Você está na página 1de 93

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
BIOTECNOLOGIA/RENORBIO

Richelly da Costa Dantas Oliveira

Análise da exposição humana à radiação natural no


munícipio de Lajes Pintadas, Rio Grande do Norte,
Semiárido Brasileiro.

2021

Natal-RN
Richelly da Costa Dantas Oliveira

Análise da exposição humana à radiação natural no


munícipio de Lajes Pintadas, Rio Grande do Norte,
Semiárido Brasileiro.

Tese apresentada ao Curso de Doutorado em


Biotecnologia da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (RENORBIO), como parte dos
requisitos necessários à obtenção de título de Doutor.

Orientador: Profª Drª Viviane Souza do Amaral.

2021

Natal-RN
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Leopoldo Nelson - -Centro de Biociências - CB

Oliveira, Richelly da Costa Dantas.


Análise da exposição humana à radiação natural no munícipio de
Lajes Pintadas, Rio Grande do Norte, Semiárido Brasileiro /
Richelly da Costa Dantas Oliveira. - 2021.
92 f.: il.

Tese (doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do


Norte, Centro de Biociências, Programa de Pós-graduação em
Biotecnologia/RENORBIO. Natal/RN, 2021.
Orientadora: Profa. Dra. Viviane Souza do Amaral.

1. Radiação natural - Tese. 2. Chumbo ambiental - Tese. 3.


Semiárido brasileiro - Tese. I. Amaral, Viviane Souza do. II.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/BSCB CDU 66.085.5

Elaborado por KATIA REJANE DA SILVA - CRB-15/351


Richelly da Costa Dantas Oliveira

Tese apresentada ao Curso de Doutorado em Biotecnologia da Universidade Federal


do Rio Grande do Norte (RENORBIO), como parte dos requisitos necessários à
obtenção de título de Doutor.

Aprovado em:

_______________________________________________
Prof(a). Dr(a). Viviane Souza do Amaral
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (DDMA/UFRN)

______________________________________________
Prof. Dr. Julio Alejandro Navoni

________________________________________
Prof(a). Dr(a). Nataly Albuquerque dos Santos

_______________________________________________
Prof(a). Dr(a). Raquel Cordeiro Theodoro
_______________________________________________
Prof(a). Dr(a). Vanessa Becker
APRESENTAÇÃO

A Tese tem como título “Análise da exposição humana à radiação natural

no munícipio de Lajes Pintadas, Rio Grande do Norte, Semiárido Brasileiro.” e,

conforme regimento se encontra composta por uma Introdução geral (embasamento

teórico e revisão bibliográfica do conjunto da temática abordada, incluindo a

identificação do problema da Tese), uma Caracterização geral da Área de estudo,

Metodologia geral empregada para o conjunto da obra e por dois capítulos que

correspondem a artigos científicos; o primeiro capítulo/artigo tem como título: “Natural

radioactivity in Brazil: a systematic review”, e está publicado na Environmental

Science and Pollution Research; o segundo capítulo, “Avaliação da exposição a

chumbo e relação com determinantes de risco numa população do nordeste brasileiro”,

foi submetido à revista Human and Ecological Risk Assessment: An International

Journal. Todos os capítulos/artigos estão no formato do periódico ao qual está

aceito/publicado/submetido; os endereços dos sites onde constam as normas dos

periódicos estão destacados em cada capítulo/artigo.


AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, por me dar força e me guiar até aqui.

A minha orientadora a professora Viviane Souza do Amaral, e a toda equipe


que está envolvida nessa Tese.

A meus anjos, que partiram durante essa caminhada árdua e longa, Vovô
Rivaldo, Tia Rossana e Mainha (Terezinha da Costa Dantas), por me ajudar, apoiar e
partilhar esse sonho.

Ao meu pai, que sempre acreditou em mim.

Ao meu marido Damião Nascimento de Oliveira e meu filho Antônio Dantas


de Oliveira que ganhou vida e me deu Vida, fazendo eu seguir forte durante essa
jornada.

Por fim a todos meus amigos, sem vocês não sou nada. Obrigada por existirem.
RESUMO
Análise da exposição humana à radiação natural no município de Lajes
Pintadas, Rio Grande do Norte, Semiárido Brasileiro

O Brasil possui uma das maiores reservas mundial de urânio. No Semiárido Brasileiro,
especificamente no município de Lajes Pintadas/RN, existem afloramentos rochosos
com a presença de ionizantes naturais que liberam o gás radônio e,
consequentemente, o chumbo para o ambiente. Essa tese objetivou investigar a
presença de contaminantes naturais no Município de Lajes Pintadas/RN/Brasil e suas
implicações para populações avaliando seus efeitos nocivos por meio de ensaios
biológicos. Foram realizadas em 163 indivíduos, análises em células da mucosa oral,
utilizando o teste de micronúcleo com abordagem citoma (BMCyt) para visualizar e
comparar as possíveis alterações causadas pela exposição ao chumbo e radônio.
Nas residências escolhidas para o estudo, foi utilizado o método de emanometria
passiva, para quantificar radônio presente no ar, que chegou a níveis 30 vezes mais
elevados do que o considerado permissível pela Organização Mundial de Saúde,
porém um dos subprodutos, o chumbo, esteve dentro das recomendações nacionais
de qualidade. Níveis de exposição efetiva foram detectados abrangendo
concentrações de chumbo em sangue desde não detectável até 12 μg/dL. Com
relação as alterações nucleares a média da frequência de brotos nucleares foi de
0,163±0,352, apresentando um aumento significativo quando comparada à região
controle que foi de -0,0204±0,263; já com relação de células binucleadas observadas
(4,13±5,79) foi o dobro da observada na região controle (0,234±4.29), tais parâmetros
podem indicar ocorrência de amplificação gênica, assim como sugere alterações no
processo de citocinese durante a divisão celular. Porém, não foi estabelecida uma
resposta significativa com relação aos dados da frequência de micronúcleos dos
expostos (0,200±0,671) em comparação ao grupo controle (0,00870±0,191). Sendo
assim, o nível de exposição do chumbo à população mostrou não influenciar em seu
estado de saúde, fato este, que precisa ser aprofundado em pesquisas, tanto para
averiguar a origem geogênica do chumbo, quanto para exposição dos subprodutos
do urânio à população.

Palavras-chave: Radiação Natural; Chumbo Ambiental; Semiárido Brasileiro.


ABSTRACT

Analysis of human exposure to natural radiation in the municipality of


Lajes Pintadas, Rio Grande do Norte, Brazilian semiarid

Brazil has one of the largest uranium reserves in the world. In the Brazilian Semiarid
region, specifically in the municipality of Lajes Pintadas / RN, there are rocky outcrops
with the presence of natural ionizers that release radon gas and, consequently, lead
to the environment. This thesis aimed to investigate the presence of natural
contaminants in the municipality of Lajes Pintadas / RN / Brazil and their responses to
assess their harmful effects through biological tests. From 163 individuals, analyzes
were performed on cells of the oral mucosa, using the micronucleus test with cytoma
approach (BMCyt) to visualize and compare possible changes caused by exposure to
lead and radon. In the homes chosen for the study, the passive emanometry method
was used to quantify radon present in the air, which reached levels 30 times higher
than those considered permissible by the World Health Organization, but one of the
by-products, lead, was within the national quality recommendations. Effective
exposure levels were detected covering the blood lead category from undetectable to
12 μg/dL. Regarding dangerous changes, the mean frequency of toxic shoots was
0.023±0.302, showing an increase when the mean control frequency was -
0.024±0.262; Regarding the binucleated cells, it was observed (4.13±5.79) twice that
observed in the control region (0.234±4.29), the parameters may indicate the
occurrence of gene amplification, as well as suggest alterations during the cytokine
process during cell division. However, a significant response was not established
regarding the data on the frequency of micronuclei of the exposed (0.200±0.671)
compared to the group (0.00870±0.191). Thus, the level of exposure of lead to the
population disclosed is not transmitted in their health status, a fact that needs to be
furthered in research, both to ascertain the geogenic origin of lead, as well as the
exposure of uranium by-products to the population.

Keywords: Natural Radiation; Environmental Lead; Brazilian Semiarid Region.


LISTA DE FIGURAS

Tese: Análise da exposição humana à radiação natural no


munícipio de Lajes Pintadas, Rio Grande do Norte, Semiárido
Brasileiro.

Figura 1. Esquema de decaimento do Urânio 14

Figura 2. Adaptação de Thomas et al., 2009, com a representação 19


esquemática dos vários tipos de células visualizadas no teste de
citoma- BMCyt.

Figura 3. Localização do município de Lajes Pintadas, Rio Grande do 27


Norte, Brasil

Figura 4. A. E-perm fechado e aberto; B. AlphaGard C e D: 30


Espectrômetro de radiação gama, TerraPlus.

Figura 5. À direita coleta de mucosa oral, à esquerda preparação das 33


lâminas em laboratório.

Capítulo 1. A review of studies on natural radioactivity in Brazil.

Figura 1: Fig. 1 Uranium decay scheme representing the atomic 46


mass, the element symbol, its half-life and the type of ionizing particle
emitted.

Figura 2: Research selection algorithm applied in selecting the 48


scientific information included in this work.

Figura 3: Geographic distribution of the states where radioactivity 48


studies have been performed in Brazil.

Capítulo 2: Avaliação da exposição a chumbo e relação com


determinantes de risco numa população do nordeste brasileiro.

Figura 1. Frequência média de Brotos Nucleares em (A); de células 74


binucleadas em (B) e de micronúcleos em (C) observadas nas células
da mucosa oral de residentes de Lajes Pintadas e Natal (grupo
controle). * representa diferença estatisticamente significante (valor p
< 0,05) de acordo com o Modelo Linear Generalizado.
LISTA DE TABELAS

Tese: Análise da exposição humana à radiação natural no


munícipio de Lajes Pintadas, Rio Grande do Norte, Semiárido
Brasileiro.

Capítulo 1. A review of studies on natural radioactivity in Brazil.

Tabela 1 – Radionuclides and radioactivity levels in soil, sand, 49-50


sediment and rocks from different Brazilian regions

Tabela 2 – Radionuclides and radioactivity levels in water samples 51-52


from different Brazilian areas

Tabela 3 – Air radioactivity levels from different Brazilian areas 53

Tabela 4 – Air radioactivity levels from different Brazilian areas 54

Capítulo 2: Avaliação da exposição a chumbo e relação com


determinantes de risco numa população do nordeste brasileiro.

Tabela 1 – Dados sociodemográficos e necessidades básicas 69-70


insatisfeitas da amostra populacional estudada em Lajes Pintadas,
Brasil.

Tabela 2 – Valores sanguíneos de chumbo e zinco-protoporfirina dos 71


indivíduos de Lajes Pintadas, Brasil.

Tabela 3 – Quantidade de chumbo e zinco-protoporfirina (ZPP) no 72-73


sangue dos residentes de Lajes Pintadas em função de variáveis
demográficas e fatores de risco associados à exposição.

Tabela 4 – Biomarcadores de genotoxicidade em função do estilo de 74-75


vida dos residentes de Lajes Pintadas, Brasil.
SUMÁRIO

1.0 Introdução Geral 14

1.1 Radioatividade natural 17

1.2 Radioatividade natural x meio ambiente 18

1.3 Radioatividade natural x saúde humana. 21

1.4 Estado da arte 23

1.4.1 Trabalhos anteriores na área do município de Lajes 23


Pintadas

1.4.2 Trabalhos que utilizaram radioatividade natural como 25


problemática na saúde humana no Rio Grande do Norte-
semiárido brasileiro
1.5 Objetivo geral 26

1.6 Objetivos específicos 27

2.0 Material e métodos 28

2.1 Delimitação e caracterização da área de estudo 28

2.2 Métodos e técnicas 28

2.2.1 Obtenção e coleta das amostras 28

2.2.1.1 Grupo amostral 29

2.2.1.2 Aplicação de questionário social 29

2.2.1.3 Coleta de material biológico 30

2.2.1.4 Quantificação do radônio e radiação gama em ar. 30

2.2.1.5 Quantificação de chumbo e zinco protoporfirina em 31


sangue.
2.2.1.6 Chumbo ambiental 32

2.2.1.7 Teste de Citoma- BMCyt 33

2.2.1.8 Análise estatística 34

3.0 Referências 35

4.0 Resultados da Tese 44

Capítulo 1. A review of studies on natural radioactivity in Brazil. 44

Capítulo 2. Avaliação do efeito à exposição ao chumbo e radônio 62


sobre a frequência de MN numa população do nordeste brasileiro

5.0 Considerações Finais 89

Anexo I - Questionário pessoal 90

Anexo II -Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) 93


13

1.0 Introdução

O Brasil possui uma das maiores reservas de urânio, sendo a sétima


maior do mundo. As jazidas estão localizadas em Itataia (CE), Espinharas (PB),
Amorinópolis (GO), Lagoa Real (BA), Quadrilátero Ferrífero (MG), Poços de
Caldas (MG), Figueira (PR) sendo estimadas em 309.370 toneladas de urânio,
estando atrás dos Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Rússia, Cazaquistão
e Austrália, os quais juntos possuem uma reserva com cerca de 1.462.000
toneladas. (BRASIL, 2017).
Na década de 50, no Brasil foi iniciado estudos para estimar o potencial
radioativo destas reservas dentro do território; ainda nesse momento da história,
foi fundada a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que ampliou o
desenvolvimento de novas tecnologias, para que nos dias atuais fosse possível
ocorrer o enriquecimento desse metal, sendo assim utilizado como combustíveis
nas usinas nucleares brasileiras, podendo ser exportar o excedente, função hoje
das Indústrias Nucleares Brasileiras – INB. (MINISTÉRIO DE MINAS E
ENERGIA, 2005).
O urânio (U) é o elemento químico mais pesado de ocorrência natural,
têm uma meia vida de 4,5 bilhões de anos, esse por sua vez, sofre rompimento
de seu núcleo, em razão de sua instabilidade atômica, em um processo
denominado decaimento radioativo. (IARC, 2001; CHAUDHRY, 2008; PETTA &
CAMPOS, 2013; MANOJ et al., 2020).
Pertencente à família dos actinídeos, representado na tabela periódica
pelo símbolo U, o Urânio, possui massa atômica de 238 e número atômico de
92, o elemento com o núcleo atômico mais pesado existente na natureza, em
temperatura ambiente, é encontrado na forma sólida, na maioria das vezes
associados com minerais, como é o caso de pegmatitos, que são rochas ígneas
encontradas em todo planeta terra. (ROBERTSON et al., 2013; SEMENOVA et
al., 2020)

Na busca da estabilidade, o Urânio-238, libera partículas alfas decai à


Tório-234, que por sua vez, possui uma meia vida de 24,6 dias, liberando
partícula beta dando origem ao Protactínio-234, com meia vida de 1,4 minutos,
na sequência também libera partículas beta, origina o isótopo Urânio-234, com
meia vida de 270.000 de anos, que libera partículas alfas e dá origem ao Tório-
14

230 com meia vida de 83.000 de anos, ao Rádio-226, 1.600 anos, ao Radônio-
222, 3,8 dias, Polônio-218 (meia vida de 3 minutos) , Chumbo-214( meia vida de
26,8 minutos) que libera partículas betas dando origem ao Bismurto-214 (meia
vida de 19,7 minutos) e Polonio-234 (meia vida de 150 microssegundos),
liberando partícula alfa, dando origem ao Chumbo-210 (meia vida de 22 anos),
que libera partículas betas para originar o Bismurto-210 (meia vida de 5 dias), e
Polônio-210, com 134,8 dias de meia vida, até liberar por último partícula alfa e
chegar ao Chumbo-206 agora estável, como mostrado na Figura 1(CNEN, 2015;
TAYLOR et al., 2001; ATSDR, 2007; ATSDR, 2012).

Fonte: Elaborada pelo autor

Figura 1- Decaimento do Urânio-238 ao Chumbo-206

Com esse longo período de decaimento, o urânio é utilizado para datar


todo material abiótico no planeta Terra, já que a técnica do carbono 14, só poderá
ser utilizada para avaliação de matéria orgânica, com datação máxima de 5.730
anos, pois esse é o tempo da meia vida do composto (BLEISE et al., 2003;
PETTA & CAMPOS, 2013; RAGE et al., 2020).

Em geral, esse metal encontra-se disponível no interior da crosta terrestre,


no entanto, processos naturais e antrópicos contribuem para a sua redistribuição
em todo o meio ambiente. Por se tratar de um metal radioativo, o urânio possui
uma estrutura atômica instável que o faz se desintegrar em uma série de
15

subprodutos com radiação e toxicidade variada (VAN DAM et al., 2016; BIGALKE
et al., 2016)
Sabe-se que o urânio é retido no organismo humano principalmente nas
estruturas ósseas. Alguns estudos mostram que sua distribuição no esqueleto é
bem uniforme, sendo assim, a UNSCEAR (2011), estima que 70% da quantidade
de 238U no corpo estão localizados nos ossos. Além dessa deposição, é um
metal nefrotóxico, ou seja, age diretamente no processo de filtração do sangue,
para a formação da urina, interferindo no funcionamento normal dos rins. Já a
absorção de urânio via intestino é pequena, somente uma percentagem entrará
em contato com a corrente sanguínea (HARLEY, 1990; ICRP, 1993; KREUZER
et al., 2017).
Entretanto, no processo de decaimento do urânio, o subproduto de maior
relevância como problemática de saúde pública é o radônio (ATSDR 2012, WHO,
2014). Esse elemento químico é encontrado no estado gasoso, sendo inodoro,
incoloro e insipido. Portanto, sua presença torna-se imperceptível aos seres
vivos (WHO, 2009; 2014).
Para a Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer-IARC (2001),
baseada em informações sobre quaisquer aspectos que sejam significantes,
como a patologia de um tumor, fatores genéticos, metabolismo e toxicologia de
algum agente é possível dividi-los em grupos como relação ao seu poder nocivo
em relação a carcinogenicidade. São então divididos em: Grupo 1: O agente é
carcinogênico a humanos; Grupo 2A; O agente provavelmente é carcinogênico
a humanos; Grupo 2B: O agente é possivelmente carcinogênico a humanos;
Grupo 3: O agente não é classificado como carcinogênico a humanos; Grupo 4:
O agente provavelmente não é carcinogênico.
Populações localizadas em áreas geologicamente ricas em urânio estão
potencialmente afetadas como consequência da exposição ao radônio. Segundo
o Comitê Cientifico das Nações Unidas para ao Efeitos da Radiação Atômica, é
a primeira fonte de exposição à radiação natural (UNSCEAR, 2011). A agência
internacional de pesquisa do câncer (IARC) tem catalogado o radônio como
carcinógeno humano dentro do grupo 1 (WHO, 2009). Na atualidade estima-se
que o radônio é o causador de 3 a 14% de todos os cânceres de pulmão
provocando, só nos EUA, mais de 21000 mortes anuais (WHO, 2014). Além da
exposição por via inalatória e por consequente risco associado de desenvolver
16

câncer de pulmão, na atualidade tem se associado ao consumo de água com


altos níveis de radônio a ocorrência de câncer no trato gastrointestinal (ICRP,
1993; MALANCA et al. 1995; ZAMBONI, 2003; WHO, 2011).
No Semiárido Brasileiro, especificamente no município de Lajes
Pintadas/RN, existem afloramentos rochosos associados a presença de urânio,
onde, por consequência, ocorre a liberação de seus subprodutos, no caso o gás
radônio e o chumbo, para o ambiente (MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA,
2005).
Diante do exposto, o processo de decaimento do urânio, presente
naturalmente em rochas, torna-se uma preocupação no âmbito toxicológico
devido aos diferentes efeitos em consequência da contaminação por radônio e
chumbo.

1.1 Radioatividade Natural


Radioatividade é a capacidade que alguns elementos químicos instáveis
possuem de emitir energia, denominada radiação, sendo elas classificadas como
energia não ionizante e ionizante (U.S. National Academy of Sciences, 2006).

A radiação não ionizante, não possui energia suficiente para ionizar as


partículas com as quais interage, que é o caso da corrente elétrica, da luz visível,
entre muitas outras, sendo essas consideradas pouco ofensivas aos
organismos. Já a radiação ionizante é composta por ondas eletromagnéticas
com alta energia nuclear, capazes de ionizar moléculas, são exemplos, raios-x,
raios alfa, beta e gama (IPEN, 2002; TETTEY-LARBI et al. 2013).

A radiação ionizante tem poder penetrante, que varia de acordo com a


quantidade de energia emitida pelas partículas. As partículas alfas, apresentam
carga positiva, carregadas por dois prótons e dois nêutrons, apesar de ser a mais
energética, é a mais lenta, perdendo significativamente sua energia ao
atravessar a matéria, tornando-a assim a de menor poder de penetração.
(BANNING & BENFER, 2017)

As partículas betas, apresentam carga negativa, e massa zero, atingindo


assim alta velocidade, têm menor poder energético, porém alta penetração, já
as partículas gama, não possuem carga elétrica, tendo assim pequeno poder de
17

ionização, porém conseguem se propagar com a velocidade da luz, sendo assim


as de maior poder de penetração. As partículas alfa, beta e gama, se diferenciam
principalmente de acordo com a energia emitida pelo seu núcleo, tendo assim
distintos poderes de penetração e danos na matéria. (OLIVEIRA ET AL., 2001;
IPEN, 2002).

Existem duas fontes primordiais de energia radioativa ionizante, as de


origem artificiais, que na atualidade são muito exploradas, como é o caso da
energia nuclear, utilizada para produção energética, ou também para finalidade
médica, para tratamento de tumores por exemplo (WHO, 1959; UNSCEAR,
2013). A segunda fonte é de origem natural, que possui três principais cadeias,
a série do actínio, a do tório, e a do urânio.

1.2 Radioatividade natural x meio ambiente

A população humana intensificou a preocupação com o meio ambiente a


partir da década de 60, sendo que o primeiro ponto abordado foram os índices
de poluição exibido em um panorama mundial. O “Relatório do Clube de Roma”,
foi o primeiro documento, que demonstrou a real preocupação sobre como as
ações antrópicas estariam afetando as gerações presentes e futuras. Porém,
esse documento abrange os países industrializados, deixando com isso de
contemplar os países em desenvolvimento (AMINI, 2011; UNITED NATIONS
DEVELOPMENT PROGRAMME, 2006).

Várias reuniões, tratados e acordos internacionais, ao longo dos anos,


trouxeram a preocupação da poluição do meio ambiente apenas no âmbito
antrópico (AMINI, 2011; EGBINOLA & AMANAMBU, 2014). Essa ideia, vem
sendo modificada pelas pesquisas de radiação natural no mundo. Mesmo que a
radiação não seja antrópica, sabe-se que ela está presente na crosta terrestre,
sendo denominada de radiação de fundo, que pode causar efeitos deletérios no
meio ambiente de curta e/ou longa duração.

Essas contaminações ocorrem em efeito cumulativo, por exemplo, a


vegetação que está em contato com o solo, rico em radiação natural, entrará em
contato com o animal que a ingerir, esse animal entrará em contato com o
18

contaminante através da água e o ar, onde também estão presentes. Dessa


forma esse impacto ambiental torna-se significativo para a perda da homeostase
natural, mesmo que a contaminação seja invisível (JAYARATNE et al, 2011).

Acidentes radiológicos são descritos no mundo inteiro. Um marco


histórico, relacionado a este fato, aconteceu em Chernobyl, na cidade de Pripyat,
antiga União Soviética, em 1986, no dia 26 de abril. Estudos ao longo dos anos,
monitoraram os efeitos da radiação ionizante nos seres vivos, o resultado, é que
até os dias atuais, a cidade não é habitada por pessoas, sendo considerada uma
cidade fantasma, a radiação aérea vem diminuindo desde o acidente, porém
ainda é considerada muito alta pela organização mundial de saúde (DUPUY,
2007). Outros acidentes como o da usina de Fukushima, no Japão, em 2011, e
ao acidente de Césio-137 em Goiânia no Brasil, em 1987, são utilizados como
referência para o estudo de uma população exposta a radiação (SUGUIMOTO,
CASTILHO, 2014; EVANGELIOU ET AL, 2016).

Um termo muito presente na atualidade das academias é a


genotoxicidade que por meio de testes biológicos, avalia agentes em sua
capacidade para causar dano ao material genético (TURKEZ, et al., 2017).

Uma forma de acompanhar a contaminação e a exposição seria o


biomonitoramento, que pode ser realizado por meio de testes genotóxicos, como
o teste de mutagenicidade do micronúcleo (MN), descrito por Fenech et al. (1999,
2011), que também pode ser realizado em plantas, como referenciado por Ma
(1979, 1994;MARCON et al., 2017), em peixes (CARRASCO et al., 1990; ÇAVAS
& ERGENE-GUZUKARA, 2005; MARCON et al., 2010; BARBOSA et al., 2010;
CHAVES et al., 2016), como biomarcadores ambientais Esse teste tem como
finalidade estudar os efeitos cromossômicos em determinada espécie exposta
ao contaminante; consiste em averiguar a presença de micronúcleos que são
pequenas massas nucleares de material genético, delimitadas por membranas,
porém menores que o núcleo principal considerados, assim, alterações
nucleares. Esses são formados por fragmentos cromossômicos ou
cromossomos inteiros, que foram separados do núcleo principal, no momento da
divisão celular, sendo um biomarcador de danos ao material genético (FENECH
et al., 2011).
19

O teste de micronúcleo pode ser utilizado para avaliar uma população,


sobre os possíveis efeitos genotóxicos, derivados da exposição ao chumbo e a
radiação natural. A abordagem citoma do teste de micronúcleo em células
esfoliadas da mucosa bucal (BMCyt) é uma técnica minimamente invasiva e
relativamente simples que permite analisar diversos parâmetros toxicológicos,
como: a frequência de micronúcleo (biomarcador de quebra ou perda
cromossômica, como resultado de fragmentos de DNA ou cromossomos inteiros
que ficaram perdidos durante a mitose na divisão celular), brotos nucleares
(indicativo de amplificação gênica), células binucleadas (originadas por defeitos
na citocinese), assim como várias formas de morte celular representadas pela
cromatina condensada, cariorréxis, picnólise e cariólise, como observado na
figura 2. (THOMAS et al., 2009).

