Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Shutterstock, PNGTree
Romance Contemporâneo
Índice
Playlist
Dedicatória
Aviso
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Epílogo
Recadinho da Autora
Agradecimentos
Sobre a Autora
Playlist
Spotify
Deezer
Dedicatória
Por fim, o romance entre Lauren e Bruce não é fácil. É como estar
em uma montanha-russa, mas se você ler até o fim, vai se deliciar
com uma linda história de amor.
Prólogo
E eu sabia
Malibu - Hole
Bruce
― Sim, claro.
Minha secretária abriu um sorriso caloroso e entrou em minha
sala, fechando a porta logo atrás de si.
Eu ia ter um infarto.
― Nova Iorque? ― perguntei, mas já sabendo a resposta
conforme eu passava as imagens. Conhecia muito bem aquelas
ruas.
― Sim...
― Não! Quer dizer, não sei. Acho que não, porque há relatos
de homens saindo do apartamento algumas noites por semana. ―
Meredith suspirou. ― Sem falar que me parece que esta tal de
Lauren tem um namorado. Como você pode ver nessa fotografia.
Na imagem havia um homem alto, branco e musculoso
saindo do prédio onde provavelmente elas estavam morando.
― Jessica me abandonou.
― Ela foi atrás de um sonho, Bruce.
E todas estradas
Wonderwall - Oasis
Lauren
O quê?
Arregalei os olhos no mesmo instante.
Bruce
― Ok, obrigado.
Virei-me para seguir até o salão principal, mas fui
interrompido por Harry.
― Os quartos já estão preparados para nossas convidadas.
Tem algo mais que o senhor queira deixar pronto?
Meus olhos se fixaram no piso quadriculado enquanto eu
pensava se precisava blindar a casa pelo que estava por vir.
Não por Jessica, porque eu conhecia minha irmã e se ela não
tivesse se corrompido no tempo em que ficou longe, ela ainda
continuava a mesma lady de sempre. O problema era por sua
acompanhante, Lauren Stewart, uma jovem que eu sequer
conhecia.
Caroline sorriu.
Minha filha tinha apenas dez anos e era a minha vida. Eu a
amava imensamente e estava fazendo de tudo para dar o melhor a
ela.
― Vai.
Lauren
― Tenho certeza de que você irá se dar bem com Josh. Ele é
um gato. Alto, forte e olhos verdes. Estudamos juntos e sim, ele era
o capitão do time da escola.
― E agora? Faz o que da vida? ― perguntei, enquanto
levava um punhado de amendoim à boca.
Harry olhou para ela com um brilho nos olhos. Pelo jeito,
gostava muito dela. Cheguei mais perto do homem e resolvi quebrar
o gelo com uma piadinha.
― Harry Potter? Onde fica o próximo trem para Hogwarts?
Lauren
― Obrigada, Josh.
Ele arqueou a sobrancelha e fitou Jessica.
― Se falou meu nome, certamente, falou meus podres para
ela.
― Tudo bem.
Josh, Jessica e eu seguimos para a sala de jantar. Uma
grandiosa mesa de cor mogno estava no centro, com várias
cadeiras. Perguntei-me quantas pessoas moravam naquela casa.
Segundo Jessica, apenas seu irmão e a filha. Qual era a
necessidade de ter uma mesa tão grande?
O jantar seguiu tranquilamente.
Bruce
Meredith sorriu.
― Garanto que ela continua a mesma.
― Até amanhã.
~
Lauren
Incrível, não?
Ajeitei Josh no banco do carona e ele logo adormeceu. Achei
melhor que continuasse dormindo, pelo menos, eu não teria que
aguentar os escândalos de um bêbado fragilizado.
Abri a porta e sentei no banco do motorista. Já nem sabia
mais que horas eram e também não me importava. Tudo o que eu
queria era chegar à mansão e dormir.
Passei as mãos pelo rosto, tentando aliviar aquela sensação
de álcool nas veias.
Santo GPS.
Santo quem criou um celular com GPS.
― SOLTA ISSO!
Ele gritou e puxou o volante, fazendocom que eu perdesse a
direção e ultrapassasse o sinal vermelho. Tudo aconteceu de forma
rápida, quando senti o impacto, nos arremessando longe.
Minha cabeça bateu no volante e eu fechei os olhos.
Ou foi ao contrário.
Lauren
Jessica me puxou.
Abri os braços.
― Por sorte, estamos bem e acho que o sujeito que bateu em
nós também está.
Jessica arregalou os olhos, mais uma vez, e eu soube que
nesse momento ela me mataria.
― LAUREN STEWART! ― ela gritou, desesperada. ― Vocês
bateram em outra pessoa???
Aquela voz...
Meu coração gelou, minhas pernas tremeram e eu quis sair
dali correndo, para o lugar mais longe possível.
― Meu Deus, Bruce! ― Jessica murmurou. ― O que houve?
Você está com um corte na sobrancelha!
Será que não era uma boa hora para pegar um avião e voltar
para Nova Iorque?
― Então, foi você ― ele disparou, apoiando as mãos na
cintura. ― Muito bem.
Jessica estava com os olhos arregalados.
― Meu Deus, Bruce. Por onde você entrou que não viu o
meu carro batido?
Ele balançou a cabeça.
― Entrei pelo portão dos fundos, porque o meu maldito carro
teve que ir direto para a garagem ― respondeu ele, me encarando
de forma assustadora. ― Mas eu vou dar um jeito nisso, agora
mesmo.
― Hey, o que pensa que vai fazer? ― Levantei a voz, assim
que o vi pegar o celular.
― Lauren. E o seu?
― Caroline.
― Humm.
― Dez.
― Humm.
Que me chamassem de chata, mas eu era assim. Não tinha
muito papo com crianças porque as achava chatinhas e irritantes.
Por sorte, Caroline parecia ter passado a fase de chatice de uma
criança comum.
