundárias apenas algumas vezes por semana,
mas meu objetivo é criar um aplicativo inteligente e bem-sucedido que se
destaque dos demais”.

"Isso é impressionante. Qual é o propósito dos seus aplicativos


atuais?”

“Eles são principalmente aplicativos de amizade. Um é para que as


pessoas não tenham que comer sozinhas. Tem como alvo escolas
secundárias específicas. E outro é para troca de livros usados na
minha universidade.”

"Uau. Isso é..."

A porta se abre atrás de mim e o Sr. Cruz faz uma pausa. Ele sorri
para quem quer que esteja entrando. Eu não me viro, quero que ele saiba,
que independentemente de como ele é íntimo de meu irmão, meu foco
está nele e nesse trabalho.

"Morgan", diz Cruz, "esse é meu filho Bennett. Venha se juntar a


nós, B. ”
Eu me levanto e me viro com um sorriso e minha mão estendida, e
quando ele se aproxima, sinto que posso desmaiar, porque não. Não há
como a vida ser tão cruel.

"Eu vim para conhecer a indescritível...” Ele franze a testa. "M-


Morgan?"

"Oi. Você é...” Tento esconder meu pânico, mas tenho certeza que
meu coração vai explodir no meu peito. "Você é Bennett?" O tremor na
minha voz se espalha para as minhas mãos, braços e agora a maior parte
do meu corpo. Abaixo minha mão e tento esconder meu nervosismo. Que
porra é essa? Que porra é essa? Que porra é essa? Este é o Bennett
Cruz? Esse cara? De todos os milhões de caras da cidade, tinha que ser
ele?

"Oh, vocês já se conhecem", diz Cruz atrás de mim. "Pensei que


tinha me dito que não a conhecia."

"Não." Bennett pigarreia. “Quero dizer, nos encontramos uma vez de


passagem, mas eu não percebi...”

“Sim, isso é tão louco. Mundo pequeno, uau”, - acrescento


rapidamente e sem jeito. Por que o que devemos dizer? Nós nos
encontramos e fodemos uma vez, e foi à experiência mais mágica da
minha vida. Que nenhum homem depois dele, realmente chegou perto de
recriar isso comigo?
"Sente-se, sente-se", diz Cruz. "Morgan estava apenas me falando
sobre seu amor por aplicativos de encontros."

"Você está em um aplicativo de encontro?" A pergunta de Bennett é


quase inaudível. Eu não acho que ele tenha superado o choque ainda.

"Não, eu os construo." Eu lambo meus lábios, de repente me


sentindo muito tímida. “Quero dizer, meu sonho é construir um que leve
as pessoas ao amor verdadeiro. Muitos dos aplicativos de hoje são para
gratificação instantânea, e isso é legal, mas eu sinto que se tirarmos as
fotos deles e mantermos o anonimato que tivemos uma vez, podemos
voltar a um lugar onde as pessoas param de enviar..." Eu hesito.

"Está tudo bem, você pode dizer", diz Cruz com uma risada. "Acho
que sei onde você está indo."

“Bem, onde as pessoas parem de enviar nudes e comecem a ter


conversas mais profundas”, eu finalizo.

"Então, seu objetivo é ser o Cupido", Bennett diz ao meu lado.

Eu dou de ombros, encontrando seus olhos pela primeira vez desde


que ele chegou. "Meu objetivo é ajudar o maior número de pessoas a
encontrar sentido em suas vidas, além de um parceiro de cama."

“Às vezes, uma boa transa é a única coisa que as pessoas precisam.”

Não vou reagir, sou boa nisso. Mas este é um verdadeiro teste para
as minhas habilidades no poker.
"Perdoe o meu filho, Morgan. Ele está afastado do amor", explica o
Sr. Cruz. "Uma mulher amarga e um divórcio ainda mais amargo, fazem
isso com você."

"Oh." Recuo um pouco. Ele se casou? Quando se casou? "Eu sinto


muito."

"Sim. Merdas acontecem.” Bennett esfrega a testa como se quisesse


estar em qualquer lugar, menos aqui.

"De qualquer forma, Morgan, estamos entusiasmados por ter você


aqui na SEVEN. Esperamos ajudá-la a alcançar seus objetivos pessoais
e também a crescer nesta empresa."

"Muito obrigada." Sorrio abertamente. "Estou muito grata pela


oportunidade."

“Patty lhe mostrará o prédio. Fique atenta, você receberá um e-mail


sobre sua designação e para onde enviar um relatório na segunda-feira.”
Sr. Cruz se levanta quando eu faço e dá a volta para outro abraço. “E
adoraríamos tê-la no jantar neste fim de semana, se você puder. Eu sei
que você tem vivido aqui por um tempo, mas ter a família longe pode ser
um pouco solitário. Barbie faz um ótimo soufflé de batata-doce e eu vou
grelhar.”

“Eu adoraria. Obrigada.” Sorrio novamente.


Bennett se levanta abotoando seu terno, e seus olhos âmbar
encontram os meus enquanto ele estende a mão para me
cumprimentar. Eu aceito, com meu pulso latejando no contato.

"Estou ansiosa para trabalhar com vocês", eu digo.

"Da mesma forma."

Eu deixo cair à mão como se eu tocasse o fogo do inferno - e de certa


forma eu fiz. Saio da sala, lutando contra a vontade súbita de gritar no
topo dos meus pulmões.
"Você transou com ela, não foi?"

Minha atenção se volta para onde meu pai está. "O quê? Não."

“Ou você já fez ou está pensando em fazer. Meu conselho é você


matar esse pensamento o mais rápido possível. Ela é a irmãzinha de
Devon.”

"Ela não é uma criança", eu murmuro.

E com certeza não se parece com uma. Ela é um maldito sonho


molhado naquele elegante vestido preto e tênis. Que tipo de mulher usa
tênis para uma entrevista? Um ano atrás, ela disse que seu nome era
Elizabeth. Seu nome do meio, eu me lembro. Ainda assim, que porra é
essa?

Eu ando até a mesa do meu pai e pego seu currículo, lendo


rapidamente.

"Ela é qualificada", diz ele. "Ela é super qualificada."


"Sim. Eu vejo isso.” Minha carranca se aprofunda quando olho para
o topo da página - Morgan E. Tucker.

Porra.

Se Devon descobrir - se ele suspeitar que transei com sua irmã - ele
vai me matar. Como um grande recebedor com mais de cento e vinte
quilos, nem seria uma tarefa difícil para ele. Porra. Merda. Porra. Se eu
estivesse em casa, já teria batido no meu saco de pancada. Duas vezes.

"Que departamento você atribuiu a ela?"

"Não defini ainda."

"Hum." Observo seu currículo, que é bem impressionante. A garota


fez estágio em grandes empresas. Isso me faz pensar por que ela usou as
conexões de seu irmão para trabalhar para a minha empresa, em vez de
ter um emprego num desses lugares. “A mídia social precisa de ajuda.”

"Seu setor", diz ele. "Você precisa de um novo assistente."

"Foda-se, não." Meus olhos se arregalam. "Ela é muito qualificada


para essa posição."

"Concordo", diz ele. “Podemos fazer com que ela faça mais de
uma coisa, parece perfeitamente capaz.”

"Papai..." Eu olho para ele.


“Apenas duas semanas, Bennett, até descobrir em que
departamento ela é mais adequada. Estou pensando no de
desenvolvimento, já que ela está fazendo isso paralelamente.”

"Conflito de interesses. Nós queremos construir um aplicativo de


namoro, ela constrói aplicativos de namoro. Essa é uma receita para o
desastre.”

"Talvez possamos comprar uma ideia sua."

"Ela mal saiu da faculdade." Eu atiro-lhe um olhar. "Você acha que


ela pode fazer algo que vale a pena comprar?"

"Você viu seu currículo." Ele levanta uma sobrancelha desafiando.


Recuo, porque ele está certo. "Você estava na faculdade quando começou
na empresa."

“Bom ponto. Faça como quiser. Contratar novos talentos é o seu


trabalho, não o meu.” Coloco seu currículo na mesa com um
suspiro. “Você revisou os contratos? Estou me encontrando com Ricky
às dez.”

"Patty os enviou por email a você."

"Bom. Vejo você mais tarde.” Eu me viro e começo a sair do


escritório.

"Ben"
"Sim?"

"Eu espero que você esteja no seu melhor comportamento em torno


de Morgan Tucker."

"Ela é jovem demais para mim, Pops." Eu pisco para ele e saio com
o coração batendo rapidamente. Realmente preciso me recompor se vou
ter que vê-la todos os dias.
“Rebobine, por favor. Tenho certeza que acabei de ouvir você dizer
que a melhor transa de sua vida é o melhor amigo de Devon”, minha
amiga Jamie diz.

Estou em uma teleconferência com minhas amigas Jamie e Presley,


contando tudo o que aconteceu esta manhã. Depois da entrevista, Patty
me mostrou o prédio e me apresentou a alguns colegas antes de me
mandar para casa, mas não consegui parar de pensar em meu encontro
com Bennett.

"Fale sobre uma primeira impressão ruim", murmuro enquanto


ando pelo meu apartamento.

"Segunda impressão" corrige Presley.

"Tenho certeza que você fez uma ótima primeira impressão",


acrescenta Jamie com uma risada.

Eu fecho meus olhos, mas rio apesar de tudo. "O que eu deveria
fazer?"
"O que você pode fazer? Aceite o emprego e finja que ele não está
lá”, diz Jamie. "Esta é uma oportunidade muito boa para você recusar."

"Ela está certa", diz Presley. "Só não caia em tentação novamente."

"Engraçado, vindo de você."

"Bem, eu não sou um exemplo a ser seguido", diz ela. “Mas, falando
sério, esta é uma situação diferente. Este trabalho pode abrir tantas
portas para você. Não tenho dúvidas de que você estará criando um
conceito incrível e estará recebendo crédito até o final do ano.”

"Você está certa. Quero dizer, não é como se eu fosse contar a Devon
ou algo assim.” Eu mordo meu lábio. “Você acha que ele vai contar a
ele? E se ele contar? Meu irmão vai pirar.”

"Eu duvido que ele vá dizer a ele."

"Foi uma única vez."

“Você está pensando demais nisso. Aposto que ele já até superou.”

"Sim, eu duvido que ele tenha perdido muito tempo nisso, de


qualquer forma", eu digo. "Aparentemente ele está divorciado, então eu
duvido que tenha pensado muito em mim." Meu telefone começa a apitar
com uma chamada diferente. "Eu tenho que ir. É Dev.”

"Boa sorte."
"Amo vocês."

"Eu amo vocês." Transfiro a ligação. "Oi, Dev."

"Ei", ele diz, "eu estava no treino mais cedo, então não pude ligar.
Como foi essa manhã?”

"Foi bem, eu acho. Quer dizer, eu não sei o que vou fazer, mas
aparentemente há muitas posições para qual eu me qualifico. Então eles
só precisam escolher uma. ”

"Sim, Bennett estava me dizendo que ele está procurando por um


assistente."

"Não posso." Digo rapidamente. “Quer dizer, isso seria... Tenho


certeza que me qualifico para outras coisas.”

"Sim, provavelmente." Ele suspira. “Eu sinto sua falta, Morgie.


Quando você vem me visitar?"

"Ninguém lhe mandou aceitar um emprego com o inimigo", eu digo.

Ele ri. "Vamos lá, venha a um jogo. Talvez você se torne um fã. Nora
já é".

“Nora é sua fã, não desse time. Nenhuma chance no inferno de eu


me tornar uma, mas vou a um jogo embora.” Sorrio para o telefone.
"Quando começa a temporada?"
"O primeiro jogo em casa é daqui a duas semanas."

“Ok, estarei lá então.”

“Perfeito, direi a Nora.”

"Sr. Cruz me convidou para ir a casa deles neste final de semana,


para um churrasco.”

“Isso vai ser divertido. Você deveria ir."

"Você pode vir também?" Eu prendo a respiração, porque sei que é


improvável. Tenho certeza de que ele e Nora já têm planos.

"Sim, por que não? Nora estará na Flórida visitando seus pais de
qualquer maneira. Posso ficar em sua casa?”

"Sempre." Eu rio. "Tecnicamente, é a sua casa, Dev."

Meu irmão comprou este apartamento com seu primeiro cheque da


NFL. Houve muitos cheques e muitas compras depois deste, mas sei que
ele sempre considerará esse apartamento de dois quartos como sua
primeira casa. Eu me mudei no ano passado, quando o apartamento que
eu estava alugando com uma colega de quarto chegou ao fim do contrato,
e meu irmão basicamente me fez mudar para esse, já que ele estava vazio
e precisava de alguém para cuidar de qualquer maneira.

“É nossa casa, Morg. Vejo você neste fim de semana.”


E com isso, desligamos e me sinto muito mais confortável com a
ideia de ir a um churrasco que Bennett sem dúvida estará presente.
"Nós estamos saindo."

Eu olho para cima do meu computador e para o meu irmão, de pé


na porta do meu quarto. "Eu estou bem."

“Não, você não está bem. Nós vamos sair.”

“Hum. Não, eu não vou”. Dou uma olhada para o copo de vinho ao
meu lado e para o computador no meu quarto. "Vai você."

Ele entra no meu quarto e senta na beira da cama com seu peso
afundando metade. "Nora vai me matar se sair sozinho e quero sair."

Eu fechei meu laptop com um suspiro. “Por que você está tão
agitado? Por que você não pode simplesmente ficar em casa?”

"Porque eu não posso." Ele encolhe os ombros. "Quero dizer, eu


posso, mas é tudo que eu faço nos dias de hoje, casa, casa, casa."

"Ok." Eu balanço minhas pernas para fora da cama e fico em pé, me


alongando. "Onde você quer ir? Presley abriu sua cervejaria.”
“Não, podemos ir lá no domingo. Vamos para este novo bar que eles
abriram aqui perto.”

Eu franzo a testa. "Não há um bar no quarteirão."

"Sim, há."

"Como se chama?"

"Não tem nome."

"O bar não tem nome?"

"Não. Não tem nome, é o nome. É um prédio todo preto... você nunca
viu?”

"Oh." Levanto a sobrancelha. Reparei nisso, passo por lá o tempo


todo, mas literalmente não tem nome. "Ok, olhe. Não é longe, posso
ir. Tem um terraço?”

“Sim, na verdade tem. Você vai se sentir em casa.”

"Sim, porque há tantos terraços em Las Vegas." Reviro os olhos.

A menção de Vegas instantaneamente muda seu humor. Ele se


levanta e sai correndo. "Você pode estar pronta em uma hora?"

"Sim."
Eu cresci segurando a mão do meu irmão, e é exatamente como
entramos no bar Sem Nome. Há algo de reconfortante nisso. Uma parte
de mim acredita que ele tenha me arruinado, por ser uma figura
masculina tão boa na minha vida. Ele não é muito mais velho do que eu,
mas ele é velho o suficiente para ter esse efeito em mim, especialmente
quando nosso próprio pai era tão indiferente antes de finalmente sair de
nossas vidas para sempre. Devon assumiu o papel de pai muito
rapidamente, de me ensinar a amarrar meus tênis, até me levar para
comprar absorventes quando iniciei minha menstruação. Pensando
nisso, assumiu um papel parental completo. Ele merece seriamente todas
as coisas boas em sua vida.

Quando entramos as pessoas viram a cabeça, algumas dizem seu


nome, outras somente olham para ele, depois para mim e depois para
ele. Eu aperto sua mão com mais força. Não sei como Nora aguenta esse
escrutínio o tempo todo. Não consigo me imaginar tendo que lidar com
todas as mulheres que olham para mim, como se soubessem que elas
seriam mais adequadas para o meu parceiro.

Somos levados para o segundo andar, para uma seção isolada onde
há três caras rindo. Quando eles vêem Dev, eles saem de seus
assentos. Ele solta minha mão para combinar com suas saudações
excessivamente animadas. Depois de uma rodada de gritos e pulos, ele
se vira para mim.

"Esta é minha irmã, Morgan."

Os três se revezam dando abraços, até o terceiro, Jermaine, me dá


um enorme abraço de urso e me levantar do chão até que eu esteja
rindo. Quando ele me coloca no chão, meu irmão arranca sua mão da
minha cintura.

"Irmãzinha", Devon acrescenta com um grunhido. "Todos vocês são


péssimas companhias, por isso não tenham nenhuma ideia."

Todos riem, enquanto reviro meus olhos, mas sorrio quando eu


tomo o assento ao lado do meu irmão no enorme sofá. Devon pega duas
garrafas de champanhe e me serve um copo e eu escuto enquanto eles
falam sobre futebol - dois deles jogam com Dev, e um deles, Jermaine,
joga para o time local daqui. Eles estão no meio da conversa, quando Dev
de repente se levanta e começa a pular como uma criança novamente.

"Eu pensei que você não iria aparecer, filho da puta!"

Eu olho para cima e vejo Bennett se aproximar de nós com uma


garota a reboque. Todos os caras fazem um enorme barulho sobre ele
estar lá.

"Onde está Nora?" Ele pergunta quando tira o casaco, antes de se


virar para a mulher que esta com ele. "Esta é Stacy."
"Prazer em conhecê-la", diz Dev. Eu tomo um gole maior de
champanhe. "Você conhece minha irmã, Morgan, certo?"

"Nós nos conhecemos." Meu sorriso é fraco, mas educado quando


eu aceno, evitando completamente seus olhos, me viro para seu encontro
e sorrio. "Oi, Stacy."

"Oi" Ela sorri de volta. “Que bom que você está aqui, não percebi
que estava indo para a noite dos garotos.”

Eu sorrio enquanto bebo, imaginando se Bennett geralmente vê meu


irmão quando ele está na cidade. Como nunca nos encontramos antes de
hoje à noite? Bem, exceto por aquela vez quando... Afasto esse
pensamento rapidamente. Meu estômago está inquieto o suficiente sem
o lembrete adicional da nossa noite. Se houver alguma chance de sair
daqui sem perder a cabeça, preciso manter-me de cabeça baixa e meus
pensamentos sob controle. Não faz nada para acalmar meus nervos
quando Bennett decide preencher o lugar vazio ao lado do
meu. Felizmente, todos nós entramos em uma conversa fácil sobre
treinadores de futebol e mudanças no elenco de jogadores.

"Você deveria dizer ao seu chefe para contratar meu irmão", eu digo,
sorrindo para Jermaine. "Assim podemos fazer isso o tempo todo."

"Ou eu posso te convidar para sair e podemos fazer isso sem ele."
Ele pisca para mim.

"Ei, eu não estou me opondo." Sorrio para ele.


"Eu estou contrapondo", Dev diz em voz alta. "Todo homem sentado
ao redor desta mesa pode manter as mãos para si ou perder um membro."

Meu olhar instantaneamente encontra o de Bennett. Ele está


tomando sua bebida com indiferença, sorrindo como o gato que comeu o
canário. Sou grata pelas luzes fracas, porque sei que meu rosto está
vermelho agora.

"Vá lá, Dev. Você vai me dizer que alguém que se parece com ela não
tem encontros?"

"Maine, eu te amo como um irmão, mas não vá lá," Dev diz seu tom
final. "Além disso, você não conseguiria lidar com ela mesmo que
tentasse."

Jermaine ri. Eu suspiro, drenando o resto da minha bebida antes


de me inclinar para sussurrar no ouvido de meu irmão. "Vou ao
banheiro."

"Quer que eu..."

"Não, preciso de uma pausa de sua super proteção." Eu atiro-lhe


um olhar.

Ele ri. "Você vai ao lá de baixo?"

“Sim, preciso usar o banheiro. Volto daqui a pouco.” Bagunço seus


cabelos e caminho em direção às escadas.
Lá embaixo, me sinto livre. Eles têm um DJ tocando música e um
bar completo. Eu ando até a borda e me inclino contra ele,
esperando para chamar a atenção do barman. Quando sou atendida,
peço um Old Fashioned.

"Faça dois."

Meu olhar se fecha ao som da voz ao meu lado. "O quê você está
fazendo aqui?"

"Pegando uma bebida", diz ele. "O que parece que eu estou fazendo?"

"Seguindo-me."

Ele ri. "Você é muito convencida."

"Eu sou?" Eu me viro para encará-lo de frente e desta vez eu me


forço a manter meus olhos naquele intenso olhar âmbar dele. "Temos
uma garçonete pessoal lá em cima."

"Mas ainda estamos aqui."

“Olha eu entendi. Isso é embaraçoso e estranho, e você acha que eu


vou escorregar e dizer algo para Devon, mas você está errado. Nós
tivemos apenas uma noite. Tenho certeza de que você não pensou muito
em mim, desde então. Quer dizer, você era casado, divorciado,
obviamente está com alguém, e isso é ótimo, estou feliz por
você. Meu ponto é, você não precisa se preocupar comigo dizendo nada.”
Nossas bebidas chegam. Ele paga por ambas e olho para ele. "Você não
tem que fazer isso."

Ele dá de ombros. "Eu quero."

"Bem, obrigada." Pego minha bebida e me afasto do bar, mais perto


do corredor. Quando olho para cima, posso ver a área em que estávamos
sentados no andar de cima. Eu vejo os sofás, seus pés, mas não muito
mais. Bennett se aproxima de mim. "Stacy está no banheiro ou algo
assim?"

"Não."

"Então, por que você está aqui?" Meus olhos se arregalam. “Você
não deveria estar no andar de cima? Eu já lhe disse que não vou
mencionar nada.”

"Eu sei." Ele toma seu Old Fashioned e me observa. Então bebe
novamente. "Eu não estou realmente preocupado que você conte a ele."

"Então, por que você está aqui?" É a milionésima vez que eu


pergunto e estou no ponto em que estou exasperada, mas ele está
totalmente matando minha vibração e a razão pela qual eu desci em
primeiro lugar.

"Por que você está aqui?"

Eu pisco. "Porque, como você pode ver, eu tenho um irmão


superprotetor e prefiro ficar por aqui mesmo."
"Você está tentando conhecer alguém?"

"Sim e não."

"Ok. Agora estou intrigado.”

"Eu gosto de conversar com as pessoas, especialmente pessoas


solteiras que procuram pessoas para um encontro."

"Jogando de Cupido." Ele esconde seu sorriso atrás de seu copo


enquanto toma um gole de sua bebida.

"Não exatamente. Quer dizer, eu não estou juntando as pessoas no


clube, se é isso que você está se referindo.”

Ele ri. “Porque isso seria ridículo. As pessoas vêm aqui para se
divertir, ficarem bêbadas, dançar e talvez sair com alguém com quem se
conectam em um nível animalesco. Você quer transformar essa
experiência em um romance estúpido".

“Antes de tudo, essa não é uma avaliação justa de porque as pessoas


saem para dançar. Em segundo lugar, encontrar o amor não é afetuoso
e nem a maioria dos romances é. Você deveria fazer sua pesquisa antes
de fazer esse tipo de declaração.”

"Certo. Vou esperar por uma lista de romances que eu deveria ler,
ou você vai me emprestar seus livros para que eu possa ver tudo o que
você destacou?”
"Eu não me lembro de você ser tão desagradável quando nos
conhecemos."

"Mas você se lembra de gritar meu nome até amanhecer." Seu


sorriso é lento e expansivo. De fato, tudo sobre este homem diz problemas
com um P maiúsculo. Eu nunca realmente entendi essa afirmação até
este momento.

"Você provavelmente deveria ir andando. Não gostaria que Jermaine


se atirasse na sua garota.” Levanto o meu Old Fashioned. "Obrigada pela
bebida."

"Ele pode tê-la." Aproxima-se até que nossos braços estão se


tocando e nossas costas estão contra, a parede debaixo da escada que
nós dois deveríamos subir agora. "Eu fico entediado facilmente."

"É por isso que você se divorciou?"

"Não." Ele se afasta.

"Hm." Eu tomo outro gole. "Você tem filhos?"

"Não."

"Hm." Outro gole. "Você quer ter filhos?"

"Você está me perguntando se eu quero praticar com você?" Ele


levanta uma sobrancelha.
"Você está pedindo para ter suas bolas arrancadas por seu melhor
amigo?"

Bennett ri jogando a cabeça para trás e apoiando-a contra a parede


atrás de nós. Quando a risada desaparece, ele diz: "Não consigo parar de
pensar em você".

Sua admissão faz meu coração vibrar, ignoro isso. Além de Bennett
ser o melhor amigo de meu irmão, trabalharemos no mesmo prédio.
Então esse sentimento borbulhando dentro de mim, precisa ser apagado
o mais rápido possível.

"Você me viu duas vezes desde a nossa noite de um ano atrás." Olho
para ele. “Caso contrário, tenho certeza de que você não estaria pensando
em mim.”

"Sinto muito por ter ido embora."

"Nós concordamos que seria apenas uma noite."

"Você não pensou em mim depois daquela noite?" Ele se endireita


um pouco e toma outro gole. Seus olhos estão tão próximos, sua boca
está tão perto, seu peito, seus braços. Eu poderia mentir para ele, mas
decidi não fazer.

"Eu penso em você o tempo todo, na verdade." Sorvo minha bebida,


não tirando meus olhos dos dele. “Gozo pensando em você quase todas
as noites. Até batizei meu vibrador de Ben.”
"Foda-se." Ele morde o lábio inferior cheio e geme quando se
aproxima mais, sua respiração sopra em meu rosto e ele fecha a distância
entre nós. "Eu quero tanto beijar você agora."

"Mas você não vai?"

Ele balança a cabeça e nossos narizes se beijam, estilo


esquimó. “Dev é meu melhor amigo. Ele não aprovaria.”

"Concordo." Inclino mais perto dele, e seus lábios a milímetros dos


meus. Meu coração está batendo contra o meu peito e contra o
dele. “Seria uma péssima ideia."

"Terrível."

"Uma vez que você comece a trabalhar na segunda-feira, isso nunca


mais poderá acontecer", ele sussurra. "Nunca."

"Nada de beijos furtivos?"

"Mais nada."

"Por quê?"

"Porque eu prometi ao meu pai que ficaria longe de você."

"Ok."

"Ok."
Nossos lábios se tocam. Sua boca é macia, o beijo leve e
quente. Quando ele enfia a língua na minha boca nós dois gememos, uma
vibração contra o meu peito que ressoa através de mim até atingir meus
joelhos. Eu levanto a mão e aperto seu bíceps forte, segurando minha
bebida com a minha outra mão. Ele desce a mão e agarra minha cintura
com força, até o ponto da dor, arrasta para baixo e de volta para minha
bunda, apertando e puxando para seu corpo até que uma de suas pernas
esteja presa entre as minhas. O vestido curto que estou usando levanta
um pouco e, de repente, posso sentir a fricção de sua calça jeans contra
a minha calcinha. Ele se move com a batida da música e, mesmo que eu
já não tivesse transado com ele, saberia apenas por essa exibição como
ele seria bom de cama. O pensamento vem com uma onda de calor
enquanto continuamos a nos beijar. Nós dois buscamos por ar ao mesmo
tempo, meus olhos nebulosos, carentes, quando olho para ele. O olhar
dele combina com o meu.

"Você deveria ir", eu digo finalmente, lembrando que ele trouxe um


encontro. O pensamento me enche de horror. É uma namorada? Não
pode ser, se ele está aqui comigo a maior parte do tempo. "Alguém está
esperando por você no andar de cima."

“Isso te incomoda?”, pergunta. "Que eu estou aqui com outra


mulher?"

"Não." Eu franzo a testa. "Ela é sua namorada?"

Ele sacode a cabeça.


"Mas você está indo para casa com ela." Eu lambo meus lábios. "Ela
será a única que estará sussurrando seu nome hoje à noite."

Ele leva a mão ao meu pescoço e me puxa para outro beijo - forte,
rápido, inflexível. "Eu gostaria que pudesse ser você."

Com isso, ele sai.


Eu nunca deveria ter concordado em ir a um churrasco na casa dos
pais de Bennett. Graças a Deus meu irmão está aqui. Caso contrário, eu
teria que inventar uma desculpa para não vir. Seus pais são adoráveis e
acolhedores, mas a presença de Bennett está me deixando nervosa. É o
jeito como ele olha para mim, com aquele olhar cheio de promessas sujas
que me leva de volta à primeira noite e à outra noite, quando ele me beijou
debaixo de uma escada. Meu coração bate um pouco mais rápido, um
pouco mais forte com o pensamento de seus lábios nos meus, sua língua
deslizando dentro da minha boca. Eu pisco para longe de seus lábios e
sorrio para sua mãe enquanto ela nos conta sobre o cruzeiro no Alasca,
que ela e seu marido fizeram durante o verão.

"O gelo estava todo derretido", diz Sr. Cruz.

"Definitivamente não era o que esperávamos", acrescenta Sra.


Cruz. “Mas ainda assim foi uma boa viagem.”

"Vocês dois estavam bêbados o tempo todo", diz Bennett com uma
risada. "Toda vez que falava comigo, você dizia palavrões."

"O álcool era bom", diz seu pai, encolhendo os ombros.


"E o gelo derreteu...", acrescenta à senhora Cruz, oferecendo uma
explicação. “Nós não podíamos nem andar de trenó com os cachorros.”

"Como está sua mãe?", Pergunta Sr. Cruz, olhando para Dev.

Sinto-me enrijecer, mas consigo manter um sorriso no rosto. Não


tenho certeza do quanto meu irmão contou a essas pessoas sobre nossos
pais ou sobre a vida em família. Uma parte de mim gostaria que ele não
tivesse dito nada a eles. É embaraçoso o suficiente ter vivido isso e deixar
os estranhos sentirem pena, mesmo que seja bem intencionado.

"Ela está indo muito bem", diz Dev, sorrindo com seu sorriso
despreocupado.

Ele olha para mim e nós firmamos esse olhar familiar, fazendo
aquilo que apenas irmãos e melhores amigos podem fazer com os olhos,
e eu sei que ele não contou muito sobre qualquer coisa, então relaxo. Ter
uma viciada em drogas como mãe é bastante difícil sem o escrutínio
externo. É algo que eu não falo com ninguém, em parte, porque tenho
vergonha, mas também porque meus amigos não entenderiam. Eles
nasceram com colheres de prata em suas mãos e, embora tenha
enfrentado suas próprias dificuldades, nenhum deles veio na forma de
uma mãe que prefere se drogar a levar sua filha ao balé.

“Então,” Sr. Cruz diz, “Morgan, eu espero que você não se importe
de eu fazer isso, mas Paul é um bom amigo e eu acabei encontrando ele
outro dia, então eu perguntei a ele sobre você. Ele disse que você
desenvolveu o site da Global Trust e criou o seu novo design.”
Eu me sinto corar. "Sim, eu fiz."

Devon coloca a mão no meu joelho. “Morgie não gosta de falar sobre
suas realizações duramente conquistadas. Ela também reformulou uma
tonelada de sites das equipes da NFL.”

"Isso não está no seu currículo", diz Bennett, franzindo a testa.

“Foi um trabalho pro-bono que eu fiz no ano passado, para ganhar


experiência.” Digo dando de ombros. "Eu tive que abrir espaço para
outras coisas no meu currículo."

"Ela também trabalha em uma tonelada de grandes


empreendimentos", acrescenta Dev, sorrindo com orgulho. "Um dia
desses vai chegar a um projeto que vai explodir nossas mentes."

"Qual é o seu objetivo?", pergunta a Sra. Cruz, voltando com um


estojo segurando uma garrafa de vinho e copos. Ela abre e serve um
pouco para nós.

"Eu quero mudar o objetivo do namoro online." Sorrio para ela,


enquanto ela me entrega um copo e toma um gole. "Eu sinto que há muito
potencial lá."

"O que você faria a mais do que já tem?"

"Algumas coisas. Para começar, eu não gosto que pareçamos estar


negligenciando a importância da intimidade e, a obsessão com a
aparência e os encontros. ”
"Como você faria isso, então?" Devon pergunta. "Sem imagens?"

“Bem, quero dizer, eu tenho alguns conceitos. Alguns não são fotos
no começo, então você teria que se comunicar com alguém por três
semanas antes de mandar uma foto. ”

"Como você pode ter certeza de que eles não estão trocando fotos
por fora?" Bennett pergunta. A curiosidade em sua voz faz uma pequena
emoção correr por mim.

"Bem, eu não posso." Dou de ombros. “Mas acho que, se o fizerem,


é problema deles. Estou apenas tentando ajudá-los a encontrar uma
conexão mais significativa”.

"Diga a eles sobre o aplicativo no local de trabalho", diz Dev, “Morg,


isso é o que eles fazem para viver. Eles não vão julgar você.”

"Ele está certo", acrescenta a Sra. Cruz. "Além disso, você foi a
convidada mais interessante que tivemos em mais de um ano." Ela dá a
Bennett um olhar significativo.

"Ok". Eu respiro fundo enquanto reúno meus


pensamentos. “Oitenta por cento das pessoas solteiras que entrevistei,
dizem que não encontraram o amor pessoalmente ou em um aplicativo
de namoro porque não têm tempo e, quando finalmente ganham tempo,
as pessoas com quem se relacionam não estão interessadas nas mesmas
coisas que elas.” Faço uma pausa, certificando-me de que não perdi
nada. Suas expressões interessadas me mantêm conversando. “Então a
ideia, é criar este aplicativo onde os solteiros de cada empresa têm a
chance de conhecer uns aos outros com base em interesses, sem fotos,
sem nomes, sem departamentos. Nos locais de trabalho que não possuem
uma política de não confraternização, obviamente”.

"Então, basicamente, o que o Facebook era para os estudantes


universitários antes que a mãe de todos começasse a se inscrever", diz
Bennett, sorrindo para a testa franzida da mãe.

"Mais ou menos."

"Eu gosto disso", diz Sr. Cruz, balançando a cabeça lentamente,


como se estivesse pensando um pouco. "Você já criou este aplicativo?"

"Sim, quero dizer, não esta finalizado, mas está em


desenvolvimento."

“É um conceito bem simples”, diz Bennett, abrindo os lábios. Eu


tento tanto não olhar para ele e falho, mas olhar em seus olhos é muito
pior, então eu acabo desviando.

"Por que você não se reporta ao escritório de Bennett amanhã de


manhã, Morgan?", Diz Sr. Cruz. “Eu vou falar com ele sobre algumas
coisas quando você sair daqui hoje à noite. Tenho certeza que ele adoraria
ouvir mais sobre seus conceitos.”

Eu aceno devagar, incrédula. Pessoas como Bennett e seu pai, têm


o poder de alavancar ou quebrar minha carreira. Eles têm o poder de
transformar meus conceitos abstratos em empresas globalmente
estabelecidas.
Eu realmente planejo me reportar ao escritório de Bennett o mais
rápido possível, mas primeiro eu paro na sala de descanso para preparar
uma xícara de café que eu não consegui tomar esta manhã, porque eu
estava ocupada levando meu irmão para o aeroporto. A porta se abre
quando eu estou de pé ao lado do balcão esperando que o café fique
pronto, e um cara alto usando um boné de beisebol dos Mets e uma
camiseta preta simples entra. Ele pausa quando me vê.

"Você é a garota nova."

"Sim, sou eu." Soltei uma risada enquanto estendo minha mão para
cumprimentá-lo. "Morgan".

"Wesley." Ele acena de volta para a porta. "Estou no


desenvolvimento."

"Ah legal. Estou... na verdade, não tenho certeza de onde eles estão
me colocando. Estou me encontrando com Bennett hoje de manhã para
decidirmos sobre isso. No entanto, é na mídia social ou marketing, então
acho que estaremos trabalhando próximos.”
"Está muito bem vestida para o nosso departamento." Ele me olha
de cima a baixo. "Não que você não esteja ótima, mas nós somos mais
jeans rasgados e pessoas do tipo Converse."

"E bonés do Mets." Eu olho para o boné na cabeça dele.

"E bonés dos Mets". Ele sorri.

"Quer um pouco de café?" Eu me sirvo uma caneca.

"Sem café para mim. Eu sou um cara que gosta de chá."

"Mets e chá. Entendi".

"Você não é uma garota Yankees, é isso? Por isso que você está me
chateando sobre o meu boné?".

Eu rio. "Não, eu cresci em Vegas. Não há beisebol para mim."

"Apenas prostitutas e jogos de azar." Sua risada fácil me faz sorrir.

"Você me entendeu perfeitamente". Eu pisco e olho para ele.

A porta se abre e fecha. Nós dois olhamos para cima para ver
Bennett entrando. Nossos olhos se travam instantaneamente, e eu juro
que meu coração entra em um frenesi. Wesley parece ótimo de jeans
e camiseta, mas Bennett em um terno azul está em outro nível de calor.
"Wesley", Bennett diz como forma de saudação, tirando o olhar do
meu por um segundo antes de olhar para mim novamente. "Vejo que você
já conheceu Morgan."

"Nós estávamos apenas começando a nos conhecer." Wesley


encontra meus olhos. Não posso deixar de sorrir. Ele tem olhos gentis
que me fazem sentir confortável, ao contrário do olhar escuro e explosivo
de Bennett.

"Temos uma reunião em quatro minutos, senhorita Tucker", diz


Bennett.

As sobrancelhas de Wesley disparam com seu tom. “Acho que vou


te ver à tarde? Eu faço meu intervalo para o almoço às doze e quinze. Vou
até o bar lá embaixo para comer um hambúrguer, se você quiser se juntar
a mim.”

"Certo. Eu vou..."

"Com licença, por favor," Bennett interrompe, caminhando na


minha direção. "Alguns de nós realmente precisam trabalhar hoje".

Eu me afasto da cafeteira e aceno para Wesley, rindo do jeito como


ele revira os olhos atrás das costas de Bennett. Quando a porta se fecha
de novo, eu respiro fundo e olho para Bennett.

"Você não é muito gentil com seus funcionários."


"Eles são meus empregados, não tenho que ser simpático, só tenho
que ser justo. E não estou aqui para fazer amigos."

"Hm". Eu observo como ele serve seu café. "É bom saber".

"O que é bom saber?" Seus olhos se movem para os meus.

"Que nós não vamos ser amigos." Eu saio da sala de descanso, indo
para a recepção do escritório de Bennett. Ele segue logo depois,
caminhando direto para a porta dele e segurando-a aberta para mim.

"Você vem, Cupido?"

A maneira como ele diz isso faz meu corpo inteiro queimar, mas eu
o ignoro quando entro em seu escritório e me sento em frente à cadeira
que ele vai sentar. Eu tomo um gole do meu café enquanto o vejo tirar o
paletó e pendurá-lo na prateleira atrás dele. Ele levanta as mangas até
que grande parte de seus antebraços dourados estejam expostos, e me
concentro no modo como seus músculos se flexionam com o
movimento. Agito a cabeça rapidamente e olho para longe, não posso ficar
aqui fantasiando sobre um cara que é tecnicamente meu chefe. Não
importa se já estivemos juntos. Ele se senta à minha frente e toma um
gole de café, suspirando enquanto o coloca na mesa.

"Então, meu pai quer dar a você a oportunidade de experimentar o


aplicativo de local de trabalho aqui na empresa." Ele diz isso como se não
fosse nada de especial. Leva-me um momento para me libertar do meu
choque antes de ter uma reação, porque a sério, o quê?
"O quê?"

"Devon tem falado sobre você e suas ideias há anos, e eu acho que
você ganhou meu pai durante o jantar na outra noite", diz ele. "Ele
acredita nisso."

"Você não acredita." Eu estudo seu rosto. Deus, ele é lindo, como
uma bela obra de arte que aqueles caras antigos de Roma costumavam
fazer.

"Não é um segredo que eu não acredito em amor ou em desperdiçar


meu tempo com esses tipos de aplicativos."

"Entendi. Não é para todos”. Eu lambo meus lábios. "Ele realmente


quer que eu experimente o aplicativo aqui?"

"Acho que sim." Bennett acena com a cabeça. "Você está em algum
aplicativo de namoro?"

"Não."

Ele ri. "Sério?"

"Eu acho que os que estão no ar agora são legais e tudo, mas eu
quero encontrar alguém que goste de mim como sou e não pelo tamanho
da minha bunda."

Seus lábios se levantam em um sorriso lento, mas ele não diz


nada. Não precisa. No entanto, meu rosto fica em chamas.
"Então, não há política de confraternização aqui?"

"Não." Seu olhar aquece o meu.

"Bom saber."

"Isso não muda nada entre nós."

"Quem disse que estou perguntando por sua causa?"

"Bem colocado". A boca dele treme. "Eu posso te dar acesso ao banco
de dados para que você possa escolher os solteiros e perguntar se eles
querem participar."

"Tudo bem.” Respiro fundo. "É nisso que você quer que eu trabalhe?
Como... como atribuição?"

"Não." Ele solta uma risada baixa. Até isso parece sexy pra
caralho. Ugh! “Você vai ser minha assistente nas próximas semanas, terá
tempo suficiente para colocar seu aplicativo em funcionamento para que
possamos coletar dados e explorar o mundo dos aplicativos de
encontros. Papai está realmente interessado nisso e gostou do seu
conceito. Eu não tenho um assistente agora, e para ser honesto, eu sou
um pouco obcecado por controle quando se trata de minhas coisas. Não
vou precisar de muito, mas vou precisar de algumas coisas, como
agendamento e reuniões, porque eu odeio fazer isso. ”

"Ok. Eu nunca auxiliei ninguém, então você pode ter que ser um
pouco paciente comigo”.
Ele acena com a mão ao meu lado como se não se importasse. "Você
terá acesso aos meus e-mails pessoais e comerciais, aos quais você
responderá em meu nome todas as manhãs."

"Parece bastante simples".

Ele me observa. Eu o observo sem saber se devo ou não me levantar


e sair. Finalmente, depois de alguns instantes de desconforto, pigarreio
e pergunto: “Devo sair agora?”

"Isso seria útil", diz ele. “Eu tenho que fazer uma ligação em dois
minutos. Bem-vinda a SEVEN, senhorita Tucker. Estou ansioso para
trabalhar com você."

Com isso, ele me dispensa.


Estou passando pelo banco de dados quando Wesley aparece na
frente da minha mesa. Meu olhar voa sobre o horário no meu
computador. Meio dia e dez.

"Você é pontual", eu digo.

“Eu levo muito a sério minha comida." Ele sorri. "Está pronta?"

O telefone da minha mesa toca e me desculpo com Wesley, enquanto


eu atendo a ligação. "Escritório de Bennett Cruz."

"Eu vejo que ele tem um novo sabor do mês", diz uma mulher.

"Desculpe?"

“Ele ficou entediado com sua assistente anterior ou ela se cansou


dele tratando-a como se fosse a segunda colocada?” A mulher não espera
que eu responda antes de acrescentar: “Novidade, você sempre será o
segundo lugar para ele. Então sugiro que você não tente ocupar meu
lugar.”

"Com quem estou falando?"


"Com a Sra. Cruz, e fará bem em se lembrar disso.”

“Hum...”

Ela termina a ligação antes que eu possa dizer algo. Coloco o


receptor de volta no lugar e olho para Wesley, com olhos arregalados.

"Essa conversa foi muito estranha."

"Conte-me sobre isso no caminho para o almoço." Ele dá um tapinha


no estômago duas vezes.

"Sim. Claro.” Respondo, tentando descobrir por que ela ligaria para
me dizer essas coisas, sendo Bennett divorciado. Por que sua ex-esposa
notaria sua nova assistente? Estou me abaixando para pegar minha
bolsa quando a porta de Bennett se abre atrás de mim.

"Indo a algum lugar?"

"Almoço." Digo com o coração acelerado. Ele me olha como se


soubesse que estou escondendo alguma coisa. Não estou. Vou contar a
ele sobre a ligação assim que eu voltar.

"Hm." Ele olha entre mim e Wesley. "Você pode me pegar um


sanduíche enquanto estiver fora?"

"Claro. Qual?" Pego meu telefone para anotar.


"Vou mandar uma mensagem para você", ele diz, indo até mim e
pegando o telefone da minha mão. Ele digita alguma coisa lá e pega o
celular do bolso. Ele me entrega, segurando meu olhar. "Obrigado."

"Claro."

"Então, pelo que ouvi dizer, a ex-mulher dele é louca", diz Wesley
enquanto estamos embrulhando os papeis dos sanduíches que acabamos
de comer. “Ela vai continuar ligando, assim, a melhor coisa a fazer é
ignorá-la.”

"Eu só... como ela sabia que ele tinha uma nova assistente?”

Wesley encolhe os ombros. Meu celular vibra pela segunda vez com
um texto de Bennett, e mais uma vez, lamento ter dado meu número a
ele.

Bennett: Você está voltando?

Eu: Ainda não.

Bennett:...

Eu: Você é legalmente obrigado a me dar uma hora de almoço.


Eu sorrio quando vejo a bolha de digitação aparecer e desaparecer,
revelando que ele apagou qualquer resposta que ele iria enviar.

"Você está pronta?" Wesley pergunta, se levantando.

"Sim pronta". Eu pego a sacola contendo o almoço de Bennett e


deixo Wesley me guiar para fora da loja de sanduíches.

No caminho de volta, falamos um pouco mais sobre


desenvolvimento de software, que é o primeiro amor de Wesley. Ele me
conta sobre os videogames que ele está trabalhando e na possibilidade
da SEVEN comprá-lo se decidirem que será popular no mercado de
hoje. Falamos um pouco mais sobre o software que eles compraram no
passado e o que eles conseguiram fazer com eles. Não estou totalmente
convencida de que gostaria de entregar meus aplicativos de namoro a
eles, mas gosto de conhecer minhas opções. Wesley me leva de volta à
minha mesa, ainda falando animadamente sobre seu software. "Você tem
que dar uma olhada", diz ele. "Pode ajudar com a questão das coisas do
aplicativo no local de trabalho."

"Talvez. Eu só me preocupo em estar envolvida no negócio das


aplicações, mesmo que seja tudo anônimo. Não quero que as pessoas
pensem que estou tentando jogar contra o Cupido." Fico desapontada
quando digo as palavras, pensando em Bennett.

"Acho que você deve ficar bem. Alguém definitivamente precisa ter
certeza de que está funcionando corretamente. Você vai se inscrever para
ter certeza de que está funcionando?".
"Eu faria, mas e se eu acabar sendo correspondida por alguém?"

"Há piores coisas do que encontrar o amor." Wesley encolhe os


ombros, em seguida, sorri. "Vamos. Você não pode ser a garota tentando
deixar todo mundo feliz e se colocar em segundo lugar. Vai acabar
sozinha”.

Quero dizer a ele que, no final, todos acabamos sozinhos, mas isso
não seria legal - não combinaria com a personalidade divertida,
despreocupada e obcecada por amor que trabalhei tanto para criar. Ele
parte com um pequeno aceno e a promessa de que almoçaremos juntos
novamente amanhã, e eu vou para a porta de Bennett, batendo duas
vezes antes de abrí-la. Ele olha por cima de sua mesa e me faz um sinal
enquanto fala com alguém no telefone. Fecho a porta silenciosamente
atrás de mim e ando em volta da sua mesa, arrumando sua comida e
colocando-a sobre a mesa - sanduíche no meio, batatas fritas à esquerda,
garrafa de água à direita. Quando termino, retorno ao meu posto.

O resto do meu dia é gasto trabalhando no aplicativo e no site, e


eu me esqueço da ligação que recebi esta tarde.
"Oi, nora." Eu sorrio ao som de sua voz.

"Morgan, eu ia chamar você no Face Time depois da aula de yoga


hoje", ela responde. "Como você está? Como vai o trabalho? Bennett é um
idiota ou ele está te tratando bem?”

"Ele está bem." Eu rio. "Ele não é um idiota."

"Bom. Você gosta do que está fazendo aí?”

Passo os próximos cinco minutos contando a ela sobre o aplicativo


e como meu colega acha que eu deveria me inscrever para ter certeza de
que tudo estará funcionando corretamente.

"Isso parece confuso", diz ela. "Espere, seu irmão acabou de entrar.
Deixe-me colocar você no viva voz."

"Ei, Morgie."

“Ei, Dev. Eu estava contando a Nora sobre o aplicativo.”

"Eu ouvi. Você vai se inscrever e se deixar combinar?"


"Quero dizer... você sabe como eu me sinto sobre isso, mas eu
preciso ter certeza de que ele está funcionando sem problemas em todas
as contas. Se isto funcionar bem, a SEVEN pode dar-me uma
oportunidade enorme."

"Foda-se. O que você tem a perder?"

"E se você conhecer o amor da sua vida?" Nora acrescenta.

"Eu não sei...".

“Ela está certa, Morg. Você pode encontrar um cara muito legal.”

“Eu não sei se existem grandes caras. Além de você, é claro” -


acrescento rapidamente.

Eles riem. “De qualquer forma, eu queria estar no Face Time para
ver a sua reação, e já que estamos todos no telefone agora, acho que este
é o momento certo para lhe dizer isso... "

Nora levanta a mão, mostrando-me um enorme anel na mão


esquerda. "Nós vamos nos casar!"

"Oh, meu Deus." Eu grito. "Já estava na hora!"

Dev ri. "Também acho."

“Estou tão animada, pessoal! Parabéns. Você sabe quando vai se


casar? Grande casamento, pequeno? Conte-me tudo!"
"Estamos pensando pequeno e íntimo", diz Nora. "E eu quero que
você seja minha dama de honra".

"Oh, meu Deus." Eu digo já chorando. "Claro que eu vou!"

“Não conte a Bennett ainda,” Dev avisa. "Eu quero ligar para ele
mais tarde para pedir a ele para ser meu padrinho."

"Ok". Meu estômago dá um pequeno pulo. “De qualquer forma, eu


tenho que deixar vocês irem. Eu tenho que trabalhar, mas
sim! Parabéns! Amo vocês dois."

"Falo com você em breve."

Eu corro para Wesley no saguão e saímos juntos, falando sobre o


aplicativo por todo o caminho, enquanto ele me leva até minha mesa.

“Então, basicamente, eu só preciso fazer bonito e está feito. Eu já


enviei por e-mail todos os solteiros no banco de dados e enviei um link
de inscrição caso eles queiram participar.”

"Eu já me inscrevi." Ele me olha nos olhos. "Não seria legal se nos
emparelharmos e nós acabarmos combinando?"

Sorrio. "Seria interessante. Quero dizer, isso significaria que temos


muito em comum.”

"Eu acho que nós temos uma chance."


A porta de Bennett se abre. Ele franze a testa quando ele me vê ali
com Wesley. “Você deveria estar no meu escritório, Tucker. O que você
está fofocando no início da manhã?”

“Estava apenas dizendo a ela que entrei em seu aplicativo. Eu meio


que espero que isso combine a gente”. Wesley pisca para mim enquanto
se afasta. Eu coro e olho para longe, ocupando-me em tirar as coisas da
minha bolsa.

“Eu estarei em seu escritório em dez minutos. Vou pegar café para
nós”. Não me incomodo em olhar pra cima.

Sei que ele ainda está parado ali olhando para mim, porque eu sinto
seus olhos, mas não posso suportar confirmar isso. O que ele deve estar
pensando? Acabei de começar este trabalho e já estou flertando com um
cara, ou ele está flertando comigo, que seja. Não seria tão estranho se
não tivéssemos essa coisa entre nós. Vou até a sala de descanso e faço
uma jarra fresca de café. A porta se abre e fecha, e eu olho pra cima e
vejo Bennett entrar.

"Eu te disse que eu iria pegar o seu café." Eu franzo a testa.

"Eu não disse a você como eu gosto."

"Oh"

Ele caminha e fica ao meu lado. É impossível não sentir seu


cheiro. Ele levanta um braço e pega duas canecas na prateleira de cima
do armário. Eu paro de respirar. Ele não está me tocando. Ele não está
fazendo nada inapropriado. É apenas um homem pegando canecas de
café. Um homem de boa aparência. Um homem muito bonito, que tem
um pau muito legal e sabe como usá-lo. Não que eu esteja
pensando sobre isso ou alguma coisa. Ele traz as canecas para baixo e
as coloca no balcão, depois clica no botão de desligar da cafeteira e bate
na mão que estou usando para segura-la.

"Eu acho que está pronto", ele murmura, com sua voz perto do meu
ouvido.

Eu fecho meus olhos. “Wesley quer que eu participe do aplicativo.”

"Sim?"

"Sim."

"Você está esperando que o aplicativo combine vocês juntos?"

"Você se incomodaria se isso acontecesse?" Meus olhos se


abrem. Ele está muito perto de mim.

"Não." Seu olhar flui dos meus para os meus lábios e de volta para
cima.

"Está bem então."

"Eu tomo meu café preto." Ele se afasta do balcão e caminha


em direção à porta.
Em seu escritório, eu me sento em frente a ele com o laptop virado
para mim. Estamos passando por seus e-mails comerciais primeiro. Ele
os lê em sua mesa e me diz rapidamente o que responder e a quem, de
acordo com a programação que fiz ontem. Então passa seu e-mail pessoal
e me diz o que anotar no cronograma de acordo com isso.

“Eu tenho que ir a Vegas para uma conferência em algumas


semanas. E quero que você venha."

Meu olhar voa nele. "Para Vegas?"

"Isso é um problema?" Ele tira os olhos do monitor e olha para mim.

"Não."

"Você e Devon realmente não gostam de voltar para lá, não é?"

"Não realmente." Eu olho para o laptop na minha frente.

"Seus pais ainda estão lá?"

"Minha mãe está."

"E o seu pai?"

"Eu... ele não está em nossas vidas,” eu digo finalmente, e parece


que um peso é tirado dos meus ombros.

“Oh. Eu não sabia disso.”


Ele me olha intrigado, mas deixa passar. Não sei o que meu irmão
disse a ele, mas com base na maneira como ele formulou essa pergunta
e na maneira como seus pais falaram na outra noite, só posso presumir
que não foi muito. Essa é definitivamente uma conversa que eu prefiro
não ter.

