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10.

º ano: síntese dos conteúdos de Educação Literária


Poesia trovadoresca: contextualização histórico-literária

1. Qual é a contextualização histórica da poesia trovadoresca?


A poesia trovadoresca foi cultivada por trovadores na zona norte da Península Ibérica, nos reinos de
Portugal, Galiza, Castela, Leão e Aragão, entre os séculos XII a XIV.

2. Qual era a estrutura socioeconómica dominante dos reinos medievais?


A vida económica medieval baseava-se na agricultura, a estrutura social resultava das formas feudais de
senhor e vassalo e a sociedade encontrava-se estratificada em três ordens: clero, nobreza e povo.

3. Quem eram os trovadores medievais?


A designação trovador é de origem provençal (região do sul de França) e designa os autores e intérpretes
que introduziram nas cortes composições poéticas de índole amorosa acompanhadas de música.

4. Qual era a língua utilizada pelos trovadores peninsulares nas suas composições?
O idioma por excelência do lirismo peninsular é o galego-português.

5. A que outra arte surge associada a poesia medieval?


A poesia medieval surge associada à música e ao canto e animava os serões da corte.

6. Onde se encontram compiladas as composições da poesia trovadoresca peninsular?


A poesia galego-portuguesa está compilada em vários cancioneiros: Cancioneiro da Vaticana,
Cancioneiro da Biblioteca Nacional, Cancioneiro da Ajuda, Cantigas de Santa Maria.

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Poesia trovadoresca: representações de afetos e emoções

1. Como se caracteriza a cantiga de amigo?


A cantiga de amigo é de origem peninsular e apresenta sempre um sujeito feminino que expressa os seus
sentimentos, as suas emoções, os seus anseios amorosos. A donzela desabafa, com frequência, com
diferentes interlocutores: as amigas, as irmãs, a mãe ou a própria natureza.

2. O que significa a palavra confidente no contexto da lírica trovadoresca?


Os confidentes, na cantiga de amigo, são os interlocutores a quem a donzela confessa os seus sentimentos
amorosos. Os confidentes amorosos podem assumir a forma de elementos da natureza personificados.

3. Que sentimentos expressa a donzela nas cantigas de amigo?


Nas cantigas de amigo, a donzela pode exprimir amor, saudade, tristeza, alegria, orgulho, desespero.

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A coita de amor e o elogio cortês: cantiga de amor

1. O que distingue a cantiga de amor da cantiga de amigo?


Enquanto a cantiga de amigo apresenta um sujeito feminino que exprime singelamente os seus anseios
amorosos, a cantiga de amor recria o universo da corte, retratando uma relação amorosa entre um homem
e uma senhor hierarquicamente superior.

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2. A cantiga de amigo e a cantiga de amor coexistiram na Península Ibérica?
Na lírica peninsular, coincidiram cantigas de amigo de origem autóctone e cantigas de amor de influência
provençal. Este facto conferiu um caráter singular ao lirismo peninsular.

3. O que é a coita de amor?


A coita de amor é a hiperbolização do sofrimento de amor que o sujeito masculino exprime na cantiga de
amor, perante a não correspondência amorosa da sua dona.

4. O que é o elogio cortês?


A cantiga de amor expressa, geralmente, um código amoroso artificial, baseado numa relação de
vassalagem característica da sociedade feudal. O homem assume uma atitude de inferioridade face à
mulher amada, elevando as qualidades femininas ao seu expoente máximo, criando um elogio cortês.

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A dimensão satírica: a paródia do amor cortês e a crítica de costumes: cantigas de escárnio e de


maldizer

1. Quais são as composições da lírica medieval que apresentam uma dimensão satírica?
A sátira medieval concretiza-se nas cantigas de escárnio e de maldizer.

2. Quais são as temáticas mais recorrentes na sátira trovadoresca?


As cantigas de escárnio e de maldizer versam temáticas diversas da atualidade medieval, nomeadamente a
crítica de costumes. A paródia ao amor cortês concretiza-se nestas composições na sátira à morte de amor
e na crítica à hiperbolização das qualidades da mulher amada.

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Espaços medievais, protagonistas e circunstâncias

1. Quais são os espaços privilegiados na cantiga de amigo e na cantiga de amor?


Os espaços privilegiados na cantiga de amigo estão geralmente relacionados com o quotidiano rural: a ida
à fonte, ao rio, à romaria. Na cantiga de amor, privilegia-se o ambiente da corte.

2. Quem são os protagonistas das cantigas de amigo e da cantiga de amor?


Os protagonistas das cantigas de amigo são a donzela e o amigo. Há geralmente referências a outros
intervenientes como a mãe, as amigas, as irmãs. Na cantiga de amor, o sujeito masculino e a dona ou
senhor são os protagonistas.

3. Quais são as circunstâncias mais recorrentes nas cantigas de amigo? E na cantiga de amor?
O universo da cantiga de amigo gira à volta dos anseios amorosos das jovens donzelas. Na cantiga de
amor, o homem presta vassalagem amorosa à sua dona, elogiando-a de forma exagerada.

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Poesia trovadoresca: linguagem, estilo e estrutura


Cantiga de amigo: caracterização temática e formal - paralelismo e refrão

1. Quais são as temáticas versadas na cantiga de amigo?


A cantiga de amigo versa temáticas de natureza amorosa, na perspetiva feminina.