Figura 2: Adaptação de Thomas et al., 2009, com a representação esquemática dos vários tipos
de células visualizadas na abordagem citoma do teste BMCyt.

Ensaios ecotoxicológicos também são bastante utilizados para avaliar a


sensibilidade relativa de organismos aquáticos, estimando assim os impactos
reais na mortalidade e reprodução de seres vivos, provocados por vários tipos
de contaminantes (KUHL et al., 2010; MAGER et al., 2011).
20

Algumas espécies são comumente utilizadas na comunidade cientifica,


por exemplo, em corpos de água lênticos, o microcrustáceo da espécie
Ceriodaphinia dúbia é amplamente utilizado, para avaliar tanto os efeitos
imediatos, chamados de agudo, que reflete diretamente na mortalidade desses
animais, quanto os efeitos crônicos, que são de média a longa duração, como a
taxa reprodutiva (RODGHER et al., 2008; KÜHL et al., 2010).

O fato é que um meio ambiente saudável, reflete diretamente na melhor


qualidade de vida de todos que estão inseridos nele. Para que os problemas
sejam detectados, e posteriormente resolvidos, é necessário monitoramento
frequente e contínuo das comunidades biológicas que os cercam.

1.3 Radioatividade natural x saúde humana

Atualmente, uma das preocupações derivadas da contínua interação do


homem com o meio ambiente é a exposição do mesmo à radiação, sendo dessa
81% atribuída à radiação natural, e os outros 19% oriundas de fontes artificiais
(MAZZILLI et al., 2002; INCA, 2019). Observamos na literatura atual várias
pesquisas relacionadas a radiação ionizante e a saúde humana, sendo natural
ou não.

A radiação ionizante é capaz de agir diretamente quebrando estruturas


celulares em nível atômico. Agem também, espécies químicas reativas, as quais
por sua vez, podem danificar proteínas, lipídios e ácidos nucléicos. Portanto,
estas ações em conjunto provocam alterações bioquímicas que iniciam uma
série de cascatas de sinalizações moleculares a fim de remediar esses danos,
podendo levar a alterações fisiológicas permanentes ou mesmo à morte celular
(AZZAM et al, 2012; INCA, 2019). Devido a este mecanismo de ação nos tecidos
vivos, vários estudos in vitro, in vivo e epidemiológicos nos fornecem fortes
evidências de associação entre a exposição à radiação ionizante e o aumento
no risco de desenvolver câncer (CHAUDHRY, 2008; BARBOSA-LORENZO,
2017; LENG et al, 2013, CHAVES et al., 2016), sendo também associada, ao
desenvolvimento de outras doenças degenerativas, como esclerose múltipla
(GROVES-KIRKBY et al, 2006; UNSCEAR, 2011).
21

Diante das caraterísticas do gás radônio, é de se imaginar que, por liberar


esse tipo de partícula, com baixo poder de penetração, não cause risco a
população, porém não é isso que ocorre, já que, como é um gás, rapidamente
entra em contato com o organismo, seja por meio de inalação ou ingestão. O
sistema mais susceptível é o respiratório, mas a ingestão de alimentos ou água
contaminada com esse gás possibilita o contato direto com o sistema
gastrointestinal (ICRP, 1993; ZAMBONI, 2003; MALANCA et al. 1995). Segundo
a organização mundial de saúde, a exposição ao radônio do ar, não pode
ultrapassar 100 Bq/m3, já em água, não se deve ultrapassar 11,1 Bq/L (WHO,
2009; ATSDR, 2007, UNSCEAR, 2011); a exposição a altas doses, relacionada
ao tempo, pode causar graves efeitos na saúde humana, já que a radioatividade
tem a capacidade de alterar o ciclo celular, fazendo com que as células cresçam
desordenadamente, contribuindo com a formação de tumores (SAMET, 2011).

Outro subproduto do Urânio, de bastante preocupação médica é o


chumbo. Esse por sua vez, é descrito como um provável agente carcinogênico
do grupo 2B (IARC,1988). A exposição ao chumbo pode ter outras implicações
na saúde da população, destacando os efeitos observados em crianças tais
como, alterações no sistema nervoso, alterações nas funções cognitivas,
distúrbios de comportamento, entre outros (GILLIS et al., 2012).

Apesar da posição que o Brasil ocupa no rank mundial em jazidas de


urânio, poucos são os estudos relacionados a medição de radiação natural no
Brasil, e em geral, não tratam das consequências epidemiológicas evidentes, da
radiação natural e a saúde humana.

O chumbo (Pb), um dos subprodutos do urânio, é um metal pesado


naturalmente presente na crosta terrestre na forma de compostos com outros
elementos químicos, e está entre os seis poluentes mais tóxicos que ameaçam
a saúde humana (ANDRADE et al, 2015). Devido à sua longa meia-vida, as
emissões antigas de Pb persistem no solo, água e ar, mesmo que muitos países
já tenham diminuído sua utilização em alguns produtos, como nas tintas
(ANDRADE et al, 2015). Logo, este metal permanece sendo uma importante
questão de saúde pública especialmente em países em desenvolvimento como
o Brasil, onde presença de fatores favoráveis à contaminação por metais
22

pesados, como a baixa qualidade hídrica, ainda é uma realidade (MARCON et


al, 2010; GARCIA et al, 2011).

Níveis elevados de Pb no sangue de indivíduos expostos a este metal


pode acarretar uma série de efeitos adversos, dentre eles a inibição de enzimas
envolvidas na síntese do heme, como a ferroquelatase. A inibição desta enzima
resulta na substituição do ferro pelo zinco no anel de protoporfirina nos
eritrócitos, formando a zinco-protoporfirina (ZPP) (FLORA et al, 2012).

Logo, quando há intoxicação por Pb, as concentrações de ZPP no sangue


se elevam e são consideradas uma medida útil no monitoramento de exposição
crônica ao Pb (FLORA et al, 2012).

1.4 Estado da arte


1.4.1Trabalhos anteriores realizados no município de Lajes Pintadas

A província pegmatítica da Borborema (PPB) está localizada entre os


estados do Rio Grande do Norte (RN) e Paraíba (PB), nordeste brasileiro e trata-
se de uma região de clima quente, conhecida como semiárido, já que a
precipitação pluviométrica é escassa e mal distribuída (JARDIM DE SÁ, 1994;
BRITO NEVES et al. 2000). Com relação aos aspectos geológicos a província é
constituída por um mosaico de faixas dobradas e maciços graníticos-gnássico-
magmáticos com estrutura geral em forma de leque. De acordo com Campos
et al. (2013a), essa província apresenta uma quantidade significativa de corpos
pegmatíticos (por volta de 2.500), distribuídos em uma área de
aproximadamente 6.000 km2.

Os pegmatitos apresentam índices radioativos tanto devido ao urânio


disperso nas malhas cristalinas de diferentes minerais, como por exemplo,
turmalina e quartzo, como pela presença de minerais primários e secundários de
urânio, como afirma Rao et al. (2004). Esse município também se destaca por
apresentar a valiosa gema de águas marinhas, perdendo em produção dentro
do estado do Rio Grande do Norte apenas para o município de Tenente Ananias
(SARMENTO & SOUSA, 2009).

Como enfatizado por Campos et al. (2013a), o município de Lajes


Pintadas, pertencente ao estado do Rio Grande do Norte, localizado no extremo
23

norte da Província Pegmatítica da Borborema, apresenta alto índice de radiação


natural, principalmente gás radônio. O Rn produzido nas rochas e solo, difunde-
se através do próprio solo e ou por lençóis freáticos até a superfície da crosta
terrestre, tem meia vida de aproximadamente 3,8 dias, e segundo Petta e
Campos (2013), possui configuração eletrônica estável, pouco poder de
penetração, porém quando inalado deposita-se nos pulmões podendo causar
lesões de diversos gêneros e graus.

A presença de minerais radioativos em solo, formam áreas de elevado


nível de radiação, o que atualmente despertam o interesse científico. Essas
áreas de concentração fornecem dados para a investigação dos efeitos das
radiações em seres vivos, em níveis superiores ao se comparar a radiação
normal ambiental (MALANCA et al. 1995; PETTA & CAMPOS, 2013). Estudo
ecotoxicológico nas águas do açude Riacho da Cachoeira (Lajes Pintadas-RN)
realizado por Dantas et al. (2014), mostrou que os baixos níveis de reprodução
observado na espécie Ceriodaphinia dúbia podem estar relacionados à
exposição ao gás radônio.

O estudo realizado por Dantas et al. (2017), sobre a dinâmica urbana de


Lajes pintadas, aborda que essa região iniciou o processo de ocupação urbana
ainda no século XIX, porem só se tornou um município emancipado no século
XX, não pertencendo mais a Santa Cruz. Atualmente com menos de 10.000
habitantes, Lajes apresenta pouca infraestrutura e os serviços básicos
necessários a população são limitados.

O projeto RADAMBRASIL (1981), realizado pelo Ministério das Minas e


Energia, descreve em suas folhas SB-24/25 Jaguaribe/Natal, a geomorfologia,
pedologia, vegetação, hidrografia e clima da região de Lajes Pintadas, município
geologicamente inserido na Província Borborema, sendo constituído por litótipos
do Complexo Santa Cruz, Grupo Seridó (NP3g2cm), formado por granitos e
granodioritos, associados a dioritos. Outro estudo que se destaca na
caracterização de Lajes Pintadas é o “perfil do município” realizado pelo IDEMA
(2008), no qual ele abrange dados populacionais do ano de 2007 com um total
de 4.217 habitantes (rural: 1959; urbana: 2.258).
24

Uma análise socioambiental, na perspectiva dos moradores de Lajes


Pintadas, realizada por Dantas (2012), com um total de 100 entrevistados,
mostrou que a maioria se encontrava na faixa etária entre 21 e 30 anos, e que
83% desses residem no município a mais de 10 anos. Em relação a percepção
da população no ambiente em que vivem 76% dos entrevistados afirmaram se
preocupar com o meio ambiente, e 42% dizem não causar nenhum prejuízo ao
mesmo. Ao serem questionados a respeito da contaminação natural por gás
Radônio na região, 21 % relataram conhecer ou já ouvir falar.

1.4.2 Trabalhos que utilizaram radioatividade natural como problemática na


saúde humana no Rio Grande do Norte-semiárido brasileiro.

Diante de todas as características já citadas sobre o Urânio, cabe ressaltar


que o mesmo é um constituinte natural do solo e, portanto, passível de processos
naturais de mobilização do radionuclídeo para as águas de superfícies e
subterrâneas, em decorrência do intemperismo; tal como a lixiviação natural das
roxas. Entretanto, o aumento da radioatividade pode estar diretamente vinculado
com atividades realizadas pelo homem, aumentando assim a exposição aos
radionuclídeos naturais. (BJØRKLUND et al., 2020)

Petta & Campos (2013), apontaram que a radioatividade de origem natural


ou artificial leva ao desenvolvimento de tumores, leucemia, malformações fetais,
destruição de tecidos vivos, de glândulas e de órgãos do sistema reprodutor.

Na região do semiárido brasileiro, os estudos de Marcon et al. (2010),


realizados no açude do município de Lucrécia (RN), em peixes da espécie
Oreochromis niloticus, através dos testes de micronúcleo e anormalidades
nucleares, mostraram um aumento significativo na frequência de dano nuclear
em relação ao grupo controle negativo. Sugerindo que este importante recurso
hídrico contém uma série de poluentes químicos (Zn, Cu, Fe...) com potencial
genotóxicos, resultado confirmado em um novo estudo realizado pelo mesmo,
em 2017, com células da mucosa oral da população que consumia a água do
reservatório. Ainda na região, Garcia et al. (2011), analisaram as águas do
açude através do teste de micronúcleo em Tradescantia pallida (Trad-MCN) e
em humanos com o ensaio em linfócitos de sangue periférico humano (CBMN),
25

e em ambos tipos de amostras observou-se que a média de micronúcleos foi


elevada na estação seca.

Em cinco municípios do estado do Rio Grande do Norte (Lucrécia, Santa


Cruz, Parelhas, Equador e Lajes Pintadas) Amaral et al. (2016) analisaram
amostras de água, solo e ar para quantificar o gás radônio, encontrando assim,
dose média efetiva anual de 6,5 mSv / ano, o que demostra concentrações
perigosas para exposição humana.

Na barragem de Boqueirão de Parelhas (RN), Chaves et al. (2016),


estimou um alto potencial de mutagenicidade da água utilizando o teste de
micronúcleos em Orechromis niloticus (in vivo) e de micronúcleo com bloqueio
de citocinese (CBMN) em linfócitos humanos (in vitro), pela radioatividade natural
e metais pesados.

Essas pesquisas destacam que os agentes geogênicos afetam a


qualidade da água, solo e ar, tornando-se um problema de saúde humana,
revelando um claro potencial mutagênico humano e ambiental. Recomenda-se
assim, um monitoramento mais prolongado para melhor caracterizar a
problemática no estado.

1.5 Objetivo geral

Diante da perspectiva discutida, este estudo propôs investigar a presença


de contaminantes naturais no Município de Lajes Pintadas/RN/Brasil e suas
implicações para populações avaliando seus efeitos nocivos por meio de ensaios
biológicos.

1.6 Objetivos específicos

Para atingir o objetivo metodológico fez-se necessário:

➔ Conhecer a percepção do risco pela população frente à problemática da

contaminação por radiação natural;


26

➔ Quantificar de radiação gama e do gás Radônio nas residências da

população estudada;

➔ Estimar a concentração do chumbo ambiental na água e no solo;

➔ Dosar as concentrações de chumbo e zinco protoporfirina em sangue;

➔ Mensurar a frequência de alterações nucleares em células da mucosa

oral;

➔ Confeccionar revisão sistemática sobre a situação das pesquisas em

Radioatividade Natural, durante o século XXI no Brasil.


27

2.0 Materiais e métodos

2.1 Delimitação e caracterização da área de estudo

O município de Lajes Pintadas (Latitude: 6° 9' 2'' Sul; Longitude: 36° 6' 22''
Oeste) situa-se na mesorregião Agreste Potiguar e na microrregião Borborema
Potiguar, limitando-se com os municípios de São Tomé, Campo Redondo e
Santa Cruz, abrangendo uma área de 130 km², inseridos na folha Cerro Cor á
(SB.24-Z-B-III), na escala 1:100.000, editada pela SUDENE (Figura 3). De
acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010), o
município apresenta uma população de 4.614 habitantes.
Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 3: Localização do município de Lajes Pintadas, Rio Grande do Norte, Brasil

2.2 Métodos e técnicas

2.2.1 Obtenção e coleta das amostras


28

2.2.1.1 Grupo amostral

O estudo foi realizado por meio de amostragem probabilística com a


população urbana do município de Lajes Pintadas/RN/Brasil. A população
estudada foi de adultos, considerados aqueles que apresentaram idade igual ou
superior a 18 anos.
Para calcular o número amostral da população a ser estudada, foi utilizada a
fórmula abaixo, onde: N – população, Z - variável normal padronizada associada
ao nível de confiança, p - verdadeira probabilidade do evento, e - erro amostral.
(ALBUQUERQUE et al., 2008)

Chegando a uma população urbana de 98 adultos. Assim, foram


recrutados, 163 indivíduos, sendo 120 mulheres e 43 homens, já que ocorreu
uma seleção posterior, pois foram levados em conta alguns parâmetros de
exclusão, para a validação dos testes.
Já o grupo do controle negativo envolveu um total de 66 indivíduos
residentes em Natal/RN/Brasil em ambiente de baixa radioatividade natural.

2.2.1.2 Aplicação de questionário social

Para a coleta de dados sociais importantes para o cruzamento dos


mesmos com as análises biológicas, foi realizado um questionário (Anexo 1) com
70 questões entre fechadas e abertas. As questões estão relacionadas com a
residência de cada participante, em uma análise clínica e sociológica, tais como
as doenças associadas e hábitos alimentares, alcoólicos, uso de drogas entre
outros. Para a aplicação dos questionários, o mesmo foi aprovado pelo Comitê
de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) (CAAE
20368713.8.0000.5537).

Foram pré-definidos os participantes da comunidade dentre aqueles com


idade mínima de 18 anos que habitam o município, de ambos os sexos, de
qualquer etnia, grupo ou classe social. A escolha desses indivíduos foi feita de
forma aleatória. Um total de 163 questionários foram aplicados no período entre
junho de 2014 a dezembro de 2016. Todos os participantes foram voluntários e
assinaram o termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) sobre a
pesquisa indicado pelo comitê de ética local.
29

2.2.1.3 Coleta de material biológico

Juntamente à coleta das amostras de células da mucosa oral e sangue,


foram realizadas ações de saúde pública, em associação com a prefeitura
municipal de Lajes Pintadas. Foi coletado o número de amostras estipulado, para
as análises de interesse desta pesquisa, no entanto, os serviços oferecidos pela
ação de saúde pública atenderam todos que desejaram participar do evento.
Para a coleta de material biológico, assim como para a realização dos
questionários, a presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética Humana
da UFRN sob o CAAE: 20368713.8.0000.5537.

2.2.1.4 Quantificação do radônio e radiação gama em ar.

A concentração do gás radônio nas amostras de ar, em 97 casas do


município de Lajes Pintadas, foi medida por meio de emanometria passiva de
gás radônio-222, utilizando detectores do tipo electret de curto e longo período
(L E-PERM®) da RADELEC INC. Em relação a espectrometria de radiação
gama, foram verificados 18 pontos que abrangeram todo o município, utilizando
o espectrômetro de radiação gama modelo RS-126 da TerraPlus INC. As
análises foram feitas a partir da metodologia “The E-PERM System Radon”,
1999, Laboratório de Radioatividade Natural (LARANA) em atividade na
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. (Figura 4).
30

Fonte: Acervo do autor

Figura 4: A. E-perm fechado e aberto; B. AlphaGard C e D:Espectrômetro de radiação gama,


TerraPlus.

2.2.1.5 Quantificação de chumbo e zinco protoporfirina em sangue.

As quantificações de chumbo em amostras do sangue foram feitas por


espectrometria de absorção atômica- atomização eletrotérmica utilizando o
equipamento Variam AA240Z Atomic Absorption Spectrometer, na Universidade
Federal da Bahia.
As amostras de sangue foram tratadas mediante diluição com o
modificador composto por: tensioactivo triton X100 (tensioactivo), Antifoam B
(antiespumante) fosfato diacido de amonio e ácido nitrico.
Amostras de sangue de 119 residentes de Lajes Pintadas, coletadas em
tubos contendo heparina, foram utilizadas para a quantificação de Pb por meio
de um espectrofotômetro de absorção atômica com forno de grafite (VARIAN
AA240Z, GTA 120), conforme a metodologia descrita por Menezes-Filho et al
(2012).

A determinação analítica de ZPP no sangue dos mesmos indivíduos foi


realizada adaptando-se o protocolo desenvolvido por Wu et al. (2001), utilizando
31

um sistema de cromatografia líquida de alta performance (HPLC) Agilent


Technologies 1260 Infinity, composto por uma bomba quaternária, uma coluna
cromatográfica Zorbax Eclipse XDBC18 (4,6 mm x 150 mm x 5 µm) e um detector
de fluorescência (Perkin Elmer, Série 200). O sistema cromatográfico utilizado
envolveu uma fase móvel composta de metanol e solução fosfato 0,01 M, pH 5,6
(78:22 v/v), com fluxo isocrático de 1,8 mL/min. Detector de fluorescência (Perkin
Elmer, Série 200) foi programado para o comprimento de onda de excitação 405
nm e de emissão 630 nm. Realizou-se um controle de qualidade interno para o
ZPP, utilizando sangue de indivíduo não exposto ao chumbo, nas concentrações
de 10, 50 e 100 µg/dL. Para o processo de extração, 660 µL da solução extratora
foram adicionados a microtubos contendo 200 µL dos calibradores, amostras e
controles internos de qualidade. Em seguida, estas amostras foram
homogeneizadas em vórtex por 20 min e centrifugadas por 5 min a 14000 rpm.
Posteriormente, 500 µL do sobrenadante foram transferidos para frascos do
amostrador automático. O volume de injeção do método foi de 30 µL.

2.2.1.6 Chumbo ambiental

Para análise do chumbo ambiental, durante o ano de 2015, foram


coletadas 18 amostras de diferentes pontos do município, distribuídas em 12
pontos de água e 6 de solo. As amostras de água, abrangeram os poços que
abastecem a cidade, assim como água da torneira e do Açude. Já as amostras
de solo foram coletadas por varredura na casa de moradores, e nas regiões
próximas aos pontos de coleta de água.

As análises das amostras foram feitas pela central analítica do NUPPRAR


(Núcleo de Processamento Primário e Reuso de Água Produzida e Resíduos) da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, utilizando o método descrito pela
USEPA6010C.

Para a análise, as amostras de solo foram coletadas em frascos de vidro


e levadas ao laboratório para serem processadas. Este procedimento ocorreu a
partir da secagem das amostras em estufa a 60 ºC por 20 minutos, seguido por
desagregação em almofariz de porcelana e separação granulométrica em
peneiras de aço inoxidável de 1 mm (16 TYLER/MESH), 0,150 mm (100
TYLER/MESH) e 0,063 mm (250 TYLER/MESH). Em seguida, as amostras
foram secadas mais uma vez em estufa a 100ºC por 150 minutos e esfriadas em
dissecador, para posteriormente passarem pelo tratamento de ácido fraco com
HCl a 0,5 M durante 150 minutos sob agitação constante. Após esta etapa,
deixou-se as amostras decantarem e os sobrenadantes obtidos da decantação
foram transferidos para frascos e refrigerados a 4ºC até o momento da análise
final de quantificação do Pb. Para as amostras de água, essa primeira etapa não
32

é realizada. Assim, as amostras são processadas por meio de espectrofotometria


de absorção atômica.

O NUPPRAR, adota o limite de detecção de 0,0027 mg/L e quantificação


de 0,0081 mg/L em água, e de 0,3351 e 1,0053 mg/Kg em solo respectivamente.

2.2.1.7 Teste abordagem citoma do teste de micronúcleo em células de


mucosa oral (BMCyt)

As amostras de células da mucosa bucal de 163 indivíduos residentes em


Lajes Pintadas/RN/Brasil, foram coletadas, em ambos os lados da cavidade oral
(direito e esquerdo), assim como de 66 indivíduos residentes em Natal/RN/Brasil
que é considerada uma área de baixa radiação, ou seja, a região controle do
estudo. Para coleta, foram utilizadas escovas citológicas, (Vagispec) estéreis e
individuais. Logo após, as células foram armazenadas em tubos contendo 5 mL
de solução fisiológica e refrigeradas dentro do prazo máximo de 4 horas para
serem processadas. Este processamento consistiu em três etapas de lavagem
com 5 mL de solução fisiológica, nas quais as células eram centrifugadas por 10
minutos a 1500 rpm, o sobrenadante era descartado e uma nova solução era
adicionada; em seguida, realizou-se três etapas de fixação com 5 mL de metanol
gelado e, posteriormente, 50 µL da suspensão celular fixada foram transferidos
para uma lâmina seca e limpa. Após confecção das lâminas, as mesmas foram
coradas por meio de um tratamento com HCl a 5 M durante 30 minutos, seguido
por imersão no corante de Schiff por 1 hora e finalmente coradas com Fast Green
0,2% (p/v) por 30 segundos, executando-se lavagem com água corrente por 2
minutos entre cada uma destas etapas de coloração (Marcon et al., 2017),
(Figura 5).
Os critérios para as avaliações de micronúcleos (MN) nas células da
mucosa oral humana seguiram as recomendações de Thomas et al. (2009) e
Bolognesi et al., 2013. Foram então analisadas 1000 células para quantificar a
frequência de células basais, diferenciadas, binucleadas, com cariorréxis,
cariólise, picnólise e cromatina condensada. Também foram analisadas 2000
células diferenciadas para observar a presença de micronúcleos, brotos
nucleares e broken-egg, totalizando assim 3.000 células por indivíduo, utilizando
lentes (1.000 X) de microscópio de luz.
33

Fonte: Acervo pelo autor

Figura 5: À direita coleta de mucosa oral, à esquerda preparação das lâminas em laboratório.

2.2.1.8 Revisão Sistemática

Para descrever de forma fidedigna o estado da arte sobre radioatividade


natural no Brasil, foi realizado uma busca e posteriormente, uma análise, de
todos os trabalhos científicos que ocorreram no país durante o último século.

A revisão sistemática foi limitada a artigos publicados no século XXI nas


bases de dados PubMed, SciELO, Lilacs e Google Scholar.

2.2.1.9 Análises estatísticas

A distribuição das variáveis contínuas foi avaliada pelo teste de Shapiro-


Wilk. A diferença de valores dos parâmetros biológicos (Pb, ZPP sanguíneos e
biomarcadores do BMCyt) entre as variáveis categóricas foi verificada utilizando-
se os testes não-paramétricos Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis. Além disso,
verificou-se a existência de correlações entre os dados pelo teste de correlação
de Spearman. Finalmente foi analisado o efeito dos níveis das substâncias
tóxicas consideradas além do local de origem dos participantes sobre a
frequência de MN observadas como indicador de efeito biológico. A tal efeito um
modelo linear generalizado considerando uma distribuição Poisson foi realizada.
Considerou-se estatisticamente significantes os resultados com valores de p <
0,05. O programa SPSS versão 20 para o Windows (IBM Corporation, USA) foi
utilizado para a análise dos dados.
34

Para a análise e interpretação dos dados obtidos nos questionários, foi


utilizado o programa SPSS Statistics (Statistical Package for the Social Science)
e foram utilizadas técnicas estatísticas descritivas, como distribuição de
frequência e tabulação cruzada (ou crosstabs).

