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1.

INTRODUÇÃO

Desde sempre o homem preocupou-se em registrar todo tipo de


acontecimentos que lhes ocorriam. Os homens da pré-história, por exemplo,
registravam as vivências do dia-a-dia nas grutas, cavernas, em forma de
pinturas e gravuras rupestres, fazendo surgir às primeiras formas de escrita.
Foi “precisamente por volta do ano 3000 a.C. que surgiu a escrita, factor
importante para o processo informacional até aos tempos actuais”.Com o
passar dos tempos, a técnica de registro evoluiu, passando a ser feita nas
pedras de argila, papiro, pergaminho, e muito mais tarde no papel.

O direito da Informação engloba os conceitos, noções jurídicas e a


legislação que se aplica aos conteúdos, veiculação, geração e consumo de
informação.

O direito à informação é muito amplo. Pode dizer respeito tanto à


informação como produto, no caso da informação jornalística, como abranger
um leque interminável de tipos de informação, como informações do governo,
de empresas privadas, de universidades e quaisquer instituições de interesse
público. Ter informações é essencial para o exercício da cidadania – como diz
o ditado, “informação é poder”.

Por conseguinte, a problemática do acesso à informação em Angola é


regulada por legislação própria, a destacar: Decretos Presidenciais nºs (11,
2002; 14, 2017; 22, 2011); a Constituição da República de Angola (2010) ; entre outros. Igualmente,
existem diplomas internacionais que tratam igualmente do acesso à
informação, nomeadamente: Carta Africana dos Direitos do Homem e dos
Povos, Declaração Universal dos Direitos do Homem, Decreto Presidencial n.º 26, 2016 e o Decreto-lei nº 35, 2015. Com
efeito, do levantamento bibliográfico feito, não foi possível recuperar
documentos sobre o acesso à informação em arquivos escolares de Angola, o
que revela por um lado, a importância deste ensaio.

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2. A Propriedade intelectual e Liberdade de informação

2.1. Propriedade intelectual


É um conceito que visa positivar direitos a respeito de produtos e/ou
processos do conhecimento, sejam estes tangíveis ou intangíveis.
Regulamentada com base em diversos tratados, cada nação possui legislação
própria. Deve-se atentar para não ser identificada com Propriedade
Industrial ou Direito Autoral e de Terceiros ou conexos, que são os três
principais ramos dentro da propriedade intelectual.
Podemos definir ainda que a propriedade intelectual é um grupo de
diretrizes que protegem as criações humanas e garante que o autor, seja
pessoa física ou jurídica, possa utilizá-la para gerar lucro.
Ela garante que um bem possa ser utilizado exclusivamente pelo seu
criador e não seja copiado ou divulgado por terceiros sem a sua autorização.
No entanto, muitas pessoas não sabem como isso funciona e da sua
importância para evitar problemas futuros.
Por isso, elaboramos este artigo com as principais informações sobre o
assunto para ajudar você em seu negócio.
Existem várias discussões entre juristas, comunidades locais e
organizações mundiais de proteção da Propriedade Intelectual acerca da
adequação dos "conhecimentos tradicionais" ao sistema de proteção de
propriedade intelectual atual. A Organização Mundial de Propriedade
Intelectual (OMPI) trata conhecimentos tradicionais como um novo tema a se
definir, instituindo o “Comitê Intergovernamental sobre Propriedade Intelectual,
Recursos Genéticos, Conhecimento Tradicional e Folclore”, para estudar
formas de regulamentar o assunto,sendo comum a adoção nacional pelo
caminho da proteção sui generis.
Em Angola, a protecção da propriedade intelectual tem consagração
Constitucional e conta com a Lei n.º 15/14, de 31 de Julho, a Lei de Protecção
dos Direitos de Autor e Conexos.

2.1.1. O Que A Propriedade Intelectual Protege?

Para se ter ideia da abrangência desse conceito, vale conhecer a


definição dada pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (World
Intellectual Property Organization ou WIPO, em inglês).
A entidade afirma que propriedade intelectual é a soma dos direitos
relativos a:
 Obras literárias, artísticas e científicas
 Interpretações dos artistas intérpretes
 Execuções dos artistas executantes
 Fonogramas e emissões de radiodifusão
 Invenções em todos os domínios da atividade humana
 Descobertas científicas
 Desenhos e modelos industriais

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 Marcas industriais, comerciais e de serviço
 Firmas comerciais e denominações comerciais
 Proteção contra a concorrência desleal e todos os outros direitos
inerentes à atividade intelectual nos domínios industrial, científico,
literário e artístico.