Mas ele não sabia com quem estava lidando. Se ele queria
um desafio, eu estava bem disposta a aceitar.
Passei a mão em meu rosto e sequei aquelas lágrimas.
Lauren
Ela sorriu.
― É claro. Senta aqui, aposto que você está com fome.
Olhei de relance para Bruce, esperando que ele dissesse que
eu era uma aberração e que deveria tomar café na cozinha, junto
com os empregados. Mas ele não fez isso. Continuou concentrado
em sua leitura.
― Sim, papai.
― Se quiser, posso levá-la ― Jessica falou. ― Não tenho
nada para fazer o dia todo.
Inacreditável.
Caroline estava usando um uniforme azul marinho, com o
cabelo penteado para trás e preso em um rabo de cavalo. Bruce
estava elegante em um terno escuro. Ele estava barbeado e,
mesmo não querendo, fiquei em dúvida se ele era mais gostoso
naquelas roupas sociais ou com as de corrida.
Respirei fundo, pensando em como alguém tão bonito
conseguia ser tão insuportável.
― Acredito.
― Tchau, Lauren.
― Sobre Bruce? Melhor não. Você já sabe que ele está muito
puto com o que aconteceu ontem.
― Eu sei. ― Suspirei.
Jess sorriu.
― Quer assistir a algum filme?
― Só se for agora!
~
― Elas me chamam de “
sem mãe” ― Caroline soltou
baixinho.
Abcdefu - Gayle
Lauren
― Odeio a Meredith.
Olhei para Jessica, que simplesmente deu de ombros. Como
uma menininha daquele tamanho conseguia nutrir sentimentos tão
fortes?
― Sim, senhorita.
― Ok...
Ele sorriu.
Não entendi o que ele quis dizer. Fingi uma tosse e falei:
― Acho que preciso de água.
― Josh...
― Só um beijo, Lauren ― sussurrou, perto dos meus lábios.
― Se não gostar, eu prometo que a deixo em paz.
Pisquei repetidas vezes, sem conseguir formular uma boa
resposta. Eu não era nenhuma puritana, mas... Não queria beijá-lo
assim, do nada.
Josh encostou seus lábios nos meus e eu... cedi. Fechei os
olhos e saboreei seus lábios como se há tempos não beijasse
ninguém. Ele me segurou pela cintura e empurrou sua línguadentro
da minha boca. Aceitei e devolvi o gesto, mesmo sem tanto ardor.
Nossos lábios se separaram e ele sorriu.
Foi um beijo quente e gostoso, mas nada mais e eu me senti
uma idiota por ter feito aquilo.
Eu não queria ter beijado Josh.
― Boa noite, gata.
Ele virou as costas, se foi e eu fiquei parada mais um bom
tempo, pensando naquele beijo.
Que porra.
Sem querer abri uma porta na qual eu não queria passar, que
era a de me envolver com alguém. Eu estava ali para seguir meu
sonho e não viver de aventuras com homens.
Bufei,irritada, por não ter dado um tapa no rosto dele e voltei
para dentro da mansão. Estava tudo quieto e a maioria das luzes já
estava apagada.
Assenti lentamente.
Meu Deus do céu.
Bruce soltou a minha boca e me prensou contra a parede, me
encarando furiosamente.
― Hey. Mas que porra pensa que está fazendo? ―
perguntei, irritada e assustada, ao mesmo tempo. Será que foi isso
que ele passou o jantar todo idealizando? Agora era a hora que ele
ia enfiar uma faca na minha barriga e depois jogar o corpo em
alguma passagem secreta na mansão?
― Eu que pergunto, o que porra você pensa que está
fazendo?
Ele me olhava fixamente e eu não sabia o que dizer. Seus
braços estavam um em cada lado da minha cabeça e minha
respiração estava acelerada, meu corpo em frenesi e eu só queria
correr dali.
Cada terminação nervosa gritava que eu deveria sair dali.
Secrets - OneRepublic
Bruce
Lauren Stewart.
Desgraçada.
Fazia muito tempo que eu não me sentia dessa forma com
nenhuma mulher. Ainda mais uma que era tão mais nova que eu. E
tão... longe de ser o tipo de pessoa com quem eu me envolveria.
Quando a flagrei beijando Josh pela janela do meu escritório,
senti uma espécie de raiva que eu não sabia de onde vinha. A
minha vontade era jogar ambos na rua, mas tudo o que fiz foi
encurralá-la em um quarto, como se eu fosse uma espécie de
maníaco.
O problema foi controlar meus pensamentos em relação à
tudo o que poderíamos fazer em um quarto escuro.
― Porra! ― Joguei meu copo pela sacada em direção ao
jardim. ― Não vou ter esses tipos de pensamentos, não posso. ―
Coloquei as mãos em minha cabeça e fechei os olhos em busca do
homem sensato que me tornei depois de tudo o que aconteceu. ―
Essa garota é só a porra de uma criança mimada. É só isso.
Era isso.
Lauren Stewart não podia afetar o Bruce Hastings que eu
havia me tornado com tanto esforço.
Capítulo 9
Lauren
Bruce era o pai, mas, pelo jeito, nunca ouviu a voz da própria
filha. Somente um imbecil não via nas feições da menina o quanto
ela era infeliz.
― Se me dão licença, vou me retirar.
Joguei o guardanapo na mesa e fui em direção à porta,
porém, antes que eu saísse, ouvi a voz de Bruce:
― Ah, é?
Balancei a cabeça afirmativamente e levantei o dedo médio.
Se ele me odiava sem motivos, naquele momento, eu os
estava lhe dando de presente.
~
― Lauren! ― Ouvi a voz da Jessica enquanto eu descia as
escadas. ― Posso saber que porra foi aquela no café da manhã?
