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A HISTÓRIA

DOS GÊNEROS
MUSICAIS

ANDERSON
PAIVA
A História dos Gêneros
Musicais
Anderson Paiva
Avisos Legais

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A História dos Gêneros Musicais - Anderson Paiva | 2


Sumário
Introdução ................................................................................ 4

O Chorinho ............................................................................... 5

A Bossa Nova........................................................................... 6

O Jazz ....................................................................................... 7

O Country.................................................................................. 8

O Blues ..................................................................................... 9

O Rock ....................................................................................10

A Música Clássica .................................................................13

Ópera ......................................................................................14

Tango .....................................................................................15

Conclusão ..............................................................................16

Sobre o Autor .........................................................................17

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Introdução

Os gêneros musicais são estilos ou tipos diferentes de


manifestação musical, que variam conforme a época e o
local onde são criados.

Podemos observar nos gêneros musicais e suas raízes,


a influência do ambiente com suas características. Fica
nítida a relação que existe, entre os instrumentos e a forma
de cantar, usados em determinados gêneros e o ambiente
onde eles foram criados. Cada gênero reflete as
características do lugar onde foi criado.

Primeiramente a temperatura do lugar, vai ter uma


influência muito grande na formação de um gênero
musical. A temperatura por sua vez, determinará que
instrumentos serão usados.

E esses fatores associados ao temperamento de


determinado povo, servem de fatores determinantes e
traçam o perfil do gênero musical.

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O Chorinho

Na nossa música por exemplo, temos como gênero


puramente brasileiro mais antigo, o Chorinho. Gênero
altamente sofisticado na técnica empregada e na sua parte
harmônica. Algo lindo demais!

Instrumentos como o bandolim, cavaquinho, flauta,


clarinete, pandeiro e o maior de todos, mesmo assim
totalmente portátil, o violão, mostram em que tipo de
ambiente esse gênero foi desenvolvido.

Um país tropical onde as pessoas passam muito tempo


na rua. Instrumentos totalmente portáteis foram usados em
sua criação. Cada músico leva seu instrumento. O grupo
pode variar o local, tanto de ensaio, como de apresentação.

O temperamento alegre, e a capacidade de


“malabarismo” ou habilidade de lidar com adversidades, a
“malandragem” do povo brasileiro, deu a esse gênero uma
atmosfera totalmente cheia de firulas, sobes e desces e
“brincadeiras” melódicas.

Coisa presente também no nosso futebol, o que faz


dele mais vitorioso é claro. Não há nada onde a
malandragem não seja mais importante do que a estratégia,
do que um jogo onde há uma bola a ser dominada com os
pés. Algo difícil para quem não tem “molejo”.

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A Bossa Nova

Ainda falando da nossa música, temos um exemplo


interessante de como o ambiente molda os gêneros. A tão
amada Bossa Nova.

Ela foi criada por músicos e intelectuais cariocas, que


se encontravam em apartamentos de Copacabana de
madrugada para tocar e conversar. Os apartamentos de
Copacabana se caracterizam por serem muitos e pequenos.
Qualquer som mais alto é vazado naturalmente. Imagina
então durante a madrugada! Daí a levada suave da Bossa
Nova e seu canto quase que falado ou sussurrado. Bem
baixinho. Para não acordar os vizinhos.

Desse fator também deriva o fato de o violão ter tanta


presença neste gênero, ele estava lá, durante todo o tempo
da sua formação, por ser totalmente portátil. Entre estes que
a criaram estavam o poeta Vinícius de Morais, o maestro
Tom Jobim e o cantor e violonista João Gilberto. A
“trindade” da Bossa.

Isso explica a erudição do gênero, com uma melodia


sofisticada, influenciada pelo Jazz e uma letra totalmente
poética. Mesmo assim continua sendo Samba, continua
sendo Brasileira.

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O Jazz

Diferentemente, o Jazz americano, outro gênero


simplesmente apaixonante, traz outros desdobramentos,
onde aparecem comumente um piano, uma bateria e
violoncelo, todos enormes. Além de instrumentos de sopro
da família dos metais. Saxofones, trompetes etc.

Todos Instrumentos característicos de um lugar


fechado, onde todos podem ficar confortavelmente tocando,
sem morrerem de calor e se molharem de suor. Isso é
possível, graças à temperatura baixa, no Norte dos Estados
Unidos.

Os músicos não podem carregar grande parte desses


instrumentos para cima e para baixo. Mais um motivo para
o local de ensaio e apresentação, não ser ao ar livre e nem
cada dia num lugar diferente.

O temperamento do americano, que diferentemente do


europeu, é mais dinâmico e impetuoso, obstinado e
empreendedor, menos conservador e mais inovador, deu ao
jazz a atmosfera que deu também o seu nome, que significa
literalmente “Improviso”.

Neste gênero, os solistas ficam livres para criarem


melodias instantaneamente, em cima das bases e é isso que
traz toda a mágica que o envolve.