3.0 REFERENCIAS

ALBUQUERQUE, Ulysses Paulino; LUCENA, Reinaldo Farias Paiva; CUNHA,


Luiz Vital F. C. (Org.). Métodos e Técnicas na Pesquisa Etnobotânica. 2. ed.
Recife: Comunigraf, 2008.
AMARAL, V.S.; SANTOS, M.N.; XAVIER, L.A. ; DANTAS, R.D. ; COSTA, T.F. ;
PETTA, R.A. ; NAVONI, J.A. . Environmental assessment of a Brazilian Northeast
Region with high natural radioactivity background using mutagenic tests.
Toxicology Letters, v. 258, p. S228, 2016
AMINI, M. Putting geogenic contamination on the map. Eawag News- Aquatic
research, v. 71, p. 6-9, 2011.
ANDRADE V. M., MATEUS M. L. , . BATORÉU M. C, ASCHNER M.,
MARREILHA DOS SANTOS A. P. Lead, Arsenic, and Manganese Metal Mixture
Exposures: Focus onBiomarkers of Effect. Biol Trace Elem Res. 2015; 166:13–
23.
ATSDR- Agency for Toxic Substances and Disease Registry. Toxicological
Profile for Lead. 2007.
ATSDR- Agency for Toxic Substances and Disease Registry. Investigation into
potencial exposures to Mercury vapor in small-scale and recreation mining.
Health consultation, Exposure investigation. 2012.
AZZAM, Edouard I.; JAY-GERIN; Jean-Paul , PAIN Debkumar. Ionizing radiation-
induced metabolic oxidative stress and prolonged cell injury. Cancer Letters,
v,327, 2012; p. 48–60.
BANNING, Andre; BENFER, Mira. Drinking Water Uranium and Potential Health
Effects in the German Federal State of Bavaria. International Journal of
35

Environmental Research and Public Health, v.14,927, 2017.


BARBOSA-LORENZO, R.; BARROS-DIOS, J. M.; RUANO-RAVINA, A. Radon
and stomach cancer. International Journal of Epidemiology, v. 0, p. 1–2, 2017.
BARBOSA, J S; CABRAL, T M; FERREIRA, D N; AGNEZ-LIMA, L F;
BATISTUZZO DE MEDEIROS, S R. Genotoxicity assessment in aquatic
environment impacted by the presence of heavy metals. Ecotoxicol Environ Saf
;73(3):320-5, 2010.
BIGALKE M, ULRICH A, REHMUS A, KELLER A. Accumulation of cadmium and
uranium in arable soils in Switzerland. Environ Pollut. 2016.
BJØRKLUND, Geir; SEMENOVA, Yuliya; PIVINA, Lyudmila; DADAR, Maryam;
MOSTAFIZUR RAHMAN. Md; AASETH, Jan; CHIRUMBOLO, Salvatore.
Uranium in drinking water: a public health threat. Archives of Toxicology.
94(5):1551-1560, 2020.
BLEISE, A.; DANESI, P. R; BURKART, W. Properties, use and health effects of
depleted uranium (DU): a general overview. Journal of environmental
radioactivity, v.64, p.93-112. 2003.
BOLOGNESI C. A,*, KNASMUELLER S. B., NERSESYAN A.B, THOMAS P.C.,
FENECH M. C.. The HUMNxl scoring criteria for different cell types and nuclear
anomalies in the buccal micronucleus cytome assay – An update and expanded
photogallery. Mutation Research .2013; 100–113

BRASIL. BRASIL. Agência Nacional de Mineração. 2.3 - Urânio, de 14/06/2017.


<https://www.gov.br/anm/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/serie-
estatisticas-e-economia-mineral/outras-publicacoes-1/2-3-uranio>. Acesso
05/11/2021.
BRITO NEVES, B.B., SANTOS, E.J., VAN SCHMUS, W.R., 2000. Tectonic
history of the Borborema Province, Northeastern Brazil. In: Cordani, U.G., Milani,
E.J., Thomaz Filho, A., Campos, D.A. (Eds.), Tectonic Evolution of South
America. 31st International Geological Congress, Rio de Janeiro, pp. 151–182
CAMPOS, T.F.C.; PETTA, R.A.; MALANCA, A.; PASTURA, V.F.S.; SICHEL,
S.E.; MOTOKI, A. 2013a. O gás radônio e a radiação natural em terrenos
36

metagraníticos e pegmatíticos: o caso do município de Lages Pintadas (Rio


Grande do Norte, Brasil). Revista de Geologia, Vol. 26 (2). Pag 45-52.
CARRASCO, K.R. et al. Assessment of the piscine micronuclei test as an in situ
biological indicator of chemical contaminations effects. J. Fish Aquat. Sci., v. 47,
p. 2123–2136. 1990.
ÇAVAŞ, T.; ERGENE-GÖZÜKARA, S. Induction of micronuclei and nuclear
abnormalities in Oreochromis niloticus following exposure to petroleum refinery
and chromium processing plant effluents. Aquatic Toxicology, v. 74, n. 3, p. 264-
271. 2005.
CHAUDHRY, M. A. Analysis of Gene Expression in Normal and Cancer cells
exposed to gamma-radiation. Journal of biomedicine and biotechnology. 2008.
CHAVES, LUIZ CLÁUDIO CARDOZO; NAVONI, JULIO ALEJANDRO ; DE
MORAIS FERREIRA, DOUGLISNILSON ; BATISTUZZO DE MEDEIROS,
SILVIA ; FERREIRA DA COSTA, THOMAS ; PETTA, REINALDO ANTÔNIO ;
SOUZA DO AMARAL, VIVIANE . Water mutagenic potential assessment on a
semiarid aquatic ecosystem under influence of heavy metals and natural
radioactivity using micronuclei test. Environmental Science and Pollution
Research International, v. 00, p. 01-09, 2016.
CNEN, Comite Nacional de Energia Nuclear (2015). "Radiação ionizante."
http://www.cnen.gov.br/.
DANTAS, R. C. 2012. Análise da toxicidade do açude Riacho da Cachoeira,
Lajes Pintadas (RN): um desafio interdisciplinar. Dissertação de mestrado em
Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. 99p.
Dantas, S.R.C.; Alves, N.O.; Ferreira, D.M.; Campos, T.F.C.; Petta, R.A.;
Medeiros, G.F.F.; Amaral, V.S. Uso da ecotoxicologia na investigação da
toxicidade associada à radiação natural no açude Riacho da Cachoeira, região
do Semiárido/Brasil. Revista de Geologia, v. 26, n. 2, p. 109-119, 2014.
Dantas, R. D. C., Navoni, J. A., Ferreira, D. D. M., Costa, T. F. da, Medeiros, S.
R. B. de, & Amaral, V. S. do. (2017). Influence of natural radon and metal
contamination on surface water quality from a Brazilian Semiarid Region. Acta
37

Scientiarum. Biological Sciences, 39(3), 275. 2017.


DUPUY, J.-P. (2007). "A catástrofe de Chernobyl vinte anos depois."
ESTUDOSAVANÇADOS 21 (59)
EGBINOLA, C.N.; AMANAMBU, A.C. Groundwater contamination in Ibadan,
South-west Nigeria. SpringerPlus, v.3,n.448, 2014.
EVANGELIOU, N., T. HAMBURGER, N. TALERKO, S. ZIBTSEV, Y. BONDAR,
A. STOHL, Y. BALKANSKI, T. A. MOUSSEAU AND A. P. MOLLER.
"Reconstructing the Chernobyl Nuclear Power Plant (CNPP) accident 30 years
after. A unique database of air concentration and deposition measurements over
Europe." Environ Pollut v. 216, p.408-418. 2016.
FENECH, M., HOLLAND, N., CHANG, W.P., ZEIGER, E., BONASSI, S. The
human micronucleus project – an international collaborative study on the use of
the micronucleus technique for measuring DNA damage in humans. Mutation
Research v.428, p. 271-283. 1999.
FENECH, M., HOLLAND, N. ZEIGER, E., CHANG, W.P., BURGAZ, S.,
THOMAS, P., BOLOGNESI, C., KNASMUELLER, S., KIRSCH-VOLDERS, M.,
BONASSI, S. The HUMN and HUMNxL international collaboration projects on
human micronucleus assays in lymphocytes and buccal cells—past, present and
future. Mutagenesis. v. 26, n. 1 p. 239– 245. 2011
FLORA G., GUPTA D., TIWARI A. Toxicity of lead: A review with recent updates.
Interdiscip Toxicol. 2012; Vol. 5(2): 47–58.
GARCIA, ACFS; A.E. ; Ferreira,DM ; E. A. B. Santos ; AMARAL, V. S. ; Medeiros,
SRB . MICRONUCLEUS STUDY OF THE QUALITY AND MUTAGENICITY OF
SURFACE WATER FROM A SEMI-ARID REGION. Journal of Environmental
Monitoring (Print), v. 13, p. 3329-3335, 2011.
GILLIS, B.S.; ARBIEVA, Z.; GAVIN, I.M. Analysis of lead toxicity in humman cells.
BCM genomics, v.13, n.344. 2012.
GROVES-KIRKBY;C.J.; DENMAN, A.R.; WOOLRIDGE A.C.; PHILLIPS, P.S.;
PHILLIPS, C. Environmental Radon Gas and Degenerative Conditions – An
Overview. IRPA Paris, v. 370, p.1-12. 2006.
HARLEY NH; FISENNE IM. Distribution and alpha radiation dose from naturally
38

occurring U, Th, and Ra in the human skeleton. Health Phys. Apr;58(4):515-8.


PMID: 2323933.1990.
IARC (International Agency for Research on Cancer). Monographs on the
evaluation of carcinogenic risks to humans. Man-Made Mineral Fibres and
Radon, Lyon, France, 43, p. 300. 1988.
IARC (International Agency for Research on Cancer). Monographs on the
evaluation of carcinogenic risks to humans, v.78. 2001.
IBGE IBdGeECP-. Senso Populacional. 2010: http://www.ibge.gov.br/home/
ICRP, INTERNATIONAL COMMISSION ON RADIOLOGICAL PROTECTION.
ICRP 60. 1993.
IDEMA. 2008. Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente d Rio
Grande do Norte. Anuário Estatístico do Rio Grande do Norte.
INCA (Instituto Nacional do Câncer). Radiações ionizantes. Rio de Janeiro.2019.
Disponível em: < https://www.inca.gov.br/exposicao-no-trabalho-e-no-
ambiente/radiacoes/radiacoes-ionizantes> Acesso em: 16 jun. 2021.
IPEN, INSTUTUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES. Noções
Básicas de Proteção Radiológica, 2002.
JARDIM DE SÁ, E.F. A faixa Seridó (Província Borborema, NE do Brasil) e o seu
significado geodinâmico na cadeia brasiliana/pan-africana. Tese de doutorado,
UnB, Brasília, DF, 804 pp.1994.
JAYARATNE, E.R.; LING, X.; MORAWSKA, L. Role of Vegetation in Enhancing
Radon Concentration and Ion Production in the Atmosphere. Environ. Sci.
Technol., 45, 6350–6355. 2011.
KREUZER, Michaela; SOBOTZKI, Christina; NORA, Fenske,James W; MARIA
SCHNELZER, Marsh. Leukaemia mortality and low-dose ionising radiation in the
WISMUT uranium miner cohort (1946–2013). Occup Environ Med 2017;74:252–
258. 2017.
KÜHL, A. M., ROCHA,C. L. M. S. C. ,ESPÍNDOLA,E.L.G., LANSAC-TÔHA F.A.
RURAL AND URBAN STREAMS: Anthropogenic Influences and Impacts on
Water and Sediment Quality. Internat. Rev. Hydrobiol. DOI:
10.1002/iroh.200911190.3, p. 260–272. 2010.
39

LENG, Shuguang; PICCHI Maria A.; LIU Yushi; CYNTHIA, Thomas; DERALL G.
Willis; AMANDA M.Bernauer; TEARA G.Carr; PADILLA T.Mabel; YOUNGHUN
Han; CHRISTOPHER I.Amos; YONG Lin; CHRISTINE A.Stidley; FRANK
D.Gilliland; MARTY R.Jacobson; STEVEN A.Belinsky. Genetic variation in SIRT1
affects susceptibility of lung squamous cell carcinomas in former uranium miners
from the Colorado plateau. Carcinogenesis v.34, n.5, p.1044–1050, 2013.
MA, T.H. Micronuclei induced by x-rays and chemical mutagens in meiotic pollen
mother cells of Tradescantia, a promising mutagen test system. Mutation
Research. 64, p. 307–313.1979.
MA, T H; CABRERA, G L; CHEN, R; GILL, B S; SANDHU, S S; VANDENBERG,
A L; SALAMONE, M F. Tradescantia micronucleus bioassay. Mutatian Res. Oct
16;310(2):221-30. 1994.
MAGER, E. M., ESBAUGH, A. J., BRIX, K. V.,RYAN, A.C., GROSELL,M.
Influences of water chemistry on the acute toxicity of lead to Pimephales
promelas and Ceriodaphnia dubia. Comparative Biochemistry and Physiology,
Part C 153, p. 82 – 90. 2011.
Malanca, Alberto; Achilli, Lorenzo; Fabbri, Sandro. Radioactive anomalies in a
northeastern Brazilian town. Journal of Environmental Science and Health. Part
A: Environmental Science and Engineering and Toxicology. 7, p. 893-898,1995.
MANOJ S.; THIRUMURUGAN M.; ELANGO, L. Determination of distribution
coefficient of uranium from physical and chemical properties of soil.
Chemosphere 244:12541, 2020.
MARCON, Alexandre Endres; Ferreira, Douglisnilson de Morais ; Moura, Maria
de Fátima Vitória de ; Campos, Thomas Ferreira da Costa ; AMARAL, V. S. ;
Agnez-Lima, Lucymara Fassarella ; Batistuzzo de Medeiros, S.R. ; BATISTUZZO
DE MEDEIROS, SÍLVIA REGINA . Genotoxic analysis in aquatic environment
under influence of cyanobacteria, metal and radioactivity. Chemosphere
(Oxford), v. 81, p. 773-780, 2010.
MARCON, Alexandre Endres; NAVONI, JULIO ALEJANDRO; DE OLIVEIRA
GALVÃO, MARCOS FELIPE; GARCIA, ANUSKA CONDE FAGUNDES
SOARES; DO AMARAL, VIVIANE SOUZA; PETTA, REINALDO ANTÔNIO ;
40

Campos, Thomas Ferreira da Costa ; PANOSSO, RENATA ; QUINELATO,


ANTÔNIO LUIZ ; DE MEDEIROS, SÍLVIA REGINA BATISTUZZO . Mutagenic
potential assessment associated with human exposure to natural radioactivity.
Chemosphere (Oxford), v. 167, p. 36-43, 2017.
MAZZILLI, P. S. C. S. M. B. N. B. P. "Enhancement of natural radioactivity in the
surrounding of a phosphate fertilizer complex in Santos basin, Brazil."
Radioprotection 37, C1, p. 795-799. 2002.
MENEZES-FILHO, José A.; SILVA, Vanesca Luana. Avaliação da exposição
ocupacional ao chumbo em 1992 e monitorização biológica da contaminação do
entorno da antiga fundição em 201. CETEM/MCTI. Cap. 09, ISBN: 978-85-611-
94-5. 2012
MINISTERIO DE MINAS E ENERGIA SECRETARIA DE GEOLOGIA,
MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL. Diagnóstico Do Município de
Lajes Pintadas. 2005.
MISSIMER, Thomas M.; TEAF, Christopher; MALIVA, Robert G.; THOMSON,
Ashley Danley; COVERT, Douglas; HEGY, Michael. Natural Radiation in the
Rocks, Soils, and Groundwater of Southern Florida with a Discussion on Potential
Health Impacts. International Journal of Environmental Research and Public
Health. 16, 1793, 2019.
OLIVEIRA, JOSELENE; MAZZILLI, BARBARA PACI; SAMPAB, MARIA
HELENA DE OLIVEIRA; BAMBALAS, EDMILSON. Natural radionuclides in
drinking water supplies of São Paulo State, Brazil and consequent population
doses. Journal of Environmental Radioactivity, v.53, p. 99±109, 2001.
PETTA, R.A. Petta; CAMPOS, T. F. C. O gás radônio e suas implicações para a
saúde pública. Revista de Geologia, v. 26, n. 2, p. 7 - 18, 2013.
Projeto RADAMBRASIL v29, Manuais, Projetos, Pesquisas de Engenharia
Ambiental.1981
RAGE, Estelle; RICHARDSON, David B; DEMERS, Paul a; DO, Minh;
KREUZER, Nora Fensk Michaela; SAMET, Jonathan; WIGGINS, charles;
SCHUBAUER-BERIGAN, Mary K; KELLY-REIF, Kaitlin; TOMASEK, Ladislav;
lydia B Zablotska; Laurier, Dominique. PUMA – pooled uranium miners analysis:
41

cohort profile. Occup Environ Med .77:194–200.2020.


RAO, A.B.; CASTRO, C.; ADUSUMILLI, M.S.; BARRETO, S.B. The Lages
Pintadas aquamarine deposits, ene Brasil: a new gem province and a new model.
Estudos Geológicos v. 14: 54-61.2004.
ROBERTSOn, A.; ALLEN, J.; LANEY, R.; CURNOW, A. The cellular and
molecular carcinogenic effects of radon exposure: a review. International Journal
of Molecular Sciences, 14(7), 14024-14063.2013.
RODGHER,S.,ESPÍNDOLA, E.L.G.Effects of interact ions between algal
densities and cadmium concentrations on Ceriodaphnia dubia fecundity and
survival. Ecotoxicology and Environmental Safety v.71, p. 765 – 7. 2008.
Samet, J. M., 2011. Radiation and cancer risk: a continuing challenge for
epidemiologists. Environmental Health. 10(Suppl1):S4.
2011.<http://www.ehjournal.net/content/10/S1/S4>.
SARMENTO, Ana Maria; SOUSA, Lidia Dely Alves de. Atividade mineradora de
água-marinha em Tenente Ananias/RN. Sociedade e Território, Natal, v. 21, nº 1
– 2 (Edição Especial), p. 15 -30. 2009.
SEMENOVA, Yuliya; PIVINAK, Lyudmila; ZHUNUSSOV, Yersin;
ZHANASPAYEV, Marat; CHIRUMBOLO, Salvatore; MUZDUBAYEVA, Zhanna ;
BJØRKLUND, Geir. Radiation-related health hazards to uranium miner.
Environmental Science and Pollution Research. 2020.
SUGUIMOTO, Djmes Yoshikazu de Lima; CASTILHO, Maria Augusta de.
CHERNOBYL - A CATÁSTROFE. Revista da Universidade Vale do Rio Verde,
Três Corações, v. 12, n. 2, p. 316-322, ago./dez. 2014.
TAYLOR, S.; MCINTOSH, A.; WALKER, T. The colapse of ‘geologic time’.
CREATION, v.23, n30. 2001.
TETTEY-LARBI, LORDFORD; DARKO. EMMANUEL OFORI; SCHANDORF,
CYRIL; APPIAH, ALFRED AMPOMAH. Natural radioactivity levels of some
medicinal plants commonly used in Ghana. Springer Plus v. 2, n.157, p. 1-9.
2013.
THOMAS PHILIP, NINA HOLLAND, CLAUDIA BOLOGNESI, MICHELINE
KIRSCH-VOLDERS, STEFANO BONASSI, ERROL ZEIGER, SIEGFRIED
42

KNASMUELLER7 & MICHAEL FENECH. Buccal micronucleus cytome assay.


Nature Protocols, v.4 n.6 2009.
TURKEZ, Hasan; ARSLAN, Mehmet E; OZDEMIR, Ozlem. Genotoxicity testing:
progress and prospects for the next decade. Expert Opinion on Drug Metabolism
& Toxicology. SSN: 1742-5255 (Print) 1744-7607 (Online). 2017.
U.S. National Academy of Sciences; National Research Council; Committee to
Assess Health Risks from Exposure to Low Levels of Ionizing Radiation. Heath
Risks to Exposure to Low Levels of Ionizing Radiation, BEIR VII Phase 2; National
Academies Press: Washington, DC, USA, 2006
UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME. Beyond scarcity: power
and the global water crisis. Human development report, 2006.
UNSCEAR. Sources and effects of ionizing radiation. United Nations, New York.
2011.
UNSCEAR. Combined effects of radiation and other agents.United Nations, New
York. 2013.
VAN DAM R, HOGAN AC, HARFORD AJ. Development and implementation of
a site-specific water quality limit for uranium in a high conservation value
ecosystem. Integr Environ Assess Manag. 2016
WHO. Handbook on indoor Radon: A public Health Perspective. Switzerland,
WHO Library Cataloguing. 2009.
WHO. Les radiations ionisantes dans les domaines de la medecine et de la sante
publique.; EM/RC9/8 Rev. 1.1959
WHO, INTERNATIONAL RADON PROJECT. Switzerland, WHO Library
Cataloguing. 2014.
WU, N.; JA, Lippert; LEE, ML. Practical aspects of ultrahigh pressure capillary
liquid chromatography. J Chromatogr A. 2001 Mar 9;911(1):1-12. doi:
10.1016/s0021-9673(00)01188-2. PMID: 11269586.
ZAMBONI G; Moore, P. S., BEGHLLI S, SCARPA A. "Genetic abnormalities in
pancreatic cancer." Mol Cancer v2, n.7, p. 1-6. 2003.
43

CAPÍTULO 1:

Natural radioactivity in Brazil: a systematic review

Artigo publicado na Revista Environmental Science and Pollution Research


https://doi.org/10.1007/s11356-019-06962-6

Link: https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs11356-019-06962-6

(4.223 (2020) Impact factor)


44

REVIEW ARTICLE

Natural radioactivity in Brazil: a systematic review

Richelly da Costa Dantas1 • Julio Alejandro Navoni2,3 • Feliphe Lacerda Souza de Alencar2,4 • Luíza Araújo da
Costa Xavier4,5 • Viviane Souza do Amaral1,2,4,5
* Viviane Souza do Amaral vi.mariga@gmail.com
1
Rede Nordeste de Biotecnologia (RENORBIO), Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Natal, RN, Brazil
2
Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA), Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brazil
3
Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), Programa de Pós-graduação em Uso Sustentável
de Recursos Naturais (PPgUSRN), Natal, RN, Brazil
4
Departamento de Biologia Celular e Genética, Laboratório de Genética Toxicológica,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Sen. Salgado Filho, Lagoa Nova Natal, RN CEP 59078-970,
Brazil
5
Programa de Pós-graduação em Bioquímica, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal,
RN, Brazil
Received: 29 March 2019 / Accepted: 4 November 2019
Ⓒ Springer-Verlag GmbH Germany, part of Springer Nature 2019
45

Abstract

Natural radioactivity is a public health concern worldwide. Its deleterious effects are largely associated with
emitting ionizingparticles which generate innumerable toxicological consequences to human being. The present
study aimed to describe the research state of the art on natural radioactivity in Brazil through a systematic review
limited to articles published in the twenty-first century in the PubMed, SciELO, Lilacs, and Google Scholar
databases. A total of 55 research articles were considered for this purpose. Based on the collected sample types,
the radiation analysis in most of the scientific reports was performed on solid samples (soil/sediment/ rocks),
followed by water and air. In fact, most of the available information came from geological studies. A wide
range ofconcentrations and a variety of radionuclides have been assessed, with radium being the most cited.
Most of the studies described radiation levels above the international guidelines, and consider the Brazilian
territory as a high natural background radiation region(HNBR). In comparison with other HNBR areas, the
scientific information about the related risks to human health is still scarce.There is uncertainty about the real
impact of natural radioactivity on human health, as there is a lack of scientific information for most of the
country about this issue. The analysis and comparison of the available information highlights the potential risks
linked to natural radioactivity and the need to incorporate suitable environmental management policies
about this issue.