“De qualquer forma, Wesley está me ajudando com a codificação do


aplicativo. Deverá estar funcionando em alguns dias”, eu digo. "Eu já me
encontrei com seu pai e mostrei a ele como funciona e tudo mais".

"Wesley parece estar muito interessado nisso." Seu olhar se desloca


do computador para mim.

“Ele é um desenvolvedor e é divertido."

“Um desenvolvedor que está morrendo de vontade de entrar em


ação, está esperando que você se junte a essa coisa estúpida como
usuário e que ele os emparelhe.”. Seu olhar nunca sai do meu, mas eu
afasto o olhar.

“Podemos muito bem nos emparelhar se eu entrar, o que não


vou. Nós temos muito em comum.” Olho para ele, não por causa de outra
coisa, senão o fato de que ele o chamou de estúpido.

"Você já se perguntou o quanto temos em comum?"

"Não." Olho para longe. "Fomos... obviamente compatíveis na cama,


mas isso não significa nada. ”
"É mesmo?"

"Sou compatível com muitas pessoas dessa forma."

Seu olhar aquece. "Então o seu objetivo é encontrar o amor?"

Mordo minha língua. Essa pergunta me faz sentir desleal. Depois de


alguns segundos debatendo se devo ou não responder, limpo a garganta.

“Eu gosto da ideia de ajudar outras pessoas a encontrarem o amor,


mas não estou realmente procurando para mim mesma. Quero dizer, eu
apenas... tive muito azar nesse departamento. ”

"Entendo." Ele balança a cabeça. "Mas você não quer encontrar sua
alma gêmea?"

"Não queremos todos?" Sorrio, essa é uma conversa ridícula. "Por


enquanto, estou perfeitamente satisfeita em interpretar o Cupido."

"Então você não está entrando no aplicativo?"

“Só para ter certeza de que tudo corra bem. É uma grande
oportunidade você estar me deixando testá-lo em uma escala menor”. Eu
não digo nada que possa significar que funcione, e eles acabam amando
e comprando de mim.

"Meu pai está lhe dando essa oportunidade", corrige ele. “Não sou
contra, mas quero deixar claro que também não estou torcendo por
isso. Temos ideias de aplicativos suficientes para serem processadas de
forma anônima. Todo mundo quer que a SEVEN os apoie.”

“Por um bom motivo. Qualquer um que seja alguém no mundo da


tecnologia sabe que a SEVEN pode fazer você ou quebrar você.”

"Foi por isso que você escolheu vir trabalhar aqui em vez de ficar
onde estava estagiando?" Eu posso dizer que ele está lutando com um
sorriso. "Eu não sabia que você amava tanto essa companhia."

“Acho incrível onde você e seu pai conseguiram ir com isso, não
conheço outra história como a sua. Não é realmente uma surpresa que
os tabloides estejam sempre à procura de uma entrevista. Você vem de
uma família de imigrantes que realizaram o sonho americano. Isso não é
para ser levado levianamente".

Eu não sou uma fã, mas a SEVEN é de longe a mais impressionante


e superior empresa de tecnologia do momento. É ainda mais incrível que
Bennett não tenha herdado isso. Pelo que entendi, ele não era rico antes
disso. Seus pais não eram pobres como Devon e eu éramos enquanto
crescíamos, mas eles não tinham o tipo de riqueza que eles dizem ter
agora. Seu pai era engenheiro de uma grande empresa de computadores
e, quando Bennett chegou a ele com sua visão para o futuro, enquanto
ainda estava na faculdade jogando futebol com meu irmão, eles a
lançaram. Eu nunca tinha ouvido falar de nada parecido antes. Ele
terminou a universidade, formou-se no topo da sua turma, foi para a pós-
graduação, embora não precisasse, porque até o final do primeiro ano, a
SEVEN já valia milhões.

"Obrigado por isso." Ele sorri, as linhas ao redor de seus olhos


enrugando. “Vai ser um pouco mais difícil expressar minha próxima
apreensão, no entanto.” Sorri. “Aplicativos de namoro não são algo pelo
qual que eu quero que essa empresa seja conhecida. Os aplicativos de
namoro ficam confusos. Passamos um ano inteiro limpando nosso nome,
depois que um aplicativo deu errado com a informação que vazou e o mau
funcionamento do software. Não é em você que eu não acredito, ou no
seu conceito, é no amor em geral. É muito confuso para os negócios.”

“Entendo o que você quer dizer. Pode ser confuso. O amor pode ser
brutal e machucar, mas também é impossível viver sem amor,
amadurecer sem ele. Você não acha?”

“Se estamos falando de um pai ou mãe, sim. Um companheiro?” Ele


encolhe os ombros. “Quero dizer, nós fomos feitos para foder,
obviamente, para procriar, mas eu não tenho certeza se absolutamente
precisamos amar uma pessoa pelo resto de nossas vidas”.

Eu ainda estou presa na parte “fomos feitos para foder”, e por causa
disso, sinto meu pescoço começando a esquentar. Em um esforço para
lutar contra isso, eu lambo meus lábios, e afasto meu olhar do dele e me
concentro no meu laptop. Não posso falar sobre isso com Bennett
Cruz. Ele olha para mim e eu fico quente, mas insinuações de seus lábios
me levam ao ponto de ebulição.
Mudo de assunto e dou a ele acesso ao aplicativo do local de
trabalho e explico a ele como a codificação está configurada, mas a
maneira como ele está olhando para mim enquanto falo, não faz nada
para controlar meu batimento cardíaco.
Uma semana depois.

Fiquei olhando O meu telefone durante dois minutos, à espera que


chegasse às nove horas. É quando o aplicativo entrará no ar e irá
emparelhar as trinta e sete pessoas que se inscreveram. Eu rolo para
baixo para atualizar. Trinta e oito pessoas. Interessante. Pelo menos será
um número par. Eu estava um pouco preocupada com a possibilidade de
alguém ficar de fora. Às nove horas, meu telefone toca com a mensagem
que coloquei: Bem-vindo ao Meet Meat SEVEN. É um nome tolo, mas foi
à única coisa que consegui inventar neste momento. A mensagem que se
segue lê: Parabéns! Vocês foram emparelhados!

Percorro as advertências e regras gerais que conheço de cor até


chegar ao chat principal. Quando todos se inscreveram, foram-lhes feitas
dez perguntas. Dependendo de como você respondeu às perguntas, o
aplicativo emparelhou você com quem ele acha que você é mais
compatível. Somos todos anônimos, exceto pelo nosso nome de tela, e até
isso é genérico e fornecido pelo aplicativo. O meu é um Robin. Meu par é
uma coruja. Isso me faz franzir a sobrancelha. Eu não acho que esse
pássaro combine comigo. Vou ter que ajustar isso quando as
três semanas terminarem. No futuro, eu também poderia fazer as
pessoas usarem seus primeiros nomes, ou talvez um apelido, ou apenas
um nome que eles gostem. Anotei isso, notando que é o primeiro
problema a ser corrigido.

Coruja: Bom dia!

Meu estômago vibra porque oh, meu Deus, um aplicativo que eu


criei inteiramente eu mesma está em andamento. Esse sentimento
nunca envelhece. Além disso, a fonte Calibri que eu usei parece ser
boa. Também, puta merda, a coisa estúpida que correspondia comigo,
mesmo eu estando offline não deveria. Outra falha que eu definitivamente
preciso consertar, mas oh vamos lá, agora que estou aqui, eu decido rolar
com isso de qualquer maneira.

Eu: Oi.

Coruja: Então, como se fala sobre as coisas sem realmente falar


sobre as coisas?

Eu: LOL, podemos falar sobre qualquer coisa. Nós simplesmente não
podemos compartilhar fotos e locais e coisas assim.

Coruja: Podemos falar ao telefone?

Eu: Sério? É o primeiro dia. Não.

Coruja: Quero dizer em geral

Eu: Não.
Coruja: Depois de três semanas?

Eu: Se nós concordarmos que somos compatíveis.

Coruja: Pode sexo por telefone?

Eu: Lembrete: é o primeiro dia.

Coruja: Eu só estou tentando descobrir quais são as regras.

Eu: Havia uma seção de regras inteira antes de você chegar a este
bate-papo.

Coruja: Pulei a introdução.

Como diabos eu acabei com alguém que pula a parte de regras do


aplicativo? Suspiro, jogando meu telefone na minha cama enquanto me
levanto e caminho até a cozinha. Tenho três requisitos para hoje: café
forte, um banho quente e um bom livro. Além disso, eu não estou fazendo
nada, exceto pedir comida quando ficar com fome mais tarde.

Coruja: Eu me pergunto quem criou os apelidos para nomes


de tela. Um pouco estúpido.

Eu olho para a tela do telefone, resistindo à vontade de responder


com Você é um pouco chato! Sério, primeiro dia e já sinto que a sequência
de compatibilidade deve ter perdido uma nota em algum lugar antes de
nos juntar. Isso não importa. Não posso responder nada remotamente
assim, porque se eu fizer, ele tem uma maior chance de descobrir quem
eu sou e que iria derrotar o propósito de toda essa coisa. Ele não envia
mais mensagens pelo resto do dia, e eu não sei o que enviar, então
também não enviei nada. Por mais que eu goste da ideia de as pessoas
encontrarem o amor com a tecnologia, não tenho certeza se estou aberta
a isso, o que me faz sentir um pouco mal com a pessoa que está comigo.

Estou me arrumando para dormir quando meu telefone toca e vejo


o nome de Bennett na tela. Meu coração salta quando eu respondo.

"Oi."

"Hey." Ele limpa a garganta. “A conferência em Las Vegas começa


na quarta-feira, e não na sexta-feira como eu planejara. Tudo bem?"

“Hum. Sim. Quero dizer, se você precisar de mim, eu estarei lá.”

"Perfeito. Eu odeio perguntar isso a você já que é um fim de semana,


mas os vôos estão esgotando rapidamente...”

"Você quer que eu reserve a nossa viagem?"

"Sim."

Eu paro. “Você não gostaria de fazer isso sozinho? Porque você sabe
o que gosta, assentos, hotéis. Ou você vai me dizer?”

"Eu posso falar ao telefone com você enquanto faz isso."


Meus olhos percorrem minha sala de estar. Obviamente, estou
sozinha, mas ele nem confirmou isso. Eu poderia facilmente estar saindo,
talvez um encontro ou com amigos, até mesmo estar acompanhada. Essa
constatação me irrita. "Como você sabe que não estou ocupada?"

"Você está?"

"Não, mas como você sabia que eu não estava?"

"Eu não sei. Você atendeu o telefone. Se eu estou ocupado, ignoro a


ligação.”

"Oh." Eu balanço a cabeça, puxando meu laptop sobre o meu


colo. “Então, treinador. Primeira classe? Quantos ingressos? Quando
voltamos?”

“Vamos de terça a noite a domingo. Isso é possível pra você?”

Olho para a tela. Isso é quase uma semana inteira. Não é como se
eu estivesse tirando férias de uma semana. Isso faz parte do meu
trabalho atual, mas ainda assim, seis dias em Vegas? O pensamento faz
minha pele arrepiar. Eu odeio Vegas. Odeio o cheiro, odeio a Strip, odeio
as lembranças que tenho de lá, odeio tudo que deixei para trás.

"Morgan?"

“Uh, sim, tudo bem. Terça a domingo” repito.


"Primeira classe. Dois bilhetes”, diz ele. “Dois quartos no Aria. É lá
que estará ocorrendo a conferência. Podemos muito bem ficar lá.”

Concordo, clicando na tela e reservando as passagens.

"Tenho certeza que você terá algum tempo livre para visitar sua
família enquanto estiver lá", diz ele. Eu aceno de novo, desta vez um
pouco mais rápido. Com meus nervos a mil por hora.

"Certo."

"Se você precisa tirar o dia de folga amanhã, você pode. Eu sei que
coloquei isso em você no último minuto."

Eu dou de ombros. "Está bem."

"Apenas pegue o dia."

"Ok". Ele realmente não tem que me dizer duas vezes. Eu só não
queria me aproveitar. “Eu vou enviar isso para você agora. Até terça-feira,
então.”

"Vejo você terça-feira." E desliga.

Encaminho os e- mails e exalo, deitando no sofá. Eu posso fazer


isso. Eu posso fazer isso.
Eu acabo chegando ao escritório a tarde na segunda-feira de
qualquer maneira, porque há algumas coisas que eu quero ajustar e eu
só posso fazer isso do meu computador daqui. Enquanto estou na minha
mesa, meu telefone toca. Eu respondo, não prestando muita atenção ao
identificador de chamadas. Bennett não está hoje, então eu vou apenas
anotar a mensagem.

"Você ainda está aí."

É a mulher novamente. "Você precisa de algo?"

“Só queria que você soubesse que estou de olho em você. Se você
dormir com ele como sua assistente anterior, sua carreira terminará
antes mesmo de começar.”

"Desculpe-me, minha senhora." Surpresa com seu tom e suas


palavras, tentando não deixá-los chegar até mim. Ele dormiu com sua
última assistente? Isso é algo que ele faz normalmente? Por alguma
razão, não é um pensamento bem-vindo. "Eu nunca iria dormir com meu
chefe, então posso garantir que nenhuma de nós tem nada com o que se
preocupar".
"Isso é o que todas dizem." Ela zomba. “O Google, Amanda
Matters. Raquel Velazquez. Fionna Erickson.”

"Por que..." Eu começo, mas ela desliga o telefone antes que eu


possa terminar a minha pergunta.

Jesus, ela é mesmo maluca. Eu reviro meus olhos e ignoro a


ligação. Wesley disse que era exatamente o que a última assistente
tolerava, e a mulher conseguiu a expulsar do emprego, então eu não vou
me preocupar. Estou aqui para trabalhar, não para brincar. Estou aqui
para realizar meus sonhos, sem me preocupar com a roupa suja de
Bennett. Ainda assim, levanto-me e caminho até a mesa de Wesley e
reconto a conversa. Ele solta um assobio baixo, pousando o boné do Mets
na mesa e passando a mão por seu cabelo loiro.

"Aquela vadia....."

"Penso da mesma forma." Eu me inclino contra sua mesa. “Eu não


contei a Bennett sobre as ligações. Será que devo?"

"Honestamente?" Wesley faz uma careta, encolhendo os ombros. “Se


ela está realmente incomodando você, diga a ele. Caso contrário, ignore
a bruxa malvada e deixe passar. Ela vai se cansar de ligar e você estará
sendo transferida para este departamento em breve, então quem se
importa? Deixe a próxima garota lidar com ela”.

"Você está certo." Eu aceno. “Você acha que é verdade? Que ele
dormiu com a última garota?”
"Eu acho que não há como saber", diz ele. “Mas se eu tivesse que
apostar meu dinheiro nisso, eu diria que ele não dormiu. Tenho certeza
de que você notou que ele não é muito aberto a relações de trabalho,
apesar de não haver nada contra isso no livro de regras.”

"Sim. Eu definitivamente notei”. Distraidamente retiro fiapos


invisíveis das minhas calças.

"Então, você está saindo para Vegas em breve."

"Estou."

"Eu gosto do aplicativo, a propósito."

"Oh." Eu sorrio abertamente. "Você foi emparelhado."

"Estou esperando que eu tenha correspondido com uma pessoa em


particular." Ele pisca. "Os nomes dos pássaros são um pouco
engraçados, mas que seja."

Oh meu Deus. Nós nos encaramos por um momento, depois dois. A


curiosidade não vai conseguir o melhor de mim. Não vai. Então, me
afasto da sua mesa, ajeito o cabelo e me afasto.

"Vejo você na próxima semana."

"Até logo." Eu ouço sua cadeira virar quando estou indo embora e
sei que ele está olhando para minha bunda.
O pensamento me faz sorrir. Wesley é uma pessoa completamente
diferente de Bennett, mas ele é atraente de uma maneira
diferente. Bennett é mais homem de negócios e Wes é o idiota da
tecnologia que não perdeu sua vibe de surfista. Ele é sexy e eu
definitivamente não ficaria brava se fôssemos emparelhados.
Coruja: Conte-me um segredo. Algo que ninguém saiba sobre você.

Eu: Eu já fui noiva.

Há algo no anonimato que dá às pessoas um senso de


bravura. Talvez seja uma falsa bravata, algo do qual vou me arrepender
uma vez que essas três semanas acabarem e esse estranho me conheça
melhor do que eu mesma, mas no momento, está tudo bem. Decidi ontem
à noite que iria jogar a cautela ao vento e me abrir da maneira que eu
espero que todos que usam meu aplicativo façam. É uma hipocrisia pedir
que façam isso sem experimentar também.

Coruja: Uau. O que aconteceu?

Eu: Acabou, o que foi bom, porque nós teríamos terminado anulando
logo após a data do nosso casamento. Estilo Britney.

Coruja: Teria sido um casamento bêbado em Vegas?

Eu: Provavelmente o noivado foi LOL.


Eu sorrio. O noivado foi muito bêbado, muito estúpido,
principalmente porque nós éramos adolescentes curiosos, que queriam
saber como tudo parecia. Queríamos cada experiência ao nosso alcance
e nós a aceitamos. Nós conversamos sobre casamento como se fosse
apenas uma coisa em nossas listas de verificação e não algo para ser
levado a sério, e talvez esse fosse o ponto crucial de nossos problemas.
Talvez nunca nos tenhamos levado suficientemente a sério.

Coruja: Você se arrependeu de aceitar?

Eu: Eu não me arrependi até mais tarde.

Coruja: Você devolveu o anel?

Eu: Joguei na cara dele. Só lamento por não ter fugido na hora do
‘aceito’. Eu meio que queria essa experiência.

Coruja: Mesmo sabendo que não teria dado certo?

Eu: Você nunca fez coisas estúpidas em sua vida?

Coruja: Cerca de um milhão de vezes. Casar em Vegas nunca


passou pela minha cabeça.

Eu: Talvez você devesse.

Coruja: Eu acho que vou deixar isso fora da minha lista de desejos.

Eu: Conte-me um segredo.


Coruja: Eu traí uma das minhas ex-namoradas.

Eu olho para o telefone. Isso para mim é inaceitável. Tipo,


completamente inadmissível. Isso não é para toda a vida, Morgan. Esse é
um aplicativo experimental e divertido. Pare de julgar. Mas eu não posso.
Eu não posso não julgar sobre isso. Com uma respiração profunda, eu
ligo para minha melhor amiga, Presley.

“Ei, pequena. Tudo bem?"

"Ei. Nada novo. O que está rolando? Como está a cervejaria?”

"Tudo indo. Nathaniel está a caminho para checar o Wi-Fi, porque


eu tentei de tudo e não consigo arrumar.”

Eu ri. “Ainda bem que você tem um especialista à sua disposição.”

"Cale a boca." Ela ri. "O que está acontecendo? Esta é a semana que
você sai para Vegas, certo?”

"Sim. Amanhã, na verdade.”

“Oh, nossa. Quanto tempo você ficará lá?"

"De terça a domingo."

“Oh. Uau. Com Bennett?”

"Sim."
“Hm.” Ela não comenta mais, mas eu posso ouvir seus
pensamentos claros como se ela estivesse gritando comigo. "Você ficará
bem? Quero dizer, obviamente não estarão dividindo um quarto ou algo
assim, mas será capaz de lidar com ele todos os dias em uma cidade onde
ninguém te conhece?”

"Eu não estou entendendo".

"As pessoas tendem a ficarem mais próximas quando viajam."

"Certo. Não. Não vai acontecer. Ele me trata como uma irmãzinha
ou algo parecido."

“De alguma forma, duvido disso. Ele te beijou.”

“Antes de começar a trabalhar oficialmente com ele. Ele está em seu


melhor comportamento desde então.”

“Chato. Então, o que há com o aplicativo? Como foi o lançamento?”

“Tem algumas falhas que eu peguei, mas nada relevante. Ainda."

"Ele te emparelhou com alguém que parece compatível?"

“Não realmente, mas estou tirando o melhor proveito disso, ou eu


estava, até que ele me dizer que traiu sua ex.”

"Ai, inaceitável", diz ela.

"Totalmente, certo?”
Ela fica quieta por alguns segundos. “Diga-lhe que esse tipo de
comportamento é inaceitável para você. Veja como ele reage a isso.”

"Ok. Vou fazer isso."

Nós desligamos com a promessa de nos vermos após minha viagem


e continuo fazendo as malas. Coruja enviou algumas mensagens
perguntando porque eu desapareci completamente.

Eu: Traição = incabível.

Depois disso, somente o silêncio.


A manhã chega rapidamente e logo me vejo sentada em um pequeno
cubículo na primeira classe ao lado de Bennett, não que possamos nos
ver. Essa é provavelmente minha parte favorita sobre isso, se estou sendo
honesta. Quando aterrissamos em Vegas, a primeira coisa que faço é
desligar meu telefone do modo avião e mandar mensagens para meu
irmão, Presley e Jamie, avisando que eu desembarquei bem. Eu coloquei
todos eles em um texto de grupo para tornar mais fácil, e eu sei que Devon
vai ter a minha cabeça por isso, mas eu não tenho tempo para enviar
mensagens de texto para várias pessoas com a mesma frase. Também
verifico o aplicativo para ativar as notificações.

Coruja: Como é seu chefe? Eu sei que não devemos falar sobre
trabalho, mas eu tenho alguns chefes, então eu acho que não tem problema
falar sobre isso.

Eu: Eu tenho dois e ambos são bons.

Coruja: Bom é melhor do que idiota.

Eu ri. Concordo.
Bennett ergue os olhos do celular e encontra meu olhar. "O quê?"

“Estava rindo de uma coisa...” Eu balanço minha cabeça e decido


não terminar minha frase. Se eu disser que estou no aplicativo, ele vai
tirar sarro de mim durante toda a viagem. "Nada."

"Você ouviu o que eles disseram sobre nossas malas?" Ele pergunta
quando saímos do avião. "Meu celular está agindo como se ainda
estivesse no modo avião."

“Nós vamos descobrir isso, não precisamos ir a lugar algum esta


noite, não é mesmo?”

"Não." Ele olha para o relógio. “Nós poderíamos ir jantar. Ou a um


show? Quantos desses shows você viu?”

"Não muitos, realmente não saía na Strip além das vezes em que
estava trabalhando.”

"Onde você trabalhou?" Ele está olhando para a tela listando


diferentes reivindicações de crédito. Eu estou olhando para ele, porque
eu tento tanto não olhar quando ele está prestando atenção em mim que
eu recorro a olhares furtivos.

"Uns dois cassinos."

Seus olhos saltam para mim. "Quantos anos você tinha?"


"Idade suficiente." Eu dou de ombros. A idade não significa
muito nesta cidade. Em certos círculos, ser jovem torna você mais
desejável.

"Seu irmão sabia sobre esses empregos?"

"Não." Meus olhos se arregalam. "E eu apreciaria se mantivéssemos


assim."

Seus olhos me avaliam momentaneamente, como se ele estivesse me


avaliando, ou examinando quantos segredos se escondem dentro de
mim. Não é algo que eu estou acostumada ou aprecie. Então eu olho para
longe, olhando a tela acima de nós.

NÓS entramos no hotel e subimos no elevador, caminhando aos


nossos quartos em silêncio. Ele ainda está andando ao meu lado quando
eu alcanço o meu. Eu me viro para olhá-lo e percebo que nossos quartos
são ao lado um do outro.

"Jantar?", pergunta ele.

"Certo."
Entramos em nossos quartos, as portas fechando-se fortemente
atrás de nós e noto que há uma porta adjacente que nos separa. Uma
que eu não pretendo abrir em nenhuma circunstância, começo a desfazer
minha mala. Se eu não desfizer a mala no momento em que entro no
quarto de hotel, me sinto inquieta o restante da estadia e isso é um
sentimento que não posso arriscar, não agora, não com Bennett, e não
nesta viagem. Eu tiro um dos meus vestidos pretos e penduro no armário,
colocando um par de sapatos pretos que Devon e Nora me deram no meu
aniversário do ano passado. Tiro uma foto e mando para o chat do grupo.

Eu: Isso parece uma roupa de encontro?

Devon: Com quem é o encontro? Você não está em Vegas para uma
conferência de trabalho?

Eu:  Não estou indo a um encontro, é por isso que eu estou


perguntando, se não eu usaria.

Jamie: Eu gosto deste! Passaria por um traje de negócios chique.

Presley: Eu gosto!

Eu: Obrigada!

O minuto que eu bati enviar recebo um telefonema do meu irmão.

"Sério?" Eu digo. "Isso é sobre o encontro?"


"Não." Ele faz uma pausa com um suspiro pesado. "Você vai ligar
para a mamãe?"

"Não." Eu caio no chão ao lado da minha cama. "Você quer que eu


veja como ela está?"

"Eu não sei."

"Isso significa que você quer que eu faça."

"Não é verdade. Isso significa que eu não sei. Não sei o que faria se
estivesse aí.”

"Você provavelmente ligaria, e então ela ligaria de volta a cada cinco


segundos até você visitá-la com um monte de dinheiro."

Ele fica quieto. Eu também. Nós dois sabemos que estou certa.

"Eu vou deixar você saber se eu falar com ela", eu digo depois de um
momento.

"Fique bem."

"Sempre."

Eu desligo o telefone e jogo na cama. Eu amo meu irmão e sou muito


grata por tudo que ele fez por mim quando eu era criança, mas depois
que ele saiu para a faculdade minha vida foi virada de cabeça pra
baixo. Nenhuma quantidade de conselhos ou telefonemas para me
checar poderia ter me ajudado durante esse tempo. Não é culpa
dele. Nada do que aconteceu foi, mas isso não muda o fato de que
aconteceu e ele nem sabe a metade disso. Meu telefone vibra. Eu levanto
minha cabeça e verifico.

Coruja: Então, traindo minha ex foi inaceitável para você?

Eu: Eu odeio mentirosos, trapaceiros, etc., então sim, eu acho que é.

Coruja: Mesmo se eu tivesse minhas razões?

Eu: Dizemos a nós mesmos tudo o que precisamos para tornar nossos
erros aceitáveis. Isso não torna nossas ações menos erradas.

Coruja: Ai!

Eu: É a verdade.

Coruja: Eu entendo. Amigos?

Eu: Claro. Amigos :-)

O esforço que coloco nessa roupa, cabelo e maquiagem, vale a pena


quando os olhos de Bennett percorrem meu corpo, absorvendo tudo. Sei
que não deveria sentir essa sensação dentro de mim, mas não posso
evitar. Eu não consigo parar de ter essa sensação quando estou próxima
dele, e isso é muito mais do que eu posso dizer sobre qualquer outra
pessoa que namorei nesses últimos anos. Ele está usando uma camisa
social azul, jeans escuros, sapatos que combinam com o cinto e um blazer
azul. Parece o maldito sonho molhado de toda garota, com os cabelos
escuros para trás, aquela sombra em sua pele dourada e aqueles olhos
castanhos que aparentemente brilham quando ele está olhando para
mim. Eu suspiro, balançando a cabeça.

"Eu sei", diz ele.

"Sabe o quê? Que você está bonito?”

"Que não devemos pensar no que estamos pensando um do outro."

Eu lambo meus lábios, olhando para os meus sapatos. "Eu não


estou pensando em nada, além do óbvio, você está gostoso, mas já sabe
disso."

Ele avança até que seus sapatos encostem-se aos meus. "Não
significa que eu não goste de ouvir isso de uma mulher bonita."

Eu olho para cima, com o coração pulsando nos meus ouvidos. "Eu
trabalho para você agora."

"É por isso que esta semana vai ser o teste final", diz ele. "Mesmo se
eu não soubesse como é bom estar dentro de você, seria o teste final."
Eu não consigo falar. Ou pensar. Mas de alguma forma, consigo
afastar todos os pensamentos que passam pela minha cabeça e me viro
para os elevadores, com Bennett em meus calcanhares. Definitivamente
este será o teste final.
Coruja: Qual é a sua cor favorita?

Eu: Vermelho cereja. Você?

Coruja: Preto.

Eu: LOL

Coruja: Filme favorito?

Eu: A Ilha do Medo. Você?

Coruja: Seven.

Eu: Acho que estamos muito bem emparelhados, hein, novo amigo?

Coruja: Acho que sim.

Eu: Comida favorita?

Coruja: Indiana. Você?

Eu: Eu também!
Coruja: Maior arrependimento.

Eu: Não posso falar.

Coruja: Retornaremos a essa.

Eu: Duvido. Eu não conseguiria dizer em voz alta.

Coruja: Eu estou pedindo para você digitar.

Eu: Pode ser pior digitar do que dizer em voz alta, então eu vou ter o
erro olhando de volta para mim.

Coruja: Ele já está olhando para você todos os dias. Pode muito bem
jogar isso no universo e se perdoar.

Eu: Hoje não.

Coruja: Muito bem. O meu é a traição.

Eu: Você está apenas dizendo isso porque sabe que eu não aceito
traição, e quer saltar sobre o obstáculo da zona de amigos?

Coruja: Não. Estou falando sério.

Coruja: Mas está funcionando? O salto fora da zona de amigos?

Eu: Não. Boa tentativa, no entanto ;-).

"Você está sorrindo novamente."


A voz de Bennett ao meu lado me assusta. "Jesus."

"Apenas Bennett."

Eu rolo meus olhos. "Pare de se esgueirar por cima de mim."

"Eu não estou me esgueirando, de jeito nenhum. Estou pegando


minha comida." Ele atira um olhar aguçado no prato dele. Estamos na
fila de um buffet. "Você está atrasando a fila olhando para seu telefone
com um sorriso pateta no rosto. Você arranjou um namorado?"

"Não exatamente."

"Oh, Deus." Ele estende a mão para a colher de salada e serve a si


mesmo. "Você não está no aplicativo, está?"

"Eu tenho que manter um olho nele." Tento esconder, de repente,


envergonhada pela coisa toda.

“Sim, para manutenção. Eu não achei que você realmente se


inscreveria por amor.”

"Eu não me inscrevi por amor." Eu digo servindo minha própria


salada. “Eu me juntei à pesquisa, e já encontrei cinco falhas.”

“Hmm. É uma coisa boa que você está testando, então.”

"Sim". Eu olho pra longe de sua mão.

"Você ainda está sorrindo."


"Eu não tenho permissão para sorrir?"

"Você tem." Ele olha para mim, com um pequeno sorriso se


formando em seus lábios. Não é um sorriso carrancudo ou sedutor, mas
um sorriso suave que faz as planícies do seu rosto parecer suaves em vez
de intensas. É um sorriso que faz meu coração saltar em meu peito. "É
fofo."

"Meu sorriso?"

"Tudo isso. Você diz que não quer encontrar o amor, mas acho que
é bastante óbvio que sim, Cupido.”

"Hm." Eu ando até uma mesa vazia. Ele se senta à minha frente, eu
olho para cima e encontro o olhar dele enquanto ponho o guardanapo no
meu colo. “Você sabe, se eu tivesse que te chamar de algo, eu te chamaria
de Problema. Isso é o que você é. Problema com um P maiúsculo.”

Ele sorri. "São as covinhas?"

"Sim."

"O sorriso perfeito? Os músculos protuberantes?" Seus olhos


brilham com cada descrição de si mesmo. Cada descrição precisa faz
minha pulsação saltar duas vezes. “O bronzeado natural? O pacote de
seis?”

Eu reviro meus olhos, rindo. “Você é tão exibido. Não é de admirar


que você e Dev se entendam tão bem.”
Seu sorriso cai com a menção do meu irmão, ele limpa a garganta e
começa a cortar seu bife quieto enquanto nós dois aproveitamos nossas
refeições. Quando ele olha para cima, seus olhos são diferentes, um
pouco mais escuros e reservados. "Então, você está namorando alguém
nesse aplicativo?"

“Não namorando. Apenas conversando."

"Você acha que é Wesley?"

"Eu acho que Wesley gostaria que fosse ele." Eu rio. "Honestamente
não sei muito sobre ele, então pode muito bem ser." Meu sorriso vacila
quando eu olho para cima do meu prato e vejo sua carranca. "O quê?"

"Nada. Eu não achei que isso me incomodaria tanto assim”.

"Eu e Wesley?"

"Você e qualquer um." Seu olhar se fecha com o meu. "Você e


qualquer um que não seja eu."

"Você disse...”

"Eu sei, e eu quis dizer isso. Foi o que eu pensei. Não é uma boa
ideia. Com política de confraternização ou não, não seria justo eu ir atrás
de você sendo seu superior. Definitivamente, não seria correto com seu
irmão. Você diz que sou um problema com um P maiúsculo, mas não
sabe nem a metade.
Ele é problema. Mas mesmo assim, eu o quero.
O primeiro dia da conferência é um sucesso. Bennett e eu fomos a
alguns painéis juntos e depois nos separamos o resto do dia,
concordando em nos encontrar hoje à noite durante o jantar. Estou
voltando para os elevadores quando o vejo sorrindo para algo que uma
mulher na frente dele está dizendo. Ela tem uma mão em seu braço,
olhando para ele como se ele fosse um Deus, e eu sou instantaneamente
inundada pelo ciúme. Ele é um bajulador, como meu irmão. Faz jogos
mentais, e eu não gosto de nenhuma dessas coisas. Então por que
esse homem em particular não sai da minha cabeça? Depois de todo o
fiasco com Justin, eu fui atrás de garotos tranquilos, normais. Aqueles
que não pensam em te trair. Aqueles que realmente não questionam o
que estou fazendo ou dizendo. Os invisíveis, que não têm mulheres
penduradas em cima deles o tempo todo. Bennett não é isso. Ele é
ousado, lindo, rico, inteligente e definitivamente não é invisível. Os dois
entram juntos no elevador, e são as únicas pessoas lá dentro agora. Eu
luto contra o desejo de correr e pegá-lo para que eles tenham uma
audiência. Em vez disso, espero e vejo os números passando por cima da
porta e parando no nosso andar. Ugh.
Apanho o próximo e mantenho a cabeça baixa enquanto caminho,
verificando o meu aplicativo novamente. Há uma notificação que perdi há
uma hora.

Coruja: Você esta quieta hoje.

Eu: Trabalhando.

Sem resposta. Além disso, não há sinal de Bennett ou da mulher


com quem ele estava conversando lá embaixo. Eu entro no meu quarto e
faço uma pausa quando ouço vozes no quarto ao lado do meu.
Definitivamente dele. Provavelmente dela. Meu estômago se aperta. Eu
não deveria querer ouvir, mas eu pressiono meu ouvido na porta mesmo
assim. Eu não consigo entender a conversa deles, mas posso ouvir que
eles estão tendo uma. É melhor isso do que barulhos de sexo, certo?

Eu: Eu acho que tenho uma queda pelo meu chefe.

Talvez eu não devesse dizer isso a esse estranho. Em três semanas


ele saberá quem eu sou, e se for Wesley, de quem eu gosto, não terá
chance com ele. Mas também preciso dizer isso para alguém que não seja
meu amigo. Preciso dizer isso a outro homem, que não pode gostar de
mim, ainda. É muito cedo para isso. Eu deixo meu telefone na cama e
vou para o chuveiro. Calculo que tenho tempo suficiente para tomar
banho, e me deitar na cama com o roupão fofo por uma hora, e ainda
sobra tempo para me arrumar para o jantar, e é isso que me propus a
fazer. Melhor me ocupar e ignorar o que está acontecendo ao lado. Quero
dizer, eu não tenho absolutamente nenhuma razão para ficar com ciúmes
do que está acontecendo. O ciúme é uma emoção, e as emoções não
fazem sentido.

Estou deitada na cama quando meu telefone vibra com um alerta


do aplicativo.

Coruja: Desculpe. O trabalho estava louco hoje. Então... você tem


uma queda por seu chefe?

Eu fecho meus olhos. Talvez eu não devesse ter dito nada depois de
tudo. Enquanto o anonimato é libertador, este é o tipo de coisa que
poderia voltar e morder meu rabo.

Eu: Eu disse, eu acho.

Coruja: Talvez você deva dizer isso a ele?

Eu: Não! Nunca.

Coruja: É ruim que eu esteja feliz que você não vai contar a ele? Dá-
me uma oportunidade de conquistá-la ou pelo menos cruzar a linha da
zona de amigos.

Eu: LOL. De qualquer forma. Você gosta do que faz? No trabalho?

Coruja: Eu gosto.

Eu: Eu também.
Coruja: Qual é o seu objetivo final? Obter isso no seu
currículo? Crescer na empresa? Começar sua própria?

Eu: Eu adoraria começar meu próprio negócio, mas isso requer


dinheiro, o que eu não tenho.

Coruja: Eu entendo você.

Meu alarme dispara e eu saio da cama, tenho um encontro de


trabalho pendente com Bennett que eu não posso perder. Visto-me
rapidamente, optando por um visual mais casual hoje, com jeans
apertados, uma camisa preta justa e outro par de saltos altos. Prendo
meu cabelo em um coque baixo e saio para o corredor, abrindo
minha bolsa de ombro para ter certeza de que peguei a chave do quarto.

"Uau."

Eu olho para cima e fico assustada quando vejo Bennett parado na


minha frente. Ele está vestindo uma roupa semelhante à de ontem.
Jeans, sapato e camisa social com blazer.

"Uau para você também."

Ele sorri. "Você está com fome?"

"Sempre."

"Bom." Ele ri quando começamos a caminhar em direção ao


elevador. "Estou faminto."
"Qualquer coisa em particular que você queira comer?" Eu pergunto
enquanto entramos no elevador.

Ele olha para mim e seus olhos brilham, e eu sei a resposta que ele
poderia facilmente me dar. É o que eu desejo ouvir. Mas não pergunto,
porque tenho medo de obter a resposta que quero. E medo de ouvir uma
que eu não quero. Mudo de assunto em vez disso.

"Eu vi você conversando com alguém, mais cedo."

Suas sobrancelhas estreitam momentaneamente, antes de


responder. “Lana”.

"Não peguei o nome dela." Saio do elevador. Ele me segue. "Ela


estava em seu quarto."

"Mantendo o controle sobre mim, Cupido?"

Reviro os olhos escondendo o desapontamento, desejando que ele


acrescente mais a isso, e me dê detalhes, mesmo que eu saiba que eles
me irritariam. Por que eu me importo? Por que eu me importo? Ugh. Ele
me conduz em direção ao restaurante japonês e pede uma mesa para
dois.

"Longe do barulho", acrescenta ele.

A hostess sorri e nos pede para seguí-la. Nós caminhamos até a


parte de trás do restaurante através de uma porta, e somos levados a
uma sala mal iluminada com uma mesa para dois no centro. No chão.
Então eu olho para ela. Olho para ele. Olho para a mesa. E novamente
para ela.

"Hum"

"Isto é perfeito. Obrigado", diz Bennett.

"Isto é super privado eu sinto que vou ter de te dar uma punheta
aqui," eu sussurro quando ela vai embora.

Ele joga a cabeça para trás e solta uma gargalhada. "Sério?"

"Sim, seriamente. Não me diga que não foi seu primeiro


pensamento.”

"Realmente não era, mas agora que está aqui." Ele bate na
testa. "Não pode ser ignorado."

"Bem, isso não vai acontecer." Eu olho para as almofadas no


chão. “Eu deveria tirar meus sapatos? Estou com medo que minhas
calças rasguem, elas são realmente muito apertadas”. Eu mordo meu
lábio inferior. Bennett ri mais alto ainda. "Não é engraçado. Eu não
conheço a etiqueta daqui, nunca estive em um lugar como este antes.”

"Tire seus sapatos. Tenho certeza que sua calça vai ficar bem, mas
se não, eu tenho uma jaqueta que você pode usar.”

Com isso, tiro os sapatos e vou até as almofadas, ficando de quatro


e rastejando até o meio da mesa.
"Você não tem ideia de como isso parece sexy", Bennett murmura.

Eu olho para cima ainda de quatro e quase ofego com o olhar em


seu rosto. Sento-me rapidamente e pego o cardápio. Eu preciso controlar
esse sentimento ridículo. Ele tira o paletó e joga sobre a cadeira do outro
lado da sala e me encontra no chão, levantando seu próprio cardápio.

"Você gosta de saquê?"

"Nunca experimentei".

"Nunca?” Ele abaixa o cardápio, levantando uma sobrancelha. Eu


sacudo a cabeça. "Vamos ter que pedir algumas doses, então."

"Ok."

Nós revisamos nossos respectivos dias em painéis e o que


aprendemos. Em um ponto, eu sinto que provavelmente estou falando
muito, mas Bennett apenas fica lá com um olhar interessado. Então eu
continuo falando até que ele amaldiçoe.

"Você entendeu".

"O quê?"

"Por que eles estão carregando arquivos PDF em um programa e


fazendo uma verificação cruzada com outros arquivos PDF?"

"Para descobrir se as pessoas plagiaram ou não os outros títulos."


"Quem iria plagiar O Morro dos Ventos Uivantes?"

"Pessoas estúpidas." Eu dou de ombros. "Eu não sei, apenas achei


incrível que ela pode criar este programa para esse público específico. É
uma grande audiência também. As editoras já estão entrando em contato
com ela para conferir as coisas”.

"Impressionante." Ele toma um gole de sua cerveja. "Nota para mim


mesmo: não contrate um escritor fantasma."

Eu ri. "Foi o que eu disse."

Ele sorri, seus olhos olhando para o meu rosto, a ponto de eu ser
forçada a desviar o olhar e pegar minha bebida.

"Você não gosta de atenção, não é?"

"Não, realmente." Estou olhando a cerveja no meu copo enquanto


tomo pequenos goles.

"Você é linda", diz ele, com a voz baixa. "Você deveria estar
acostumada à atenção."

"Eu odeio isso." Eu olho pra cima, encontrando seu olhar.

"Ouvir que você é linda ou a atenção que sua beleza traz?"


"Ambos." Eu engulo. “Quando eu era adolescente, eu cortava meu
cabelo como um duende na esperança de que isso levasse os caras na
direção oposta.”

"Funcionou?"

"Sim e não." Eu tomo outro gole. "Eles definitivamente zombaram


de mim, mas eles não pararam de tentar agarrar minha bunda no
corredor."

"Eu teria matado todos eles." Sua mandíbula flexiona. "Devon


deveria ter feito algo."

“Devon não estava lá. Ele estava na faculdade, como deveria estar.”

Além disso, essa não foi a pior coisa que aconteceu naquela época,
mas eu não digo isso. Eu não posso entrar nessa parte da minha vida
com um estranho, e tanto quanto Dev sempre disse que Bennett é seu
melhor amigo, ele não lhe contou sobre nossos problemas familiares. Não
que eu possa culpá-lo. Eu também não contei a meus melhores amigos
sobre isso.

"Ele sabe?"

"Sério, Bennett, isso foi há muito tempo." Eu coloquei minha bebida


na mesa. "Diga-me como você começou a SEVEN."

“Você quer a resposta honesta ou a que eu dou à mídia?”


"Honesta."

"Eu continuei vendo todos esses aplicativos e sites que tinham tanto
potencial, mas nenhum poder intelectual de verdade, então eu consegui
um grupo com caras de mentalidade parecida e comecei a oferecer nossos
serviços a eles. Meu pai já tinha trabalhado em uma empresa de
tecnologia global por anos e conseguiu acabar em uma posição de poder,
então eu pedi que ele desistisse e viesse a bordo".

"E ele fez?” Pergunto. "Assim sem mais nem menos?".

"Bem desse jeito. Ele é meu pai, afinal. Seus pais não fariam o que
pudessem para ajudá-la?”

Eu pego um dos copos cheios de saquê e bebo, pego o próximo logo


depois. E o próximo. Então, eu lavo tudo com cerveja.

“Jesus, Morg. Você não vai poder sair daqui de saltos se continuar
nesse ritmo.”

"Talvez você deva me acompanhar." Eu olho os copos a sua frente.

"Foda-se, estamos em Vegas, afinal de contas." Ele ri e me copia. "E


você sabe o que eles dizem..."

"Eu juro por Deus, se você terminar essa frase, vou derramar esta
cerveja em sua linda cabecinha."

Ele ri alto e felizmente muda de assunto.


Acontece que o saquê é forte como o inferno. Tão forte que mesmo
os quatro rolos de sushi que compartilhamos não foram suficientes para
impedir minha cabeça de girar.

"Eu acho que estou bêbada."

Ele ri. “Somos dois, então. Eu me sinto como um peso leve”.

“Nós só tomamos seis doses.”

"Não se esqueça da cerveja." Ele levanta a cerveja para confirmar.

"Oh meu Deus! Tem a cerveja.”

Eu olho para ele. Ele olha para mim. Meus olhos caem em seus
lábios. Penso sobre a última vez que eles estavam nos meus, em como
eles eram macios. Nunca me senti totalmente à vontade com os homens,
mas, por alguma razão, Bennett sempre me fez sentir impulsiva. Eu me
pergunto se todas as mulheres se sentem assim ao redor dele.

“Você dormiu com ela? A mulher que você levou para o seu quarto....
Lana?”

"Não." Ele lambe os lábios. “Não a toquei. Não a beijei. Não fiz nada
com ela, exceto conversar”.

"No seu quarto?"


"No meu quarto." Seu olhar escurece. "Estava muito ocupado
pensando na linda mulher do quarto ao lado."

"Mentiroso."

"Eu sou um mentiroso, mas não estou mentindo."

Eu engulo. “O que ela estava fazendo lá então?”

"Apenas conversando. Eu tinha alguns documentos que ela queria


analisar”.

"O que aconteceu com o e-mail?"

"Nada que eu saiba, mas eles já estavam impressos e no meu quarto,


então ela me acompanhou". Ele procura nos meus olhos. "Eu juro que foi
inocente."

"Se eu te beijar vou me arrepender", eu sussurro.

"Se você me beijar eu não vou aguentar, então é melhor não."

"Hm." Eu fecho meus olhos e me inclino contra a almofada atrás de


mim. "Eu poderia facilmente dormir aqui."

"Assim que recebermos a conta, vou levá-la ao seu quarto",


diz. Meus olhos se abrem. Eu me viro para ele. Ele sorri. “Então você
pode ir para cama, Cupido. Não tenha ideias estranhas.”
"Eu não estava." Eu fecho meus olhos novamente e volto a ficar
confortável. “Talvez seja melhor sermos apenas amigos. Jurei me afastar
dos homens de qualquer maneira.”

"Quando isto aconteceu?"

“Em algum momento do ano passado. Entre romper com meu ex-
namorado e curtir uma noite bem quente”.

"Quanto tempo você esteve com ele?"

“Indo e vindo, cerca de três anos. Mais separados do que juntos,


então acho que menos que isso.” Abro os olhos quando a garçonete se
aproxima com a conta. Enquanto ela recolhe nossos pratos, Bennett lhe
entrega um cartão. Eu nem sequer penso em discutir. É uma viagem de
negócios, portanto, uma despesa de negócios.

"O que aconteceu?"

"Ele me traiu com alguém que eu amava."

"Nossa."

“Pois é, tenho problemas suficientes com papai para me amparar


por toda a eternidade. A última coisa que preciso em minha vida é de um
homem que não me valoriza.”
"Ei, pelo menos você sabe o seu valor e o que você quer." Ele sorri. "E
agora você está construindo aplicativos pra ajudar todos a encontrarem
o que estão procurando também".

"Aqueles que não conseguem, ensinam certo?" Pego meus sapatos


e começo a colocá-los, cuidadosamente levantando-me para ter certeza
de que posso me equilibrar neles.

"Você conseguiu", diz ele depois de um longo momento. Começamos


a sair, com sua mão na parte inferior das minhas costas enviando
arrepios para cima e para baixo na minha espinha. “Você encontrará um
homem que te trate bem. E se ele não fizer isso, mande-o para mim e eu
vou chutar sua bunda”.

"Talvez você deva me apresentar a um bom homem." Eu olho para


ele com um sorriso. "Eu vou te dar uma lista de qualidades que estou
procurando".

"Bem, considere minha curiosidade aguçada. Quando você pode ter


essa lista pronta?”

"Com certeza, em..." Meu telefone zumbe na minha bolsa e eu paro


de andar e checo na tela uma chamada de um número desconhecido na
tela. Um número local. Meu coração afunda quando ignoro a ligação. Vou
ligar de volta quando estiver no meu quarto - sozinha. "Me desculpe por
isso".
Eu mantenho o telefone na minha mão enquanto pegamos o
elevador até o nosso andar. Passamos o horário de amanhã e
concordamos em nos encontrar para o café às oito horas, antes de nosso
longo dia começar. Quando chegamos à minha porta, eu me viro.

"Vai me colocar na cama?"

"Você não tem ideia de como essa oferta é tentadora", diz ele. “Tão
tentador que eu vou ser um bom menino e ir embora, antes de fazer
qualquer coisa estúpida”.

Eu sorrio. "Não pensei que você fosse um covarde, Problema".

"E eu não pensei que você fosse uma sedutora, Cupido." Ele avança
e se inclina para mim lentamente. Fecho meus olhos e separo meus
lábios, com meu coração pulsando em meus ouvidos enquanto o sinto
aproximando-se ainda mais, seus lábios roçando minha têmpora. Eu
suspiro em silêncio, esperando, saboreando, mas ele se afasta. Eu abro
meus olhos e encontro os dele. “Boa noite, Morgan. Descanse um pouco".
Meu telefone não parou de tocar durante a noite. Tentei ignorá-lo o
máximo possível, mas à uma e meia da manhã decido que é suficiente e
atendo.

"O quê?"

"Eu ouvi que você estava na cidade."

Eu fechei meus olhos. "O que você quer?"

"Não vejo você há mais de um ano e essa é sua primeira pergunta",


ela pergunta. "Isso não é maneira de tratar sua mãe."

"Eu não tenho dinheiro, se é nisso que você está querendo chegar."

"Hm." Ela funga. “Não foi por isso que liguei. Eu sinto sua falta."

Eu quero rir ou argumentar, mas há uma bola na minha garganta


que eu não consigo engolir, muito menos falar, então sou grata quando
ela fala de novo.

"Posso ir vê-la", ela oferece. "Acabei de sair do trabalho no Waldorf."


"Eu estou no Aria." Minhas palavras voam para fora da minha boca
antes que eu tenha a chance de pensar completamente nelas, para
protestar. "Eu posso encontrá-la no lobby."

"No bar."

"Ok."

"Vejo você em breve, Borboleta."

Eu desligo o telefone e limpo meu rosto. Serei amaldiçoada se ela


me ver chorando, me movo rapidamente decidindo colocar a mesma
roupa, troco somente meus saltos por chinelos. Agarrando meu telefone
no meu caminho, eu verifico o aplicativo.

Eu: Quero compartilhar um segredo.

Coruja: Compartilhe.

Eu: Eu odeio minha mãe.

Mesmo quando eu digito, meus olhos se enchem de lágrimas. É algo


que me incomoda muito.

Coruja: Você não está sozinha. Eu acho que a maioria do universo


tem problemas parentais. Quer falar sobre isso?
Eu: Na verdade não. Eu só precisava dizer/digitar isso em voz alta
agora. Estou prestes a me encontrar com ela pela primeira vez em mais
de um ano.

Coruja: Uau. Boa sorte.

Eu: Obrigada.

Coruja: Chame-me quando você terminar com ela. Eu estou aqui se


você precisar desabafar mais ;-)

Eu: Obrigada.

As portas do elevador se abrem no saguão e eu vou em direção ao


bar. Há muitos bares aqui, mas eu sei de qual ela se referiu. É do tipo
em que as pessoas vão quando querem ter vistas - quando querem ser
notadas e paquerar. Minha mãe não é nada se não chamativa. Eu a
localizo imediatamente. Ela está ao lado do bar em um pequeno vestido
preto mostrando um corpo que deixaria com inveja uma garota de vinte
anos. Seu longo cabelo loiro, tão parecido com o meu agora, que fica bem
em nosso tom de pele dourado, gostaria de poder sorrir com a visão, isso
deveria me fazer sentir bem, que eu tenho esses genes maravilhosos, mas
nada ajuda o medo crescendo na boca do meu estômago. Meus pés
continuam a mover-se com a emoção de fugir da cena ilesa, mas é tarde
demais para isso. Eu não estou ilesa, jamais estarei.
Ela olha para cima quando percebe minha aproximação, depois me
dá uma olhada, fazendo uma careta. "Por que você está usando chinelos
em um bar?"

"Porque o meu quarto é lá em cima e eu não quero foder ninguém


esta noite." Eu atiro-lhe um olhar aguçado. Ela sorri, eu suspiro. "O que
você quer?"

"Eu não posso querer ver minha linda filha?"

"Não."

"Sério, Morgan." Sua expressão cai. “Eu tentei te ligar


inúmeras vezes para me desculpar. Eu pedi ao seu irmão para falar com
você.”

“Devon não sabe a metade do que você fez comigo. Se ele soubesse,
ele não falaria com você também.”

Ela desdenha das minhas palavras. "Os meninos não entendem."

"Só você diria isso." Eu zombo quando o barman entrega a ela uma
taça de champanhe. “Então, por que você queria me ver? Precisa que eu
pague pela sua bebida chique?”

"Não." Ela pestaneja, irritada. Ela faria uma careta se não fosse pelo
Botox que mantém seu rosto livre de rugas. "Eu tenho um namorado e
ele é muito generoso."
"Eu aposto."

"Quer uma bebida?"

"Não, obrigada."

Não mencionei que minha cabeça ainda está latejando, por causa
de todo o álcool que tomei com Bennett. De fato, decido que não posso
mencionar Bennett. Eu não sei se ela o conheceu ou não, mas o
pensamento dela até mesmo olhando para ele, me faz sentir um pouco
doente.

Ugh! O que há de errado comigo? Ele não é ninguém importante


para mim.