― Eu posso ser tudo, Jess, mas não vou ficar com a bunda
mofando dentro desta casa, para depois seu irmão jogar na minha
cara que está me sustentando! Esta casa é sua, você também é
rica. EU NÃO. Eu vou procurar um trabalho — cuspi essas palavras
e saí.
Eu odiava depender dos outros, ainda mais quando a outra
pessoa era um esquisitão igual Bruce Hastings. Desci os degraus da
frente da casa e caminhei até o portão.
Revirei os olhos.
― E onde está o seu chefe? ― perguntei, azeda.
― Vou chamar ele. Espera aí.
Droga.
Respirei fundo e fui pela minha intuição. Abri a primeira porta
e vi que era a sala certa, pois um homem estava sentado de costas
para a porta e de frente para uma janela enorme.
Cruzei os braços.
― Sou eu quem pergunto, o que o senhor mega bilionário
está fazendo em um bar de quinta categoria?
― O que eu faço ou não, não é da sua conta, garota. ― Ele
socou a mesa e eu dei um pulo.
Desgraçado.
Realmente, não era da minha conta, mas eu não queria
perder a chance de provocá-lo. Eu precisava saber por que ele agia
como um animal perto de mim.
Será que não somos velhos demais para nos divertirmos por aí?
Somos jovens o suficiente para a conquista
Mas velhos suficientes para entender melhor
Bruce
― Ok...
Pensei se eu deveria mesmo fazer aquilo.
Lauren
― Hummm.
Então, a suposta nova mãe da Caroline, iria jantar conosco.
Eu estava ansiosa para conhecê-la.
― Caroline já sabe?
― Já. ― Jess bufou. ― E não está nada feliz.
― Imagino.
Jessica deu de ombros e saiu do quarto. Fiquei pensando em
como seria aquela mulher. Provavelmente, alta, cabelos louros,
olhos claros, elegante como aquelas modelos das passarelas.
― Ah, tá.
Dei de ombros e Jessica saiu do quarto, sorrindo como uma
idiota. É claro que ela viu o beijo e agora jogava essas conversinhas
no ar.
Respirei fundo e olhei para o vestido.
Talvez.
É claro que ele era bonito, divertido e me tratava super bem.
Mas... Aquele beijo, não mexeu comigo tanto quanto o olhar de
Bruce naquela mesma noite.
Caralho!
Não podia pensar em Bruce. Ele era tudo o que eu não
precisava nesta vida. Mal-humorado, seguidor de regras, babaca.
Não! Eu precisava de uma pessoa que sabia como viver a vida, que
gostasse de se divertir.
Josh era isso.
E ainda tinha os olhos claros, combinando com os meus.
Ele tossiu.
― O que é?
Ele ergueu as sobrancelhas como se perguntasse: Continua
querendo me desafiar?
― Bem, você é a única que não conhece a Meredith ― disse
ele, abrindo espaço para a mulher. ― Meredith, esta é Lauren
Stewart, amiga da minha irmã.
A mulher me analisou da cabeça aos pés.
Xeque-mate.
Balancei a cabeça.
― Eu fumava às vezes, mas não quero mais.
― Que pena.
Já fazia quinze dias que eu estava ali, mas foram dias para
se estabelecer, conhecer um pouco dos arredores e da famíliaque
eu estava dividindo o teto.
Que porra.
Ele sorriu.
Ele sorriu para aquela cadela e eu tive vontade de avançar
naquele rostinho de Barbie!
O que diabos aquela mulher tinha que eu não? Por que ele
era tão gentil e amável com ela, sendo que comigo faltava me dar
um chute no traseiro e um tiro na testa?
Cortei com raiva um pedaço da Porchetta ― sim, eu conhecia
um pouco da comidaItaliana por causa do Ian―, que nada mais
era do que um porco desossado bem temperado, geralmente
servido com pão.
“
Não é da sua conta”, tive vontade de responder
.
― Tivemos alguns problemas, mas já está tudo resolvido.
Respirei fundo, controlando a minha vontade de levantar do
assento. Meredith olhou para mim.
― E você? Pela sua idade, imagino que está estudando.
Lauren
― Uau!
Bruce
De ódio e de desejo.
Lauren abriu a porta e saiu como um furacão pelo corredor.
Mordi meu punho antes que eu o enfiasse em meu próprio rosto.
Anos antes
Lauren
Eu o odiava.
Depois que saído banho, mandei uma mensagem para Josh,
porque ele era o único com quem eu queria conversar naquele
momento.
Jessica era uma Hastings e eu definitivamente queria manter
distância por um tempo de qualquer pessoa ligada àquele
sobrenome.
― Humm.
― Claro, senhor.
Harry saiu correndo e pouco tempo depois estava me
entregando um copo com água, que engoli de uma só vez.
Céus.
Eu realmente era sedentária.
E eu gostei.
Bruce
― Não, ahn, eu... perdi a fome. Acho que vou só beber uma
água.
― Não seja ridícula, Lauren. ― Peguei o cardápio e o abri,
folheandoaté a página de massas. Então indiquei para ela um prato
de Fettuccine com molho branco. ― O que acha desse?
Ela leu as letras miúdas que indicavam o que vinha no prato
e de repente seus olhos brilharam.
― Pode ser. Adoro massa.
Chamei o garçom e indiquei o que iríamos comer.
― Muito provavelmente.
― Um pouco?
― Bastante irresponsável.
Lauren bufou.
― Não entendo isso. Até ontem à noite você estava me
tratando como bicho e agora está dizendo essas coisas e me trouxe
nesse restaurante chique. O que quer de mim, porra?
Passei horas e horas pensando em como fazer aquilo dar
certo.
Lauren
― Olá, Bruce.
Ele olhou para nós, para o buquê e assentiu devagar.
― Josh.
Eu o queria.
Mas também não queria.
Que porra.