Keywords Natural radiation . Environmental exposure . Human health . Radon

Introduction radioactive elements then reach stability by releasing


energy from its atomic nuclei.
As a result of the decay process, the emission of ionizing
Human exposure to ionizing radiation is a ubiquitous phe- particles (alpha, beta and lower levels of gamma particles)
nomenon mainly derived from two sources: as a result of and the generation of different by-products occur (Fig. 1),
anthropogenic action (i.e. medical diagnostic procedures which have toxicological consequences to human beings
and industrial mineral activities), and natural radioactivity and has been widely described in the scientific literature
storage (mainly radioactive elements in the environment). (ATSDR, 2018). Among the aforementioned uranium
The latter represents more than 50% of the total radiation decay by-products, radon presents differential relevance as
load that people receive throughout their lifetime span a public health concern. Radon (Rn-222) is a naturally
(NCRP 2017). Among radioactive elements, uranium (U- occurring gas that is able to freely migrate from its emission
238) is one of the most abundant in the earth’s crust, and source in the earth’s crust and distribute to locations away
can be found in trace amounts in rocks and soil. Natural and from the generation site, tending to concentrate within
anthropogenic processes contribute to its redistribution closed environments such as mines and houses. This
throughout the environment (Bleise et al. 2003), and element is odourless, colourless and
46

Fig. 1 Uranium decay scheme representing the atomic mass, the element symbol, its half-life and the type of ionizing particle emitted

tasteless; therefore, its presence will not be realized unless its with high natural background radiation (HNBR). For instance,
determinations are performed (Sakoda et al. 2011). Inhaled geographical mapping highlighting the radiation levels (e.g.
radon is the main source of exposure to natural radioactivity radon concentration in the United States, Canada and Europe)
worldwide and it is the first cause of lung cancer after have facilitated health risk management in critical areas where
smoking. The emission of alpha particles continues inside the there are high levels of environmental IR (EPA, 2018; PHE,
lungs, which can damage the tissue and increase the risk to 2018; Gruber et al. 2013). On the other hand, in developing
develop lung cancer (WHO 2009). In fact, the International countries such as those in South America, policies about reg-
Agency for Cancer Research (IARC) has catalogued radon asa ulations on delimiting, controlling and remediating natural
human carcinogen along with all the other alpha- and beta- ionizing radiation sources is still scarce (Canoba et al. 2002).
particle-emitting radionuclides (IARC 2012). Moreover, hu- Regarding the Brazilian scenario which contains nearly twicethe
man exposure to other radionuclides such as thorium and the natural uranium sources of the USA, the scientific litera-ture
radioactive isotope of potassium (K-40) can mainly occur due to related to this issue is still scarce.
their presence in construction materials (Moura et al. 2011). Therefore, the aim of this study was to describe the state of the
Therefore, even buildings and dwellings offer conditions forIR art on this issue in a comprehensive way by performing a
exposure. systematic review of the available studies carried out in Brazilon
The biological consequences of acute and chronic exposure to natural radioactivity and its consequences as a public health
ionizing radiation is well documented in the literature, es- concern.
pecially due to the use of radionuclides for diagnostic and
therapeutic purposes, along with the use for military purposes
during World War II. Apart from these, the calamity derived Methods
from Chernobyl’s accident demonstrated the devastating ef-
fect of radioactivity on human and environmental health. For Conceptual model of hypotheses
instance, cancer cases induced by these historical events dem-
onstrated the extreme hazards and risks of exposure to high In order to systematically structure this review, a conceptual
radiation levels (L’Annunziata 2016). Natural ionizing radia- hypothesis model was developed to assess the existing infor-
tion around the world has also been associated with health mation about natural radioactivity as a potential human health
outcomes, such as indoor radon exposure and lung cancer concern. The application of the developed model included the
(Darby et al. 2005; Krewski et al. 2005). Therefore, many following hypotheses: (i) There is natural radioactivity occur-
developed countries have implemented programmes aimed to rence in Brazil; (ii) high natural radioactivity background re-
control and mitigate the exposure of population in regions gions are found in areas with or without natural uranium
47

reservoirs; (iii) natural radioactivity is a human health concern in The distribution of scientific literature found based on the
Brazil. location where the research was performed is described in Fig.
3. Some papers analysed more than one region and/or state;
Research strategies therefore, they were counted more than one time accord-ing to
each location described in the article. Thus, the south- east
This study consisted of a systematic review limited to articles region (36.4%) was the most studied region, particularly São
published worldwide in the twenty-first century (from January Paulo state (47.2%). The second most studied region was the
2001 to May 2018). The literature search was performed using the northeast (27.3%) with Rio Grande do Norte state appearing
PubMed, SciELO, Lilacs and Google Scholar databases. the most (29.6%). The south region was represented by 20% of the
Articles which measured natural radioactivity derived from papers included in this review, and Paraná state was the top
air, water, soil, sediment, sand, rocks and building materials location evaluated (75.0%). For the northern re- gion, 9.1%
were searched for with the purpose to apply the proposed were mainly performed in Rondônia state (33.3%). Finally, the
conceptual hypothesis model, and which necessarily ad- midwest region was the least studied (8.1%), with Goiás state
dressed two descriptors in Portuguese and English: Brazil being the most assessed (50.0%) in this territory.
(search country) and radiation (Subject), in the title, abstract, Some diversity of radionuclides were considered in the
and/or text body. selected works. For instance, the most frequently cited were
The search strategy was based on the combinations of the radium (20.2%), uranium (17.1%), thorium (15.5%), potassi-
proposed descriptors. The words used to perform the search um (14.7%), radon (13.2%), lead (10.1%) and polonium
comprised two terms separated with “and”. The first one was (2.3%). Moreover, total alpha and beta particles were only
“Brazil”, and the second was radiation descriptors of “natural measured in 5.4% of the selected works, and gamma radiation
radioactivity” or “radioactivity”. was assessed in 1.5% of the considered studies.
Based on the type of collected sample, most papers report- ed
radiation analysis in soil/sediment/rocks (45.6%), followed by
Data extraction water (41.8%) and air (12.7%). The assessed water samples
included groundwater and surface waters from aquifers, ba-
After a systematic theoretical survey of the selected material,the sins, rivers and lakes, water from residence taps and wells, and
consistency of the obtained information was evaluated bottled water. Atmospheric radiation was measured in samples
according to the proposed subject. Thus, in order to test the including indoor and outdoor air, mainly in the southeast
conceptual hypothesis model, a theoretical study of the select-ed region.
articles was performed based on the following sub-terms: A description of radionuclides and radioactivity concentra- tions
(i) research site; (ii) radioactive elements and its assessed de- assessed in soil, sand, sediment, rock and building ma- terial
cay by-products; (iii) type of analysed sample (air, water, soil, samples is shown in Table 1. A total of 25 works are listed,
sediment, sand, rocks and building materials); (iv) described with the southeast region being the most explored area. However,
concentration; (v) exposure pathway and (vi) biological effect, Parana state located in the southern region was themost cited
biological effect on human health, and associated pathologies. among the states. Espírito Santo (southeast region) is the state
Furthermore, the effective dose according to the equation de- where the highest radionuclide concentrations were found.
scribed by UNSCEAR (UNSCEAR 2000) was calculated in Vasconcelos and collaborators (Vasconcelos et al. 2013)
order to better understand the information about exposure measured up to 57,000 Bq/kg of thorium-232 in beach sand
levels described in some studies. These doses are marked in samples. On the other hand, the lowest radiation levelswere
italics along the discussion to highlight that they were not detected in some states. For instance, Saueia and Mazzilli
made by the original authors, but only calculated in the present (Saueia and Mazzilli 2006) measured < 1.3 Bq/kgof radium-
review. 226 in phosphate rocks collected in Minas Gerais (southeast
region) and Goiás (Midwest region), and Galhardiet al. (2017)
detected 1.19 Bq/kg of uranium-235 in soil sam-pled close to
Results the thermal power plant and the coal mine in Figueira city in
Paraná state (southern region).
A total number of 3825 studies which met the above described The radionuclides and total radioactivity analysed consid-ering
criteria were obtained from the theoretical search performed inall the studied site and the concentrations in water samples are
the selected databases. The number of scientific articles found described in Table 2. A total of 23 studies were reported,mainly
by database and the considered criteria are representedin Fig. 2. from the southeast region. However, São Paulo(southeast) and
A total number of 55 articles were assessed after selection, and Paraná (south) states were the most cited among the Brazilian
the information was then included in the present review. territories. The highest value of radioac- tivity recorded was
3542 Bq/L derived from radon-222 in
48
Fig. 2 Research selection
algorithm applied in selecting the
scientific information included in
this work

Fig. 3 Geographic distribution of the states where radioactivity studies have been performed in Brazil
49
Table 1 Radionuclides and radioactivity levels in soil, sand, sediment and rocks from different Brazilian regions

Location Number of samples Concentration References

Radionuclide Mean Min Max

SP 31 238U (ppm) 6.8 3.12 11.5 Geraldo et al. (2010)


PE 78 40K (Bq/kg) 1827 541 3572 Júnior et al. (2005)
PR 12 226Ra 37 33.8 38.4 Dias et al. (2010)
228Ra 57 51.1 55.7
SP 19 238U (Bq/kg) – 19 398 Conceição and Bonotto (2006)
234U (Bq/kg) – 28 573
226Ra (Bq/kg) – 5 93
232Th (Bq/kg) – <4 122
40K (Bq/kg) – <5 395
PR 7 K (%) – 34.15 1766 Becegato and Ferreira (2005)
eUa (Bq/kg) – 0.14 10.22
eTh (Bq/kg) – 1.37 7.27
SP 6 222Rn (ppm) 21.2 8.1 36 Marques et al. (2006)
MG 4 238U (mg/kg) – 9 36.5 Queiroz et al. (2017)
232Th (mg/kg) – 108 119
40K (%) – 8 12
MG 3 226Ra (Bq/kg) 35 17 60 Gomes and Ladeira (2011)
228Ra (Bq/kg) – 50 1137
206Pb (Bq/kg) – < 80 395
BA 5 238U (Bq/kg) 50 – – Cardoso et al. (2009)
226Ra (Bq/kg) 51 – –
210Pb (Bq/kg) 159 – –
PB 11 210Pb (Bq/kg) – 3.2 86.400 Silva et al. (2009)
PR 132 K (%) 1.35 0.00 6.10 Godoy et al. (2011)
eU (ppm) 6.23 0.60 19.20
eThb (ppm) 33.27 2.40 82.20
RO 55 K (%) 11 2.9 16.8 Bonotto et al. (2009)
eU (ppm) 29 4.6 88.4
eTh (ppm) 85 2.8 166.4
RJ 259 40K 114 12 1042 Ribeiro et al. (2018)
226Ra 32 3.5 100
228Ra 73 5.4 511
RJ 5 238U (Bq/kg) – 4.3 38 Sussa et al. (2013)
232Th (Bq/kg) – 1.7 124
230Th (Bq/kg) – 2.1 38
226Ra (Bq/kg) – 8.5 37
228Ra (Bq/kg) – 3.2 46
210Pb (Bq/kg) – 39 46
MG, GO 42 238U (Bq/kg) 1158 40 1868 Saueia and Mazzilli (2006)
234U (Bq/kg) 1167 40 1841
230Th (Bq/kg) 1169 32 1694
232Th (Bq/kg) 521 60 577
228Th (Bq/kg) 302 36 559
226Ra (Bq/kg) 879 < 1.3 1.518
228Ra (Bq/kg) 246 <3 367
210Pb (Bq/kg) 1255 19 1.698
SP, MG 14 226Ra (Bq/kg) – 12.18 251.90 Moura et al. (2011)
232Th (Bq/kg) – 9.55 347.47
40K (Bq/kg) – 407.5 1615
50
Table 1 (continued)

Location Number of samples Concentration References

Radionuclide Mean Min Max

PR 30 238U (ppm) – 0.871 1072 Carlos et al. (2004)


232Th (ppm) – n.d. 15.21
K (%) – n.d. 3.463
SP 8 226Ra (Bq/kg) – 10 25 da Conceicao et al. (2009)
232Th (Bq/kg) – 8 11
40K (Bq/kg) – 104 143
PE 78 228Ra (Bq/kg) 211 73 429 Santos Júnior et al. (2009)
226Ra (Bq/kg) 49 14 367
PE 28 238U (Bq/kg) – 15 300 Amaral et al. (2005)
226Ra (Bq/kg) – 14 240
BA 25 238U (Bq/kg) 68.7 – – Fernandes et al. (2006)
226Ra (Bq/kg) 62.6 – –
210Pb (Bq/kg) 173 – –
232Th (Bq/kg) 87.7 – –
228Ra (Bq/kg) 80.8 – –
ES 226Ra (Bq/kg) – 6.0 4100 Vasconcelos et al. (2013)
214Pb (Bq/kg) – 3.0 3600
232 Th (Bq/kg) 20 57,000
212 Pb (Bq/kg) 17 47,500
40K (Bq/kg) 73 3000
PR 7 210Po (Bq/kg) – 70.1 142.9 Galhardi et al. (2017)
232Th (Bq/kg) – 20.3 28.38
230Th (Bq/kg) – 18.2 63.6
238U (Bq/kg) – 22.8 40.1
235U (Bq/kg) – 1.19 2.27
234U (Bq/kg) – 27.4 45.0
PR 52 234Th (Bq/kg) – 9 282 Flues et al. (2002)
40K (Bq/kg) – 59 412
c
RN Thorium (ppm) 14.9 7.3 79.0 Marcon et al. (2017)
Uranium (ppm) 3.1 1.5 5.5
40K (%) 1.7 0.7 3.0
Thorium (ppm) 23.6 12.2 54.8
Uranium (ppm) 4.8 0 12.7
40K (%) 4.7 3.1 6.4

a b
eU, uranium equivalent
eTh, thorium equivalent c Not
informed
BA Bahia, ES Espírito Santo, GO Goiás, MT Mato Grosso, MG Minas Gerais, PB Paraíba, PE Pernambuco, PR Paraná, RJ Rio de Janeiro, RN Rio
Grande do Norte, RS Rio Grande do Sul, SP São Paulo

groundwater pooled samples from different states in southeast The radioactivity levels in air, mostly from radon gas,are
region (Godoy and Godoy 2006). While the lowest levels were shown in Table 3. Studies from seven Brazilian states, mainly
reported in locations such as Goiás (Midwest region) and from the southeast region, have been described. High
Bahia (northeast region) with 0.01 Bq/L of total alpha variability in indoor radon concentration has been highlighted.
radiation (Silva and Pecequilo 2012; Mingote and Costa 2016) For instance, in the southeast region, studies performed in São
and < 0.002 Bq/L of radium-226 in a groundwater lake from the Paulo state described radon levels from 63 to 263 Bq/m3
Região dos Lagos in Rio de Janeiro state (southeast region) (Marques et al. 2006), and maximum values in Rio de
(Almeida et al. 2004). Janeiro state reached 247 Bq/m 3 (Carneiro et al. 2013).
However, maximum values
51
Table 2 Radionuclides and radioactivity levels in water samples from different Brazilian areas

Location Number of samples Concentration References

Radionuclide Mean Min Max

SP 50 222Rn (Bq/L) 3.07 0.69 14.95 Santos and Bonotto (2014)


SP 6 222Rn (Bq/L) 21.2 8.1 36 Marques et al. (2006)
SP 45 222Rn (Bq/L) 41.2 0.03 217 Bonotto and Mello (2006)
214Pb (Bq/L) 13 2 332
214Bi (Bq/L) 12 1 226
PR 31 222Rn (Bq/L) – 1.6 215 Corrêa et al. (2015)
226Ra (Bq/L) – 0.50 3.73
GO 96 Alpha (Bq/L) – 0.01 0.7 Mingote and Costa (2016)
Beta (Bq/L) – 0.04 0.6
RS 11 222Rn (dpm/m3) 380 159 495 Santos et al. (2008)
224Ra (dpm/m3) – 108 1055
223Ra (dpm/m3) – 2.2 9.7
226Ra (dpm/m3) – 26 229
RJ 7 228Ra (Bq/L) – 0.08 0.63 Lauria and Godoy (2002)
226Ra (Bq/L) – 0.10 1.52
U (μg/L) – 0.03 1.10
Th (μg/L) 0.05 0.14
BA 32 Alfa (Bq/L) (dry season) – 0.010 0.57 Silva and Pecequilo (2012)
Alfa (Bq/L) (rainy season) – 0.020 0.45
Beta (Bq/L) (dry season) – 0.010 1.63
Beta (Bq/L) (rainy season) – 0.040 1.39
SP 20 234 U (mBq/L) – – 44 Reyes (2004)
238 U (mBq/L) – – 14.8
226Ra (mBq/L) – 34 55
228Ra (mBq/L) 21 60
Brazil* – 226Ra (Bq/L) – < 0.002 0.22 Godoy et al. (2001)
228Ra (Bq/L) – < 0.016 1.02
210Pb (Bq/L) – < 0.013 0.19
SP, MG 75 222Rn (Bq/L) 15.4 0.02 112.5 Bonotto (2014)
220Rn (Bq/L) – 4 895
SP, MG 75 234U/238U (mg/L) – 0.001 4.82 Bonotto (2017)
MG 4 232Th (mg/kg) – – 119 Queiroz et al. (2017)
238U (mg/kg) 36.5
K 110
SP 11 76 33.3 117 de Oliveira Lucas and Ribeiro (2007)
10 222Rn (Bq/dm3) 26 7.7 37.78
11 39 23.9 70
RJ 5 222Rn (Bq/L) – <3 75 Almeida et al. (2004)
226Ra (Bq/L) 0.022 < 0.002 0.492
228Ra (Bq/L) 0.256 < 0.01 1.5
238U (Bq/L) 8.35 < 1.0 8.0
RN 25 Alpha (Bq/L) (dry season, 2013) 1.7 2.50 2.80 Chaves et al. (2016)
Alpha (Bq/L) (rainy season, 2014) 0.70 0.90 1.00
Alpha(Bq/L) (dry season, 2014) 0.20 0.45 0.75
Beta (Bq/L) (dry season, 2013) 0.81 0.83 1.12
Beta (Bq/L) (rainy season, 2014) 0.60 0.56 1.17
PR 31 226Ra 0.087 < 0.010 3.79 Corrêa et al. (2014)
228Ra 0.21 < 0.015 3.80
210Pb 0.054 < 0.010 0.98
U 0.42 < 0.01 7.49
228/226Ra 4.82 0.40 57.8
PR, MT, SP, SC, RS 78 226Ra (mBq/L) 0.10 0.03 1.49 Bonotto and Bueno (2008)
222Rn (mBq/L) 11.4 0.05 57.4
210Pb (mBq/L) 7.1 0.8 28.4
210Po (mBq/L) 1.6 0.3 12.5
232Th (mBq/L) 0.30 < 0.04 1.68
228Th (mBq/L) 1.30 < 0.04 2.14
228Ra (mBq/L) 3.3 < 0.04 1.68
PR 35 40K (mBq/L) 125.59 5.52 256.13 Bonotto (2011)
238 U (mBq/L) 0.49 0.12 2.4
52
Table 2 (continued)

Location Number of samples Concentration References

Radionuclide Mean Min Max

234 U (mBq/L) 0.98 0.13 3.65


226Ra (mBq/L) 330.7 73.1 1440.7
222Rn (mBq/L) 3.80 0.78 11.76
210 Po (mBq/L) 2.49 0.14 17.59
210 Pb (mBq/L) 3.98 0.24 26.37
PR 29 40K (mBq/L) 38.89 7.73 187.13
238 U (mBq/L) 12.93 0.24 89.64
234 U (mBq/L) 35.98 0.79 306.57
226Ra (mBq/L) 203.7 33.0 1174.1
222Rn (mBq/L) 13.30 0.23 50.46
210Po (mBq/L) 1.15 0.20 3.44
210 Pb (mBq/L) 2.10 0.31 7.49
PR 16 40K (mBq/L) 53.44 8.28 266.06
238U (mBq/L) 0.29 0.03 1.08
234U (mBq/L) 0.53 0.03 1.34
226Ra (mBq/L) 136.5 1.00 323.6
222Rn (mBq/L) 6.70 0.93 21.18
210Po (mBq/L) 3.70 0.70 21.24
210 Pb (mBq/L) 6.70 1.25 30.27
RN 5 Alpha – 0.12 1.35 Marcon et al. (2010)
Beta – 0.25 2.05
RN 2 Alpha – < 0.09 0.04 Marcon et al. (2017)
Beta – 0.22 0.36
5 Alpha – < 0.09 0.98
Beta – 0.30 2.10
Brazilian Northa 10 222Rn 88.6 < 2.4 525 Godoy and Godoy (2006)a
226 Ra 0.12 < 0.010 0.36
228 Ra 0.46 < 0.015 1.42
210 Pb 0.025 < 0.010 0.035
238 U 0.05 <0.01 0.12
228Ra/226Ra 4.94 1.50 13.7
Brazilian Northeasta 42 222Rn 33.3 < 1.2 80.6
226 Ra 0.087 < 0.010 0.96
228 Ra 0.10 < 0.015 0.56
210 Pb 0.024 < 0.010 0.057
238U 0.38 < 0.01 5.73
228Ra/226Ra 3.00 0.03 14.0
Brazilian Midwesta 23 222 Rn 43.8 <5 51.6
226 Ra 0.015 < 0.010 0.037
228 Ra 0.024 < 0.015 0.061
210 Pb 0.032 < 0.020 0.040
238 U 0.74 < 0.01 1.24
228/226 Ra 2.27 0.24 5.89
Brazilian Southa 47 222 Rn 229 < 1.2 1402
226 Ra 0.043 < 0.010 0.19
228 Ra 0.037 < 0.015 0.19
210 Pb 0.095 < 0.010 0.61
238U 0.71 < 0.01 2.15
228/226 Ra 1.96 0.06 8.00
Brazilian Southeasta 229 222 Rn 150 < 1.2 3542
226 Ra 0.087 < 0.010 3.79
228 Ra 0.21 < 0.015 3.80
210 Pb 0.054 < 0.010 0.98
U 0.42 < 0.01 7.49
228/226 Ra 4.82 0.40 57.8

SP São Paulo, PR Paraná, GO Goiás, RS Rio Grande do Sul, RJ Rio de Janeiro, BA Bahia, MG Minas Gerais, RN Rio Grande do Norte, MT Mato Grosso,
SC Santa Catarina
a
Papers that analysed all Brazilian states
*
The study did not specify the Brazilian state where it was performed.
53
Table 3 Air radioactivity levels
from different Brazilian areas Location Number of samples Concentration (Bq/m3) References

Radionuclide Mean Min Max

RJ 161 222Rn – 14 247 Carneiro et al. (2013)


PR 102 222Rn 400 – – Corrêa et al. (2014)
SP 17 222Rn – 63 263 Geraldo et al. (2005)
SP 50 222Rn – 32 853 Santos and Bonotto (2014)
RN 210 222Rn 291 15 2893 Campos et al. (2013)
SP 6 222Rn (kBq/m3) – 0.41 3.46 Marques et al. (2006)
a
RN 222Rn 55.4 5.0 160.0 Marcon et al. 2017)
a
222Rn 260.6 56.6 2098.7

a
Not informed
RJ Rio de Janeiro, PR Paraná, SP São Paulo, RN Rio Grande do Norte, SP São Paulo

described in that works were those reported at Rio Grande do nuclear accident that took place in Japan in 2011 (UNSCEAR
Norte state performed by Campos et al. (2013) and Marcon et 2012). In this report, the effects observed in human and non-
al. (2017) reaching values up to 2893 Bq/m3 in indoor human populations who had immediate contact with radiation
measurements. were reported. As its main conclusions, no significant biolog- ical
effects on the exposed population were described because of the
little contact time with radioactive material due to the rapid
Discussion evacuation of communities nearby the accident. Nevertheless,
the Chernobyl case taught us the devastating effect at a
Most studies performed in Brazil have involved the analysis of pandemic level that chronic exposure to ionizing radiation can
uranium and other radionuclides produced throughout its de- elicit on a human population, even 30 years after the event. Most
cay chain. Among them, U238 concentration in water samples has of the epidemiological studies revealed the deleterious effects
been reported to reach values comparable to those ob- served of natural radioactivity on the endocrine system. The most
in water samples from high natural background regions (HNBR). frequent health effect reported was thyroidcancer, particularly
This element has particular relevance due to its long decay half- described in a child population from Ukraine or living in
life of 4.5 billion years; a fact which perpetuates the emission neighbouring countries (Jacob et al. 2006a; Jacob et al. 2006b;
of alpha, beta and gamma radiation. Moreover,other uranium Chumak et al. 2007; Kesminiene et al. 2008; Zablotska et al.
decay products such as Ra228 and Ra226 have also been 2011; Chumak 2012; Kesminieneet al. 2012; Drozdovitch et al.
reported. This element has a half life time of 2016). This information high-lights the probable effect on the
5.75 years and has been studied and regulated in international Brazilian population which has been chronically exposed to
guidelines of water quality (USEPA 2012). natural radioactivity which can be taking place.
Another radionuclide described in the scientific literature Natural radioactivity is a current issue as a health con- cern,
included in this review is radon (222Rn) due to its recognized which extends from the 1950s until today. Most stud- ies
implications on human health (WHO 2009). This element is a gas report the uranium decay chain as the most natural
and can freely distribute into different environmental com- contributing source of ionizing radiation to human expo- sure.
partments and therefore be inhaled by the exposed population, and In fact, radon is the main contributor, representing more than
also ingested through water (Auvinen et al. 2005; ATSDR2012). 50% of lifetime exposure to ionizing radiation worldwide
It was measured in a wide range of concentrations comparable (NCRP; WNA 2012). When radon is inhaled, it undergoes a
with international literature on HNBR as shownin Table 4. For successive series of transformations emitting alpha and beta
instance, the reported radon concentration in water reached radiation throughout its decomposition until reaching stability
values as high as 30 times the reported values in other Latin as lead-210. According to the World Health Organization,
American countries (Canoba et al. 2002); and inoverall lines, inhalation is the main route of expo- sure to this element. The
it was as high as those found in other HNBR regions such as aforementioned process leads toan increase in the occurrence
Iran and Finland (Faheem et al. 2008; Pirsahebet al. 2013). of mutations in lung tissue, responsible for the observed
The United Nations Scientific Committee on the Effects of increasing likelihood of can- cer development (WHO
Atomic Radiation published a document describing the effects of 2009). The Environmental Protection Agency (EPA) point
ionizing radiation based on the scientific evidence from the to radon as being the
54
Table 4 Radionuclide levels in
some countries around the world Country Sample Number of Radionuclide Mean References
samples

Iran Soil (Bq/kg) 50 226 Ra 38.8 Asgharizadeh et al.