Minha mãe começa a se afastar do bar e vai a uma cabine, e eu a


sigo sentando a sua frente.

"Você parece muito bem", ela comenta, com os olhos no meu rosto.

Eu olho para seus braços, procurando. Na ultima vez que a vi, ela
estava repleta de hematomas pelas ocasionais briga, e das agulhas que
ela injetava.

"Parei de usar."

Meu olhar encontra o dela. "Quando?"


"No mesmo dia em que você disse para eu ir me foder." Ela sorri
triste e pensativa. "Engraçado o que ouvir de sua própria filha essas
palavras faz a você."

"Sim, bem, eu ainda quero dizer isso." Eu olho longe, de volta para
o bar.

"Você é uma cadela fria, Morgan Elizabeth."

Eu luto contra um sorriso. Qualquer outra pessoa me dizendo isso,


seria ofensivo. Mas da viciada da minha mãe, é uma gratificação
instantânea. É o tipo de coisa que ela diz para as meninas que trabalham
com ela, aquelas que vendem seus corpos em troca de valor
monetário. Eu nunca tive nada além de respeito por ela e aquelas
mulheres. Claro, é fácil desaprovar coisas assim, mas quando estão atrás
de portas fechadas com seus clientes poderosos, elas exercem seus
corpos com poder, como deveriam.

"Você está aqui com alguém?"

"Estou aqui a trabalho." Eu encontro seu olhar. "Por


quê? Esperando foder outro dos meus namorados?”

Ela suspira pesadamente, abaixando o copo com um tilintar. "Você


nunca me deixou explicar o que aconteceu."
“Não importa o que aconteceu, o que importa é que aconteceu -
ponto final. Quem faz isso? Que tipo de mãe dorme com o namorado da
filha?”

"Eu estava chapada."

"Todas às cinco vezes?" Eu rio. "Essa é a sua desculpa?"

"Eu estava em péssimas condições".

“E você espera que eu acredite que ele se aproveitou disso? Por


favor, mãe.”

"Bem. Posso ver que não vou mudar sua opinião sobre que tipo de
pessoa que eu sou, mas eu realmente sinto muito”. Ela olha para a
mesa. “Dev me disse que você conseguiu um bom emprego. Jogando com
computadores, do jeito que você gosta.”

Eu zombei. Jogando com computadores. "Sim."

"Saiu desse buraco".

"Eu teria feito isso com ou sem você fodendo Justin, se é nisso que
você quer chegar."

"Isso não é o onde estou chegando." Suspira novamente,


exasperada. Meu telefone toca no meu colo. Eu olho para ele.

Coruja: Eu fiz xixi nas calças em um jogo de futebol uma vez.


Pestanejo para a tela, então sorrio, balançando a cabeça.

Eu: O que você estava assistindo ou jogando?

Coruja: Essa é a questão, não é? ;-)

Eu: LOL você é louco.

Coruja: Espero que você esteja sorrindo.

Eu: Talvez eu esteja.

"Quando seu pai foi embora, eu não sabia o que fazer", diz minha
mãe. "Estava tão perdida."

"Você o traiu com o irmão dele." Eu olho para cima, colocando meu
telefone de lado. “Ambos os irmãos dele. Como você acha que isso iria
acabar?”

"Eu não sei." Ela encolhe os ombros. “Ele me traiu com sua
secretária e eu fiquei puta.”

Reviro meus olhos. “Você parece não saber o que significa


compromisso. É um milagre que Devon esteja em um relacionamento
estável. Você e papai atrapalharam seriamente nossos relacionamentos
futuros.”

"Os homens estão sempre bem, desde que estejam conseguindo


alguma coisa."
"Você não está errada."

“Entreguei minhas garotas. Passei o bastão para Célia e deixei que


ela tomasse as rédeas.”

"Você desistiu?" Minhas sobrancelhas levantam com a surpresa.

"Eu percebi que já era hora." Ela lambe os lábios. “Rodney, meu
namorado, não gosta de eu estar envolvida nessa vida”.

“Então você vai viver com ele agora? Percebe que há um padrão que
você segue mantendo. Você esta sempre em busca de um salvador. As
pessoas são imperfeitas e egoístas, e quando o problema realmente
aparece, todos nós pegamos nossas próprias balsas salva-vidas
primeiro".

"Acho que você está certa. Eu costumava ter fé em você e depois


você me deixou aqui.”

“Para ir para a maldita universidade, mãe. Jesus Cristo.” Eu bato


minha mão na mesa. "O que você vai fazer a seguir? Culpar-me por sua
traição?”

"Não. Eu não estou dizendo isso para desculpar meu


comportamento com... Justin.” Ela limpa a garganta. "Isso foi um erro.
Você me deixou indo a faculdade, eu estava sozinha e solitária e... ele
estava lá e eu estava lá e...” Ela balança a cabeça, piscando com os olhos
vidrados. “Eu realmente sinto muito, Morg. Foi tão errado."
Aprendi mais sobre a vida ao ver a minha mãe do que com tudo o
que ela me disse. Eu aprendi que você pode barganhar qualquer coisa,
que nada é definitivo, que quando se trata disso, você sempre vai se
escolher em vez da outra pessoa. Eu adoraria discutir tudo isso, mas o
problema, é que a vida me ensinou que essas coisas são verdadeiras.

"Eu não estou pronta para te perdoar, ainda."

Ela parece impressionada com isso. "Compreendo."

"Eu não acho que você entenda, não é só porque eu concordei com
esse encontro, que vamos ter uma relação de amizade", eu
digo. "Primeiro, você nunca vai atrás do namorado da sua amiga. Isso é
provavelmente uma coisa difícil de entender, considerando sua linha de
trabalho e a quantidade de homens casados com quem você se relaciona,
mas é muito simples. Segundo, se o homem a persegue primeiro, você o
rejeita e imediatamente diz a ela. Em terceiro lugar, se você decidir ceder
às investidas dele e ignorar ambas as coisas, terá de aceitar que suas
ações acabaram com sua amizade. Nesse caso, substitua 'amiga' por
'filha'. Mesmo que eu te perdoe algum dia, você nunca será convidada a
fazer parte da minha vida. Jamais".

“Eu sou sua mãe. Somos família, estamos ligadas pelo sangue.”

"Se eu pudesse drenar seu sangue, eu faria." Então me afasto,


saindo da cabine. “Eu fiz a próxima melhor coisa embora, decidi escolher
minha família a partir de agora”.
"Mas..."

"Acabei mãe. Estou feliz que você esteja bem. Fico feliz que você
esteja limpa e não esteja mais usando essas coisas. Fico feliz que você
tenha um namorado e você está feliz e amparada. Apesar de tudo que
você fez para tentar ferrar com minha vida e me arruinar, estou feliz por
você.”

Ando devagar, com a cabeça erguida e os ombros empurrados para


trás. Eu seguro essa bravata até entrar no elevador, e então começo a
tremer vigorosamente. Quando saio no meu andar, começo a chorar
silenciosamente e, quando estou nos confins do meu quarto, começo a
soluçar alto. Consigo tomar banho, lavar o máximo que posso desse
encontro, das lembranças - do meu eu adolescente de quatorze anos
fazendo sexo com um estranho, porque minha mãe estava fodida demais
para abrir a porta e eu sabia que ele iria matá-la, se eu não lhe desse o
que ele pedia. De mim, depois de recitais de dança, aulas de violão, e
tendo que inventar desculpas para todos os amigos quando eles pediam
para vir a minha casa. Eu lavo todas as promessas quebradas e mágoas
que ela causou, incluindo seduzir e ter um caso com meu namorado de
dois anos, um cara que eu realmente pensei que fosse me casar. Eu fico
no chuveiro e choro até meus olhos estarem vermelhos e meus dedos
terem enrugado.

Desligo a água, me seco e me envolvo no robe de pelúcia grande


demais, sinto meus ombros tremerem com mais soluços. Ao som de uma
batida na minha porta, suspiro, enxugando minhas lágrimas
rapidamente. A batida fica mais alta. Eu faço o meu caminho e olho
através do olho mágico, e Bennett, está de pé do outro lado. Ele está
vestindo uma camiseta cinza e calças de pijama xadrez, seu cabelo em
desalinho, aqueles olhos muito sábios encontrando os meus pelo olho
mágico. Eu sei sem dúvida, que pareço uma bagunça completa. Eu sei
com toda a certeza, que se eu abrir a porta agora, vou deixá-lo ver o meu
eu mais vulnerável.

"Morgan". Sua voz é firme. "Abra a porta".

Eu abro lentamente, soltando as fechaduras e deixando a porta


aberta, e dou um passo para trás, olhando pro chão, para as minhas
unhas vermelhas nos meus pés descalços.

"Eu..." Ele começa. "Parecia que você estava chorando."

"Estou bem."

"Se você precisar de alguma coisa", diz ele, "se você quiser
conversar..."

"Esta tudo bem."

Ele se aproxima bloqueando a porta. Larguei a maçaneta, mas, por


outro lado, não pareço indiferente.

"Você quer ficar sozinha?"


Eu aceno com a cabeça, mordendo minha língua para conter as
lágrimas que não parecem querer parar de se formar. Eu estou sempre
sozinha. Sempre sozinha, mas nunca solitária. É algo que eu já me
acostumei; Algo que eu me orgulho. Em vez de sair, ele entra deixando a
porta se fechar atrás de si e alcança minha mão esquerda puxando
enquanto ele caminha em minha direção. Ele cheira a Natal - pinho e
canela em volta de mim quando ele traz o outro braço ao redor do meu
corpo, me puxando contra seu peito, e depois o outro até que eu esteja
completamente encapsulada dentro de uma concha de músculos. E
começo a chorar de novo, deixo meus braços caírem ao meu lado, incapaz
de me abrir completamente, apesar da noção de que meu peito está
atualmente aberto, expurgando emoções. Ele move-se lentamente para
cima e para baixo nas minhas costas, forte e reconfortante. Depois de um
tempo paro de chorar, mas fico com a cabeça apoiada em seu peito,
porque não sei como me afastar e enxugar minhas lágrimas sem que ele
me veja. É estúpido, na verdade. Sua camisa está encharcada
com minhas lágrimas, mas não consigo admitir que me permiti fazer
isso. Eu tomo uma respiração profunda e estremecida e me forço a
me afastar. Ele tira os braços com relutância, devagar, como se estivesse
com medo de me virar sem ele. O desafio dentro me empurra a limpar
minhas lágrimas rapidamente e viro meu queixo para cima. E ofereço a
ele um sorriso tímido.

"Desculpe ter que testemunhar que eu sou uma garota."

"Não faça isso", diz ele. "Não use sua feminilidade como uma muleta
para suas emoções."
"Você está certo. As mulheres são mais fortes que isso. Sinto muito
que você tenha testemunhado que eu sou um cara assim."

Ele sorri. "Quer falar sobre isso?"

"Na verdade não."

"Ok". Ele fica lá, olhando para mim, esperando. Eu olho para baixo
e percebo que ainda estou de roupão.

"Preciso me vestir."

"Você quer que eu saia?"

"Para me vestir?"

"Em geral."

"Você pode ficar um pouco?"

"Contanto que você queira."

Eu me movo e pego meu pijama, levando-o ao banheiro e mudando


rapidamente. Uma visão geral da minha aparência no espelho confirma
que pareço uma bagunça - cabelo maluco, olhos inchados, pele
manchada. Não admira que ele nem sequer olhou meu roupão ou me
checou. Nossa. Eu escovo meu cabelo e limpo meu rosto com água fria,
esperando que isso ajude. Não ajuda. Com um encolher de ombros, viro-
me e volto ao quarto. Ele está sentado na beira da cama, com o telefone
na mão enquanto digita alguma coisa.

"Você não está dizendo ao meu irmão, está?"

"Não." Ele olha para mim. “No entanto, deveria. Algo está
obviamente errado”.

"Por favor, não diga nada a ele." Vou até ele, parando em sua frente,
com minhas pernas entre as suas. E parece ser tudo o que ele precisa
para largar seu telefone e me olhar, trazendo uma de suas mãos a minha
cintura. Eu inalo nitidamente.

"Você está tentando me seduzir?"

"Está funcionando?"

"Não precisa muito." Ele ri levemente, puxando-me para frente.

"Para você ser seduzido?"

"Por você, sim", ele esclarece. "Não é preciso muito para eu ser
seduzido por você."

"Boa resposta." Eu me inclino um pouco para baixo, fechando os


olhos enquanto pressiono meus lábios contra os dele suavemente. Ele
aperta mais ainda minha cintura enquanto ele se afasta do beijo.
"Morgan". Ele olha para mim com tanta saudade, que eu sinto que
estou prestes a explodir. "Nós realmente não deveríamos fazer isso."

"Como você pode me olhar assim e dizer isso?"

"Estou tentando ser racional."

"Sobre algo completamente irracional." Eu dobro um joelho,


trazendo-o entre as pernas dele, sentindo o quão duro ele esta. Ele geme,
fechando os olhos, com seus dedos cavando na carne do meu
quadril. "Você quer isso."

"Você não tem ideia do quanto." Ele abre os olhos novamente. "Mas
não esta noite. Nós não devemos. Não após... Eu nem sei o
que aconteceu ou porque você estava chorando...”

Eu suspiro, me afastando e cruzando os braços.

"Não faça isso."

“Não faça o quê? Ficar chateada por não deixar isso acontecer?”
Digo irritada. "Eu não deixo minhas emoções ficarem entre mim e um
orgasmo".

"É bom saber." Ele levanta uma sobrancelha. “Normalmente


também não, mas você não é mais apenas uma mulher aleatória em um
bar, e por alguma razão absolutamente insana, eu quero te conhecer
melhor.”
“Razão absolutamente insana? Não porque sou gostosa e fui uma
boa transa na primeira vez?”

"Isso é parte do problema". Ele se levanta, me alcançando. Quando


eu não cruzo meus braços para ele, ele apenas se agarra à minha mão
esquerda enquanto se aproxima ainda mais. Eu inclino minha cabeça
para cima. Ele fica estupidamente alto quando eu estou descalça. "Além
disso, porque você é inteligente e engraçada."

"Podemos nos conhecer melhor amanhã".

"Nós vamos." Ele coloca um braço em volta de mim e me segura em


seu peito, a camisa ainda molhada das lágrimas, um lembrete de que eu
já meio que baixei minha guarda com ele. “Esta noite, vamos descansar,
ok? Temos um longo dia pela frente”.

"Tudo bem", eu sussurro.

Ele me leva até a cama e nós nos deitamos debaixo das cobertas,
nossos corpos de frente um para o outro, enquanto seus dedos passam
levemente pelo meu braço. Estou dormindo antes mesmo de ter uma
chance de fazer uma pergunta, e é assim que eu acabo passando a
primeira noite inteira com Bennett.
Quando meu alarme dispara, eu gemo e me aproximo para desligá-
lo, mas, em vez disso, bato na parede de uma pessoa e imediatamente
abro os olhos, bem desperta.

"Desligue essa merda", resmunga Bennett.

Eu sorrio. Mesmo de manhã, o homem parece estar na capa de uma


revista. É extremamente injusto. Uma parte de mim não pode acreditar
que ele passou a noite, não posso acreditar que eu deixei.Estranhamente,
não me arrependo - ainda. Levanto-me indo em direção ao
banheiro. Dando uma olhada em mim mesma no espelho, a gravidade no
último instante realmente me atinge e me vejo desejando que Bennett
não estivesse na minha cama agora. Ele provavelmente acha que sou
louca. Quando saio do banheiro, ele está sentado na cama e me olha de
cima de seu telefone em sua mão.

"São sete horas. Nós não temos que estar lá até as nove.”

"Eu sei." Começo a procurar as roupas que estarei usando. "Eu


gosto de começar a me arrumar duas horas antes".
"Duas horas!?"

Eu olho para ele. "Sim".

"Por quê?"

"Apenas um costume meu." Dou de ombros. "Gosto de estar


preparada".

"Um pouco perfeccionista", diz. “Como está indo o seu aplicativo?


Esqueci de perguntar”.

“Bem.” Pigarreio, ocupada na gaveta de roupas íntimas, o que era


difícil de fazer, já que eu só tinha três roupas de baixo limpas e uma delas
já estava na minha mão, mas o que eu deveria dizer?

“Apenas bom? Alguém deixou cair o aplicativo? Ou apagou? Ou


reclamou? Eu não vi nenhum dado. Você tem se reportado ao meu pai?”

“Todo mundo ainda está ativo. E combinei com seu pai que eu iria
acumular os dados ao longo das três semanas e depois dar tudo a vocês
dois de uma vez só.” Pego todas as minhas roupas e começo a andar até
o banheiro. Eu não quero dar a ele uma chance de me perguntar se estou
nisso. Não é que eu esteja envergonhada. Quero dizer, eu desenvolvi
afinal, mas ainda assim. “Eu estarei pronta em uma hora. Sinta-se à
vontade para descansar aqui ou voltar ao seu quarto”.
CORUJA: Você está bem? Não ouvi mais de você.

Eu: Sim. Foi estranho, mas passei por isso. Sua piada ajudou.

Coruja: Bom. Não foi uma piada embora.

Eu: LOL Bem, de qualquer forma, ajudou. Mais algum segredo para
mim hoje?

Coruja: Você precisa de mais?

Eu: Eu vou te contar um se você me contar um.

Coruja: Ok, mas eu faço as perguntas.

Eu: Tudo bem. Entrando em uma reunião, então eu posso não


responder direito.

Eu coloquei meu telefone no silencioso, e deixei na minha bolsa


saindo do meu quarto. Bennett está em pé no corredor.

"Devemos abrir as portas entre os nossos quartos."

Eu levanto uma sobrancelha. "Tem certeza?"


"Eu tinha antes de você me dar essa resposta." Sorri enquanto nós
dirigimos aos elevadores. Quando paramos na frente deles, ele me dá
uma olhada. "Você está linda.”

"Obrigada." Eu me sinto corar apesar do fato de que eu passei uma


hora na minha maquiagem, tentando esconder as manchas e inchaços
que vieram com o episódio da noite passada. Essa memória vem com
uma onda de inquietação. Eu olho para ele. "Sinto muito pela noite
passada".

É claro que o elevador abre no exato momento em que digo isso e


encontro cinco pares de olhos olhando para mim. Um deles sorri, como
se suspeitasse do que estou pedindo desculpas.

Com uma risada leve e uma mão grande na parte inferior das
minhas costas, Bennett me conduz para a parte de trás do elevador.

"Você não precisa se desculpar por ser humana", diz ele, baixinho
perto do meu ouvido.

“Eu me orgulho de não ter reações como essas.”

"Gostaria que você me contasse o que aconteceu."

Afasto o olhar. Não vai acontecer.

Ele suspira, mas não comenta. Quando saímos do elevador,


passamos ao lado.
"Acho que podemos tomar o café da manhã aqui." Eu olho as mesas
cheias de bolos e café.

Bennett puxa um papel e o desdobra, com as sobrancelhas


ligeiramente arqueadas enquanto ele o examina. "Nós podemos ir ao
painel de desenvolvimento para software..." Ele para de falar e olha para
mim ao som da minha risada.

"Você tem uma empresa de tecnologia e não está usando o aplicativo


nessa conferência?" Eu puxo meu telefone e rolo, sentindo os olhos dele
na minha tela. Ele bate na minha mão, com seu toque enviando um
arrepio por meu corpo.

"Você está no aplicativo?"

"Sério?" Eu rio. "Pare de olhar para meu celular."

"Você está?"

"Sim". Eu clico no aplicativo da conferência rapidamente.

"Morgan..."

"Sim." Eu encontro seu olhar questionador. "Tenho que ter certeza


de que posso ficar de olho nele e consertar as falhas que precisam ser
corrigidas".
"Você parece estar mais comprometida com isso do que apenas um
desenvolvedor", diz ele, com seu tom de voz irritante. Eu ignoro sua
declaração.

“Há um painel realmente interessante com um robô hoje.” Digitalizo


a descrição e sorrio quando vejo que é a companhia do namorado de
Presley. "Eu definitivamente quero ir nesse".

"Morgan". Ele cobre minha tela com a mão. Meus olhos se voltam
para os dele. “Você entrou no aplicativo? Emparelhou-se com alguém?”

"Sim."

"E?"

“Fomos emparelhados. Fim da história."

"Você não quer falar comigo sobre isso." Seus olhos se estreitam.

"Eu não vejo porque seria da sua conta."

"Você estava..." Ele abaixa a voz, aproximando-se ainda


mais. “Estava flertando comigo ontem à noite. E eu te disse que quero
conhecer mais de você.”

"Você mesmo disse que não acredita no amor. Eu não vejo como isso
tem qualquer influência sobre a nossa relação. Estamos aqui por mais
dois dias. Nós podemos nos curtir hoje à noite, amanhã, e acabar com
isso quando voltarmos ao escritório na segunda-feira. Não é como se eu
estivesse dormindo com ele".

"Então você quer falar com ele e apenas me foder sem me deixar
conhecer você, é isso?" Um músculo em sua mandíbula salta.

"Isso não é..."

“Bennett! E aí cara. Quanto tempo que não te vejo”. Somos


interrompidos por um homem mais velho que claramente conhece
Bennett.

Eu me afasto e vou até a mesa cheia de comida. Pegando um


prato, coloco algumas coisas nele antes de pegar o café. Em todos os
poucos segundos, eu olho para cima e vejo Bennett me observando
enquanto o homem continua falando com ele.

NÓS acabamos pegando um carro porque o hotel onde a


reunião/almoço estará ocorrendo não é nas proximidades. Estou aliviada
porque é a primeira vez que eu realmente tenho a chance de mandar
mensagens aos meus amigos.

Eu: Pres, o Nate Dog está aqui este fim de semana?


Presley: Ele está! Eu acho que ele está se reunindo com seu chefe,
na verdade.

Eu: Ha. Nossa, acho que estou indo lá agora mesmo.

Dev: Quanto custam flores?

Jamie: Como um buquê?

Presley: Depende de onde você os compra… duh.

Eu: Mesma resposta!!!

Dev: Para o casamento, idiotas.

Jamie: QUE CASAMENTO?

Presley: VOCÊ E NORA VÃO SE CASAR?

Eu: Omg. Eu pensei ter dito a vocês?!

Jamie: NÃO.

Presley: NÃO!

Dev: Valor aproximado, Jamie. Isso não faz parte do seu trabalho?

Jamie: Honestamente, depende, mas eu vou fazer suas flores de


graça! Eu só quero um convite para o casamento;)

Dev: Você tem. Vou dizer à Nora para te ligar.


Jamie: Ok

Presley: Quando é o casamento?

Dev: Estamos pensando no inverno.

Eu: OMG! TÃO CEDO!

"Porque você está toda sorridente?" Bennett pergunta ao meu


lado. "Conversando com seu pretendente?"

Eu reviro meus olhos. "Talvez."

"É tão errado não querer que você esteja nesse aplicativo?"

"Sim, na verdade." Eu deslizo meu celular na minha bolsa e olho


para ele. “Você não me vê questionando o que está fazendo com sua
vida. De fato, eu tive que lidar com sua ex-esposa psicopata me dizendo
todo tipo de coisas sobre você, e eu não te aborreci com isso”.

"O quê? Do que você está falando?"

“Sua ex-esposa. Ela é louca e liga no escritório todas as manhãs por


volta das dez e meia, como um relógio, me conta tudo sobre suas
escapadas sexuais e como todas as garotas anteriores desistiram porque
não podiam lidar com você. Ou com ela."

"Por que você não me contou?"

"Para quê? Estarei fora daquela mesa quando voltarmos."


"Hm." Ele franze sua testa. "Meu pai te atribuiu a outro
departamento?"

"Desenvolvimento."

Seu olhar pega o meu. "Com Wesley."

"E vinte outras pessoas."

"Você está esperando que seja com ele que esteja conversando no
aplicativo?"

Eu olho para ele por um instante. “Como está Stacy, a


propósito? Você ainda está namorando com ela?”

"Eu nunca a namorei."

"Oh, me desculpe, transando com ela."

"E te incomodaria se eu estivesse?" Ele arqueia uma sobrancelha.


Recuo um pouco, percebendo que isso me incomodaria. Mas por quê?
Estou tentando entender isso, mas ele está olhando para mim, esperando
por uma resposta.

"Talvez, sim."

Ele se inclina um pouco mais. "Por que você acha que isso é
verdade?"
"Eu não sei", eu sussurro. Ele chega mais perto ainda, e sinto meu
pulso acelerar.

"Eu gosto que isso te incomode."

"Por quê?"

"Porque significa que você se importa." Seus lábios se chocam com


os meus antes mesmo que eu possa formar uma resposta e, de repente,
estou inteiramente consciente do porquê eu me importaria se ele
estivesse dormindo com outra pessoa. Sua boca é familiar, como se
tivesse estado na minha uma vida inteira, mas parece emocionante, como
se fosse o meu primeiro beijo. Quando o beijo se aprofunda, eu jogo uma
perna por cima da dele, o empurrando no banco de trás do carro
enquanto puxo seu cabelo. No fundo da minha mente, eu me lembro que
há um motorista, mas não me importo. Agora mesmo, eu só quero isso.
Enquanto suas grandes mãos exploram meu corpo sobre minha blusa e
saia lápis, eu não quero nada mais do que arrancar tudo. O carro para e
o motorista pigarreia.

"Chegamos." Eu registro quando sua porta fecha enquanto ele abre


a nossa, me afasto e me sento, arrumando minha roupa e meu cabelo,
passando um dedo sob o lábio para ter certeza de que não pareço uma
bagunça.

Bennett respira fundo ao meu lado e me observa, trazendo sua mão


ao meu rosto. "Eu não estou dormindo com ninguém, Morgan."
"Bom". Eu sorrio.

Ele ri, balançando a cabeça enquanto sai do carro e me ajuda.


"Eu provavelmente deveria mencionar que eu sei com quem estamos
nos reunindo antes de irmos para lá", digo enquanto caminhamos em
direção ao restaurante.

Bennett olha para mim. "Como?"

"É um amigo."

Suas sobrancelhas se juntam, mas a recepcionista se aproxima de


nós antes que ele possa me fazer mais perguntas. Bennett caminha atrás
de mim enquanto ela nos leva a mesa, pressionando sua mão
ligeiramente nas minhas costas. Eu quero removê-la, porque a reunião
não está me deixando nervosa, mas o jeito como a mão dele está,
certamente sim. Localizo Nathaniel primeiro sentado no centro da mesa,
conversando animadamente com seu parceiro de negócios, Ryan. Fico
aliviada ao descobrir que são apenas eles e um homem que eu nunca
vi. Nathaniel para de falar e se levanta, rindo quando me vê. Eu ando em
volta da mesa e rio quando ele joga seus braços em volta de mim, me
levantando do chão em um abraço.

"Presley enviou você para me espionar?"


"Não." Reviro os olhos quando ele me coloca no chão e viro para
dizer oi para Ryan, de uma maneira muito mais apropriada. Eu não
conheço Ryan do jeito que conheço o Nate. "Oi, Ry".

“Morg.” Ele me beija nas duas bochechas. "Este é Elias".

Eu me volto ao homem que nunca vi. “Prazer em conhecê-lo, Elias.”

“Da mesma forma, ouvi muito sobre você”. Quando ele sorri, suas
covinhas estão em exibição. "Somente coisas boas, e impressionantes.”

"Que bom." Viro-me para encontrar Bennett dizendo olá para


Nathaniel e Ryan, e voltando-se para Elias e se apresentando.

Ele levanta uma sobrancelha para mim. "Eu não sabia que você era
tão popular".

"Eu não sou."

"Nós nos conhecemos há muito tempo", diz Ryan. "Da faculdade".

"E Nathaniel está noivo da minha melhor amiga", acrescento.

"Eu não sei como eu consegui isso". Nate ri. "Sinto-me o homem
mais sortudo do mundo".

"Eu concordo”. Sorrio.

"Eu também", acrescenta Elias. "Eu só a vi uma vez, mas não sei
como ele conseguiu marcar essa".
"Anos e anos de trabalho." Eu pisco.

"Você quer começar a trabalhar ou quer esperar até depois de


comermos?" Nathaniel pergunta, olhando Bennett.

"Eu não tenho nada em meu estômago, seria bom almoçarmos


antes", diz Bennett. Ele olha para mim. "Você está com fome, Morgan?"

"Um pouco." Eu começo a examinar o cardápio na minha


frente. "Mas não me deixe impedí-lo de começar sua reunião".

"Vamos comer primeiro e conversar depois", diz Ryan. "Estou


faminto".

“Morgan, você gosta de trabalhar na SEVEN? Eu sei que você não


pode dizer nada de mal na frente do seu chefe, então pisque o olho
esquerdo se você odiar”, diz Elias.

"Oh meu Deus. Eu amo trabalhar lá.” Sorrio para ele. "Não tenho
nada a esconder."

"Meu pai é seu chefe", Bennett diz ao meu lado. "Na maioria dos dias
sinto que ela está mandando em mim".

Nathaniel levanta uma sobrancelha, olhando entre nós. Atiro-lhe


um olhar para pará-lo, o que o faz rir.
"Bennett é o melhor amigo de Devon", eu digo, olhando Nathaniel
com o meu melhor olhar severo, mas minhas palavras apenas despertam
sua curiosidade.

"Isso é definitivamente interessante", diz ele.

"Sinto-me o estranho no ninho. Todos estudaram juntos na


faculdade?”, pergunta Elias.

"Não juntos", eu digo. "Eu sou mais jovem que esses velhotes."

Todos riem.

"Velhote?" Bennett pergunta ao meu lado.

"Você é." Eu mordo meu lábio para não rir da expressão em seu
rosto, mesmo que eu saiba que estou corando ferozmente. "Eu era a irmã
mais nova da noiva de Nate em nossa irmandade," eu explico.

"Droga. Você é jovem”, Elias diz suas feições puxadas em


uma careta surpresa. "Eu pensei que eu era o jovem aqui."

"Eu percebi que você não era tão velho quanto esses senhores".

"Não." Seu sorriso se alarga. "Ainda com menos de trinta anos".

“Ok, nós entendemos, estamos velhos, agora, se vocês dois puderem


limitar o flerte sobre suas idades até depois de conversarmos, seria
maravilhoso”, diz Nate.
Elias e eu compartilhamos uma risada. Eu estava flertando?
Repasso em minha mente o que aconteceu e penso, não, eu não estava.
Olho para Bennett, que não parece nem um pouco divertido com o que
está acontecendo e repenso minha conclusão. Talvez ele ache que eu
também estava. Talvez eu não me importe.

"Diga”, diz Bennett, olhando para eles.

"Não é realmente um segredo que recentemente decidimos expandir


nossos investimentos de apenas tecnologia para outras coisas, como:
cervejarias, restaurantes, boates, etc.", Ryan começa. "Estamos
procurando alguém para fundir a parte de tecnologia da empresa e
pensamos, quem melhor do que a SEVEN?"

"Onde você entra?" Bennett pergunta, olhando para Elias.

“Eu tenho algumas coisas que quero desenvolver que eu esperava


vender a esses caras, mas eles decidiram que pode ser do meu interesse
participar disso, ver como funciona e, potencialmente, vendê-lo à sua
empresa.”

"Interessante." Bennett se acomoda em seu lugar, mantendo o braço


mais próximo de mim na mesa enquanto ele tamborila os dedos
distraidamente. “Quando você diz que quer mesclar a parte de tecnologia,
de quanto estamos falando? Você quer que eu compre seu catálogo de
clientes ou permaneça a bordo para decisões que precisam ser tomadas?”
"Nosso catálogo", diz Nate. “Basicamente, nós seríamos seu cliente.
Queremos que nossa equipe se concentre em outras coisas e preferiria
que uma empresa como a SEVEN trabalhasse no desenvolvimento e
apresentasse novas ideias sobre maneiras de impulsionar o que temos
atualmente”.

Bennett fica quieto por um longo momento, sinto como se estivesse


sentada em cascas de ovo, prendendo minha respiração. Quando ele fala,
é para Elias novamente. "O que você está tentando vender?"

"Eu tenho uma ideia de um aplicativo de namoro".

É preciso tudo em mim para conter meu suspiro, especialmente


quando Bennett olha para mim e vejo a diversão iluminando seus
olhos. Ele olha para Elias novamente.

"O que faz você pensar que eu apoiaria sua ideia?" Bennett
pergunta. "Eu tenho um milhão de pessoas com ideias para aplicativos
de namoro".

"Não é um aplicativo de namoro, tanto quanto é um aplicativo


de amizade", diz Elias. “Envolve viagens e comida. E eu pagaria para que
isso fosse feito, tenho conceitos e dinheiro, mas nenhuma experiência ou
alguém que possa desenvolvê-las para mim”.

Bennett balança a cabeça lentamente em compreensão, depois olha


para Nate. "O que você está oferecendo?"
Em vez de passar o resto do tempo comendo um almoço saudável,
encho meu estômago com pão e manteiga, porque essa reunião esta me
deixando nervosa, como se eu fosse a dona da SEVEN e não apenas uma
humilde funcionária.

"Veja, Morgan, se você tivesse vindo e trabalhado para nós em vez de


escolher a SEVEN, você poderia ter feito isso e muito mais", diz Nate,
sorrindo.

Sei que está apenas meio que brincando, ele me ofereceu um


emprego e um salário que era mais do que o que estou ganhando
atualmente, mas a SEVEN tem sido a companhia dos meus sonhos por
muito tempo para desperdiçar essa oportunidade.

"Ou poderia ter ficado trabalhando na empresa onde ela estagiou",


diz Bennett.

"Eu teria ficado." Ryan ri. “Quero dizer, inferno, se eles quiserem me
contratar agora eu venderia todas as minhas ações para Nate e correria
até lá”.

"Cale a boca", diz Nate, rindo.

"É impressionante como muitas pessoas querem você em sua


equipe", diz Elias. "Você tem experiência em desenvolvimento?"

“Afaste-se, Elias. Esta é minha”, diz Bennett. Seu tom não é nem
brincalhão nem áspero, mas suas palavras fazem meu coração pular, no
entanto. "Mas eventualmente, você poderá ter uma chance de trabalhar
com ela."

"Estou ansioso por isso", diz Elias, sorrindo para mim. "Você teve a
chance de desenvolver algum aplicativo enquanto esteve lá?"

"Gostaria de salientar que eu estou na SEVEN por apenas duas


semanas", digo. "Mas sim. Na verdade, aplicativos de namoro são o que
mais me interessa, e a SEVEN tem sido generosa o suficiente em me
deixar testar uma ideia de aplicativo de namoro no local de trabalho que
venho criando há algum tempo”.

"Uau." Elias troca um olhar enfático com Ryan e Nate.

"Isso não é confuso?" Ryan pergunta.

"Essa é a reação masculina."Reviro meus olhos, nem mesmo me


incomodando em esconder meu aborrecimento.

Bennett ri. "Porque é uma bagunça".

"Nós já discutimos isso." Encontro seu olhar.

Seu sorriso cai lentamente enquanto ele me olha, sua expressão


indo para outra coisa... Uma coisa que me faz esquecer como respirar por
um segundo. Para alguém que não acredita em amor, ele sabe como fazer
uma mulher acreditar que ela tem uma chance com ele. Eu me forço a
olhar para os homens à nossa frente.
"De qualquer forma, está indo muito bem até agora."

"Diga", diz Bennett. “Não recebi comentários ou dados desse


aplicativo maravilhoso. Então, estou ouvindo isso pela primeira vez.”

"Bennett tem suas reservas sobre aplicativos de namoro", explico "o


que é justo. Eu entendo, mas este vai mostrar a ele que o amor verdadeiro
não é tão difícil de achar tanto quanto ele imagina. Ainda não fiz as
primeiras entrevistas. O questionário sai no sábado de manhã, que será
uma semana após o lançamento. Até agora, ninguém desistiu ou
apresentou uma reclamação, e isso é bom. Tanto quanto sei, os usuários
permaneceram anônimos...”

“Espera, eles nem sabem os nomes das pessoas com quem eles
estão emparelhados?” Nate pergunta, franzindo a testa.

“Eles recebem nomes. De aves, na verdade. Canário, Blue Jay,


Coruja, Cardeal.”

"Pássaros." Bennett encolhe os ombros. "Quero dizer, se funcionar,


funciona, certo?"

“Mas se você fosse expor este aplicativo ao mundo real...” Ryan


começa.

“Eles escolheriam um apelido que lhes fosse adequado. Os pássaros


são apenas para o nosso julgamento no escritório. Imaginei que, se
tivessem permissão para escolher um apelido, havia uma chance maior
de as pessoas juntarem dois e dois. Por tudo que você sabe, você está
emparelhado com a pessoa que trabalha ao seu lado”.

Os três homens à minha frente piscam. E piscam. Eu disparo um


olhar sobre Elias. "Você não disse que gosta de aplicativos de namoro?"

“Como um negócio. Claro".

Minha boca cai. "Eu vou me abster de comentar sobre isso por
respeito ao homem sentado à minha esquerda, mas, por favor, note que
se ele não estivesse aqui e eu não estivesse em risco de ser demitida, eu
diria algumas coisas muito más agora mesmo".

Todos eles riem, incluindo Bennett. “Ei, eu não sou seu chefe. Meu
pai é. Eu realmente não posso demitir você”.

“Como isso funciona, a propósito?” Nate pergunta. “Você começou a


empresa e o trouxe, mas ele tem uma posição mais alta do que você?”

“Depende de como você qualifica posições. Eu criei a empresa, mas


meu pai foi um grande chefe na indústria por um longo tempo. Seria um
idiota em pensar que eu era mais inteligente ou mais experiente em
negócios do que ele. Então, eu implorei pra vir a bordo, ofereci-lhe
a posição de CEO, que ele tentou recusar, mas eu era apenas um
garoto. Inteligente, claro, mas um garoto, no entanto. O resto é história.”
Bennett dá de ombros.
Eu não estava esperando por essa resposta. De fato, é uma questão
que sempre esteve em minha mente. Toda vez que leio uma entrevista
com ele ou com seu pai, me pergunto se essa resposta não é fabricada ou
se preferem não torná-la pública. Seja qual for o caso, não achei que essa
seria a resposta verdadeira. É uma surpresa. Poucos homens que
conheci estariam dispostos a ficar no banco de trás com ninguém,
especialmente com seu pai. Parece-me que a maioria dos homens está
sempre competindo ou tentando superar o pai de alguma forma. Não
Bennett embora. Ele continua falando com os caras, e acho cada vez
mais difícil me concentrar nas palavras que saem de sua boca. Continuo
olhando para seus lábios carnudos e mandíbula afiada com a sombra das
cinco horas que o faz parecer mais quente do que estava há dois dias,
se é mesmo possível.

Felizmente, a comida chega e eu paro de ‘babar’ e começo a comer.


Nós entramos em uma conversa confortável sobre onde as empresas
estão indo e como a tecnologia é um fenômeno incontrolável que está
cada vez maior.

“Tem certeza de que quer desistir?” Pergunta Bennett a Nate.


"Parece que você não quer".

Os olhos de Nate saltam entre Bennett e eu. "Eu não sei, mas eu sei
que Presley quer que eu esteja mais presente nos empreendimentos dela
e deseja que façamos mais negócios juntos". Ele se encolhe. "E Ryan está
prestes a ter outro filho, então eu acho que ele prefere ter o dinheiro no
bolso e não trabalhar tanto para isso.” Nate olha para Ryan com uma
risada.

“Droga, claro. Crianças são caras”, Ryan diz com uma risada. Uma
vez que ele para, ele fica sério novamente. “Nós confiamos em sua visão,
Bennett. Estamos observando você há anos e vimos o que você pode fazer
pelas pessoas. Nós revisamos todas as outras empresas de Nova York até
o Vale do Silício e a sua é a que continuamos voltando”.

"Isso significa muito", diz Bennett. "Eu confio que podemos fazer
este trabalho, e que podemos tirar suas ideias do papel para você, Elias."

Todos nos levantamos para nos despedir. Bennett, Elias e Ryan


continuam conversando, enquanto Nate e eu saímos com nossa própria
conversa sobre a última cervejaria que ele e Presley estão abrindo.

"Parece muito para desistir", eu digo baixinho, fora do alcance de


voz de Bennett. "O material de tecnologia, quero dizer".

"Eu tive a sorte de inventar algumas grandes coisas e vendê-las por


muito mais do que eu sonhei." Ele encolhe os ombros. “Eu acho que é
hora de me concentrar em outras coisas. Não ter Winston por perto tem
sido difícil para mim, mas muito mais difícil para Presley, especialmente
com o lado comercial das coisas. Ainda teremos nossa equipe
trabalhando em invenções, então não é como se eu estivesse desistindo
totalmente. Só estou disposto a deixar o controle um pouco.”

"Esse é um grande passo."


"É. Ela vale a pena.” Ele sorri.

"Ela vale a pena." Eu me sinto sorrindo de volta.

Minha melhor amiga não teve a melhor sorte com o amor antes
de Nathaniel, mas no momento em que se tornaram um casal, as coisas
mudaram para ela. Ela é mais brilhante do que antes... Mais calma, mais
feliz. O amor fez isso por ela. É uma das razões pelas quais me recuso a
deixar de acreditar em algo só porque não tive boa sorte. Eu vi em
primeira mão, a maneira como isso muda a vida das pessoas. Nathaniel
e eu nos abraçamos e nos despedimos. Eles têm um vôo saindo hoje à
noite, enquanto Bennett e eu ficaremos até a conferência terminar no
domingo. A lembrança do que prometi a ele nos próximos dias, faz meu
estômago revirar.

Bennett e eu andamos pelo saguão em um silêncio


confortável. Posso imaginar que ele provavelmente esteja pensando sobre
a proposta de negócios, enquanto eu tenho minha mente na sarjeta,
imaginando-o nu sob o seu caro terno. Ele pega o telefone e começa a
falar, eu suponho seja seu pai, pela maneira como ele está escutando. Eu
olho ao redor, deixando os sons do cassino no meio do hotel me distrair
para que eu não escute. Quando Bennett desacelera, vou para o lado,
olhando a vitrine da joalheria cara de dentro do hotel. Por causa da
profissão da minha mãe, eu praticamente cresci nesses hotéis,
geralmente esperando por ela ou por uma de suas garotas terminarem
um trabalho. Eu assisti outras pessoas virem e gastar
uma quantia exorbitante de dinheiro em coisas, como: drogas, mulheres,
joias, jogos, shows, restaurantes. E nem uma vez desejei ser um
deles. Mesmo agora, eu não gostaria. Se há uma coisa que aprendi sobre
as pessoas que têm muito dinheiro à disposição, é que elas não apreciam
tanto as coisas quanto as que não têm.

"Vê algo de que gosta?" A voz de Bennett me puxa dos meus


pensamentos.

Eu me volto para ele com um sorriso. "Deus, não".

"Você é um mistério para mim, Cupido." Ele me observa. “Você quer


que todos os outros encontrem o amor, mas não acredita nele para si
mesma. Você vai a reuniões com homens poderosos e de alguma forma,
faz a coisa toda parecer um bando de caras começando na vida, e fica ao
lado do item mais caro da loja e me diz que você não quer, e o que é mais
surpreendente? É que realmente acredito que você não queira.”

"Bem, parece que você me desvendou." Começo a me mover, mas ele


me pressiona contra o vidro, com sua boca perto da minha. "Espero que
você tenha dinheiro suficiente para substituir o que está atrás de mim se
o quebrarmos".

Seu olhar se move rapidamente para longe do meu, e eu sei que ele
está pensando sobre isso. Seus lábios puxam pro lado enquanto ele traz
sua atenção de volta para mim. "Acho que vamos ter que descobrir".

Ele traz seu rosto para o meu, e seus olhos estão brilhando quanto
mais perto ele fica, como se ele estivesse testando ou esperando por mim
para afastá-lo. Eu pego sua gravata e puxo-o para mais perto, mais
rápido. Ele geme enquanto seus lábios descem sobre os meus, sua mão
deslizando para o lado esquerdo do meu rosto enquanto seu corpo duro
me empurra contra o vidro frio atrás de mim. Uma parte de mim se
preocupa que nós seremos expulsos, mas o medo é rapidamente
substituído por uma onda de calor enquanto suas mãos descem pelo meu
corpo, parando na minha cintura, sua boca ainda quente na minha,
línguas se movendo, dentes batendo.

"É muito cedo para voltarmos pro quarto?" Digo contra sua boca.

Ele ri, recuando e encontrando meus olhos. Eu sinto uma sensação


de conforto sabendo que coloquei aquele olhar selvagem nele. Pega minha
mão e me puxa para longe do vidro, me levando através do saguão sem
outra palavra.
A antecipação passa por mim enquanto me preparo para o jantar.
Parece diferente hoje à noite, talvez porque tenhamos chegado a um
acordo, e uma parte de mim saiba que esta noite ele não vai me afastar
como fez anteriormente. Contanto que eu mantenha a calma e não comece
a chorar novamente. O que não vai acontecer, aquela foi a última vez que
eu chorei este ano. Estou me dando os últimos retoques, quando ouço a
batida na porta entre os nossos quartos, segundos antes de Bennett
aparecer no limiar do banheiro. Ele está vestindo jeans rasgados e uma
jaqueta. É algo que eu nunca vi e nunca teria imaginado que ele usaria,
mas fica muito bem nele. Seu cabelo escuro está escovado para o lado, e
seus olhos estão na minha bunda. Ele move seu olhar lentamente até
encontrar o meu no espelho.

"Obrigada por bater e esperar por mim para convidá-lo a entrar."

O canto da boca dele se levanta. “Você deixou sua porta aberta,


interpretei como um convite”.

"Eu poderia estar no banheiro." Levanto uma sobrancelha quando


começo a colocar minha maquiagem de lado.
"Você diz isso como se houvesse alguma chance de eu achar que
você não caga”.

Meus olhos se arregalam. "Bennett!"

"O quê?" Ele ri, agarrando seu estômago. “Por que isso é tão horrível
para as mulheres? Os homens falam sobre o tamanho de sua merda, a
cor de sua merda, com que frequência eles cagam. É da natureza
humana”.

"É nojento pra caralho." Faço uma careta e passo por ele enquanto
saio do banheiro e vou até o armário colocar meus saltos. "Você apenas
perdeu três pontos na escala de sensualidade."

"Três pontos?" Ele ri mais alto. Eu não posso deixar de sorrir, não
que ele possa ver isso comigo de costas para ele. "Eu vou ter que melhorar
minhas habilidades no banheiro".

"Você pode parar de falar sobre isso?" Eu gemo, virando para


encará-lo.

"Você está linda." Ele para de repente e deixa seu olhar vagar por
mim mais uma vez, sem se preocupar em esconder a fome em seus olhos.
Quando seu olhar encontra o meu novamente, ele diz: "Você é linda".

Eu me sinto corar. Recebi elogios de muitos homens, mas poucos


me fizeram sentir o mesmo que ele. Talvez seja porque quando ele diz o
que pensa, ele não deixa espaço para interpretações errôneas ou
questionamentos. Quando ele diz que eu sou linda, eu realmente me
sinto linda.

"Quanto você ficaria chateada se eu lhe dissesse que eu mudei


nossos quartos?"

"O que você quer dizer?"

"Eu consegui uma suíte para nós." Ele aponta para cima, como se
para me mostrar onde fica a suíte.

"Oh." Eu pisco. "Como para nós dois?"

Ele inclina a cabeça. “Não, para mim, minha constante ereção e meu
banheiro.”

"Você é ridículo." Não posso deixar de sorrir, mas não dura. "Eu...”
Eu lambo meus lábios, olhando brevemente para longe antes de olhar
para ele novamente. “E se você não quiser ficar a noite? E se der errado?
E se não formos mais compatíveis sexualmente?”

"Confie em mim, ainda somos sexualmente compatíveis", diz ele. "O


que mais te preocupa, a ideia de não sermos sexualmente compatíveis ou
a ideia de que eu possa não querer passar a noite?"

"Ambos." Meus olhos estão arregalados, um contraste do olhar


divertido que vejo nele. "E se eu não quiser passar a noite?"

"Você não quer?"


"Eu não sei." Eu mastigo meu lábio inferior, olhando para a cama
que compartilhamos na noite passada - sem sexo envolvido.

"Exatamente", diz ele, como se estivesse lendo minha


mente. "Estávamos bem ontem à noite."

"Nós não transamos ontem à noite!"

"Da última vez que transamos, passamos a noite juntos, Morgan."


Ele levanta uma sobrancelha. “A diferença é que nós transamos a noite
toda e eu saí ao raiar do sol, e não tivemos nenhuma conversa de
travesseiro.” Ele deve sentir minha hesitação, porque ele aperta minha
mão e leva a mão até meu queixo para que eu olhe pra ele. "E quero
conversas de travesseiro, desta vez".

"Oh." Meu coração salta, quero perguntar por quê? Por quê? Qual é
o propósito da conversa de travesseiro se você nem acredita em
relacionamentos, mas eu concordo, porque caramba, eu quero isso. Eu o
quero. "Ok. Vamos fazer isso. Quero dizer, são apenas duas noites, certo?"

"Apenas duas noites." Ele fecha a distância entre nós e cobre o lado
direito do meu rosto com a mão. "Deixe-me substituir todas as memórias
ruins que você tem deste lugar, com as boas", diz ele, com um calor nos
olhos que faz meus joelhos tremerem. "E se você se sentir oprimida,
podemos dormir em quartos separados."

"Ok."
Ele se inclina e pressiona a boca na minha. O beijo é suave, mas
exigente, e quando ele se afasta, a parte de trás dos meus joelhos bate na
cama e eu caio para trás agarrando seus ombros com força, como se isso
diminuísse o impacto ao invés de torná-lo pior. Bennett ri contra meus
lábios enquanto se afasta. Eu rio, empurrando-o para que ele não
continue me esmagando.

"Você poderia ter me matado", eu suspiro.

"Você me puxou em sua direção." Ele ainda está rindo, com os


ombros tremendo.

“Eu estava caindo. Foi automático.”

"Para me fazer cair com você?"

“Não é assim que geralmente acontece?” Nossa risada desaparece,


nossa diversão anterior parece com algo a mais, algo real, assustador e
incontrolável. Bennett segura meu olhar quando ele pega minha mão e
beija as costas dela antes de se levantar. Ele arruma a jaqueta enquanto
olha para mim.

“Por mais que eu queira continuar explorando isso agora, temos que
estar fora dos nossos quartos em dez minutos. Vou pegar a chave
enquanto você faz as malas.”

Concordo incapaz de formar uma frase coerente, e observo quando


ele sai do quarto.
Capítulo Vinte

"O que você está pensando agora?" Bennett pergunta. "Está


mudando de ideia?"

Ele levou nossas malas à suíte enquanto eu ligava para o Sr. Cruz
para informar sobre um potencial cliente sobre o qual ele me enviou um
e-mail, então eu nem cheguei a admirá-lo, mas agora nós estamos a
caminho de um show de música no qual ele nos comprou ingressos e eu
estou tentando diminuir cada insegurança que floresce dentro de mim.
Eu mordo o interior da minha bochecha, tentando descobrir como dizer
algo sem soar como uma idiota. Depois de alguns segundos, decido que
a honestidade é sempre a melhor resposta.

"Eu não quero perder meu emprego na SEVEN por isso."

"O quê? Eu nunca...” Sua expressão cai. "Morgan, eu não sou seu
chefe, sei que pode parecer assim, mas você se reporta ao meu pai. Se
isso te deixa desconfortável porque sente que eu posso tirar
oportunidades de você, nós não continuamos com isso. Não gostaria que
você se sentisse assim". Suas sobrancelhas se unem. "Eu nunca faria
nada para te machucar. Diabos, toda vez que olho para você, ouço sinos
de aviso tocando na minha cabeça por causa de Devon. A última coisa
que eu quero fazer é te machucar".
"Não. Quero isso. Estou cem por cento nisso." Interrompi a
caminhada e puxei a mão dele para que ele parasse comigo, não me
importando com o mar de pessoas que esteja andando ao nosso redor
para chegar ao show a tempo. Eu quero ter certeza de que estamos na
mesma página sobre isso. "Estou ciente que isso não é um
relacionamento, mas não quero que o que quer que aconteça nos
próximos dias, estrague tudo entre nós, especialmente no escritório."

"Não irá." Ele responde com suas sobrancelhas ainda unidas. Uma
parte de mim se pergunta se eu trouxe muitas preocupações para ele de
uma só vez, e se vai cancelar a coisa toda e concordar que isso é uma má
ideia. Talvez seja a pior de todas, mas eu o quero mais do que qualquer
ideia – boa, má ou medíocre - que tive durante muito tempo.

Eu aperto sua mão. "Gosto que você tenha sinais de avisos quando
se trata de mim e acha difícil ignorar".

"Impossível de ignorar." Ele hesita por um instante os olhos saltando


entre os meus, mas depois ele se aproxima trazendo seus lábios aos meus
em um beijo suave, ainda que leve. Quando se afasta, eu aperto seu
bíceps musculoso, desejando que ele continue me beijando. Ele
sorri. "Temos um show para ir".
Ele segura minha mão durante todo o show, enquanto eu me
maravilho com tudo no palco e balanço minha cabeça ao som dos Beatles.
Eu não sei quanto do show ele assiste, mas toda vez que eu me viro para
olhar para ele, eu o pego olhando para mim, e cada vez, eu coro mais
fundo. Felizmente, as luzes estão fracas. De vez em quando, ele se inclina
e canta no meu ouvido, e é a coisa mais quente que eu já ouvi na minha
vida. Quando acaba, nós dois aplaudimos de pé os artistas e saímos
cantando a última música.

"Isso foi incrível."