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2. Que características apresenta a linguagem da cantiga de amigo?
A linguagem da cantiga de amigo é simples, repetitiva, oralizante e recorre, com frequência, à frase
simples ou à coordenação.

3. Que formas particulares assume a repetição na cantiga de amigo?


A cantiga de amigo apresenta várias formas de repetição com o recurso ao refrão e ao paralelismo. Este
pode assumir formas diferenciadas como o paralelismo anafórico, o paralelismo semântico e o
paralelismo perfeito (com leixa-pren).
4. Os versos da poesia trovadoresca apresentam sempre rima?
Os versos da poesia trovadoresca apresentam geralmente conformidade de sons no final dos versos,
podendo a correspondência ser apenas vocálica ou vocálica e consonântica.

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Cantiga de amor: caracterização temática

1. Quais são as temáticas versadas na cantiga de amor?


A cantiga de amor apresenta, de forma hiperbolizada, a coita de amor de um homem pela sua senhor que
possui qualidades exageradamente descritas.

2. Que características específicas apresenta a cantiga de amor?


A cantiga de amor é de origem provençal e recria o ambiente da corte, afastado das formas rurais e
oralizantes. Estas composição apresentam geralmente um vocabulário menos repetitivo, ausência de
refrão, recorrendo várias vezes à subordinação.

3. O que é uma cantiga de mestria?


Uma cantiga de mestria não apresenta refrão.

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Cantigas de escárnio e de maldizer: caracterização temática

1. Quais são as temáticas mais versadas pelas cantigas de escárnio e de maldizer?


As temáticas mais versadas pelas cantigas de escárnio e de maldizer são de natureza satírica e podem
estar relacionadas com acontecimentos políticos, sociais, culturais.

2. O que distingue as cantigas de escárnio das de maldizer?


Nas cantigas de maldizer, a crítica é realizada aberta e diretamente, nas cantigas de escárnio há uma sátira
indireta.

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Recursos expressivos na poesia trovadoresca: a comparação, a ironia e a personificação

1. Qual é o recurso expressivo mais utilizado na cantiga de amigo quando a natureza surge como
confidente?
O recurso expressivo mais utilizado na cantiga de amigo quando a natureza surge como confidente é a
personificação.

2. Qual é o recurso expressivo mais utilizado na sátira medieval?


Na sátira medieval o recurso expressivo mais utilizado é a ironia.

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3. Qual é o recurso expressivo utilizado na cantiga de amor de Pai Soarez de Taveirós, na expressão
“Com’ome que ensandeceu…assi moir’eu”?
Nesta expressão é utilizada uma comparação.

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Fernão Lopes, Crónica de D. João I

Contexto histórico
1. Em que século viveu Fernão Lopes?
Fernão Lopes viveu no século XV.

2. Para que dinastia trabalhou Fernão Lopes?


O trabalho de Fernão Lopes está muito ligado à dinastia de Avis.

3. Que funções tinha um cronista no século XV?


No século XV, um cronista era um historiador. O rei encarregava um cronista de registar os feitos mais
importantes do seu reinado ou dos anteriores.

4. Qual foi o texto mais importante escrito por Fernão Lopes?


A Crónica de D. João I foi um dos textos mais importantes escritos por Fernão Lopes.

5. Que acontecimentos históricos são relatados na 1.ª parte da Crónica de D. João I?


Na 1.ª parte da Crónica de D. João I é relatada a crise de sucessão de 1383-85 que teve lugar no fim da
primeira dinastia e que levou ao poder a dinastia de Avis. Durante esta crise, o Mestre de Avis, futuro rei
D. João I, teve um papel determinante na defesa da independência de Portugal do domínio de Castela.

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Afirmação da consciência coletiva


1. Podemos considerar que o texto de Fernão Lopes transcende o discurso histórico contribuindo para a
afirmação da consciência coletiva do povo português?
Fernão Lopes é um historiador medieval inovador que se preocupa com o registo histórico dos
acontecimentos, dando uma grande ênfase ao pormenor descritivo e valorizando a verdade dos factos. A
personagem povo adquire na sua obra um enorme protagonismo, autonomizando-se e transcendendo-se
através das ações em defesa da pátria. A Crónica de D. João I é a glorificação de um povo que luta pelos
seus ideais.

2. A Crónica de D. João I constitui apenas um mero registo histórico da crise de 1383-85?


A Crónica de D. João I é muito mais do que um mero registo histórico de acontecimentos marcantes da
História de Portugal. No texto de Fernão Lopes, encontramos a multidão em ação, mas também os
cenários, os diálogos, o sofrimento e a luta por um objetivo comum.
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Atores: individuais e coletivos


1. Quem são os atores na Crónica de D. João I?

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Os atores da Crónica de D. João I são personagens individuais como o Mestre de Avis ou Álvaro Pais,
mas também a personagem coletiva representada pelo povo anónimo.