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O Country

Ainda falando dos americanos, temos o velho


Country, pai do Blues e avô do Rock. A história desses três
gêneros é um exemplo muito interessante de como a origem
dos gêneros realmente está ligada ao modo de vida
daqueles que os criaram.

O Country é um reflexo da vida rural. Ele foi sendo


aprimorado durante os séculos de colonização no território
americano. Seu ritmo reproduz o som que o casco do cavalo
faz ao caminhar “Ptá, ptum, ptá, ptum, ptá, ptum...”.

Ao usar o violão, eles criaram um gênero que traduz


seu modo de vida. Geralmente em cima de um cavalo. E
como é envolvente esse ritmo! Transmite toda a alegria e
paz da vida no campo!

É claro que o piano, o banjo e o violino entraram


depois, mas tudo começou com o violão. O Country,
traduzido “País”, tem como subgênero o Folk, que significa
“Folclore”. Ambos os termos fazem alusão à identidade de
uma nação.

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O Blues

Os negros, escravos até então, foram ensinados a tocar


este gênero, para trabalhar em festas. Ao levar seus
instrumentos para a senzala à noite, eles podiam fazer algo
que refletisse mais a sua realidade.

Usando a mesma sequência harmônica do Country,


por sinal muito simples, na maior parte, três acordes
apenas, eles adaptaram para algo mais triste e profundo,
mudando apenas de acordes maiores, para menores, que
são mais melancólicos, eles criaram o Blues, que significa
“melancolia”.

Ao introduzir cantos de trabalho em lavouras numa


atmosfera sentimental, também embalada ao som do violão.
É claro que isso foi um processo. Quando o Blues estava
estabelecido mesmo como gênero, a escravidão já não
existia e ele foi ganhando espaço em “inferninhos”
frequentados apenas por negros.

Já nessa fase surge o mais legendário nome do Blues,


Robert Johnson. Que alcançou sucesso em todo o território
dos Estados Unidos após lançar um disco com suas tristes
canções ao violão e colocou o Blues nas paradas de sucesso
na década de 30.

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O Rock

Até que os brancos, à essa altura, não mais apenas


camponeses, mas agora já habitando as grandes cidades,
aos poucos perceberam a força desse gênero.

É claro que eles iriam adaptar aquilo também à sua


realidade. A tristeza deu lugar a algo mais agitado e
rebelde. Claro que também incluiriam tecnologia a isso,
com o advento dos instrumentos elétricos, como a guitarra,
surgia o bom e velho Rock And Roll. Mas com a mesma
linha harmônica dos seus ancestrais, o Country e o Blues.

Eu costumo dizer que dois personagens marcaram de


forma inigualável essa transição. Especialmente do Blues
para o Rock, na década de 50, Chuck Berry e Elvis Presley.
Chuck, o negro que passou a tocar guitarra como um
branco. E Elvis, o branco que cantava como um negro. E é
claro que ao decorrer das décadas, o Rock ganhou um
milhão de subgêneros, com as bandas que viriam a surgir,
mas foi assim que ele surgiu.

A primeira vez que ouvi essa história do Rock, fiquei


imediatamente apaixonado por esses três gêneros musicais.
Quem me contou foi o único professor de guitarra que tive.
Eu tinha uns 16 anos. E ele foi muito importante para mim.
Pois ele me ensinou não só a tocar um instrumento com
sentimento e criatividade, mas a entender que cada
instrumento tem o seu conceito, suas peculiaridades.

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Cada um tem seu gênero preferencial. Sua “casa”,
onde ele se sente à vontade e é sempre protagonista. Com a
guitarra, acontece isso em relação a esses três gêneros. Ela é
a majestade absoluta! Não divide isso com outro
instrumento, embora possa haver variações. Nos outros
gêneros, a guitarra é coadjuvante. Sempre passei essa ideia
aos meus alunos de guitarra.

Acho muito importante um instrumentista levar isso


em conta, e se tornar especialista nesses gêneros, de alguma
forma, seja o gênero qual for. Neste caso, a história da
guitarra, está atrelada a esses três gêneros. Mesmo que ela
não existisse na formação do Country e do Blues, apenas na
do Rock, o violão foi a base de tudo. E a guitarra na
verdade, é um violão elétrico.

Hoje, não tem como imaginar uma apresentação de


qualquer um desses gêneros, sem uma guitarra muito bem
tocada!

Ainda falando de como um instrumento é importante


para um gênero, precisamos citar como o violão é
importante na nossa música. Ele está presente como
protagonista harmônico no Chorinho, no Samba e na Bossa
nova. Sem falar nos gêneros que derivaram desses, a
Tropicália e a MPB.

Ainda podemos falar da música sertaneja de raiz, onde


o violão divide a cena com a viola caipira.

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A música brasileira em resumo, tem o violão como
protagonista em quase todos os gêneros. Isso deve motivar-
nos ainda mais a desenvolvemos alguma habilidade nesse
instrumento.

