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Matheus Rodrigues
Matheus Rodrigues
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOFÍSICA
PROCESSAMENTO DE DADOS
SÍSMICOS ADQUIRIDOS COM FONTE
PERCUSSIVA NA CHAPADA
DIAMANTINA
SALVADOR BAHIA
MAIO 2016
Processamento de dados sísmicos adquiridos com fonte percussiva na Chapada
Diamantina
por
Matheus Câmara Rodrigues
Comissão Examinadora
O método sísmicos voltado para investigação do subsolo remota do nal do século XIX e
tem como principal objetivo o delineamento estrutural das rochas em subsuperfícies. O mé-
todo se subdivide em varias etapas, planejamento, aquisição, processamento e interpretação.
Este trabalho foi focado na etapa de processamento.
Por conta de certas limitações físicas ao registrar os dados sísmicos, é impossível que a
etapa de processamento corrija completamente a qualidade dos dados adquiridos e solucione
todos os problemas originados na aquisição sísmica. Porém o processamento, mesmo quando
confrontado por tais limitações físicas, é capaz de fornecer uma resposta de imagens que
poderá ser trabalhada por uma equipe de interpretação.
Este trabalho tenta mostrar os resultados do processamento de dados em uma aquisição
sísmica realizada pela PETROBRAS em Várzea Nova-Bahia, utilizando com uma fonte
percussiva, com grande presença de ruído no dado adquirido. Foram realizadas etapas de um
uxograma de processamento em que seguiu-se os passos de edição, ltragens de frequência
e SVD traço a traço, correção NMO, empilhamento e técnica Volume de Amplitude para
obtenção das imagens nais.
O dado foi obtido utilizando uma fonte percussiva, o que não agrega à onda bastante
energia. Em paralelo, a geologia do local cria uma barreira para a obtenção de eventos
reexivos, visto que a formação salitre no topo da estratigraa possui uma alta velocidade.
Não foi possível a recuperação total do dado citado anteriormente, por conta de sua
origem ruidosa, porém como esperado o processamento de dados permitiu que fosse possível
a visualização de estruturas de subsuperfície, demonstrando a ecácia do método sísmico e
a eciência da etapa de processamento.
iv
ABSTRACT
The seismic method aimed to the underground investigation remote the late nineteenth
century and have as main objective the structural delineation of the rocks in subsurface.
The method subdivides in many steps, planning, acquisition, processing and interpretation.
This paper was focused in the processing step.
Because certain physical limitations, it is impossible that the processing step completely
corrects the data quality and solve all the problems originated from the acquisition. However
processing, even when confronted by such physical limitations, it is able to provide results
with images that can be worked by a interpretation team.
This paper attempts to show the data processing results in a seismic acquisition made
by PETROBRAS in Várzea Nova-Bahia, using a percussive source, with great presence of
noise in the data acquired. Steps were taken for a processing owchart that followed the
steps of editing, frequency and SVD trace per trace ltering, NMO correction, stacking and
Amplitude volume technique to obtain the nal images.
The data was acquired using a percussive source, with does not aggregate enough energy
to the wave. In parallel, the local geology creates a barrier for the obtainment of reexive
events, since the Salitre formation on the top of the stratigraphy has a higher velocity.
It was not possible to fully recover the data because of its noisy origin, however as
expected the data processing allowed it to be possible to visualize subsurface structures
demonstrating the eectiveness of the seismic method and the stage of processing eciency.