2. Quem são os protagonistas do texto de Fernão Lopes?


O verdadeiro protagonista da Crónica de D. João I é o povo que surge mitificado e elevado à categoria de
herói. A personagem coletiva escolhe o Mestre como seu líder e luta ao seu lado pela independência
nacional.
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Gil Vicente, o dramaturgo


1. Que aspetos relembras da vida e obra de Gil Vicente?
Gil Vicente é um dramaturgo que viveu no século XVI e que trabalhou para os reis D. Manuel e D. João
III. Gil Vicente, durante vários anos, abrilhantou os serões da corte com uma vasta produção literária
fruto do seu génio criador e da influência das representações profanas e religiosas que o precederam.

2. Que obras de Gil Vicente conheces?


Gil Vicente escreveu muitas peças de teatro: Monólogo do Vaqueiro ou Auto da Visitação, Auto da Barca
do Inferno, Auto da Índia, Farsa de Inês Pereira, Auto da Feira.
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Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira


Caracterização das personagens

1. Que características apresenta Inês Pereira?


No início da peça, Inês é uma jovem preguiçosa, leviana, fantasiosa, inconsciente e idealista. Após o
casamento com o Escudeiro, torna-se materialista, calculista e vingativa.

2. Que papel desempenha na peça Lianor Vaz?


Lianor Vaz é uma alcoviteira que a mãe de Inês contratou para arranjar um pretendente para casar com a
filha.

3. Quem é Pero Marques?


Pero Marques é um jovem camponês rico que quer casar com Inês. É ingénuo, trabalhador, honesto e
boçal.

4. Quem é Brás da Mata?


O escudeiro, Brás da Mata, faz-se acompanhar de um moço seu criado e apresenta-se como elegante,
galanteador, bem-falante, mas mentiroso, desleal, preguiçoso, pelintra e cobarde.

5. Quem são Latão e Vidal?


Latão e Vidal são judeus casamenteiros contratados por Inês para lhe arranjarem um casamento de acordo
com o seu ideal de marido.

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Relações entre personagens

1. Como se relaciona Inês com a sua mãe?


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Inês tem uma relação conflituosa com a mãe, têm expectativas face ao futuro diferentes e conceções de
marido ideal também muito diversas. As relações entre mãe e filha traduzem o conflito intemporal de
gerações.

2. Que tipo de relacionamento existe entre a alcoviteira e a mãe de Inês?


A mãe de Inês contratou a alcoviteira para lhe prestar um serviço: arranjar um marido para Inês.

3. Como evoluiu o relacionamento entre Inês e o Escudeiro?


O relacionamento entre Inês e o Escudeiro evoluiu ao longo da peça. Inês começa por admirar Brás da
Mata, casa-se com ele, mas o seu comportamento após o casamento dececiona-a. Quando sabe que ficou
viúva, Inês fica contente por voltar a ser livre.
4. Como evolui a relação entre Inês e Pero Marques?
A relação entre Inês e Pero Marques evoluiu ao longo da peça. Inês começa por desprezá-lo e acaba por
aceitá-lo como seu segundo marido.

5. Que tipo de relação existiu entre Inês e o Ermitão?


O Ermitão tinha sido pretendente de Inês enquanto ela era jovem.
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A representação do quotidiano

1. Que relação existe entre a Farsa de Inês Pereira e o provérbio “Mais vale asno que me leve que cavalo
que me derrube”?
O provérbio foi um desafio aceite por Gil Vicente após ter sido acusado de plagiar as suas peças. O
dramaturgo, para provar aos seus inimigos a sua capacidade artística de criador de peças de teatro, aceitou
escrever uma peça a partir de um mote. Esse mote foi o provérbio: “Mais vale asno que me leve que
cavalo que me derrube”.

2. Que aspetos sociais são criticados com esta farsa?


É vasto o alcance crítico desta peça vicentina. É criticada a ânsia de libertação da mulher de condição
burguesa, através do casamento. Denuncia-se a ruína da baixa nobreza, decorrente da centralização das
riquezas, provindas da expansão. Critica-se a degradação moral da conceção de família. É denunciado o
êxodo dos campos, o desenvolvimento das cidades e a atração pela riqueza fácil.
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A dimensão satírica

1. Que tipos de cómico encontras nesta peça vicentina?


O cómico está presente nesta peça, como na maioria do teatro vicentino. Não podemos esquecer o lema
de Gil Vicente que foi cumprido à risca nas suas produções: Ridendo castigat mores, a rir se corrigem os
costumes. O dramaturgo recorre ao cómico de situação (quando há inadaptação da personagem à
situação), ao cómico de caráter (quando a personagem não se adapta à sua própria realidade) e ao cómico
de linguagem (quando a linguagem utilizada não se adapta ao contexto).
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Gil Vicente, Auto da Feira


1. Que mudança estrutural na sociedade da época evidencia o Auto da Feira?
Este auto de Gil Vicente evidencia o início do desenvolvimento mercantil e a mudança de valores sociais.
A sociedade até aí eminentemente agrícola começa, então, a submeter-se aos valores materiais.
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Caracterização das personagens

1. Quem é a personagem Roma?


A personagem Roma é uma compradora que vem à feira, mas pretende mudar de vida. Roma já foi, no
passado, cliente do Diabo, mas está arrependida e quer voltar a ser virtuosa e justa.