232 Th 43.4 (2013)
40K 555.1
Palestine Water (Bq/L) 11 222Rn 6.9 Al Zabadi et al. (2012)
Peru Water (Bq/L) 4 222Rn 6.0 Murat Sac et al. (2014)
226 Ro 0.5
Argentina Indoor air 35 222Rn 36.96 Canoba et al. (2002)
Ecuador (Bq/m3) 94.30
Mexico 67.29
Peru 32.29
Venezuela 52.50
Iran Water (Bq/L) 23 222Rn 21 Pirsaheb et al. (2013)
5 145–2731
49 46.4
10 2.5
22 3.7
14 10
8 10
15 10
120 10
120 11
15 10
120 30.2
43 11
Pakistan Indoor air 39 222Rn 111 Faheem et al. (2008)
(Bq/m3) 54 148
24 167
51 126
21 83
72 12
200 35
2800 31
2800 30
200 76
200 68
240 13–323
240 21–281

second cause of lung cancer in the USA after smoking (Pawel learning impairment in children and hypertension in adults),
and Puskin 2004). In Brazil, the National Nuclear Energy along with renal failure and peripheral polyneuropathy in
Commission recognizes ionizing radiation as a public health adults being among various outcomes which are causally re-
concern (CNEN 2016). Nevertheless, despite Brazil having lated to this element (Bonotto et al. 2009; Vasconcellos et al.
one of the most important worldwide urani- um reservoirs, as 1987). In addition, lead has been re-categorized into group 2A as
highlighted in this systematic review, the number of scientific a probable carcinogen. Therefore, the influence on morbid- ity
reports that address this issue is still scarce. and mortality related to this issue needs more studies thathave
Furthermore, lead (the last uranium decay chain product) has yet to be performed (IARC 2006;Tchounwou et al. 2012).
been extensively studied for its effects on human health,even Developed countries like the USA and many from the
at low exposure concentration (e.g. cognitive and European Union have included natural radioactivity within
55

public health priorities and have implemented monitoring pol- exposure raised the chances of dying by lung cancer by 20%in
icies to mitigate and understand this issue (EPA; PHE; Gruber et that region. Most other scientific reports performed in Brazil
al. 2013). The permissible levels of radon exposure in in-door did not relate or at least did not infer the potential riskinvolved.
air according to the World Health Organization is 100 Bq/m3 For instance, a study performed in the same region assessed
(WHO 2009). Nevertheless, as described above, radon public and occupational radon exposure in museums of Rio de
exposure needs to be represented in terms of time in order to Janeiro city and public buildings with an inferreddose from
understand its potential real impact. For this purpose, one widely 0.35 to 6.23 mSv/year (Carneiro et al. 2013). Higher radon
used dose indicator is the effective annual dose. This parameter concentrations were reported in another study performed in
is classified into four levels: less than or equal to 5 mSv/year, Paraná state (southern region) with an inferred dose ranging
medium (5–20 mSv/year), high (20–50 mSv/ year) and very from 3.73 to 7.56 mSv/year (Corrêa et al. 2014). One of the
high (>50 mSv/year) (Shahbazi-Gahrouei et al. 2013). For highest values was reported in a study performed inLajes Pintadas
instance, Faheem et al. (2008) described indoor radon levels city, located in Rio Grande do Norte state. The analysis revealed
found in Pakistan ranging from 5 to 782 Bq/m3, a maximum a wide range of radon in indoor air reaching an inferred annual
level more than seven times the considered guideline and dose of 0.37 to 72.98 mSv/year (Camposet al. 2013). This city
which represents a mean annual effective dose of 19.7 was built in the Borborema province, a recognized uranium-
mSv/year. In the same way, in a systematic review performed and thorium-rich area.
in Iran which included 21 scientific papers, Pirsaheb et al. Climate conditions can play a strong factor in the resultingradon
(2013) described high levels of radioactivity with maximum exposure. Brazil’s geographic extension covers all pos-sibilities
doses reaching 640 mSv/year. Radon levels in the in climate conditions. For instance, unlike the rest of the country,
aforementioned study were dependent on the architec-ture of the semi-arid northeast region presents almost no significant
the building because of differences in ventilation sys- tems variation in terms of temperature swings. As men-tioned above,
along with the used building materials, which (as previ-ously aeration is an inexpensive alternative to reduce indoor radon
described) influence the resulting exposure level. Theindoor levels (Zielinski et al. 2006). Aeration influence could be
radon level in Latin America has been described in a wide exemplified in a study performed in a mining regionin Pará state
range of concentrations. For instance, in countries suchas Peru, (north region) by Evangelista et al. (2002), where a ten times
Ecuador, Mexico, Argentin, and Venezuela, the de- scribed reduction in radon content was observed in a ura-nium mine.
maximum values were (and the inferred estimated annual Therefore, the results described in the semi-aridregion lead to
dose) 50 Bq/m3 (1.26 mSv/y); 225 Bq/m3 (5.67 mSv/ the hypothesis that despite constant aeration due to the type of
y); 280 Bq/m3 (7.06 mSv/y); 286 Bq/m3 (7.21 mSv/y) and houses constructed in the northeast aimed to relieve high
346 Bq/m3 (8.72 mSv/y), respectively (Canoba et al. 2002). temperatures and consequently increasing the aer-ation process,
This last report also included measurements performed in this is not enough to reduce the indoor radon concentrations to
Brazil in São Paulo state with 7.0 to 310.0 Bq/m 3, constitutingan safe levels. This ratifies the high population exposed to the
estimated effective annual dose ranging from 0.2 to deleterious effects of natural radioactivity. On the other hand,
7.8 mSv/y (Canoba et al. 2002). In the present review, other the situation in the southern region could neg-atively contribute
Brazilian regions presented even higher natural radiation in air. to the exposure because the low tempera- tures observed in
For instance, Marcon et al. (2017) found Rn222 levels of260 to winter lead the population to be more ex- posed to radon,
2098 Bq/m3 in Rio Grande do Norte state (northeast region), thereby increasing their probability to develop cancer linked to
which represents annual doses ranging from 6.55 to radon exposure (WHO 2009).
52.93 mSv/year. In this case, even the minimum predicted Moreover, other sources of exposure need to be considered,
dose is two times the world annual estimated dose considering all especially in Brazil. As mentioned above, Brazil represents
types of exposure to radiation, not just radon (Hendry et al. 2009). one of the largest water reservoirs around the world.
Only four epidemiological reports describing natural radio- Nevertheless, there is convincing evidence of water being a
activity and human health effects were found (Veiga and natural radioactivity dissemination vector, constituting a fact
Koifman 2005; Veiga et al. 2006; Melo et al. 2012; Veríssimo that could play an important role in the illness caused by
et al. 2013). One report was performed in Poços de Caldas city radioactivity exposure, especially involving densely populat-ed
in Minas Gerais state in the southeast region, which is regions. For instance, some ecotoxicological studies using a
considered a HNBR (Veiga et al. 2006). This work was a variety of bioindicators has related the high level of radio-
cohort study from 1979 to 2002 with an involved ex-posed activity (dissolved Rn Level) and an increased water mutagen-ic
population of 2856 inhabitants. The mean indoor radon levels potential tested throughout different ecotoxicological exper-
were statistically different considering the location, imental models such as Tradescantia pallida, Oreocromis
1.53 mSv/y in urban area vs. 5.55 mSv/year in rural area. The nilocticus and Allium cepa, and even using human lympho-
performed risk assessment highlighted that radon cyte culture, thus endorsing this speculation (Barbosa et al.
2010; Marcon et al. 2010; Chaves et al. 2016) and with all
56

of them showing the mutagenic potential as representation ofthe limit the statistical power and the obtained results (Canu et al.
risk involved in cancer development. Several international 2011).
studies have shown a parallelism between the high exposureto Overall, even though some works have been reported on
natural radiation and other types of cancer such as the oc- natural radioactivity across Brazil, there are further issues to
currence of leukaemia, mainly involving children (Raaschou- investigate. There are many unexplored areas with not even a
Nielsen et al. 2008; Hauri et al. 2013; Laurent et al. 2013; single measurement of radionuclides or background radiation
Teras et al. 2016). such as some states in the north, northeast and midwest re-
Currently, the digestive tract is also being considered an gions. Brazil’s continental size harbours diverse geological
exposure route to radioactive elements through the consump- and climate conditions, among other factors which make
tion of contaminated food and water (Faheem et al. 2008; difficult to develop a reasonable plan to make a natural
Appleton and Miles 2010; Al Zabadi et al. 2012). A relation- radiation or radon map of the country. Still, these issues have
ship between the occurrence of digestive cancer has been re- been considered according to Silva et al. (2014) and Licinio et
ported in areas where water has high levels of dissolved radon al. (2013). In these works, the need for paying attention to this
(Akan et al. 2014; Walsh et al. 2015). The International human health concern was highlighted, giving the bases for
Protection Agency has defined a guideline value for radon in monitoring natural radioactivity exposure and the required
drinking water of 11.1 Bq/L (USEPA 2012). High and vari- analytical protocols in order to obtain traceability of these
able levels of natural radioactivity have been described in results aimed to minimize the efforts in maximizing further
different regions of Brazil. The presence of radionuclides in exposure inferences.
water has been related due to the geologic interaction between
water and the earth’s crust (Bonotto and Bueno 2008). For
instance, Almeida et al. (2004) described the concentration of
radionuclides such as uranium, potassium, radium and ra-don Conclusions
in surface water in the região lagunera in Rio de Janeirostate,
reporting low radioactivity with mean radon concentra-tion of This review entails all the information published in scientific
3.0 Bq/L. Moreover, a study performed in the GuaraniAquifer journals about natural radioactivity performed in Brazil in the
in São Paulo (Southeast Region of Brazil) described radon twenty-first century. This included geological information and
concentrations between 0.03 Bq/L and 41.2 Bq/L. Among the building materials, along with the analysis of water and air. In
measured redionuclides, radon presented the highest addition, information about potential consequences derived
concentrations and reported variability (Bonotto and Mello from radioactivity exposure was also discussed. A wide range of
2006; Bonotto and Bueno 2008). Another study in- volved the concentrations and assessed radionuclides were described.Most
analysis of groundwater water from 22 Brazilianstates. In the of the information was above the international guide- lines and
South, the water was also the object of study inCuritiba (Corrêa comparable to HNBR regions worldwide. Furthermore,
et al. 2014). High radon levels in the water were reported. most studies gathered in this review still lack information
Seventy percent of the analysed samples were above the about the risks of natural radioactivity on human health.
considered guidelines, representing an inferred an- nual Therefore, the information recorded in this review sub-sidize the
effective dose up to 11 mSv/year. bases and highlights the need for a discussion at anational level
There is no conclusive information regarding other health supporting the creation of governmental lawsaimed to regulate
endpoints and radiation exposure (i.e. other types of cancer human exposure to natural ionizing radia- tion, especially in
other than lung cancer and inhaled radon). For instance, the HNBR, in order to prevent and minimize risks to develop
association between Rn222 levels in drinking water and stom-ach cancer and other chronic diseases.
cancer remains an open subject for discussion because there is
still little evidence and the studies present controver-sial results. Acknowledgements The authors wish to thank the Coordenação de
For instance, in the work by Auvinen et al. (2005),a higher risk Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) for the scholar- ship
granted to Feliphe Lacerda and Luíza Xavier.
to develop stomach cancer from drinking water with radon
(median of 130 Bq/L) or other radionuclides wasnot observed. Funding information The authors wish to thank the Conselho Nacional de
On the other hand, Messier and Serre (2017) found that an Desenvolvimento Científico (CNPq) for the financial support of the
increase of 100 Bq/L in Rn222 levels in ground- water is research;
associated with an increased risk to develop stomachand even
lung cancer in North Carolina, USA. Some factorssuch as the Compliance with ethical standards
small sample size and the statistical control of confounding
variables could be cited as important points when analysing Conflict of interest The authors declare that they have no conflict of
interest.
epidemiological studies, as these factors can
57

References e pegmatíticos: o caso do município de Lages Pintadas (Rio Grande do Norte,


Brasil). Rev Geol 26:45–52
Akan Z, Baskurt B, Asliyuksek H, Kam E, Yilmaz A, Yuksel MB, Biyik R, Canoba A et al (2002) Indoor radon measurements in six Latin American
Esen R, Koca D (2014) Environmental radioactivity and high incidence countries. Geofísica Int 41:453–457
rates of stomach and esophagus cancer in the Van Lakeregion: a causal Canu IG, Laurent O, Pires N, Laurier D, Dublineau I (2011) Health
relationship? Asian Pac J Cancer Prev 15:375–380 effects of naturally radioactive water ingestion: the need for en- hanced
Al Zabadi H, Musmar S, Issa S, Dwaikat N, Saffarini G (2012) Exposure studies. Environ Health Perspect 119:1676–1680. https://
assessment of radon in the drinking water supplies: a descriptive study in doi.org/10.1289/ehp.1003224
Palestine. BMC Res Notes 5:29. https://doi.org/10.1186/ 1756-0500-5-29 Cardoso GV, NMBDA S, MAV W, Mazur N (2009) Geoquímica de
Almeida RM, Lauria DC, Ferreira AC, Sracek O (2004) Groundwater radionuclídeos naturais em solos de áreas circunvizinhas a uma unidade
radon, radium and uranium concentrations in Regiao dos Lagos, Rio de de mineração e atividade de urânio. Rev Bras Ciênc Solo33:1909–1917
Janeiro State, Brazil. J Environ Radioact 73:323–334. https://doi. Carlos DU, Ribeiro FB, Saad AR, de Araújo Nicolai SH (2004)
org/10.1016/j.jenvrad.2003.10.006 Radioactivity distribution in some Permian sediments from the Iratı́and
Amaral RS, Vasconcelos WE, Borges E, Silveira SV, Mazzilli BP (2005) Corumbataı́formations of the Paraná Basin Southeastern Brazil. Appl
Intake of uranium and radium-226 due to food crops consumption in the Radiat Isot 60:63–77. https://doi.org/10.1016/j.
phosphate region of Pernambuco–Brazil. J Environ Radioact 82: 383–393. apradiso.2003.09.009
https://doi.org/10.1016/j.jenvrad.2005.02.013 Carneiro GL, Braz D, de Jesus EF, Santos SM, Cardoso K, Hecht AA,
Appleton JD, Miles JC (2010) A statistical evaluation of the geogenic Dias da Cunha MK (2013) Radon in indoor concentrations and indoor
controls on indoor radon concentrations and radon risk. J Environ concentrations of metal dust particles in museums and other public
Radioact 101:799–803. https://doi.org/10.1016/j.jenvrad.2009.06. buildings. Environ Geochem Health 35:333–340. https://doi.
002 org/10.1007/s10653-012-9497-4
Asgharizadeh F, Ghannadi M, Samani AB, Meftahi M, Shalibayk M, Chaves LC, Navoni JA, de Morais FD, Batistuzzo de Medeiros S,
Sahafipour SA, Gooya ES (2013) Natural radioactivity in surface soil Ferreira da Costa T, Petta RA, Souza do Amaral V (2016) Water
samples from dwelling areas in Tehran city, Iran. Radiat ProtDosimetry mutagenic potential assessment on a semiarid aquatic ecosystem under
156:376–382. https://doi.org/10.1093/rpd/nct067 influence of heavy metals and natural radioactivity using micronuclei test.
ATSDR (2012) Toxicological profile for Radon. Atlanta Environ Sci Pollut Res Int 23:7572–7581. https://doi.org/10.1007/s11356-
ATSDR. ATSDR Toxicological Profiles https://www.atsdr.cdc.gov/ 015-5993-2
toxprofiles/index.asp. Accessed January 2018 Chumak VV (2012) The Chernobyl experience in the area of retrospec-tive
Auvinen A, Salonen L, Pekkanen J, Pukkala E, Ilus T, Kurttio P (2005) dosimetry. J Radiol Prot 32:N59–N63. https://doi.org/10.1088/ 0952-
Radon and other natural radionuclides in drinking water and risk ofstomach 4746/32/1/N59
cancer: a case-cohort study in Finland. Int J Cancer 114: 109–113. Chumak VV et al (2007) Dosimetry for a study of low-dose radiation
https://doi.org/10.1002/ijc.20680 cataracts among Chernobyl clean-up workers. Radiat Res 167: 606–614.
Barbosa JS, Cabral TM, Ferreira DN, Agnez-Lima LF, de Medeiros SR https://doi.org/10.1667/RR0302.1
(2010) Genotoxicity assessment in aquatic environment impactedby the CNEN (2016) Programa de Politica Nuclear - PPA 2016–2019 e LOA
presence of heavy metals. Ecotoxicol Environ Saf 73:320– 325. 2016. http://www.cnen.gov.br/images/cnen/documentos/
https://doi.org/10.1016/j.ecoenv.2009.10.008 planejamento/ProgramaPoliticaNuclear-PPA-2016-2019.pdf. Accessed
Becegato VA, Ferreira FJF (2005) Gamaespectrometria, resistividade January 2018
elétrica e susceptibilidade magnética de solos agrícolas no noroeste do Conceição FTD, Bonotto DM (2006) DOSE DE EXPOSIÇÃO
estado do paraná. Rev Bras Geofísica 23:371–405 RADIOMÉT RICA E COMPOS IÇÃO DAS ROCHAS S E D I M E
Bleise A, Danesi PR, Burkart W (2003) Properties, use and health effects of NT ARES E Í GN EAS N A B A C IA DO RIO
depleted uranium (DU): a general overview. J Environ Radioac64:93–112 CORUMBATAÍ (SP) Revista Brasileira de Geofísica 24:37-48 Corrêa JN,
Bonotto DM (2011) Natural radionuclides in major aquifer systems of the Paschuk SA, Kappke J, Perna AFN, França AC, Schelin HR,
Parana sedimentary basin, Brazil. Appl Radiat Isot 69:1572–1584. Denyak V (2014) Measurements of 222Rn activity in well water of
https://doi.org/10.1016/j.apradiso.2011.06.002 the Curitiba metropolitan area (Brazil). Radiat Phys Chem 104:108– 111.
Bonotto DM (2014) (222)Rn, (220)Rn and other dissolved gases in min- eral https://doi.org/10.1016/j.radphyschem.2014.01.006
waters of Southeast Brazil. J Environ Radioac 132:21–30. Corrêa JN et al (2015) Monitoramento da radioatividade alfa relacionada ao
https://doi.org/10.1016/j.jenvrad.2014.01.005 radônio-222 em águas de poços da região metropolitana de Curitiba (PR).
Bonotto DM (2017) The dissolved uranium concentration and (234)U/ Eng Sanit Ambient 20:243–250. https://doi.org/10. 1590/s1413-
(238)U activity ratio in groundwaters from spas of southeastern Brazil. J 41522015020000124599
Environ Radioac 166:142–151. https://doi.org/10.1016/j. da Conceicao FT, Bonotto DM, Jimenez-Rueda JR, Roveda JA (2009)
jenvrad.2016.03.009 Distribution of 226Ra, 232Th and 40K in soils and sugar cane crops at
Bonotto DM, Bueno TO (2008) The natural radioactivity in Guarani Corumbatai river basin, Sao Paulo State, Brazil. Appl Radiat Isot67:1114–
aquifer groundwater, Brazil. Appl Radiat Isot 66:1507–1522. 1120. https://doi.org/10.1016/j.apradiso.2009.02.086
https://doi.org/10.1016/j.apradiso.2008.03.008
Darby S et al (2005) Radon in homes and risk of lung cancer: collabora-tive
Bonotto DM, Mello CB (2006) A combined method for evaluating radon and
analysis of individual data from 13 European case-control stud- ies. BMJ
progeny in waters and its use at Guarani aquifer, Sao Paulo State, Brazil.
330:223. https://doi.org/10.1136/bmj.38308.477650.63
J Environ Radioact 86:337–353. https://doi.org/10.
de Oliveira Lucas F, Ribeiro FB (2007) Radon content in groundwaters
1016/j.jenvrad.2005.10.003
drawn from the metamorphic basement, eastern São Paulo state, Brazil.
Bonotto DM, Caprioglio L, Bueno TO, Lazarindo JR (2009) Dissolved
Radiat Meas 42:1703–1714. https://doi.org/10.1016/j.
210Po and 210Pb in Guarani aquifer groundwater, Brazil. RadiatMeas
radmeas.2007.06.005
44:311–324. https://doi.org/10.1016/j.radmeas.2009.03.022
Campos TFC, Petta RA, Malanca A, Pastura VFS, Sichel SE, Motoki A Dias NMP, Caires EF, Pires LF, Bacchi MA, Fernandes EADN (2010)
(2013) O gás radônio e a radiação natural em terrenos metagraníticos Radiological impact of phosphogypsum surface application in a no- till
system in Southern Brazil. Pesq Agropec Bras 45:1456–1464
58
dos Santos Júnior JA, JJRF C, CMD S, Silveira SV, dos Santos Amaral R Jacob P et al (2006b) Thyroid cancer risk in areas of Ukraine and Belarus
(2005) Analysis of the 40K levels in soil using gamma spectrometry. Braz affected by the Chernobyl accident. Radiat Res 165:1–8
Arch Biol Technol 48:221–228 Kesminiene A et al (2008) Risk of hematological malignancies among
Drozdovitch V, Chumak V, Kesminiene A, Ostroumova E, Bouville A Chernobyl liquidators. Radiat Res 170:721–735. https://doi.org/10.
(2016) Doses for post-Chernobyl epidemiological studies: are theyreliable? 1667/RR1231.1
J Radiol Prot 36:R36–R73. https://doi.org/10.1088/0952-4746/36/3/R36 Kesminiene A et al (2012) Risk of thyroid cancer among chernobyl liq-
EPA. State maps of radon zones. https://www.epa.gov/radon/state-maps- uidators. Radiat Res 178:425–436. https://doi.org/10.1667/RR2975. 1
radon-zones. Accessed January 2018 Krewski D et al (2005) Residential radon and risk of lung cancer: a
Evangelista H, Pereira EB, Fernandes HM, Sampaio M (2002) Radon combined analysis of 7 North American case-control studies.
dynamics and reduction in an underground mine in Brazil. Implications Epidemiology 16:137–145
for workers’ exposure. Radiat Prot Dosim 98:235–238 Faheem M, Rahman L’Annunziata MF (2016) Radioactivity - introduction and history, fromthe
S, Matiullah (2008) A review of radon measurement studies in Pakistan. J quantum to quarks. Elsevier, 2nd
Radiol Prot 28:283–292. https://doi.org/10. Laurent O et al (2013) Potential impacts of radon, terrestrial gamma and
1088/0952-4746/28/3/R02 cosmic rays on childhood leukemia in France: a quantitative risk
Fernandes HM, Lamego Simoes Filho FF, Perez V, Franklin MR, assessment. Radiat Environ Biophys 52:195–209. https://doi.org/
Gomiero LA (2006) Radioecological characterization of a uraniummining 10.1007/s00411-013-0464-y
site located in a semi-arid region in Brazil. J Environ Radioact 88:140– Lauria DC, Godoy JM (2002) Abnormal high natural radium concentra-
157. https://doi.org/10.1016/j.jenvrad.2006.01. tion in surface waters. J Environ Radioact 61:159–168
006 Licinio MV, Freitas AC, Evangelista H, Costa-Goncalves A, Miranda M,
Flues M, Moraes V, Mazzilli BP (2002) The influence of a coal-fired Alencar AS (2013) A high spatial resolution outdoor dose rate mapof the
power plant operation on radionuclide concentrations in soil. J Environ Rio de Janeiro city, Brasil, risk assessment and urbanization effects. J
Radioact 63:285–294 Environ Radioact 126:32–39. https://doi.org/10.1016/j.
Galhardi JA, Garcia-Tenorio R, Diaz Frances I, Bonotto DM, MarcelliMP jenvrad.2013.07.012
(2017) Natural radionuclides in lichens, mosses and ferns in a thermal Marcon AE, Ferreira Dde M, de Moura Mde F, Campos TF, do AmaralVS,
power plant and in an adjacent coal mine area in southernBrazil. J Environ Agnez-Lima LF, de Medeiros SR (2010) Genotoxic analysis in aquatic
Radioact 167:43–53. https://doi.org/10.1016/j. jenvrad.2016.11.009 environment under influence of cyanobacteria, metal and radioactivity.
Geraldo LP, Wd S, Marques AL, Botari A (2005) Medidas dos níveis de Chemosphere 81, 773:–780. https://doi.org/10.1016/
radônio em diferentes tipos de ambientes internos na região da Baixada j.chemosphere.2010.07.006
Santista SP. Radiol Bras 38:283–286 Marcon AE et al (2017) Mutagenic potential assessment associated with
Geraldo LP, Serafim RA, Correa BA, Yamazaki IM, Primi MC (2010) human exposure to natural radioactivity. Chemosphere 167:36–43.
Uranium content and dose assessment for sediment and soil samples from https://doi.org/10.1016/j.chemosphere.2016.09.136
the estuarine system of Santos and Sao Vicente SP, Brazil. Radiat Prot Marques AL, Geraldo LP, Wd S (2006) Níveis de radioatividade natural
Dosim 140:96–100. https://doi.org/10.1093/rpd/ncq037 Godoy JM, decorrente do radônio no complexo rochoso da Serra de São Vicente SP.
Godoy ML (2006) Natural radioactivity in Brazilian ground-water. J Radiol Bras 39:215–218
Environ Radioact 85:71–83. https://doi.org/10.1016/j. Melo LR, Koifman RJ, Melo VP, Veiga LHS, Koifman S (2012) Cancer
jenvrad.2005.05.009 mortality and estimated incidence pattern in residents of an en- hanced
Godoy JM, Amaral EC, MLDP G (2001) Natural radionuclides in natural radiation area of Monte Alegre (PA) Brazil. Cad Saúde Colet
Brazilian mineral water and consequent doses to the population. JEnviron 20:297–304
Radioact 53:175–182 Messier KP, Serre ML (2017) Lung and stomach cancer associations with
Godoy LC, Bittencourt AVL, Santos LJC, Ferreira FJF (2011) groundwater radon in North Carolina USA. Int J Epidemiol 46:676– 685.
Distribuição de K, eU E eTh E AVALIAÇÃO DA DOSE ANUAL DE https://doi.org/10.1093/ije/dyw128
RADIAÇÃO NA REGIÃO DO GRANITO SERRA DO Mingote RM, Costa HFDA (2016) Avaliação do método de
CARAMBEÍ - PR. Rev Bras Geofísica 29:359–375 espectrometria por cintilação em meio líquido para a medida das
Gomes AFDS, Ladeira ACQ (2011) Characterization of sludge contain-ing atividades alfa e beta total em água: aplicação a águas de abastecimento
uranium as support for mitigation actions. R Esc Minas 64:479–485 público no estado de Goiás Brasil. Eng SanitAmbient 21 : 569 – 578.
Gruber V, Bossew P, De Cort M, Tollefsen T (2013) The European map ofthe htt ps:// doi.org/ 10.1590/s 1413 -
geogenic radon potential. J Radiol Prot 33:51–60. https://doi.org/ 41522016141973
10.1088/0952-4746/33/1/51 Moura CL, Artur AC, Bonotto DM, Guedes S, Martinelli CD (2011)
Hauri D et al (2013) Domestic radon exposure and risk of childhood Natural radioactivity and radon exhalation rate in Brazilian igneous rocks.
cancer: a prospective census-based cohort study. Environ Health Perspect Appl Radiat Isot 69:1094–1099. https://doi.org/10.1016/j.
121:1239–1244. https://doi.org/10.1289/ehp.1306500 apradiso.2011.03.004
Hendry JH et al (2009) Human exposure to high natural background Murat Sac M, Aydemir S, Ichedef M, Kumru MN, Bolca M, Ozen F
radiation: what can it teach us about radiation risks? J Radiol Prot29:A29– (2014) Natural radioactivity levels of geothermal waters and their
A42. https://doi.org/10.1088/0952-4746/29/2A/S03 influence on soil and agricultural activities. Radiat Prot Dosim 158: 148–
IARC (2006) IARC monographs on the evaluation of carcinogenic risksto 155. https://doi.org/10.1093/rpd/nct220
humans. Inorganic and Organic Lead Compounds NCRP (2017) NCRP Reports. https://www.ncrppublications.org/
IARC (2012) Agents classified by the IARC monographs. https:// Reports/. Accessed January 2018
monographs.iarc.fr/list-of-classifications. Accessed May 2016 Pawel DJ, Puskin JS (2004) The U.S. Environmental Protection Agency's
Jacob P et al (2006a) Thyroid cancer among Ukrainians and Belarusians who assessment of risks from indoor radon. Health Phys 87:68–74
were children or adolescents at the time of the Chernobyl acci- dent. J Radiol PHE. UK maps of radon. http://www.ukradon.org/information/ukmaps.
Prot 26:51–67. https://doi.org/10.1088/0952-4746/26/1/003 Accessed January 2018
Pirsaheb M, Najafi F, Khosravi T, Hemati L (2013) A systematic review of
radon investigations related to public exposure in Iran. Iran RedCrescent
Med J 15:e10204. https://doi.org/10.5812/ircmj.10204
59
Queiroz MTA, Sabará MG, Queiroz CA, Leão MMD, Amorim CC, Lima Teras LR, Diver WR, Turner MC, Krewski D, Sahar L, Ward E, Gapstur
LRPD (2017) Estudo sobre os teores de Tório, Urânio e Potássio naságuas SM (2016) Residential radon exposure and risk of incident hemato-
superficiais e sedimento marginal do Rio Piracicaba, Minas Gerais, logic malignancies in the Cancer Prevention Study-II Nutrition
Brasil. Eng Sanit Ambient 22:371–380. https://doi.org/10. Cohort. Environ Res 148:46–54. https://doi.org/10.1016/j.envres.
1590/S1413-41522016126287 2016.03.002
Raaschou-Nielsen O, Andersen CE, Andersen HP, Gravesen P, Lind M, UNSCEAR (2000) Sources and effects of ionizing radiation. Report
Schuz J, Ulbak K (2008) Domestic radon and childhood cancer in togeneral assembly, with scientific annexes vol volume I. New York
Denmark. Epidemiology 19:536–543. https://doi.org/10.1097/EDE. UNSCEAR (2012) Biological mechanisms of radiation actions at
0b013e318176bfcd lowdoses. A white paper to guide the Scientifc Committee’s future pro-
Reyes E (2004) Determinação Dos Radioisótopos 238u, 234u, 226ra gramme of work. United Nations, New York
E 228ra Em Águas Subterrâneas De Poços Perfurados Nos USEPA (2012) Report to congress: radon in drinking water
Granitóides De Morungaba Em Valinhos (SP). Rev Bras Geofísica regulations.
22:275–275 https://archive.epa.gov/water/archive/web/pdf/epa815r12002.pdf.
Ribeiro FCA, Silva JIR, Lima ESA, do Amaral Sobrinho NMB, Perez Accessed January 2018
DV, Lauria DC (2018) Natural radioactivity in soils of the state ofRio Vasconcellos LMH, Amaral ECS, Vianna ME, Franca EP (1987)
de Janeiro (Brazil): radiological characterization and relation-ships to Uptake of 226Ra and 210Pb by food crops cultivated in a region of
geological formation, soil types and soil properties. J Environ high natural radioactivity in Brazil. J Environ Radioact 5:287–302
Radioact 182:34–43. https://doi.org/10.1016/j.jenvrad. 2017.11.017 Vasconcelos DC, Reis PAL, Pereira C, Oliveira AH, Santos TO, Rocha
Sakoda A, Ishimori Y, Yamaoka K (2011) A comprehensive review Z(2013) Modelling natural radioactivity in sand beaches of Guarapari,
ofradon emanation measurements for mineral, rock, soil, mill tailing Espírito Santo State, Brazil. World J Nucl Sci Technol 03:65–71.
and fly ash. Appl Radiat Isot 69:1422–1435. https://doi.org/10. https://doi.org/10.4236/wjnst.2013.32011
1016/j.apradiso.2011.06.009 Veiga LHS, Koifman S (2005) Pattern of cancer mortality in some
Santos Júnior JA, Amaral RS, Silva CM, Menezes RSC, Bezerra JD Brazilian HBRAs. Int Congr Ser 1276:110–113. https://doi.org/10.
(2009) Radium-228 as an Indicator of Thorium-232 presence in asoil 1016/j.ics.2004.11.046
in Pernambuco Brazil. Bull Environ Contam Toxicol 82:650– 652. Veiga LH, Amaral EC, Colin D, Koifman S (2006) A retrospective mor-
https://doi.org/10.1007/s00128-009-9633-8 tality study of workers exposed to radon in a Brazilian underground coal
Santos TO, Bonotto DM (2014) 222Rn, 226Ra and hydrochemistry in the mine. Radiat Environ Biophys 45:125–134. https://doi.org/10.
Bauru aquifer system, São José do Rio Preto (SP), Brazil. Appl Radiat 1007/s00411-006-0046-3
Isot 86:109–117. https://doi.org/10.1016/j.apradiso.2013.12.003
Veiga LHS, Koifman S (2005) Pattern of cancer mortality in some
Santos IR et al (2008) Tracing anthropogenically driven groundwater
Brazilian HBRAs International Congress Series 1276:110–113
discharge into a coastal lagoon from southern Brazil. J Hydrol
Veríssimo G, Mendonça R, Meyer A (2013) Cancer mortality
353:275–293. https://doi.org/10.1016/j.jhydrol.2008.02.010
Saueia CH, Mazzilli BP (2006) Distribution of natural radionuclides among
inthe production and use of phosphate fertilizers in Brazil. J Environ Brazilian miners during 1979–2005. Cad Saúde Colet 21:281–288
Radioact 89:229–239. https://doi.org/10.1016/j.jenvrad.2006.05. Walsh L, Grosche B, Schnelzer M, Tschense A, Sogl M, Kreuzer
009 M(2015) A review of the results from the German Wismut uranium
Shahbazi-Gahrouei D, Gholami M, Setayandeh S (2013) A review on miners cohort. Radiat Prot Dosim 164:147–153. https://doi.org/10.
natural background radiation. Adv Biomed Res 2:65. https://doi. 1093/rpd/ncu281
org/10.4103/2277-9175.115821 WNA (2012) Radiation and life. http://www.world-
Silva LS, Pecequilo BRS (2012) Gross alpha and beta activities in sur- nuclear.org/info/ Safety-and-Security/Radiation-and-
face, underground and drinking waters of a high natural radioactivity Health/Radiation-and-Life/. Accessed March 2016
region of central South Bahia state Brazil. Radioprotection 46:S63–S67. World Health Organization (2009) WHO handbook on indoor radon:
https://doi.org/10.1051/radiopro/20116630s apublic health perspective. WHO Press
Silva CM, Amaral RS, Tabosa JN, Santos Júnior JA, Menezes RS, Farias Zablotska LB et al (2011) Thyroid cancer risk in Belarus among
EE, Bezerra JD, Silvestre RG, Oliveira GF (2009) Pb-210 in rockand children and adolescents exposed to radioiodine after the Chornobyl
soils of the semi-arid agreste region of Pernambuco Brazil. Bull Environ acci-dent. Br J Cancer 104:181–187. https://doi.org/10.1038/sj.bjc.
Contam Toxicol 82:647–649. https://doi.org/10.1007/ s00128-009- 6605967
9669-9 Zielinski JM, Carr Z, Krewski D, Repacholi M (2006) World Health
Silva NC et al (2014) Towards a Brazilian radon map: consortium radon Organization's International Radon Project. J Toxicol Environ
Brazil. Radiat Prot Dosim 160:226–230. https://doi.org/10.1093/ Healt h Part A 69: 759 – 769 . ht t ps : / / doi . or g/ 1 0. 10 8 0/
rpd/ncu089 15287390500261299
Sussa FV, Damatto SR, Alencar MM, Mazzilli BP, Silva PS (2013)
Natural radioactivity determination in samples of commonly usedas a
Publisher’s note Springer Nature remains neutral with regard to
medicinal herb. J Environ Radioact 116:148–151. https://doi.
jurisdic-tional claims in published maps and institutional affiliations.
org/10.1016/j.jenvrad.2012.09.012
60