"Valeu a pena ver o sorriso em seu rosto e a maneira como seus


olhos brilharam com as luzes da discoteca".

Eu ri. "Você ao menos assistiu o show?"

"Você era o show." Ele sorri.

"Engraçadinho". Reviro meus olhos, mas eu juro que meu rosto está
em chamas. "Obrigada por me trazer”.

"O prazer, foi meu." Ele pega a minha mão novamente enquanto
caminhamos pelo saguão, e acena para o cassino. "Você joga?"

"Não."

"Você quer?"

"Não realmente." Eu dou de ombros.


"Eu acho que crescer aqui significa que você não está impressionada
com nada disso?"

"Sim e não. Eu realmente não tive a chance de experimentá-lo do


jeito que todo mundo que vem aqui faz.”

"Mais uma razão para tentar sua sorte em uma máquina caça-
níqueis."

"Ok, que se dane. Uma vez não vai me matar".

Bennett ri, puxando-me para a maior máquina do cassino. Ele


coloca algo nela e me diz para puxar a alavanca. Eu coloquei toda a minha
força nisso.

“Cuidado, Cupido. Queremos ganhar, não devermos ao cassino uma


nova máquina.” Ele pisca. Eu rio porque sei que precisaria de muito mais
que meus braços para quebrar essa coisa, me afasto e observo ao lado
dele enquanto os itens da tela param lentamente. Ele pisca as luzes e diz
que eu ganhei cinco dólares.

"Eu ganhei." Eu suspiro e pulo, batendo palmas.

"Cinco dólares." Ele ri enquanto eu comemoro.

"Cinco dólares a mais do que eu tinha quando joguei isso!"

Ele ainda está sorrindo quando envolve seus braços em volta de mim
e me beija. "Você é tão fofa, Cupido."
"E rica", eu sussurro contra ele.

Ele gargalha alto.


Estou morrendo de vontade de voltar para a suíte, mas Bennett
insiste que precisamos ir jantar e beber primeiro. Nós não vamos
experimentar Vegas do jeito que ele quer que eu faça, ele diz então eu
concordo, mesmo que eu ainda esteja satisfeita do almoço com
Nate, Ryan e Elias.

"Eu não quero experimentar Vegas", murmuro enquanto esperamos


por uma mesa no restaurante. "Quero experimentar você".

Ele levanta uma sobrancelha. "Você já experimentou".

"Você sabe o que eu quero dizer." Eu bato no peito dele levemente.

Ele pega minha mão e a mantém, olhando para mim. Eu juro que
posso me perder em seus olhos âmbar com manchas de um marrom mais
escuro. Quando olho para ele, parece que estou imersa em algo de outro
mundo.

“Por aqui.” As palavras da hostess apontam nossa atenção para


ela. Nós a acompanhamos e sentamos em um cantinho aconchegante.

"Isso é bom." Sorrio, agradecendo-lhe pelo cardápio e Bennett faz o


mesmo.
"Conte-me a história da sua vida", diz ele assim que se acomoda.

"O quê?" Eu rio. "A história da minha vida? Qual parte?"

"Qualquer parte. Todas as partes.”

Somos interrompidos pelo garçom, e Bennett pede uma garrafa de


vinho para nós e o dispensa rapidamente, voltando os olhos para os
meus.

"Bem, eu não sei por onde começar", digo. “Por que você não me
conta sua história de vida? Dessa forma, eu sei o que você quer que eu
compartilhe”.

“Está bem,” ele concorda. “meus pais vieram de Cuba em um barco,


fugindo de um governo que estava impossibilitando que eles
prosperassem. Papai tinha conhecidos em Miami e arranjou trabalho em
seguida. Mamãe arrumou um emprego em um restaurante, trabalhou
longas horas, para o desânimo de meu pai. Quando papai teve uma
oportunidade em Jersey, eles pegaram e foram embora. Mamãe
engravidou e largou o emprego como garçonete que ela tinha, optando
por ficar em casa para cuidar de mim. Papai queria que eu jogasse
beisebol; Eu escolhi o futebol em vez disso. Mamãe odiava, mas ela me
levou a todos os jogos e treinos de qualquer maneira. Eu desempenhava
as minhas tarefas, fazia as minhas atividades, estudava muito e consegui
uma bolsa com o futebol para a universidade, o que os meus pais
achavam absolutamente insano”. Ele ri. "Acabei tornando-me amigo de
um cara muito legal que acabou por ter uma irmã mais nova muito
gostosa, bonita e inteligente." Ele sorri quando reviro os olhos. “Na
faculdade, inventei um conceito para uma empresa, fundei-a, contratei o
meu pai e o resto é história".

"Você pulou a parte sobre sua ex-esposa psicopata." Eu sorrio para


o garçom, que está de volta com a nossa garrafa de vinho.

Atira um olhar como se não tivesse pena de mim enquanto o serve.


"Você parece que vai precisar mais disso do que ele, então eu vou começar
aqui."

Eu rio, tomo o vinho e aceno com a minha aprovação. Quando ele


se afasta, olho para Bennett. “Eu não sei nada sobre vinho. Todos são
bons para mim”.

Ele ri e levanta o copo. "Por este momento."

"Por este momento." Eu sorrio, tomo um gole e o coloco na


mesa. "Você estava chegando à parte sobre sua ex-esposa."

Ele suspira pesadamente. “Não há muito para contar. Eu conheci


Paola no primeiro ano de faculdade. Nunca imaginei me casar com ela,
mas de alguma forma parecia ser o próximo passo. Todo mundo estava
fazendo isso, então nós casamos. Estava começando a empresa, então
não prestei tanta atenção nela quanto ela queria. Ela disse que queria
filhos, nós tentamos por dois anos, não funcionou e ela acabou
engravidando de qualquer maneira”. Ele levanta seu copo e uma
sobrancelha. "Não de mim."
"Não!?" Suspiro.

"Oh sim."

"Uau."

"Sim". Ele balança a cabeça. “Nós nos separamos há pouco mais de


um ano. O divórcio foi rápido porque, apesar de todas as brechas que ela
tentou fazer, meus advogados estavam prontos. Quer dizer, ela estava
grávida do filho de outro homem.”

"Caramba, Bennett. Eu sinto muito." Sinto meus ombros


caírem. "Por que as pessoas são tão malvadas?"

"Natureza humana, livre arbítrio, muitas opções disponíveis para


nós, está na Internet, faça a sua escolha."

"Bem", eu tomo outro gole e coloco meu copo na mesa, inclinando-


me para frente. "Meu ex-noivo fodeu com minha mãe."

"Você está falando sério?" Ele pisca surpreso.

"Muito sério." Eu aceno, pressionando meus lábios. “Parece loucura


quando digo em voz alta. Eu não acho que eu já tenha dito isso.”

"Você nunca contou isso a ninguém?"

"Não."
"Nem mesmo a Dev?" Ele franze a testa. Eu sacudo minha
cabeça. "Nem mesmo seus amigos?"

"Só você." Eu mordo meu lábio. “Bem, talvez alguma outra


pessoa. Não me lembro.”

"Espero que não seja o cara do aplicativo."

“Talvez o cara do aplicativo. Eu não consigo lembrar.”

Ele me observa. “O seu ex foi o motivo pelo qual você estava


chorando na outra noite?”

"Não." Sinto que estou fazendo uma careta. “Eu não perderia
minhas lágrimas por ele. Sou louca o suficiente para desperdiçá-las por
ela.”

“Ela estará no casamento de Devon e Nora?”

"Provavelmente." Suspiro.

"Ele sabe que você a odeia?"

"Sim. Quero dizer, ele tem problemas com ela também, até certo
ponto, mas ele teve mais anos felizes com ela do que eu. Eu acho que é
capaz de perdoar mais facilmente do que eu.”

"Ela visitou Nova York uma vez quando estávamos na faculdade",


diz Bennett, com uma expressão pensativa em seu rosto. “Ele não a
deixou ir ao nosso apartamento. Achei estranho, mas não era o meu
direito fazer perguntas. Eu a vi de novo uma vez quando estávamos em
Los Angeles e ela estava na reabilitação. Ele não explicou e eu não
perguntei. Apenas o levei até lá e esperei".

“Sim, bem, se sua mãe fosse uma viciada, prostituta e uma


madame, eu acho que você também não iria querer ela perto de seus
amigos. Especialmente quando seus amigos são bem equilibrados e têm
famílias normais.”

"O que você quer dizer com madame?" Seus olhos se arregalam.

"Certo." Eu paro, tomando um gole do meu vinho. Nunca tive que


explicar isso para ninguém, então nem sei por onde começar. Tento
mesmo assim “Ela trabalhava em um banco quando meu pai ainda
estava em casa. Regular das nove às cinco. Então papai foi embora e,
antes que percebêssemos, havia mulheres entrando e saindo de nossa
casa o tempo todo, e eis que mamãe era a chefe delas”.

"Isso é... interessante. Estou assumindo que isso te incomodou.”

Eu dou de ombros. "Na verdade, não. As mulheres eram muito


gentis comigo. Realmente não começou a me incomodar até um pouco
mais tarde”.

"Ela queria que você entrasse no negócio, por assim dizer?"


"Quem sabe?" Eu rio do absurdo de tudo isso. "Como isso é
normal?"

"Ninguém é normal." Bennett ri. “Todas as famílias têm problemas,


embora eu deva dizer que o seu está definitivamente no fim desse
espectro. E quanto ao seu pai?"

"Saiu quando eu tinha dez anos." Eu pisco rapidamente, na


esperança de limpar as lágrimas que ameaçam borrar minha visão. Eu
pigarreio. "Eu sinto muito, juro que geralmente não sou uma bagunça
emocional. É este lugar.”

"Pare de se desculpar." Ele pega a minha mão sobre a pequena mesa


e uma sensação de calma toma conta de mim enquanto ele a
segura. “Você disse ex-noivo. Eu quero voltar a isso.”

"Claro que sim." Sorrio, tomando outro gole do meu vinho e parando
para agradecer ao garçom enquanto ele oferece uma cesta de
pão. Bennett pede alguns petiscos para compartilhar, certificando-se de
que estou bem com isso. Aceno e agradeço a ele porque eu não estou com
fome, mas eu sei que tenho que comer alguma coisa se eu vou continuar
bebendo esse vinho.

"Então, ex-noivo..."

"Esta parte, Dev sabe", eu digo, lembrando-me da maneira como


meu irmão apareceu na porta de Justin, me arrastou para fora e tentou
me convencer a desistir do noivado. “Honestamente, não há muito para
contar. Eu estava com ele há dois anos e decidi durante uma noite
bêbada que ficaria noiva. Dev me avisou que ele era um babaca”. Faço
uma pausa. “Isso foi antes de eu descobrir que ele tinha fodido com
minha mãe, e estava me traindo com todas as suas... funcionárias", eu
digo.

"Uau."

“Por mais que eu a odeie por, bem, tantas coisas, eu cheguei a um


acordo com esse aspecto de sua vida, mas só porque Dev não teve que se
preocupar em ter chuteiras quando ele estava jogando futebol no ensino
médio", eu digo. “Então, apesar de tudo, ela realmente tentou, eu
entendia isso. Pelo menos Dev saiu daqui e fez um nome para si mesmo”.

“É por isso que você ficou noiva quando ele estava fora? Para fugir
da sua mãe?”

“Eu acho que eu queria acreditar que o amor era algo diferente do
que eu via dia após dia em casa. Justin foi para o ensino médio
comigo. Ele era um dos mais espertos, talentoso em todas as classes,
sempre me tratava como uma princesa, não enxergava os sinais.”

Bennett aperta minha mão com mais força. "Ele era um idiota".

"Ele era." Sorrio.


"E agora você está pensando em remover o véu e fazer com que as
pessoas sintam que podem ser honestas umas com as outras, elas terão
uma chance maior de encontrar o amor?".

"Simplesmente não vejo como algo que possa acontecer para todos."

"Isso vai acontecer para você", diz ele.

“Cuidado, Problema. Você não quer que eu pense que você está
amolecendo.”

Ele pisca. "Eu sou duro onde importa."

Isso me faz gargalhar.


"Diga-me outra das suas memórias ruins", diz ele enquanto estamos
andando pelo saguão.

"Agora mesmo? Mas estou me divertindo tanto, com meu estômago


cheio de comida e minha corrente sanguínea tão cheia de vinho." Tropeço
um pouco, revelando o quanto de vinho eu tomei, e sorrio quando a mão
de Bennett aperta minha cintura. "Desculpa".

Ele me puxa para mais perto, de modo que minha cabeça está
contra o peito dele e seu queixo está na minha cabeça enquanto
andamos.

"Eu só quero mais uma memória ruim, para que eu possa substituí-
la por uma boa", ele murmura. Eu paro de andar de repente, olhando
para ele.

"Bennett." Minha voz está trêmula. "Isso soa mais do que


apenas transar".

"Então, vamos fazer sexo e não seremos amigos?"

"Eu... Eu não sei ”, eu sussurro. "Eu não quero me apegar."

"Você se apega facilmente?" Ele procura meus olhos.


"Eu não sei, nunca fiz isso antes. E se acontecer?"

“Hm. Vamos descobrir quando chegarmos lá”. Ele empurra uma


mecha de cabelo para trás da minha orelha e acaricia meu queixo com o
polegar, os outros dedos ao lado do meu pescoço. “Você é tão linda,
Morgan. Uma memória.”

"Eu não quero falar sobre isso", eu sussurro. "Mas este


momento aqui está substituindo pelo menos cinco ruins".

Seus lábios se levantam um pouco quando ele se inclina para mim


e me beija suavemente, profundamente, com tanta emoção que me tira o
fôlego. Quando ele se afasta, mantenho meus olhos fechados querendo
me lembrar de cada momento, da maneira como ele olha para mim, como
se eu fosse à coisa mais preciosa que ele já viu e me beijando no meio do
cassino Aria. Ele está olhando para mim quando eu finalmente abro
meus olhos, com seu olhar fazendo meu coração dançar.

"Talvez você possa me mostrar essa suíte agora", eu digo.

Ele simplesmente balança a cabeça, mas leva um segundo antes de


se afastar completamente do momento, como se também estivesse
catalogando-o para seu banco de memória.

É impossível, eu penso. Ele provavelmente está mais bêbado do que


eu imaginava.
Um homem como Bennett não relaciona momentos com pessoas
como eu.

A SUÍTE É tudo o que eu imaginava que seria - grande, com uma


cozinha completa, sala ampla e janelas do chão ao teto com vista para a
Strip. Deixamos nossas malas na sala de estar e exploramos os quartos
- são dois - cada um com uma cama king size e enormes banheiros, mas
um dos quartos tem uma pequena piscina envolta em vidro que parece
estar pendurada na suíte. Meus olhos se arregalam quando olho para
ele. Não há como as pessoas não nos verem se estivermos lá. Apesar de
estarmos no alto da torre, há uma vista clara do hotel do outro lado da
rua, bem como os outros quartos deste andar. Eu sinto Bennett chegar
atrás de mim antes de ele colocar os braços a minha volta e me puxar
para seu peito, trazendo sua boca para o meu pescoço.

"Eu mataria para ver você nua lá."

“Hm. Talvez você vá”. Eu viro minha cabeça para dar-lhe melhor
acesso ao meu pescoço, e ele faz, mordiscando o máximo que ele pode
com a blusa que estou usando. Eu desfiz a fita na frente e me viro para
encará-lo enquanto eu lentamente abro os botões. Ele se afasta com o
olhar aquecido, enquanto me observa. Removo a blusa e abro o zíper da
minha saia, deixando-a aos meus pés antes de chutá-la na mesma
direção.

"Jesus, Morgan." Ele morde o lábio com um gemido, dando um


passo em minha direção. "Porra."

Ele leva as mãos aos meus ombros e me puxa para ele. Seu toque é
suave, mas suas mãos são ásperas. Estremeço com o contraste disso,
sentindo meus mamilos endurecerem no delicado tecido do meu sutiã
marfim.

"Você está vestido demais," eu digo, e minha voz é um sussurro


trêmulo.

A última vez que me senti nua assim com um homem, foi no ano
passado, com Bennett. Já fiquei totalmente nua na frente de outros
homens no passado e nunca me senti assim. É a maneira como ele olha
para mim, como se estivesse tentando ler minha mente, não apenas
admirando meu corpo. Percebo, quando meu coração fica preso em
minha garganta, que essa é provavelmente a maneira como ele olha para
todas as mulheres com quem transa, e devo ficar bem com isso, mas por
alguma razão o ciúme floresce dentro de mim por causa desse
pensamento. Que desaparece quando ele começa a se despir, seu terno
encontrando minhas roupas descartadas do outro lado do quarto. À
medida que ele fica nu, cada movimento faz com que seus músculos se
contraiam, deixando bem claro que Bennett Cruz não parou de exercitar-
se quando parou de jogar futebol na universidade. Ele está diante de mim
como um deus grego, com músculos firmes e esculpidos em ouro, sua
cueca boxer preta resume o único item de roupa que o cobre, e com o
tamanho do inchaço dentro dela, mal cobre qualquer coisa. Ele se move
primeiro, oferecendo-me uma mão, que eu pego com o coração
martelando enquanto ele me puxa para a cama.

Eu chuto meus saltos enquanto ando, o movimento tirando dez


centímetros da minha altura e fazendo a distinção entre nós muito mais
clara. Ele é enorme onde eu sou pequena. Ele é musculoso onde eu sou
mole, e enquanto eu sento na cama e ele se inclina sobre mim com uma
perna entre a minha, percebo o quanto eu amo o contraste. Trazendo
meus braços ao redor do pescoço dele, eu me estendo beijando, me
perdendo no momento. Ele geme contra minha boca, se levantando com
uma mão e trazendo a outra para o meu peito, explorando por cima do
meu sutiã no início, e então alcançando por baixo dele e empurrando-o
para cima para pegar com uma mão cheia e ajustar meus mamilos. Eu
me movo contra a perna dele entre as minhas, buscando alívio para o
tremor entre as minhas pernas.

"Morgan". Ele morde meu lábio inferior com um pequeno


rosnado. Percebo que ele só disse meu nome algumas vezes, e este é um
deles, e eu amo o jeito que ele parece cru e fora de controle quando ele
diz isso. "Porra. Continue se movendo assim, baby”.

Eu gemo alto, quebrando o beijo para jogar minha cabeça para trás,
e sua boca encontra meu pescoço, meu peito. Sua mão passa pelas
minhas costas e ele solta meu sutiã, arrastando as alças para baixo dos
meus braços e jogando-o de lado. Ele move a perna e eu suspiro alto.
"Eu estava tão perto." Eu aperto o braço dele, e meus olhos estão
vagos quando olho para ele.

"Nós vamos chegar lá." Ele me beija novamente, profundamente,


antes de puxar para trás e arrastar sua boca para meu peito, até meus
seios, levando meus mamilos em sua boca um de cada vez. Até o jeito
que ele faz isso, circulando sua língua em torno de cada um e lambendo
levemente, me faz sentir fora de controle.

Eu me sinto lutando contra o colchão, ofegante. Ele não está nem


me tocando ainda e eu estou pronta para gozar. Como se sentisse isso,
ele sopra em meus mamilos e suga bem abaixo do meu peito, então meu
estômago, meu umbigo, até que ele alcance meus quadris. Com uma
mão, ele puxa minha calcinha para baixo lentamente, com a boca dele
arrastando e deslizando o tecido. Eu me sinto completamente fora de
controle, o coração pulsando no meu pescoço, e no meu núcleo, enquanto
ele continua a me explorar. Aperto meus olhos fechados, agarrando o
topo da sua cabeça quando eu sinto a boca dele se movendo mais e mais
abaixo na minha pélvis, até que alcance meu clitóris. Na primeira lambida
da sua língua, eu grito, arqueando minhas costas. Ele traz sua outra mão
entre minhas pernas e começa a brincar com minhas dobras enquanto a
língua dele continua a chicotear sobre mim. Minhas pernas começam a
tremer. Começo a fazer ruídos distorcidos enquanto tento falar - dizer-lhe
para parar, para continuar, para nunca mais parar. Estou gozando antes
mesmo de tentar me controlar ou desacelerar. Eu ouço o rasgo da folha
de alumínio e abro meus olhos para vê-lo se cobrindo com um
preservativo, sua mão acariciando para ter certeza de que não vai
escapar. Os olhos encapuzados dele estão vagando por meu corpo
enquanto ele faz isso e juro que é a coisa mais sexy que eu já testemunhei
na minha vida.

"Eu estou tomando pílula." Eu lambo meus lábios. "E estou limpa."

"Já está feito." Ele sorri suavemente, encolhendo os ombros. "Estou


limpo também."

Eu chamo por ele. "Venha aqui".

"Você é tão linda, Morgan." Ele percorre entre as minhas pernas,


pressionando uma mão no colchão ao lado da minha cabeça e a outra
entre nós, fixando-se entre as minhas dobras, mas não empurrando
mais.

Eu começo a ficar impaciente, abrindo minha boca para reclamar,


mas sua língua me silencia com um golpe contra minha boca. Suspiro e
começo a moer contra a mão que ele colocou entre nós, Bennett ri contra
a minha boca enquanto se afasta um pouco, então não estou mais me
esfregando contra ele.

"Ben", eu começo a discutir, mas ele empurra para dentro de mim e


tudo o que posso fazer é arquear e suspirar com o impacto. Minhas mãos
apertam seus antebraços, minhas unhas cavando nele enquanto ele
continua a entrar em mim, mais e mais rápido, com um ritmo destinado
a me fazer desmoronar rapidamente.
"Olhe para mim, Morgan."

Meus olhos encontram os dele, e o que eu encontro neles acende


um fogo dentro de mim que eu não sinto há muito tempo, ou nunca
antes. Eu levanto meus braços e os envolvo em seu pescoço, gemendo
toda vez que ele golpeia em mim. Não é apenas seu pênis dentro que eu
sinto, mas o impacto do seu impulso contra o meu clitóris.

"Você está tão fodidamente molhada", ele geme, trazendo sua boca
para a minha. "Sua boceta é mais apertada do que eu me lembrava".

Eu mordo meus lábios incapaz de formar palavras para retrucar, e


então seus lábios estão batendo contra os meus. Seu beijo fica mais
faminto, seu olhar mais escuro quando ele se afasta para olhar para mim,
seus movimentos ficam mais fortes, mais rápidos, seu aperto na minha
bunda fica mais firme. Logo, o fogo queimando dentro de mim parece
queimar através de mim, rastejando pela minha espinha e apertando meu
núcleo com tanta força que eu acho que vou explodir, e quando eu
explodo, é com o canto do nome dele em meus lábios. "Ben, Ben, Ben,
Ben." Eu juro que o som disso o deixa imóvel e ele geme meu próprio
nome quando goza.
Estou terminando minha maquiagem, quando Bennett entra no
banheiro vestindo nada além de suas boxers. A visão me faz deslizar meu
rímel direto para a ponta do meu nariz. Ele é inacreditavelmente
atraente, de uma maneira que eu não tenho certeza se vou me
acostumar. Ele vem por trás de mim e envolve seus braços à minha volta,
beijando minha bochecha.

"Você está me distraindo." Eu limpo meu nariz.

"Assim como você a mim." Ele me aperta mais forte, olhando-me no


espelho. "Nós ficamos bem juntos".

"Ficamos." Eu mordo meu lábio para não sorrir. "Tão feliz por você
não ter nenhum complexo."

"Nunca tive." Ele me beija na bochecha novamente. “Você não


deveria ter também. É linda."

Com isso ele se afasta, passando pela divisória que separa a pia do
resto do banheiro. Eu termino e vou para a cozinha fazer café, enquanto
espero que ele termine de se arrumar. Hoje é o último dia de conferência
e nós temos duas reuniões que eu estou feliz por terminar, mas há
também uma sensação de perda, com o pensamento de que uma vez que
voltarmos para casa amanhã, isso tudo acabou. Não parece que tivemos
tempo suficiente juntos.

Vou até a janela e olho para a Strip. Parece tão inocente durante o
dia, tal contraste com o que este lugar foi construído e continua a
prosperar. Eu ouço os sapatos de Bennett baterem contra o piso de
mármore enquanto ele caminha até mim. O cheiro dele é tão bom, eu
quero virar a cabeça e inalar, mas continuo a olhar em frente em vez
disso.

"Está um lindo dia", diz ele.

"É." Olho para o céu. “Belo dia para saltar de avião.”

Eu sinto seu olhar em mim. "Você já fez isso?"

"Inferno, não." Eu encontro seu olhar. "Eu valorizo a minha vida,


muito obrigada."

Ele ri alto, balançando a cabeça. "Você é uma coisa, Morgan


Tucker."

"Obrigada." Eu bato nele com meu quadril.

"Obrigado pelo café."

"De nada."
Ficamos em silêncio olhando a cidade, enquanto tomamos nosso
café. Normalmente, o silêncio me deixa desconfortável. Parece-me
estranho que eu não tenha absolutamente nenhum desejo de encher o ar
com conversas inúteis. Apenas parece certo. Eu respiro fundo e exalo.

"Você já verificou seu aplicativo hoje?"

"Você me disse para ficar com você enquanto estamos aqui", eu digo,
olhando para ele. "Vou checar quando chegar em casa e voltar à
realidade."

"Hm." Ele toma um gole de café antes de pegar minha caneca e


colocá-la na mesa. Quando ele se aproxima de mim novamente, não
perde tempo em trazer sua boca para a minha. “Isso não parece real para
você? Com minhas mãos em seu corpo desse jeito”. Ele me pressiona para
o vidro atrás de mim e traz suas mãos para minha blusa, me
pressionando com beijos enquanto ele a desabotoa e a remove
lentamente, colocando-a cuidadosamente sobre o encosto do sofá ao
nosso lado.

"Temos que estar lá embaixo em trinta minutos" murmuro contra


seus lábios.

"Você provavelmente deveria começar a me despir, então." Ele sorri


contra mim, envolvendo os braços em volta de mim para abrir a minha
saia lápis, deixando-a em meus pés. Eu desprendo a camisa agora aberta
das calças dele e o ajudo a sair dela, os lábios dele voltando para os meus
como se estivesse segurando um ímã. Ele me carrega com um braço,
pressionando-me contra o vidro.

"Quem me dera pudéssemos pular a conferência inteira", diz ele, se


aproximando.

Sinto o seu comprimento, longo, duro e pronto entre as minhas


pernas e mordo meu lábio, me preparando para ele. Que não apenas
empurra para dentro de mim; em vez disso, ele me provoca, esfregando a
ponta do meu clitóris várias vezes, até que eu estou jogando minha
cabeça para trás e gemendo.

"Bennett, por favor."

"Por favor o que, Cupido?"

"Por favor, foda-me", eu ofego.

"Não até você responder a minha pergunta." Ele desliza entre


minhas dobras uma vez, duas vezes, três vezes, batendo no meu clitóris
a cada vez.

"Gozarei só assim", eu digo, porque sinto que vou explodir se ele


parar ou não.

"Hm." Ele morde meu ombro. "Eu prefiro que você goze ao redor do
meu pau." Ele lambe meu ombro. Eu gemo novamente, minhas pernas
começando a tremer. "Eu quero sentir você em cima de mim".
"Foda-se." Eu cavo meus dedos em suas omoplatas. Ele não está
totalmente despido, mas isso não importa, eu ainda posso sentir o jeito
que cada cume de músculos sob suas roupas flexiona contra o meu
toque. “Eu não posso, Bennett. Eu não posso.”

"Não pode o quê?" Ele traz seus lábios de volta aos meus beijando-
me com força mais uma vez, com seus olhos preso aos meus. "Você não
pode admitir como isso é real?"

“Por quê? Foi você quem disse que isso não pode acontecer.”

"Talvez eu queira que isso aconteça." Ele pressiona contra o meu


clitóris novamente, e eu juro que sua circunferência fica maior a cada vez
que ele faz isso. Gemo novamente, fechando os olhos com força.

“Por favor, Bennett. Por favor, me foda,” eu sussurro.

"Abra seus olhos, baby."

Eu abro. Ele finalmente enfia dentro de mim, lentamente,


preenchendo-me centímetro por centímetro. Suspirando alto e com
minhas unhas cavando mais fundo em seus ombros, deixo sua pele
marcada, mas não me importo. Eu gostaria que fosse permanente -
deixar todas as outras mulheres que ele se envolver saberem que eu
estive aqui. O pensamento é aleatório e alarmante. Eu nunca senti a
necessidade de reivindicar um homem antes. Por que este? Meus olhos
se arregalam quando a percepção me atinge.
"É real", eu sussurro. "Parece real."

Ele sorri, um sorriso alarmante e devasso, enquanto todo o meu


corpo chocalha com o orgasmo. Ele goza logo depois, e enquanto estamos
ali, com ele me segurando contra o vidro da nossa suíte com vista para
uma cidade que trouxe à minha vida tanta dor, eu me sinto totalmente
entregue a ele. As consequências serão amaldiçoadas.
Por um tempo eu estive convencido de que não queria ou precisava
de uma mulher, que podia simplesmente passar pela vida agindo como
um homem solteiro e ficar bem com isso. Saindo com mulheres aleatórias
sempre que quisesse.

Com certeza não estava esperando por Morgan. Claro, eu


relembrava nossa aventura de uma noite só, mas ela estava cheia de
muitos fatores externos, para eu aproveitar e aceitar o que tinha sido um
sexo incrível com uma linda mulher. Mas depois desta viagem? Eu não
consigo me convencer a não seguir essa história com Morgan. Ela é tudo
o que eu não sabia que queria. Tudo o que eu não sabia que estava
procurando em uma parceira. Ela me impressionou com cada pergunta
que fazia ao palestrante, com cada reunião que sentava ao meu lado com
a força que mostrava, apesar de todas as coisas que haviam acontecido
em sua vida e que ameaçavam derrubá-la. Concordamos que viveríamos
isso somente em Vegas, mas não tinha certeza de que conseguiria
cumprir essa promessa. Não quando parecia que ela tinha entrado na
minha mente e codificado com pedaços de si mesma. Assegurando que
eu não seria capaz de seguir em frente. Eu não podia.
"Então, acho que este é o nosso último café da manhã juntos", diz,
caminhando na sala com uma túnica branca.

Sei por experiência, que ela não está usando nada por baixo, e esse
conhecimento deixa meu pau duro em um segundo. Eu a observo
enquanto ela caminha até a mesa, onde já distribuí nosso café da manhã
e algumas outras coisas que eu pedi que são do gosto dela. Essa mulher
é uma contradição ambulante, com esse jeito tímido, com suas
bochechas coradas quando está envergonhada, mas uma sedutora
explosiva quando está com vontade de desempenhar esse papel. E
acontece que talvez seja isso o que ela tem feito toda a sua vida -
desempenhado um papel. Eu adoraria dizer que consegui baixar sua
guarda, mas quem realmente sabe?

"Um centavo por seus pensamentos." Pega um croissant, arqueando


uma sobrancelha para mim.

"Você realmente quer que isso termine quando voltarmos para


casa?"

“Não foi isso que nós combinamos? Muito sexo enquanto estamos
aqui, mas voltando a sermos colegas de trabalho quando estivermos em
casa?”

"Sim". Aceno, tomando um gole de suco de laranja. "Você acha que


isso pode se transformar em algo mais?"
“Pode?” Ela pergunta. "Eu acho que pode, mas acho que devemos ir
para casa e pensar sobre isso."

"Pensar sobre isso."

"Sim. Tipo, pensar nisso quando não estivermos juntos vinte e


quatro horas e nublados pela luxúria.”

Isso me faz sorrir. Nós estamos nublados pela luxúria. Feliz


nebulosidade! Devo acrescentar. Eu decido que ela está certa sobre isso.
Vou deixá-la dormir e pensar no assunto, mesmo sabendo que não
preciso. Preciso absolutamente de mais tempo com ela, mas fico em
silêncio e faço o papel que sei que ela quer que eu faça.

Por enquanto.
Segunda-feira é um desperdício absoluto. Para começar, meu pai
transferiu Morgan para o Departamento de Marketing e
Desenvolvimento. Eu sabia que ele faria isso. Ela falou sobre isso, ele
também falou, mas isso não significava que eu estava ansioso para que
realmente acontecesse. Agora, eu tinha um estagiário como assistente,
que não pode nem responder minhas perguntas, porque ele está muito
ocupado checando sua liga de futebol. Para completar, metade de seus
jogadores estão no banco, seu quarterback joga para os Dolphins, e ele
acabou de negociar com Todd Guley. Que desperdício. Eu o chamo
novamente.

"Edward, pode vir ao meu escritório?"

"Claro", ele diz rapidamente, o ouço bagunçando papéis no alto-


falante e fecho os olhos com um suspiro. Quando ele entra no meu
escritório, tem um olhar sério no rosto. "Você chamou?"

Mordi minha língua para evitar lançar insultos a ele. Ele é novo, ele
é jovem... ele está muito animado. Deixe passar, Bennett, eu me
aviso. Não é culpa dele você estar puto com o mundo.
“Você não ajustou minha agenda para a semana. Eu disse que não
vou mais me encontrar com o Titanium na quarta-feira. Além disso, tenho
uma reunião com Nathaniel Bradley e Ryan Cooper esta tarde, que
gostaria que você participasse," eu digo. "Na verdade, o que a senhorita
Tucker está fazendo?"

"Morgan?" Suas sobrancelhas se juntam. “Ela está... eu não sei. Ela


esteve no escritório de Wesley toda manhã.”

Meu queixo treme. Maldito Wesley. Espero até ter certeza de que
minha voz esta mais calma antes de falar. "Por favor, vá chamá-la para
mim?"

"Claro." Ele se levanta, com um sorriso no rosto. “Eu amo ir àquele


departamento. Eles sempre têm algo legal acontecendo”.

"Sim, bem, talvez se você puder provar que é capaz de manter minha
agenda nos trilhos, um dia você estará nesse departamento."

Ele sai sem outra palavra. Sento na minha cadeira, fechando meus
olhos. Faz apenas dois dias desde a última vez que vi Morgan. Ela estava
exausta quando voltamos no sábado, então eu não pedi para ficar mais
tempo, mas maldição, eu queria. Dissemos que qualquer coisa que
fizéssemos ficaria em Vegas, mas não posso deixar de me perguntar se
ela se sentiu tão sozinha, quanto eu me senti ontem. O desejo de ligar
para ela era indescritível. A ideia de aparecer em seu apartamento era
esmagadora.
Eu preciso me controlar. Não me inscrevi para me envolver muito
com ninguém neste momento. É a última coisa que preciso depois do
fracasso com Paola. Sim, já faz mais demais um ano, mas isso não muda
o fato de eu não acreditar nas coisas que Morgan deseja para si mesma.
Ela quer um relacionamento estável, alguém que não seja um mentiroso,
e não posso lhe dar nenhuma dessas coisas. Assim sendo, certas coisas
têm me afetado e sinto que preciso contar a ela. Eu ouço minha porta
abrir, mas mantenho meus olhos fechados até que ela se feche.

"Dormindo no trabalho?"

Sua voz faz meu coração bater mais rápido. Quando abro meus
olhos e finalmente olho para ela, ele para de bombear. Ela é realmente
linda, com o tipo de visual que pertence à passarela da Victoria'sSecret,
não se escondendo atrás de uma tela o dia todo. Mas ver sua
emoção quando ela fala sobre o que ela faz, deixa claro que está mais em
casa atrás de uma tela.

"Alguém me desgastou." Eu sorrio ao ver seu rubor, enquanto senta-


se em frente a mim.

"Não devemos falar sobre isso", ela sussurra.

"Por que não?" Sussurro de volta. "E por que estamos


sussurrando?"

"Eu não sei. Parece que não devemos ser muito vocais no trabalho”.
"Entendi." Eu rio. "Quero que você venha para uma reunião
comigo."

"Eu estou...” Seus olhos se arregalam momentaneamente. "Estou


em outro departamento."

"Quero que você venha de qualquer maneira."

"Por quê? Você tem um novo assistente. Peça a Eddy para tomar as
anotações.”

"Eddy é um fodido idiota", eu digo. “Ele é apenas... está em outro


planeta o tempo todo.”

"Ele começou o trabalho cinco segundos atrás, Bennett." Sua voz é


suave e calma, como se estivesse tentando acalmar uma criança após a
perda de um jogo da pequena liga. “Tenho certeza que assim que ele
pegar o jeito ficará bem. Dê a ele uma chance. Estou no meio de uma
montagem de um site para um grande cliente”.

"Com Wesley."

"Sim, com Wesley." Ela levanta uma sobrancelha. "Com quem eu


trabalho".

"Trancada em um escritório toda a manhã."

Ela ri. "Por favor, não me diga que você me tirou de lá porque você
está com ciúmes."
"E se eu estiver?"

"Então preciso relembrar que deixamos isso em Vegas e que


seríamos amigos, apenas amigos, quando chegássemos aqui?"

“E se eu disser que mudei de ideia, e que acho essa a coisa mais


idiota com a qual eu já concordei?”

"Então eu te diria que tenho que pensar sobre o assunto, estou meio
que vendo alguém agora".

"O cara do aplicativo." Eu inclino minha cabeça. "Você não pode


nem vê-lo".

"É uma relação emocional", diz ela, e eu juro que me incomoda, o


fato de que ela está disposta a ser emocionalmente aberta com alguém
em um aplicativo e não comigo. "Eu sinto que seria uma hipócrita se não
tentasse."

"Sinto-me como um hipócrita pedindo mais tempo juntos agora,


mas não consigo entender."

"Você disse que não tem relacionamentos", diz ela. “Além disso, você
é o melhor amigo do meu irmão. O que você acha que Dev vai pensar
sobre tudo isso?”

"Eu não sei." Eu fecho minhas mãos atrás do meu pescoço e me


inclino para trás na minha cadeira. "Ele provavelmente vai chutar minha
bunda."
"E você está disposto a ter sua bunda chutada por um sexo sem
sentido?"

"Não é sem sentido."

Ela me olha. A coisa sobre Morgan, é que ela tem uma cara de poker
do diabo. Talvez ela não jogue nas mesas, mas joga na
vida. Normalmente, as pessoas são fáceis de ler, especialmente quando
se trata das leis de atração. Seus olhos se arregalam levemente, você
lambe ou morde os lábios, brinca com o cabelo, sempre há algum tipo de
sinal. Mas Morgan não tem nenhum. Não que eu possa ler de qualquer
maneira. No quarto, ela me solta e me dá uma conexão, mas aqui fora,
ela é fria como pedra, e maldição, se eu não quero quebrar todas as suas
barreiras.

"Você disse que não acreditava em relacionamentos."

Eu suspiro pesadamente. "Posso retomar minhas palavras e tentar


explicá-las de uma maneira diferente?"

"Com certeza."

"Eu não acredito na noção de que o amor é uma coisa abrangente da


qual não podemos viver sem, mas se você quer um relacionamento, posso
me comprometer com isso."

"Sua ex-esposa louca parece pensar que você não pode se


comprometer com nada."
Eu reviro meus olhos. "Sim, bem, nós tentamos não ouvir as
pessoas loucas."

"Vou pensar sobre isso."

"Você vai pensar sobre isso?" Minhas sobrancelhas se juntam


quando me endireito no meu lugar.

"Nem toda mulher tem que saltar na oportunidade de estar com


você, sabe."

“Estou ciente disso. Eu apenas pensei que estaríamos na mesma


página.”

"Porque nos divertimos muito nos últimos dias?"

"Eu não sei, estou começando a me perguntar se imaginei todas as


risadas e orgasmos."

"Bennett." Seu rosto queima e é a gota d’água. Me levanto e caminho


para o outro lado da mesa, sentando-me na cadeira vazia ao seu lado. Ela
se move na minha direção, com seus joelhos roçando nos meus. "O que
você está fazendo?"

Eu alcanço a mão dela, incapaz de manter essa distância entre nós


por mais tempo. "Vá a um encontro comigo hoje à noite."

"Primeiro você quer me arrastar para uma reunião, e agora você


quer me levar em um encontro?"
"Nós podemos fazer as duas coisas."

"Isso é muito tempo gasto juntos." Ela me lança um olhar aguçado.

Eu percebo que está certa. Passamos muito tempo juntos,


passamos a última semana juntos em Vegas e eu ainda queria acordar
ao lado dela ontem e novamente nesta manhã, então não acho que seja
um problema. Não digo isso em voz alta, porque eu nem sei como me
sinto sobre essa percepção e não quero assustá-la.

"Então, sem reunião e sem encontro?" Pergunto, observando


enquanto esta aparentemente pensando.

“Sim para ambos. Dê-me dez minutos para terminar o trabalho com
Wes”. Ela se levanta soltando minha mão e começa a andar em direção à
porta.

"Já estão nos apelidos agora, hein?"

"Você é claramente um filho único." Ela olha por cima do ombro com
um sorriso. "Tem sérios problemas em compartilhar."

Me levanto e me aproximo dela, que suspira alto me dando a única


pista que tenho de que ela esta afetada por mim. Eu beijo o canto da sua
boca e depois o outro.

"Eu não compartilho." Pressiono minha testa contra a dela. "E eu


com certeza não estaria bem em compartilhar você."
Eu: Oh meu Deus. Oh meu Deus. Oh meu Deus.

Jamie: Você sabe quando a fofoca é boa quando ela soletra OMG

Presley: DESEMBUCHA?!?

Devon: ...

Oh droga. Meu coração para com a visão do nome do meu irmão.

Eu: MENSAGEM NO GRUPO ERRADO.

Eu mudo para o texto do grupo que não inclui meu irmão e começo
de novo.

Eu: Oh meu Deus Oh meu Deus. Oh meu Deus. TAMBÉM - APAGUE


O OUTRO TEXTO DO GRUPO ANTES DE RESPONDER, APENAS POR
PRECAUÇÃO. DEV NÃO PODE ESTAR NESTE;

Jamie: Feito. Manda.

Presley: Esperando...
Eu: Bennett quer que nós sejamos exclusivos.

Jamie: OMG! OMG! OMG! O QUÊ?

Presley: OMG!!!

Eu: Eu sei.

Presley: Eu pensei que ele tinha dito que não acreditava no amor?

Eu: Ele acredita. Quer dizer, eu acho que acredita, mas ele diz que
quer namorar comigo.

Jamie: E quanto a Devon?

Eu: Diz que provavelmente vai chutar sua bunda, mas que está
disposto a sofrer as consequências.

Presley: OMG!

Jamie: OMG?! Cara, ele é o solteiro mais quente da cidade no


momento.

Eu: Sim, ele e um bilhão de outros caras.

Jamie: Verdade, mas de alguma forma, eu não consigo encontrar um


para mim.

Presley: Você teve o Travis.


Jamie: Foda-se o Travis.

Eu: Oh. Essa é nova.

Presley: LOL. O que aconteceu agora? Ele ainda está namorando a


garota da Broadway?

Jamie: Não posso. Eu não posso falar sobre isso em um texto


agora. Estou literalmente prestes a entrar na loja da mãe dele. Ela quer
que eu ajude com a remodelação. Envia vinho a Jesus. Obrigada.

Presley: E quanto ao aplicativo? Você vai desistir?

Eu: Eu não sei.

Esse pensamento fica em minha mente enquanto coloco meu


telefone longe e caminho até a porta da frente do saguão, onde vejo
Bennett esperando por mim. Meu telefone começa a vibrar na minha
bolsa no minuto em que começo a andar ao lado dele. Não que ele
perceba, com a comoção em torno de nós.

"Estou assumindo que não estamos indo muito longe",


comento. "Os saltos que eu estou usando não foram feitos para andar."

Bennett ri. "Então, por que usá-los para trabalhar?"

“Porque eu me sento em uma mesa o dia todo. Além disso, eu os


troco para chinelos quando ninguém está olhando.”
"Isso é interessante." Ele olha para os meus sapatos. “Eles são sexy
pra caralho, você deveria usá-los o tempo todo”.

“Eu os usaria durante o sexo”. Dou de ombros.

"Você não usou comigo." Ele para de andar, agarrando meu braço e
efetivamente me parando também. "Com quantas pessoas você está
transando?"

"Nenhuma no momento." Eu levanto uma sobrancelha. “Eu disse


que iria usá-los durante o sexo. Quando eu estive com um cara sexy que
conheci na semana passada, mas depois cheguei em casa e...”

Ele me puxa e bate sua boca na minha. Estamos no meio da Quinta


Avenida, durante o horário de almoço. Nada sobre esse beijo deve
consumir tudo, mas quando ele molda meu rosto com as mãos e desliza
a língua na minha boca, a única coisa que eu posso me preocupar é em
quanto tempo isso pode durar e nos tele transportar direto para o meu
apartamento para transarmos agora. Ele se afasta puxando levemente
meu lábio inferior.

"Nós estamos indo para esta reunião, depois voltamos ao trabalho,


e hoje à noite, você está me deixando levá-la para jantar."

"Ok."

Estou feliz por ter vindo à reunião com Nathaniel e Ryan, porque
acabo aprendendo um pouco mais sobre qual é a visão deles, que é
diferente do que eu entendi da nossa reunião inicial. Nathaniel e Ryan
estão mantendo sua empresa intacta, mas basicamente querem alguém
para assumir algumas de suas contas de tecnologia, que é onde a SEVEN
entraria. Eu fico em silêncio durante a maior parte da reunião, anotando
apontamentos para Bennett, apesar de saber por experiência própria, que
seu cérebro é como uma esponja e parece reter tudo o que você jogar nele.
Quando terminamos, eu converso um pouco com Nate antes de sair e
voltar para o escritório com Bennett. Olho para o meu telefone pela
primeira vez desde que saímos da SEVEN e vejo uma chamada perdida
da minha mãe. Meu coração para. Devon não ligou, e se ele não ligou,
significa que nada sério aconteceu. Eu escrevo uma mensagem para ele
de qualquer maneira, só por precaução.

Dev: Falei com ela. Ela só quer ter certeza de que as coisas estão bem
desde que ela vem ao casamento. Precisamos conversar. Eu vou à cidade
amanhã de manhã.

Eu: Você não tem um jogo esta semana?

Dev: Semana de folga.

Eu: Tudo bem. Vejo você então.

Merda, ele nem me deu um aviso com antecedência sobre a viagem,


mas acho que só preciso de algumas horas para ter certeza de que o
quarto de hóspedes esteja apresentável.

"Você parece distraída", diz Bennett.


"Assim como você." Eu levanto uma sobrancelha para o telefone em
sua mão. Ele está mandando mensagens de texto todo o caminho de
volta.

"Sim". Ele suspira. “Eu tenho que encontrar meu pai sobre isso. Eu
vou te ver hoje à noite embora. Sete?"

"Às sete é perfeito". Sorrio enquanto caminhamos pelo saguão.

Ele não segurou minha mão o tempo todo, mas definitivamente não
está mantendo uma grande distância entre nós enquanto caminhamos.
Uma parte de mim gosta, porque eu sinto que isso significa que ele não
tem medo de ser transparente sobre nós. Mas uma outra pequena parte
de mim, também se pergunta se eu não estou dando um tiro no pé com
tudo isso. Ou seja, é repentino, realmente repentino, apesar da nossa
história. Acabei de começar a trabalhar aqui e SEVEN é a empresa dos
meus sonhos. Se as coisas correrem mal, o que poderia acontecer, eu
ficarei bem? Ainda terei um emprego? Prefiro não falar nisso ainda. Eu
sei que ele me garantiria que as coisas ficarão bem e que o pai dele é
quem faz a ligação, não ele. Mas é definitivamente uma conversa que
precisamos ter. A última coisa que eu preciso, é de algo dessa magnitude
me atormentando. Eu vou para o meu lado do prédio e ele vai para o
escritório do pai sem um segundo olhar.

Meu escritório é pequeno, parece mais um cubículo moderno com


paredes de vidro ao redor e uma mesa no meio. Essa ala inteira é assim,
exceto pela área comum com os puffs e as mesas com atividades para
colorir, Play-Doh e outras coisas que seriam o orgulho de uma professora
do jardim de infância. De acordo com Wesley, estudos mostraram que
quando adultos fazem uma pausa do que estão fazendo e se concentram
em atividades criativas básicas, eles são mais propensos a serem
produtivos quando voltam ao trabalho. Eu pessoalmente não senti a
necessidade de colorir, mas agradeço o gesto. Wesley bate na porta do
meu escritório, como se eu não pudesse vê-lo estando do outro lado. Ele
sorri quando entra.

“Então, eu estava pensando sobre a próxima semana e quando cada


pessoa vai descobrir com quem eles estão combinados. Você acabou
escolhendo um som de trompete realmente irritante ou algo para a
revelação? E as fotos que enviamos são as que vão ser mostradas?"

"Sim, e antes que você pergunte, não, eu não vi nenhuma delas,


então estou realmente esperando que não haja fotos de pau."

Wesley ri. "Isso seria horrível."

“Para as mulheres, sim. Só os homens acham que as fotos de seu


pau são atraentes.”

"Bem, eu acho fotos de peitos atraentes", diz ele, encolhendo os


ombros. "Tipo para equilibrar a balança."

“Na verdade, não. Peitos são realmente atraentes”.

"Isso não é estranho?"


"É anatomia." Eu dou de ombros. "Nossos corpos também são os
que levam os maiores golpes." Ele tem esse olhar em seu rosto que eu vi
principalmente em adolescentes. Reviro meus olhos e acrescento: "Eu
quis dizer no parto."

Ele ri. "Ei, eu tentei."

"Você é um homem, o que eu deveria esperar."

"É eu sou." Ele fica me olhando por alguns segundos. Eu olho de


volta perguntando se há mais alguma coisa de que ele precisa. "Então,
eu só vou perguntar... Você está vendo alguém?”

“Por quê?” Estou instantaneamente no modo de defesa, meu cérebro


voltando aos meus pensamentos mais cedo sobre o meu trabalho, o
quanto eu o valorizo e como eu preciso terminar essa coisa com Bennett
antes mesmo de começar. Seria a coisa mais inteligente a fazer.

“Só querendo saber se você gostaria de sair algum dia. Você sabe,
tomar uma bebida, ou jantar, ou um filme ou qualquer outra coisa.”

"Eu estou meio que vendo alguém", eu digo baixinho. "Mas se não
der certo, eu vou deixar você saber."

"Gostaria disso."

"Mas quem sabe, talvez você encontre o amor em nosso aplicativo."


"Talvez eu encontre com você." Ele pisca, quando sai do meu
escritório.

Eu suspiro pesadamente, inclinando-me para trás no meu assento.


Essa é a razão pela qual namorar é tão difícil. O amor é como o jogo chato
de telefone sem fio, onde a mensagem de todos se perde na tradução ao
longo do caminho. Algumas mulheres por aí gostariam de Wesley, Wesley
gosta de mim, eu gosto de Bennett, Bennet não gosta de ninguém. No
final da corda, as chances de todos nós encontrarmos um feliz para
sempre são pequenas, porque uma vez que não der certo com o que
queremos, nos fechamos. Fecho os olhos e penso nas relações dos meus
amigos. Presley e Nate encontraram o amor juntos por acaso, embora
ambos estivessem ansiosos um pelo outro há anos. A situação de Jamie
com Travis sempre pareceu ser a mais estável, mas uma vez que ela
alcançou um certo nível de sucesso e não passou mais tanto tempo com
ele, isso se tornou um desastre. Meu irmão e Nora realmente são os
únicos que eu consigo pensar que sempre tiveram um relacionamento
harmonioso, e acho que muito disso tem a ver com o fato de que Devon
viu nossa mãe sendo maltratada por tanto tempo, que ele decidiu que se
alguma vez encontrasse uma mulher se certificaria de que ela soubesse
seu valor, e Nora tem feito o mesmo por ele.

Há uma batida na minha porta e meus olhos se abrem


rapidamente. Eu quase caio da cadeira quando vejo o Sr. Cruz de pé do
outro lado.

"Oi", eu digo: "Eu juro que não estava dormindo. Só pensando."


Ele ri. “Pensar é bom. Tenho algumas coisas que quero falar com
você no meu escritório, se você não se importar.”

"Claro." Eu fico de pé rapidamente, pegando meu bloco de notas e


caneta enquanto vou. Na empresa anterior, aprendi que tomar notas em
seu telefone pode parecer rude e, por isso, parei de fazê-lo, recorrendo a
escrever no meu bloco de notas. Não é como se alguém algum dia fosse
entender minhas anotações, mesmo se elas tivessem acesso às
páginas. Eu mal consigo entender algumas vezes. Sigo o Sr. Cruz até seu
escritório e fecho a porta atrás de nós quando chegamos lá.

"Ben me disse que você já sabe o que vamos fazer por Nathaniel
Bradley, então eu não tenho que perder tempo explicando tudo isso para
você", diz. "Eles têm um cliente que quer que a gente desenvolva um
aplicativo de namoro para ele".

Eu concordo. “Elias. Eu o conheci em Vegas”.

"Perfeito, então você está familiarizada com a ideia."

"Estou. Quero dizer, com o que ele me disse de qualquer maneira”.

"O que você acha disso?"

"Bem, as duas ideias foram explicadas", eu digo. “A do avião não é


muito promissora, em minha opinião. A outra, já é mais viável e pode
ser desenvolvida”.
"Você não acha que as pessoas podem encontrar o amor em um
avião?" Ele pergunta, rindo quando eu faço uma careta.

"Como uma passageira ansiosa que sou, só posso falar por mim
mesma. A única coisa que estou procurando fazer em um avião, é
sobreviver. A última coisa que passaria pela minha cabeça, seria abrir
um aplicativo para procurar um potencial namorado".

Sr. Cruz ri. “Você parece a Barbara. Ela também é uma passageira
terrível.”

“A outra ideia é mais que um aplicativo clássico e eu definitivamente


acredito que tenha potencial”, digo.