2. Que característica marca os dois casais que vêm à feira?


Os dois casais que vêm à feira estão marcados pela insatisfação. Os maridos estão insatisfeitos com as
respetivas mulheres: um queixa-se por ela ser mansa outro não gosta de ela ser brava.

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Relações entre as personagens

1. Qual é a relação que se estabelece na peça entre Roma e o Diabo?


O Diabo é vendedor e Roma é compradora. Roma recusa o que o Diabo oferece por lhe ter comprado no
passado e ter sofrido consequências nefastas.

2. Qual é a relação que os dois homens que vêm à feira com as mulheres estabelecem entre si?
Os dois homens mantêm entre si uma relação de cumplicidade, queixando-se ambos das respetivas
mulheres.

A representação do quotidiano

1. O que simboliza a conversa entre os dois homens que querem trocar as mulheres na feira?
Numa sociedade onde tudo se troca e se vende, a insatisfação é constante. Esta conversa simboliza ainda a
crise do casamento e dos valores morais, numa sociedade que valoriza tudo o que é material.

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A dimensão religiosa

1. O Auto da Feira apresenta uma dimensão religiosa?


Com este auto, Gil Vicente intervém no debate religioso do século XVI. A crise de valores que afetou
toda a cristandade e a própria Igreja é reinterpretada pelo dramaturgo nesta peça.

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A representação alegórica

1. A alegoria está presente no Auto da Feira?


Este auto faz uma crítica religiosa e social, por meio de alegorias. Em quadros sucessivos, desfilam
visitantes da feira e feirantes que espelham a decadência moral da sociedade quinhentista. Neste auto, o
mundo é representado alegoricamente sob a forma de feira e estão presentes várias personagens
alegóricas como o Diabo e Roma.

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Gil Vicente: linguagem, estilo e estrutura - Características do texto dramático


1. Quais são as marcas específicas do texto dramático?
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O texto dramático é constituído por um texto principal e um texto secundário. Integram o texto principal
os diálogos, os monólogos e os apartes das diferentes personagens. O texto secundário é formado pelas
didascálias ou indicações cénicas. Estes dois textos surgem perfeitamente interligados na representação
em palco.

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O auto ou a farsa: natureza e estrutura da obra

1. Quais são as diferenças entre um auto e uma farsa?


Estas duas designações estão muito ligadas ao teatro medieval e revestem-se de alguma ambiguidade,
pois a palavra auto confundiu-se com peça de teatro em geral. Originariamente associado à encenação de
quadros bíblicos, o auto, em Gil Vicente, é um local de debate religioso, com recurso à alegoria, à sátira e
à crítica de costumes. Por outro lado, a farsa, para Gil Vicente, era um género aberto a uma grande
diversidade de temas de índole profana, privilegiando o cómico e a sátira.

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Recursos expressivos: a alegoria, a comparação, a interrogação retórica, a ironia, a metáfora e a


metonímia

1. Por que razão o Diabo do Auto da Feira é uma personagem alegórica?


O Diabo é uma personagem alegórica porque representa o Mal (o Diabo consubstancia a representação de
uma abstração).

2. Por que razão Inês da Farsa de Inês Pereira compara a sua vida a uma prisão?
Inês compara a sua vida a uma prisão porque gostaria mais de sair do que de estar em casa a trabalhar.

3. No monólogo inicial, Inês coloca uma série de perguntas. Qual é o recurso expressivo presente?
Inês, no monólogo inicial coloca uma série de interrogações retóricas.

4. Qual é o recurso expressivo que Inês utiliza constantemente quando fala com Pero Marques?
Inês quando se dirige a Pero é muitas vezes irónica.

5. Por que razão o bordado de Inês pode ser considerado uma metáfora do cativeiro da jovem?
O entrelaçado dos fios do bordado pode ser associado às grades de uma prisão. Por esta razão o bordado é
metáfora da vida de cativa de Inês.

6. Quando o Escudeiro se refere a Perpinhão (uma praça muito disputada no século XV) para referir algo
valioso, que recurso expressivo utiliza?
Utiliza-se uma metonímia, uma vez que se recorre a uma palavra para referir outra que estabelece com a
primeira uma relação de contiguidade.

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Luís de Camões, Rimas (redondilhas e sonetos)


Contextualização histórico-literária

1. Em que século viveu Luís de Camões?


Luís de Camões viveu no século XVI.
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2. Em que consistiu o Renascimento?
O Renascimento é um movimento cultural muito vasto que se iniciou em Itália, no século XIV, e se
espalhou por toda a Europa, nos séculos XV e XVI.

3. O que é o Classicismo?
O Classicismo caracteriza-se pelo desejo de fazer renascer a Antiguidade greco-romana, retomando os
seus valores e adotando os seus modelos.

4. Quem são os Humanistas?


Os Humanistas são os estudiosos que se dedicaram a interpretar e divulgar os textos gregos e latinos.

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A representação da amada

1. A temática da representação da amada, na lírica camoniana, surge nas redondilhas ou nos sonetos?
Na lírica camoniana, a temática da representação da mulher amada surge tanto nas redondilhas como nos
sonetos. Estudamos várias redondilhas e sonetos que apresentam retratos físicos e psicológicos da mulher
amada.

