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OVÓIDES

Os ovóides são pouco conhecidos da maioria dos espíritas e, praticamente,


desconhecidos entre os não espíritas.

No Dicionário de Filosofia Espírita, de L. Palhano Júnior-Edições CELD, encontramos


a seguinte definição de ovóide: “(semelhante ao ovo; forma de ovo) Formação atípica
do perispírito causada por um forte monoideísmo de espíritos que se mantêm em idéias
fixas, alienando-se dos mais simples cuidados de integridade pessoal. Há um
definhamentoá um definhamento do corpo espiritual, com miniaturização. Esse
fenômeno pode ocorrer também sob o domínio hipnótico de entidades experientes, não
só por questões de ordem inferior, mas também para determinadas operações, como nos
preparativos reencarnatórios. Essas informações são encontradas nas obras mediúnicas
ditadas pelo Espírito André Luís ao médium Chico Xavier”.

Embora, atualmente, possamos contar com informações mais pormenorizadas, como


veremos adiante, vamos começar por André Luís. Acompanhando Gúbio, seu instrutor,
André penetra numa região sombria, em missão de salvamento de irmãos sofredores e,
também, para aprender. Vejamos como ele descreve o seu encontro com ovóides:

“Ante o intervalo espontâneo, reparei não longe de nós, como que ligadas às
personalidades sob nosso exame, certas formas indecisas, obscuras. Semelhavam-se a
pequenas esferas ovóides, cada uma das quais pouco maior que um crânio humano.
Variavam profundamente nas particularidades. Algumas denunciavam movimentos
próprios, ao jeito de grandes amebas, respirando naquele clima espiritual; outras,
contudo, pareciam em repouso, aparentemente inertes, ligadas ao halo vital das
personalidades em movimento”. (“Libertação”, FEB, p.84)

Em “Evolução em Dois Mundos”, psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira,


também da FEB, p. 91, encontramos a seguinte explicação:

“Sentindo-se em clima adverso ao seu modo de ser, o homem primitivo, desenfaixado


do envoltório físico, recusa-se ao movimento na esfera extra-física, submergindo-se
lentamente, na atrofia das células que lhe tecem o corpo espiritual, por monoideísmo
auto-hipnotizante, provocado pelo pensamento fixo-depressivo que lhe define o
anseio de retorno ao abrigo fisiológico.

Nesse período, afirmamos habitualmente que o desencarnado perdeu o seu corpo


espiritual, transubstanciando-se num corpo ovóide, o que ocorre, aliás, a inúmeros
desencarnados outros, em situação de desequilíbrio, cabendo-nos notar que essa forma,
segundo a nossa maneira habitual de percepção, expressa o corpo mental da
individualidade, a encerrar consigo, conforme os princípios ontogenéticos da Criação
Divina, todos os órgãos vitais de exteriorização da alma, nos círculos terrestres e
espirituais, assim como o ovo, aparentemente simples, guarda hoje a ave poderosa de
amanhã, ou como a semente minúscula, que conserva nos tecidos embrionários a árvore
vigorosa em que se transformará no porvir”.

O grande escritor, tradutor, educador e filósofo brasileiro Huberto Rohden,


desencarnado em 1981, que não era espírita, ditou, segundo o jornalista Jávier Godinho
(Revista Espírita Allan Kardec nº. 38- p.36, Gráfica e Editora Paulo de Tarso) através
do médium Luis Antônio Milecco o livro “Meu Além de Dentro e de Fora”, com o
pseudônimo de Delfos. Logo imediatamente à apresentação, ele conta o que aprendeu
quando levado pelo instrutor Rufus, visitou um cemitério de ovóides.

“_ Fui conduzido a um estranho compartimento da instituição que me abrigava.

Era uma sala um tanto espaçosa, escura e cheia de pequenas caixas retangulares,
semelhantes a caixões de natimortos (nascidos mortos). Todavia, o que me deixou mais
perplexo não foram as aparentes caixinhas mortuárias, mas o que estava dentro delas.
Tratava-se de formas ovóides, que variavam em seu tamanho: algumas tinham a
dimensão de um crânio humano, outras chegavam quase à estatura de um ovo de
galinha”.

Jávier Godinho, na revista citada, conta-nos que se encontrava em Deuslândia, povoado


do município de Brazabrantes (Goiás) acompanhando o trabalho do médium Geraldo
Inácio da Silva, no Centro Espírita “Eurípedes Barsanulfo”. Geraldo é um peão da roça,
totalmente cego da vista direita e com menos de 20% de visão na esquerda. Só tem o
primeiro ano primário e, desde pequenino, vê, ouve e conversa com espíritos.

“Numa dessas ocasiões, repleta a Sala do Evangelho, onde os interessados assistem a


palestras sobre a Doutrina Espírita, aguardando ser por ele recebidas, Geraldo veio pedir
orações e vibrações para ajudar a equipe de Eurípedes Barsanulfo numa difícil
intervenção cirúrgica que seria realizada para separação dos perispíritos de uma senhora
encarnada e de dois desencarnados.