"Você ficaria bem trabalhando nisso para ele?"

"Claro".

"Isso não iria interferir em seus próprios projetos?"

Eu sorrio. É loucura para mim, que esse homem se preocupe muito


com meus próprios esforços. Também é muito edificante. Se ele acredita
nas minhas coisas, não tenho desculpa para não dar o meu melhor em
tudo o que faço. Escalamos algumas coisas para o aplicativo em potencial
de Elias e falamos sobre o aplicativo no local de trabalho e como ele está
indo até agora - duas pessoas desistiram, mas a maioria dos membros
restantes permaneceu consistente, com a exceção de outros dois. Sem
ver os nomes ou endereços IP, sei que tem que ser eu e Coruja. Eu não
tenho estado exatamente muito presente, especialmente depois dessa
coisa com Bennett. Uma parte de mim se sente uma merda sobre
isso. Quando saio da reunião, digito uma mensagem.

Eu: Ei, eu sei que estou muito quieta, mas acho que quero dar um
tempo nesse aplicativo. Eu conheci alguém e acho que tem potencial para
ir a algum lugar.

Coruja: Nós não somos exclusivos, podemos ver outras


pessoas. Você não preferiria continuar conversando como amigos e ver
aonde isso vai primeiro? Ou a sua coisa com esse cara é séria?

Eu: Não é sério.

Coruja: Se você quiser continuar conversando, eu estou aqui.

Eu: Obrigada. Eu acho que não faria mal.

Coruja: Você nunca respondeu à minha última pergunta - praia ou


piscina?

Eu: Nenhum dos dois.

Coruja: O QUE. Escolha um.

Eu: Tudo bem. Piscina. Muitas criaturas estranhas se escondem no


mar.

Coruja: LOL sim, mesma resposta.


A última vez que bati nesta porta, foi para visitar meu melhor amigo
a quem eu ajudei a se mudar depois que ele conseguiu seu primeiro
contrato com a NFL. O fato de eu estar aqui esperando para levar sua
irmãzinha em um encontro, não me engana. Eu sei que Devon me
mataria se soubesse. Se ele tivesse alguma ideia das coisas que eu quero
fazer com sua irmã, das coisas que já fiz, ele me mataria. Eu iria se
estivesse no lugar dele. É algo que pensei no caminho inteiro, até chegar
aqui. Preciso contar para ele antes que isso se torne mais sério, preciso
esclarecer muitas coisas com Devon e Morgan, mas é mais fácil falar do
que fazer. Eu empurro esses pensamentos para longe quando a ouço
destrancando a porta.

Esta noite ela está vestindo jeans justo, um suéter preto de malha e
botas pretas. Demoro um momento para examinar seu corpo, e quando
faço, meus olhos pousam em sua boca coberta de batom vermelho, e
depois, em seus olhos arregalados. Eu juro que toda vez que a vejo é como
se a visse pela primeira vez, e toda vez, ela de alguma forma consegue me
tirar o fôlego. É um sentimento assustador, que eu não posso evitar.
Quanto mais tempo eu passo com ela mais claro fica, em vez de me
impedir de cair, o que estou fazendo é me preparando para o impacto.
"Oi". Ela sorri olhando para mim através de seus longos cílios.

"Oi." Eu passo em direção a ela, trazendo minha mão para seu rosto
enquanto eu levanto seu queixo para beijá-la.

Sinto-a tão delicada ao meu alcance, como um galho que eu posso


facilmente quebrar entre minhas mãos. Ocorre-me que esta é apenas a
maneira de Morgan ser, apesar da merda que viveu, ela conseguiu manter
seu coração suave. Apesar de ter aceitado essa coisa comigo como
temporária, algo que não vai resultar em nada sério pelo caminho, ela se
entrega a mim tão abertamente que, à medida que sua boca se molda
contra a minha e sua língua dança nos meus lábios, eu me sinto
consumido por ela.

Com esse pensamento eu me afasto quebrando o beijo lentamente,


não querendo que termine, mas com o conhecimento de que deve
terminar. Assim sendo, a única coisa que fiz a cada hora de vigília desde
nosso retorno da viagem, foi contar os dias, horas e minutos, até que eu
pudesse tê-la novamente. Agora que estou aqui, eu gostaria de poder
levá-la para o quarto e encher todo o seu corpo de beijos .

"Eu meio que quero ficar", ela sussurra contra meus lábios.

"Sim?" Beijo-a mais uma vez. Desta vez, eu me afasto para não cair
na armadilha. "Você se vestiu assim e não quer que eu te leve para um
encontro?"
"Eu me vesti assim para você e você já me viu." Encolhe os
ombros. Seu estômago ronca alto o suficiente para que eu ouça e
seu rosto fica vermelho. "Eu acho que estou com um pouco de fome."

Eu rio. "Vamos comer alguma coisa e então podemos voltar aqui, ai


você poderá me deixar fazer coisas más com você."

"Hm." Ela chega e me beija. “Quão malvado?”

"Honestamente, Morgan, se você não parar de fazer isso, você vai


passar fome."

"Tudo bem." Ela ri afastando-se e caminhando em direção à cozinha


para pegar sua bolsa. "Vamos descer a rua. Há uma casa de vinho e
queijo que tem excelentes tapas." Ela pausa, olhando para mim de olhos
arregalados enquanto tranca a porta. "Você fez uma reserva em algum
lugar?"

"Eu fiz, mas vou levá-la onde você queira ir." Cobrei um favor e fiz
uma reserva em um novo restaurante que sempre tinha uma fila na
porta, mas eu realmente não me importo de perder nosso lugar.

“Não, vamos aonde você planejou. Me sinto mal em cancelar, só por


causa da minha libido hiperativa”. Seu estômago ronca novamente. Desta
vez, nós dois rimos quando ela dá um tapinha. “E obviamente, eu
realmente estou com fome.”
"Estou surpresa que você não tenha um carro", ela comenta
enquanto vamos ao restaurante.

Eu contratei um motorista para a noite, porque as duas últimas


vezes que eu pedi uma empresa para me pegar cancelaram e me
atrasei. Eu não queria arriscar hoje à noite.

"Eu tenho um carro." Olho para ela. "Está estacionado na casa dos
meus pais".

Ela ri. "Você já o dirigiu?"

"Às vezes. Geralmente não na cidade. Eu moro a uma curta


distância de tudo o que faço, e quando não posso caminhar até lá, prefiro
pegar o trem ou um taxi. É mais conveniente.”

"Hm." Ela suspira. “Eu meio que sinto falta de ter um carro, me livrei
do meu antes da faculdade, porque sabia que não o usaria aqui. Os
estacionamentos custam mais do que uma hipoteca.”

“Eu me atreveria a dizer que você está indo muito bem sozinha”.

"Não o suficiente para pagar pelo estacionamento todos os dias." Ela


sorri. "Além disso, há o calvário de ter que enfrentar isto." Ela aponta
para a rua à nossa volta. "Se eu estiver sentada aqui atrás, estou de boa,
mas dirigindo, pode me dar um ataque cardíaco".

"Você se imagina vivendo aqui para sempre?" Pego sua mão e enfio
meus dedos nos dela. Eu não tinha notado o quanto gostava de segurar
as mãos de uma mulher, até que comecei a segurar a dela. Algo sobre a
maneira como seus pequenos dedos se encaixam dentro dos meus
confortavelmente.

"Acho que sim. Talvez sim, não tenho certeza se quero morar aqui
para sempre. Imagino que eu gostaria de uma casa com um quintal para
criar meus filhos”, diz. "Nada grande, mas definitivamente com espaço
para eles brincarem do lado de fora".

As palavras dela me atingiram no peito. Eu não esperava que ela


falasse sobre crianças, mas acho que consigo ver isso. Consigo imaginá-
la morando nessa casa e observando um par de crianças enquanto elas
enlouquecem no quintal. Talvez essa seja a parte em que eu digo a ela
que não posso ter filhos? Talvez essa seja a minha saída, onde tudo
acaba, onde ela vê que mesmo que eu quisesse ter filhos.... Nunca poderia
lhe conceder o sonho que ela construiu em sua cabeça.

“De qualquer forma, quem sabe o que o futuro trará? Sempre pensei
que já teria filhos agora e nem tenho um namorado”. Ela solta uma risada
suave.

“Jovens de 24 anos nem sempre falam sobre ter filhos hoje em dia”.
"Vinte e cinco. Fiz aniversário depois que nos conhecemos, você
sabe”, diz ela. “E se esse fosse o caso, jovens de vinte e cinco anos não
costumam falar sobre estar noivos aos vinte.”

"Ah, o noivado bêbado." Levanto a mão dela e a beijo. "Você se


arrepende?"

"O cara acabou por ser um verdadeiro idiota." Ela ri quando diz isso,
mas não encontro humor em sua risada. Um verdadeiro idiota que
dormiu com a mãe dela, foi o que ele acabou sendo. Baseado somente
nisso, quero chutar sua bunda. O carro diminui e para em frente ao
restaurante. Ela ofega quando olha para fora. “É onde vamos jantar? Há
como um bilhão de pessoas na fila. Além disso, nós poderíamos
ter caminhado até aqui.”

"Ainda bem que fiz uma reserva." Pisquei, para ela. "E se você
quiser, nós podemos voltar e gastar todas as coisas que estamos prestes
a comer, mas você estará queimando muito mais calorias hoje à noite".

Ela ri enquanto nós pisamos na calçada. Eu ando até o motorista e


deixo-o saber que eu vou mandar uma mensagem para ele vinte minutos
antes de estarmos prontos, mas que podemos apenas caminhar na
volta. Uma vez que entramos, a hostess nos acompanha até uma mesa
na parte de trás do restaurante. Não perdendo tempo, pedimos vinho e
pão no minuto em que estamos sentados em nossos lugares, folheando o
cardápio rapidamente.
"Vamos dividir um prato", sugere Morgan. Em seguida olha para
mim. "Tudo bem? Você compartilha comida? Acabei de perceber que
estava sempre tirando comida do seu prato em Vegas e nem perguntei".

Eu rio, porque é verdade. "Não teria feito sexo com você se eu não
estivesse bem compartilhando comida depois dessa exibição".

"Desculpe." Ela cobre o rosto com o cardápio, inclino-me para frente


e abaixo. Ela ainda está corando quando encontra meu olhar.

"Eu adoraria compartilhar a comida com você."

Seu rosto se ilumina de um jeito que me faz chupar ar. Sento-me


no meu lugar e agradeço a Deus quando o garçom volta com o pão e o
vinho. Morgan nem deixa a cesta bater na mesa antes de puxar um
pedaço e começar a mastigá-lo.

"Quando foi a última vez que você comeu?"

"Honestamente? Não me lembro, acho que o café da manhã”. Ela


franze a testa, colocando um pedaço de pão em sua boca. "Talvez eu
tenha pulado o almoço".

"Acho que não foi muito responsável”, eu digo.

"Eu sei." Ela respira. "Já me sinto melhor".

Durante o jantar, a conversa parece interminável. Nós falamos


sobre tudo, desde a minha criação até a dela, e quão improvável, ainda
não surpreendente, é que Devon chegou à NFL. Ela me diz onde eles
estavam quando descobriram que ele estava sendo convocado. Eu lhe
conto como eu estava na minha lua-de-mel na época. Eu sinto que posso
falar com ela sobre qualquer coisa e tenho certeza de que ela sente o
mesmo, porque não parou e não se intimida com coisas que fariam outra
pessoa ficar embaraçada.

"Resumindo, minha mãe me fez fazer coisas muito sombrias


enquanto eu crescia", diz. “Mas sinceramente, agora que sou adulta,
acho que a entendo um pouco melhor. Nunca faria as escolhas que ela
fez, mas eu posso ver onde as coisas deram erradas e como ela se tornou
esse fantasma de si mesma tão rapidamente”. Sorri, com um olhar triste
em seus olhos. “Gostaria que você pudesse conhecê-la quando ela estava
no auge, antes das drogas e tudo mais. Ela era tão fodona.”

"Eu acho que você também é muito fodona, então não é difícil
acreditar que você é produto de outra forte mulher".

Seu sorriso permanece intacto, mas sua expressão se possível, fica


mais triste. Desejo poder tirar toda aquela tristeza de seus olhos. Nós
mudamos de assunto e terminamos de comer e beber nosso vinho. Assim
que a conta chega, eu pago, e nos levantamos seguindo para frente do
restaurante de mãos dadas. Uma rajada de vento nos atinge quando eu
abro a porta.

"Ficou ainda mais frio", ela comenta, envolvendo os braços em volta


de si mesma.
Instintivamente, coloco um braço em volta dela e puxo-a para
mim. A facilidade com que faço isso me faz parar. Quando isso se tornou
instintivo? Quando tê-la em meus braços começou a ser minha segunda
natureza? Ao passarmos pela fila de pessoas esperando no lado de fora
do restaurante, uma figura passa diante de nós. Demoro um segundo
para perceber que é Paola. Sinto meus passos ficarem mais pesados
enquanto ando em sua direção. Ela está sorrindo, mas o sorriso não
alcança seus olhos. Seu olhar é assassino. Abraço Morgan um pouco
mais apertado.

"Bennett Cruz", diz Paola, enquanto estreita os olhos me encarando,


antes de se dirigir a Morgan. “E quem seria essa? Você é mais
apresentável que a última prostituta, isso tenho que admitir.”

Eu abro minha boca para defender Morgan e dizer a Paola para calar
a boca, para cuidar da sua vida gastando todo o dinheiro do acordo de
divórcio. Em vez disso, a risada de Morgan rompe a noite antes que eu
tenha uma chance de dizer uma palavra.

"Você deve ser a ex-esposa louca", diz Morgan, gemendo. "Tenho


certeza que é difícil para você vê-lo seguir em frente, mas lembre-se que
a razão de eu estar em seus braços esta noite e você estar na fila chateada
com o mundo, é porque você conseguiu o homem perfeito e
estupidamente o jogou fora.”

Paola pisca. Ela não consegue pensar em nada para dizer diante do
argumento de Morgan. Eu também não posso. Diversão borbulha dentro
de mim e escapa na forma de uma gargalhada alta e barulhenta. O som
faz Paola ficar irritada, a julgar pela maneira como sua expressão se
transforma de horrorizada a enlouquecida, quando ela se revira olhando
para mim e depois para Morgan.

"Aprecie-o", diz Paola. "Você vai se cansar dele, assim que perceber
que seu trabalho é o amor da sua vida."

"Vou me arriscar", diz Morgan, puxando minha mão para que


comecemos a passar por Paola. Ela olha por cima do ombro uma última
vez. “Se eles deixarem você entrar no restaurante, peça as videiras. Elas
são de morrer”. Isso me faz rir de novo e aperto sua mão. Ela olha para
cima, mordendo o lábio. "Desculpa. Eu meio que me empolgo quando me
sinto atacada.”

“Não, isso foi... foi ótimo", eu digo, ainda rindo. “Paola é alérgica
a marisco. Ela não morreria se os comesse, mas eu sei que soou como se
você a tivesse ameaçando de morte.”

"Oh, meu Deus." Os olhos de Morgan se arregalam. “Eu voltaria e


pediria desculpas, mas não gosto que me chamem de puta.”

Eu me inclino e a beijo enquanto andamos. "Você é briguenta".

"Você aprende uma coisa ou duas com as acompanhantes." Ela


sorri.
"Você acha que seu relacionamento com sua mãe é resgatável,
depois do que ela fez?"

"Eu não sei." Ela suspira pesadamente. “Meu primeiro instinto é


sempre não, e quando a vi, pensei definitivamente que não, porque ainda
estou puta, mas honestamente? Eu não sei. Ela é minha mãe. Acho que
sempre haverá uma parte de mim que deseja que as coisas sejam
diferentes, não estou esperando outra coisa embora. Não é como se eu
fosse contratar ela para ser babá dos meus filhos ou coisa parecida”. Ela
solta uma risada silenciosa que quebra meu coração.

"Eu não posso ter filhos."

Ela pisca para mim. "O que você quer dizer?"

“Alguns meses depois de nos casarmos, Paola decidiu que queria


iniciar nossa família imediatamente. Eu estava hesitante, mas era o que
ela queria e ela era minha esposa, e eu nunca estava em casa. Imagino
que em sua mente, ter um filho dava-lhe um sentimento de
pertencimento. De qualquer forma, ela nunca foi capaz de engravidar, de
mim. No minuto em que ela começou a me trair, acabou grávida. Juntei
dois mais dois”. Eu dou de ombros.

"Você já foi ao médico?"

"Não."
“Então você está apenas supondo que não possa ter filhos, e não fez
um espermograma”. Ela me lança um pequeno sorriso que quase a faz
parecer tímida. “Talvez um dia você encontre uma mulher que te deixe de
quatro e queira começar uma família. Eu particularmente pretendo
adotar.”

Estamos quase no prédio dela mas sinto a necessidade de parar por


um segundo, porque este momento parece importante. Ela se vira para
mim e inclina a cabeça para encontrar meus olhos enquanto eu a encaro.

"Essa coisa entre nós não parece casual."

"Esta é a parte em que você acaba com tudo?"

“Esta é a parte em que eu te digo o quanto eu gosto de ter você em


minha vida e quero que você fique por perto.”

"Ok". Ela sorri suavemente. "Eu só preciso ter certeza de que isso
não afetará o meu trabalho e o que estou fazendo na SEVEN".

"Não irá."

"Então, eu não vou a lugar nenhum." Solta a minha mão e chega ao


redor do meu pescoço, me puxando para mais perto. Quando eu
pressiono meus lábios contra os dela a sinto suspirar contra mim, e tenho
certeza que esse é o tipo de felicidade que as pessoas passam suas vidas
procurando.
Sento-me na cama com olhos arregalados quando olho para o
relógio e para Bennett ao meu lado ainda dormindo como um bebê - se
os bebês fossem homens adultos, que por acaso, são quentes como o
inferno e têm um ar inatingível sobre eles. Então começo a sacudi-lo.

"Você precisa acordar."

Ele resmunga. "Por quê? E sábado".

"Exatamente. Meu irmão está vindo para a cidade hoje, lembra?”

“Ainda não iniciaram os treinos desse filho da puta?”

Eu ri. "É sua semana de folga."

"Foda-se." Ele suspira pesadamente quando abre os olhos, e quando


me vê, sorri. "Você é tão linda."

“Bennett, não é hora para isso, a menos que você queira que meu
irmão o mate hoje.”
Ele geme, se senta na cama e balança as pernas para se
levantar. "Eu consigo chutar a bunda dele facilmente."

"Sim, eu sei." Bufo.

Ele olha para mim enquanto se levanta. "Você não acha?"

"Quero dizer, talvez?" Eu olho, como se eu estivesse me esforçando


muito para olhar para o físico incrível dele.

Ele sorri balançando a cabeça enquanto se dirige ao banheiro, e


sento-me na cama suspirando. Quando ele volta, já está meio vestido.

“Eu não sei porque é tão importante que seu irmão não saiba da
gente. Tenho certeza que ele vai entender.”

Levanto uma sobrancelha. "Você não tem medo que ele enlouqueça
e comece uma briga?"

"Posso lidar com isso." Encolhe os ombros e começa a abotoar sua


camisa, assisto encantada como cada centímetro de seu torso esculpido
fica oculto botão por botão.

"Não quero que ele me dê um discurso inteiro sobre o quão estúpido


é eu me envolver com o dono da empresa dos meus sonhos." Me levanto
e vou ao banheiro. "Ele também não estaria errado. É provavelmente uma
das decisões mais estúpidas que já tomei”.
Ele fica tão quieto que eu tenho que espreitar para fora do banheiro
com a escova de dente pendurada na minha boca, para ter certeza de que
ele ainda está lá.

“Espere, me dê um momento, estou tentando processar o fato de


você estar me chamando de uma decisão estúpida.”

Eu rio, cuspindo a pasta de dente na pia e enxaguando a boca. "Não


quis dizer isso assim."

"O que você quer dizer com isso, então?"

Saindo do banheiro procuro em sua expressão um sinal de


brincadeira, mas suas sobrancelhas estão puxadas como se ele estivesse
tentando entender alguma coisa. Aproximo-me e agarro a frente da sua
camisa agora totalmente abotoada.

"Ei, o que há de errado?" Pergunto.

"Nada." Ele balança a cabeça e mostra um sorriso brilhante. "Eu só


tenho algumas coisas em mente."

Sua resposta realmente não me satisfaz, mas deixo passar, porque


ele realmente precisa sair daqui antes que meu irmão chegue.
Capítulo Vinte e Nove

“Nora quer que eu comece a procurar um smoking”, Devon diz do


sofá.

"Não sei como você vai atingir seu objetivo se ficar sentado aqui,
obcecado na ESPN." Eu olho para a hora no microondas. “Você ficou
seriamente colado a essa coisa por duas horas seguidas. Todos os seus
amigos fazem isso?”

"Eu não estou obcecado", ele murmura.

"Sim, tudo bem." Pego os pratos de plástico com os nossos


sanduíches e vou até lá, entregando o dele enquanto eu dobro uma perna
embaixo de mim e me sento ao seu lado.

"Precisamos conversar sobre a mamãe."

Paro de mastigar. "Por quê?"

"Porque ela está vindo para o casamento e Nora continua falando


sobre ter filhos, o que significa, que mamãe estaria por perto com mais
frequência."
Isso me faz rir. "Se você está esperando que a mamãe seja a vovó do
ano, acho que você está prestes a ter uma surpresa desagradável".

"Qual é o seu problema?" Ele abaixa seu prato agora vazio, eu ainda
tenho um sanduíche e meio para terminar. E me concentro nisso,
evitando o olhar em seus olhos. “Ela teve um momento muito ruim em
sua vida, mas ela se organizou e está limpa há quase dois anos agora.”

"Ela me disse um."

"Bem, eu pago uma equipe de pessoas para verificá-la e é


definitivamente mais perto de dois anos desde que eu comecei a fazer
isso."

"Isso é bom, fico feliz por ela.”

"Você disse a ela que não a queria em sua vida."

"Isso é verdade."

"Morgan..."

"O quê?” Suspiro, olhando para ele.

"Por quê?"

"Estou surpresa que você não tenha perguntado a ela."

"Eu perguntei. Ela não quis me dizer, então eu estou perguntando


a você”. Ele levanta as sobrancelhas. A música tema do Sports Center
interrompe nossa conversa. Ele olha para longe de mim e de volta para a
televisão, e minha atenção o acompanha. A notícia sobre um novo
quarterback para seu time pisca na tela. Devon levanta-se rapidamente.
"Que porra é essa?”

"Estou supondo que você não sabia sobre isso." Continuo comendo
meu sanduíche.

Eu tenho ido a jogos toda a minha vida, então eu entendo e respeito


do que acontece no campo, mas os bastidores dos vestiários dos times
profissionais são sempre uma merda. Mandei uma mensagem para Nora,
porque tenho certeza que ela está esperando a solução das coisas hoje,
mas sei que ele vai ficar mais do que um pouco distraído. Provavelmente
ficará ao telefone o dia todo, e mesmo depois de terminar de falar sobre
isso até que sua voz fique rouca, ele vai continuar obcecado nisso.

Nora: ÓTIMO.

Eu: Posso ajudar. É só me dizer, como você quer os smokings.

Nora: Isso seria incrível. Eu lhe enviarei os links. Bennett deve


encontrá-la no local às três.

Eu: Vou tentar levá-lo até lá. Se não, eu irei.

Nora: Obrigada. TE AMO. Lembre-se, são nossos vestidos na


próxima semana!

Eu: Mal posso ESPERAR.


Limpo os pratos, e vou para o meu quarto me arrumar rapidamente,
imaginando o que devo fazer agora. Devo enviar uma mensagem para
Bennett sobre a visita a loja? Devo esperar e ver o quanto Devon fica
deprimido e preocupado? Ao amarrar meus tênis, decido fazer as duas
coisas.

Eu: Um cara foi negociado com o time do meu irmão e ele está
pirando. Nora disse que ele deveria encontrá-lo em algum lugar às 3. Vou
tentar levá-lo até lá, mas se não, eu vou.

Bennett: Eu sei. Mandei uma mensagem para ele assim que


ouvi. Mantenha-me informado.

Eu olho para o meu celular. Mantenha-me informado? É só isso? Eu


não sei o que estava esperando, mas certamente não era isso. Devon
ainda está no telefone andando pela sala de estar quando fecho a porta
atrás de mim. Ele passa a mão pelo cabelo loiro que longo e confuso, e se
eu fosse Nora, eu teria cortado há um mês. A última vez que eu disse isso
a ele, ele disse que Nora gostava porque ele se parece com o Thor. Eu
espero até que ele termine com o telefonema antes de me aproximar.

"Está tudo bem?"

"Nossa temporada está basicamente acabada por causa dessa


merda. Mas não é nada de especial.” Encolhe os ombros quando ele olha
para cima. "Nós temos mantido um olho no ombro de Carson por alguns
meses, desde que ele está se recuperando. Nós definitivamente não
esperávamos algo assim no meio da maldita temporada".
"Eles vão negociá-lo?"

“Não, mas ele está gravemente ferido e, em vez de usar nosso


reserva, eles decidiram trazer um cara novo. É fodidamente falso.”

"Oh." Eu olho para a televisão, onde as notícias sobre isso estão em


loop. Juro que essas pessoas discutem essas coisas mais do que os
donos das malditas equipes. E então você tem pessoas como meu irmão,
que ouvem cada palavra como se elas pudessem ter alguma relação com
isso. “Como eles acham que sabem do que estão falando? Tipo, como eles
esperam que acreditemos que sabem mais do que a equipe está dizendo
a vocês?”

"Porque Cole Murphy realmente sabe do que está falando." Devon


zomba. "E os treinadores não disseram nada a nós sobre isso."

"O quê?"

"Por que você acha que eu estou puto?"

"Eu não sei." Eu jogo minhas mãos para cima. "Você enlouquece por
tudo."

"Não, eu não sabia." Ele balança a cabeça novamente. "Porra. Onde


está a salvia2 que eu trouxe?”

2 - Salvia – Pode ser fumado como maconha, um tipo de alucinógeno.


Eu inclino meu rosto para o teto. Sério, salvia? Eu não falo nada
sobre isso, porque ele está claramente estressado e prefiro que ele acenda
seu cigarro de salvia, do que fique andando pelo apartamento pensando
pensando em como resolver seus problemas, e de ter que ouví-lo reclamar
pela próxima meia hora.

"Você sabe que você tem que se encontrar com Bennett na loja do
terno às três horas, certo?"

"Sim". Ele fuma e responde a uma mensagem de texto com a outra


mão enquanto anda por aí.

"São duas e quinze."

"Portanto, temos quarenta e cinco minutos para chegarmos lá."

“Uh, você esqueceu onde você está? Nós nunca vamos chegar a
tempo. Eu disse a Nora que eu me certificaria de que chegaria lá.”

"Então vamos". Ele joga cigarro na pia.

"Você não está usando sapatos."

"Vou pegar sapatos, então." Caminha em direção a seu quarto com


os olhos em seu telefone, e bate no lado do sofá. "Porra."

"Ok. É isso”. Pego para ele o sapato e seu telefone. “Pegue seus
sapatos. Mude a porra da sua camisa e faça algo em seu cabelo, pelo
amor de Deus. Você parece que acabou de sair da cama”.
"Algumas mulheres acham isso atraente."

"Bem, eu acho que você parece uma bagunça." Enfio o celular na


minha bolsa. "Recomponha-se."

“Eu preciso do meu telefone. Jerome vai me ligar a qualquer


momento.”

“Sim, bem, tenho certeza que Jerome pode esperar. Estamos


lidando com uma crise.”

"Isto é uma crise", Devon grita de seu quarto. "Meu amigo e


quarterback está sendo substituído".

"São negócios, Devon", eu grito de volta da cozinha enquanto tento


limpar as coisas na pia.

"Estou apresentável?" Reaparece com uma camisa diferente e com


o cabelo escondido sob um boné de beisebol.

"Você está tentando levar uma surra?"

"Ah, vamos lá, uma pequena rivalidade nunca machucou ninguém."

Eu ri. “Famosas últimas palavras de alguém indo ao Bronx usando


um boné do RedSox”.

Enquanto saímos no corredor, envio a Bennett uma mensagem.

Eu: Meu irmão está usando um boné do RedSox.


Bennett: Que porra é essa? Ele tem um desejo de morte? Ele nem
gosta de beisebol.

Eu: Exatamente.

Eu olho para Devon. "Bennett quer saber se você tem um desejo de


morte."

"Hilariante". Revira os olhos. "Desde quando você está mandando


mensagens para meus amigos?"

"Eu não sei. Isso meio que aconteceu". Guardo meu telefone
rapidamente.

Talvez eu deva esclarecer tudo sobre o lance com Bennett, dou uma
olhada no meu irmão, que ainda está pensativo desde que viu as
notícias sobre sua equipe, decido que não é um bom momento. Não há
como eu dizer isso a ele agora. Ele é mais velho que eu, e por muito
tempo, seus amigos pareciam uma extensão dele. Isto é, até que eu vi
Bennett em seu apartamento compartilhado da faculdade. Essa foi
a primeira vez que me ocorreu que os amigos do meu irmão estavam
vivendo, respirando, e eram caras super gostosos e eu meio desejei que a
diferença de idade não fosse tão grande. Hoje em dia não sinto tanto essa
diferença entre nós. Não é como se ele fosse mais jovem, mas temos
muito em comum e sou tão próxima de Nora, e estar perto deles é
perfeito. Isto é, até o momento em que mencionar que estou namorando
seu melhor amigo, sei que seria o momento em que todas as apostas
serão canceladas. Mesmo que ele nunca tenha me alertado sobre seus
amigos, ele definitivamente deixou claro para eles ficarem longe de
mim. Tudo de brincadeira, com risadas e um tapinha nas costas, mas eu
o conheço bem o suficiente para saber que ele estava falando sério.

"Bennett é um cara legal", diz Devon, e eu juro que sinto meu


coração cair na boca do estômago, prendo minha respiração aguardando
o resto da declaração. “Mas ele passou por muita porcaria e eu não tenho
certeza se ele está pronto para dar a qualquer mulher o que ela
precisa. Não é o que você precisa”. Ele me lança um olhar aguçado que
eu evito clicando no T para o térreo no elevador, como se o elevador fosse
se mover mais rápido por causa disso. "Você passou por muito também".

"Eu não sei onde você está indo com essa conversa, mas estou me
sentindo muito desconfortável agora."

Devon ri. Não é um som divertido. "Sim, bem, eu não estou me


sentindo muito confortável também, mas algo me diz que eu preciso
avisá-la para ficar longe do meu melhor amigo".

As portas do elevador se abrem. Graças a Deus. Saio correndo de lá


como se estivesse pegando fogo. Precisamos parar com essa
conversa. Ele precisava parar de falar, definitivamente subestimei a
intuição do meu irmão, pensando que ele nunca, em um bilhão de anos
descobriria isso, mas se ele está falando sobre isso e ele nem saiu com a
gente, eu nem sei o que diabos eu vou fazer quando eu ver Bennett na
loja. Evitá-lo decididamente, eu acho. Felizmente, Dev começa a falar
sobre seu quarterback novamente e isso ocupa todo o trajeto para o
Queens, ele ainda está falando quando saímos do carro e caminhamos
até a loja.

“Aqui é onde você está comprando o seu terno para o seu


casamento?” Eu olho para cima e para baixo na rua, duvidosa. "Quero
dizer, se você precisa pedir dinheiro emprestado, Dev..."

"Cale-se. De acordo com Bennett, esse cara é o melhor da cidade.”


Ele ri, segurando a porta aberta para mim.

"Hm." Eu sou pega de surpresa, primeiro pelo cheiro de couro, e


então pela aparência do lugar. Parece que a Barneys lançou toda a
coleção de roupas de grife masculina no lugar. "Isso é definitivamente
inesperado."

"Eu te disse", meu irmão diz. Dois homens chegam até nós vestidos
com ternos bonitos - um azul marinho, e outro preto. Eles são claramente
pai e filho, mesmo que o filho tenha longos dreads e o pai esteja
impecável. Ambos têm olhos bondosos e sorrisos calorosos enquanto nos
cumprimentam.

"É um prazer ter você aqui, Sr. Tucker", diz o homem mais velho,
apertando a mão do meu irmão antes de se virar para mim. "Eu suponho
que você seja a futura Sra. Tucker?"

"Oh, não." Eu rio. “Ela ficou em casa, sou a irmã dele”.


"Ah." Os olhos do homem se iluminam. “Meu nome é Michael
Hannah. Mas pode me chamar de Mike”.

"Prazer em conhecê-lo, Mike."

"Eu também sou Mike", diz o jovem, cumprimentando-


nos. “Algumas pessoas o chamam de Mike Sênior para diferenciar. A
maioria dos meus amigos me chama de Mike jamaicano”.

"Mike jamaicano", eu digo sorrindo. "Eu gosto disso."

Ele dá de ombros. "É fácil de lembrar."

"Nora é jamaicana", eu digo, acenando para Devon. "Sua noiva."

"Oh, sim?" Ele volta sua atenção para Devon novamente.

Eles começam a falar sobre as habilidades culinárias da avó de


Nora, mas a porta se abre atrás de nós novamente e quando me viro e
vejo Bennett caminhando em nossa direção, suas palavras mudam de
tom em meus ouvidos. Ele está vestindo um terno azul e camisa branca,
lambo meus lábios enquanto ele se aproxima, com seu olhar no meu. Eu
me lembro de que não deveria deixar isso tão óbvio. Devo desviar o olhar
e dizer que somos apenas amigos, apenas colegas de trabalho, apenas
reunidos por um ente querido mútuo - que, por acaso, é meu irmão mais
velho protetor e alguém que nenhum de nós deveria querer irritar,
especialmente no dia de hoje -, mas é mais fácil falar do que fazer. Ele
sorri para mim; é um sorriso caloroso, mas sexy, um sorriso secreto que
fala muito, quando ele se aproxima, pega minha mão e deposita um beijo
nela. Juro que me sinto derreter ali mesmo. Ele me solta, quebra nossa
conexão e caminha até um dos Mikes–o Sênior, percebo quando me viro.

"Meu filho", diz Mike Sênior. "Não vejo você há algum tempo".

"Você nunca deveria ter saído", diz Bennett, cumprimentando o


outro Mike com o mesmo abraço e aperto de mão enquanto olha para o
pai. "Desde que você deixou Mikey assumir, esta loja não tem sido a
mesma."

O filho zomba e diz algo em jamaicano que eu sei que é uma


maldição, mas eu não entendo. Evidentemente, Bennett sim, com a
maneira como ele joga a cabeça para trás em gargalhadas e lhe dá um
soco no ombro. Ele cumprimenta o meu irmão em seguida, o mesmo
abraço e aperto de mão, voltando-se para enfrentar os dois Mikes.

"Este é o meu melhor amigo. Ele queria ir a uma loja de


departamentos, mas eu disse a ele que eu levo meu dever como padrinho
a sério, e não conseguiria viver comigo mesmo se ele não viesse aqui
primeiro”.

"Você fez bem", o Mike mais velho diz com uma risada.

Eles andam até um rack que foi separado do resto das roupas e
começam a mostrar diferentes smokings e ternos para Devon. Eu me
concentro em enviar mensagens a Nora e deixá-la saber que estamos na
loja, dando a ela todos os detalhes. Ela me diz que nossos vestidos
de dama de honra são cor de rosa, então, desde que ele tenha isso em
mente, ele está livre para escolher o que quiser. Bennett se veste
impecavelmente, então eu ando até onde há duas poltronas e me sento
em uma delas. Eles podem escolher sozinhos e se precisarem de mim,
me chamam. Eu puxo o aplicativo de namoro e verifico para ver se tenho
alguma mensagem não lida de Coruja, e há uma nesta manhã.

Coruja: Você esteve quieta.

Eu: Meu irmão está passando por uma crise de trabalho. Estou
ajudando ele a escolher seu smoking para seu casamento agora.

Demora alguns minutos para ele responder.

Coruja: Parece divertido.

Eu: Eh. Eu prefiro estar trabalhando.

Coruja: Tenho certeza que você é a primeira pessoa a dizer isso.

Eu: É porque eu amo o que faço e faço o que amo.

Coruja: Garota de sorte.

Eu: Você não ama o que faz?

Coruja: Na maioria dos dias. Às vezes eu gostaria de poder fazer


outra coisa.

Eu: Por que você não faz?


Coruja: É complicado.

“Morgan.” A voz do meu irmão explode do que eu suponho ser a área


do provador. Bloqueio meu celular e coloco na minha bolsa enquanto me
levanto e vou até lá. Quando o faço, encontro o jovem Mike e Bennett em
pé em volta de Devon, enquanto Mike mais velho prende a manga do
blazer. Eu olho para o meu irmão no espelho e sorrio.

"Você realmente parece apresentável."

"Puxa, obrigado." Ele ri. "Você gosta deste?"

"Muito." Eu dou a ele um segundo olhar. É um smoking clássico


com um lenço rosa brilhante espreitando no bolso. "Isso não é o rosa
certo, mas por enquanto serve."

"Nora disse cor de rosa."

"Sim, rosa antigo, não fúcsia."

"Aqui. Escolha um”, o jovem Mike diz, trazendo uma caixa de


lenços. Eu arranco o tom certo de rosa.

"Todos os caras estarão usando smokings?"

Devon olha para Bennett. "O que você acha?"

"Depende. Se você quiser, pode usar um smoking e o resto de nós


pode usar ternos”. Bennett encolhe os ombros. “O que Nora quer?”
“Ela está muito focada em garantir que tudo seja perfeito, disse a
ela que lidaria com isso.”

"E ela confiou em você para fazer isso?" Bennett franze a testa.

"Não. Ela confiou em você”, diz Devon.

Eu ri. “O casamento é ao ar livre. Talvez ternos para o resto dos


caras fosse um bom contraste? Eles podem usar gravatas rosa ou algo
assim.”

"Eu gosto disso." Bennett sorri para mim. "O que você acha Dev?"

"Eu acho que vocês dois devem ser úteis enquanto eu termino aqui
e me mostre o que você escolher quando terminar."

"Benny, você sabe onde estão os trajes regulares", diz o jovem


Mike. "Eu iria com você, mas minhas mãos estão ocupadas." Ele levanta
as mãos para nos mostrar todos os alfinetes que ele está segurando para
seu pai.

"Acho que conheço melhor esse lugar do que você."

"Ofereça água para a menina enquanto você vai lá", diz Mike Senior.

"E procure por sapatos", diz Devon.

"Acho que é seguro dizer que Bennett pode conseguir um emprego


de meio período aqui se as coisas não derem certo na SEVEN", eu digo.
Todos riem, mas é a risada profunda de Bennett ao meu lado que
faz meu coração gaguejar. Eu o ignoro quando me viro e sigo para fora
do provador, na área principal, do outro lado da loja.

“Este lugar é enorme. Você nunca saberia olhando do lado de fora.”

"Eles têm grandes clientes", diz Bennett.

"Posso imaginar." Eu começo a passar pelos trajes. "Como você


descobriu esse lugar?"

“Um amigo meu, Lorenzo. Ele é italiano e seus ternos são muito
elegantes, eu achei que ele gastava uma fortuna em lojas de luxo, até que
eu perguntei e ele me disse para vir aqui.”

"Onde você não gasta uma fortuna?", eu pergunto, porque o preço


na manga do terno que estou olhando afirma o contrário.

"O rack que você está olhando é o crème de lacrème." Bennett ri. “Os
preços de Mike são bem acessíveis e você não encontrará melhor
qualidade em qualquer outro lugar. Eu levaria um de seus ternos de
oitenta dólares e passaria por um Armani de oitocentos dólares,
tranquilamente.”

"Grande elogio vindo de você." Eu deixo meu olhar percorrer seu


corpo lentamente. Seus ternos realmente se encaixam como eles fossem
feitos sob medida, e agora eu sei o porquê.
"Se você continuar olhando para mim assim, as pessoas vão ter
ideias, Cupido."

"Não posso evitar", sussurro, encontrando seus olhos


novamente. “E Devon está estranho, como se ele soubesse de alguma
coisa, a propósito, evitei suas perguntas antes sobre o motivo de
estarmos mandando mensagens de texto. E ele me disse para ficar longe
de você”.

"Ele disse para você ficar longe de mim?" Levanta uma sobrancelha
enquanto caminha até mim. "Eu deveria estar lisonjeado que meu melhor
amigo está tentando manter meu coração em segurança."

“Seu coração está seguro?” Os meus olhos alargam-se, ele levanta a


mão e toca meu rosto enquanto continua a olhar para mim, como se eu
fosse a coisa mais preciosa que ele já viu.

"Eu sou frágil, você sabe."

Eu solto uma risada. "Você é tão cheio de merda."

"Eu sou?" Chega ainda mais perto. "Eu passei por muita coisa."

"Eu também."

"Entretanto, nunca iria quebrar seu coração."

"Eu nunca quebraria o seu."


"Tenho minhas dúvidas sobre isso, Cupido."

"Regra número um, nunca duvide de mim, Problema."

Seus lábios vêm tão suavemente que eu mal os sinto nos meus, mas
juro que os sinto em todos os lugares e acho, não pela primeira vez, essa
coisa entre nós é muito mais profunda do que os momentos roubados
que compartilhamos. Ele quebra o beijo tão lentamente quanto começa a
pressionar sua testa contra a minha, exalando.

"Senti sua falta esta manhã."

"Eu também", admito. "Pensei que você ia vir e me ajudar com Dev."

"Estou aqui agora."

Sorrio, porque ele está, e essa é a única coisa que importa.


Mesmo que Morgan não tivesse me dito que Devon suspeitava que
algo estava acontecendo entre nós, eu teria adivinhado, pelo jeito como
ele está observando cada movimento nosso. Por um lado, estou morrendo
de vontade de gritar para que possamos ser abertos sobre isso. Por outro,
preciso respeitar os desejos de Morgan de não contar ao irmão dela. É
uma droga, porque estamos sentados de frente em um restaurante e, a
vontade de estender a mão e tocar a sua está me deixando louco.

"Como vai o aplicativo de namoro?" Devon pergunta.

Eu cubro meu rosto com o menu enquanto Morgan responde: "Está


indo".

"Então você ainda não o encontrou pessoalmente?", pergunta.

"Talvez sim, talvez não."

"Você o conheceu?" Eu abro o menu. "Isso não é contra as regras?"

"O que você sabe sobre as regras?" Devon levanta uma


sobrancelha. "Você se inscreveu?"
"Talvez sim, talvez não."

Os olhos de Morgan se estreitam. "Você se inscreveu?"

Eu dou de ombros e volto para o menu.

“Importaria para você se ele tivesse?” Devon pergunta.

"Obviamente não", resmunga Morgan. "Ele pode fazer o que quiser."

"Você parece incomodada."

O que diabos está acontecendo, e por que parece que ele está se
divertindo com essa coisa toda e não chateado com a possibilidade de que
algo esteja acontecendo entre eu e sua irmã? Eu abro meu cardápio e
olho para ele. Ele é o tipo de pessoa que gosta de medir as coisas pela
reação de todos.

"Você está gostando do aplicativo, Ben?" Devon pergunta. Aham sei,


mas eu mordo a isca e fujo com ela.

"Honestamente? Eu acho que a interface precisa de uma


atualização. Fora isso, é muito legal”.

"Você tem feito sexo com a pessoa com quem você se emparelhou?"

Eu rio, porque não posso evitar. Morgan afasta a cadeira e se


levanta.
"Preciso ir ao banheiro." E joga o guardanapo na mesa. Eu paro de
rir. Ela tem um olhar assassino em seus olhos pouco antes de se virar, o
que me faz querer correr atrás dela.

"Há quanto tempo isso está acontecendo?" Devon aponta entre mim
e a cadeira vazia de Morgan.

Eu fecho meus olhos momentaneamente. "Eu juro que não vou


magoá-la."

"Eu nunca disse que você ia." Disse. "Mas se você fizer isso, eu vou
ter que te matar."

"Eu não faria."

“Há quanto tempo você está... Deus, o que você está


fazendo? Fodendo minha irmã?”

Eu recuo. "Namorando."

"Namorando minha irmã." Ele diz como se estivesse testando a


ideia. "Quanto?"

"Algumas semanas."

"Ela acabou de começar a trabalhar na SEVEN."

"É uma longa história, mas nós nos cruzamos enquanto eu ainda
estava com a Paola", eu explico. "Bem, na vez que tudo foi à merda."
"Estou assumindo que ela sabe que você foi casado."

"Sim. Ela sabe de tudo.”

"E você sabe que ela deveria se casar no mês em que rompeu o
noivado?"

"Eu quero encontrar seu ex e socar sua cara, pelo que ele fez a ela."

Os olhos de Devon estreitam. "O que exatamente ele fez?"

"Ele a magoou." Eu vou deixar nisso. Morgan disse que seu irmão
não sabia o que aconteceu entre eles. Eu só posso imaginar que, se ele
soubesse, não permitiria que sua mãe comparecesse ao casamento.

"Hm." Ele toma um gole de seu chá, ainda me observando. "Eu não
sei os detalhes, mas eu sempre odiei esse cara."

"O que ele faz agora?"

"Inferno se eu sei." Ele encolhe os ombros. “Ele sempre foi uma


merda problemática. Eles ficaram noivos enquanto estávamos na
faculdade. No momento em que descobri, voei para casa e tentei
convencê-la a reconsiderar, mas eles permaneceram juntos.”

"Eu aposto que ela desejou ter seguido seu conselho."

"Quem sabe. Ela nunca me disse o que aconteceu. Além disso, as


equipes já tinham começado a demonstrar interesse por mim, então eu
prometi a ela que pagaria por sua faculdade se ela deixasse o filho da
puta.”

"Droga. Deve ter sido uma barra."

“Ela não me escutou, obviamente, mas quando eles se separaram


ela chorou por meses. Não dias, não semanas... meses”.

Suas palavras parecem uma dose inquietante de realidade. Ele deve


ter sido realmente o amor de sua vida. A razão pela qual ela decidiu criar
o Cupido, mas não ativamente em busca do amor para si mesma. Por
alguma razão, eu não gosto de nenhum desses pensamentos ou do modo
como eles obscurecem todos os bons momentos que compartilhamos
juntos. Observo um vislumbre de Morgan fazendo o caminho de volta
para nós. Ela é realmente a coisa mais linda que eu já vi.

"Você realmente gosta dela, não é?" Devon pergunta.

"Como eu nunca imaginei gostar de outra pessoa." Olho para


ele. "Eu juro que nunca faria nada para machucá-la."

"Eu sei." Ele sorri, um sorriso triste. "Não é com ela que estou
preocupado."

Eu olho para ele por mais um momento, o conheço bem o suficiente


para saber que ele está falando sério. Quando Morgan volta pra mesa,
seu humor é mais alegre, mas posso dizer que algo está errado. Devon
deve sentir isso também, porque para de brincar sobre namoro e mantém
a conversa sobre futebol, seu futuro no esporte na equipe e o casamento.

"Mamãe vai levá-lo ao altar?", Pergunta Morgan.

“Quem mais faria isso?”

Eu olho para longe. Prefiro falar sobre o aplicativo de namoro do que


ouví-lo falar sobre como sua mãe é ótima depois de saber o que eu sei.

"Eu não sei, alguém que não está constantemente na reabilitação?"


Morgan pergunta. "Alguém que não terá que cobrir os braços com
maquiagem?"

"Morgan". A voz de Devon é um aviso.

“Eu não me importo. Nós não deveríamos ter que esconder isso do
mundo, só porque ela é uma bagunça. Nós não deveríamos ter que ser
aqueles que constantemente ficam envergonhados, ela é a responsável
por carregar esse fardo, mas de alguma forma, aqui estamos nós, pisando
em ovos novamente.”

"É óbvio que você está de mau humor, e me desculpe se eu te


chateei, mas esta não é a hora de falar sobre a mamãe."

"Você sabe quando é um bom momento para falar sobre a mãe?",


Ela pergunta. "Nunca". Ela se levanta novamente. "Eu sinto muito. Isso
foi um erro”.
Meu coração tremula quando ela caminha em direção à frente do
restaurante. Eu olho para Devon, de volta à porta, de volta a Devon.

"Eu..." Pego meu guardanapo e jogo na mesa.

"Apenas vá. Vejo vocês dois na casa dela mais tarde.” Diz. "Só um
aviso, quando ela fica assim, a melhor coisa a fazer é dar-lhe espaço, mas
eu sei que sua bunda super protetora não vai permitir isso".

Eu balanço minha cabeça enquanto faço meu caminho até a frente


do restaurante. Ele tem razão. Eu nunca permitiria que ela se afastasse
assim, sem ir atrás para ter certeza de que está bem.
Estou a meio caminho da estação de metrô, quando ouço Bennett
gritar meu nome atrás de mim. É tão inesperado, que eu paro e me
viro para ele.

"O que...?"

"Você vai pegar o trem?"

"Obviamente." Eu me viro e continuo minha caminhada. Ele vai


voltar para o meu irmão. Quero dizer, ele tem que ir certo? Seria estranho
ele me seguir e pegar o trem comigo. Se fizer isso, não teremos
desculpas sobre isso para dar a Devon. Quando percebo que ele ainda
está em meus calcanhares, suspiro pesadamente e paro novamente no
meio da escada. "Por favor, note que a única razão pela qual eu estou
deixando você me seguir agora é porque eu odeio causar cenas."

"Anotado."

"Eu odeio ser o centro das atenções."

"Anotado."
“Eu odeio quando as pessoas falam sobre minha vida pessoal na
minha frente, como se fosse apenas uma série de eventos para fofocar e
não minha vida real.”

Ele pisca. "Não estou entendendo..."

"O aplicativo. A coisa do namoro”. Eu aponto na direção de onde


viemos. “Aquela cena toda lá atrás foi horrível.”

"Sinto muito." Ele realmente parece arrependido, mas não baixo


minha guarda.

"Você se inscreveu ou não no aplicativo?"

"Sim."

O choque ondula através de mim. Eu conto dez batidas do meu


coração antes de girar e continuar descendo as escadas. Foda-se ele. Ele
tirou sarro de mim sobre o aplicativo, tirou sarro de mim sobre o
emparelhamento, tirou sarro de mim sobre potencialmente combinar com
Wesley, e nem uma vez pensou em mencionar que ele estava nele? E se
está nisso, com quem ele está falando? E está fazendo sexo por telefone
com ela? A raiva aumenta até eu me sentir maculada com isso. Minha
cabeça continua erguida enquanto espero pelo trem e Deus, espero que
seja o certo, porque eu nem sequer parei para checar a rota. Neste ponto,
eu não me importo aonde isso me leva enquanto estiver longe daqui.
“Morgan. Eu deveria ter te contado.” Sua voz interrompe meus
pensamentos, fecho meus olhos com a proximidade disso, a crueza. “Eu
não estou envolvido com quem eu fui emparelhado. Decidimos
permanecer amigos.”

"Vocês decidiram permanecer amigos?" Meu olhar pisca para ele,


porque quantas pessoas poderiam ter concordado em permanecer
amigos?

"Sim. Eu tinha a sensação de que você poderia ser Robin”. Ele me


lança um sorriso tímido, mas, se é o caso, isso alimenta ainda mais
minha raiva.

"Você sabia que era eu o tempo todo."

"Não o tempo todo."

“Você é...” Eu rosno. "Você é o pior tipo de idiota."

"Primeiro você me chama de idiota clássico, e agora você está me


chamando de idiota", diz ele com uma risada. "Não, não apenas um
idiota, mas o pior tipo."

Eu levanto a mão. "Realmente não tenho tempo para isso agora."

"Por quê?"

"Você está causando uma cena e eu não tenho tempo para ficar
envergonhada com isso."
"Estou causando uma cena?" Ele agarra meu cotovelo e me impede
de alcançar a linha amarela na pista, me viro para encará-lo.

"O que mais você chamaria isso?"

“Tentando conversar, tentando falar com você.”

“Bem, eu não falo com mentirosos, então leve sua conversa para
outro lugar. Volte para o restaurante e fale com seu amigo. Ele é quem
você deveria consolar.”

"Eu estou falando com você e eu não sou um mentiroso." Solta


meu cotovelo, mas mantém seu olhar no meu. "Eu não sou um
mentiroso."

"Você mentiu sobre o aplicativo."

“Eu não menti. Eu só não te contei.”

Reviro meus olhos. "Faz diferença!?"

"Se eu estivesse no aplicativo e se tornasse algo mais, eu teria


contado sobre isso", diz. "Mas você começou a dar dicas desde o começo
e eu meio percebi que era com você que eu estava conversando, então
sugeri que continuássemos amigos".

"Isso não é o que você sugeriu." Eu levanto as sobrancelhas. “E você


chamou isso de estúpido. Um aplicativo idiota. Deus, eu sou
tão idiota. Eu deveria saber que era você.”
Ele alcança minha mão. "Sinto muito por não ter contado mais
cedo."

"Isso só me faz pensar, se você mentiu sobre isso, ou manteve isso


de mim, o que mais você está mentindo ou escondendo de mim?"

"Nada." Ele aperta minha mão. "Seu irmão sabe sobre nós."

Minha boca cai. "Você está brincando comigo agora?"

Bennett suspira, jogando a cabeça para trás e olhando pro teto como
se estivesse fazendo uma oração. Talvez ele esteja. Talvez ele devesse
rezar por sua maldita vida agora. O trem chega. Ele se endireita. Solto
sua mão e entro no vagão assim que o primeiro grupo de pessoas
sai. Bennett me segue, segurando o poste ao meu lado.

"Eu gostaria que você não me seguisse."

"Eu preciso ter certeza de que estamos bem."