2. A mulher, na lírica camoniana, é sempre idealizada?


Na lírica camoniana, a mulher não é sempre uma figura angelical, inacessível e intocável. Em algumas
composições poéticas, encontramos uma figura individualizada, uma mulher do mundo dos sentidos.

3. Que características apresenta a mulher, segundo o modelo renascentista?


No modelo renascentista, a mulher apresenta fisicamente cabelo louro, olhos azuis, pele branca.
Psicologicamente, a mulher é portadora de inúmeras qualidades que se refletem na sua beleza exterior.

4. Camões inova no retrato da mulher amada ou limita-se a seguir modelos já existentes?


A lírica camoniana recria modelos já existentes como é visível nas Trovas a Bárbara escrava.

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A representação da Natureza

1. Que características apresenta geralmente a Natureza na lírica camoniana?


Na lírica camoniana, a Natureza é geralmente diurna, natural e agradável.

2. Que relações estabelece o sujeito poético com a Natureza descrita?


O sujeito poético apresenta geralmente uma Natureza interiorizada, apreendida e sentida pelo eu.

3. Que funções são atribuídas à Natureza, na lírica camoniana?


Na lírica camoniana, são atribuídas várias funções à Natureza. Esta é, por vezes, objeto de contemplação,
cenário ou pretexto para a reflexão do eu poético.

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A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor

1. Camões canta apenas o Amor não correspondido?


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Na lírica camoniana, o Amor é cantado nas suas múltiplas formas. O poeta evidencia um profundo
conhecimento da alma humana, oferecendo-nos nos seus poemas a sua experiência de vida.
2. De que modo é diversificada a reflexão amorosa na lírica camoniana?
Na lírica camoniana, é apresentada a experiência amorosa e uma reflexão sobre o Amor diversificada.
Encontramos o Amor platónico contemplativo, o Amor-paixão, o conflito interior decorrente do conflito
amoroso, a oposição razão/desejo, o sujeito dominado pelo Amor.

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A reflexão sobre a vida pessoal

1. Na lírica camoniana encontramos uma reflexão sobre a vida pessoal do poeta?


A lírica camoniana constitui uma reflexão sobre a vida pessoal do poeta. Assim, encontramos poemas
onde se refere a experiência infeliz do amor, a revolta, a vingança, o remorso, a recordação do bem
passado, a tentação da morte, a instabilidade ou o desnorte.

2. A poesia lírica de Camões é sempre de caráter autobiográfico?


A poesia lírica de Camões apresenta poemas de caráter autobiográfico, no entanto, os seus temas são
variados, percorrendo a análise da vida interior, a caracterização da realidade ou a afirmação do homem
universal.

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O tema do desconcerto

1. Que formas assume o tema do desconcerto na lírica camoniana?


Na lírica camoniana, o tema do desconcerto assume variadas formas. Assim, deparamos com poemas
sobre as injustiças sociais, sobre o absurdo da morte, sobre a destruição do amor, sobre a passagem do
tempo ou sobre a ação do destino.
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O tema da mudança

2. Que facetas assume o tema da mudança na lírica camoniana?


Na lírica camoniana, o tema da mudança assume duas formas. O poeta reflete sobre o tema da mudança
na Natureza e no ser humano. Enquanto na Natureza a mudança é sempre cíclica e a renovação é
constante, para o ser humano a mudança é linear e a passagem do tempo anula a esperança.
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Linguagem, estilo e estrutura:

Lírica tradicional

1. Que modelos formais são utilizados na vertente tradicional da poesia camoniana?


Na vertente tradicional da poesia camoniana são utilizados modelos do século XV: vilancetes, cantigas,
trovas e esparsas.
2. O que distingue um vilancete de uma cantiga?
Um vilancete é uma composição poética com mote, tal como a cantiga (quatro ou cinco versos), da qual
se distingue pela menor extensão do mote (dois ou três versos). Em ambos os casos, a volta ou glosa
retoma e desenvolve a ideia contida no mote, reproduzindo, no seu final, com ou sem variantes, o último

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ou os dois últimos versos que o constituem. O metro utilizado é também, em qualquer dos casos, o verso
de redondilha.

3. Por que razão as composições da lírica tradicional de Camões se designam redondilhas?


As composições da lírica tradicional de Camões designam-se redondilhas, pois utilizam o metro de
redondilha menor (cinco sílabas) ou maior (sete sílabas).

4. O que é uma trova?


A trova é uma composição poética sem mote, constituída por um número variável de estrofes, com o
mesmo número de versos, geralmente oitavas.

5. O que é uma esparsa?


A esparsa é uma composição poética constituída por uma única estrofe, de oito a dezasseis versos.
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A inspiração clássica

1. Que poetas inspiraram a poesia camoniana na sua vertente clássica?


Camões recebeu várias influências clássicas, nomeadamente de Dante e de Petrarca.
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Discurso pessoal e marcas de subjetividade

1. Que marcas de subjetividade encontramos na lírica camoniana?


Na lírica camoniana, encontramos vários elementos que assinalam o discurso pessoal. Constituem marcas
de subjetividade a presença da primeira pessoa, o discurso valorativo, as reflexões de caráter pessoal, o
discurso autobiográfico.
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Soneto: características

1. O que é um soneto?
O soneto é uma composição poética de origem italiana, constituída por catorze versos, distribuídos por
duas quadras e dois tercetos, rematados pela chave de ouro, geralmente composto em decassílabos.
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Métrica (redondilha e decassílabo), rima e esquema rimático

1. Em que consiste a métrica?


O metro é a medida do verso. Num verso podemos realizar a contagem das sílabas métricas. Esta
contagem faz-se sempre até à última sílaba tónica da última palavra do verso.