CAPÍTULO 2:

Avaliação do efeito à exposição ao chumbo e radônio sobre a frequência de MN numa


população do nordeste brasileiro.

Artigo foi submetido à revista:

Human and Ecological Risk Assessment: An International Journal


61
Avaliação do efeito à exposição ao chumbo e radônio sobre a frequência de MN numa
população do nordeste brasileiro.

Richelly da Costa Dantas Oliveira1, Julio Alejandro Navoni2,3, Luíza Araújo da Costa Xavier6,
Rina Lourena da Silva Medeiros4, Antonio Menezes Filho5, Viviane Souza do Amaral1,2,6*.

1 Programa de Pós-graduação em Biotecnologia (RENORBIO), Universidade Federal do Rio


Grande do Norte, Natal-RN, Brasil.
2 Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, Brasil.
3 Departamento de Analises Clinicas e Toxicológicas, Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Natal-RN, Brasil.
4 Núcleo de Processamento Primário e recurso de água produzida e resíduos-
(NUPPRAR) Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, Brasil.
5 Laboratório de Toxicologia Faculdade de Farmácia, Universidade Federal da Bahia, Bahia-BA,
Brazil.
6 Departamento de Biologia Celular e Genética, Laboratório de Genética Toxicológica,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, Brasil.

*Autor correspondente:
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Biociências, Departamento de Biologia
Celular e Genética. Av. Sen. Salgado Filho, Lagoa Nova. Natal/ RN, Brasil. CEP 59078-970
E-mail: vi.mariga@gmail.com
Telefone: +55 84 32119209
62
Resumo

A exposição ambiental a fontes naturais de radioatividade se dá principalmente pela exposição


ao radônio um gás inodoro incolor e insipido proveniente da decomposição do urânio, o qual tem
sido catalogado como de classe IA, carcinógeno ao ser humano. Além disso, encontramos o
elemento chumbo, que representa a instância final deste decaimento, que tem sido muito
estudado, em particular pelos seus efeitos ao o desenvolvimento cognitivo em crianças expostas,
inclusive em baixas concentrações, a este elemento. No entanto, recentemente o chumbo tem
sido catalogado no grupo IIB, elemento com possível efeito carcinógeno. No Brasil é possível
encontrar reservatórios de urânio onde encontram-se estabelecidas populações as quais podem
estar expostas naturalmente a estes elementos. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar
o cenário de exposição natural ao chumbo e ao radônio e sua relação com a ocorrência de
efeitos mutagênicos, mensurados pela frequência de micronúcleos e anormalidades nucleares
em uma população exposta ambientalmente a estes elementos. A determinação de chumbo em
amostras de água e solo foram realizadas para caracterizar a fonte de exposição enquanto que
a exposição efetiva na população foi realizada através da medição de chumbo e do zinco
protoporfirina em amostras de sangue. Além disso, o nível de exposição ao radônio foi avaliado
mediante as concentrações do gás dentro das moradias da população envolvida no estudo. A
frequência de MN foi utilizada como indicador de efeito, sendo utilizado o teste citoma do
micronúcleo em células da mucosa boca. Os níveis ambientais estabelecidos estiveram dentro
das exigências nacionais de qualidade. No entanto, níveis de exposição efetiva foram detectadas
abrangendo concentrações de chumbo em sangue desde não detectável até 12 μg/dL. Os níveis
de exposição ao radônio foram significativamente maiores na área considerada como de elevada
radiação natural de fundo, chegando a níveis até 1.421Bq/m3, 10 vezes superiores aos
encontrados nas moradias da população considerada de baixa exposição. (263±344) vs
(40,9±52,1) Bq/m3. Com relação as alterações nucleares a média da frequência de brotos
nucleares foi de 0,163±0,352, apresentando um aumento significativo quando comparada à
região controle que foi de -0,0204±0,263; já com relação as células binucleadas, foi observada
4,13±5,79 foi o dobro da observada na região controle -0,234±4.29, tais parâmetros podem estar
indicando a ocorrência de amplificação gênica, assim como sugerem alterações no processo de
citocinese durante a divisão celular. Porém, não foi estabelecida uma resposta significativa com
relação aos dados da frequência de micronúcleos dos expostos 0,200±0,671 em comparação
ao grupo controle 0,00870±0,191. Para interpretar a influência de exposição a estes elementos
sobre a frequência de MN uma modelagem linear generalizada foi realizada. Os resultados
63
encontrados descreveram o local de exposição, mas não a exposição a estes elementos, o que
influenciou na frequência de MN e anormalidades nucleares analisadas, indicando que as
diferenças observadas nos marcadores de efeito utilizados podem ser consequências de outras
variáveis tais como, consanguinidade ou exposição a outras substancias não contempladas
neste estudo.

Palavras-chave: avaliação do risco; chumbo ambiental; CBMN; radiação natural.


64
Abstract

Environmental exposure to natural sources of radioactivity is mainly due to exposure to radon, a


colorless and tasteless odorless gas from the decomposition of uranium, which has been
classified as class IA, carcinogenic to humans. In addition, we find the element lead, which
represents the final instance of this decay, which has been extensively studied, particularly for its
effects on cognitive development in exposed children, even at low concentrations of this element.
However, lead has recently been classified in group IIB, an element with a possible carcinogenic
effect. In Brazil it is possible to find uranium reservoirs where populations are established which
may be naturally exposed to these elements. Thus, the objective of this work was to evaluate the
scenario of natural exposure to lead and radon and its relationship with the occurrence of
mutagenic effects, represented as the frequency of micronuclei and nuclear abnormalities in a
population exposed to these elements environmentally. The determination of lead in water and
soil samples was carried out to characterize the source of exposure while the effective exposure
in the population was carried out by measuring lead and zinc protoporphyrin in blood samples. In
addition, the level of exposure to radon was evaluated through the concentrations of the gas
inside the dwellings of the population involved in the study. The frequency of MN was used as an
indicator of effect, using the micronucleus cytome test in cells of the mouth mucosa. The
established environmental levels were within the national quality requirements. However,
effective exposure levels have been detected ranging from undetectable to 12 μg/dL blood lead
concentrations. Radon exposure levels were significantly higher in the area considered to have
high natural background radiation, reaching levels up to 1,421Bq/m3, 10 times higher than those
found in the homes of the population considered to have low exposure. (263±344) vs (40.9±52.1)
Bq/m3. Regarding nuclear alterations, the mean frequency of nuclear sprouts was 0.163±0.352,
showing a significant increase when compared to the control region, which was -0.0204±0.263;
in relation to binucleated cells, 4.13±5.79 was observed, which was double that observed in the
control region -0.234±4.29, such parameters may indicate the occurrence of gene amplification,
as well as suggest changes in the cytokinesis process during cell division. However, a significant
response was not established with respect to the data on the frequency of micronuclei of the
exposed 0.200±0.671 compared to the control group 0.00870±0.191. To interpret the influence
of exposure to these elements on the frequency of MN a generalized linear modeling was
performed. The results found described the place of exposure, but not the exposure to these
elements, which influenced the frequency of MN and nuclear abnormalities analyzed, indicating
65
that the differences observed in the effect markers used may be consequences of other variables
such as consanguinity or exposure to other substances not covered in this study.

Keywords: risk assessment; environmental lead; CBMN; natural radiation.


66
1 Introdução

O radônio é um gás nobre radioativo de ocorrência natural, sendo o elemento que mais
contribui para a exposição à radiação entre as fontes naturais. É produzido por vários
decaimentos nas cadeias de urânio e tório. Existem três isótopos de radônio de ocorrência
natural, o de maior interesse científico é o 222Rn com meia-vida de 3,8 dias, sendo este,
originado da série de urânio. Em 1899, Rutherford e Owens descobriram a radiação proveniente
do óxido de tório e urânio.
Após o radionuclídeo do radônio-222 emanar nas rochas, se acumulam dentro de casa,
e ambientes fechados, contribuindo para o aumento dose anual de radiação da população
exposta, contudo, essas concentrações nas residências dependem muito das condições
geológicas locais com relação ao urânio, assim como, dos fatores antropogênicos como
materiais de construção, sistemas de ventilação ou hábitos de vida.
A principal via de exposição ao gás radônio é através da inalação, como o trato
respiratório é vascularizado e o gás não possui barreira alguma, as partículas menores são
rapidamente absorvidas pelo organismo, enquanto as partículas maiores são depositadas, por
gravidade, nos brônquios, bronquíolos e pulmões. Outra via de exposição é o trato digestivo,
através da ingestão de água e alimentos contaminados.
Com relação a estimativa do risco, os estudos epidemiológicos disponíveis têm como foco
principal as doenças crônicas, sendo assim avaliada anos de exposição diária e contínua,
podendo essa exposição ser ocupacional ou natural. Segundo a Organização Mundial de Saúde,
o principal efeito do radônio à saúde humana é a indução de câncer, principalmente os de vias
respiratória e gastrointestinal.
Com o decaimento do 222Rn difundindo no solo, tem-se a presença na atmosfera do
radionuclídeo 210Pb, que é amplamente presente no ambiente terrestre em ambiente de
radioatividade de fundo, sendo um dos últimos radionuclídeos no decaimento do 238U na crosta
terrestre.
Chumbo (Pb) é um metal pesado naturalmente presente na crosta terrestre em
combinação com outros constituintes químicos (Yang et al., 2020; Klotz & Göen, 2017; Tong et
al., 2000; Lansdown, & Yule, 1986). O chumbo é conhecido e tem sido utilizado desde tempos
antigos e como consequência, na atualidade a exposição ambiental a este elemento pode ser
verificada em qualquer lugar do mundo (Fitch et al., 2004, IARC, 2006, Montes et al., 2006).
67
Mesmo em baixos níveis de exposição, este elemento tem sido associado com efeitos na
saúde humana incluindo: hipertensão, dano renal, alterações no sistema nervoso central (déficit
cognitivos e psicomotor irreversível), além de efeitos sobre o sistema cardiovascular,
reprodutivo, hematopoiético e imune, (Healey et al, 2010; Bagchi; Preuss, 2005; CDC, 2003;
Stoia et al, 2009; Counter et al, 2008; CDC, 2007; Fraser et al ,2006; Valent et al, 2004). Porém,
o fato mais atual é que o chumbo foi recategorizado como provável carcinógeno (IIB) para o
humano (IARC, 2006). Por esse motivo, os valores de referência têm sido reconsiderados e os
níveis permissíveis para pessoas não expostas reduzidos (WHO,2009).
Os métodos para avaliar a exposição ambiental ao chumbo em humanos incluem a
medição da concentração de chumbo (PbS) e Zinco Protoporfirina (ZPP) no sangue. No caso de
intoxicação pelo chumbo, ocorre a inibição da enzima ferroquelatase, fazendo com que no lugar
do ferro junte-se o zinco à protoporfirina IX, formando a Zinco Protoporfirina (ATSDR, 1999;
Saryan et al., 1994). Outro fator que aumenta os níveis de ZPP é a deficiência de ferro, dessa
forma o ZPP elevado, portanto, é sugestivo de sideropenia e/ou intoxicação por chumbo (NAS,
1993). Estudos da relação dose-resposta mostraram que os níveis de ZPP no sangue total
começam a se elevar a níveis de chumbo no sangue de 15-20 µg/dl3.
Uma forma de avaliar em uma população os possíveis efeitos de agentes mutagênicos é
através do ensaio do micronúcleo (Marcon et al., 2017; De Oliveira Galvão et al., 2017; Garcia
et al., 2011). O teste citoma do micronúcleo em células esfoliadas da mucosa bucal (BMCyt) é
uma técnica minimamente invasiva e relativamente simples que permite analisar efeitos sobre o
DNA visando compreender os potenciais efeitos tóxicos ambientais (Rohr et al., 2020; Khan et
al. 2015).
Em nível mundial, em particular nos países desenvolvidos, tem sido aplicado politicas
dirigidas a diminuir o grau de exposição da população a estes elementos (Gulson, 2008). No
Brasil, em particular na região nordeste desse país, existem particularidades de interesse
ambiental a serem estudadas.
Regiões geológicas com potencial para a mineração não exploradas, baixa
disponibilidade hídrica o qual limita os corpos hídricos como fatores de disseminação de
poluentes, baixa taxa pluviométrica, o que não afeta sobre a remoção de constituintes minerais
da crosta térrea para os reservatórios hídricos através de processos de intemperismo e
lixiviação, além da presença de jazidas de urânio.
No nordeste do Brasil há uma área geologicamente conhecida como Província
Pegmatítica da Borborema, a qual abriga diversos corpos pegmatíticos naturalmente
enriquecidos com . O município de Lajes Pintadas está localizado justamente neste local, acima
68
de vários afloramentos de corpos pegmatíticos. Estudos geológicos visando a análise da
composição da crosta térrea na região tem se demostrado bem-sucedidos (Rao et al., 2004).
Diante deste cenário, o presente estudo teve como objetivo avaliar a exposição da
população ao Radônio e ao Chumbo ambiental numa região geologicamente rica em minerais e
elementos radioativos como o Urânio e o potencial impacto sobre a saúde da população
utilizando o ensaio do BMCyt.

2 Metodologia

2.1 População estudada

O estudo foi realizado entre julho de 2014 e abril de 2015, no município de Lajes Pintadas
na região pegmatítica da Borborema no semiárido brasileiro no estado de Rio Grande do Norte.
A localidade é caracterizada segundo o IBGE (2010), por ocupar uma área territorial de 130.211
km², e uma população de 4.813 pessoas, tendo sua maioria (2.390) residência fixa no centro. O
desenho experimental foi de tipo transversal aleatorizado. O estudo envolveu um total de 163
indivíduos adultos, residentes na zona urbana deste município, os quais concordaram em
participar da presente pesquisa após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.
Já o grupo do controle negativo envolveu um total de 66 indivíduos residentes em
Natal/RN/Brasil em ambiente de baixa radioatividade natural. Este estudo foi aprovado pelo
Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o parecer CAE
20368713.8.0000.5537.

2.2 Caraterização da população e dos fatores de risco de exposição

Realizou-se uma entrevista com os participantes por meio de um questionário o qual


compreendeu perguntas a respeito de: fatores sociodemográficos (escolaridade, conformação
do grupo familiar, tipo de trabalho exercido pelo entrevistado), de infraestrutura da habitação e
condições de habitação (Moradia, tipo de residência, quantidade de pessoas por quarto,
materiais de construção utilizados, e qualidade sanitária (acessibilidade ao sistema de água
potável, sistema de esgoto, entre outros), estilos de vida (hábito de fumar, ingerir bebidas
alcoólicas, aspectos nutricionais e prática de exercícios físicos) além do histórico médico:
histórico de câncer, malformações e abortos na família além de consumo de medicamentos.
69
2.3 Quantificação do radônio e radiação gama em ar.

A concentração do gás radônio nas amostras de ar, em 97 casas do município de Lajes


Pintadas, foi medida por meio de emanometria passiva de gás radônio-222, utilizando detectores
do tipo electret de curto e longo período (L E-PERM®) da RADELEC INC. Em relação a
espectrometria de radiação gama, foram verificados 18 pontos que abrangeram todo o
município, utilizando o espectrômetro de radiação gama modelo RS-126 da TerraPlus INC. As
análises foram feitas a partir da metodologia “The E-PERM System Radon”, 1999, Laboratório
de Radioatividade Natural (LARANA) em atividade na Universidade Federal do Rio Grande do
Norte.
2.4 Caraterização do nível de chumbo ambiental

Amostras de águas (12) e solo (6) foram coletadas e analisadas para determinar o
conteúdo de chumbo utilizando o método ICP-OES seguindo o protocolo descrito USEPA, 2007.

2.4.1 Determinação de chumbo em amostras de água


As amostras de águas analisadas envolveram 4 (quatro) tipos de fontes: poços, torneiras
residenciais, do açude local e de uma mina desativada da região a 30 anos. Essas amostras
foram coletadas em frascos de vidros estéreis, refrigeradas a 4 ºC e levadas ao laboratório para
serem processadas seguindo as recomendações da APHA (2005).

2.4.2 Determinação de chumbo em amostras de solo


Para a análise do Pb em solo, recolheram-se amostras em 6 (seis) áreas diferentes,
localizadas na mina desativada, em superfícies próximas de áreas residenciais, incluindo areias
utilizadas para construção, e sedimentos perto do açude do município. As amostras foram
coletadas em frascos de vidro e levadas ao laboratório para análise.

2.5 Análises da exposição ao chumbo ambiental

Amostras de sangue de 163 residentes de Lajes Pintadas foram coletadas e


posteriormente realizada as análises bioquímicas e toxicológicas.
A análise bioquímica consistiu na determinação de parâmetros hematológicos
(Eritograma, leucograma e plaquetograma) utilizando um equipamento LABTEST modelo SHD-
20 e os parâmetros químicos (Glicose, colesterol, triglicerídeos e creatinina) utilizando um
equipamento automatizado WEINER modelo CB35OI.
70

2.5.1 Determinação de chumbo em sangue

A concentração do chumbo foi mensurada através da espectroscopia de absorção


atômica, por meio do método eletrotérmico de digestão da amostra em forno de grafite, utilizando
o equipamento Perkin-Elmer 5000 equipado com o forno de grafite P.E. HGA-500, conforme a
metodologia descrita por Menezes-Filho et al (2012).
.