~
Arrumei-me com um vestido preto de tubinho que Jessica
havia me emprestado. Ela ficou louca quando descobriu que Josh
me convidou para sair “formalmente”e insistiu que eu deveria me
vestir à altura.
Mal sabia ela que eu fui até um restaurante chique com seu
irmão vestindo somente short e camiseta surrada, se ela
descobrisse isso, certamente surtaria.
Ela também me emprestou um de seus relógios dourados.
Jessica mantinha uma coleção deles em seu quarto. Esse que ela
pegou era bonito, mas ficava bem chamativo em um braço tão fino
quanto o meu.
E agora, ela terminava os detalhes da minha maquiagem,
como se eu fosse um quadro e ela, a pintora.
Bufei e fiz o que ela pediu. Discutir com Jessica era perda de
tempo e eu já estava frustrada o suficiente por ter que me produzir
toda para um encontro com um idiota chamado Josh.
― Ele falou que horas viria?
― Às 19h, já que eu disse que queria estar de volta no
máximo às 23h.
― Pronto ― disse ela e eu continuei com os olhos bem
abertos, esperando aquele negócio secar.
― E o que é “
escargot”? ― perguntei, irritada.
Algumas pessoas se viraram para nós e Josh sorriu,
envergonhado. Ele aproximou seu rosto do meu e sussurrou:
Porra!
Eu precisava esquecer aquele maldito beijo. Precisa
esquecer aquele desgraçado.
De novo e de novo
Bitter Taste – Billy Idol
Bruce
Era errado dizer que eu torci para que aquele encontro desse
errado?
Claro que sim.
Anos antes
Lauren
― Espera, Bruce!
Ele parou e se virou, talvez perguntando-se o que diabos eu
tinha.
Envolvi meu corpo com meus próprios braços e ele suspirou.
Só Deus sabia.
~
― Achei que você ia me levar à um... Motel?
― Tá bom, mas...
― Quieta, Lauren. Antes que eu me arrependa disso.
Calei-me no mesmo instante.
Inúmeras.
Era surpreendente.
― Ok.
Respirei fundo.
― Você deve ter percebido que não me dou bem com
restaurantes chiques, não é?
― Eu imaginei, mesmo.
Ergui a cabeça e fitei os olhos escuros de Bruce.
Não sei por que, mas algo dentro do meu peito inflouao ouvir
aquilo.
― Mas você vai se casar com ela, não é?
― Talvez.
― Por que?
Bruce bufou.
Assenti lentamente.
― Tá bom... mas antes de a gente começar isso aqui, você
não teria uma bebida para aquecer?
RA.
LHO.
Depois dessas palavras, não me restou nada a não ser me
derreter em seus braços.
Capítulo 20
Bruce
― Isso é só o começo.
― É claro.
Afastei-me apenas para tirar minha calça e em seguida a
cueca.
― Ok, me desculpe.
Lauren
Bruce tinha um pau espetacular, se essa era a palavra
apropriada.
Não queria saber sobre o seu passado, mas sabia que havia
algo ali que o destruiu. Que o tornou quem ele era hoje e, pensar
que em tão pouco tempo consegui a façanha de arrastá-lo para a
minha cama, me deixava um pouco aliviada.
Lauren
Bufei.
Claro, só podia ter sido Harry.
― Sabe.
Arregalei os olhos.
― Mas... e se...
― Ele não vai dizer nada a ninguém. Harry é discreto.
― Quis o quê?
― Quis levá-la em um lugar bacana ― ele se justificou. ― A
última coisa que quero neste mundo é perder a sua amizade.
Seus olhos azuis me olhavam com o que parecia ser
sinceridade.
Respirei fundo, contei até dez e respirei fundo mais uma vez.
Se não tivesse acontecido aquilo, talvez eu não tivesse
terminado a noite de uma forma tão gostosa.
― Tá bom. Deixa pra lá.
― O que é isso?
― Ahn... Estou tentando escrever alguma música. ― Sorri
para ela. ― Agora que você chegou, quem sabe possa ser a minha
fonte de inspiração, enquanto Josh levanta a bunda e cai fora da
nossa frente?
― Tudo bem, tudo bem. Tio Josh caindo fora antes que ele
seja arremessado dentro da piscina.
― Melhor mesmo.
― Nos levar?
Ela me fitou como se dissesse “
Faleidemais”e apenas
sorriu. Bruce se aproximou de nós e meu coração se acelerou.
Imagens da noite quente que tivemos dias antes vieram a
minha cabeça e eu queria repetir tudo.
― Pizza? ADORO!
Ele usava uma camisa azul social e calça cor creme. Uma
verdadeira perdição.
Assenti e sorri.
― Sim, mas qual é o favor que precisa?
― Ótimo.
Bruce ainda me encarou por longos instantes. Seus olhos
presos em meus lábios.
É o terror de saber
Lauren
Revirei os olhos.
― É claro que não.
Arregalei os olhos.
― Tá maluco? ― gritei. ― Nós nunca nem ensaiamos juntos!
Olhei para Jessica e vi o quanto seus olhos já estavam
brilhando com aquela possibilidade.
― Issoé o de menos ― disse ele. ― As músicas são fáceis,
já conhecidas. Nós vamos conseguir!
Bruce
Trinta minutos.
Puta que o pariu. Só queria ir para casa.
~
Quando pousamos no aeroporto, meu motorista já estava me
esperando. E eu só queria deixar de ser idiota ao ponto de parecer
um adolescente querendo ir ver a namorada.
Lauren não era minha namorada. Nunca seria.
Mas eu queria vê-la.
― Bruce, será que você pode me levar em casa? ― Meredith
interrompeu meus pensamentos.
Porra.
Respirei fundo.
― Claro, levo sim.
Indiquei ao meu motorista o lugar onde íamos primeiro.
Conforme o carro seguia pela estrada, me sentia mais
ansioso. Uma sensação que há tempos eu não sentia.
Meredith suspirou.