2. Em que consiste a rima?


A rima é uma conformidade de sons geralmente no final do verso. A distribuição das rimas na estrofe
constitui o esquema rimático.

3. Qual é o metro utilizado nas redondilhas?


As composições designadas como redondilhas utilizam versos de redondilha menor (cinco sílabas) ou
maior (sete sílabas).

4. Qual é o metro utilizado no soneto?


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O verso do soneto é geralmente composto em decassílabos (versos com dez sílabas métricas).
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Recursos expressivos: a aliteração, a anáfora, a antítese, a apóstrofe e a metáfora

1. Qual é o recurso expressivo que consiste na repetição de um som consonântico?


O recurso expressivo que se consiste pela repetição de um som consonântico é a aliteração.

2. Qual é recurso expressivo presente quando dois versos são iniciados pela mesma expressão?
O recurso expressivo presente quando dois versos são iniciados pela mesma expressão designa-se
anáfora.

3. Qual é o recurso expressivo utilizado quando está presente uma oposição semântica?
O recurso expressivo utilizado quando está presente uma oposição semântica designa-se antítese.

4. Quando o sujeito interpela um destinatário real ou fictício, a que recurso expressivo recorre?
O sujeito recorre a uma apóstrofe quando interpela um destinatário real ou fictício.

5. Qual é o recurso expressivo que consiste na fusão de duas realidades diferentes que são assemelhadas,
atribuindo-se à primeira uma qualidade pertencente à segunda?
O recurso expressivo que consiste na fusão de duas realidades diferentes que são assemelhadas,
atribuindo-se à primeira uma qualidade pertencente à segunda designa-se metáfora.
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Luís da Camões, Os Lusíadas: visão global, a constituição da matéria épica, reflexões do Poeta

1. Em que século foram publicados Os Lusíadas?


Os Lusíadas foram publicados pela primeira vez em 1572, no século XVI.

2. Os Lusíadas incluem-se num pequeno número de grandes poemas narrativos da literatura universal.
Que epopeias da Antiguidade clássica conheces?
Na Antiguidade, Homero, poeta grego, escreveu a Ilíada e a Odisseia e, em Roma, Virgílio escreveu a
Eneida.

3. Que características apresenta a epopeia?


A epopeia é um poema narrativo, originariamente destinado a ser declamado ou cantado, em que se
celebravam deuses e heróis ou, por outras palavras, grandes feitos de natureza histórica, lendária e mítica,
considerados representativos de uma cultura.

4. Quais são os elementos estruturantes das epopeias clássicas?


As epopeias clássicas apresentam vários elementos estruturantes. Segundo o modelo clássico, o poema
épico deverá ser longo, contar com a intervenção da mitologia pagã e apresentar um herói excecional que
realiza ações grandiosas.

5. Os Lusíadas apresentam exatamente as mesmas características das epopeias clássicas?


Os Lusíadas são uma epopeia e apresentam os três grandes pilares deste género: a constituição da matéria
épica, a mitificação do herói e a solenidade do canto. O poema de Camões, no entanto, é, a seu modo,
épico e antiépico, na sua exaltação da memória coletiva.
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Imaginário épico - Matéria épica: feitos históricos e viagem

1. Quais são os feitos narrados em Os Lusíadas que constituem a matéria épica do poema?
A narração da História de Portugal e a narração da viagem de vasco da Gama à Índia constituem a matéria
épica de Os Lusíadas.
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Sublimidade do canto

1. Que elementos em Os Lusíadas contribuem para a sublimidade do canto?


A sublimidade do canto em Os Lusíadas é conseguida através do relato de ações/comportamentos de
exceção realizados pelos heróis portugueses.
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Mitificação do herói

1. De que modo Os Lusíadas contribuem para a mitificação do povo português?


Os Lusíadas apresentam o povo português como um herói que transcende a sua condição humana, na sua
complexidade psicológica, social e ética, ao representar facetas e virtudes que, por desejadas que sejam,
não estão ao alcance do homem comum.
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Reflexões do poeta

1. As reflexões do poeta constituem um dos planos de Os Lusíadas?


As reflexões constituem um dos quatro planos de Os Lusíadas, ao lado do plano da narração da História
de Portugal, da narração da viagem de Vasco da Gama à Índia e do plano da mitologia.

2. Em que momento do poema encontramos geralmente as reflexões do poeta?


As reflexões do poeta estão geralmente no final dos Cantos.

3. Que sentimentos traduzem as reflexões do poeta?


As reflexões do poeta traduzem desalento, tristeza e constituem, por vezes, momentos de denúncia e
polémica.

4. As reflexões do poeta circunscrevem-se única e exclusivamente ao século XVI?


As reflexões do poeta abordam problemáticas intemporais. São, por isso, ainda hoje atuais, não se
circunscrevendo ao momento da escrita.