v
ÍNDICE
RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . iv
ABSTRACT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . v
ÍNDICE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vi
ÍNDICE DE TABELAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . viii
ÍNDICE DE FIGURAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ix
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
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3.9 Resultado do TecVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
CAPÍTULO 4 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
vii
ÍNDICE DE TABELAS
viii
ÍNDICE DE FIGURAS
ix
3.12 (a) Família CMP do dado original com correção de amplitude, (b) componente
de alta frequência extraída com a ltragem SVD, (c) componente de baixa
frequência obtida com a ltragem SVD. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.13 Espectro de amplitudes pela frequência do dado ltrado pelo SVD. . . . . . 31
3.14 Seção empilhada do dado bruto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.15 Seção empilhada do dado com ltrado pela frequência. . . . . . . . . . . . . 33
3.16 Seção empilhada utilizando o ltro SVD aplicado traço a traço. . . . . . . . 34
3.17 TecVA da seção empilhada com o ltro de frequência. . . . . . . . . . . . . . 35
3.18 TecVA da seção empilhada utilizando o ltro SVD aplicado traço a traço. . . 36
x
INTRODUÇÃO
1
2
3
4
Seguindo as etapas descritas acima, para a realização deste trabalho utilizou-se o se-
guinte uxograma de processamento (Figura 1.3):
Figura 1.4: Figura esquemática mostrando como estão dispostas algumas famílias
em um levantamento sísmico.
Figura 1.5: Figura ilustrativa do método CMP com o ponto médio em comum (M)
dos pares de fontes (S) e receptores (R).
1
ρ α (1.1)
r2
(1.2)
1
A α ρ2
1
A α (1.3)
r
ou
1
A α (1.4)
vt
Sendo:
n
(1.6)
X
S= |xi |
i=1
S
M= (1.7)
Z
ψ
κ= (1.8)
M
2
x
2
t = t20 + (1.9)
Vnmo
As velocidade usadas para correção NMO (Vnmo) são escolhidas normalmente por
um processo de análise de velocidades, porém para este trabalho foram utilizadas algumas
velocidades constantes, visto que o espectro de coerência para a realização da análise de
velocidades não permitiu uma escolha mais precisa.
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sP
n
vi2 ∆ti
Vnmo,n = Pi=1
n (1.10)
i=1 ∆ti
1.2.6 Empilhamento
N
1 X
e(t) = xi (t) (1.11)
N i=1
12
13
14
Onde t representa a variável tempo e ω a variável frequência angular dada por ω = 2πf .
Sua transformada inversa é dada pela equação 2.2:
Z +∞
x(t) = X(ω)eiωt dω (2.2)
−∞
Normalmente a ltragem SVD é realizada sobre uma matriz de dados. A seguir apre-
sentamos o método proposto por Silva (2015) que utiliza a decomposição SVD para ltragem
de um único traço sísmico.
A decomposição SVD é um artifício matemático capaz de subdividir grandes matrizes
em três de acordo com a fórmula abaixo:
X = UΣVT (2.3)
Onde X é a matriz dos dados, U são os autovetores de XXT , Σ uma matriz diagonal,
retangular do mesmo tipo que X, cujos elementos da diagonal principal não negativos e V
são autovetores de XT X, sendo esta a forma mais usual de representação da decomposição
SVD.
Porém o uso do SVD como ltro bidimensional é melhor escrito como:
N −1 N −1
(2.4)
X X
XN = σi ui viT = X
e Ni
i=0 i=0
x 0 ... 0
0 x ... 0
. ..
= ..
XN . ... 0
(2.5)
. .
0 . . ..
0
0 0 ... x
n o N −1 n o N −1
(2.6)
X X
L XN = L Xe Ni = x
eNi = x
i=0 i=0
Figura 2.4: Resultado de uma ltragem SVD de um único traço com ordem N=5.
Os autotraços de 0 a 4 sendo da baixa para a alta frequências corres-
pondem a (a),(b),(c),(d), e (e) respectivamente. A soma dos autotraços
em (f) e o traço original em (g) (Silva, 2015).
v
u j=1+ M
2
u1 X 2
u
Xrms =t xj (2.7)
M M
j=1− 2
• Aplica-se uma rotação de fase no dado da Amplitude RMS pela transformada de Hilbert
π
e−i 2
w>0
H(w) = −isign(w) = e i π2
w<0 (2.8)
0
w=0
Inicialmente visualizou-se o dado original sem alterações. O dado de Várzea Nova (ce-
dido pela Petrobras) é uma linha sísmica do tipo end-on. A Tabela 3.1 mostra os parâmetros
de geometria da linha de Várzea Nova.