― Espero que sim.
Silêncio.
Olhei para os lados e nem sinal de vida. Será que já estavam
dormindo?
― Harry? ― gritei.
Silêncio.
Subi as escadas apressado. Não era tão tarde, mas elas já
poderiam ter se recolhido.
― Era o quê????
Capítulo 24
Lauren
Ele sorriu.
― Tem coisas que já estão no sangue.
Que legal.
E eu estava feliz.
Feliz até demais.
Até que meus olhos recaíram sobre uma figura imponente
atrás daquelas pessoas animadas.
― Mas, papai...
― Bruce! ― Jessica gritou, mas ele não respondeu.
― Bruce, não aconteceu nada com ela! ― tentei falar, porém,
ele me olhou de uma maneira que eu só via a palavra “assassinato”
nas orbes escuras.
Ele se levantou e se aproximou de mim.
MUITO próximo.
Próximo até demais.
~
Depois daquele fiasco eu não tive ânimo para mais nada.
Harry pegou a Van e nos buscou no mesmo lugar onde descemos.
O clima estava horrível. Josh conversou com o cara e pediu
desculpas. Ele disse que tudo estava bem e que em outra
oportunidade nos chamariam de novo.
Entramos no carro e eu fui no banco carona, junto com
Jessica. Encostei a cabeça no vidro e pensei o quanto eu era idiota.
Estava fodida.
Lauren
Mas agora, eu via que aquilo era impossível. Ele disse com
todas as palavras o que achava de mim e, sequer, me deu tempo
para explicar o quanto estava arrependida. A raiva que culminava
seu peito não justificava o modo grosseiro com que me tratou.
Bruce me usou e me feriu e, aquilo, eu não poderia perdoar.
~
Antes de ir para o meu quarto, passei no de Jessica. Ela
estava deitada trocando mensagens com Brandon.
Jessica suspirou.
― Lauren, o Bruce está com raiva, mas isso vai passar. Você
não precisa se preocupar com ele, afinal,você é a minha convidada.
Saí da casa, sem saber para onde ir. Com o dinheiro que
Jessica me emprestou, daria para pagar algumas noites em um
hotel. Essa noite, pelo menos, teria que ser assim.
Bruce
Porra!
Engoli mais um pouco da bebida, ao pensar no quanto eu
estava atraído por Lauren. Era fácil acreditar no dom que eu possuía
de me atrair pelas pessoas erradas.
Ela traiu a sua confiança, Bruce.
Ela era a única coisa que importava. Carol era a minha vida.
Será que era tão difícil para Lauren entender isso?
Fechei os olhos e suspirei.
Anos antes
― Qual?
― Eu queria ser uma atriz famosa de Hollywood. ― Ela me
olhou e sorriu, os dentes perfeitos e bem alinhados. ― E queria
comprar a casa que era do Michael Jackson.
― Eu tenho uma casa gigantesca igual à do Michael Jackson
― sussurrei.
Loren suspirou.
― Chega! Não diga essa palavra, meu amor! Você não é isso
e eu realmente não me importo com o que meu pai fala!
― As coisas não funcionam assim, querido. ― Ela parou de
falar e engoliu em seco. ― Acho que deveríamos parar com isso.
Você deveria tocar a sua vida e esquecer que eu existo.
― Nunca! ― retruquei, furioso. ― Só vamos parar no dia em
que você disser que não me ama mais.
Loren engoliu o choro e balançou a cabeça negativamente.
Deitei a minha cabeça em seu colo e ela passou as mãos pelos
meus cabelos.
Eu tinha a certeza de que nós levaríamos aquilo até onde
nosso coração mandasse. E se fosse preciso, eu lutaria contra
todos para mantê-la comigo.
Eu a amava e não abriria mão do nosso relacionamento.
Capítulo 27
Lauren
Porra.
Eu o odiava, mas também queria que fizéssemos as pazes.
― Disse bem. Você só tinha essa... porque agora, vai ter que
ficar nua o dia todo.
Ver seu pau ereto, pronto para mim, me deixou com água na
boca.
Lauren
Filha da puta!
― Ahn, eu...
― Não precisa ficar vermelha, Lauren. ― Ela ergueu as
sobrancelhas. ― Esse homem é muito cheiroso para passar
despercebido.
Loren...
Ao ouvir o nome da mulher, aquele pedaço de banana
desceu lentamente pela minha garganta e eu pensei que morreria
sufocada. Arregalei os olhos e fiz força para que descesse logo.
― O que você disse? ― perguntei, atônita.
― Sobre a Loren? ― perguntou Danna, com a sobrancelha
arqueada. ― Lauren, você está bem?
Porra.
No momento certo eu confrontaria Bruce sobre aquela
história.
Só que se fosse verdade, céus, eu nem queria pensar em
quantas maneiras diferentes eu iria matá-lo.
― Estou bem sim ― respondi, por fim. ― Acho que vou para
o quarto descansar mais um pouco. A noite eu vou para o bar,
porque Bruce disse que o emprego está lá me esperando e depois
vou voltar para a casa dele. Ok?
Danna deu de ombros.
― Tudo bem, espero que dê certo desta vez.
Assenti e saí da cozinha o mais rápido que consegui. Segui
pelo corredor, com o único objetivo de me trancar no quarto e não
pensar que Bruce apenas me usou com o objetivo de se lembrar da
ex.
Bufei, irritada.
― Faz assim ― continuou ele. ― Vê se vai dar certo o
emprego lá com o Bruce, se der... Amanhã podemos tocar. Pode
ser?
― Pode, né, inútil ― falei. ― Então, avise a Jessica, por
favor.
― Pode deixar, minha rainha.
― Vá para o inferno ― falei e desliguei o telefone.
Engoli em seco.
Bruce se aproximou por trás e seus braços circundaram a
minha cintura. Respirei fundo,meu coração praticamente errando as
batidas e ele aproximou sua boca da minha orelha:
Bruce
― Filho da puta.