2.5.2 Determinação de zinco-protoporfirina no sangue


A determinação analítica de zinco-protoporfirina no sangue-ZPP dos indivíduos foi
realizada adaptando-se o protocolo de Young-Man et al. (2000), utilizando um sistema de
cromatografia líquida de alta performance (HPLC) Agilent Technologies 1260 Infinity.

2.6 Abordagem citoma do teste de micronúcleo em células da mucosa bucal (BMCyt)

O ensaio BMCyt foi realizado seguindo o protocolo descrito por Thomas et al. (2009).
Células da mucosa bucal de 163 indivíduos residentes em Lajes Pintadas/RN/Brasil, foram
coletadas, em ambos os lados da cavidade oral (direito e esquerdo) com o auxílio de escovas
citológicas, assim como de 66 indivíduos residentes em Natal/RN/Brasil que é considerada uma
área de baixa radiação, ou seja, a região controle do estudo.

2.7 Análises estatísticas

A informação obtida por meio de entrevista foi analisada utilizando estatística descritiva.
A correlação entre os parâmetros foi realizada utilizando o teste de correlação de Spearman.
Após categorização dos grupos por fator de risco de exposição, nível de chumbo em sangue e
efeito mutagênico encontrado, a diferença estatística entre estes foi verificado utilizando os
testes não-paramétricos de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. Tabelas de 2X2 foram utilizadas
para avaliar a relação entre fatores de susceptibilidade e informação do histórico médico.
Diferenças estatísticas foram avaliadas utilizando o teste da qui-quadrado. Finalmente foi
analisado o efeito dos níveis das substancias toxicas consideradas além do local de origem dos
participantes sobre a frequência de MN observadas como indicador de efeito biológico. A tal
efeito um modelo linear generalizado considerando uma distribuição Poisson foi realizada.
71
Considerou-se estatisticamente significantes os resultados com valores de p < 0,05. O programa
utilizado na análise estatística foi o SPSS versão 20 para o Windows (IBM Corporation, USA).

3 Resultados e discussão

O nível de escolaridade, assim como características socioeconômicas de uma população


é um fator de vulnerabilidade que afeta os riscos associados ao desenvolvimento da doença e
promove cuidados preventivos e terapêuticos (Borges et al., 2009). Na tabela 1 encontram-se
descritas as características sociodemográficas da população envolvida neste estudo. A maioria
dos entrevistados foram adultos do sexo feminino. Mais da metade da população entrevistada
possuía formação educativa considerada baixa; 60% da população respondeu ser
profissionalmente ativo. Mais de 70% da população trabalhadora indicou não ter contato direto
com substâncias tóxicas, (e em relação ao chumbo 100%) no seu ambiente de trabalho. A fonte
do consumo de água que prevaleceu foi através do sistema de distribuição local do município.
Em relação a parâmetros relacionados com infraestrutura, utilizados como medidas de
vulnerabilidade social (pobreza), mais de 80% da população apresentou condições adequadas
de moradia. Segundo Evans e Kantrowitz, (2002) o fato de uma população viver com baixa
qualidade de vida, irá influenciar sua própria saúde e a qualidade ambiental onde vivem.

Tabela 1. Dados sociodemográficos e necessidades básicas insatisfeitas da amostra


populacional estudada em Lajes Pintadas, Brasil.

Variável Categorias N (%)

Sexo Feminino 75,4

Masculino 24,6

Idade Adultos (19 a 59 anos) 72,9

Idosos (≥60 anos) 27,1

Escolaridade 1º Grau incompleto 48,3

1º Grau completo 10,2

2º Grau incompleto 5,1

2º Grau completo 26,3

Superior incompleto 0,8

Superior completo 3,4


72
Variável Categorias N (%)

Analfabeto 5,9

Tipo de trabalho Agricultor 28,0

Dono(a) de casa 7,6

Outro 24,6

Não se aplica 39,8

Exposição ocupacional ao chumbo Não 100,0

Sim 0,0

Exposição ocupacional a outros tipos de Pesticidas 19,5


produtos químicos
Saneantes 11,9

Não se aplica 64,4

Tintas, vernizes, 4,2


solventes e esmaltes

Consumo de água Torneira 51,7

Garrafa 24,6

Poço 3,4

Residência com mais de três pessoas por quarto Não 70,3

Sim 9,3

Residência do tipo inconveniente (aluguel ou Não 100,0


precária)
Sim 0,0

Residências sem condições sanitárias Não 100,0

Sim 0,0

Residência com crianças em idade escolar (6 a Não 73,4


12 anos) que não frequentam a escola
Sim 26,6

Famílias com 4 ou mais integrantes cujos pais Não 66,9


não possuem 1º grau completo
Sim 33,1

Os níveis de chumbo encontrados em amostra de água estiveram abaixo dos limites de


detecção, assim como nas amostras de solo, para as quais se obteve uma média de 8,33 ± 3,15
mg/Kg, ou seja, 8 vezes menor do que o valor de referência descrito pela normativa nacional,
que é 300 (mg.kg-1) na resolução CONAMA nº 420 (CONAMA 2009). O nível de chumbo
73
encontrado em água foi similar comparado com outras pesquisas realizadas por este grupo de
trabalho na região e com condições ambientais similares (Marcon et al., 2017). No entanto,
outros estudos desenvolvidos em outros municípios do estado, com características geológicas
semelhantes, descreveram níveis de chumbo em água entre 0,033 e 0,066 ug/l, como
encontrado em Parelhas/RN (Chaves et al, 2016), superiores aos valores de referência nacionais
que é de 0,01 mg/L (CONAMA res nº357, 2005).

Os resultados obtidos foram avaliados considerando as características demográficas da


população tabela 2. O consumo de álcool e o hábito de fumar não mostraram ser fatores
influentes no efeito mutagênico observado como indicado em outras pesquisas (Thomas et al,
2009). Tanto a prática de esporte mostrou-se ser um fator protetor, enquanto o sexo mostrou ser
influente, já que o sexo feminino apresentou valores incrementados na frequência de células
binucleadas e de broto nuclear.

Tabela 2. Biomarcadores de genotoxicidade em função do estilo de vida dos residentes de Lajes


Pintadas, Brasil.

Estilos de vida e fatores % Binucleadas Broto


de risco
Média (IC95%) Valor Média (IC95%) Valor
p p

Exames de raios-x nos


últimos 12 meses

Não 83 0,79 (0,18 – 1,00) 0,720 0,40 (0,10 – 0,68) 0,624

Sim 17 1,05 (-0,12 – 2,21) 0,59 (0,10 – 1,08)

Histórico de câncer

Não 95 0,73 (0,29 – 1,18) 0,625 0,20 (0,07 – 0,34) 0,972

Sim 5 0,38 (-0,25 – 1,00) 0,38 (-0,51 – 1,26)

Ingestão de bebidas
alcoólicas

Às vezes 17 0,40 (-0,26 – 1,06) 0,437 0,08 (-0,03 – 0,19) 0,269

Nunca 83 0,82 (0,31 – 1,33) 0,27 (0,09 – 0,45)

Hábito de fumar

Não 80 0,93 (0,30 – 1,56) 0,649 0,24 (0,04 – 0,44) 0,643

Sim 13 - -
74
Estilos de vida e fatores % Binucleadas Broto
de risco
Média (IC95%) Valor Média (IC95%) Valor
p p

Já fumou 7 0,39 (-0,04 – 0,83) 0,21 (0,04 – 0,38)

Pratica exercícios
físicos

Não 32 1,05 (0,25 – 1,86) 0,096 0,35 (0,08 – 0,63) 0,093

Sim 68 0,46 (0,03 – 0,89) 0,13 (0,00 – 0,26)

Ingestão de frutas e
verduras

Não 4 - 0,705 - 0,330

Sim 96 0,72 (0,30 – 1,14) 0,18 (0,07 – 0,29)

Sexo

Feminino 60 0,86 (0,35 – 1,37) 0,345 0,28 (0,11 – 0,45) 0,047*

Masculino 40 0,11 (-0,05 – 0,26) -

Idade

Adultos 73 0,53 (0,15 – 0,91) 0,474 0,17 (0,04 – 0,29) 0,316

Idosos 27 1,16 (0,03 – 2,29) 0,36 (-0,01 – 0,73)

Asterisco (*) representa diferença estatisticamente significante (valor p < 0,05).

Na tabela 3, pode-se verificar a média, mediana, máximo , mínimo e os intervalos de


confiança das alterações nucleares e níveis de radônio no Município de Lajes Pintadas
(população exposta) e o grupo controle. Nessa tabela chamamos a atenção para os níveis
máximos de Radônio que chegaram a 1421 Bq/m3, mais de dez vezes acima dos limites
estabelecido pela OMS (2009) que é de 100 Bq/m3 ,e se levamos em consideração a média
de todas as coletas é de 304, ou seja, três vezes acima dos níveis seguros de exposição para
uma população.
A abordagem do citoma do teste de micronúcleo em células esfoliadas da mucosa bucal
foi utilizada como indicador de efeito de exposição a mutágenos ambientais. Este teste é útil
para analisar diversos parâmetros tais como: a frequência de micronúcleo (biomarcador de
quebra ou perda cromossômica, como resultado de fragmentos de DNA ou cromossomos
inteiros que ficaram perdidos durante a mitose), brotos nucleares (indicativo de amplificação
75
gênica), células binucleadas (originadas por defeitos na citocinese), assim como várias formas
de morte celular representadas pela cromatina condensada, cariorrexe, picnólise e cariólise
(Bolognesi et al., 2013; Thomas et al., 2009).
Inicialmente, com relação ao número de micronúcleo, foram encontrados até 10 em uma
única célula. A grande quantidade de Mn em células, é um fato característico de pessoas com
câncer (Saran et al., 2008).
A média da frequência de brotos nucleares (0,163±0,352) apresentou um aumento
significativo quando comparada à região controle (-0,0204±0,263).
Quanto a presença de células binucleadas, a quantidade observada na população teste
(4,13±5,79) foi o dobro da observada na população da região controle (-0,234±4.29). A presença
elevada de brotos nucleares indica amplificação gênica. Esse evento ocorre durante a fase S da
replicação do DNA e é caracterizado pela conexão ao núcleo por um segmento de material de
nucleoplasma. Já, em relação às células binucleadas, a presença delas sugere alterações no
processo de citocinese durante a divisão celular, resultante de defeitos na proteína actina, que
é a principal proteína envolvida na contração durante a clivagem celular (Fenech, 2006;
Bolognesi et al., 2015). Dados semelhantes, considerando esses dois biomarcadores, foram
observados em indivíduos expostos à radiação natural no município de Lucrécia/RN/Brasil
(Marcon et al., 2017).
Por outro lado, houve uma resposta limítrofe significativa em relação à frequência de
micronúcleos em Lajes Pintadas (0,200±0,671) quando comparada à Natal (0,00870±0,191).
Não foi visualizado com os outros parâmetros analisados.
76
TABELA 3: Alterações nucleares e nível de radônio no grupo exposto e grupo controle

CARIOR CARIO MICRONUCL CELMICRON CELBR


GRUPO BASAL DIFERENCIADA BINUCLEADA PICNOLISE CROMCOND BROTO RADÔNIO
REXE LISE EO UCLEO OTO

0.060
G.C 0.875 887 2.03 31.0 1.24 14.5 66.8 0.0909 0.0909 0.121 46.5
6
Média
LP 1.20 953 4.96 14.7 0.294 1.10 22.8 0.436 0.190 0.258 0.239 304

95% -
CI G.C 0.635 863 -0.234 23.4 0.555 7.51 53.8 -0.00870 -0.00870 -0.0204 0.022 40.9
limite 1
inferi
or
médio LP 0.914 948 4.13 12.2 0.110 0.608 79.7 0.200 0.0899 0.163 0.153 263

95% G.C 1.11 910 4.29 38.7 1.93 21.5 25.6 0.191 0.191 0.263 0.143 52.1
CI
limite
superi
or LP 1.48 959 5.79 17.2 0.479 1.60 25.6 0.671 0.290 0352 0.326 344
médio

G.C 1.00 908 0.00 28.0 0.00 3.00 56.0 0.00 0.00 0.00 0.00 45.5
Média
LP 0.00 958 3.00 9.00 0.00 0.00 20.0 0.00 0.00 0.00 0.00 183

G.C 0.00 731 0.00 0.00 0.00 0.00 8.00 0.00 0.00 0.00 0.00 5.00
Míni
mo
LP 0.00 722 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 75.8

G.C 3.00 979 34.0 109 7.00 71.0 146 1.00 1.00 2.00 1.00 84.0
Máxi
mo
LP 10.0 999 33.0 87.0 11.0 24.0 10.0 10.0 4.00 4.00 4.00 1421
77

Na tabela 4 são descritos os níveis de exposição efetiva ao chumbo. A determinação de


chumbo em sangue é considerada o indicador mais representativo de exposição a esse
elemento (Counter et al., 2008; Barcelos et al., 2015). Os valores encontrados neste estudo
cobriram um intervalo de 0,60 e 12,00 μg/dL, portanto, o valor máximo atingido superou mais de
2 vezes o limiar recomendado pela Agência de Substâncias Tóxicas e Registro de Doenças
(ATSDR, 2020), que é de 5 µg / dL, assim como comparáveis aos níveis encontrados em outros
cenários ambientais no Brasil (Barcelos et al, 2015; Ferron et al, 2012).
A presença de chumbo no sangue pode acarretar uma série de alterações metabólicas e
biológicas dentre eles há a inibição de enzimas envolvidas na síntese da heme, como a
ferroquelatase. A inibição desta enzima resulta na substituição do ferro pelo zinco no anel de
protoporfirina nos eritrócitos, formando a zinco-protoporfirina (ZPP) (Flora et al, 2012). Logo,
quando há intoxicação por Pb, a concentração de ZPP no sangue se eleva, sendo considerada
uma medida útil no monitoramento de exposição crônica ao Pb (Flora et al, 2012). A zinco-
protoporfirina tem apresentado correlação com o chumbo em sangue quando esta atinge valores
maiores que 30 μg/dl (D’souza et al, 2011; Counter et al, 2008). Neste estudo, os níveis de zinco-
protoporfirina, utilizados como indicador de efeito biológico por exposição ao chumbo, não
mostraram relação com o nível de exposição a este elemento como consequência dos valores
de chumbo encontrados.

Tabela 4. Valores de chumbo e zinco-protoporfirina no sangue de indivíduos expostos em Lajes


Pintadas, Brasil.

Parâmetro Média geométrica Mediana IQ Mínimo – Máximo

Chumbo (µg/mL) 1,35 1,00 1,80 0,60 – 12,00

Zinco-protoporfirina (µg/mL) 7,52 8,15 13,17 1,25 – 114,20

IQ, intervalo interquartil.

Para compreender a fonte de exposição ao chumbo, o nível estabelecido foi avaliado


considerando descritores sociodemográficos como fatores de risco de exposição a este
elemento (tabela 5). A variável sexo mostrou uma discreta tendência positiva de maior exposição
na subpopulação masculina, enquanto que uma associação estatisticamente significativa foi
78
observada em relação à idade dos participantes, que pode estar diretamente ligado com o tempo
de residência-exposição, no município de Lajes Pintadas.
Os sintomas por intoxicação com Pb estão relacionados com o nível de exposição atingido
que vão desde alterações na coordenação motora em níveis maiores de 30-50 μg/dl de PbB
(Chumbo no sangue), enquanto vários estudos apontam que níveis abaixo de 10 μg/dl no sangue
estão associados a problemas renais e vasculares (CDC, 2003; Healy et al, 2010; ATSDR,1999;
Araújo et al,1999). A intoxicação crônica a baixos níveis de Pb tem uma morbidade elevada pelos
efeitos nos déficits cognitivo e psicomotor irreversíveis, o que em crianças é apresentado e
expressado com maior relevância, pois nessas o sistema nervoso se encontra em
desenvolvimento (Counter et al, 2008; CDC, 2007; Fraser et al, 2006; Valent et al, 2004). Neste
trabalho os níveis médios (expressados como média geométrica) foram de 1,35 μg/dl o que
representa menos que 50% do limiar permitido (ATSDR, 2020).

Tabela 5. Quantidade de chumbo e zinco-protoporfirina (ZPP) no sangue de indivíduos em Lajes


Pintadas, Brasil em função de variáveis demográficas e fatores de risco associados à exposição.

Variáveis demográficas e Categoria Chumbo Valor p ZPP Valor p


fatores de risco (µg/dL) (µg/dL)

Sexo Feminino 0,75 0,068** 9,10 0,174

Masculino 1,70 6,30

Idade Adultos 0,70 0,010* 8,70 0,357

Idosos 1,95 6,70

Residência com pintura Não 1,25 0,711 3,65 0,181

Sim 0,70 8,80

Residência em reforma Não 0,70 0,910 9,40 0,125

Sim 0,70 6,90

Procedência do material Local 0,70 0,177 7,80 0,251


de construção da
residência Outra localidade 0,70 18,1

Não sabe 1,75 21,70

Resultados expressos em mediana. Asterisco (*) representa diferença estatisticamente significante, cujo valor p <
0,05 e (**) representa diferença borderline.

Considerando o histórico de saúde relatado pela população entrevistada, foi realizada


uma análise da associação entre os níveis de chumbo achados e a prevalência de câncer,
79
malformações e aborto. Mesmo que o limiar de 5 μg/dL de chumbo em sangue tenha sido
estabelecido pela OMS, valores abaixo deste tem que ser considerados na avaliação de risco.
Por exemplo, Martins et al. (2014) aconselham utilizar um limiar de acordo com as condições do
cenário de estudo. Portanto, no presente trabalho, o limiar utilizado para definição de exposição
e não-exposição baseado em exposição totalmente ambiental foi de 3 μg/dL. Os Odds ratio
estabelecidos, considerando o valor de corte para câncer, foram: 0,518 (IC 95% 0,061 – 4,370);
malformações 1,036 (IC 95% 0,342 – 3,141) e aborto 0,933 (IC 95% 0,230 – 3,796).

Neste trabalho não foram encontradas correlação entre o nível de exposição do chumbo
com a frequência de alterações nucleares. No entanto, o chumbo poderia ter um papel de cofator
no efeito mutagênico observado. Mesmo que os fatores de risco antrópicos sejam descartados
é interessante remarcar a correlação existente entre o nível de exposição com o tempo de
residência. Considerando como determinante a exposição acumulada a este elemento os efeitos
deletérios seriam potencializados com o tempo (Wu et al., 2016). Em particular, considerando
as populações susceptíveis tais como mulheres grávidas e crianças, para os quais se tem
demostrado seus efeitos mutagênicos (Martins et al., 2014; Barn; Kosatsky, 2011; Dascanio et
al., 2010).
Outro ponto importante a ressaltar é a co-exposição a outros agentes mutagênicos
ambientais presentes no ambiente, em particular o precursor do chumbo gerado como produto
final do decaimento do urânio, o radônio. Este elemento tem sido comprovado ser um efeito
direto sobre o DNA. Este elemento é ranqueado como o principal responsável pela exposição
humana à radioatividade. Este radionuclídeo pode percolar através do solo e das rochas
atingindo a população facilmente. Sua inalação é a segunda causa de câncer de pulmão a nível
mundial (UNSCEAR, 2001; WHO, 2009). Recentemente este grupo de trabalho tem associado
o efeito mutagênico em população exposta à elevados níveis de radônio de uma região com
condições ambientalmente as observadas neste estudo (Marcon et al, 2017). Pesquisas
geológicas previamente realizadas na localidade objeto de estudo tem apresentado níveis
elevados de radônio. Portanto, os efeitos mutagênicos observados poderiam estar associados
com a co-exposição a estes elementos. Futuros estudos para compreender esta associação são
necessários. Além disso, estudos isotópicos do chumbo serão necessários para avaliar o
impacto do decaimento de uranio no aporte à exposição ao chumbo.

Na figura 1, tem-se o valor médio de radônio encontrado nas residências dos participantes
da cidade de Natal (grupo controle) e no Município de Lajes Pintadas. Natal apresentou níveis
80
de exposição significativamente menor (expressado como média e intervalo de confiança ao
95%) 46,8 [40,8-52,8], contrariamente em Lajes Pintadas, os níveis estiveram em média mais
de três vezes acima do valor de referência 303,6 [268,7-338,4].

Comparativamente, em média o Radônio foi 257 Bq/m3 mais elevado na região de Lajes
Pintadas em relação ao valor médio observado em Natal.

Figura 1 Média dos níveis de Radônio (Bq/m3) no ar: Grupo Controle e Município de Lajes Pintadas

Foi realizado analise linear generalizado com distribuição de Poisson considerando como fator
local (VI) junto com Rn e chumbo como covariáveis e MN (VD). Na tabela 6 estão resumidas
as estimativas dos parâmetros do modelo. A frequência de MN aumento numa relação de 10%
por cada 100 Bequerel a mais foram de exposição. Nem o local nem o nível de chumbo
influenciaram na razão de taxas da frequência de MN. No entanto o local mostrou uma razão
de taxas média de 2,89 p=0,08 indicando possivelmente outros fatores envolvidos no perfil
genotóxico descrito.

Tabela 6. Modelo estatístico que relaciona os locais de pesquisa, os níveis de Chumbo e Radônio com a
covariável micronúcleo.

95% Exp(B) Intervalo


de Confiança
Efeito Estimativa SE exp(B) Mínimo Máximo z p
Lajes Pintadas -
1.08294 0.627 2.953 0.995 12.683 1.73 0.084
Controle
Radônio 0.00134 4.97e-4 1.001 1.000 1.002 2.70 0.007
81
Tabela 6. Modelo estatístico que relaciona os locais de pesquisa, os níveis de Chumbo e Radônio com a
covariável micronúcleo.

95% Exp(B) Intervalo


de Confiança
Efeito Estimativa SE exp(B) Mínimo Máximo z p
Chumbo 0.00034 4.97e-4 1.001 0.870 1.202 0.9 0.507

O Chumbo recentemente classificado como 2B, ou seja, possivelmente carcinogênico.


Poucos levam em consideração seu caráter genotóxicos, desses, a maioria utiliza o teste de MN
para avaliar os potenciais efeitos genotóxicos induzidos pela exposição ao chumbo. Segundo
García-Lestón et al. (2010), a grande maioria dos trabalhos mostrou um aumento a frequência
de MN em indivíduos expostos ao chumbo. Minozzo et al. (2004) afirma que em seus estudos
os valores do índice de divisão nuclear foram significativamente maiores de que no grupo
controle, indicando um possível efeito do chumbo no ciclo celular. Como na literatura os poucos
estudos sobre os efeitos mutagênicos do chumbo usam o teste de micronúcleo, na modelagem
foi levado em consideração esse efeito, ou seja, não alcança os danos ao DNA.

O radônio apresentou um valor limítrofe de significância, porém borderline 12 vezes maior


que o grupo controle, assim, mostra-se necessário a continuação do estudo, principalmente no
que tange o aumento do número amostral, para uma análise mais detalhada.

4 Conclusão:
Os níveis de radônio e chumbo encontrados neste estudo foram associados estritamente
a fontes ambientais. A origem geogênica desses radionuclídeos poderia estar associada a esta
condição.
A quantidade de chumbo ambiental foi abaixo do limite de detecção, e as analises em
sangue em sua maioria estiveram abaixo dos valores de referência. Já os níveis de Radônio
estiveram bem acima dos limites permitidos pela OMS. Houve uma relação limítrofe relacionando
o município de Lajes Pintadas e o número de micronúcleos.
Os resultados encontrados descreveram que o local, mas não a exposição a estes
elementos, influenciou na frequência de MN e anormalidades nucleares analisadas, indicando
que as diferenças observadas nos marcadores de efeito utilizados podem ser consequências de
82
outras variáveis tais como, consanguinidade ou exposição a outras substancias não
contempladas neste estudo, sendo necessário novos estudos, principalmente no que tange o
aumento do N amostral.
83
5 Referências

Alliance to End Lead Poisoning/ Environmental Defense Fund. The global dimensions of lead
poisoning. An initial analysis. E.D.F, Washington DC, 1994.

ATSDR (Agency for Toxic Substances and Disease Registry), US Department of Health and
Human Services, Public Health Service. Toxicological profile for lead. Atlanta, Georgia: U.S.
Department of Health and Human Services; 1999.

Andrade V. M. , Mateus M. L. , . Batoréu M. C, Aschner M., Marreilha dos Santos


A. P. Lead, Arsenic, and Manganese Metal Mixture Exposures: Focus onBiomarkers of Effect.
Biol Trace Elem Res. 2015; 166:13–23.

APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater, 19th Edition. American
Water Works Association and Water Pollution Control Federation, DC.2005

Araújo, U. C.; Pivetta, F. R.; Moreira, J. C. Avaliação da exposição ocupacional ao chumbo:


proposta de uma estratégia de monitoramento para prevenção dos efeitos clínicos e subclínicos.
Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro. 1999, v. 14. n. 1. p. 123-131.

ATSDR (Agency for Toxic Substances and Disease Registry). Toxicological profile for lead. US
Departament of Health and Human Services, Public Health Service, Atlanta, 1999.

ATSDR (Agency for Toxic Substances and Disease Registry). Lead Toxicity
What Are the U.S. Standards for Lead Levels?. US Departament of Health and Human Services,
Public Health Service, Atlanta, 2020.

Bagchi, D., and Preuss, H. G.. . Effects of acute and chronic oval exposure of lead on blood
pressure and bone mineral density in rats.. J Inorg Biochem. 2005; 99, 1155-1164.