Ela tem relação com a proteção legal e reconhecimento de autoria de


uma obra, que pode ser inventada ou criada por uma pessoa, como:

 marcas;
 patentes;
 direitos autorais;
 criações artísticas;
 desenhos industriais;
 indicações geográficas.

Ela é adotada por diversos países e garante a proteção do uso indevido


de uma obra por terceiros, ou seja, impede que outras pessoas as usem sem a
sua autorização.

Por exemplo, um proprietário de uma marca pode explorá-la com


exclusividade e lucrar com ela, que é a recompensa por dedicar horas e
recursos para a divulgação da sua marca. Assim, impede que terceiros possam
explorar economicamente o objeto da sua criação.

2.1.2. Crítica da Propriedade Intelectual


A noção de propriedade intelectual encontra-se com críticas diferentes,
na medida em que sua definição e conteúdo devem equilibrar dois objetivos
contraditórios:

 incentivo à criação através de privilégios especiais concedidos ao criador e,


portanto, barreiras temporárias contra a concorrência;
 o valor máximo da criação, o que implica que pode ser implementado e
explorado o mais amplamente possível pelo maior número.
Tais compromissos não podem ser definidos objetivamente e universalmente.
O conteúdo, o escopo e a aplicação da propriedade intelectual só podem ser
determinados por escolhas políticas.

2.1.3. Importância da propriedade intelectual

A propriedade intelectual é importante para estimular a inovação, a


criatividade e o desenvolvimento econômico e social. Ela também contribui
para a preservação da identidade cultural e do patrimônio imaterial de um país
ou região.

Além disso, favorece o reconhecimento do criador de uma obra, além de


incentivá-lo a continuar fazendo as suas criações e enriquecendo o
conhecimento de todas as pessoas.

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Assim, pode fortalecer os investimentos em inovação e pesquisa, bem
como estimular o trabalho de cientistas e escritores, por exemplo.

É importante destacar que quando o criador desfruta da comercialização


e exploração do que criou, lucra com a propriedade intelectual.

A Propriedade Intelectual é considerada um dos principais motores da


economia globalizada. Caracteriza o reconhecimento de formas legais de
apropriação do conhecimento humano, tanto da materialização
dos insights ou frutos da criatividade humana, como dos resultados de
pesquisa e conhecimento técnico que se concretizem em produto novo ou
modificado.
Em sentido amplo, o Direito de Propriedade Intelectual protege as
espécies de criações intelectuais que podem resultar na exploração comercial
ou vantagem econômica para o criador ou titular e na satisfação de interesses
morais dos autores, ou seja, o que a norma protege não é a ideia (entendida
como objeto incorpóreo), mas a materialidade de uma ideia. Os direitos
patrimoniais que decorrem de propriedade intelectual são temporários e
devem respeitar ao princípio da territorialidade.
Assegurar Direitos de Propriedade Intelectual é crucial para que ideias
criativas e inovações estejam bem protegidas, a fim de garantir sua
exploração comercial.

2.1.4. A lei sobre propriedade intelectual em Angola

Em Angola, a protecção da propriedade intelectual tem consagração


Constitucional e conta com a Lei n.º 15/14, de 31 de Julho, a Lei de Protecção
dos Direitos de Autor e Conexos ou terceiros. Além disso, Angola é membro da
Organização Mundial de Propriedade Industrial e todas as matérias
relacionadas com PI estão sob alçada do Instituto Angolano de Propriedade
Industrial, que promove o registo de patentes, marcas, nomes e insígnias,
modelos e desenhos industriais, modelos de utilidade, recompensas e
indicações de proveniência

2.2. Liberdade de informação


Liberdade de informação é uma extensão da liberdade de expressão, um
dos direitos humanos reconhecidos pela lei internacional, que hoje em dia é
geralmente melhor entendida como liberdade de expressão em qualquer meio,
seja oralmente, na escrita, no formato impresso e na Internet ou através de
formas de arte. Isto significa que a protecção da liberdade de expressão como
um direito incluiu não só o conteúdo, mas também os meios de expressão.
Liberdade de informação pode também referir-se ao direito à
privacidade no contexto da Internet e das tecnologias de informação. Tal como
o direito à liberdade de expressão, o direito à privacidade é um dos direitos
humanos reconhecidos e a liberdade de informação actua como uma extensão
desse direito.
Em último lugar, a liberdade de informação pode incluir a oposição
a patentes, direitos de autor ou propriedade intelectual em geral.