Abri um meio-sorriso.
Meu pau já estava duro e eu queria aliviá-lo, mas antes eu
queria chupar Lauren novamente. Quase fui à loucura quando ela
gozou na minha boca hoje mais cedo.
― Bruce!
― Isso, querida. Gema alto... não me importo que ouçam. Até
prefiro, assim eles saberão a quem você pertence.
Lauren
Ela sorriu.
― Sou a Lucy. ― Estendeu-me a mão e eu a apertei. ― O
chefe me disse que você vai começar hoje. Eu vou te ajudar nos
primeiros dias. Se bem que — Ela olhou ao redor ―, não tem
segredo para o que você precisa fazer.
Arqueei a sobrancelha.
Inferno.
Puxei minha mão. Bruce pegou o copo e engoliu de uma só
vez.
― Acho que já cumpriu com as suas obrigações por hoje. Vá
e assuma aquele microfone. Não aguento mais a voz dessa garota.
Isso é amor?
Talvez, algum dia
Eu sabia que “
Lauren e Bruce” era a piada mais ridícula que
a vida poderia nos pregar.
Lauren
― Vá se foder, Richard.
Collins olhou para mim e riu, depois virou as costas e se foi,
me deixando a sós com Bruce para lidar com toda aquela tensão.
As coisas já não estavam boas e o homem me olhava com uma
cara estranha. Como se estivesse decidindo se me odiava pouco ou
muito.
― Vou pegar as minhas coisas.
Fui passar por ele, quando senti sua mão agarrar o meu
braço. Olhei para ele, assustada.
― Está chovendo. Você vai embora comigo.
Fiquei tão entretida com a conversa de Richard que eu não
havia notado que estava chovendo. Olhei para as vidraças,
constatando que ele falava a verdade.
― Eu chamo um táxi... ― falei, não querendo dar o braço a
torcer. ― Boa noite, chefe ― provoquei, puxando meu braço de
volta.
Bruce
Anos antes
― Me perdoe.
I’m Withou
Y – Avril Lavigne
Bruce
Ela suspirou.
― Posso tentar, Lauren. Mas não prometo que vai ser assim.
Seu polegar desenhou o meu lábio.
― Você é tão bonito. Gosto do seu rosto, apesar de ele estar
fechado a maior parte do tempo.
― Talvez ― respondi.
― Olhe nos meus olhos, Bruce.
Fiz o que ela pediu e naqueles poucos segundos senti uma
conexão que nunca tinha sentido antes.
Lauren suspirou.
― Eu sou sua. Mesmo não querendo, mesmo lutando contra
isso.
― Você é, mesmo.
Fechei os olhos, ela subia e descia em um ritmo perfeito.
Nem muito rápido e nem muito lento. Lauren gemia. Ela adorava
estar no controle, eu sabia disso, por isso deixei que ela conduzisse
tudo.
Ela riu.
A desgraçada riu.
― Vamos lá, Bruce. Eu sei que você quer gozar que nem um
adolescente pervertido.
― Porra, Lauren.
Sua boceta úmida, quente e apertada estavam me levando a
beira do precipício.
Comecei estocando-a lentamente. Aumentei o meu ritmo,
assim como nossos gemidos aumentaram.
Lauren
Com isso, Collins nos reuniu em uma noite no bar e nos deu
a missão de nos prepararmos para uma pequena apresentação. Ele
queria ver como lidávamos como “banda” e essa era uma
oportunidade perfeita.
― Espero que sim... ― Meus dedos subiram pelo peitoral de
Bruce. ― Estamos nos esforçando muito.
― Sim.
― E Meredith não é paga para resolvê-los? ― Cruzei os
braços.
― Não mesmo.
― Bom, galera... vamos lá. Foco total ― falei, voltando-me a
eles. Passei a faixa da guitarra pelo pescoço e me aproximei do
microfone. ― Danna, mantenha um tom abaixo, ok?
― Ok.
Respirei fundo, tentando me concentrar no que realmente
precisava. Então, meu celular vibrou e eu o peguei para ver o que
era.
“Esteja em frente à mansão às 19h. Não aceitonão”
“ como
resposta.”
Jessica assobiou.
― Não sei porque caralhos vocês insistem em esconder as
coisas de mim ― ela disse, irritada. ― Mas, ok... eu sei que é tudo
muito complicado, mas eu vou te ajudar. ― Jess pulou da cama e foi
para o closet. ― Vamos ao shopping! Sei exatamente do que você
precisa!
Levantei-me e a segui.
Jessica assentiu.
― Ótimo. Espero que nenhum de vocês saia machucado
dessa história.
O táxi estacionou em frente à mansão e tivemos bastante
dificuldade de chegar até a entrada por causa das sacolas.
Bruce
Sorri.
Então vi uma mulher parada na calçada, com os longos
cabelos loiros caindo como cascatas em suas costas. Um vestido
preto que marcava seu corpo perfeito e saltos altos que ajudavam a
empinar sua bunda.
― Isso é um encontro?
Cocei a cabeça.
― Eu nunca tive um encontro ― desabafei. ― Acho que é
válido ter o primeiro encontro aos 35 anos.
Lauren riu.
― Nunca é tarde para se ter a “primeira vez”.
Dei um tapa em sua bunda.
― Você está linda, Lauren. Perfeita.
Lauren
Bruce riu.
― Não. Aqui é da culinária italiana.
― Hum, ainda bem.
Meus olhos deslizaram pelo cardápio, mas no final das
contas acabei pedindo o mesmo que Bruce. Era mais fácil assim.
Enquanto esperávamos, apoiei meu queixo no antebraço e o
observei. Ele era muito bonito e eu poderia ficar por horas
admirando-o.
Gememos juntos.
Apoiei as mãos no vidro e Bruce segurou minha cintura,
fodendo-me com força.