_ Venha comigo – chamou-nos, e o acompanhamos à cabine, onde o aguardavam uma


jovem dos seus 25 anos, deitada de costas na maca, tendo a seu lado o pai, a mãe e um
irmão, além de duas médiuns.

Feita a prece e iniciados os passes, Geraldo pediu detalhes e o pai respondeu que a moça
estava com anemia profunda. Submetida a mil e um exames, tratamento médico
rigoroso, um caminhão de remédios e transfusões de sangue, ela se mostrava cada vez
mais fraca, mais fraca cada vez.

Concentrado, o médium passou as mãos abertas a alguns centímetros de todo seu corpo,
terminando na perna direita, num gesto como se expulsasse alguma coisa. Com
excelente bom humor, uma de suas características, determinou à donzela:

_ Agora você se levanta e vai viver normalmente. Cada dia que passar, você vai se
sentir mais forte e melhor. A anemia acabou de sair pela ponta do seu pé…

Ela obedeceu e, embora tivesse chegado quase carregada pelos familiares, sozinha
calçou os sapatos e saiu caminhando, espantada, porta afora, seguida pelo pai, mãe e
irmão, mais atônitos ainda.

A sós conosco, Geraldo explicou:

_ Eu não podia dizer a verdade. Eles não compreenderiam. A moça tinha dois ovóides,
um de cada lado do tronco, que lhe sugavam toda a energia. Os médicos que trabalham
com seu Eurípedes os retiraram e vão cuidar deles, para que um dia também se
recuperem…”

Uma obra escrita há poucos anos, “Ícaro Redimido” (Editora INEDE), traz um grande
contributo ao estudo dos ovóides. O autor espiritual é Adamastor, pseudônimo de um
médico que viveu na França no final do século dezenove e se transferiu para o Brasil. O
médium que o psicografou é o médico homeopata e professor de homeopatia Gilson
Teixeira Freire. Os termos científicos usados na obra são entendidos pelos leigos graças
a notas explicativas no rodapé das páginas e a um glossário no final. O Capítulo 8 é
todo dedicado a informações sobre ovóides. Vamos ver algumas delas, resumidamente:

1ª) Os ovóides podem ter origens diferentes. O autor cita os suicidas e os que são filhos
do ódio, centralizados em monoideísmo de revolta e vingança.

2ª) “O ovóide é uma verdadeira regressão biológica, representando o colapso da forma e


da consciência. O processo se efetua através de paulatinas degradações em que a
configuração humana se contrai inicialmente pela perda dos membros e redução
significativa do tronco, até que se estaciona em sua forma final, assemelhando-se a uma
mórula embrionária agigantada, pois guarda dimensões que variam entre as de uma
laranja e as de um crânio de recém-nascido. A alta densidade da psicosfera envolve-o
em uma névoa, tornando-lhe os contornos imprecisos e emprestando-lhe um aspecto
gelatinoso, como os embrióides. Sua membrana externa acinzentada, à semelhança da
mórula, apresenta desenhos losangulares arredondados”.

3ª) A atividade vital dos ovóides é fraca, os órgãos internos se apresentam reduzidos em
suas formas embrionárias, o coração bate fraco, o sistema nervoso também se acha
retrocedido aos primórdios de seu desenvolvimento embrionário, os nervos cranianos
acham-se presentes e sua temperatura é instável.

4ª) Quando o ovóide não está acomodado em um hospedeiro, ele verte uma secreção
pegajosa, que o ajuda a fixar-se em qualquer superfície em que esteja. Através de uma
ventosa ele se alimenta de vibrações.

5ª) Instalam-se os ovóides, preferencialmente na mente humana, pois se alimentam das


emanações psíquicas de suas vítimas. Comumente se alojam na fronte de seus
hospedeiros em íntima conexão com o centro cerebral, levando-os ao esgotamento das
energias psíquicas e ocasionando graves transtornos mentais.

6ª) Para que a parasitose se instale há necessidade de sintonia entre a vítima e o algoz.

7ª) Existem ovóides tão intensamente atados aos seus hospedeiros desencarnados, que
reencarnam jungidos a eles, produzindo estranhas enfermidades.

8ª) No mundo subumano das trevas os ovóides “são temidos e usados como verdadeiras
armas de persuasão por espíritos com intenção de domínio, que podem aplicá-los tanto
em encarnados quanto em desencarnados e por isso os ovóides são muito procurados
por estes infelizes”.

9ª) Os ovóides em tratamento recebem todos os cuidados necessários, tanto de


enfermeiros especializados, quanto dos seus tutores, pois a misericórdia de Deus a
ninguém desampara e “assiste o homem através do próprio homem”. É impressionante o
trabalho incansável, a extrema paciência e o amor incomensurável que os tarefeiros da
Espiritualidade Maior dedicam aos necessitados colocados sob a sua responsabilidade.

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