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2.2.1. A liberdade de informação em Angola

É um direito fundamental assegurado pela Constituição da República de


Angola, que estabelece no seu artigo 40 que “todos têm o direito e a liberdade
de informar, de se informar e de ser informado, sem impedimentos nem
discriminações” e que tais direitos e liberdades não podem ser impedidas nem
limitadas por qualquer tipo ou forma de censura”.

Entretanto, a Lei Fundamental esclarece no mesmo artigo que “a


liberdade de expressão e a liberdade de informação têm como limites os
direitos de todos ao bom nome, à honra e à reputação, à imagem e à reserva
da intimidade da vida privada e familiar, a protecção da infância e da juventude,
o segredo de Estado, o segredo de justiça, o segredo profissional e demais
garantias daqueles direitos, nos termos regulados pela lei”.
De acordo com o Código Penal Angolano, a publicação intencional de notícias
falsas é “crime de abuso de liberdade de imprensa” punível com pena de prisão
até 6 meses ou multa de 60 dias.

2.3. Direitos de autor, Direitos Terceiros ou Direitos de conexos e

propriedade Industrial.

2.3.1. Direito de autor

É o ramo do Direito que regula a proteção das obras intelectuais.


Traduz-se num conjunto de autorizações de utilização das obras, reservadas
ao autor ou a terceiro detentor dos direitos (por ex: herdeiros).
Podemos também definir-lo como a designação do direito que protege
as criações literárias e artísticas, conferindo ao autor um direito de exploração
económica exclusivo, com o poder de autorizar terceiros de fruir e usar a sua
criação/obra e, ainda, direitos pessoais ou morais que asseguram o respeito
pelo contributo pessoal do autor, ou seja a paternidade, a genuinidade e a
integridade das criações/obras. A proteção conferida pelo direito de autor incide
sobre a expressão ou manifestação (forma) das criações/obras, e não sobre as
ideias que estão na sua base
2. Os Direitos de Autor e Terceiros (LEI DOS DIREITOS DE AUTOR E
CONEXOS, CAPITULO I, ARTIGO 2, Linha 2,3 e 4).° compreendem os direitos
morais e os direitos patrimoniais. 3. Para efeitos, a presente Lei, as obras que
incidem sobre o saber tradicional e os usos e costumes são em tudo
equiparados as obras de natureza literária, artística e cientifica. 4. A presente
Lei protege as obras que incidam, ou seja, produzidas por meio de tecnologias
de informação e comunicação, bem como as transcrições e arranjos, quando
se revistam e respeitem a originalidade e a sua autenticidade.

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O direito de autor pertence, assim, ao criador intelectual da obra, a
menos que haja disposição expressa em contrário e é reconhecido
independentemente do registo, depósito ou qualquer outra formalidade.
Nos termos do Código de Direito de Autor e dos Direitos de terceiros
“Consideram-se obras as criações intelectuais do domínio literário, científico e
artístico, por qualquer modo exteriorizado…”.
O Direito de Autor confere aos titulares de criações intelectuais do
domínio literário, científico e artístico, o exclusivo direito de dispor da sua obra
e utilizá-la, ou autorizar a sua utilização por parte de terceiros, total ou
parcialmente.
A compra de um trabalho protegido por direitos de autor não dá o direito
de transmitir ou copiá-lo. Mesmo no uso privado, este nunca deverá atingir a
exploração normal da obra, nem causar prejuízo injustificado dos interesses
legítimos do autor.
2.3.1.1. Quem garante os direitos de autor em Angola?
Há cada vez mais conflitos por causa da violação de direitos de autor e
artísticos. As reclamações vêm de músicos, compositores, escritores, e nos
últimos tempos, até jornalistas viram os seus trabalhos reproduzidos sem
consentimento. A falta de denúncia e o não registo são apontados como a
principal base do problema.

Em Angola, a criação artística e intelectual é assegurada através do


decreto presidencial nª 184/19, de 28 de maio, que criou o Serviço Nacional
dos Direitos de Autor e Conexos (SENADIAC).

Apesar da existência desta instituição que vela pelos direitos artísticos e


intelectuais, ainda não existe no país a cultura de registo de produtos
intelectuais como obras de arte, textos e outros produtos relevantes, passíveis
de serem plagiados.

2.3.2. Direitos Terceiros


São os direitos paralelos aos do autor de uma obra. Para deixar bem
claro, vamos ao exemplo de uma novela. A pessoa que escreveu a história tem
os direitos autorais da obra. Mas ela não consegue fazer essa produção sem
um diretor, sem produtores, sem atores.

Então, essas pessoas que contribuem para que a novela vá ao ar têm os


direitos conexos da obra e devem ser remuneradas sempre que houver uma
reprodução dela em qualquer mídia. Geralmente, são os que correspondem às
pessoas distintas das que assinaram um acordo ou contrato.