Era ela.
Mas eu não podia deixá-lo fazer isso. Não Bruce, não aquele
imbecil.
Bruce
Anos antes
Lauren
Oh céus.
― Genial ― rebati.
― Aqui é um dos locais onde mais as pessoas se suicidam
no mundo ― Bruce falou, virando-se para mim. Um arrepio
percorreu a minha espinha ao imaginar pessoas se jogando de lá.
― A queda dura em torno de 4 segundos e pode atingir em torno de
100km/h o que torna praticamente impossível continuar vivo.
― Que horror.
Respirei fundo.
― Você a ama.
Os olhos de Bruce brilharam de uma forma nada amigável.
― Como é?
― Mas e Meredith?
― Meredith é uma amiga e nada mais que isso ― disse,
encostando sua testa na minha. ― É você que eu quero assumir
perante a minha família como namorada.
Bruce
Ela sorriu.
Segurei seu tornozelo e o ergui, beijando lentamente a parte
de dentro de suas pernas. Fui subindo devagar, passando pelas
coxas, aproximando-me de sua boceta. Quando cheguei bem perto,
Lauren ofegou. Estava ansiosa por me ter ali.
― Ah, sim.
A informação me deu certo alívio, mas também me deixou um
pouco chateado.
Lauren
Pombinhos?
Carol riu.
― Meu futuro irmãozinho.
Após o jogo, Bruce nos levou até uma sala onde pudemos
conhecer os jogadores. Tiramos fotos e a estrela da partida
autografoua bola que Bruce pegou. Eles foramsimpáticos demais e
até nos deram outro ingresso para ver mais um jogo daquela
temporada.
Porra.
― Quem é essa mulher? ― Caroline perguntou, assustada.
― Nossa, o papai está com uma cara de bravo. Nós vamos deixar
eleaqui?
Bruce
Anos antes
Lauren
Apenas nós.
Apenas aquele momento.
Fechei os olhos.
Bruce acariciou a minha bunda e sem aviso prévio me
preencheu com seu pau. Soltei um grito que ele abafou com sua
mão na minha boca.
“Logo estarei aí. Mas já adianto que, pelo menos, uma parede
precisa ter caveiras. Beijos.”
Lauren
Dei de ombros.
― Já morei em coisa pior. ― Sentei-me na banqueta. ― E eu
não estou morando aqui, na verdade só vim... ahn, então,
desembucha logo, não tenho muito tempo.
― Não sei o que Bruce falou sobre mim, mas quero que
saiba que eu tive a infelicidade de ser separada da minha filha
quando ela nasceu.
― Olha, a primeira coisa que quero saber — a interrompi. ―
É por que caralhos você estava vestida como uma mendiga? E que
história é essa de ser separada da sua filha?
O que eu faria?
Julia assentiu.
― Ótimo, então, vamos nos falando ao telefone, ok?
Eu confiava?
Lauren
Nada de compras.
Ela bufou.
― O que houve?
~
O motorista nos deixou no prédio de quatro andares. De lá,
fomos direto a uma pequena sorveteria que Caroline adorava.
Sentamo-nos na mesinha e a observei enquanto ela se deliciava
naquela coisa gelada.
― Lauren, eu sei que você e o papai estão felizes ― ela
falou, de repente. ― Mas, se você sair para fazer turnês, vocês vão
terminar o namoro?
― Terminar o namoro? ― Eu não tinha pensado naquilo
ainda. ― Bem, não... Acho que não.
Bruce
― Posso vê-las?
A enfermeira sorriu.
― Sim, mas daqui a pouco. Estamos preparando-as primeiro.
― É perfeito.
― Puta que pariu! Vocês não têm carteira e nem idade para
dirigir! ― ralhei. ― De quem é esse carro?
― É do pai dele. Estou passando uns dias lá, caso você não
tenha percebido. Sem falar que Brandon tem dezessete anos.
A chuva cessou um pouco, o que facilitou a nossa vida.
Jessica abriu a porta do carro e entrou na parte de trás. Eu entrei ao
lado do carona e cumprimentei Brandon.
Lauren
― John.
Balancei a cabeça, nauseada com aquela história. Como
Loren pôde ser tão cretina?
Naquele momento, o amor que eu sentia por Bruce, triplicou
de tamanho, deixando de lado todos aqueles receios que eu senti
antes. Quem teria tanto amor por uma criança que nem era sua?
― Eu te admiro ― falei. ― Por cuidar da menina, mesmo
sabendo que ela não é sua filha.
― Ela é minha filha. ― Bruce se virou para mim, com
convicção. ― Desde o dia em que a peguei no colo. Caroline é a
minha vida, entende? ― Ele voltou a chorar. ― É por isso que eu
não sei o que vou fazer se algo acontecer a ela!
Levantei-me e fui até ele, mesmo sabendo que naquele
momento ele deveria me odiar e o abracei.
― Vai dar tudo certo! Nós vamos encontrá-la.
― Bruce sabe como lidar com aquela mulher. Vai ficar tudo
bem!
― Não, não vai! ― Balancei a cabeça. ― Eu estou sentindo
que algo vai dar errado!
Jessica podia confiar em Bruce e em toda a sua influência.
Mas eu não. Algo dentro de mim dizia que aquilo era uma missão
suicida. Loren era perigosa, era ardilosa. Aquela mulher destruíra a
única coisa boa que aconteceu na minha vida.
Bruce
Ele riu.
― Sua vadiazinha gosta mesmo de você. ― John puxou o
corpo de Lauren até uma cadeira. ― Podíamos ter fingido o
sequestro dela ao invés do da menininha, Loren.
Loren bufou.
― Será que Bruce está assim, tão apaixonado, que seria
capaz de tudo por ela?
Ela era uma maldita narcisista e apelar para o seu ego era a
melhor maneira de me vingar dela.