Barcelos GRM, Souza MF, Oliveira AAS, Lengert AVH, Oliveira MT, Camargo RBOG, et al.
Effects of genetic polymorphisms on antioxidant status and concentrations of the metals in the
blod of Riverside Amazonian communities co-exposed to Hg and Pb. Environmental Research.
2015; 138, 224-232.

Bahéna A B V, Mendoza OT, Godínez EM, Souto SAS, Ruiz J, Beristain GH. Source
apportionment of lead in the blood ofwomen of reproductive age living near tailings in Taxco,
Guerrero, Mexico: An isotopic study. Science of the Total Environment. 2017.

Barn P, Kosatsky T. Lead in school drinking water: Canada can and should address this ongoing
exposure source. Canadian Jornal of Public Health. 2011; 102 (2)118-121.

Bolognesi C. A,*, Knasmueller S. B., Nersesyan A.B, Thomas P.C., Fenech M. C.. The HUMNxl
scoring criteria for different cell types and nuclear anomalies in the buccal micronucleus cytome
assay – An update and expanded photogallery. Mutation Research .2013; 100–113

Borghini A, Gianicolo EA, Andreassi MG. Usefulness of biomarkers as intermediate endpoints in


health risks posed by occupational lead exposure. Inter Journal of occupational Medicine and
Enviromental Health. 2016; 29(2) 167-178.
84

Borges TT, Rombaldi AJ, Knuth AG, Hallal PC. Knowledge on risk factors for chronic diseases:
a population-based study. Cad. Saúde Pública. 25, Rio de Janeiro, 2009, pp. 1511-1520.

Caggiano R, Sabia S, D’Emilio M, Macchiato M, Anastasio A, Ragosta M, et al. Metal levels in


fodder, milk, dairy products, and tissues sampled in ovine farms of Southern Italy. Environmental
Research. 2005; 99, 48–57.

Calão CR, Marrugo JL, Efectos genotóxico associados a metales pesados em uma población
humana de la región de La Mojana, Colombia, 2013. Biomédica. 2015; 35(2) 139-151.

Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Childhood lead poisoning from commercially
manufactured French ceramic dinnerware—New York City, 2003. MMWR Morb Mortal Wkly Rep
2004ª ;53:584–6.

Centers for Disease Control and Prevention – United States. Interpreting and Managing Blood
Lead Levels <10 μg/dL in Children and Reducing Childhood Exposures to Lead. MMWR Morb
Mortal Wkly Rep.2007:56(8)1-20.

Chaves, L.C. C.; Navoni, J. A. ; De Morais F., D. ; Batistuzzo De Medeiros, S. ; Ferreira Da Costa,
T. ; Petta, R. A. ; Souza Do Amaral, Vi. . Water Mutagenic Potential Assessment On A Semiarid
Aquatic Ecosystem Under Influence Of Heavy Metals And Natural Radioactivity Using
Micronuclei Test. Environmental Science And Pollution Research International. 2016,V. 00, P.
01-09.

CONAMA-Conselho Nacional Do Meio Ambiente. Resolução No 357, De 17 De Março De 2005.


Publicada No Dou Nº 053, De 18/03/2005, Págs. 58-63

Counter SA, Buchanan LH, Ortega F. Zinc protoporphyrin levels, blood lead levels and
neurocognitive deficits in Andean children whith chronic lead exposure. Clinical Biochemistry.
2008;41, 41-47.

D’souza HS, Dsouza SA, Menezes G, Venkatesh T. Diagnosis, evaluation, and treatment of lead
poisoning in general population. Clinical Biochemists of India. 2011; 26 (2) 197-201.

Dascanio D, Rodrigues OMR, Valle TGM. Relação entre os estilos parentais e o desempenho
intellectual de crianças com plumbemia. Avaliação psicológica. 2010; 9 (3) 461-470.

Evans GW, Kantrowitz E. Socioeconomic status and health: the potential role of environmental
risk exposure. Annu Rev Public Health 2002; 23: 303-31.

Ferron MM, Lima AK, Saldiva PHN, Gouveia N. Environmental lead poisoning among children in
Porto Alegre state, Southern Brazil. Rev Saúde Pública. 2012; 46(2) 226-233.

Flora G., Gupta D., Tiwari A. Toxicity of lead: A review with recent updates. Interdiscip Toxicol.
2012; Vol. 5(2): 47–58.

Fitch A. Sublime Lead: The biography of a 5000 year toxic love affair. Loyola University Chicago,
2004.
85
Fraser S, Muckle G, Despres C.The relationship between lead exposure, motor function and
behaviour in Inuit preschool children. Neurotoxicology and Teratology. 2006; 28, 18-27.

García-Lestón J, Méndez J, Pásaro E, Laffon B. Genotoxic effects of lead: an updated review.


Environ Int. 2010 Aug;36(6):623-36. doi: 10.1016/j.envint.2010.04.011. Epub 2010 May 14.
PMID: 20466424.

García-Lestón J, Roma-Torres J, Vilares M, Pinto R, Cunha LM, Prista J, et al. Biomonitoring of


a population of Portuguese workers exposed to lead. Mutation Research. 2011; 721, 81-88.

Garcia, A. C. F. S; A.E. ; Ferreira,Dm ; E. A. B. Santos ; Amaral, V. S. ; Medeiros, Srb .


Micronucleus Study Of The Quality And Mutagenicity Of Surface Water From A Semi-Arid
Region. Journal Of Environmental Monitoring (Print) , V. 13, P. 3329-3335, 2011

Grover P, Rekhadevi PV, Danadevi K, Vuyyuri SB, Mahboob M, Rahman MF. Genotoxicity
evaluation in workers occupationally exposed to lead. Int. J. Hyg. Environ. Health. 2010; 213, 99-
106.

Gulson B, Stable lead isotopes in environmental health with emphasis on human investigations.
Sci. Total Environ.2008; 400, 75–92.

Healey N, Jones-Otazo H, Walker M, Knafla A. Toxicological Review and Recommended


Toxicological Reference Values for Lead Exposure in Canada. Report prepared for Health
Canada, Healthy Environments. 2010.

HO, J.; GUTHRIE, R.; TIECKELMANN, H. Quantitative determination of porphyrins, their


Precursors and zinc protoporphyrin in whole blood and Dried blood by high-performance liquid
Chromatography with fluorimetric detection. Journal of Chromatogrophy, [S.I.].1987, v.417,p.
269-276, 1987.

IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.Censo Demográfico 2010. Características


gerais da população, religião e pessoas com deficiência. Natal: IBGE, 2012. Disponível em:
Acesso em: jan 2017.

IARC Monographs on the Evaluation of Carcinogenic Risks to Humans. volume 87 inorganic and
organic lead compounds. Lyon, France, 2006.

Khan M.I, Ahmad I., Mahdi A. A., Akhtar M.J., Islam N., Ashquin M., Venkatesh T. Elevated blood
lead levels and cytogenetic markers in buccal epithelial cells of painters in India: Genotoxicity in
painters exposed to lead containing paints. Environ Sci Pollut Res (2010) 17:1347–1354

Kapka L, Baumgartner A, Siwinska E, Knudsen E, Anderson D, Mielzynska D. Environmental


lead exposure increases micronuclei in children. Mutagenesis. 2007; 22(3) 201-207.

Lansdown, R.; Yule, W. Lead Toxicity, History and Environmental Impact, The Johns Hopkins
University Press, Baltimore, 1986

Marcon AE, Navoni JÁ, De Oliveira GMF, Garcia, ACFS, Do Amaral VS, Petta RA, Campos
TFC, Panosso, R, Quinelato AL, De Medeiros SRB. Mutagenic potential assessment associated
with human exposure to natural radioactivity. Chemosphere (Oxford). 2017;167,36-43.
86
Martins E, Varea A, Apezteuía M, González HF, Girardelli A, Caro LS, et al. Prenatal lead
exposure and relationship whith maternal exposure determinants in a public matemity hospital of
La Plata, Argentina. Science of the Total Environment. 2014; 473-474, 43-47.

Menezes-Filho, J. A.; CARVALHO, W. A.; SPÍNOLA, A. G. Avaliação da exposição ocupacional


ao chumbo em uma metalúrgica: um estudo transversal. Revista Brasileira de Saúde
Ocupacional, São Paulo. 2003, v. 29 n. 105/106, p. 63-72.

Minozzo R, Deimling LI, Gigante LP, Santos-Mello R. Micronuclei in peripheral blood lymphocytes
of workers exposed to lead. Mutat Res 2004;565:53–60.

Montes Santiago, J. Goya, Fortuny, Van Gogh, Portinari: lead poisoning in painters across three
centuries. Revista Clinica Española. 2006, v. 206 (1), p. 30-32.

Nagajyoti PC, Lee KD, Sreekanth TVM. Heavy metals, occurrence and toxicity for plants: a
review. Environ Chem Lett. 2010; 8 (3), 199-216. doi:10.1007/s10311-010-0297-8

NAS (National Academy of Science/ National Research Council). Measuring lead exposure in
infants, children and other susceptible populations. Washington DC: National Academy
Press,1993.

Rao, A.B, De Castro C., Adusumilli M.S., Barreto S.B. The Lages Pintadas Aquamarine Deposits,
Ene Brasil: A New Gem Province And A New Model. Estudos Geológicos, 2004, v. 14: 54-61.

SARYAN LA; ZENZ C. Lead and its compounds. Em: Zenz OC, Dickerson B, Horvath EP, eds.
Occupational medicine. 3a ed. St. Louis: Mosby-Year Book; 1994. Pp. 506-54
Smith ME, Van Ravenswaay EO, Thompson RS. Sales loss determination in food contamination
incidents: An application to milk bans in Hawaii. American Journal of Agricultural Economics.
1998; 70 (3), 513–520.

Stasys T, et al. Investigation of distribution of heavy metals between blood plasma and blood cell
Annali di Chimica. by Società Chimica Italiana 1139.
2007; 97.

Stoia M, Oancea S., Obreja D. C. Comparative study of genotoxic effects in workers exposed to
inorganic lead and low dose irradiation using micronucleus test. Rom J Leg Med. 2009,(4) 287 -
294

Thomas P, Holland N, Bolognesi C, Kirscha-Volders M,Bonassi S, Zeiger E, Knasmuller S,


Fenech M. Buccal micronucleus cytome assay. Nature Protocols. 2009;4 (6) 825-837..

Triantafyllidou S, Edwards M. Critical reviews in environmental science and technology. Taylor


&Francis. 2014; 42(13) 1297-1352.

Tong S, von Schirnding YE, Prapamontol T.Environmental lead exposure: a public health
problem of global dimensions. Bull World Health Organ.2000;78,9:1068-77.

UNSCEAR- United Nations Scientific Committee on the Effects of Atomic Radiation.Report on


hereditary effects of radiation to the general assembly. Unit. Nations, Vienna.2001.
87

U.S.EPA. Method 3051A – Microwave assisted acid digestion of sediments, sludges, soils, and
oils. Washington, DC, Disponível em:
http://www.epa.gov/epawaste/hazard/testmethods/sw846/pdfs/3051a.pdf., 2007a. 30 p.

U.S.EPA. Method 3015A – Microwave assisted acid digestion of aqueous samples and extracts.
Washington, DC, Disponível em: Healy
http://www.epa.gov/osw/hazard/testmethods/sw846/pdfs/3015a.pdf, 2007b. 25 p.

WHO - World Health Organization. Guidelines for drinking-water quality: Recommendations, 3rd
Edition, Geneva, 2008.

WHO. Handbook on indoor Radon: A public Health Perspective. Switzerland, WHO Library
Cataloguing. 2009.

WHO - World Health Organization. Lead in Drinking-water. Background document for


development of WHO Guidelines for Drinking-water Quality, 2011.
Valent F, Little D, Bertollini R, Nemer LE, Barbone F, Tamburlini G. Burden of disease attributable
to selected environmental factors and injury among children and adolescents in Europe. Lancet.
2004; 363,9426:2032-9.

Wu Y, Gu J, Huang Y, Duan Y, Huang R, Hu J. Dose-response relationship between cumulative


occupational lead exposure and the associated health damages: A 20-year cohort study of a
smelter in China. Int. J. Environ. Res. Public Health. 2016; 13, 328.

Young-Man, R., Kangyoon, K. & Hyunwook, K. (2000). Zinc protoporphyrin IX concentrations


between normal adults and the lead exposed workers measured by HPLC, spectrofluorometer
and hematofluorometer. Industrial Health, 38, 372-379.
88
5.0 Considerações Finais

Os dados encontrados através da pesquisa com relação a radiação de fundo na Região


de Lajes Pintadas/ RN, demostraram estar acima dos padrões de segurança estabelecidos pela
Organização Mundial de Saúde. Dessa forma, entende-se que esses níveis elevados seja um
potencial gerador de danos ao meio ambiente, assim como para todos os indivíduos que se
relacionam com o mesmo.

No decorrer da tese foi observado a existência de poucos estudos sobre radiação natural,
em especial, no Brasil. Com o desenvolvimento do primeiro capítulo, estima-se que com os
dados coletados e publicados irão auxiliar diretamente nos próximos estudos desenvolvidos
dentro deste tema, assim como subsidiar as bases e evidenciar a necessidade de discussão em
nível nacional que apoie a criação de leis governamentais que visem regular a exposição
humana às radiações ionizantes naturais, especialmente no HNBR, a fim de prevenir e minimizar
os riscos ao desenvolvimento câncer e outras doenças crônicas.

Com relação as análises biológicas, principalmente no que tange as alterações nucleares,


todas encontram-se em níveis bem acima, quando confrontadas com a região controle. Tais
parâmetros podem indicar ocorrência de amplificação gênica, assim como sugere alterações no
processo de citocinese durante a divisão celular. Sendo assim, o nível de exposição do chumbo
à população mostrou não influenciar em seu estado de saúde, fato este, que precisa ser
aprofundado em pesquisas, tanto para averiguar a origem geogênica, quanto para exposição
dos subprodutos do urânio à população.

Frente ao dados coletados, concluímos que os resultados encontrados descreveram o


local de exposição, mas não a exposição a estes elementos, o que influenciou na frequência de
MN e anormalidades nucleares analisadas, indicando que as diferenças observadas nos
marcadores de efeito utilizados podem ser consequências de outras variáveis tais como,
consanguinidade ou exposição a outras substancias não contempladas neste estudo, desta
forma, estima-se que outros estudos deem continuidade ao que foi trabalhando, amplificando o
número amostral, assim como a análises de novas variáveis que demostraram ser sensíveis ao
estudo.

Por fim, espera-se que o trabalho aqui apresentado traga uma contribuição acadêmica,
principalmente no despertar de novas pesquisas a serem desenvolvidas no intuído de contribuir
com a melhoria da qualidade de vida das pessoas expostas à essa problemática.
89

ANEXO I
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE BIOCIÊNCIA
DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA MOLECULAR E GENÉTICA
LABORATÓRIO DE GENÉTICA TOXICOLÓGICA/GENOTOX

QUESTIONÁRIO PESSOAL

Entrevistador:____________________________

Nome:______________________________________________________________Código:____________

Endereço:_____________________________________________________________Tel.:_______________

1. Idade:_____ 2.Peso:____(kg) 3.Altura:____(cm) 4.Sexo: 1- Masc. ( ) 2- Fem. ( )

5.Natural: 1-Lajes Pintada( ), 2- Santa Cruz( ), 3- Outro: ( )_________________

6.Grupo étnico: 1- Branco( ), 2- Pardo( ), 3- Negro( ), 4- Amarelo( ), 5- Indígena( )

7. Nacionalidade: 1- Brasil( ), 2- Outro: ( )__________________________

8. Estado civil: 1- Casado( ), 2- Separado( ), 3-Solteiro( ), 4-Viúvo( )

9. O conjugue é parente? 1- Sim ( ) 2- Não ( )

10.Filhos: 1- Sim( ), 2- Não( )

11.Quantos filhos: homem____ mulher_____

12. Quanto tempo reside na cidade: ______ (anos)

13. Escolaridade: 1- 1º grau incompleto ( ), 2- 1º grau completo ( ), 3- 2º grau incompleto ( ), 4- 2º grau completo
( ), 5- ( ) Superior incompleto, 6- ( ) Superior completo, 7- ( ) Pós-graduado, 8- Analfabeto ( )

14.Trabalha atualmente?: 1- Sim ( ), 2- Não ( )

15.Tipo de trabalho: 1- Agricultor ( ), 2- Pescador ( ), 3- Dona de casa ( ), 4- Estudante( ),

5- Não se aplica ( ) , 6- Outro: ( )__________________

16. Trabalha com produtos químicos 1- sim ( ), 2-Não( )

17. Que produto/s químico/s?_______________________________

18.Utiliza equipamento de segurança no trabalho: 1- Sim ( ), 2- Não ( ), 3- Não se aplica( )

19. Descrição do equipamento (luvas, mascara etc. ) :__________________________________

20. Consume bebida alcoólica: 1- Às vezes ( ), 2- Sempre ( ), 3- Nunca( )

21. Nº de copos de bebida alcoólica que consume por semana_____

22. Tipo de bebida alcoólica 1- cerveja ( ), 2- cachaça ( ), 3- vodka ( ), 4- vinho ( ), 5- outro_______


90
23. Fuma?: 1- Sim ( ), 2- Não ( ), 3- Já fumei

24. Por quanto tempo fuma/fumou?________(anos)

25. Quanto fuma/fumava?: 1- Menos de uma carteira ( ), 2- 1-2 carteiras ( ), 3- mais de 2 carteiras ( ).

26. Prática exercício físico 1-Sim ( ), 2-Não ( ).

27. Frequência por semana que pratica____ _(vezes por semana).

28. Quantas refeições faz por dia:_______

29. Ingere frutas e verduras? 1- sim ( ), 2- não ( )

30. Quantas vezes por semana?: _______ (vezes).

31. Conhece a procedência dos produtos?: 1- local ( ), 2- de outras localidades ( ), 3- não sabe ( )

32. Consume carne bovina?

33. Quantas vezes por semana?: _______ (vezes).

34. Conhece a procedência dos produtos?: 1- local ( ), 2- de outras localidades ( ), 3- não sabe ( )

35. Consume peixe?

36. Quantas vezes por semana?: _______ (vezes).

37. Conhece a procedência dos produtos?: 1- local ( ), 2- de outras localidades ( ), 3- não sabe ( )

38. Fez exame de raio-X nos últimos 12 meses: 1- Sim ( ), 2- Não ( ).

39. Tem ou teve câncer: 1- Sim ( ), 2- Não ( )

40. Tipo de câncer 1- benigno ( ), 2- maligno( )

41. Localização do câncer: 1- mama ( ), 2- pele ( ), 3- pulmão ( ), 4-bexiga ( ), 5- ovário ( ),

6- Rim ( ), 7- fígado ( ), 8- outro ( ): ____________

42. Utiliza medicamento: 1- Sim ( ), 2- Não ( )

43. Tratamento de qual doença? 1-diabetes ( ), 2- hipertensão ( ), 3- câncer ( ), 4- outra/s ( )____

44. Algum parente tem ou teve câncer: 1-Sim ( ), 2- Não ( ) Se sim, de que tipo? ____________________

45. Número de pessoas afetadas por câncer na família_____

46. Grau de parentesco 1- irmão ( ), 2- pai ( ), 3-mãe ( ), 4- filho( ), 5- avo paterno ( ), 6-avo materno ( ),

7-tio ( ).

47.Algum parente tem ou teve outra doença de tratamento prolongado: 1- Sim ( ) 2- Não ( )

48. Grau de parentesco 1- irmão ( ), 2- pai ( ), 3- mãe ( ), 4- filho( ), 5- avo paterno ( ), 6-avo materno ( ),

7-tio ( ).

49.Conhecimento de alguma má formação na família: 1- Sim ( ), 2- Não ( ) Se sim, de que tipo?_________

50. Grau de parentesco 1- irmão ( ), 2- pai ( ), 3- mãe ( ), 4- filho( ), 5- avo paterno ( ), 6-avo materno ( ),
91
7-tio ( ).

51. Histórico de aborto espontâneo: 1-Sim ( ), 2- Não ( ), 3- Não se aplica ( ) Se sim, quantos?_____

52- Você se preocupa com o meio ambiente? 1- sim ( ), 2- às vezes( ), 3- Nunca/não ( )

53- O ambiente onde você mora é saudável para viver? 1- Sim ( ), 2- Não ( )

54- Por quê?__________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

55- Nos últimos anos percebeu algum tipo de maus tratos no meio ambiente que fosse prejudicial para a saúde?
1- Sim ( ), 2- Não ( )

56- descreva qual/is?____________________________________________________

57- Conhece algum problema de contaminação natural ou gerada pela atividade das pessoas no local?

1- sim( ), 2- não ( ) Qual?: _____________________________

58- Que tipo de água você bebe? 1- torneira ( ), 2- engarrafada ( ), 3- perfuração ( ),

4- outra ( ):________ por que?_______________________________________________

59- Considera que a água que você toma é boa para sua saúde? 1- Sim ( ), 2- Não ( )

60-Na sua casa quantas pessoas dormem por quarto? _______


61-Sua moradia é de que tipo? Aluga um quarto 1- ( ), 2- Casa ( ), 3- Apartamento ( )
4- Outra ( )
62-O banheiro de sua casa tem vaso sanitário? 1- Sim ( ), 2- Não ( )
63-Todas as crianças, entre 6 e 12 anos, que moram com você freqüentam a escola?
1-Sim ( ) 2- Não ( ) Quantas__________
64- Na sua casa a pintura das paredes esta em boas condições? 1- Sim ( ), 2- Não ( )
65- Na sua casa as paredes estão pintadas? 1- Sim ( ), 2- Não ( )
66- Na sua casa tem água de torneira? 1- Sim ( ), 2- Não ( )
67- Sua casa tem passado por reformas (ampliações, concertos etc.)? 1- Sim ( ), 2- Não ( )
68- O material de construção utilizado na sua casa, foi obtido de Lajes? (areia, pedras...)
1- Sim ( ), 2- Não ( )
69- O encanamento de sua casa é? 1- metálico ( ) 2- plástico ( )
70- Você trabalha em sua casa com chumbo? 1- Sim ( ), 2- Não ( )

ANEXO II

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


92
Centro de Biociências/Depto.de Biologia Celular e Genética
Laboratório de Mutagênese Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

PARA PARTICIPANTES MAIORES DE IDADE

Esclarecimentos,

Este é um convite para você participar da pesquisa: “Radiação Natural no Semiárido Brasileiro: Análise do Risco à
Saúde Humana pela Exposição Geogênica ao Radônio e ao Chumbo”, que tem como pesquisador responsável a professora
Viviane Souza do Amaral.

Esta pesquisa pretende avaliar os danos causados a saúde pela exposição à radiação natural na população humana
residente no município de Lajes Pintadas/RN/Brasil através de uma avaliação do risco.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é que o município de Lajes Pintadas/RN está inserido sobre uma área
geologicamente rica em pegmatitos, que são rochas que emitem agentes radioativos, como o gás radônio. O radônio é um agente
carcinogênico. A liberação deste gás no ar e na água pode levar a sérios riscos à saúde da população, como o câncer de pulmão.

Caso você decida autorizar, sua participação envolverá uma entrevista com duração aproximada de 10 minutos.
Também se realizará a coleta das amostras necessárias pra estudar a exposição de cada individuo. Serão coletadas amostras de
sangue, cabelo, urina e células epiteliais bucais. Além disso, será pedida uma permissão, para fazer uma visita a suas casas com
o objetivo de coletar amostras de água e solo (pó). Sobre estas amostras serão estudados o conteúdo do contaminante em relação
a radônio e chumbo e indicadores que depois serão integrados na avaliação do risco para compreender se existe contaminação e
quais são as implicações sobre a saúde da população.

A participação é voluntária e se você decidir não participar e quiser desistir de continuar em qualquer momento, ou
ainda, se recusar a responder qualquer pergunta ou não aceitar doar amostras biológicas que ocasione algum constrangimento,
tem absoluta liberdade em fazê-lo.

Durante o procedimento que envolve a entrevista, a coleta de amostras de sangue, cabelo, urina e células da mucosa da
bochecha, a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que você corre é semelhante àquele sentido num exame clínico, físico
ou psicológico de rotina.

Pode acontecer um desconforto no momento da coleta de sangue que será minimizado com conversa e atividade lúdica,
principalmente com as crianças que tem mais receio em fazer exames desta natureza e você terá como benefício resultados sobre
a sua saúde, como um hemograma completo e medição de glicose, que poderão diagnosticar qualquer eventual problema de
saúde que você possa ter.

Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa, você terá direito a assistência gratuita que
será prestada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para as doutorandas: RICHELLY DA
COSTA DANTAS, no telefone (84) 8709-6881 ou pelo e-mail richelly@gmail.com. e MYCARLA NELY RODRIGUES DOS
SANTOS, no telefone (84) 9606-1104 ou pelo e-mail mycarla_nely@yahoo.com.br. Você tem o direito de recusar sua
autorização, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você e para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou publicações
científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa identificá-lo(a).

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e por um período de 5
anos.

Se você tiver algum gasto pela participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo pesquisador e reembolsado para
você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será indenizado.
93
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com a pesquisadora responsável a professora
Viviane Souza do Amaral.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- --

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão coletados nessa pesquisa, além
de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo
em participar da pesquisa: Radiação Natural no Semiárido Brasileiro: Análise do Risco à Saúde Humana pela Exposição
Geogênica ao Radônio e ao Chumbo e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou
publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.

Natal,__/__/__.

_________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

Impressão
Declaração do pesquisador responsável datiloscópica do
representante legal

Como pesquisador responsável pelo estudo RADIAÇÃO NATURAL NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO: ANÁLISE
DO RISCO À SAÚDE HUMANA PELA EXPOSIÇÃO GEOGÊNICA AO RADÔNIO E AO CHUMBO, declaro que assumo
a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e
assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei infringindo as normas e diretrizes
propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser
humano.

Natal __/__/__

__________________________________

Assinatura do pesquisador responsável

Você também pode gostar