2.3.3. Propriedade industrial

A propriedade Industrial tem o seu foco de interesse voltado para a


atividade empresarial. Tem por objeto patente de invenção e de modelo de

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utilidade, marca, desenho industrial, indicação geográfica, segredo industrial e
repressão a concorrência desleal. A propriedade industrial engloba um
conjunto de direitos e obrigações relacionados a bens intelectuais, objeto de
atividade industrial de empresas ou indivíduos. Assegura a seu proprietário
(titular do direito) a exclusividade de: fabricação, comercialização, importação,
uso, venda e cessão.
2.4. Protecção da Liberdade individual sobre a informação
A liberdade de pensamento caracteriza-se “como exteriorização do
pensamento no seu sentido mais abrangente. É que, no seu sentido interno,
como pura consciência, como pura crença, mera opinião, a liberdade de
pensamento é plenamente reconhecida, mas não cria problema maior”.
Essa liberdade revela-se sob dois aspectos: “o primeiro deles se
manifesta sob liberdade de consciência, que é o pensar não extrovertido,
impossível de ser patrulhado por quem quer que seja. Exteriorizado, revela-se
como liberdade de opinião, servindo não só de veículo de revelação do
pensamento, mas, também, instrumento social valioso na medida em que é
elemento de formação de opinião sobre algum fato ou tema. A liberdade de
opinião, embora seja um direito consagrado nos regimes democráticos, não
pode ser agente de perturbação ou destruição social, como, por exemplo, em
nosso país, é interdita a manifestação de pensamento racial”.
A liberdade de manifestação de pensamento nada mais é do que um dos
aspectos externos da liberdade de opinião.
É importante distinguir a liberdade de informação e o direito à
informação, embora, em sentido estrito, essas expressões possam ser usadas
como sinônimas (teríamos o direito à liberdade de informar e o direito à
liberdade de ser informado.
A liberdade de informação é pressuposto fundamental para garantir o
direito ao respeito à vida privada “não só porque ela permite a formação de
uma opinião esclarecida, capaz de respeitar e se posicionar ao lado de um
indivíduo que, frente às admoestações da turba e da burocracia estatal, advoga
um interesse legítimo; mas também, porque ele dá azo à transparência tanto
nos negócios públicos quanto nas decisões sociais que podem vir a gerar
efeitos sobre os direitos essenciais da pessoa humana”.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem proclamou em favor de
todos o direito à liberdade de opinião e expressão sem constrangimento e o
direito correspondente de investigar e receber informações e opiniões e de
divulgá-las sem limitação de fronteiras.

Toda a pessoa tem direito à liberdade de expressão. Esse direito


compreende a liberdade de opinião e a liberdade de receber ou de comunicar
informações ou ideias, sem que possa haver a ingerência da autoridade pública
e sem consideração de fronteiras. O presente artigo não impede os Estados de
submeterem as empresas de radiodifusão, cinema ou televisão a um regime de
autorização”.

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O respeito à privacidade do indivíduo como uma das limitações à
liberdade de informação, isto é, de uma parte, há a liberdade de informação,
por outra, o interesse que toda pessoa tem de salvaguardar sua intimidade, o
segredo de sua vida privada.
Com isso, temos expressa reserva legal qualificada, que autoriza o
estabelecimento de restrição à liberdade de imprensa com vistas a preservar
outros direitos individuais, não menos significativos, como os direitos da
personalidade em geral.
Observa-se, pois, que há uma colisão de interesses entre a informação e
a privacidade.
Para a solução deste conflito, devem ser levados em conta os seguintes
fatores:
a) o jornalista não pode estar movido por sentimentos de despeito,
ânimo ou ciúme;
b) exige-se do profissional a revelação de fatos importantes num certo
momento e não a utilização do material, de modo oportunista
e c) a relevância social da informação.

Na realidade, se a liberdade de informação for de relevante interesse


social, o direito à vida privada deve ser afastado em detrimento do interesse
público-social dessa mesma liberdade de informação plenamente definida e
delimitada.
Em síntese, a solução da colisão desses direitos deve ser examinada
em cada caso concreto, levando-se em conta o princípio da proporcionalidade
No atual contexto, autoriza-se o direito de resposta diante de qualquer
atividade de imprensa que prejudique uma determinada pessoa, ainda que não
haja um ato de calúnia, injuria ou difamação.