"Nós não estamos." Eu olho para ele. "Preciso de tempo para digerir
tudo isso."

"Eu quero que a gente esteja bem."

"Não depende de você."

"É por isso que é importante eu ficar contigo agora enquanto você
processa tudo isso."
“Já mandei uma mensagem para minhas amigas. Estou me
encontrando com elas em uma cervejaria, então, a menos que você esteja
bem com elas fazendo perguntas, sugiro que se afaste agora".

"Tarde demais", diz ele quando as portas do trem se fecham. Eu


exalo. Bennet sorri. "Poderia ir tomar uma cerveja agora mesmo".

Eu me viro e vou para o outro lado do vagão. Se ele vai me seguir


pela cidade, tudo bem, mas isso não significa que eu tenho que olhar
para ele.

EU PEGO meu telefone e ligo para Presley confirmando que ela está
aqui quando chegamos à frente da cervejaria.

"Estou destrancando a porta agora mesmo." Ela abre a porta da


frente, com os olhos arregalados quando ela vê Bennett ao meu lado.

"Eu espero que você não se importe com o fato de algum idiota ter
vindo junto", eu digo, desligando o telefone e colocando-o na minha bolsa.

"É... legal", diz ela. “Jamie não pode vir. A mãe do Travis a prendeu.”
Ela se vira para Bennett. “Você deve ser Bennett. Eu sou Presley, a garota
que vai te dar uma surra se você se meter com minha irmãzinha.”
Ele me lança um olhar.

"Irmãs da irmandade,", eu explico. "E melhores amigas."

"Oh." Ele sorri, inclinando-se para dar um beijo na bochecha de


Presley. "Prazer em conhecê-la. Guarde suas surras para um verdadeiro
idiota.” Ele olha para ela um pouco mais de perto. "Você é a noiva de
Nathaniel."

"Sou". Ela sorri, segurando a porta mais aberta. "Por favor, entre."

Nós entramos e tiro minha jaqueta e coloco em uma das mesas junto
com minha bolsa transversal, inalo o cheiro de cedro e sorrio.

"Parece prestes a abrir", eu digo.

"Sim. Ezra está realmente nos deixando experimentar algumas das


novas cervejas hoje, então eu estou feliz por você ter trazido um
estranho”. Ela coloca três suportes para copos na mesa e começa a andar
na direção dos fundos. "Volto logo".

Eu sento. Bennett senta-se ao meu lado, com sua perna roçando a


minha e eu imediatamente endureço. Concentro-me em observar a
cervejaria - as torneiras do bar, as trinta mesas, os pôsteres na parede -
cevada, lúpulo, líquido âmbar, tudo relacionado à cerveja. Presley volta
com duas cervejas em sua mão e Ezra segurando outra. Eu sorrio para
ele, nunca conheci nenhum dos meus avôs, mas a partir do momento em
que conheci Ezra anos atrás, eu gostaria que ele tivesse sido um
deles. Ele é o homem mais velho que eu já conheci.

"Cerveja para minha menina", diz, colocando uma cerveja na minha


frente e um beijo na minha cabeça. “Não te vejo tem um tempo. Como vai
o trabalho?”

"Está bem." Sorrio e aponto meu polegar em direção a


Bennett. "Este é um dos donos da SEVEN."

"Ah, você é o chefe?"

"Sou um chefe, mas não o dela", diz Bennett, apertando a mão de


Ezra. "Você é o fabricante da cerveja?"

"Depende se você gostar ou não..." Ele acena em direção aos nossos


copos. “Se você gostar, eu que fiz. Se você não gostar, foi a Presley”.

Todos nós rimos.

"Obrigada pela ajuda, Ez." Ela pisca para ele enquanto se afasta.

"Se você precisar de mim, voltarei."

Levanto minha cerveja em direção aos meus lábios e tomo um gole.


“Hm. É boa."

Presley faz o mesmo, assentindo. “Um pouco lupulado, mas bom.


Precisa de mais alguns dias.”
"Eu acho que está muito boa." Bennett coloca o copo na mesa. "Você
realmente ajuda com o processo de fabricação?"

"Às vezes", diz Pres. “Eu criei alguns conceitos legais para algumas
das cervejas, mas algumas não deram certo. Nathaniel e eu estamos
tentando fundir bourbon em uma agora. Realmente espero que isso
funcione.”

"Isso soa perigoso", eu digo. "Cerveja e bourbon."

"Porque você é um peso leve." Pres pisca, sorrindo. "Então, eu acho


que não vamos falar sobre problemas com os caras hoje."

Eu tusso na minha cerveja. Maldita seja.

"Eu sou a fonte do problema dos caras?" Bennett pergunta, batendo


meu joelho com o dele. Eu mantenho meus olhos em Presley, me recuso
a olhar para ele.

"Eu não sei", diz Presley, "Você é? Ouvi dizer que você se juntou ao
seu aplicativo de namoro e mentiu sobre isso”.

"Nossa, as notícias correm rápido", ele murmura.

"Meu punho viaja mais rápido." Ela levanta uma


sobrancelha. "Então, você mentiu ou não?"
“Eu não menti, simplesmente não falei nada sobre isso. Eu não
estava me juntando, porque achei que combinaria com alguém, só queria
ver como isso funcionava.”

"Você combinou propositalmente suas contas?", Pergunta Presley.

Desta vez, eu olho para ele. Eu nem sequer pensei que era uma
possibilidade, mas eu não sei o que o seu eu sorrateiro pode fazer. Pelo
que sei, ele é um hacker de boa-fé. Ele encontra meu olhar.

“Eu não combinei propositadamente nossas contas. Sua plataforma


fez isso. Você pode me culpar por muitas coisas, me chame de mentiroso,
qualquer coisa, mas não me culpe por isso”.

"Ok." Eu olho para minha amiga porque eu acredito nele, mas eu


não quero olhar para ele. Toda vez que faço, juro que meu peito
parece que cava um pouco mais fundo, percebo que não posso lidar com
isso. Pensei que poderia. Pensei que estava pronta para namorar,
encontrar o amor, mas não estou pronta. Como alguém pode estar pronto
e deixar seu coração viver fora do peito? É uma ideia difícil de engolir. No
grande esquema das coisas, esta é uma situação pequena e minúscula e
de alguma forma, me fez sentir como uma completa idiota por confiar
nele tanto quanto confio. O pensamento de dar a ele o poder de deixá-lo
me esmagar com uma única ação, me faz querer levar tudo de volta e
rastejar de volta para dentro da minha concha.

"Morg diz que você não acredita no amor", diz Presley.


Eu ouço suas palavras, ela está sentada bem em frente a mim, mas
meus pensamentos estão nublando minha audição e eu não entendo a
declaração completa ou a pergunta.

Eu ouço Bennett responder ao meu lado e ela responde de


volta. Eles estão tendo uma conversa completa agora sobre Deus sabe o
que, porque eu estou muito perdida em pensamentos, tentando
encontrar uma maneira de voltar a não me importar com ele, ou conosco,
ou o que quer que esteja acontecendo, e prestar atenção. Quanto
mais penso nisso, mais percebo que é uma batalha perdida, porque estou
apaixonada por ele. É simples assim. Eu posso lutar contra isso, eu
posso argumentar, eu posso chutar e gritar, mas isso não vai mudar
como me sinto.
"Sua amiga é legal."

Estamos a poucos passos do seu prédio e ela não disse uma palavra
sequer. Deixei ela sozinha com seus pensamentos tempo suficiente -
deixei fingir que não estava sentado ao lado dela na cervejaria ou parado
ao lado dela no metrô. Dei-lhe tanto espaço quanto pude permitir, mas
não posso simplesmente terminar o dia com esse desconforto estranho,
que parece grande o suficiente para me engolir inteiro.

"Obrigada", diz. "Ela gostou de você. Talvez se você tivesse entrado


no meu último aplicativo de namoro e começasse sua primeira cervejaria,
teria se dado bem e estaria noivo dela agora, não Nathaniel”.

Eu suspiro. Deve ser uma coisa de mulher pegar uma pequena


circunstância e explodí-la de uma maneira muito maior. Esse não é o tipo
de situação com a qual eu esteja preparado para lidar. Sempre que Paola
dizia merdas como essa, eu simplesmente a ignorava e a deixava pensar
o que ela queria, mas veja onde isso nos levou - a ela acreditando em
rumores e agindo sobre eles ao invés de ficar e tentar resolver as coisas
comigo. Olhando para trás, sei que não me esforcei o suficiente para
mantê-la. Na verdade, eu não tentei nada. Na minha mente, o nosso
relacionamento tinha acabado e era hora de seguir em frente.

Eu sempre tratava meus relacionamentos dessa forma, mas depois


de um caro divórcio, percebi que era um erro da minha parte, com
Morgan, as coisas parecem diferentes - cristalinas, como água - e eu com
certeza não quero perdê-la. Arrisco e pego em sua mão, respiro um pouco
mais facilmente quando ela não luta comigo.

"Qualquer aplicativo que eu tivesse feito teria me levado até você."

"Eu não estava nesse." Os olhos dela estão um pouco mais claros,
menos perturbados do que estavam algumas horas atrás.

"Você acredita em destino? Na ideia de que cada ação a leva a um


resultado específico?”

Suas sobrancelhas levantam levemente. "Sim, eu acho."

"Eu acho que cada ação que eu já fiz, me levou até você."

Ela para de andar e olha para mim com uma expressão estranha no
rosto, e por um momento, eu sinto que é isso. Ela vai me dizer para ir me
foder e me deixar de pé aqui na calçada sem uma chance no inferno de
tê-la de volta. Em vez disso, ela pega minha outra mão e enfia seus dedos
nos meus.

"Eu realmente gosto muito de você, Bennett."


Sorrio. "Eu realmente gosto muito de você também."

"Tipo, eu acho que estou realmente me apaixonando por você." Ela


abaixa a cabeça quando diz isso, como se fosse algo que tivesse vergonha
de sentir, admitir, ou ambos. "Eu não queria, mas estou, e sei que você
não acredita em nada disso, mas aprendi que mentir, mesmo por
omissão, é algo que não posso mais fazer." E encontra meu
olhar novamente. "É algo que eu não quero que você faça também".

“Eu não vou. Não de novo.” Me aproximo, deixando cair às mãos


para colocar em cada lado do seu rosto. “E eu acredito. Acho que estou
apaixonado por você há um tempo.”

A maneira como seus olhos se iluminam me faz desejar ter me


declarado mais cedo, porque, caramba, é uma visão linda. Nós dois
estamos sorrindo enquanto me inclino para beijá-la.

DEVON já está em casa quando entramos no apartamento. Ele olha


de onde ele está sentado no sofá e balança a cabeça.

"Já se beijaram e fizeram as pazes?"


Eu rio, olhando para Morgan, cujo rosto está completamente
vermelho.

"Você não vai ficar bravo ou nos dar um discurso inteiro sobre o
quão estúpido isso é?", Ela pergunta.

"Não." Ele encolhe os ombros. “Vocês são adultos. Eu confio e


amo vocês dois. Contanto que você saiba que não estou no meio disso,
tudo bem para mim. Se não der certo, não quero ouvir.”

Ouví-lo dizer isso deveria me aliviar, mas o que isso faz é levantar
questões. E se as coisas não derem certo? Morgan tinha suas razões para
não começar isso e elas pareciam tão pequenas quando mencionou, mas
agora que estamos aqui e parece mais real do que nunca, eu tenho que
saber se ela estava certa sobre tudo isso. Nós nos veríamos no trabalho
e nos veríamos em outras funções relacionadas à Devon e Nora. Eu deixei
esses pensamentos ferverem um pouco. Eu não me importaria de vê-la
no trabalho.

Claro, seria horrível se ela acabasse namorando alguém de lá, como


Wesley, mas eu lidaria com isso. Eu tenho que ter certeza que se as coisas
correrem mal, eu não vou fazer ela se sentir desconfortável no trabalho
ou nos eventos de Nora e Devon. Eu olho para Morgan e sorrio. Ela sorri
de volta. E assim, estamos juntos.
Parabéns, Coruja, já faz três semanas! Clique abaixo para revelar
a identidade de Robin. Eu clico nele, mesmo já sabendo quem é, vejo
uma foto de Morgan sorrindo de volta para mim. Abaixo, lê-se: Morgan
Tucker, desenvolvedora de aplicativos e sites da SEVEN, criador do
aplicativo local de trabalho. Mesmo que nós já discutimos isso e ela saiba
que eu sou o Coruja, eu mataria para ver seu rosto quando ela receber a
notificação e ver minha foto e descrição. Em vez disso, o que recebo é um
telefonema dela.

"Eu ainda não consigo acreditar que você não me disse que era o
Coruja."

Eu suspiro. "Eu pensei que nós já tínhamos discutido isso?"

“Sim, mas ver seu rosto no aplicativo me fez recordar tudo. Agora
estou repetindo cada conversa que tivemos lá, tentando descobrir se
havia alguma maneira possível de descobrir que era você.”

"Eu acho que você precisa me conhecer melhor." Sorrio. "Talvez se


me deixasse levá-la para almoçar todos os dias, ou passar o tempo todo
comigo."
Ela bufa para a linha telefônica. "Você ficaria enjoado de mim
rapidamente."

"Nunca", eu digo. "Eu nunca poderia ficar enjoado de você."

“Isso é o que todo mundo diz no começo de um


relacionamento. Apenas espere Bennett Problema Cruz. Apenas espere."

Eu ri. "Tenho certeza que minha mãe teria me dado esse nome do
meio, se ela tivesse ouvido falar que soava bom."

"Ela teria dado a você o nome do meio, se ela tivesse sido capaz de
passar um tempo com você antes de lhe dar um nome."

"Hm." Ando até a minha cozinha e começo a preparar o café. "Você


deveria vir e fazer o meu café da manhã."

"Você deveria vir e me fazer o café da manhã", ela retruca.

Eu olho para a hora no microondas. "Me dê uma hora."

"Eu vou estar morta em uma hora."

Eu rio. "Dê-me trinta minutos e eu vou pegar alguma coisa no


caminho."

"Te vejo em breve."

Com isso, desligamos e não consigo parar de sorrir durante todo


o tempo em que estou me preparando e estou indo para lá.
"Lembre-me de porque estamos indo para a este evento."

Estou usando o vestido mais caro que já usei na vida, cortesia da


Gucci, que emprestou para Bennett para eu usar. A coisa é
absolutamente ridícula, mas, como acontece sempre que há um grande
evento como esse, os designers realmente procuram Bennett para usar
seus smokings e, como cortesia, oferecem um vestido para seu par. Esta
noite, eu sou seu par.

“Porque fomos convidados e essas pessoas só convidam o crème de


lacrème.” Bennett se aproxima enquanto fecha as abotoaduras. Ele faz
uma pausa atrás de mim no espelho e me avalia, seu olhar aquecendo
com cada centímetro de mim que ele absorve. "Você parece deliciosa,
foda-se."

"Deliciosa?" Eu coro apesar do blush que se espalha sobre o meu


rosto.

"Sim." Ele se inclina e morde minha omoplata exposta antes de


chupar o local. "Hm"
"Eu não posso acreditar que você acabou de fazer isso."

"Acredite baby, eu fiz." Ele pisca antes de caminhar de volta para


seu armário. Exalo, colocando minhas mãos nos meus quadris.

"É meio chamativo, você não acha?"

"É, e eu gosto." Espreita para fora do armário.

"Meu ex-noivo nunca teria me deixado sair com isso." Observo o


corte sobre os meus seios, que mostra o decote apenas o suficiente para
fazer você se perguntar se meu mamilo pode ou não estar fazendo uma
aparição. Sim, Justin nunca me deixaria usar isso.

"Seu ex era um idiota de merda." Bennett zomba. “Você não gosta


de categorizar coisas assim? Quantas categorias de idiotas existem e qual
era a dele?”

"O idiota mor."

Bennett ri enquanto volta para o armário, me vejo rindo com


ele. Não me lembro de estar com um homem tão confiante consigo
mesmo e estar bem comigo falando sobre meus relacionamentos
anteriores. Eu nem achava que era possível ter esse tipo de abertura com
alguém.

"A sua ex morava aqui com você?" Pergunto.


Eu sei o nome dela, mas prefiro não dizer em voz alta. Diferente de
Bennett, eu sou meio insegura sobre tudo isso e não me sinto à vontade
falando sobre suas conquistas passadas, que a julgar pelo quão bom ele
é na cama e o que eu ouvi sobre ele na faculdade, eu sei que devem ter
sido muitas. Uma parte de mim se sente estúpida por ter cuidado com o
meu passado e as coisas que eu tinha que fazer quando era mais nova,
mas por alguma razão, isso me incomoda.

"Não. Comprei depois do divórcio”, ele diz, saindo e apagando a luz


do armário.

Ele está vestindo um smoking preto com um contorno vermelho


escuro que combina perfeitamente com o meu vestido. Eu vi esse homem
nu, de terno, jeans, calça de moletom, mas a visão dele nesse smoking,
faz minha boca secar. Seu cabelo escuro está penteado para trás e a
barba de cinco horas que ele está exibindo, parece ser parte de sua roupa.

"Acho que você gosta do que vê", diz com um brilho no olhar.

"Um verdadeiro idiota clássico." Sorrio. "Você parece ótimo."

"Você parece melhor do que ótima." Ele sorri, caminhando até


mim. "Vamos lá. Quanto mais rápido chegarmos lá, em mais tempo eu
posso tirá-la desse vestido.”
A galeria de arte está repleta de pessoas que só vi em capas de
revistas. É como um "quem é quem" - que pertence às elites da cidade e
eu nem sei para onde olhar para evitá-las.

"Você está se divertindo?"

"Não, estou assustada", sussurro.

Bennett sorri. "Eles são apenas pessoas".

“Sim, fácil para você dizer. Você está acostumado a frequentar esses
lugares.”

"Ponto justo." Ele balança a cabeça. “A primeira vez que fui a um


evento como esse fiquei chocado, mas percebi rapidamente que, apesar
do que os tablóides escrevem, essas pessoas são totalmente normais. E
a coisa mais louca,” ele diz em um sussurro dramático,“é que eles nem
sequer mordem”.

"Você está brincando." Coloco minha mão no meu peito. "Isso é uma
loucura."

"É, eu sei." Ele ri quando se inclina e me beija suavemente. "Você


está tão linda."
"Obrigada." Eu corro minha mão sobre o meu vestido. "Essa coisa
que eu estou usando, faria qualquer um parecer bonito."

“Confie em mim, você não precisa de um vestido para te deixar


bonita.”

Somos interrompidos por um fotógrafo que pede para tirar algumas


fotos de nós.

"E se eles publicarem essas fotos?" Pergunto uma vez que o fotógrafo
se move para o casal ao nosso lado.

"Não 'e se'", diz Bennett. "Provavelmente estarão no jornal de


amanhã."

"Oh."

"Isso te incomoda?"

"Na verdade não, eu acho? Não é como se não soubessem que


estamos namorando”. Eu mordo meu lábio, olhando para ele. "É isso que
estamos fazendo, certo?"

"Eu acho que é seguro dizer que estamos namorando."

"Seu pai sabe?"

“Ele sabe que estou seriamente com alguém. Não lhe dei um nome.”
"Bennett." Meus olhos se arregalam. "Ele vai ler sobre isso no
jornal."

"Quem se importa?"

"Eu me importo. Ele é meu chefe, seu pai e trabalhamos juntos. Oh


meu Deus. Todos os nossos colegas de trabalho saberão.”

"Isso é um problema?" Ele levanta uma sobrancelha e juro que sei


o que ele está pensando. Reviro meus olhos.

"Não é por causa de Wesley, se é nisso que está querendo chegar."

"Era exatamente onde eu estava indo."

"Pensei que você não era uma pessoa ciumenta?"

"Quem disse que eu não sou ciumento?" Ele franze a testa, largando
a taça de champanhe vazia.

"Eu não sei, você fica tranquilo quando falamos sobre o meu ex”.

“Porque ele é seu ex, como no passado. Wesley está constantemente


dando em cima de você. Estou surpreso que ele não tenha lhe enviado
uma carta em formato de coração.”

“Ai, que exagero. Ele gosta de mim, mas não assim.”

"É bem assim."


“Eu meio que gosto que você esteja com ciúmes. Isso é estranho?"

Ele ri, encolhendo os ombros. "É o que é."

“Você não se sente ameaçado por ele?"

"Não, claro que não. Eu sei que você está comigo”. Ele coloca um
braço em volta do meu ombro e me puxa para o seu lado. "Só não gosto
da ideia de outro homem imaginar que ele tem uma chance com você".

"Ah." Aceno com a cabeça, sorrindo. “É por isso que você está legal
com ele vendo as fotos. É uma competição de mijo.”

"Mais como uma confirmação de que você é minha."

"E eu sou?" Inclino meu rosto para encontrar seus olhos.

"Espero que você seja."

"E o que isso faria de você?"

"Seu, obviamente."

Obviamente. Amo o som disso.


Eu olho para Bennett. "Sua mãe sabe que estamos namorando?"

“Ela tem essa teoria de que meu carro só sai de sua garagem por
dois motivos: quando vou para a nossa casa de férias nos Hamptons e
quando estou namorando alguém.”

"Interessante." Olho pela janela. "Quantas vezes você pegou o carro


este ano?"

"Três vezes."

Continuo olhando pela janela, mordendo meu lábio enquanto o


pensamento me atormenta, pulo levemente com a sensação de sua mão
se aproximando e seus dedos se espalhando na minha perna. Ele aperta
minha coxa. Eu conto até três antes de olhar em seus olhos.

"Eu fui a nossa casa de férias três vezes este ano." Pega minha mão
e entrelaça nossos dedos. "Você é linda quando fica com ciúmes."

"Eu acho que não adianta tentar te convencer de que eu não estou
com ciúmes." Dou de ombros. “Normalmente não sou uma pessoa
ciumenta.”
"O ciúme não é uma emoção ruim, a não ser que esteja impedindo
a outra pessoa de viver sua vida da maneira que ela deseja. Gosto que
você esteja com ciúmes de eu ter namorado outras mulheres". Ele levanta
minha mão e beija a parte de trás dela. "Desde que saiba que não vou
mostrar interesse por outra mulher enquanto estivermos juntos."

Eu sorrio, mudando para levantar minhas pernas e colocá-las em


seu colo. Ele coloca a mão no meu tornozelo. "Cuidado, Problema. Eu
posso começar a pensar que você acredita no amor no final das contas."

“Cuidado, Cupido. Você pode ser aquela pela qual eu acabo me


apaixonando depois de tudo o que te disse.”

"Isso seria uma coisa tão ruim?"

"Você me diz", diz ele, contorcendo os lábios.

"Obviamente, eu não acho que isso seria uma coisa ruim."

"Isso é óbvio, hein?" Ele sorri enquanto entra na garagem dos seus
pais e estaciona ao lado da casa, em frente à garagem com outros três
carros em anexo.

Eu me reajusto e ponho minhas pernas de volta no lado do


passageiro enquanto ele pega as chaves e aperta o botão que desliga o
carro. Quando ele sai, começo a fazer o mesmo, mas antes que eu saia
completamente do meu lugar, ele está segurando a porta aberta para mim
e me oferecendo sua mão livre para agarrar. Jamais estive com um
cavalheiro antes. Mas eu nunca estive com um homem, não um como
Bennett. É um pensamento que me excita tanto quanto me assusta. Uma
vez que estamos de pé na porta da frente, sou grata pela garrafa de vinho
que trouxe, porque não sei o que fazer com minhas mãos. Não foi há
muito tempo que estava neste mesmo lugar com meu irmão ao meu lado.
Isso parece completamente diferente daquilo, mas quando a mãe dele
abre a porta, ela me cumprimenta com o mesmo sorriso quente e um
abraço apertado, e todo o meu desconforto desaparece.

"É tão bom ter você de volta." Ela se afasta e abraça Bennett ao meu
lado, pegando a caixa de comida em suas mãos. "Eu lhe disse para não
trazer nada além de sua linda namorada".

Eu mordo o interior da minha bochecha para tentar controlar meu


rubor, mas é impossível. Felizmente, ela se vira e nos leva para a cozinha
sem outra palavra. Bennett percebe meu embaraço e ri quando pega a
minha mão novamente. Passamos a tarde toda descansando no quintal,
bebendo, comendo e conversando sobre cada assunto imaginável –
política, religião e tecnologia. Eu me imagino crescendo em uma casa
como esta, com dois pais que me amam incondicionalmente e falam
abertamente sobre tudo. É óbvio que ele foi criado para dizer o que pensa
e trazer um debate para a mesa, quando nem sequer apoiam os mesmos
partidos políticos, mas falam sobre isso com nenhum desprezo. Esses são
os tipos exatos de pessoas que precisamos no mundo - sem julgamentos,
amorosos e compassivos. Isso faz com que o ambiente em que cresci
pareça muito mais tóxico.
“Um centavo por seus pensamentos”, diz Bennett enquanto seu pai
limpa a grelha e sua mãe deixa um espaço na mesa para a sobremesa.

"Só pensando em como é diferente de como eu cresci."

"Seu pai não estava por perto, certo?" o pai dele pergunta, olhando
por cima do ombro.

"Não. Ele foi embora quando eu era bem jovem, me lembro dele
vagamente, não muito.”

"Isso deve ter sido difícil."

"Mais difícil para Devon." Eu coloquei meu vinho na mesa. "Ele não
tinha em quem se espelhar ou orientá-lo quando ele partiu. Não é como
se nossa mãe tivesse homens inspiradores por perto. Ela estava muito
bagunçada".

"Sinto muito ouvir isso." O Sr. Cruz franze a testa, voltando a se


sentar em frente a nós novamente. “Você ainda está perto de sua
mãe? Devon não fala muito sobre ela.”

“Não. Eu decidi dissolver essa relação em particular. Ela não estava


muito interessada em ser mãe.” Eu dou de ombros. "Acontece... acontece
com alguns de nós. Obviamente, vocês não entenderiam já que suas
questões familiares são bem resolvidas." Sorrio.

"Meu pai também não costumava estar por perto", diz o Sr. Cruz.
"Ele era um verdadeiro bastardo quando eu era criança. A infância de
Barbara também não foi a ideal. Sabíamos desde cedo que queríamos ter
um filho e que faríamos tudo ao nosso alcance para criá-lo com respeito
e amor".

"Você fez um ótimo trabalho com isso." Olho para Bennett, que está
me observando enquanto bebe seu vinho. A expressão em seu rosto faz
meu coração saltar. Ele sorri como se soubesse e eu me forço a olhar para
o Sr. Cruz e Bárbara, que está caminhando com um prato de
sobremesa. "Obrigada por me convidar novamente."

"Ei, você é da família", diz Barbara. "Você vem com ou sem Ben
sempre que quiser".

"Obrigada."

"Eu realmente quero dizer isso", diz ela.

Por causa do jeito que ela olha para mim quando diz essas palavras,
ou por causa de como eu me sinto bem-vinda aqui, acredito fielmente no
que ela diz.

No caminho para casa, ainda estou contemplando suas palavras e


o quanto ela estava falando sério sobre elas, que eu pergunto.

"Os teus pais eram assim tão simpáticos com a sua ex-mulher?”

Bennett olha para mim. "Eles são legais com todo mundo."
"Mas como foi isso?" Eu pergunto. "Como ficou a relação deles com
ela depois do divórcio?"

“Bem, eu provavelmente deveria começar dizendo que minha mãe


nunca gostou de Paola, vivia dizendo que havia algo de errado com
ela. Eu realmente não prestei atenção ou perdi o sono com isso até que
fosse tarde demais”. Ele encolhe os ombros. “Pedi o divórcio e ela seguiu
o exemplo. Era como se ela não pudesse se livrar de mim rápido o
suficiente, mas então algo mudou e ela começou a voltar atrás, foi até a
casa dos meus pais, chorando, implorando para que eles me ajudassem
a ver a razão. Minha mãe disse que falaria comigo, e de fato falou, tentou
bancar a advogada do diabo por um tempo, mas depois as mentiras
cresceram e o novo namorado de Paola se envolveu, então foi demais para
meus pais, logo pararam de recebê-la.”

"Droga", eu sussurro. "Quanto tempo você estava nesse processo?"

Ele ri, apertando minha mão. "Honestamente? O dia em que você


entrou no escritório do meu pai foi o último dia oficial de lidar com a
merda dela.”

"Bom timing, suponho." Eu mordo meu lábio e sorrio para ele.

"Ótimo timing." Ele traz nossas mãos entrelaçadas e beija a minha


testa. "O timing perfeito."
"Quanto tempo você ficou com sua ex-esposa antes de se casar?"

"Essa é uma pergunta aleatória." Olho para Morgan, que está


sentada ao meu lado no sofá.

Ultimamente ela tem feito muitas perguntas sobre meu


relacionamento com Paola, e enquanto eu estou bem em responder, fico
um pouco receoso sobre onde isso pode estar indo. Continuo esperando
que ela fique brava e comece a brigar por qualquer pequena coisa que eu
diga, no entanto ela não fez nada disso, parece genuinamente
curiosa. Nós dois temos nossos laptops em nosso colo. Estou
respondendo alguns e-mails, e ela está codificando um novo aplicativo
que está tentando desenvolver, enquanto conserta alguns outros
que meu pai deu a ela para checar. Empurra seu laptop para longe e
encontra meu olhar.

"Eu estava pensando sobre meus amigos e seus relacionamentos.


Presley tem um relacionamento bastante sólido, mas ela e Nate se
conhecem desde sempre, apesar de terem se reencontrado recentemente.
Eu acho que eles não estiveram juntos um ano antes de ele fazer a
proposta. Depois há Jamie, que esteve indo e vindo com Travis por mais
tempo do que Presley esteve com Nate, e eles não conseguiram se
entender".

"Eles estão juntos agora?"

"Não. Ele está namorando.” Ela pousou o laptop na mesa de café e


virou-se para mim como se estivesse prestes a derramar alguma fofoca.
"A garota se parece exatamente como Jamie, chega a ser insano. Como
se ele definitivamente tivesse um tipo. Obviamente Jamie está doida
porque a garota é uma versão mais nova dela".

"Você ficaria louca se eu te trocasse por uma versão mais jovem de


você?"

Ela ri. "Não, porque você iria para a cadeia se você ficasse com
alguém mais novo que eu."

"É verdade." Pego a mão dela e levo-a até a minha boca, dando-lhe
um beijo. "E ou outra coisa, você é insubstituível, Morgan Elizabeth."

Ela pega sua mão de volta e remove meu computador e o coloca ao


lado do dela na mesa antes de subir no meu colo e me abraçar. Trazendo
ambas as mãos para meus cabelos, e mantendo os olhos nos meus.

"Estou apaixonada por você, Bennett Cruz," ela sussurra enquanto


traz os lábios aos meus.

Eu sorrio contra sua boca quando ela inicia o beijo. Amo isso sobre
essa garota, ela não tem medo de ser aberta sobre seus
sentimentos. Talvez seja porque saiba que eu já estou completamente
apaixonado por ela, então não sente a necessidade de esconder seus
próprios sentimentos em relação a mim, eu não contei realmente
o quanto eu estou apaixonado, mas é bem óbvio. Nós temos passado
todos os momentos juntos ultimamente e sou eu que reclamo quando ela
diz que precisa ir para casa. Nossos telefones começam a vibrar na mesa
ao mesmo tempo e nos separamos.

"Isso é estranho." Ela franze a testa, saindo do meu colo para pegar
nossos telefones. Entrega o meu para mim, onde eu leio a mensagem: O
local de trabalho emparelhou você! Veja quem é.

"Bem, isso é estranho", diz Morgan enquanto ela clica em seu


telefone. “Outra falha com certeza. Vou ter que averiguar isso”.

"Nós não combinamos?" Eu franzo a testa, clicando no aplicativo


rapidamente, porque se há uma falha e significa que ela combinou com
Wesley, eu seriamente jogaria seu telefone pela janela agora. Diga olá ao
seu par: Morgan Tucker. Há uma foto dela e uma de mim ao seu lado. Eu
ri do ridículo de tudo isso, mas também porque eu estou aliviado que
somos nós.

"Não é necessário nos alertar duas vezes sobre isso, especialmente


depois de tanto tempo." Ela franze a testa, sorrindo um pouco. "Eu ainda
não posso acreditar que você se inscreveu depois de toda a porcaria que
disse."
"Eu não posso acreditar que você também." Largo meu telefone de
lado e sorrio. "Eu não posso acreditar que isso nos juntou".

"Eu honestamente ainda tenho minhas dúvidas." Ela coloca o


telefone na mesa. "Continuo tentando descobrir como você poderia ter
tido acesso ao banco de dados e combinado comigo propositadamente".

Eu sorrio. "Você acha que eu sou um hacker profissional ou algo


assim?"

"Não." Ela revira os olhos. "Além disso, Wes se certificou de que o


firewall fosse sólido, então eu sei que não é uma possibilidade, mas ainda
assim, quais são as chances?"

Encolho os ombros. "Eu não sei, mas vou pegar essas chances."

"Eu me pergunto com quem Wesley combinou", ela reflete.

É estúpido, especialmente desde que estamos juntos, mas o


pensamento de que ela poderia ter realmente ter se juntado a outra
pessoa, me incomoda. Morgan parece ler a expressão no meu rosto pelo
que é, porque sorri para mim balançando a cabeça.

"Eu meio que gosto que você é do tipo ciumento, Problema."

Ela volta para o meu colo e agarro suas coxas puxando-a para mais
perto ainda e me inclino para ela com um beijo, mordo seu lábio inferior
e puxo-o, sugando-o enquanto me afasto.
"Eu apagaria cada filho da puta naquele banco de dados se você
tivesse combinado com outra pessoa."

"Você não pode fazer isso." Ela ri, em seguida, engasga quando eu
coloco minhas mãos debaixo de sua camisa e acaricio seu estômago até
seus seios, tocando-os suavemente enquanto eu escovo meus polegares
sobre seus mamilos.

"Você acha que eu vou deixar uma peça de tecnologia tirar minha
mulher de mim?"

"Não." Ela se arqueia em mim, suas mãos voando para o meu cabelo
quando eu movo meu rosto até o pescoço e começo a encher de beijos,
solta meu cabelo e se abaixa para tirar a blusa, de modo que seu peito
esteja exposto para mim. Eu lambo sua clavícula e continuo trilhando
beijos até o peito, parando enquanto ela levanta a minha camisa e a joga
para se juntar com a dela, pressiona as pontas dos dedos no meu peito
e em meus braços. "Eu amo o seu corpo."

"Eu amo o seu", murmuro contra o mamilo, rodando minha língua


em torno dele. Enquanto ela puxa meu cabelo com mais força. "Eu quero
explorá-lo até que você se canse da minha boca, meus dedos, e queira
meu pau dentro de você."

"Nunca vou me cansar de você." Ela começa a moer contra mim


enquanto eu continuo beijando e chupando.
Hoje ela está vestindo esses shorts minúsculos que tenho certeza
que posso simplesmente deslizar para o lado e me encaixar com
facilidade, então eu abaixo minha calça de moletom e deixo ela se
acomodar em mim novamente, moendo o algodão sobre o meu pau e
gemendo quando eu coloco um dedo para afastar o tecido para o lado,
roço em seu clitóris com o movimento. Deslizo em suas dobras molhadas,
agarrando sua bunda quando sinto sua boceta apertada perto de
mim. Eu a seguro lá por um par de beijos, saboreando a sensação
calorosa e o jeito que sua respiração parece acelerar tanto que ela está
ofegante e nós nem estamos fodendo ainda.

"Bennett", ela implora, tentando moer contra mim. Eu a seguro


firme, não deixando ela se mover. “Ben. Por favor”.

"Por favor o que, baby?"

"Por favor, por favor, deixe-me me mover." Suas unhas cravam em


meus bíceps. "Deixe-me te foder".

Eu jogo minha cabeça para trás com as palavras que saem da sua
boca e solto meu aperto porque, porra, se sua linda namorada te pede
para deixá-la te foder, você seria um idiota se não deixasse.
Tenho uma reunião agendada às onze horas com o Sr. Cruz, para
discutir algumas contas que ele quer que eu assuma. Mesmo que eu
tenha feito isso aqui por mais de um mês e trabalhado em outro lugar
fazendo o mesmo tipo de coisa, ter minhas próprias contas para lidar
parece tão oficial, como se eu finalmente tivesse conseguido. Estou
sorrindo enquanto penso nisso quando Wesley vem saindo dos nossos
escritórios com um olhar de pânico em seu rosto. Eu paro de andar.
Deus, eu espero que ele não tenha sido demitido ou algo assim. Não
quando estou prestes a ser designada para um trabalho de nível superior
e provavelmente vou precisar de toda a ajuda que conseguir.

“Você não pode entrar ali." Seu peito sobe e desce enquanto ele
respira profundamente.

Eu olho por cima do ombro dele. "Por que não?”

"Você apenas... não pode.”

"Wes, você está realmente muito estranho. Eu tenho uma reunião


em..."
"Sim, eu sei. Bennett me disse para te dizer que Charlie está à sua
espera no escritório dele."

"Mas minha reunião é em..."

"Foi transferida lá para cima."

Eu olho para ele por alguns instantes e solto uma


risadinha. "Ok. Acho que te vejo daqui a pouco.”

Andando na direção oposta, eu pego meu telefone e mando uma


mensagem para Bennett.

Eu: As pessoas estão muito estranhas. Wesley não me deixa entrar


no meu escritório.

Observo a tela enquanto aguardo uma resposta, mas não chega


rápido o suficiente. A secretária do Sr. Cruz faz um sinal para eu entrar
em seu escritório, então eu guardo meu telefone e entro.

"Morgan". Ele sorri, com o receptor do telefone na mão, e coloca um


dedo no ar e abaixa sua voz enquanto fala. "Sim, eu sei. Eu já lhe disse
como eu acho que você deve lidar com isso. Espero que o faça. Até logo".
Ele desliga. "Desculpe. Drama familiar".

"Ah, eu sei bem como é isso." Sorrio e sento em frente a ele. "Eu não
tinha certeza do que esperar, então eu realmente não trouxe nada."
“Oh. Não há necessidade. Eu só quero passar algumas coisas com
você”. Ele folheia os papéis em sua mesa. "Barbara continua me dizendo
para usar menos papel e eu estou realmente começando a pensar que ela
pode estar certa".

Eu rio porque é a coisa óbvia a se fazer. "Você não dirige um carro


energeticamente eficiente?"

Ele para de mexer nos papéis em sua mesa e olha para


mim. "Percebo seu ponto de vista."

"Ou seja, já esta fazendo sua parte." Encolho os ombros. "Eu


pessoalmente adoro fazer tudo no computador, mas não consigo eliminar
o hábito de comprar livros de bolso".

“Oh, mas essa é a grandeza disso. Os livros de bolso, não são um


hábito que nós podemos chutar. Eles são uma arte.”

"Gosto disso." Sorrio. "Vou ter que me lembrar de dizer isso para
Dev na próxima vez que ele tirar sarro de mim por passar horas na
livraria."

"Achei." Sr. Cruz ri enquanto ele acena uma folha de papel. "A
primeira coisa que quero discutir é o aplicativo no local de trabalho".

Eu pressiono minha mão sobre o meu estômago. Deveria ter tomado


café da manhã. Não tenho certeza se posso levar esse tipo de notícia com
o estômago vazio. Como se sentisse o meu receio, o Sr. Cruz inclinou a
cabeça com um sorriso gentil.

“Ei, os números são ótimos. Ninguém saiu. Apenas algumas


pessoas pararam de usá-lo antes de o tempo acabar e, de acordo com
Ben, foram vocês os dois, então acho que podemos ignorar esse número”.
Ele levanta uma sobrancelha. Eu coro. E continua lendo o
boletim:“A maioria das pessoas ficaram agradavelmente surpresas
quando viram a pessoa com quem estiveram conversando e, para
concretizar isso, noventa por cento delas já foram a mais de um encontro”.

Minha boca cai. "Oh meu Deus".

"Eu sei." Sorri. "Impressionante, hein?"

"Não consigo nem...", sussurro. "Isso é realmente impressionante."

“Você se saiu bem, Morgan. Agora, queremos comprar de você.”

Eu pestanejo. "O quê?"

“Quero dizer, supondo que você queira nos vender o conceito, é


claro, e nós adoraríamos sua opinião sobre isso daqui para frente, mas
sentimos que é algo que definitivamente tem potencial em um mercado
mais amplo, e nós já temos algumas empresas que estariam dispostas a
experimentá-lo”.

Eu descubro minha boca. "Você realmente quer comprar?"


"Nós queremos."

"Oh meu Deus."

"Você nem ouviu o quanto queremos pagar por isso." Ele ri,
deslizando uma folha de papel com uma quantia em dinheiro que eu
sempre sonhei em ter em minha própria conta bancária.

“Por um aplicativo?”

"Sim". Ele sorri. "E nós gostaríamos de falar com você sobre
conceitos futuros."

"Definitivamente." Aceno lentamente, ainda olhando para o papel na


minha frente.

"Estou feliz que você esteja aberta a ideia." Ele ri. “Nós teremos que
ter outra reunião para repassar detalhes e trazer nosso advogado e
financiador. Você é mais do que bem-vinda para trazer seu próprio
advogado para que confira e examine o contrato, mas gostaríamos muito
de fazer isso o mais cedo possível. Também gostaríamos de criar uma
estratégia para buscar um lançamento antes da próxima temporada de
festas”.

"Certo. Claro. Oh, meu Deus”. Eu olho para ele, já vendi aplicativos
antes, mas nunca por tanto, e nunca fiz nada noventa por cento
sozinha. "Isto é real?"
"Sim, é real." Ele ri. O telefone do escritório toca, quebrando sua
diversão quando o coloca no ouvido. “Tudo bem. Boa. Sim.” Ele
desliga. "Me desculpe por isso. Agora que já está fora do caminho, eu
adoraria sua atenção nos conceitos de Elias. Ele entregou a conta e quer
que a desenvolvamos mais. Isso significa claro, que você teria que se
encontrar com ele.”

"Seria bom."

"Eu vou enviar-lhe as informações de contato para que você possa


se organizar", diz, passando por cima de suas anotações. “Ah, este é um
que não tenho certeza se você vai gostar, mas temos um aplicativo de
encontros que precisa ser reformulado. Eles tiveram uma enorme quebra
de segurança no ano passado e apesar de ter sido ajustado, o número de
assinantes caiu drasticamente. Os donos do aplicativo querem dar um
novo nome e interface na esperança de salvá-lo”.

"Parece divertido. Por que eu não gostaria?”

“É um aplicativo para traição. Algumas pessoas estão bem com isso,


outras não. Do jeito que eu vejo, só porque você estar trabalhando no
aplicativo não significa que você tolera que eles estão usando”.

"Oh." Eu caio de volta na minha cadeira. "Não vou julgar, mas este
é definitivamente um assunto delicado para mim."

"Para muitos de nós", ele concorda.


"Posso pensar sobre isso?"

"Claro. Avise-me até o final da semana.”

"Ok."

"Como você se sente sobre aplicativos de jogos?"

"Eu sei que eles são realmente populares, mas meu conhecimento
sobre eles é bastante limitado".

“Tenho certeza de que você sabe que já temos um dos aplicativos de


jogos mais bem-sucedidos do mercado e gostaríamos de nos aventurar
mais profundamente nesse mundo. Temos algumas pessoas nessas
contas, incluindo Wesley, inclusive nos reunimos na semana passada e
ele mencionou que gostaria de tê-la como parte de sua equipe se você
estiver disposta.”

“Oh. Uau.” Minhas sobrancelhas levantam. Eu tenho muito respeito


pela equipe de Wesley e todas as coisas que eles desenvolvem, mas eu
nunca realmente considerei o que seria trabalhar com eles em qualquer
coisa. “Quero dizer, eu adoraria, mas como eu disse, não tenho muito
conhecimento sobre o assunto. Temo que eles me expulsem”.

Sr. Cruz ri. “Tenho certeza que eles não vão. Se você estiver
interessada em aprender, eu adoraria mandar você para um treinamento
sobre desenvolvimento de jogos. O próximo será na próxima semana e
durará duas semanas. Você pode se reportar de lá ao invés daqui pelas
próximas duas semanas e nós podemos ter outra reunião sobre isso
quando você estiver pronta. Com todas as despesas pagas, é claro”,
acrescenta.

"Sério?" Sussurro. Minha boca se abre. Eu sei que trabalhar para


na SEVEN mudaria minha vida, mas não percebi o quanto. Incapaz de
formar palavras e começo a acenar como uma idiota. "Sim. Adoraria
isso.”

"Perfeito. Vou lhe enviar todas as informações para que você possa
se registrar.”

Passamos por outra conta que ele quer que eu assuma e depois
outra. Quando terminamos a reunião, tenho três contas para lidar,
incluindo a SEVEN e um aplicativo vendido.

"Por favor, lembre-se, eu quero que você use esta empresa para
desenvolver seus próprios conceitos", diz ele. "Não quero que você apenas
atenda aos nossos clientes atuais, mas se você se encontrar fazendo um
pouco demais para eles, lembre-se que você também é um cliente." Ele
bate em sua mesa, e isso me lembra de como Bennett faz isso, só fico ali
parada olhando por um instante antes de juntar minhas coisas e sair.

Sinto como se estivesse segurando um grito por uma hora, então


quando vejo Bennett encostado na parede em frente ao escritório de seu
pai segurando um buquê de flores, é a primeira coisa que faço. Ele ri
enquanto se endireita, abrindo os braços para eu pular.
"Oh meu Deus. Você sabia? Você sabia!” Eu rio quando ele me
aperta mais forte.

"Tivemos uma reunião sobre isso há algumas semanas e,


novamente, na semana passada", diz ele. "Você está feliz?"

"Feliz? Estou... não sei como estou, mas feliz não parece descrever
o que sinto”. Sorrio abertamente, pegando as flores de suas mãos e
estendendo a mão para beijá-lo rapidamente. Olho em volta para me
certificar de que ninguém está vendo.

"Paola esteve aqui mais cedo", diz sua expressão de repente ficando
mais séria. "Ela meio que disse a todos que estamos juntos".

Eu deixo cair meus braços, deixando as flores baterem na minha


perna. "O que você quer dizer? O que ela disse? É por isso que Wes não
me deixou ir ao escritório?”

"Sim". Bennett suspira pesadamente. “Ela chegou aqui gritando. A


segurança teve que escoltá-la para fora. Eu sinto muito".

"O que ela disse?" Eu franzo a testa, examinando seu rosto e terno
para ver se tem alguns arranhões. Não sei o que esperar desta
senhora. "Ela fez alguma coisa com você?"

"Não, nós a pegamos antes que as coisas aumentassem, mas ela


começou a gritar que estava procurando por Morgan Tucker, a nova
namorada de Bennett." Pega minha mão e a aperta. "Imagino que tenha
visto nossa foto do evento da galeria na semana passada."

“Por que ela faria isso? O que ela quer?"

“Atenção.” Ele exala pesadamente. “As coisas não deram certo com
o cara que ela me traiu, então abortou o bebê. Mesmo que eu não tive
que forçar o divórcio na época, ela ainda estava com ele, logo depois que
começou a tentar me ter de volta e quando não conseguiu, começou a
fazer coisas estúpidas para sabotar qualquer relação em potencial que eu
possa ter tido, o que eu não tive”. Ele me lança um olhar aguçado. "Não
até você."

Eu dou de ombros. “Eu não me importo, não vou estragar meu dia
e definitivamente não vou deixa-la ditar nosso relacionamento. Foda-se
ela.”

Ele sorri. “Essas novas responsabilidades vêm com a oportunidade


de trabalhar remotamente?”

"Remotamente... oh, você quer me levar para casa antes do almoço?"


Levanto uma sobrancelha.

"Certamente." Ele se inclina e beija minha testa, minha bochecha, o


lado da minha boca. Quando chega ao meu pescoço, prendo a
respiração. "Você acha que seu chefe vai se importar?"

"Eu não sei. Por que você não pergunta?”Eu sussurro.


"Ele é seu chefe, não meu."

"Ele é seu pai, não meu."

"Hm." Belisca meu lóbulo da orelha. "Talvez ele não perceba".

Eu ri. “Não vou me arriscar. Acabei de receber uma promoção. Não


quero arriscar ser demitida por causa de sexo com o filho dele.”

"É meio louco, porque tecnicamente eu sou o chefe dele."

"Nem brinque, Bennett."

Ele pressiona as costas da mão na minha testa. "Não está um pouco


quente?"

"Oh, meu Deus." Eu levanto as flores e bato no braço dele. “Você


seriamente vai nos deixar em apuros. Vamos ficar até o almoço.”

"Isso é como um milhão de horas de distância", ele geme.

"Três". Eu começo a andar em direção aos nossos escritórios.

"Você deveria ter ficado a noite passada", diz ele.

"Eu não posso ficar mais todas as noites."

"Por que não?"


"Porque isso soa muito parecido com morar com você". Eu atiro nele
com um olhar aguçado.

"Não me parece uma ideia tão terrível".

Balanço minha cabeça, sorrindo, enquanto andamos pelos


corredores. Desta vez, ninguém me impede e todos estão trabalhando.
Preparo-me para que eles me olhem de forma estranha, mas no mínimo,
as poucas pessoas que olham para cima de suas mesas e me vêem apenas
sorriem e voltam ao trabalho. Soltei um suspiro profundo.

"Eu vou encontrar um lugar para colocar isso", eu digo, caminhando


em direção à sala de descanso. “Você vai trabalhar. Vejo você ao meio
dia.”

"Onze e cinquenta e cinco."

“Meio dia, Bennett.”

"Tudo bem." Ele se inclina, mas pensa um pouco melhor e se afasta


com uma piscadela.

Eu, por outro lado, não consigo parar de sorrir. Wesley está na sala
de descanso com Ashley da contabilidade. Reconheço-a apenas porque
ele me mostrou trinta e cinco fotos dela. Eles se conheceram no aplicativo
e, aparentemente, se deram muito bem. Eu sorrio para eles.

"Oi", ele diz.


"Vou te encontrar mais tarde", ela diz para ele, sorrindo e acenando
enquanto passa por mim.

"Ela é muito bonita", eu digo, uma vez que ela está fora da sala.

"Ela é." Seu sorriso cai depois de um momento. "Eu não sei o que
você ouviu...”

“Bennett me disse que sua ex esteve aqui. O que ela disse?"

"Nada de mais, no entanto, ela sabia seu nome completo, disse que
você está namorando Bennett e que, se algum de nós for seu amigo,
devemos avisá-la de que ele é um cretino e mentiroso.”

"Uau. Ela o chamou de cretino?” Pergunto balançando a


cabeça. "Ela está realmente louca."

"Absolutamente. Ela tinha esse olhar em seus olhos que eu só vi em


pessoas muito loucas”, diz Wesley.

"Então foi somente isso?"

"Bem, ela começou a chutar tudo quando o segurança tentou


intervir."

"Paola fez isso?" Meus olhos se arregalam. "Eu não posso imaginá-
la fazendo isso."

"Você a conheceu?"
“Sim, e eu não sabia que ela era louca. Só achei que era uma vadia”.
Ajustei o vaso de plástico onde coloquei minhas flores para ter certeza de
que ele não ficaria esparramado antes de encarar Wesley. "Ela me
chamou de prostituta, então eu discuti com ela na frente de um grupo de
pessoas que a acompanhava".

Wesley ri. "Bem, agora a explosão faz um pouco mais de sentido".

“Ela é uma perdedora.” Dou de ombros. "De qualquer forma, me fale


sobre Ashley".

Ele cora. "Ela é para casar."

"Oh, meu Deus, você encontrou o amor no meu aplicativo."


Sorrio. "Sinto-me como uma fada madrinha".

"Ou Cupido."

"Pare." Eu gemo. Ele ri. Nós saímos da sala de descanso. Assim que
chegamos ao meu escritório, viro-me para ele novamente. "Estou
vendendo o aplicativo do local de trabalho para a SEVEN".

Sua boca se abre. "Isso é incrível."

"Eu sei."

"Você está pegando seu dinheiro e indo embora?"


"Não, a menos que eu queira viver no meu carro em poucos anos",
eu digo. "É um bom dinheiro, mas não o suficiente para sobreviver nesta
cidade."

"Você pode arranjar um ou dois colegas de quarto."

“Não, obrigada, prefiro ficar aqui e continuar aprendendo.”

"Vou te dar aulas particulares, por uma pequena remuneração."

Eu ri. "Agora parece que você está me oferecendo outros tipos de


serviços".

"Posso oferecer isso também", diz em seguida, franzindo a testa. “Na


verdade, de jeito nenhum eu estou oferecendo isso. Bennett está
procurando um motivo para me matar.”

"E você tem a Ashley."

"E eu tenho Ashley." Ele balança a cabeça. "Almoço hoje?"

“Preciso atender um cliente à tarde."

"Entendi." Wesley olha ao redor por um instante antes de encontrar


o meu olhar novamente. "Charlie mencionou alguma coisa sobre talvez
trabalhar conosco em alguns projetos?"

“Ele disse, na verdade, estarei fora pelas próximas duas semanas


em um treinamento sobre jogos”.
Ele sorri. "Você está fazendo isso."

"Estou.” Sorrio de volta. "Obrigada por mencionar meu nome."

"Você está de brincadeira? Nós fazemos uma boa equipe.” Ele bate
no vidro do lado de fora da porta. “Ok. Eu vou deixar você
trabalhar. Deixe-me saber se você precisar de ajuda. Seu trabalho é
muito mais interessante do que o meu ultimamente.”

Com isso, ele se afasta e eu entro no meu escritório.