5. Quais são as reflexões do poeta que estudamos?


Estudamos a reflexão sobre a fragilidade da vida humana (Canto I), a reflexão sobre o verdadeiro valor da
arte (Canto V), a reflexão sobre a importância da valorização do bem público (Canto VII), a reflexão
sobre o poder corruptor do dinheiro (Canto VIII), a reflexão sobre a recompensa dos verdadeiros heróis
(Canto IX) e a exortação à excelência (Canto X).
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Linguagem, estilo e estrutura - A epopeia: natureza e estrutura da obra

1. Em que género textual se inserem Os Lusíadas?


Os Lusíadas são uma epopeia, um dos géneros nobres da Antiguidade (a epopeia e a tragédia) de origem
grega.

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2. Quantos Cantos têm Os Lusíadas?
Os Lusíadas estão organizados em dez Cantos com um número variável de estâncias, num total de 1102
estâncias.

3. Qual é a estrutura interna de Os Lusíadas?


Os Lusíadas apresentam uma proposição, invocação, dedicatória e narração.
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O conteúdo de cada Canto

1. Qual é o conteúdo do Canto I?


O sujeito da escrita apresenta a proposição, invocação e dedicatória: momentos onde o imaginário épico,
a sublimidade do canto e a mitificação do herói ficam claramente definidos. Inicia-se a Narração in
medias res, com a armada de Vasco da Gama ao largo de Moçambique. Reúne o consílio dos deuses. Os
portugueses têm os primeiros contactos com os mouros na costa leste africana, na sequência de ciladas
armadas por Baco, e contam com a proteção de Vénus. Reflexão sobre a fragilidade do homem.

2. Qual é o conteúdo do Canto II?


Narram-se as ciladas do rei de Mombaça a Vasco da Gama e a recompensa pelos perigos passados com
receção em Melinde. Descrição dos costumes e das relações entre os dois povos.

3. Qual é o conteúdo do Canto III?


Início do discurso de Vasco da Gama ao rei de Melinde, em que o navegador narra a História de Portugal:
descrição inicial da europa e narração de alguns episódios da primeira dinastia. Reflexão sobre o amor.

4. Qual é o conteúdo do Canto IV?


Continuação da narração da História de Portugal por Vasco da Gama: acontecimentos relativos ao
interregno, que se segue à morte de D. Fernando; discurso de Nuno Álvares Pereira na Batalha de
Aljubarrota; acontecimentos da segunda dinastia: sonho profético de D. Manuel, relativamente à
nomeação de Vasco da Gama como chefe da expedição à Índia; partida de Belém; e episódio do Velho do
Restelo.

5. Qual é o conteúdo do Canto V?


Vasco da Gama narra o início da viagem à Índia: depois da passagem do Equador, episódio do “fogo-de-
santelmo” e da “tromba marítima”; aventura de Fernão Veloso na Baía de Sta. Helena; episódio do
Adamastor: profecias desastrosas; epidemia do escorbuto; elogio à valentia dos portugueses. Reflexão
sobre o desprezo das letras e crítica à ignorância e desvalorização da poesia por parte dos contemporâneos
do poeta.

6. Qual é o conteúdo do Canto VI?


O sujeito da escrita assume novamente a narração. Narração da viagem até à Índia: partida de Melinde;
descrição do palácio de Neptuno e nova intervenção de Baco para prejudicar os portugueses: soltam-se os
ventos e desencadeia-se uma tempestade; intervenção de Vénus a acalmar os ventos; chegada a Calecute;
Vasco da Gama agradece a ajuda divina. Reflexão sobre o valor da verdadeira glória.

7. Qual é o conteúdo do Canto VII?


O sujeito da escrita tece palavras de elogio aos lusitanos e críticas em relação aos outros europeus por não
terem a mesma preocupação com a propagação do cristianismo; descrição do Malabar; narração do
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desembarque de Vasco da Gama; visita ao Samorim; invocação das Ninfas do Tejo e do Mondego, em
forma de lamento. Reflexão e crítica àqueles que antepõem o interesse particular ao bem público.

8. Qual é o conteúdo do Canto VIII?


Paulo da Gama narra ao Catual alguns episódios da História de Portugal a partir da observação de
estandartes. O sujeito da escrita narra as suspeitas de Vasco da Gama quanto às ciladas muçulmanas;
revolta dos muçulmanos contra Gama por causa do cristianismo que os portugueses anunciam. Reflexão
sobre o poder corruptor do dinheiro.

9. Qual é o conteúdo do Canto IX?


Narração do regresso a Lisboa; paragem na Ilha dos Amores: descrição do local e desembarque, figuração
da união entre portugueses e Ninfas; significação da Ilha: o imaginário épico, a sublimidade do canto e a
mitificação do herói. Reflexão sobre o simbolismo da ilha.

10. Qual é o conteúdo do Canto X?


Narração do banquete oferecido aos portugueses; premonição das futuras ações dos lusitanos e
apresentação da “máquina do mundo” a Vasco da Gama por Tétis; chegada a Lisboa e considerações
finais, valorizando o imaginário épico, a sublimidade do canto e a mitificação do herói. Reflexão sobre a
importância da valorização dos verdadeiros heróis.
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Os quatro planos: viagem, mitologia, História de Portugal e reflexões do poeta. Sua


interdependência

1. Quais são os planos de Os Lusíadas?


Os Lusíadas apresentam quatro planos distintos: o plano da viagem de Vasco da Gama à Índia, o plano da
História de Portugal, o plano da mitologia e o plano das reflexões do poeta.