Por isso, meu método de violão visa o aprendizado de


modo simples e direto, para que o aluno não desista e fique
motivado. Isso é muito importante no início, quando ele
ainda não tem muita base para se manter firme no
propósito.

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A Música Clássica

Se formos falar da Música Clássica, é interessante


como ela carrega algumas características dos povos que a
desenvolveram. Sabemos que ela é europeia. E ela se
desenvolveu em um período de grande crescimento
cultural, patrocinado pelas realezas de muitos países.

Então, esse estilo musical, tem como caraterística


predominante a formalidade, pois era essa a música tocada
para os reis e rainhas. Isso fica evidente na vestimenta de
seus músicos, geralmente de gala e no fato de haver um
maestro regendo o espetáculo. Uma mensagem de que o
que está acontecendo ali é algo sério.

Toda a erudição e alta performance envolvida, se


justifica por este fator. Dela ter sido desenvolvida para a
apreciação de reis e pessoas de destaque e não do público
comum. O glamour e grandeza das orquestras e seus
espetáculos em teatros sofisticados nos dão essa forte
constatação.

Recentemente ficou nítido o esforço das organizações


envolvidas na produção deste gênero, de torná-lo cada vez
mais acessível para todos. Até porque, toda essa
formalidade, de forma alguma tira da Música Clássica, toda
a sua beleza, força e importância.

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Ópera

E falando de Música Clássica, podemos lembrar


também da Ópera. Amada por muitos e odiada por alguns,
que a acham entediante.

Bem, realmente algumas obras são muito extensas e


monótonas. Na verdade, se trata de um teatro cantado. Para
quem não entende a letra, pode ser torturante. Mas vamos
analisar o estilo em si.

A forma de cantar, de peito aberto, chamada de Canto


Lírico. Que país mais se destaca como criador desse estilo,
independente dele ser usado em Óperas ou não. É claro que
é a Itália. E como é o temperamento dos Italianos?

Sabemos que dos povos latinos da Europa, é o mais


alegre. Eles falam alto e gesticulam de forma enfática.
Gostam de festas e de grandes mesas repletas de comidas
onde se reúnem. Não são nenhum pouco contidos em seu
jeito de ser. O Canto Lírico tem tudo a ver com esse povo.

Essa expressão musical se apresenta como se estivesse


bradando aos quatro cantos da terra. Como se estivesse
chamando alguém que está no topo de uma colina. É muito
forte e emocionante. Quem não se emociona com Pavarotti?

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Tango

Falando dos nossos hermanos argentinos, temos um


exemplo aqui bem perto de nós. Eles desenvolveram um
gênero, que por sinal, um dos mais belos, que reflete muito
do seu povo.

O Tango, tem como característica, uma carga


dramática e ao mesmo tempo, virtuosa. Além de uma força,
o que talvez possamos chamar de garra. Todas
características desse povo, que tem na sua história muita
luta e heranças da cultura espanhola. Além de terem ficado
com o território mais frio da América do Sul. O que com
certeza deu um certo glamour ao tango.

O drama se revela na atmosfera do Tango. Ele sempre


traz uma aura dramática, nunca algo leve ou que tenha uma
alegria inocente. A harmonia se encarrega de trazer isso à
tona.

O virtuosismo fica claro nas melodias, violinos e


bandoneóns se revezam numa demonstração maravilhosa
de riqueza melódica.

E a garra, que esta música evoca, está no seu ritmo,


com certeza uma herança do Flamenco Espanhol, cheio de
“socos”, fortes marcações, paradas abruptas. Realmente, é
algo lindo demais.

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Conclusão

Bem, ainda teríamos muito a falar de como os gêneros,


ao redor do mundo refletem as características dos seus
criadores. Mas para isso eu teria que escrever outro livro.

Aqui, o objetivo é mostrar a profundidade da


influência da música. De como ela se mistura com as
histórias dos povos. E como ela está na nossa vida em geral,
no mundo que nos cerca e no nosso imaginário. E isso nos
faz entender melhor o que ela é.

Antes de ser uma ciência, pois pode ser estudada


como tal, ela é acima de tudo, uma manifestação cultural,
uma expressão de vida, que traz não só revelações a
respeito das características físicas, mas também emocionais
de determinado povo.

Isso nos leva à verdadeira essência da música. Ela está


na “nossa alma” (sentimento). Está no nosso corpo. No
planeta terra. Na natureza. Ela está na nossa imaginação.
Ela está em tudo!

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Sobre o Autor

Anderson Paiva toca desde os 15 anos e tem


experiência como músico e professor a mais de 20 anos.

Ao longo da sua experiência ensinando alunos a


tocarem violão, desenvolveu um método de aprendizado
simples, rápido e objetivo.

Sempre com foco na “tocabilidade”, ajuda os alunos a


desenvolverem uma relação de amizade com o
instrumento, sem ficarem presos a teoria musical, pois ela
pode ser desenvolvida aos poucos e com calma.

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