Decido que por ser terça-feira, não vou começar a aula de
desenvolvimento de jogos até a próxima semana, que preciso aproveitar
a oportunidade de estar no escritório hoje. Bennett está fora o dia todo
em reuniões, então ele me deixou nesta manhã com a promessa de que
eu o encontraria em sua casa hoje à noite. Ele continua trazendo a coisa
de ‘morarmos juntos’ e eu estou seriamente dividida. Por um lado, eu
adoraria fazer isso, mas também temo que seja cedo demais. Jamie foi
morar com Travis um mês depois que ela o conheceu, e vi onde isso os
levou – disfunção e separação. Eu não posso dizer que o pensamento não
me excita. E ele está certo, nós realmente temos passado todos os
momentos livres juntos. Com a equipe de Devon não jogando nos
playoffs, eu imagino que ele vai querer voltar para ficar no apartamento,
o que foi bom no ano passado, quando eu não estava morando lá, mas
que poderia ficar muito estranho agora. Se isso acontecer, eu posso
alugar meu próprio apartamento... ou posso aceitar a oferta de Bennett
e ir morar com ele. Ainda estou pensando nisso enquanto saio do prédio,
pegando meu telefone para mandar uma mensagem para ele avisando
que vou para casa buscar umas roupas antes de ir a sua casa, quando
esbarro em alguém.
"Sinto muito", eu digo distraidamente. Esbarro nas pessoas todos
os dias entrando e saindo deste prédio, e parei de olhar para cima quando
isso acontece.

"Não tanto quanto você vai se arrepender."

Presto atenção na direção da voz porque sei que é Paola. Eu


conheceria a voz dela em qualquer lugar depois de todos os telefonemas
e de encontrá-la uma única vez.

"O que você está fazendo aqui?"

"Um passarinho me disse que as coisas estão ficando sérias entre


você e meu marido."

"Ex-marido." Levanto uma sobrancelha. "Não seja mesquinha."

"Ex-marido", diz ela, encolhendo os ombros. "Eu disse a você que eu


estaria te observando."

“Você já causou estragos suficientes na semana passada. Eu tenho


certeza de que você já mostrou seu ponto de vista”. Dou um passo para
trás, porque eu realmente não sei do que essa mulher é capaz, embora
ela não pareça do tipo violento. Meus olhos caem para suas mãos, mas
ela parece estar apenas segurando papéis, ou fotos, algo brilhante.

"E qual seria esse ponto?" Pergunta levantando uma sobrancelha.


"Eu não sei. Diga você, que é a única que está claramente
perturbada com a ideia de Bennett ser feliz.”

"Estou incomodada com a ideia de ele estar feliz com você", ela
grita. "Você, que valsou em nossas vidas e o destruiu em uma única noite,
depois de estarmos casados por quase quatro anos."

Eu pisco. “Você está delirando. Você o traiu, você ficou grávida do


bebê de outro homem, pelo amor de Deus!”

"Ele me traiu com você", ela grita, jogando o conteúdo de suas mãos
em mim. Por instinto, pressiono a mão no peito, protegendo as
fotos. “Eu cometi erros, sim, mas o bebê era dele. Nós estávamos
trabalhando em nosso casamento até você aparecer”.

Suas palavras me fazem congelar. O bebê era dele? Ela está


mentindo? Ele está mentindo? Eu gemo. Nem deveria estar dando a ela
esse tempo todo. "Sai da minha frente."

"Não até você ver as fotos", diz ela. “Eu o segui, você sabe.
Estávamos resolvendo nossas diferenças, mas eu sabia que se as coisas
não funcionassem, eu precisava de provas de sua traição, sabia que você
parecia familiar quando a vi naquele restaurante, mas não tive
certeza até ver sua foto no jornal juntos.”

Levanto uma das fotos lentamente, olho para ela tentando manter
minha expressão neutra enquanto minhas mãos começam a tremer. É
uma foto de Bennett e eu na primeira noite em que nos conhecemos, no
bar, no meu aniversário a quase dois anos atrás. Eu balancei minha
cabeça e olhei para Paola.

"Você está cheia de merda."

"Estou?" Ela levanta uma sobrancelha. “Não é você? Olhe a


data. Meu investigador registrou a data na imagem.”

"Eu sei a data do caralho."

“Nós ainda éramos casados. Íamos ver um terapeuta no dia


seguinte e então ele decidiu desistir de mim, de nós, do nosso bebê”. Sua
voz se quebra, e seus olhos castanhos se enchem de lágrimas. "Eu perdi
meu bebê por causa de você, porque eu não consegui lidar com a traição",
ela geme. “Eu não aguentei e perdi tudo. Meu marido, minha gravidez,
tudo”.

"Você está mentindo", eu sussurro, balançando a cabeça. "Você é


uma mentirosa. Você estava traindo ele”.

"E ele também...”, ela grita, “...com você".

"Eu...”

"Não há mais nada a dizer", diz ela, enxugando o rosto. "O que está
feito, está feito. Tenha uma boa vida, mas lembre-se, se ele me traiu com
você, ele vai trair você também”.
Ela se afasta, deixando-me em pé no meio da calçada do lado de fora
do meu local de trabalho, com uma dúzia de fotos aos meus pés. Elas
continuam sendo levadas pelo vento e voando, mas eu não consigo
fazer com que meus pés se movam para perseguí-las, me agachei e tentei
pegar o máximo que consegui empurrando-as na minha bolsa, antes de
finalmente ir embora.

Se ele me traiu com você, ele vai trair você também.

Quantas vezes eu já disse isso? Quantas vezes já pensei


nisso? Muitas, e se o que ela está dizendo for verdade... Não, o que ela
está dizendo é definitivamente verdade. A prova está em tudo que ela
acabou de me contar. Eu continuo observando o resto das fotos. Ela
documentou tudo, desde o suposto caso que Bennett teve comigo até o
teste positivo de gravidez, o ultrassom e a data do aborto espontâneo. Eu
penso em tudo que ele me disse. Mesmo como o Coruja, ele confessou ter
traído sua esposa. Eu só não tinha percebido que era comigo. Bile sobe
na minha garganta enquanto desço as escadas até o trem. Eu terminei
um casamento. Mesmo que o casamento estivesse dando errado quando
o conheci, eu ainda contribuí para que ele se dissolvesse de vez. Sou a
pessoa que sempre odiei. Eu me transformei em minha mãe.
Crescer em uma casa em conflito me ensinou a fugir das discussões,
mas minha raiva me impulsiona para frente e me leva a casa de
Bennett. Estou em frente sua porta quando pressiono a campainha,
mesmo ele tendo me dado uma chave, mas não consigo usá-la, não
quando meu motivo para estar aqui é confrontá-lo e chegar ao fundo
dessa questão. Seu sorriso com covinhas é largo quando ele abre a porta,
mas perde o brilho enquanto observa meu rosto. Durante todo o trajeto
até aqui me senti pronta para isso, mas agora que estou diante dele, a
tarefa parece impossível. E chamá-lo de mentiroso, traidor e imbecil
quando ele está olhando para mim com tanto carinho se torna muito
complicado.

"O que há de errado?"

"Você mentiu para mim."

"O quê?" Ele franze a testa. "Quando? Do que você está falando?"

"Quando falamos no aplicativo, você disse que traiu sua esposa." Eu


engulo, esperando que o nó na minha garganta se dissipe. “Na época, eu
te ignorei. Decidimos ser amigos, apenas amigos, mas isso foi antes”.
Faço uma pausa novamente, respirando com dificuldade. Deus, por que
parece que meu peito está sendo rasgado? "Você... você a traiu comigo?”

Ele pisca, olhando para mim por um instante. Então lambe os


lábios antes de falar. "Por que você não entra?"

“Responda a pergunta, Bennett.”

Ele tira seu olhar do meu e olha ao redor, provavelmente não


querendo que eu cause uma cena na frente de seus vizinhos idiotas e
ricos. Foda-se ele. Foda-se todos eles. Eu agarro as fotos na minha mão
e as atiro em seu rosto com toda a minha força, o que é o suficiente para
que algumas delas o atinjam. Ele recua.

"Que diabos, Morgan?"

"Que diabos você", eu grito. “Você sabe o que eu penso sobre a


traição. Você sabe que é um problema para mim. Você sabe disso, mas
você mentiu. Você me usou!"

"Eu não te conhecia naquela época", ele grita de volta.

"Então você admite." Estendo a mão para segurar o corrimão ao meu


lado.

"Nós não deveríamos nos ver novamente", diz ele. “Foi apenas uma
noite. Não deveria... você não deveria entrar no escritório do meu
pai. Você não deveria ser a irmãzinha do meu melhor amigo. Não era...”
Ele pausa de repente, como se estivesse se recuperando, mas eu já sei
onde ele está indo com isso.

"Pra eu descobrir?" Eu cruzo meus braços. “Eu não deveria ter


descoberto e soltar na sua cara e te chamar de traidor? Eu não deveria
descobrir que é um mentiroso, idiota e desonesto?” Eu descruzo meus
braços e me viro para ir embora. "Você me enoja."

"Acabou", ele diz para as minhas costas. "Já havia acabado entre eu
e Paola quando nos conhecemos".

Eu parei no final dos degraus e o encarei. Ele está descalço e está


congelando aqui fora, a previsão do tempo diz que neva esta noite, mas
ele está no segundo degrau agora parecendo que está pronto para me
seguir pelo quarteirão. Deixe-o tentar e perder todos os dedos dos pés, eu
não me importo.

"Você era casado?"

“Sim, mas foi...”

“Ela estava tentando resolver as coisas? Salvar seu casamento?”

Sua carranca se aprofunda. "Sim, mas..."

"Ela estava grávida?"

"De outro homem."


"Você sabe com certeza que era o bebê de outro homem ou você
acabou assumindo?"

"Ela me disse que era." Ele joga os braços para cima. “Que diabos,
Morgan? O que aconteceu com não dar atenção a pessoas malucas?”

"Estou começando a pensar que eu estava ouvindo uma pessoa


louca quando eu concordei com isso." Eu me viro de novo e começo a
andar para longe de sua casa. Ele me segue.

“Porra, por favor, entre e me deixe explicar. Vamos conversar sobre


isso”. Ele diz agarrando meu braço.

“Você vai para dentro. Não há nada para conversarmos. Nós


acabamos”. Eu me afasto. "Vá para dentro antes que você me culpe pela
hipotermia que está prestes a pegar".

Ele não continua me seguindo.

De alguma forma, eu consigo manter minha cabeça erguida e


minha expressão neutra até chegar ao metrô, à adrenalina em minhas
veias me segurando enquanto milhões de coisas passam por minha
cabeça. As palavras de Paola voltam a me assombrar e me mantém refém
enquanto eu volto ao meu apartamento. Não consigo me livrar das
imagens e de suas palavras. Não consigo esquecer o jeito que Bennett
ficou quando o confrontei como se tivesse sido desmascarado. Acho que
é assim que um mentiroso parece quando ele se debate com a
verdade. Entrando no meu apartamento, me sinto como um
zumbi. Felizmente, não tenho que ir trabalhar na semana que vem, já
que tenho as aulas de desenvolvimento de jogos para participar. Em vez
de telefonar para minhas amigas, ou de me preocupar com o jantar, vou
para o chuveiro, me desfaço das roupas deste dia e vou cedo para a cama.

É meia-noite quando acordo, e depois no meu estado de


nebulosidade inicial, lembro-me do que aconteceu hoje e começo a
chorar, e choro mesmo que ainda esteja incrédula. Não acredito que ele
tenha mentido para mim, depois de tudo o que compartilhamos. Posso
entender que era para ter sido somente uma noite, que não nos
conhecíamos, mas por que ele não me disse na primeira oportunidade?
Por que esconder isso de mim? A única explicação que posso dar é que
ele sabia que eu o deixaria. Sabia que eu iria desistir de tudo mesmo que
isso significasse partir meu coração, porque não suporto a ideia de estar
com um traidor mentiroso. Odeio que ele seja ambos. Odeio ter me
apaixonado tanto por ele. Odeio estar obviamente o amando e não admitir
a mim mesma até este momento, durante o pior momento imaginável. A
pior parte é que eu não sinto que o odeie. Não tenho certeza se consigo.
Odeio o que ele fez, e quando penso nele, quero arrancar-lhe os olhos,
mas não o odeio. Tentei voltar a dormir, mas não adianta. Eu olho para
o meu telefone e ligo-o novamente. Eu havia o colocado no modo avião
quando sai de sua casa, porque não queria lidar com suas ligações ou
mensagens de texto. Como suspeito, ele vibra incontrolavelmente no
segundo em que encontra serviço. Com o nome dele inundando a minha
tela. Eu desmarco e ignoro. Posso estar confusa e não saber o que vai
acontecer a seguir, mas sei que nunca mais quero voltar a me sentir
assim novamente.
Eu trouxe flores. Eu realmente não parei para pensar que talvez
essas flores de aparência tropical não sejam do tipo certo para esta
ocasião, mas que tipo de flores diz que sinto muito de um milhão de
maneiras diferentes? Não tenho certeza. Eu também não tenho certeza
se isso importa. Se eu tiver sorte e ela abrir a porta, mas talvez as pegue
e pise nelas, pelo que imagino que é o que vai fazer. Quando ela
finalmente chega à porta não a abre completamente, apenas o suficiente
para me deixar ver uma parte sua. Só isso me dilacera um pouco. Coloco
as flores um pouco mais acima, para que possa vê-las melhor. Olha
fixamente para elas, para mim e suspira.

"Flores não consertam tudo, você sabe."

"Eu sei." Foda-se, eu não deveria ter trazido. "Sinto muito. Por favor,
deixe-me explicar tudo”.

Ela encolhe os ombros. "Continue."

"No dia em que te vi, naquela noite no bar, eu tinha acabado de


descobrir que Paola estava grávida do bebê daquele cara. Eu meio que...
Não sei. Eu saí para aliviar a cabeça".
"Para aliviar a cabeça", ela sussurra no início antes que as palavras
fiquem mais altas. "E então você decidiu que eu parecia ingênua e
estúpida o suficiente para que você pudesse me usar para enganar sua
esposa e que eu nunca descobriria. Quero dizer, como eu poderia
descobrir, certo? Você me deixou naquele quarto de hotel sem nenhuma
palavra".

"Morgan". Fecho meus olhos brevemente na esperança de me


recompor, porque eu juro que nunca chorei antes, mas a dor em meus
olhos agora me faz sentir como se fosse. “Por favor, não diga isso. Eu não
usei você. Eu..."

"Você me usou. Você me usou para se sentir melhor consigo


mesmo”, diz ela. “Você me usou para provar a si mesmo que ainda
poderia conseguir uma mulher que não fosse sua esposa. Diga que esse
não era o caso, Bennett. Diga-me que você estava lá só para tomar uma
bebida".

"Estava lá só para tomar uma bebida e então eu te conheci e isso


mudou."

"Você nem estava usando uma aliança de casamento." Ela me


observa por um momento antes de balançar a cabeça. "Você me enoja. Se
esse é o tipo de coisa que você faz sempre que se sente injustiçado
por alguém, não quero fazer parte disso. Eu me recuso a ser a outra
mulher ou o rebote. Eu só... não posso. Por favor saia."
Antes que eu possa implorar a ela, ela bate a porta na minha
cara. Fico parado por um momento, olhando a porta, como se talvez olhar
para ela a fizesse abrí-la novamente. Quando isso não acontece, eu olho
para as flores na minha mão e suspiro. Em vez de levá-las comigo, coloco
sobre o pequeno tapete de boas vindas que ela tem do lado de fora de sua
porta. Provavelmente vai jogá-las fora, mas eu não me importo. Eu não
vim aqui com nenhuma esperança, de qualquer forma.
“Oh, que divertido, outra pessoa de coração partido e deprimida.
Esses são exatamente os tipos de pessoas com quem devemos sair
algumas semanas antes de nosso casamento”.

Eu olho para cima e vejo Devon e Nora enquanto entram na sala de


estar dos meus pais.

"Você realmente parece uma merda", diz Nora.

"Como está Morgan?" Pergunto, apesar de tudo. Prometi a mim


mesmo que lhe daria espaço, apesar da vontade de ir atrás dela e rastejar.

"Bem", diz Devon. "Melhor que você".

"Ela está por aí", diz Nora. "Organizando minha despedida de


solteira e outras coisas, mas ela tem estado deprimida no meio disso
tudo."

"Foda-se." Eu gemo, cobrindo meu rosto. "Eu me esqueci da


despedida de solteiro".
"Está sendo cuidado, não se preocupa", diz Devon. "Nós decidimos
por uma festa conjunta".

"O quê? E Morgan está fazendo tudo?” Eu me levanto. "Eu deveria


estar ajudando".

"Você realmente quer passar o domingo com sua ex-namorada?"


Devon levanta uma sobrancelha.

"Mais do que tudo."

Ele ri. “Você é exatamente o oposto de quase todo mundo no


universo".

“Ela não me ligou, imaginei que já teria ligado até agora”.

"Eu te disse que não queria ouvir nada disso." Dev levanta as
mãos. "Estamos aqui para almoçar com seus pais e agradecer-lhes por
nos emprestar sua casa de férias na próxima semana."

"Mesmo que esteja congelando e não possamos aproveitar as


comodidades", eu digo. "Quem optou por um casamento no inverno,
afinal?"

"Eu escolhi." Nora levanta uma sobrancelha, me desafiando a dizer


algo mais.

Eu suspiro. "Eu acho que ainda podemos usar a pista de boliche e


cinema".
"E a piscina interna aquecida", acrescenta Devon, franzindo a
testa. "Eu juro que acho que vou lá mais do que você".

"Você vai."

"Isso é porque seus pais odiavam sua ex-esposa e nunca a


convidaram quando íamos juntos", brinca Nora.

“Tenho certeza que foi o contrário. Foi ela quem teve suas diferenças
com eles”, eu respondo. Não que isso importe. Ela está arruinando minha
vida e nem está nela.

"Além disso, estão dizendo que o frio que fará no próximo final de
semana, a última vez que aconteceu nessa época foi na década de
setenta.”

"Em dezembro?" Eu pisco. "O que está acontecendo?"

"O mundo está acabando", Dev diz, sorrindo. "Melhor se recompor


para que você não morra sozinho".

"Foda-se você."

“Entre nós, acho que você deveria deixar Morgan cuidar da


festa. Jamie e Presley estão ajudando-a com tudo isso. Dê-lhe espaço.”

"Já lhe dei tempo suficiente."

"Ela virá até você quando estiver pronta."


Devon se afasta em direção à cozinha, onde mamãe está
fazendo croquetes e empanadas.

“E se ela nunca voltar?”

"Então eu acho que não era para ser." Nora encolhe os ombros,
sorrindo tristemente.

"Mas foi. Era para ser."

"Então, você espera."

"Eu não a usei para trair minha ex-esposa, Nor", digo. "Quero dizer,
tecnicamente eu fiz, mas é complicado".

“Eu não estou aqui para julgar, mas você tem que entender que
Morgan passou por muita coisa. Muito mais do que você imagina.”

"Devon nem sabe a metade disso." Eu franzo a testa.

"Ele sabe. Sua mãe confessou muitas coisas para ele


recentemente. Dizer que ele está chateado em nome de sua irmã é um
eufemismo. Ela não sabe que ele sabe, então não mencione isso a
ela. Eles tiveram uma infância fodida”, ela diz, “a única coisa que você e
eu podemos fazer é relaxar e esperar que eles se aproximem. Eles nos
informarão quando precisarem de nós”.

"Foda-se." Eu corro meus dedos por meu cabelo bagunçado. “Odeio


esperar por aí como um idiota. Eu me sinto impotente.”
"O que aconteceu com Paola?"

"Eu a coloquei no lugar dela. Ameacei processá-la. Disse a ela que


eu conseguiria uma ordem de restrição se isso fosse necessário para que
ela se afaste."

Suas sobrancelhas levantam. "Eu não me lembro dela sendo tão


louca na faculdade".

"Também não." Dou uma risada. “Quero dizer, eu casei com a


garota. Obviamente, eu não achei que ela iria passar por tudo isso para
se vingar de mim. E para quê? Ela me traiu, ficou grávida do filho de
outro homem e depois disse a Morgan que era meu. Ela é uma maldita
mentirosa. Por que tentar foder com minha vida depois de todo esse
tempo?”

“Talvez ela esteja entediada. As mulheres fazem coisas malucas


quando estão entediadas.”

Seu tédio não é problema meu. Eu preciso focar minha atenção em


trazer Morgan de volta.
"Você realmente não acha que este vestido está muito curto?" Jamie
pergunta, arrancando o fio invisível do vestido azul que ela está usando.

"Graças a Deus, o tempo deu uma trégua", eu digo, olhando para o


meu próprio vestido no espelho. "Se o comprimento desses vestidos
tivesse um nome, seria chamado de ‘A Vadia Perfeita’".

Nora e sua melhor amiga, Tina, riem. "Se você precisar mudar de
emprego acho que você tem um futuro na publicidade."

"Nunca tive um problema com vestidos curtos antes", acrescenta


Jamie. “Eu penso seriamente que quanto mais chego perto dos trinta,
mais sem graça eu me torno. Não é de admirar que Travis esteja
namorando uma versão mais nova de mim”.

"Oh, meu Deus." Eu gemo. "Podemos não falar sobre homens e no


quão idiota eles são hoje à noite?"

"Bem, o seu vai estar lá." Presley levanta uma sobrancelha.

"Obrigada pela lembrança", eu digo. "Mas ele não é mais meu".


"Oh, querida." Tina aperta meu ombro. “Você vai ficar bem. Nós
vamos garantir isso.”

"Obrigada."

"Eu lhe disse que poderíamos dividir a festa e deixá-los fazer a


deles", diz Nora.

"Não. Este era o plano original e estamos aderindo a ele. Fodam-se


os homens.”

"Oh Deus. Esta noite vai ser ótima”, brinca Nora.

"Vai ser épico", diz Jamie, em seguida, se encolhe. "Veja? Eu até


digo palavras como épicas agora. Quem eu sou mesmo?”

Trinta minutos depois, estamos numa van alugada para a festa. Eu


me espremi entre Jamie e Tina, enquanto Presley senta no colo do Nate
em frente a nós e Nora senta no colo do meu irmão ao lado deles. O
marido de Tina vai se encontrar conosco mais tarde hoje à noite, então
pelo menos de agora até lá, eu estou segura. Os amigos de Devon estão
todos sentados atrás, incluindo Bennett. Eu deixei bem evidente que eu
não quero olhar para ele e ele pareceu receber o memorando, porque nem
tentou dizer ‘oi’ para mim quando eu entrei.

Eu prometi a mim mesma que seria cordial.

Eu posso ser totalmente cordial.

Preciso no mínimo de dois drinques antes de chegar a esse ponto,


mas posso ser totalmente cordial.

Com esse pensamento, eu tomo a vodka tônica que Jamie me


entrega e começo a balançar a cabeça com a batida da música quando
Tina bate em mim e cai no ritmo de “Tribe” de Bas e J. Cole. Logo, entre
a minha bebida, minhas garotas e a música, eu esqueço completamente
de que ele está lá.

A noite é organizada assim: ir de um bar a outro, porque é isso que


Devon queria fazer, seguido por um clube de dança, porque era o que
Nora queria fazer. Eu reservei áreas privadas em todos os locais por
causa de Devon e seus amigos. A última coisa que precisamos é que as
pessoas comecem a tirar fotos questionáveis fora de contexto que
acabarão na ESPN amanhã.

"Você deve estar brincando", diz Jamie, digitando furiosamente em


seu telefone. "Eles agora que estão organizando tudo".

"Tudo bem." Eu dou de ombros.

Ela encontra meu olhar. "Nós estaremos atrás deles".


"Quem se importa? Tenho certeza que está perfeito”. Eu olho para o
telefone em sua mão e vejo as fotos que eles estão enviando. “Isso parece
uma loucura”.

"Eu deveria ter me encontrado com vocês lá."

"Então você não teria nenhum divertimento, James."

"De qualquer forma, estou preocupada agora mesmo. Mais vale


estar me preocupando enquanto estou fazendo as coisas."

"Faça-me um favor, beba e cale a boca."

Eu faço o mesmo e continuo dançando no meu lugar. Os caras


sentados na parte de trás estão gritando e batendo papo. Um deles se
levanta e começa a dançar no mastro, o que nos faz rir.

"Jermaine nem sequer bebe", diz Devon em voz alta enquanto ri e


tira uma foto de seu amigo.

"Jermaine é quente como o diabo", Jamie diz baixinho, para


mim. Não tão silenciosamente, sendo que Tina a ouve e ri.

"Jermaine é um problema", diz ela.

"Eles não são todos?", eu gracejo.

Tina ri. Jamie suspira. Nós três tomamos outro gole.


Jamie e eu lideramos a fila até o bar e confirmamos com o cara na
frente que realmente temos um espaço reservado na área VIP. Ele aperta
um botão em seu fone de ouvido, transmite a mensagem e nos diz para
pegar a porta lateral. Nós vamos para lá e somos recebidos por uma
equipe de três pessoas que nos levam a uma grande sala decorada com
esplêndidos balões, baldes de cerveja e champanhe. Há um bar no meio
com um cara por trás dele. Eu me volto para uma das mulheres que
trabalha aqui.

"Isso é só para nós, certo?"

"Sim. O bar está incluído no preço”.

Eu levanto minhas sobrancelhas e olho para Jamie. "Isso não é


fantástico."

Jamie ri e me dá um soco no punho.

"Está incrível", diz Nora enquanto se aproxima de nós.

"Mesmo? Você gostou?”Jamie pergunta.

"Nós imaginamos que começaríamos com um tema mais suave",


acrescento.

“Eu absolutamente amei e mal posso esperar para ver o que mais
você fez, mas honestamente? Ficaria aqui a noite toda”. Ela pisca para
nós e caminha de volta para o resto do grupo.
"Isso não teria facilitado nossas vidas", digo.

Jamie acena com a cabeça. "Vamos pegar umas bebidas."

Não sei como isso acontece, mas acabo logo atrás de Bennett
quando entramos no último bar antes de finalmente ir ao clube. Tenho
conseguido evitá-lo a noite toda, salvo por alguns olhares roubados aqui
e ali, mas de repente aqui está ele, uma parede de tijolos em jeans e um
belo paletó andando na minha frente. O cheiro dele é bom pra caralho,
leva tudo em mim para não me inclinar para frente e inalá-lo. Ele é um
mentiroso e um trapaceiro, eu me lembro, e somente isso é necessário
para melhorar o meu humor novamente, mas apenas por um
segundo. Eu rapidamente me lembro de onde estou e o que estou
comemorando e levanto a cabeça enquanto caminho pela porta.

"Morgan", Jamie chama da frente da fila.

"Com licença", eu digo, tentando passar por Bennett.

"Você estava atrás de mim esse tempo todo?"

Eu aceno uma vez, levanto a cabeça e caminho para onde Jamie


está. Ela segura minha mão enquanto entramos na área VIP que se
parece com a primeira, com seu próprio bar e muitos lugares para
sentar. O grupo ficou ainda maior agora, mais amigos e colegas de Devon
se juntaram a ele. Ele me apresenta a um grupo novo de vez em quando
e continuamente me verifica, o que me faz pensar se meu desconforto
está começando a aparecer ou se ele está apenas sendo o irmão protetor
como normalmente é nesses ambientes. É quando ele está segurando
minha mão em uma das suas e Nora na outra, enquanto ele agradece a
todos por terem vindo, que realmente percebo que ele vai se casar.

Eu absolutamente amo a Nora. Ela se tornou minha irmã e minha


família, mas ouví-lo dizer o quanto está agradecido por estar começando
uma nova família com o amor de sua vida me atinge no peito. Uma nova
família. É cem por cento o álcool chegando à minha cabeça que me faz
olhar para ele e me perguntar o que vai acontecer comigo. O
que acontecerá quando eles começarem a ter filhos e criarem seu próprio
pequeno núcleo? Será que ainda nos veremos com frequência? Nós ainda
vamos conversar todos os dias? Eles terão tempo para mim? Uma coisa
que me mostrou levando minha mãe ao centro de reabilitação que eu
realmente não tenho muitas pessoas neste mundo. Devon e Nora são a
extensão da minha família. De alguma forma, eu consigo passar
pelo discurso de Devon com um sorriso no rosto, mas as pessoas
começam a bater palmas e ele solta a minha mão para beijar Nora, eu
sinto que vou perdê-lo. Até que ele me dá um abraço, e então Nora me dá
um antes de eu disparar como um morcego saindo do inferno em busca
do banheiro.
Quando encontro, tranco-me em uma cabine e respiro fundo. Eu
preciso de água. Como um galão ou dois. A porta principal do banheiro
se abre e fecha. Eu olho para baixo e vejo um sapato masculino -
caramelo escuro e uma bainha de jeans escuros.

"Vá embora, Ben."

"Estou farto de te dar espaço."

"Oh, isso é engraçado, eu não me lembro de pedir a você." Destranco


a porta do box e abro-a. “Sério, vá embora.”

"O que há de errado?" Suas sobrancelhas se juntam quando ele


avança. Eu me movo para fechar a porta novamente e ele para de andar
na minha direção. "Isso está me matando, Morgan."

"Qual parte?"

"Tudo isso. Eu odeio não te ver. Eu odeio não falar com você. Eu
odeio não ouvir sua risada ou a facilidade com que você insulta a porra
das pessoas sem nenhum cuidado no mundo.”

Sorrio. "Eu não insulto as pessoas".

"Talvez somente a mim, então?" Ele sorri. “Mas tudo bem. Eu gosto
disso".

“Isso não vai funcionar. Você mentiu para mim da pior maneira”.
"Não menti para você."

Eu atiro-lhe um olhar. "Então você não estava casado na primeira


vez que ficamos?"

"Estava."

"Ok, então você mentiu."

"Se você quer ser técnica, eu menti."

"Uma mentira é uma mentira. Jesus Cristo. Você apenas sai


mentindo para as pessoas e depois procura maneiras de justificar?”

"Não."

"Só eu, então?" Eu cruzo meus braços sobre o peito. “De qualquer
forma, isso não importa. Acabou. Terminei. A última pessoa que mentiu
para mim, acabou fodendo com minha mãe”.

"Não me compare àquele idiota."

"Você fez igual a ele." Descruzo meus braços e caminho até a pia,
lavando minhas mãos e secando-as rapidamente.

“Eu já te disse isso, mas vale a pena repetir. Ela já estava me


traindo, te conheci na noite em que ela me contou sobre a gravidez. Nós
terminamos. Eu estava feito. Não havia nada que ela pudesse ter dito ou
feito naquele momento para salvar nosso casamento. E então eu te
conheci e era seu aniversário e você estava sozinha, e eu disse que estava
sozinho”.

"Você estava." Jogo a toalha de papel na lata de lixo enquanto eu


viro para encará-lo. "Você ainda está."

"Eu não me sinto sozinho desde o dia em que você entrou no


escritório do meu pai."

Reviro meus olhos. "Ok, Romeo."

“Estou falando sério, Morgan. Quando você está comigo, eu me sinto


leve. Não me sinto leve há anos”, a maneira como ele diz isso, com o tom
sério e aqueles olhos sinceros, quase me faz querer acreditar nele. "Anos".

"Eu acho que você precisa encontrar a sua luz em outro lugar,
porque eu não vou deixar você drenar a minha."

Com isso, eu saio. Meu peito dói fisicamente quando eu volto para
a festa, mas eu mantenho um sorriso no meu rosto através dele. Já fui
ferida antes e sobrevivi.
O clube é barulhento. Isso é bom porque significa que ninguém pode
falar comigo. É uma coisa ruim porque significa que eu não posso falar
com ninguém também. O marido de Tina chegou, então minha parceira
de dança se foi. Jamie está conversando com um dos amigos do meu
irmão pelos últimos trinta minutos. Todo mundo parece estar dançando,
bebendo, e se divertindo. Bennett está bebendo e me observando em cada
gole que ele toma, não vou mentir, se as coisas não tivessem estragado
entre nós, eu estaria de pé entre suas pernas musculosas agora.
Lamentavelmente, os homens não prestam. Estou prestes a puxar meu
celular quando meu irmão se aproxima de mim.

“Você está deprimida. Não pode ficar fodidamente deprimida na


minha despedida de solteiro”.

"Estou na despedida de solteira de Nora." Sorrio para ele.

"Eu não estou brincando." Ele me entrega a bebida de sua


mão. "Venha dançar. Ou vá encontrar um cara aleatório para dançar. É
isso que você costuma fazer”.

Eu rio e fico em pé, certificando-me de não esbarrar em


ninguém. Juntei-me a Nora e alguns outros caras na pista de
dança. Jamie e o cara que ela está conversando andam e se juntam a
nós. Estamos dançando, rindo e cantando junto com a música,
levantando as mãos, e por uma fração de segundo eu desejo tanto que
os braços de Bennett estivessem ao meu redor, movendo-se junto
comigo. Olho em sua direção e vejo uma das amigas de Nora, April,
conversando com ele. Ela ficou bêbada a maior parte da noite, e com o
jeito que ela está olhando para ele eu só posso imaginar o que está
oferecendo.

Bennett, por outro lado, mantém sua expressão passiva, agindo


como se não estivesse realmente prestando atenção nela. Como se
estivesse me sentindo, ele olha e tranca os olhos em mim. Apesar do jeito
que meu coração salta, consigo continuar dançando. April não parece
receber a dica, está absolutamente na frente dele e começa a se mover no
ritmo da música enquanto ele olha para mim. É nesse momento que
decido que não posso fazer isso. Não posso ficar aqui e observá-lo com
outra mulher. Também me recuso a causar uma cena na festa de
despedida do meu irmão e Nora, então eu me viro e bato direto em um
dos companheiros de equipe de Devon. Não consigo me lembrar do seu
nome, mas a força do impacto faz com que eu dê um rápido passo para
trás, e fico grata quando ele agarra meu braço para me impedir de ir ao
chão. Antes de perceber o que está acontecendo, tenho um novo parceiro
de dança. Ele se inclina.

"A irmã do Diabo."

Eu ri do apelido que meu irmão adquiriu. "Essa seria eu."

"Eu sou Darian." Estende a mão para eu cumprimentar, o que


faço. Ele não a devolve imediatamente e eu nem me importo. Nós
dançamos segurando aquela mão algumas músicas até que ele
finalmente a deixa cair. "Você não vem aos nossos jogos com muita
frequência".

"Não fui a nenhum este ano." Eu me encolho. “Sou uma irmã


má. Eu sei. Não gosto da sua equipe o bastante”.

"Sério?" Darian joga a cabeça para trás com um uivo. Quando ele se
endireita, envolve um braço em volta de mim e o puxa para mais perto
enquanto dançamos. "Eu tenho uma confissão, não gosto deles
também. Sou um Dolphin, nascido e criado, por isso a minha família
também não gosta da equipe. Mas eles torcem por mim”.

"Isso é tudo que importa, não é?" Sorrio.

"Para mim é."

Quando a música termina e começa outra, eu diminuo a velocidade


e ofereço um sorriso a Darian. "Obrigada pela dança".

"Certo. Obrigado”, ele diz rapidamente. "Vou te ver no casamento".

Afasto-me e volto para a mesa em que eu estava senta antes de


pegar meu telefone. Levanto a cabeça rapidamente e olho para a pista de
dança, onde todo mundo ainda está dançando. Eu digo a mim mesma
que não vou olhar na direção de Bennett, mas é impossível, preciso ter
certeza se ele não caiu nas investidas óbvias de April. Não encontro
nenhum dos dois, no entanto. Um nó se instala na boca do meu
estômago. Ele saiu com ela? Não. Ele não iria simplesmente
sair. Eles foram para algum lugar mais privativo? Ele está beijando-a,
tocando-a, transando com ela? Meus pensamentos só parecem ficar
menos atraentes e o nó parece crescer mais. Decido percorrer as mídias
sociais porque não posso lidar com a realidade agora, mas uma
notificação do aplicativo de local de trabalho aparece e eu clico nele, com
meu coração a mil.

Coruja: Eu sinto sua falta.

Coruja: Você está linda

Coruja: Quero tocar em você, mesmo que seja apenas para segurar
sua mão.

Coruja: Seu cheiro é tão bom.

Coruja: Eu amo ver você sorrir.

Coruja: Eu odeio ver você dançar com outros homens.

Coruja: Você tem esse olhar em seu rosto quando está triste, como
se você se transportasse para outra realidade só para não sentir todas as
emoções que vêm com o que a deixou triste.

Esse último me pega. Foi enviado logo antes de eu ir ao banheiro


daquele bar quando ele foi atrás de mim. Olho em volta da sala em sua
busca e finalmente o vejo encostado no bar vazio, sem April à vista. Digito
minha resposta enquanto prendo a atenção nele.
Eu: Vai a merda...

Eu vejo quando ele pega e lê. Observo a maneira como seus lábios
se contorcem divertidos e continuo olhando enquanto ele olha para
mim. Está escuro aqui, mas posso imaginar aquele brilho em seus olhos
que eu já vi tantas vezes antes e eu gostaria de não estar tão interessada
em abandoná-lo. Eu gostaria de ser uma daquelas pessoas que poderiam
ser maltratadas e passar por isso como se nada tivesse acontecido, mas
dói. Eu nunca me imaginei como a ‘outra’ mulher e a imagem que Paola
pintou de mim repousa pesado em minha mente. Há três lados para cada
história. Eu não sou completamente irracional. Eu sei que Bennett
realmente não sente que fez algo de errado porque ele tem sido capaz de
justificar, do jeito que tenho certeza que sua ex-mulher pode dar um
milhão de razões para ela ter recorrido à traição, mas não importa. Eu
não sou o tipo de mulher que defende esse tipo de coisa. Você não pode
defender mulheres e fazer vista grossa quando você é aquele que
potencialmente fodeu com uma. Definitivamente não cheguei ao nível da
minha mãe com essa traição, mas isso não me deixa menos revoltada
comigo mesma. Meu telefone vibra. Eu olho para baixo e vejo um novo
texto de Bennett, desta vez não no aplicativo.

Bennett: Deixe-me levá-la para um café da manhã.

Eu: De jeito nenhum.

Bennett: Eu sei que você reservou um quarto de hotel com sua amiga,
mas fique na casa hoje à noite.
Eu: NÃO!

Bennett: Você pode ficar em um dos quartos, não comigo. Eu só


quero mais tempo com você.

Eu coloco meu telefone no meu colo e medito sobre isso. Outro texto
entra.

Bennett: Por favor?

Eu: Certo.

Olho para ele enquanto digito e vejo seus ombros caírem aliviado
quando ele lê o texto. A visão disso me faz querer sorrir, mas eu não vou.
Minha cabeça está me matando. Nem me lembro de ter chegado
aqui ontem à noite, então quando abro os olhos e me vejo em uma cama
de dossel em um quarto desconhecido, levo um segundo para lembrar
que concordei em ficar na casa de férias dos pais de Bennett. Sento-me
rapidamente e olho em volta percebendo que estou vestindo o pijama que
tinha embalado. Quem mudou minha roupa? Oh meu Deus. Isso está
além de ser mortificante. Levanto-me e vou ao banheiro, me assusto
quando vejo que todos os meus artigos de higiene estão expostos e
exibidos como se eu fosse ficar aqui toda a semana e não apenas uma
noite pós bebedeira.

Escovo meus dentes rapidamente, tomo um banho, porque eu juro


que eu tenho álcool saindo por meus poros, e mudo para a coisa mais
fácil que eu consigo encontrar - calça de moletom e uma camiseta grande
que Devon usava quando estava na faculdade. Saio do quarto e ando pelo
corredor, indo pelas escadas devagar enquanto mantenho meus ouvidos
atentos, na esperança de ouvir vozes, de preferência de Nora e
Devon. Infelizmente, eles dormem como os mortos e provavelmente não
estarão acordados até esta tarde, e de acordo com o meu relógio são
apenas dez horas. Foda-se meu relógio interno e sua relutância em me
deixar descansar.

Quando estou no primeiro andar, olho em volta e sigo meu nariz, o


cheiro de bacon me leva à cozinha. Eu congelo ao entrar. As costas
de Ben estão de frente para mim. Ele está vestindo uma camiseta cinza
que provavelmente combina com a minha, embora enquanto a minha fica
parecendo um vestido, a sua cobre suas costas e os músculos dos ombros
com perfeição. Eu limpo minha garganta. Ele olha por cima do ombro,
um lado do lábio puxando em um sorriso.

"Estou surpreso que você esteja acordada."

"Você dormiu comigo?"

"Sério?" Ele ri, desligando o fogão e movendo a panela que está


chiando com o bacon. Ele me encara completamente cruzando os braços
no peito, e a diversão nunca deixando seu rosto. "Quanto da noite
passada você se lembra?"

"Eu me lembro de dizer a você para se afastar quando você me


localizou no banheiro como um perseguidor", eu digo. “Falando nisso,
você vestiu meu pijama e guardou meus malditos produtos de higiene
para mim? Quem faz isso?”

Ele começa a rir e logo se transforma em uma gargalhada, uma que


eu não ouço com muita frequência, mas cara, isso me faz querer me
transformar em uma comediante para ganhar a vida. Não. Ele é um
idiota, eu me lembro. Um clássico idiota, um perseguidor.

"Você desempacotou suas coisas", diz ele, ainda rindo. “Você fez um
show trocando de roupa e vestindo seu pijama, fez um pequeno strip-
tease para mim, que eu teria apreciado, se você estivesse sóbria e não
começasse a gritar comigo e tentasse me socar quando o zíper enroscou
no seu cabelo e eu tentei ajudá-la”.

"Oh." Eu franzo a testa. "Eu não me lembro disso."

"Uma pena". Ele se vira novamente e começa a empilhar o bacon em


um prato. "Se você precisar de algo para sua dor de cabeça, eu coloquei
alguns remédios e garrafas d'água sobre esse balcão." Ele balança a
cabeça, não olhando na minha direção e, de repente, tudo que eu quero
é que ele olhe para mim.

"Obrigada." Ando até lá e coloco algumas pílulas na palma da minha


mão, com uma garrafa de água.

Em vez de voltar para o quarto de onde vim, decido me


sentar. Depois de sentir o cheiro de bacon, não há como ignorar. Meu
estômago não parou de rosnar desde que cheguei aqui. Como se estivesse
lendo minha mente, ele traz o prato e o coloca na minha frente.

“Estou fazendo torradas e ovos. Você quer?”


"Sim, por favor." Eu lambo meus lábios, observando-o cozinhar o
resto da refeição em silêncio, encantada com o jeito que seus braços se
movem, e a maneira como ele se movimenta em torno da cozinha com
tanta facilidade.

Eu sempre apreciei seus cafés da manhã, almoço, ou jantar, mas eu


imaginava que era porque ele estava assumindo uma tarefa que eu não
queria fazer. Agora percebo que é mais do que isso. É o jeito como ele faz
as coisas que eu gosto e o fato de que ele está fazendo por mim, sem
hesitação, não acho que eu tenha tido isso antes. Mesmo agora, quando
ele deveria estar absolutamente chateado comigo, está me preparando
café. Se a situação fosse inversa, eu o deixaria morrer de fome. Ele volta
com claras de ovos mexidos e torradas em dois pratos separados,
colocando um na minha frente e o outro cadeiras
abaixo. Definitivamente longe o suficiente para que eu saiba, sem dúvida
nenhuma, que ele não vai estender ou segurar minha mão, mas ainda
assim, me fez o café da manhã.

"Por que você está sendo tão legal comigo?"

"Você quer que eu seja ruim?"

"Você disse que na noite passada eu tentei te bater e insultei".

"Sim, me insultou quando entrou aqui e insinuou que eu era um


canalha e potencialmente me aproveitei de você.” Ele encontra meu olhar.
“Eu entendo que você está brava e acha que eu sou um mentiroso, mas
eu não sou um bastardo, Morgan. Nunca faria isso com você ou com
qualquer outra pessoa.”

"Eu sei." Abaixo meu garfo, de repente não tão com fome quanto eu
estava quando entrei aqui. "Sinto muito".

"Eu também", ele diz, suspirando. "Olha, eu estive pensando e talvez


seja melhor permanecermos amigos até depois do casamento de Devon e
Nora."

Eu pisco. “Oh. Ok."

“Só quero manter a paz, especialmente em torno do grande dia


deles. Eles não merecem ter que lidar com nosso drama e nós não
devemos trazer esse tipo de vibração para eles".

"Concordo", sussurro, mesmo que não tenha certeza.

Estava preparada para discutir com ele hoje, ou talvez apenas


conversar sobre as coisas. Mais do que tudo, eu queria que ele provasse
que eu me enganei sobre ele. Mas sermos amigos também é bom.

"Você concorda?" Ele pergunta.

Por um segundo, acho que ele pode retratar sua


declaração. Aguardo ansiosamente prendendo a respiração. Foi na noite
passada que ele me disse que sentia minha falta, que não suportava ficar
longe de mim, mas talvez fosse mais uma mentira também. Eu me forço
a comer metade do conteúdo no meu prato e limpo o resto rapidamente,
lavando os pratos e colocando-os no escorredor. Seco minhas mãos e
largo a toalha enquanto saio da cozinha.

"Obrigada pelo café da manhã."

"Quando quiser", ele diz, com sua mandíbula cerrada.

Parece-me desconfortável, mas por quê? Afasto o pensamento


quando saio pela cozinha, olhando para trás uma última vez, ao virar o
corredor para subir as escadas, e o pego com a cabeça baixa entre os
braços.
Depois de uma noite espinhosa com Morgan, prometi a Devon que
me afastaria do seu caminho até depois do casamento.

"Se você quiser ir atrás dela, tudo bem", ele disse, "mas espere até
depois. Eu não quero que meu casamento se torne um episódio de Jerry
Springer. Nora não merece isso”.

Ele tem razão, é claro. Não que eu deixaria as coisas se agravarem


assim. Antes de ontem à noite eu teria dito que Morgan também não, mas
agora não tenho tanta certeza. Num segundo, ela estava bem e no outro
se comportava como se estivesse no meio de uma zona de guerra, com
centenas de pessoas a atacando, quando, na verdade, era só eu tentando
ajudá-la a se preparar para dormir. Ela me esbofeteou, me chamou de
idiota, trapaceiro, mentiroso. Disse-me que nunca mais confiaria em mim
e que nada do que eu lhe dissesse a faria mudar de ideia. Eu odiei. Eu
odiava a distância, a maneira como ela me olhava com desconfiança, a
forma como ela não argumentou quando eu disse que deveríamos apenas
permanecer amigos por enquanto.

Fico perplexo que ela tenha agido como se não se importasse,


quando por dentro estou morrendo porque não quero perdê-la. Eu me
apaixonei por ela e não quero deixá-la ir, mas deixá-la ir é a única coisa
que posso fazer.

Por enquanto.
Bennett: Como vai a aula?

Meu pulso acelera com a visão do nome dele na minha tela. O


casamento de meu irmão está chegando e estou a poucos dias de
terminar o curso de jogos, não vejo Bennett há uma semana e meia e a
única indicação de como ele está vem através das mensagens de texto
aleatórias que ele me envia, como esta, que não está dizendo muito. Os
textos têm sido platônicos e não muito perspicazes sobre como ele está
realmente se sentindo, ou mais precisamente, como ele está se sentindo
em relação a nós. Parte de mim está muito grata por isso, já outra parte
de mim deseja como o inferno que ele diga mais, faça mais, porque quanto
mais dias passam, menos eu quero que isso acabe. Eu me recomponho e
respondo.

Eu: Está surpreendentemente divertido.

Bennett: Sinto falta de ver você na SEVEN.

Eu mordo meu lábio sorrindo, enquanto penso no que digitar.


Eu: Você só sente falta de mim porque você não tem nenhum amigo
por lá.

Bennett: Por esse exato motivo.

Meu humor azeda quando penso no que Paola disse durante uma
das primeiras ligações que ela fez para a SEVEN. Ela alegou que Bennett
tinha dormido com todas as suas assistentes anteriores e que essa era a
razão pela qual elas não permaneciam muito tempo por lá. Wesley alegou
que era mais provável que fosse uma mentira, mas nunca perguntei a
Bennett diretamente, e depois de toda a traição eu gostaria de ter feito. No
entanto, não é ideal ter que fazer perguntas diretas a alguém, a fim de
obter respostas que eles deveriam estar oferecendo, independentemente.
Finalmente, minha curiosidade tira o melhor de mim.

Eu: Você realmente dormiu com suas assistentes anteriores?

Bennett: Definitivamente não, e você pode perguntar a cada uma


delas se isso vai fazer você se sentir melhor.

Eu: A questão é essa. Eu não deveria ter que fazer isso.

Coloco meu telefone no chão e continuo trabalhando no dever de


casa atribuído na aula de hoje. Quando meu telefone toca de novo, é um
número que não reconheço, mas um código de área que envia
automaticamente meu coração acelerado.

"Olá?"
“Morgan. É a mamãe.”

"Mãe?" Meu coração salta. “O que há de errado? Como você


conseguiu meu número?"

"Eu estou... preciso de ajuda."

"Que tipo de ajuda? O que aconteceu? Onde você está?"

“Na casa de Rodney. Eu me mudei na semana passada.”

"Ok", eu digo cautelosamente porque ela soa meio aérea. "Você


está... usando?”

"Não. Ainda não. Eu não usei, juro, mas quero, realmente quero,
Morgie”. E começa a chorar audivelmente e eu juro que o som parece um
objeto afiado no meu coração. "Liguei para minha madrinha, que não
atendeu. Liguei para Devon, mas ele não está respondendo. Estou sem
opções".

"Estou a milhares de quilômetros de distância." Fecho os


olhos. "Eu... o que eu deveria fazer?"

Sem mencionar, que jurei que ela estava fora da minha vida. Eu não
digo isso porque parece um gatilho e não me perdoaria se fosse a razão
pela qual ela ultrapassou o limite novamente, especialmente com o
casamento de Devon se aproximando. "Eu não sei", ela sussurra depois
de um momento.
"Onde está Rodney?"

"Fora do país trabalhando."

"Eu...” Enterro meu rosto em minhas mãos. Mesmo que eu vá, eu


perderia as próximas duas aulas e eu não sei o que isso significaria para
a classe em sua totalidade, mas se eu não for, ela vai ligar para Devon e
ele tem muito o que fazer, no momento. Eu só vou ter que fazer isso do
jeito que eu sempre fiz todas as vezes enquanto crescia - sozinha. “Posso
estar aí hoje à noite. Você vai ficar bem até eu chegar? Vou levá-la para
o lugar onde a levamos na última vez. Você gostou daquele lugar,
lembra?. Tinha belos jardins e aulas de ioga.”

"Sim."

"Vai ser como um fim de semana no spa."

"Gostaria disso."

“Mas você não pode usar, mãe. Você não pode. Não importa o quão
tentador seja você não pode usar antes de eu chegar.”

"Ok. Eu não vou.”

Apesar de tudo, sinto as lágrimas picarem meus olhos. Nós duas


sabemos que o que eu estou pedindo é impossível, mas se ela conseguir,
se conseguir deixar de usar até eu chegar, fará toda a diferença.

“Eu vou desligar agora, chegarei esta noite.”


"Hoje à noite", diz.

Desligo rapidamente porque não suporto o desânimo em sua


voz. Ainda é cedo o suficiente para que eu possa passar na SEVEN e
pegar o Sr. Cruz lá. Eu odeio ter que fazer isso, mas não vejo nenhuma
outra opção, então coloco algumas coisas rápidas em uma mala
e vou para lá, com minha mãe em mente.

Se ela for para a reabilitação amanhã, não há como ela ir ao


casamento de Devon. Está muito próximo. A última vez que ela foi para
a reabilitação, nós não poderíamos nem falar com ela até que ela tivesse
se desintoxicado e estivesse lá dentro por algumas semanas. Eu mordo a
ponta do meu polegar para não chorar. Devon ficará tão
desapontado. Apesar de todos os seus defeitos, ele realmente a ama e a
quer ao seu lado durante a cerimônia.

Felizmente, o Sr. Cruz ainda está no trabalho quando eu finalmente


chego, bato na porta depois que Patty me diz que ele está sozinho, e ele
me convida para entrar. Eu entro, congelando quando vejo Bennett
sentado em frente a ele, muito parecido com o primeiro dia em que
cheguei aqui, mas desta vez eu pego os dois desprevenidos.

"Eu sinto muito interromper sua reunião", digo, mantendo os olhos


no Sr. Cruz. "Eu preciso falar com você."

"Claro. Por favor, entre. Ben, eu te vejo mais tarde?” Ele franze a
testa, olhando para o filho, e sua expressão claramente descartando-o.
Bennett se levanta devagar e caminha até onde estou junto à porta,
e mantenho meus olhos no chão quando ele se aproxima, incapaz de
encontrar seu olhar. Se eu fizer vou quebrar. Eu me conheço. Apesar de
tudo, agora, não quero nada mais do que ter seus braços ao meu redor,
me protegendo da crueldade do mundo, de suas duras realidades que
parecem aparecer sem aviso prévio.

"Você está bem?" Ele sussurra.

Eu aceno, ainda sem olhar para ele. Ele parece entender e


finalmente sai e fecha a porta atrás de si, deixando um vazio em seu
rastro.

"Por favor, sente-se", diz Cruz.

"Obrigada." Eu lambo meus lábios, indo para a poltrona, a mesma


que Bennett acabou de esvaziar. "Sinto muito por entrar aqui assim."

“Pare de se desculpar. O que você precisa? São as aulas?”