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20
Esta linha teve como como objetivo original a tentativa de visualizar as formações
21
3.3 Edição
Figura 3.5: (a) CMP do dado pós mute, (b) material extraído pelo ltro passa-
banda, (c) Dado ltrado em frequência.
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Como explicado no Capitulo 1, o sinal do traço sísmico perde amplitude com o tempo
de propagação, resultado da divergência esférica. Para corrigir o efeito de divergência foi
utilizada uma correção de amplitude AGC.
Sendo assim, foi visto como necessária a aplicação de uma função de ganho, que neste
caso objetiva manter a amplitude média dos dados aproximadamente constante.
Na etapa da aplicação do Automatic Gain Control, foi empregado um programa escrito
na linguagem FORTRAN, utilizando uma janela móvel de 100 amostras, com nalidade de
obter uma correção reversível, tendo como resultado um ganho na amplitude de sinal.
Ainda assim os evento sísmicos continuam mascarados pelos ruídos do dado, como
mostra a Figura 3.8.
28
29
Em paralelo à ltragem de frequências, foi aplicado um ltro SVD traço a traço sobre
dado original corrigido em amplitude, após a correção NMO, como alternativa para ltrar
as altas frequências do dado, para em seguida serem empilhados. Utilizou-se a primeira auto
imagem gerada pela decomposição.
A Figura 3.12 mostra o resultado da ltragem pelo ltro SVD traço a traço e o resíduo
da aplicação do ltro.
A Figura 3.13 mostra o espectro de frequências do dado ltrado pelo SVD. Pode-se
observar pelo espectro que a ltragem SVD traço a traço é mais controlada, permitindo um
maior aproveitamento do sinal sísmico.
Figura 3.12: (a) Família CMP do dado original com correção de amplitude, (b)
componente de alta frequência extraída com a ltragem SVD, (c) com-
ponente de baixa frequência obtida com a ltragem SVD.
31
Figura 3.13: Espectro de amplitudes pela frequência do dado ltrado pelo SVD.
Com o resultado do empilhamento dos dados ltrados tanto pela frequência quanto pelo
SVD traço a traço, foi realizada a Técnica Volume de amplitude.
Os resultados do TecVA, mostram resolução melhor dos eventos reexivos do dado como
visto na Figura 3.17.
A Figura 3.18 representa o TecVA da seção empilhada do dado decomposto com apenas
as baixas frequências e utilizando o ltro SVD traço a traço.
Figura 3.14: Seção empilhada do dado bruto.
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Figura 3.15: Seção empilhada do dado com ltrado pela frequência.
33
Figura 3.16: Seção empilhada utilizando o ltro SVD aplicado traço a traço.
34
Figura 3.17: TecVA da seção empilhada com o ltro de frequência.
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Figura 3.18: TecVA da seção empilhada utilizando o ltro SVD aplicado traço a traço.
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CAPÍTULO 4
Conclusões
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Agradecimentos
Gostaria de agradecer:
• Primeiramente a Deus pela vida e aqueles que durante toda minha trajetória estiveram
ao meu lado;
• Meus pais, Márcio (in memória) e Sílvia, os meus maiores mentores na escola da vida,
pelo extraordinário exemplo de amor, luta, dedicação, determinação, formadores do
meu caráter e do homem que sou;
• Minha madrinha que sempre me apoiou e me defendeu em todas as situações;
• Meu primo Leo, amigo e irmão, sempre junto a mim, com suas brincadeiras e carinho;
• Minha tia Rita, pelo carinho e incentivo, me fazendo lembrar constantemente a presença
do meu pai;
• Tia Sílvia Leal pelo amor e carinho fazendo de mim um lho seu.
• Toda a minha família, tios e primos que sempre estiveram junto a mim, demonstrando
o carinho e orgulho;
• Aos meus amigos pela companhia dada todos esses anos;
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Referências Bibliográcas
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