Muito dinheiro.
Por isso armaram todo aquele circo.
Lauren
Chorei, mais uma vez, porque aquilo tudo era culpa minha.
Se eu não tivesse sido idiota o suficiente para cair na história
daquela mulher, nada daquilo tinha acontecido. Se eu tivesse
forçado um pouco e tentado descobrir a verdade, talvez Bruce
tivesse se aberto.
Alisei o rosto dele com a ponta dos dedos, sabendo que seria
a coisa mais difícildo mundo viver sem aquele homem. Mas era o
melhor a se fazer. Ele precisava encontrar alguém que não o
colocasse mais em risco.
Agora que Loren e John estavam presos, Bruce tinha tudo
para continuar a sua vida e esquecer que um dia uma louca como
eu cruzou seu caminho.
Por isso, mesmo com as lágrimas descendo pelo meu rosto e
com meu coração aos pedaços, virei às costas e saí do quarto.
Eu não podia olhar para trás.
Capítulo 45
Lauren
― São Francisco.
― O quê?
Paralisei no mesmo instante ao ouvir o nome da cidade.
Lauren
― Um pouco. ― Sorri.
Ele se aproximou mais e ficou ao meu lado. Justin tinha os
cabelos claros, era um pouco mais alto que eu, musculoso e
cheirava muito bem.
― Gostei muito do som de vocês. Acredite em mim, vocês
têm um caminho de sucesso pela frente.
― Tomara. ― Sorri novamente e continuei observando a
paisagem à minha frente.
Justin tirou um maço de cigarros do bolso e o acendeu.
― Você fuma? ― perguntou.
― Não...
Justin assentiu.
― Eu o deixei.
Cruzei os braços, quando um vento frio passou por mim.
Ele riu.
― Não, não. Na verdade, eu sou casado há sete anos e amo
a minha esposa mais que tudo. Ela está grávida, por isso, não pôde
estar aqui esta noite. Sabe como são os enjoos, né.
― Ah, nossa! ― Respirei, aliviada. ― Você é casado, então.
Justin arqueou a sobrancelha.
― Lembro.
― Então, eu cuidei dela na época. Mas depois, ela escolheu
outra pessoa para fazer isso.
― Ah, sim.
Suspirei pesadamente e a mulher continuou com seu
trabalho. Era óbvio que Bruce não iria até ali. Ele, provavelmente,
tinha ido ao hotel na noite anterior apenas para...
Bem, eu não fazia a menor ideia do por que ele tinha ido até
lá.
Lauren
― Mas agora você tem algo pelo qual lutar ― Bruce falou,
com a voz ressentida.
― Mas nada daquilo vale a pena se você não estiver comigo.
― Me aproximei mais de Bruce, encarando-o. ― O brilho dos palcos
não vale a pena, se existir um buraco no meu coração.
Bruce fechou os olhos e eu me aproximei ainda mais.
Encostei meus dedos em seu rosto e o alisei depois de muito tempo
longe.
Ele beijou a minha boca com avidez, seu pau entrava e saia
da minha boceta com facilidade porque não havia como estar com
aquele homem e não ficar completamente molhada.
Bruce sorriu.
Puta merda.
Fodeu.
― Oi, Collins... ― falei, tentando soar calma.
― EU VOU TE MATAR, LAUREN SUA FILHA DA PUT
A!!!
Epílogo
Lauren
― Só você.
― Ai, meu Deus, que emoção! ― Ela sorriu. ― Eu vou te
ajudar com isso. Vamos.
Bruce
― Deseja mais alguma coisa? ― Levantei os olhos e
Meredith ainda estava parada, me encarando.
― Eu já perdoei, Meredith.
― Mas...
Aproximei-me dela e toquei seu ombro. Olhei no fundo de
seus olhos para ver se o que ela dizia era sincero.
― Issoque vou te dizer é algo óbvio, mas que às vezes não
praticamos. O passado deve ficarpara trás. Foi isso o que aprendi e
quero levar para o resto da minha vida.
Meredith assentiu.
― Além disso ― falei, dando de ombros. ― Os seus cafés
são os melhores. Mas não diga isso para as outras meninas, elas
podem ficar chateadas comigo.
Meredith sorriu e eu saí da sala, deixando-a para trás. Não
via a hora de chegar em casa e abraçar as duas pessoas mais
importantes da minha vida: Caroline e Lauren.
Casamento...
Eu sabia que ela não pensava nisso, muito menos,
demonstrava o desejo de entrar em uma igreja vestida de noiva.
Aquilo, definitivamente, não combinava com a sua
personalidade.
Eu queria pedi-la em casamento, mas não sabia como fazer e
nem por onde começar. Por isso, pedi a ajuda de Jessica, afinal,
elas eram tão próximas quanto se fossem irmãs de sangue.
Abri a porta e olhei para os lados, não havia ninguém. Fui até
a sala de visitas, também não havia ninguém.
Nem sinal de uma festa.
Meu sangue começou a ferver ao perceber que Jessica não
havia feito nada para a ocasião. Eu não queria uma festa de
aniversário, queria apenas a oportunidade de pedir Lauren em
casamento de uma maneira diferente.
Foi então que ao ler o que estava escrito, meu coração quase
parou. Li aquelas palavras mais uma vez, li de novo e de novo.
Não podia ser.
Pai... Papai...
Lauren me abraçou, mas eu ainda estava em choque. As
lágrimas desciam uma atrás da outra e eu não sabia o que falar.
With Me – Sum 41
Fim.
Recadinho da Autora
Site:
https://oliviamolinari.com.br
Instagram:
@oliviamolinarii
Twitter:
https://twitter.com/MolinariOlivia
E-mail:
autoraoliviamolinari@gmail.com
Wattpad:
https://www.wattpad.com/user/OllyMolinari
Skoob:
https://www.skoob.com.br/usuario/1256662