"Não. O curso é perfeito. É incrível.” Fecho os olhos e desejo não


chorar. “Eu sei que é um momento terrível, mas preciso de alguns dias
de folga. Minha mãe acabou de ligar e...” ofego por ar, mas em vez de
segurar as lágrimas, eu começo a chorar com absolutamente nenhum
aviso. “Ela é viciada. Era uma viciada. É uma viciada”, eu digo. “Eu acho
que uma vez uma viciada, sempre uma viciada, mas ela esteve limpa nos
dois últimos anos e acabou de me ligar e está mal. Consigo sentir em sua
voz e o casamento de Devon está chegando e ele tem toda essas coisas
acontecendo, não quero que ele se preocupe com isso”, eu enterro meu
rosto em minhas mãos. "Sei que você pergunta a Devon sobre ela, mas
ele tem vergonha de dizer alguma coisa as pessoas, especialmente a você,
Barbara e Bennett, que parecem ter uma família perfeita."

"Você faz o que você precisar fazer, Morgan." O Sr. Cruz se levanta
de sua cadeira e caminha ao redor de sua mesa. Ele coloca a mão no meu
ombro. “Bennett sabe alguma coisa disso?”

“Ele sabe algumas coisas, mas não a parte sobre ela ter uma
recaída. Aconteceu agora e eu apenas... Preciso de tempo."

"Entendo." Sr. Cruz recua e olha para mim com a expressão mais
compassiva que eu já vi. “Ouça, você vai fazer o que precisar ser feito,
atenda a sua mãe. Eu agradeceria se você dissesse a Bennett sobre tudo
isso, porque sei que ele ficaria preocupado, mas eu entendo se você
precisar de uma pausa antes disso.”

"Obrigada. Vou levar meu computador e trabalhar remotamente por


enquanto. Prometo não abandonar tudo.”

“Morgan, todos nós já estivemos lá. Talvez não com o que você está
lidando especificamente, mas todos nós temos famílias e famílias trazem
complicações. Aproveite o tempo que você precisa. Se precisar de alguma
coisa de mim ou de Bárbara, por favor, nos avise.”
"Eu vou. Muito obrigada.” Começo a chorar novamente. "Eu sinto
muito. É que nunca tive pessoas que pareçam genuinamente se importar
comigo. Quero dizer, além de Devon”.

"Bem, agora você tem. Vou lhe contar a mesma coisa que contei a
seu irmão quando o conheci: você é da família agora. Não importa o que
aconteça. Não importa o que aconteça entre você e meu filho, você será
sempre família. Estou falando sério".

De alguma forma, eu consigo sorrir e me forço a sair de seu


escritório antes que eu me perca completamente e comece a berrar de
novo. Eu pego meu laptop, minha bolsa e saio.
O motorista me deixou no endereço que minha mãe enviou e fiquei
do lado de fora do portão por um minuto antes de tocar a campainha. É
o tipo de mansão que poderia ser apresentado em Million Dollar Homes,
com portões de ferro, uma entrada circular, e uma fonte com um anjo
lançando água do trompete dele. Este não é definitivamente o tipo de
homem que mamãe costuma escolher. Eu assumo que ele é velho e chato,
porque se ele não for, não acho que ele estaria com ela. Respiro fundo e
pressiono a campainha. Uma luz pisca por cima do sino, e uma câmera
é acionada. Faço um pequeno aceno e os portões se movem, rangendo
suavemente enquanto eles se abrem em direção à casa. Caminhando com
minha bolsa no ombro, eu percorro a trilha até a porta da frente, que
posso dizer daqui que é enorme e muito parecida com o portão, coberto
de ouro ornamentado que tece no que parece ser duas pombas. Ou esse
Rodney comprou a casa do papa ou ele é extremamente religioso. Quando
chego à porta da frente, ela está aberta para mim. Um homem está do
outro lado com um sorriso gentil e olhos calorosos, mas ele é
definitivamente muito velho para a mamãe, e está vestido com uma roupa
de mordomo.
"Sua mãe está em seu quarto", diz enquanto segura a porta. "Eu sou
Ramsés."

"Prazer em conhecê-lo." Entro e fico no meio da entrada


magnânima. Devon e Nora têm uma casa muito bonita em Boston, mas
isso é diferente de tudo que já vi pessoalmente, com uma escada dupla
que se curva de cada lado do lugar onde estou.

"Por aqui", diz Ramsés. O acompanho rapidamente, tomando as


escadas atrás dele. Nós paramos em frente a uma grande porta de
madeira brilhante, e ele bate. "Sra. Tucker, sua filha está aqui." Ele se
volta para mim. "Ela não abre a porta para nenhum de nós. Ela só pediu
por você ou Sr. Rodney, mas ele não vai voltar até amanhã à noite."

"Vou precisar levá-la daqui", eu digo calmamente. "Eu não tenho um


carro, mas..."

"Sir Rodney gostaria que tomasse um dos dele. Eu o terei lá fora


quando você estiver pronta. A patroa não quer aceitar seu dinheiro, mas
ele não vai acatar nada disto, insiste em pagar por qualquer tratamento
que ela possa precisar pelo tempo que precisar", diz baixando a voz. "Sir
Rodney perdeu sua esposa há cinco anos por causa do vício. Como
companheiro em recuperação, ele sabe como isso é difícil, e cuida
genuinamente da sua mãe".

Eu aceno com a cabeça lentamente, tudo se tornando um pouco


mais claro agora. Olho de novo para a porta e espero que Ramsés saia
antes de girar a maçaneta e abrí-la levemente. O quarto está encoberto
na escuridão, apesar de ainda ter luz do dia lá fora.

"Mãe?"

"Morgan". Sua voz se quebra ao dizer meu nome. "Você veio."

"Eu te disse que viria." Ando até o pé da cama no centro, que parece
pertencer a Versalhes. "Você... como você... como você está segurando?”

"Eu estou bem", diz ela, com sua voz suave. “Eu não usei. Minha
madrinha esteve ao telefone comigo por duas horas. Sinto-me um pouco
melhor”.

Caminho até as janelas e abro as cortinas, de olhos fechados para


a luz ofuscante que inunda o quarto. Ao me virar, pego o primeiro
vislumbre real da minha mãe e não consigo deixar de ofegar. Ela parece
um inferno. Seus olhos estão inchados e vermelhos, seu cabelo está sujo,
ela não está maquiada, o que normalmente não importaria se não fosse
o estado em que ela está. Apesar do inferno que ela me fez passar, me
parte o coração vê-la dessa maneira. Espero que a minha raiva entre em
ação, como muitas vezes acontece, mas nunca chega. Talvez seja porque
eu cresci.

Quando eu era adolescente e ela chegava ao fundo do poço, eu ficava


assustada e sozinha, confusa e zangada porque os pais não deviam deixar
seus filhos para se cuidar sozinhos. Agora que já vivi um pouco mais,
conheci pessoas diferentes, vivi a vida um pouco mais profundamente,
vejo toda essa situação de forma completamente diferente. Minha mãe
parece pequena e frágil, como uma criança. Seus olhos estão cautelosos
enquanto eu me aproximo dela, sentada ao seu lado na beira da cama.
Enquanto eu ainda vivia em casa, mamãe tentou procurar ajuda três
vezes e não conseguiu ficar sóbria. Cada vez que ela voltava para casa,
ela estava ligada a algum tipo de gatilho - seu namorado que estava
dentro e fora, Devon indo para a faculdade, e eu sendo aceita em uma
universidade fora do estado. Quando eu finalmente parti, visitei-a muitas
vezes para que ela visse que eu não a estava abandonando, e foi quando
eu descobri que ela estava dormindo com o único cara com quem eu me
deixei envolver. Estar de volta agora, nessas circunstâncias, traz de volta
todas essas memórias. Tento afastá-las, para não ceder ao sofrimento
que está dentro de mim, mas é impossível.

"Você quer falar sobre isso?" Sussurro. "Você estava indo tão bem."

"Depois de te ver naquela noite, comecei a pensar no que disse, e


não sei." Ela encolhe um ombro magro. "Você me desprezou. Sua própria
mãe. Comecei a pensar em todas as coisas que fiz ao longo dos anos - as
coisas que me lembro de qualquer forma - as coisas que me disseram e
fizeram, e não estou bem." A voz dela se quebra. Ela pisca, deixando as
lágrimas escorrerem por seu rosto. "Eu não estou bem, Morgan. Achei
que estava. Conheci um homem incrível que está disposto a ficar ao meu
lado, que me recebeu em sua casa sem pensar duas vezes, mas eu perdi
minha família. Eu perdi a minha menina. Estou perdendo meu filho em
breve".
Ocorreu-me que tudo o que eu senti durante a despedida de solteiro
de Devon não era diferente do que minha mãe pode estar sentindo agora.
Coloquei minha mão sobre a dela. É a primeira vez que tenho contato
físico com minha mãe desde que me lembro. Vada Adams nunca foi uma
pessoa física, nem apaixonada nem disciplinada. É uma maravilha que o
meu irmão sempre tenha sido tão carinhoso. Ela deixa sair um soluço
estrangulado, seus ombros tremendo enquanto segura minha mão em
um aperto firme.

"Sinto muito por tudo," ela sussurra.

Eu olho para nossas mãos, porque o que mais posso fazer? Apesar
de eu estar aqui, não tenho certeza se estou mais perto de perdoá-la do
que da última vez que a vi. Gostaria de dizer que sou uma pessoa grande
que pode perdoar e seguir em frente, mas não sou. Eu penso em Bennett
e no quanto ainda dói quando eu imagino fazer parte do fim do casamento
dele e meu lábio começa a tremer.

"Vamos fazer suas malas, sairemos logo pela manhã." Larguei a mão
dela e levantei-me. "Onde estão as suas roupas? No armário?"

"Sim", diz. Eu ando naquela direção e acendo as luzes.

"Puta merda." Minha boca cai quando eu tomo a totalidade do


armário. "Este é o tamanho do meu quarto."

"Rodney projetou isso."


"Ele é muito... exagerado”. Encolho-me no minuto em que as
palavras saem da minha boca. E se ele gravar as conversas em sua
casa? “O que ele faz afinal?”

"Ele é dono de uma produtora de sucesso".

“Oh. Uau. Deve ser realmente bem-sucedida”, penso enquanto


passo por suas coisas. Ela tem mais roupas aqui do que eu jamais
poderia sonhar em possuir. Procuro por roupas confortáveis, o que para
minha mãe significa roupas de ginástica. Ela não acredita muito em
relaxar confortavelmente.

“Ele também é um filantropo, e está na Venezuela agora ajudando


as pessoas a fugir.”

"Como vocês se conheceram?" Pergunto, porque, sejamos honestos,


como um produtor de sucesso que também seria um filantropo acabaria
com uma mulher que administra sua própria empresa de prostituição?

"Os produtores filantrópicos também gostam de foder, você sabe."

"Sei, mas eu não acho que ele iria mantê-la por perto." Olho para
cima para vê-la entrando no armário. "Sem ofensa".

"Tranquilo." Ela sorri, embora não alcance os olhos, parecendo tão


cansada, e tão triste. “A verdade é que, às vezes, duas pessoas de mundos
totalmente diferentes se encontram e apenas ‘boom’, e foi o que aconteceu
conosco. Nós nos conhecemos em um cassino e começamos a conversar
e para meu espanto, ele não tentou me levar de volta para seu quarto. Ele
me comprou o jantar”.

"Por que você não foi com ele em sua viagem?"

"Não tenho passaporte." Ela encolhe os ombros.

Isso não me surpreende. A única razão pela qual tenho um


passaporte é porque meus amigos e eu fomos ao México para as férias de
primavera na faculdade. Caso contrário, eu ainda não teria um. Mamãe
me ajuda a arrumar o resto de suas coisas em silêncio. Ela adormece
facilmente e eu decido sair de seu quarto quando sinto que é
seguro. Sinto-me exausta, mas sei que não vou conseguir descansar esta
noite. Em vez de dormir, abro meu computador e começo a trabalhar em
algumas coisas sobre as quais o Sr. Cruz e eu falamos durante nossa
reunião, principalmente anotando ideias para aplicativos e coisas que as
mídias sociais deveriam dar uma olhada ao começarmos a campanha.

Na manhã seguinte, Ramsés nos ajuda a colocar nossas coisas no


carro. Quando entro no banco do motorista, percebo que esse é
definitivamente o carro mais luxuoso que já dirigi. Provavelmente só
ficarei confortável dirigindo em velocidade de tartaruga porque um
arranhão neste bebê provavelmente custará o que eu ganho em um
ano. Ramsés chega ao assento do motorista. Eu abaixo minha janela.

"Sir Rodney voará diretamente para Los Angeles."

“Então eu deixo o carro lá? Na clínica?”


"Pode ser", diz ele. "Sir Rodney conhece o dono. Não será um
problema".

"Ok", eu digo. “Obrigada, Ramsés. Foi bom conhecê-lo."

Ele sorri. "Da mesma forma. Talvez nos vejamos de novo por aqui.”

Sorrio de volta, mas não respondo. Não posso imaginar voltar


aqui. Quando ligo o carro, o rádio está configurado numa estação cristã.

"Ele é muito religioso", eu digo enquanto dirijo para fora dos portões.

“Ele não é religioso. Ele acredita na Palavra. Há uma diferença.”

"Se você diz."

Não vou sentar aqui e discutir religião quando estou levando minha
mãe para a reabilitação. Além disso, a música é cativante e suave.

"Você não disse ao seu irmão que estava vindo", diz a mãe.

“Ele vai se casar em menos de uma semana, acho que seria


ruim arrastá-lo para isso. Como ele não quer que meu namorado volte a
ficar comigo até depois do casamento, porque ele não quer que a vibração
seja menos que perfeita. ”

Mamãe bufa. "Ele deveria começar a queimar sálvia pela manhã."

Eu olho de relance. "Você está de brincadeira? Nora faz isso todas


as manhãs e agora ele também.”
Mamãe ri, balançando a cabeça, depois para de rir de repente e
começa a chorar. A quantidade de emoções que ela experimenta por
minuto é chocante. Ligo a música um pouco mais alta na esperança de
que isso a acalme, mas tudo o que parece fazer é fazê-la chorar mais.

"Sou uma idiota total", diz ela. "Como eu fui de ter um bom trabalho
de caixa de banco para isso?"

“Mãe, eu sei que você está tendo um momento ruim agora, mas
estamos literalmente dirigindo um carro de centenas de milhares de
dólares. Você mora em uma mansão e seu namorado quer estar lá para
você, ele quer que você conte com ele. Eu acho que você está bem.”

“Eu não tenho você. Seu irmão está começando sua própria família
agora. Ele já não liga muito. Quando eles começarem a ter filhos,
provavelmente nunca vou ouvir falar dele.”

"Eu estou tentando ser legal, mas honestamente, nós não crescemos
exatamente em um ótimo ambiente familiar."

"Eu sei", ela lamenta. "E isso é minha culpa."

Eu mordo meu lábio. Eu não posso argumentar isso.

“Você acha que vai me perdoar? Por causa de Justin?”

Eu respiro fundo e deixo sair. "Eu não sei."


Depois disso, ela fica quieta. Em algum lugar nas quatro horas de
viagem, ela adormece e continua dormindo. Meu telefone começa a
zumbir, mas eu ignoro. Estou muito paranóica, dirigindo esse carro caro,
até mesmo para atender ao telefone no momento. Especialmente se for
Devon.
Eu paro para colocar gasolina, e procuro no Google um hotel para
reservar um quarto em Los Angeles, enquanto isso. Também vejo minhas
ligações perdidas e vejo uma de Bennett. Meu primeiro pensamento é:
Ótimo, o pai dele contou o que aconteceu. Meu segundo é: Ah, merda,
espero que ele não tenha ligado para Devon. De qualquer forma, ele ligou
duas horas atrás, o que significa que é tarde demais para se preocupar
com isso.

Quando chegamos a Los Angeles, já passou da hora do almoço e


estou morrendo de fome, mas me recuso a parar até chegar ao centro de
tratamento. Quando chegamos, eu acordo minha mãe e pego sua
bolsa. Ela começa a chorar novamente e talvez seja porque estou cansada
ou porque a ouvi chorando desde que recebi seu telefonema, mas mal
posso esperar para entrar e deixá-la. Ela senta-se ao meu lado enquanto
eu preencho os papéis, seu joelho saltando o tempo todo.

"Você fez a coisa certa", digo a ela. "Você não cedeu."

"Mas eu teria."
"Mas você não fez." Me viro e encontro seu olhar. Seus olhos
parecem assombrados, como se ela mal estivesse ali.

"Eu ainda quero."

"Bem, é uma coisa boa que estamos aqui, então."

Eu volto para os papéis na minha frente. Eles chamam o nome


dela. Nós duas nos levantamos, pego sua bolsa e ando ao seu lado em
direção à enfermeira, que nos leva a um escritório e nos diz que o médico
estará pronto em seguida. Nós nos sentamos. Mamãe ainda está
tremendo. Paro de escrever os formulários de admissão e olho para ela.

"Mãe, você tem certeza de que não tomou nada?"

Ela balança a cabeça, mas começo a duvidar da minha capacidade


de ler se ela está chapada ou não. Talvez eu tenha ficado longe disso por
muito tempo e esquecido de alguma forma? A porta se abre e uma
senhora da idade da minha mãe, com um sorriso reconfortante e um
jaleco branco, entra.

“Olá, eu sou a Dra. Pierce. Você deve ser Vada Adams”, ela diz,
olhando para mamãe. "Recebemos uma ligação de Rodney mais cedo
sobre a sua chegada."

Mamãe lhe lança um olhar desconfiado. "Como você conhece


Rodney?"

"Ele esteve aqui uma ou duas vezes."


"Você transou com ele?"

"Mãe!?" Meus olhos se arregalam. Eu me recordo de lembrá-la que


ela dormiu com o namorado de sua própria filha, apesar de estar na ponta
da minha língua, não digo.

Ela olha para mim. "Ele é um homem muito bonito."

"Eu sou a médica dele, Sra. Adams", diz Pierce, sentando-se atrás
de sua mesa. "Posso garantir-lhe que mantemos as coisas profissionais
nesta instalação."

"Ela já esteve aqui antes", eu digo.

"Oh." Dra. Pierce levanta as sobrancelhas, conferindo a ficha de


minha mãe. “Quanto tempo tem passado? Dois anos?"

"Um ano e nove meses", diz mamãe.

"E você não usou nada...", diz Pierce, olhando para mim como
confirmação.

“Ela diz que não, me ligou ontem, e vim o mais rápido que eu
consegui”, explico. "Eu não sei se ela usou."

"Eu não usei, nada", diz a mãe loucamente. "Eu te disse que não."

Suspiro.
"Desde que ela esteve aqui antes, estou assumindo que você está
familiarizada com o nosso cronograma de visitação", diz a Dra.
Pierce. “Gostamos de esperar uma semana antes de permitir que os
visitantes voltem. Durante essa semana, ela estará em terapia e
desintoxicação”.

“Eu moro a três mil milhas de distância. É meio difícil para eu visitá-
la.”

"Você não vai voltar?" Mamãe pergunta com seus olhos se enchendo
de lágrimas. "Você só vai me deixar aqui?"

"Você precisa melhorar."

“Vou faltar ao casamento. Devon está contando comigo para eu


levá-lo ao altar, vou parecer uma mãe miserável. Ele nunca vai me
perdoar”, ela diz rapidamente.

"Devon ficará feliz em ouvir que você agiu com responsabilidade e


pediu ajuda antes de fazer qualquer coisa estúpida", eu asseguro a ela.

"E você? Onde você estará?"

“Eu preciso ir para casa, preciso voltar ao trabalho.”

“Você não virá me visitar, você não vai me perdoar.” Ela pega minha
mão e a aperta. "Você nunca vai me perdoar."

"Vamos nos concentrar em você melhorar, ok?"


“Eu quero minha família de volta. Quero meus filhos de volta.”

"Todos nós estaremos em contato", diz a Dra. Pierce. "Eu vou


manter seus filhos atualizados, assim como Rodney."

"O que foi que eu fiz?" Mamãe tira a mão da minha e enterra o rosto
em ambas as mãos.

Eu coloco minha mão em seu ombro. "Nunca é tarde demais para


começar novamente."

Ela balança a cabeça, mas mantém o rosto escondido. Dra. Pierce e


eu discutimos seus tratamentos um pouco mais. Quando terminamos,
todas nós nos levantamos, e a mesma enfermeira vem para acompanhá-
la. Mamãe coloca os braços em volta de mim e me segura com força,
enterrando o rosto no meu pescoço.

“Eu não quero que esta seja a última vez que te vejo. Sinto muito
pelo que fiz. Sinto muito por não saber o jeito certo de ser mãe. Sinto
muito por não estar lá. Por favor, não me deixe.”

"Eu vou estar por perto." Eu engulo o nó na garganta. "Voltarei."

Ela se afasta. "Você promete?"

"Claro. Você pode me apresentar ao seu novo namorado para que


eu possa ter certeza de que ele não é o Batman”.

Ela sorri, um pouco. "Ok."


"Ok."

"Obrigada por ter vindo por mim."

"Você é meu sangue, lembra?" Eu engulo.

Ela pisca rapidamente e se vira para ir embora. Espero até que ela
desapareça no corredor antes de voltar para o saguão e sair para o
estacionamento. Meu coração se sente mais pesado a cada passo que
dou. Eu olho por cima do meu ombro para o edifício uma última vez,
mordendo o lábio para não quebrar, embora tenha certeza de que não
seria a primeira ou a última pessoa a fazer isso aqui. Estou prestes a
atravessar a rua para o estacionamento quando um carro preto estaciona
e para ao meu lado. A porta traseira se abre e eu vejo quando Bennett sai
com uma sacola na mão. Estou tão chocada que tenho que verificar umas
três vezes.

"Bennett?"

Ele caminha enquanto o carro se afasta. "Eu vim logo que soube."

"Como você me encontrou?"

“Meu pai me contou, e eu me lembrei do lugar”, diz. "Eu vim aqui


com Devon uma vez quando ela teve uma recaída."

"Mas...” Minha boca cai. “Você ligou para ele? Ele sabe que você está
aqui?”
“Eu não liguei para ele. Ainda não."

“Eu não consigo...” Levo minhas mãos ao meu rosto, onde eu sinto
as lágrimas molhando minhas bochechas. "Desculpe, não posso
processar isso agora."

Ele envolve seus braços em volta de mim e me segura com força


enquanto choro em seu peito. Concentro-me em respirar, e no fato de que
ele está realmente aqui, que eu não estou mais sozinha nisso, mas eu
não consigo parar de chorar por tempo suficiente para me concentrar
nessas coisas.

"Você não deveria ter que passar por isso sozinha", diz ele. "Você
tem um lugar para ficar?"

"Sim." Eu choro mais. “Reservei um hotel de merda nessa rua. Se


eu soubesse que você viria, eu teria escolhido algo melhor.”

"Eu não me importo onde ficaremos." Ele ri, beijando o topo da


minha cabeça. "Contanto que eu esteja com você."
"Este é definitivamente o hotel mais medíocre em que já me
hospedei", diz Bennett mais tarde.

Estamos deitados no meio de uma cama desconfortável, onde sinto


cada mola me esfaquear toda vez que me movimento. Nós nem sequer
nos despimos, não nos beijamos, não fizemos nada além de nos abraçar
e falar sobre a coisa toda com a minha mãe. Uma parte de mim se
pergunta se ele estava falando sério sobre nós sermos apenas amigos e é
por isso que ele nem tentou me beijar, mas então ele olha para mim de
um jeito que faz meu coração saltar e eu sei que não é o caso. Ele se ajeita
e pega seu celular.

"Quão louca você ficará se perder os quarenta dólares que gastou


neste quarto?"

"Honestamente? Não tão louca.” Sorrio. "Você pode apenas me


comprar o jantar e nós ficamos quites."

"Bom". Ele digita algo em seu telefone, e o guarda em


seguida. "Venha, vamos sair desse buraco de merda."
Nós terminamos no Chateau Marmont e quando ele entra na
recepção, eu estou observando todo mundo como um falcão no caso de
eu ver qualquer pessoa famosa. Eu digo isso a Bennett enquanto
caminhamos para o nosso quarto.

"Você viu alguém famoso?"

"Acho que não." Eu franzo a testa. "Lembrei-me quando olhei em


volta do lobby que eu não sei como é que alguém se parece nas suas
roupas normais".

"Eu vou ter certeza de que você saiba se eu vir alguém." Ele ri,
trazendo um braço em volta de mim e me puxando para o lado dele. "Você
está cansada demais para ir jantar?"

"Definitivamente não, não venho aqui desde que era criança e meio
que quero aproveitar.”

Quando ele abaixa o braço para abrir a porta, tento não insistir no
quanto gostaria de estar em seus braços novamente. O quarto não é uma
suíte chique como a que tínhamos em Vegas, mas é um bilhão de vezes
melhor do que a que acabamos de abandonar. Nos arrumamos em
silêncio. Ele me dá o meu espaço no banheiro e eu lhe dou o
dele. Agradeço, porque me dá a chance de processar tudo o que
aconteceu nas últimas vinte e quatro horas. Decido me deitar enquanto
espero que ele termine de se arrumar e, evidentemente, adormeço porque,
quando abro os olhos novamente, está completamente escuro. Eu me
sento rapidamente, verificando a hora e percebo que são apenas oito e
meia. Bennett está sentado à escrivaninha, digitando em seu laptop. Eu
o vejo por um momento silencioso. Ele tem as características faciais
perfeitas e a expressão mais intensa em seu rosto enquanto ele lê o que
está na tela do seu celular. Eu decido parar de espionar e limpo minha
garganta antes de falar.

"Você deveria ter me acordado."

"Você estava cansada." Ele olha por cima do ombro


momentaneamente antes de fechar o computador e caminhar até a
cama. Ele senta na beirada e estende a mão para tirar meu cabelo do
meu rosto. “Tem certeza que quer ir a algum lugar? Podemos pedir
serviço de quarto”.

Meus ombros caem. "Estou saindo amanhã à tarde e realmente não


vi nada."

"Então, nos levantamos cedo", diz ele.

"Você está gostoso embora."

Ele ri. "Eu vou parecer gostoso amanhã também."


"Tão arrogante." Eu sorrio. Ele pega minha mão e nossos sorrisos
caem. O ar muda entre nós, nossa diversão substituída por outra
coisa. Eu aperto a mão dele. “Obrigada por ter vindo. Eu realmente não
esperava por isso.”

“Você não tem que me agradecer, Morgan. Eu queria estar aqui.” Ele
inclina a cabeça. "Quero estar onde você estiver o tempo todo."

"Precisamos conversar." Estou sorrindo, enquanto me sento em


estilo indiano na frente dele.

"Vamos conversar."

"Fiquei muito chateada com você ter mentindo para mim," eu


comecei, "Mas já superei isso. Ou seja, eu não quero que você minta para
mim novamente, mas eu não acredito em nada do que ela me disse. Eu
sabia que ela estava mentindo sobre o bebê e sobre vocês resolverem as
coisas, e que não reatariam mesmo se você não tivesse me conhecido".

"Eu juro que quando eu te conheci, meu casamento estava cem por
cento terminado," ele diz, "Eu não estava divorciado, mas nós terminamos
e ela sabia disso".

"Eu acredito em você. Eu só queria que você tivesse me dito antes."

"Quem me dera que eu tivesse dito". Ele se aproxima mais de mim.


"Sinto muito".
"Eu nunca tive ninguém se esforçando para estar aqui para mim em
um dia como hoje."

"Se você tivesse me dito, eu teria largado tudo e vindo mais cedo.
Mesmo como seu amigo, eu teria feito isso". Ele procura os meus olhos.
"Estou falando sério."

"É isso que você quer? Que continuemos amigos?" Sussurro.

"Não, mas se você não quer continuar com isso comigo e só quer
que fiquemos amigos, fico com isso, porque eu só quero estar com você."

"Mesmo sem sexo?"

Ele fecha os olhos momentaneamente. "Quero dizer, eu pensaria


muito nisso, mas sim, mesmo sem sexo."

Eu rio. "E se eu começar a namorar outra pessoa? Você gostaria de


ir a encontros duplos?"

"Você gostaria?" Ele levanta uma sobrancelha.

"Não." Eu franzo a testa. "Odiaria isso."

"Sim?" Ele se aproxima, até que seu nariz está quase tocando o
meu. "E por que isso?"

"Eu não gosto da ideia de você estar com outra mulher."


"Eu não gosto da ideia de você estar com outro homem." Ele bate o
nariz contra o meu em um beijo esquimó. "É um grande dilema em que
estamos metidos".

"Só se você não quiser ficar comigo."

"Você está brincando?" Ele ri, afastando-se um pouco e trazendo


uma mão para segurar o lado do meu rosto. "No caso de precisar soletrar,
estou completamente apaixonado por você, Morgan Elizabeth."

Por um momento, meu coração parece que vai explodir. De alguma


forma, eu consigo evitar gritar externamente e pular na cama, e continuo
segurando seu olhar. Ele se aproxima de novo, com seus lábios quase
tocando os meus.

"Ei, Ben", eu sussurro.

"Hm"

"Eu também te amo."

Ele finalmente traz seus lábios aos meus. O beijo é lento e delicado,
sua língua deslizando lentamente em minha boca para encontrar a
minha enquanto sua mão acaricia o lado do meu rosto. O rosnado do
meu estômago me lembrando de que eu não comi nada o dia todo. Ele
sorri contra a minha boca.

"Vamos pegar algo para você comer."


Nenhum de nós come muito, embora a comida seja ótima. O vinho
é ainda melhor. Morgan está sentada à minha frente, olhando para mim
enquanto bebe, como se realmente não acreditasse que eu estivesse
aqui. Eu acho que o sentimento é meio que mútuo. No minuto em que
meu pai ligou e me contou o que estava acontecendo, larguei tudo e
peguei o primeiro voo disponível. Se ela tivesse me contado o que estava
acontecendo, em vez de contar ao meu pai, eu teria viajado com ela. O
pensamento dela sozinha naquele voo e tomando conta de sua mãe uma
vez que ela chegasse aqui, foi de partir o coração. Entendo por que ela
não gostaria de contar a Devon agora, já que o casamento dele está se
aproximando rapidamente, mas eu acho que ela imagina que precisa
carregar o fardo sozinha. Mais do que tudo, eu odeio que ela tenha feito
isso por todos esses anos.

"Um centavo por seus pensamentos", ela diz.

“Estava apenas pensando em como você é incrível. Quão forte. E


como eu quero que você compartilhe seus fardos comigo para que eles
não se sintam tão pesados em seus ombros.”
"Oh." Ela pisca, colocando o copo na mesa e empurrando a cadeira
para trás para caminhar até onde estou sentado. Ela fica entre as minhas
pernas, levanta a mão e corre os dedos pelo meu cabelo, inclinando
minha cabeça para trás com um puxão. "E aqui estava eu, imaginando
que você estava pensando em me foder".

"Estou sempre pensando em foder você." Estendo a mão, segurando


a parte de trás do seu pescoço e trazendo seu rosto para o meu. Em vez
de beijá-la, pressiono meus lábios em sua mandíbula e faço meu caminho
até seu pescoço, chupando o local onde seu pulso está
acelerando. "Vamos tirar você dessas roupas".

Eu puxo o laço de seu vestido, sentindo meu próprio pulso acelerar


quando o vestido se abre na frente de seu corpo, revelando seus seios
nus e sua minúscula calcinha de renda vermelha. Eu achato minhas
mãos em seu abdômen e faço meu caminho até seus seios, apertando-os
enquanto me inclino para frente e cubro seu mamilo esquerdo com a
boca, sugando e mordendo, antes de passar para o outro. Seu aperto no
meu cabelo se intensifica quando ela engasga. Eu faço de novo e de novo
e de novo. Seus puxões ficam mais fortes, seus suspiros são mais altos.

"Eu senti tanto a sua falta", digo contra sua carne, puxando sua
calcinha lentamente pelas pernas. Ela tira rápido. E trago minha atenção
de volta para seus lábios, beijando-a lentamente, empurrando minha
língua dentro de sua boca. Um gemido me escapa quando nos beijamos
e de repente eu preciso saboreá-la em todos os lugares. A necessidade de
compensar o tempo perdido me cega com luxúria. Eu quebro o beijo e
desço em seu corpo quando ela desabotoa minha calça. Eu chego ao seu
redor e empurro o prato vazio na minha frente para o outro lado da mesa
antes de levantá-la e enterrar meu rosto entre suas pernas. Não perco
tempo provocando porque tenho certeza de que não duraria muito, passei
muitos dias com ela. "Eu amo o gosto de você na minha língua", digo
enquanto passo a língua sobre ela. "Amo o jeito que você se move contra
a minha boca".

"Bennett", ela suspira, jogando a cabeça para trás enquanto mói


contra a minha boca, perseguindo seu orgasmo.

Eu chupo seu clitóris e sou recompensado com ela murmurando


meu nome. Levanto-me, levando-a para a cama. Ela levanta sobre os
cotovelos para assistir enquanto eu abro minha bermuda, abaixando-a
junto com minha cueca boxer. Empurro suas pernas para longe e me
ajoelho entre elas, correndo as pontas dos meus dedos ao longo de suas
pernas e parando em seu clitóris.

Seus olhos se arregalam, e outro suspiro escapa de seus lábios


quando pego e esfrego com o polegar, mergulhando dois dedos dentro
dela. Ela traz uma mão entre nós e a fecha em volta do meu pau,
movendo-a para cima e para baixo em um ritmo que faz uma queimadura
percorrer minha espinha e direto para minhas bolas. Ela grita, sua mão
aumentando o movimento quando ela goza novamente, e leva tudo em
mim para não gozar em sua mão. Antes que possa descer
completamente de seu orgasmo, eu empurro para dentro dela, agarrando
seus quadris com força e segurando-a lá enquanto meu pênis pulsa nela.
"Bennett", ela implora, tentando moer contra mim. Eu a seguro
firme, não deixando ela se mover. “Ben. Por favor".

"Dê-me um momento, baby. Faz tempo demais desde a última vez


que tive você e eu preciso de tempo para me convencer de que isso é
real."

"É real... É real”, ela sussurra. "Eu te amo."

Eu mordo meu lábio, fechando os olhos brevemente, saboreando


este momento. Quando eu abro, encontro seu olhar. "Diga isso de novo."

"Eu te amo", diz ela. "Eu te amo."

Então, começo a fodê-la, dirigindo-a com força e rapidez, abrindo as


pernas, abrindo-a tanto quanto seu corpo permite. Com cada golpe, ela
grita meu nome. Cada grito faz minhas bolas apertarem. Ela está tão
molhada e eu estou tão fora de controle que mal posso me concentrar em
seu rosto. Eu alcanço e belisco seus mamilos, e ela se arqueia em meu
toque, o movimento me dando acesso mais profundo a ela.

"Bennett, Bennett, por favor,", ela murmura. “Por favor... Oh meu...


Eu vou... Estou tão... "

Empurro com mais força, cavando minhas unhas em sua cintura,


gemendo seu nome enquanto ela explode em cima de mim e eu sigo logo
depois. Sim, não tem jeito, não há como eu me afastar disso novamente.
Entrei no meu apartamento com um enorme sorriso no rosto, deixei
minha bolsa no chão ao lado da porta, jogando as chaves no balcão da
cozinha. A televisão está ligada na ESPN, um sinal claro de que Devon já
está aqui.

"Oh, olha quem está finalmente em casa", diz Devon.

Reviro meus olhos. “Estou exausta demais para discutir agora.”

"Que pena." Ele se levanta do sofá e caminha até mim, de braços


cruzados. "Que porra você estava pensando?"

"Estava pensando que já fiz isso antes e que você vai se casar em
menos de uma semana - a última coisa que eu queria fazer era te
estressar com qualquer eventualidade. Além disso, eles não deixam você
entrar com sálvia em aviões, então você não teria sobrevivido à viagem".

Ele olha para mim por um instante antes de soltar uma gargalhada.
“Foda-se. Sálvia é ótima para a sua energia. Eu devo ter trazido um extra
para queimá-lo no apartamento de Bennett quando eu estiver aqui.”

"Ele vai ficar louco." Eu sorrio imaginando.


"Não posso acreditar que você não me ligou, Morg."

"Foi tranquilo, ficou tudo bem.” Dou de ombros. “Bennett apareceu


logo depois, ele disse que esteve com você lá uma vez quando você foi
visitá-la”.

"Sim". Ele balança a cabeça. "Porra, esse cara tem a memória de


elefante".

“De qualquer forma, mamãe está bem. Ela disse que não tinha
usado nada quando cheguei lá, mas ela estava agindo de forma estranha,
então não há como saber...”, eu digo. “...e o namorado dela é rico. Mais
rico do que você.”

Devon zomba. "Ok, certo".

"Estou falando sério. Eu dirigi um Bentley de Vegas para Los


Angeles, e ele era o carro da casa, tipo um carro reserva. A casa dele é
insana, com ouro por todos os lados."

Ele franze a testa. "O que ele está fazendo com a mamãe?"

"Isso é exatamente o que eu perguntei." Dou de ombros. "Ela disse


que eles se apaixonaram".

"Sim, ela se apaixona com essa conta bancária."

Eu ri. "Tanto faz. Ela parece feliz apesar desse episódio”.


Dev parece que não acredita em mim. "Obviamente ela não vai ao
casamento."

"Acho que não." Ofereço a ele um pequeno sorriso. “Eu posso te


levar até o altar se você quiser. Quero dizer, você terá que retribuir o favor
se eu me casar com Bennett”.

Suas sobrancelhas sobem. "Vocês passaram de não se falar, para


falar em casamento?"

"Nós resolvemos as coisas".

"Merda, eu espero que sim depois que ele perseguiu você para o
outro lado do país para segurar sua mão por essa merda." Ele pisca. "Eu
ainda não consigo acreditar que você não me ligou."

“Desculpe que eu não liguei para você, ok? Mas olhe para a maneira
que você está agindo. Se tivesse, com certeza estaria gritando e
esbravejando com o mordomo de Rodney.”

"Ele tem um mordomo?"

"Eu juro para você, que ele é como o Batman ou algo parecido."

Ele ri. “Espero que ele não seja seu tipo. Quão estranho seria isso?”

"Oh, por favor." Reviro meus olhos. "Eu não sou a mamãe."
Ele se encolhe. Eu dou de ombros. Já superei isso, bem, tanto
quanto o possível.

"Então você e Bennett, huh", diz. “Eu acho que isso é bom. Poupa-
nos de ter que pagar uma quantia extra no casamento”.

Eu bufo. "Certo, porque você está apertado de dinheiro"

"Não, você está certa, especialmente com o meu novo contrato."

"O que você quer dizer?" Eu franzo a testa, tentando pegar um


vislumbre da televisão para ver se ele está dizendo a verdade. Se ele
estiver, eu sei que eles estariam falando sobre isso.

"Você sabe como eu era um jogador independente?"

"Sim, não que eu realmente saiba o que isso significa?"

"Eu assinei um novo contrato com uma nova equipe."

"Oh, Deus." Meu coração afunda. "Para onde você está indo agora?"

“Aqui, sua idiota. Estou voltando para casa.”

"O quê?" Eu grito. "De jeito nenhum. Você está mentindo."

"Não estou mentindo." Ele ri. "Estou seriamente voltando para


casa."
"Oh, meu Deus." Eu me jogo em seus braços. “Estou tão, tão, tão
feliz. Agora não tenho que fingir que gosto da sua equipe estúpida.”

Ele ri. "Você nunca fingiu gostar deles."

"Você está certo." Eu grito, soltando-o. “Oh meu Deus, estou tão
animada. Qual número você vai usar? Você pode escolher? Espere, você
está voltando para cá?”

“Essa é uma das coisas que eu queria conversar com você. Eu não
me importo de todos nós morarmos aqui por um tempo, mas eu estava
pensando que poderia conseguir seu próprio apartamento. Há um vago
neste prédio...”

"Não." Levanto minha mão. “Primeiro de tudo, eu amo você, mas


não, obrigada. Eu posso pagar meu próprio apartamento. Em segundo
lugar, estou indo morar com Bennett”.

Ele olha para mim. "O que você quer dizer?"

"Vamos morar juntos."

"Você... isso é sério."

“Claro que estou falando sério. Por que eu não estaria?”

Ele franze a testa, tirando o celular e digitando alguma coisa, e


coloca no ouvido. “Hey, sim, obrigado. Eu sei. Estou feliz por estar de
volta. É, Nora gosta daqui. Ela vai se acostumar com isso. Certo. Na
verdade, eu queria falar com você sobre a Morgan”. Ele olha para mim.

Minha boca cai. "Devon..."

"Sim, não, ela está bem aqui falando sobre morar com você"

"Devon, eu juro por Deus." Eu me lanço para ele, pegando o telefone,


mas ele se esquiva de cada tentativa e continua falando como se nada
estivesse acontecendo.

"Eu te amo, você é meu irmão, mas eu juro que se eu ver a minha
irmã chorando novamente, eu vou te matar", diz ele num tom
indiferente. Eu paro de lutar com ele e o encaro, eu vou matá-lo por
isso. "Sim. Te vejo amanhã."

Eu dou um passo e cubro minha boca. "Eu não posso acreditar que
você acabou de dizer isso."

"Eu tinha que avisá-lo."

“Sim, mas não conversamos sobre morar juntos depois que


reatamos. Oh meu Deus, eu vou te matar quando você estiver dormindo.”

"Claro." Ele ri.

"Vou pegar toda a sálvia que você trouxe e jogá-la no vaso sanitário."

Sua expressão se torna mais séria. "Não se atreva..."


Meu celular vibra no bolso de trás do meu jeans. Eu tiro e checo a
mensagem.

Bennett: Ouvi dizer que vamos morar juntos.

Eu: Eu vou matá-lo.

Bennett: É o que mais quero.

Bennett: Morar com você, não que você mate seu irmão.

Eu: Tudo bem.

Bennett: Quer que eu vá aí ajudá-la a fazer as malas?

Eu: Agora?

Bennett: Por que não?

Eu: Porque acabamos de voltar de uma viagem cansativa e temos


todo o tempo do mundo para fazer as malas e nos mudarmos?

Bennett: Tudo bem, então eu só vou até aí porque não suporto a ideia
de não partilhar uma cama contigo mais uma noite.

Eu: Ok :-)

Eu coloquei meu celular de volta no meu bolso.

"Você está sorrindo", diz Devon. "O que ele disse? Ele está vindo?”
"Sim."

"Sim." Ele levanta um punho no ar. "Eu trouxe Madden."

Eu gemo. "Você está brincando."

"Ei, é isso que você ganha por namorar meu melhor amigo." Encolhe
os ombros. "Agora você tem que competir por sua afeição."

Eu rio de como ele é ridículo e vou para o meu quarto


relaxar. Adormeço antes que Bennett chegue, mas acordo com a
sensação do braço dele ao meu redor e sua boca no meu ombro.

"Você já jogou Madden?" Viro-me em seus braços e o encaro.

“Ainda não. Eu queria beijar minha garota antes de chutar a bunda


dele.”

"Hm"

Ele me beija, um beijo doce nos lábios e depois minhas pálpebras e


bochechas.

"Eu te amo, amor."

"Te amo", murmuro.

Eu adormeço sorrindo.
Eu deslizo para a cabine com duas bebidas na minha mão,
entregando uma para a linda mulher sentada à minha frente.

"Obrigada", diz ela, olhando em volta. "Este parece ser um bom


lugar para pegar mulheres."

"Se eu viesse aqui, você seria a única mulher que eu olharia."

"Você só está dizendo isso porque eu sou a única sentada à sua


frente”, diz ela sorrindo. E olha pela janela. "Está um dia tão bonito."

"É um lindo dia para se casar."

Seu olhar se volta para o meu. "Isso foi estranho."

"Foi?" Eu franzo a testa. "Porque desde que você foi morar comigo,
a única coisa em que eu penso é em me casar com você."

"O que... o quê? Nós só estamos morando juntos há quatro


semanas”.

Eu dou de ombros. "Eu fui atingido com a flecha do Cupido."


"Você está... você está falando sério?” Ela observa meu rosto.

"Muito sério."

"Você está me propondo?" Ela pergunta, franzindo a testa.

"Eu estou propondo irmos até o tribunal e nos casarmos."

"Hoje...", diz como se ainda estivesse tentando entender tudo isso.

“Nós tiramos o dia de folga. Estamos sentados em um bar com


bebidas alcoólicas em nossas mãos às dez horas da manhã".

"Mimosas", diz. "Você faz parecer que estamos tomando uísque."

"Qual é a diferença?"

"Mimosas são aceitáveis às dez horas da manhã."

"Vamos abandonar esse lugar e ir nos casar, Morgan Elizabeth." Eu


pego a outra mão dela. "Vai acontecer de qualquer maneira, se vamos
fazer isso hoje, amanhã, daqui a vinte anos, então por que perder tempo?"

Ela fica quieta por um longo momento, apenas me encarando, como


se estivesse refletindo sobre cada hipótese. Se disser que não, eu aceito
isso. Talvez ela queira que eu proponha com um grande gesto ou planeje
um casamento formal como Devon e Nora. Talvez ela queira esperar
alguns anos. Seja como for, não irei a lugar nenhum.

"Ei, Ben," ela diz depois de um tempo.


"Sim?"

"Vamos nos casar".


Um ano depois...

Minha mãe entra e sai da reabilitação desde que a deixei na clínica,


não porque ela está usando, mas porque ela teve momentos de
fraqueza. Momentos difíceis que Devon e eu estivemos com ela. Todos
nós começamos o aconselhamento familiar. No começo, eu achava
ridículo irmos até a Califórnia uma vez por mês para nos aconselharmos
com alguém com quem nem morávamos. Acabou sendo a melhor coisa
que poderíamos ter feito por nós mesmos e por nossa família.

Mamãe e eu não somos melhores amigas, mas estamos


definitivamente mais próximas. Falamos ao telefone quase que
diariamente, e não me sinto nem um pouco ameaçada quando
ela pergunta por Bennett, o que era um grande problema no começo. Eu
confio em Bennett, mas tem sido muito difícil deixar de lado
ressentimentos passados, mesmo que fossem coisas que não tinham
absolutamente nada a ver com ele.

Bennett assobia quando paramos em frente à casa de Rodney. "Este


é o lugar?"
"Sim."

"Ele deve possuir uma produtora muito bem sucedida."

Eu ri. "Ele tem."

Ele olha para mim. "Tem certeza de que está pronta para voltar
aqui?"

"Estou pronta." Estendo a mão e entrelaço meus dedos nos


dele. "Enquanto você estiver comigo."

Ele sorri, trazendo minha mão para cima e dado um beijo


nela. "Sempre."

Dirigimos-nos até a casa e somos recebidos por minha mãe, que


está usando um lindo vestido de primavera e um enorme sorriso no
rosto. Ela joga os braços em volta de mim.

“Obrigada por ter vindo. Estou tão feliz por você estar aqui.” Ela se
afasta, segurando minhas mãos enquanto olha para o meu rosto antes
de se virar para Bennett. "Ela é uma garota tão linda."

"A mais linda", diz ele, sorrindo para mim antes de beijar minha mãe
na bochecha. "Você parece bem."

“Oh, eu me sinto tão bem. Ioga faz maravilhas para mim.” Ela se
afasta. “Por favor, entre. Sinta-se em casa. Rod chegará mais tarde. Ele
teve um torneio de golfe corporativo hoje que infelizmente não conseguiu
faltar. Você joga golfe, Bennett?”

"Não muito bem." Ele ri. "Devon deveria vir aqui e jogar com
Rodney."

“Eu tenho perguntado a ele, diz que em alguns meses quando Nora
estiver fora do primeiro trimestre, você sabe que ela está passando por
um momento difícil.” Mamãe sorri para mim e caminha até o fogão
quando chegamos à cozinha.

Devon e eu éramos tão céticos sobre Rodney e todo esse esquema


no começo, mas depois de um ano vendo o cara, decidimos que ele
realmente é assim. Acho que é difícil aceitar a gentileza do jeito que é
quando você cresce no ambiente que nós crescemos.

“O mordomo não está conosco hoje. Ele teve uma emergência


familiar, então minha comida terá que servir”, diz mamãe.

"Sua comida é ótima", eu digo. "O que você fez?"

"Frango Cacciatore."

Eu sorrio para ela. Esse sempre foi meu prato favorito, ela
costumava fazer quando éramos criança.

"O cheiro está ótimo", diz Bennett.


“Bennett, por favor, sente-se. Morg, você vai pegar a limonada na
geladeira?”

Eu vou até lá e a tiro da geladeira quando mamãe acaba de colocar


a mesa. Assim que nos sentamos e começamos a comer, eu tenho um
momento em que não posso acreditar que estou tendo uma refeição com
o amor da minha vida e minha mãe, e não é no centro de reabilitação,
mas em sua bela casa, e nós não estamos brigando ou discutindo, mas
genuinamente felizes. Eu mordi meu lábio para manter minhas emoções
sob controle.

“Eu não quero ser a mãe chata”, mamãe diz, “mas agora que Nora e
Devon estão tendo um bebê, sinto que tenho que perguntar... "

Eu ri. "Nenhum bebê aqui."

"Ainda não, de qualquer maneira", acrescenta Bennett, levantando


uma sobrancelha para mim.

Nós estamos indo a especialistas há meses, não porque estamos em


extrema necessidade de começar uma família, mas porque queremos
respostas para o porquê a contagem de espermatozóides de Benett ser
tão baixa. Nós dois decidimos adotar esperançosamente quando
estivermos prontos, e se mais tarde, quisermos ter um filho da maneira
tradicional e pudermos, seguiremos por esse caminho.

"Acabamos de nos encontrar", eu digo, "Às vezes parece que foi há


uma vida inteira, mas na realidade, foram apenas alguns anos. Estamos
ambos tão ocupados com o trabalho neste momento e estamos felizes por
termos um ao outro". Eu aperto a mão do Bennett.

"Ela está certa. Eu tenho tudo que preciso aqui mesmo.” Ele diz isso
com tanta convicção e amor em seus olhos, que eu absolutamente
acredito nele.

“Bem, vocês dois são jovens. Vocês definitivamente não precisam


estar se apressando nem nada”, diz mamãe. "Mas eu só quero que você
saiba que os netos, sejam eles adotados ou não, são sempre bem-vindos
em nossa casa".

Mais tarde, estamos do lado de fora do enorme terraço, observando


o pôr do sol, quando Rodney chega em casa. Ele entra pelas portas dos
fundos como se ele só tivesse olhos para minha mãe. Quando ele se
aproxima dela, ele joga os braços em sua volta e lhe dá um beijo enorme
na boca.

"Senti sua falta."

"Eu também senti sua falta." Ela sorri. "Nós temos companhia."

Ele ri, levantando-se e olhando para Bennett e para mim. Ele aperta
a mão de Ben primeiro, dando um tapinha nas suas costas, e então se
vira para mim e me dá um abraço de urso que não substitui todos os que
eu perdi do meu próprio pai, mas definitivamente preenche um pouco do
vazio. Não é a primeira vez, eu estou completamente impressionada pela
maneira como as coisas acabaram para todos nós. Eu me sento ao lado
de Bennett e ele enrola um braço ao meu redor. Rodney se senta ao lado
da minha mãe do outro lado do terraço e envolve o braço ao redor dela, e
nós vemos como o céu do deserto começar a esvair-se em laranja e
vermelho.

"Eu te amo, Morgan Elizabeth," Bennett diz contra minha cabeça.

"Eu te amo". Eu olho para ele. "Você é meu par favorito."

"Seu único par." Ele ergue uma sobrancelha.

"Bem, eu não tive muita escolha sobre o assunto."

"Você não teve, e é por isso que eu sei que somos a combinação
perfeita."

Eu sorrio.

Já discutimos isso antes, e toda vez que ele encontra uma maneira
de trazer de volta a ideia de que qualquer aplicativo poderia nos unir,
porque somos perfeitos um para o outro. Eu sempre argumento isso, mas
eu adoro que ele se sinta da mesma maneira que eu.

"Eu não sei", eu penso. "Há muitas pessoas no universo."

"Muitas", ele concorda. "Mas há apenas uma para mim."

"Sim?"

"Claro, a Sra. Cruz." Ele pisca.


Primeiramente, obrigada por comprar meu livro e lê-lo. Espero que
tenham gostado tanto quanto eu gostei de escrevê-lo!

Nana Malone - muito obrigada por me ouvir falar sobre essa história
e por me ajudar a “curtir” as horas.

Sarah Sentz - Eu estou sempre em dívida com o feedback que você


me fornece. Sério.

Tiffany - Obrigada por ler isto e me dar sua opinião! Venha trançar
meu cabelo <3

Clarissa LaFirst - Eu não sei o que faria sem você. Provavelmente


morreria. Em um estado muito confuso. LOL eu te amo muito.

Kimberly Brower - obrigada por estar sempre no meu lado.

MyCrew - Obrigada por ser tão favorável nestes últimos 7 anos. Você
não tem ideia de quanta felicidade e paz você me traz. Eu amo e
aprecio muito você.

Se você quiser se juntar a nós no Facebook, por favor faça. Nós


amamos os recém-chegados! - FB Crew da Claire !
LBEdits - Eu amo trabalhar com você!

Lori - por sempre ter minhas costas e consertar minha bagunça rsrs

Nina Grinstead e Hilary Suppes - obrigada por sempre terem minhas


costas

Minhas meninas do ST - sua sabedoria é inestimável.

Meninas DT - Obrigada por ser vocês.

Todos os meus amigos, vocês sabem quem vocês são, porque eu não
posso viver minha vida sem vocês, mas eu não quero ficar aqui ocupando
mais espaço, então eu vou apenas dizer - obrigada, eu te amo, eu aprecio
vocês, é um privilégio andar nesta terra com vocês.

Xoxo

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