2. Os quatro planos da obra estão interligados?


Os quatro planos da obra estão interligados através da narração da viagem de Vasco da Gama Índia.
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Estrofe e métrica

1. Como se designam as estrofes de Os Lusíadas tendo em conta o número de versos?


As estâncias de Os Lusíadas designam-se oitavas por terem oito versos.

2. Como se classificam os versos de Os Lusíadas, quanto ao número de sílabas métricas?


Os versos de Os Lusíadas são decassílabos.
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Recursos expressivos: a anáfora, a anástrofe, a apóstrofe, a comparação, a enumeração, a


hipérbole, a interrogação retórica, a metáfora, a metonímia e a personificação

1. Em que consiste uma anáfora?


A anáfora é um recurso expressivo que se caracteriza pela repetição da mesma palavra ou expressão no
início dos versos que se sucedem, intensificando uma ideia ou sentimento.

2. Em que consiste uma anástrofe?


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A anástrofe é um recurso expressivo que consiste na anteposição do determinante em relação ao
determinado.
3. Em que consiste uma apóstrofe?
A apóstrofe é um recurso expressivo que traduz uma interpelação exclamativa de um destinatário real ou
fictício.

4. Em que consiste uma comparação?


A comparação é um recurso expressivo que estabelece uma relação de analogia entre dois termos que
surgem no texto ligados gramaticalmente por um elemento comparativo.

5. Em que consiste uma enumeração?


A enumeração é um recurso expressivo que consiste na designação sucessiva de elementos que mantêm
uma correlação lógica ou semântica.

6. Em que consiste uma hipérbole?


A hipérbole é um recurso expressivo que se caracteriza pela utilização de uma expressão que exagera o
pensamento para dar mais ênfase ao discurso.

7. Em que consiste uma interrogação retórica?


Uma interrogação retórica é um recurso expressivo que confere ênfase à questão.
Vale, frequentemente, por uma afirmação de polaridade contrária.

8. Em que consiste uma metáfora?


A metáfora é um recurso expressivo que consiste na fusão de duas realidades diferentes, atribuindo-se à
primeira uma qualidade pertencente à segunda.

9. Em que consiste uma metonímia?


A metonímia é um recurso expressivo que se caracteriza pela atribuição a uma coisa do nome de outra.

10. Em que consiste uma personificação?


A personificação é um recurso expressivo que se caracteriza pela atribuição de propriedades humanas a
uma coisa, a um ser vivo ou a uma entidade abstrata.

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História Trágico-Marítima: Aventuras e desventuras dos Descobrimentos

1. Em que século tiveram lugar os naufrágios registados na História Trágico-Marítima?


Os naufrágios registados na obra tiveram lugar entre 1550 e 1650, séculos XVI e XVII.

2. De que forma foi compilada a obra que constitui a História Trágico-Marítima?


A obra foi compilada a partir de relatos que circulavam de forma regular, em folhetos de “cordel”, com
muita popularidade.

3. Os relatos de naufrágios constituem um género textual?


As “relações de naufrágios" constituem um género literário caracteristicamente português.

4. O texto que estudamos foi o organizado em 1735 e 1736 por Bernardo Gomes de Brito?

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O texto que estudamos é uma adaptação de um autor do século XX, António Sérgio, a partir do texto
organizado, no século XVIII, por Bernardo Gomes de Brito.

5. Que características específicas apresentam os relatos de naufrágios?


Os relatos de naufrágios apresentam descrições de regiões exóticas; episódios patéticos, impressionantes e
dolorosos; páginas impressionantes, eco de horas aflitivas dos náufragos; numa linguagem direta,
colorida, enriquecida de metáforas e vocábulos próprios da marinharia.

6. Em que medida se pode considerar que os relatos de naufrágios apresentam o reverso dos
Descobrimentos?
Os relatos compilados na obra História Trágico-Marítima apresentam textos que se afastam da euforia
renascentista da conquista militar; textos que desenvolvem uma crítica da expansão em função dos
perigos e das perdas; textos com uma estrutura marcada por partida, tempestade, naufrágio e salvamento
de alguns; textos onde os protagonistas não são deuses, mas seres comuns que invocam a divindade,
agradem o bem e o mal, sem sentimentos de revolta.

7. Que naufrágio estudamos?


Estudamos o naufrágio de Jorge de Albuquerque Coelho, que constitui o capítulo V da História Trágico-
Marítima, na adaptação de António Sérgio.

8. Em que medida o texto “Naufrágio que passou Jorge de Albuquerque Coelho” é um relato épico-
trágico?
O relato do naufrágio de Jorge de Albuquerque Coelho constitui um relato épico-trágico pelas
características específicas que apresenta. Os acontecimentos são relatados de uma forma sucessiva e
rápida, o tempo psicológico é prolongado, a vivência de situações limite é narrada numa sucessão de
episódios adversos, transformando o protagonista individual num herói que se agiganta à medida que o
tempo passa e sucessivamente ultrapassa situações hostis.

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