2.4.1. O direito à informação, a liberdade de expressão e o direito


individual

Nos últimos dias temos acompanhado com alguma preocupação o


comportamento indigno de alguns segmentos da imprensa escrita angolana e
nas redes sociais, consubstanciado na publicação ou divulgação de conteúdos
a roçar a pequenez e a mesquinhice, baseados em insultos, ofensas, falsas
controvérsias e até ultraje fabricado.

É uma prática que configura uma clara violação à salvaguarda do rigor e


da objectividade da informação. Se é ponto assente que não se pode aplicar à
comprovação jornalística as exigências da comprovação judiciária, todavia ao
jornalista é requerido que actue com profissionalismo e que seja exemplar. Que
saiba utilizar as regras derivadas das "legis artis" da profissão. Significando
isso que os profissionais de imprensa são obrigados a fazer recurso às fontes
fidedignas, por forma a testar e controlar a veracidade dos factos.

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O rigor da informação pressupõe a apresentação clara e objectiva dos
factos, a sua verificação, o que impõe, nomeadamente, a audição das partes
com interesses atendíveis, e tem ainda como pressuposto a separação dos
factos das opiniões e a atribuição destas aos respectivos autores.
Esses valores ético- sociais e jurídicos foram assumidos como compromissos
do Executivo nesta governação desde o seu empossamento, há onze meses, e
a lei exige na programação e na informação que os órgãos que desenvolvem a
actividade jornalística e os jornalistas que nela operam sejam rigorosos e
objectivos na verificação da realidade dos factos ou acontecimentos relatados,
sobretudo quando forem susceptíveis de afectar direitos de personalidade.

O direito ao bom nome - que é, face à terminologia civilística, direito de


personalidade - pode também justificar a limitação da liberdade de imprensa.
O bom nome deve ser entendido como a imagem pública, o apreço social de
quem quer que seja, podendo ser violado, nomeadamente quando se
promovem juízos que levantem suspeitas, interrogações lesivas ou
manifestações de desprezo sobre o visado.

A liberdade de imprensa não está acima do direito ao bom nome, nem


este tem em abstracto valor superior àquela. No confronto entre os direitos - a
liberdade de expressão e informação exercidas através da imprensa versus o
direito ao bom nome -, não pode deixar de reflectir-se na sua verdadeira
dimensão o interesse público a prosseguir. Haverá eventualmente que
privilegiar o direito à informação e à liberdade de expressão, em detrimento do
direito individual (bom nome), se o interesse público o justificar. Se o interesse
de quem informa se situa no puro domínio privado, sem qualquer dimensão
pública, o direito ao bom nome não pode ser sacrificado, como acontece
recorrentemente no dia-a-dia, sobretudo na nova realidade virtual, apenas para
salvaguarda de uma egoística liberdade de expressão e informação.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Concluímos que o direito fundamental de acesso à informação precisa
ser exercitado, aperfeiçoado na prática e internalizado pelos cidadãos
Angolanos como sendo um verdadeiro instrumento que atua em propósito da
transparência, além de se configurar como um desafio político, que exige
governos mais responsivos e que promovam a gestão pública com base nos
preceitos da transparência.

Liberdade de expressão e liberdade de informação sempre foram


conceitos contíguos. As primeiras iniciativas voltadas a salvaguardar o direito à
informação defluem justamente de seu reconhecimento como elemento
complementar ao direito à liberdade de expressão. Entretanto, forçoso
reconhecer que a noção de informação, originalmente vinculada à liberdade de
expressão, modificou-se sensivelmente com o passar dos anos.

O direito de propriedade, sem dúvidas, é fundamental para garantir a


circulação de riquezas, bem como a segurança jurídica.
O direito à informação é considerado um direito fundamental numa
sociedade democrática.

4. BIBLIOGRAFIA

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https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/539/edicao-1/direito-a-informacao

https://www.politize.com.br/direito-a-informacao/

Rosilene Paiva Marinho de SousaGuilherme Ataíde Dias A - INFORMAÇÃO E


A PROTEÇÃO DAPROPRIEDADE INTELECTUAL Editora da UFPB João
Pessoa 2017
https://www.vicepresidente.gov.ao/index.php/2023/04/26/dia-mundial-da-
propriedade-intelectual/

https://www.igac.gov.pt/registo-da-propriedade-intelectual

https://fia.com.br/blog/propriedade-intelectual/

https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/detalhes.php?id=412342

https://fra.europa.eu/pt/eu-charter/article/11-liberdade-de-expressao-e-de-
informacao

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https://www.jusbrasil.com.br/artigos/propriedade-intelectual-conceito-evolucao-
historica-e-normativa-e-sua-importancia/407435408

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