Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Guia de Podas ENEL VF MP - Cleaned Compressed
Guia de Podas ENEL VF MP - Cleaned Compressed
1
ENEL Distribuição Goiás
Projeto 2020
Responsável Grupo: Túlio Teles Vieira
Responsável Iniciativa: Walleska Alves de Aquino Ferreira
Colaboradores – revisão técnica: Eugênia Maria de Faria I Guilherme Cauper
de Carvalho Pereira I José Erivaldo Sousa Filho I Luzia Moreira Barbosa I
Marcos Paulo dos Santos Pereira
Colaboradores – revisão designer: Maria Fernanda Carvalho I Tatianna Togashi
Com a colaboração especial do Responsável da Unidade Operativa Centro Goiás:
Emiliano Campani
2
SUMÁRIO
1 Apresentação I 5
2 Introdução I 7
2.1 A Enel no Mundo I 8
2.2 A árvore e sua importância para o ambiente urbano I 9
2.3 A energia elétrica e sua importância para a sociedade I 11
2.4 Convivência entre as árvores e as redes de distribuição de energia elétrica I 12
7 Planejamento e Segurança I 44
7.1 Equipamentos de Proteção Individual I 48
7.2 Equipamentos de Proteção Coletiva I 50
7.3 Fiscalização e Controle de Qualidade I 51
8 Podas I 52
8.1 Principais tipos de podas I 53
8.2 Como as árvores reagem as podas I 64
8.3 Técnicas de poda I 68
8.4 Equipamentos I 72
8.5 Execução dos Serviços I 75
8.6 Exemplos de podas mal executadas I 80
8.7 Extirpação I 82
8.7.1 Técnicas de Execução de Remoção de Árvores I 82
3
9 Limpeza de Vegetação na Faixa de Servidão das Linhas de Distribuição
de Alta, Média e Baixa Tensão em Área Rural I 84
9.1 Objetivo da Limpeza I 85
9.2 Definições I 85
9.2.1 Faixa de Domínio I 85
9.2.2 Faixa de Servidão I 85
9.2.3 Faixa de Segurança I 86
9.2.4 Limpeza da Vegetação na Faixa de Servidão I 86
9.2.5 Corte ou Poda de Árvores I 86
9.2.6 Execução dos Serviços I 86
9.2.7 Orientações Gerais I 88
11 Destinação de Resíduos I 92
11.1 Destinação de Resíduos I 93
11.2 Legislação e classificação dos resíduos de podas e remoções de árvores I 94
11.3 Sugestão de aplicação dos resíduos de podas I 94
12 Referências I 96
4
1
APRESENTAÇÃO
5
A relação entre a arborização urbana e a instalação e manutenção das redes elétricas
aéreas tem apresentado um processo histórico de conflitos, quase sempre decorrentes
do não planejamento da arborização e do próprio espaço urbano.
A vegetação arbórea introduzida nos ambientes urbanos requer atenção especial, uma
vez que existem diferentes características do ambiente que levam a escolha da espécie
ao local onde será implantada.
No que diz respeito ao convívio da rede elétrica aérea com a arborização urbana,
ambas fundamentais às condições de vida atual dos seres humanos, entende-se
que o manejo da vegetação é essencial para garantir uma convivência harmônica,
possibilitando qualidade de vida às populações.
Isto posto, este guia foi estruturado considerando os diversos aspectos técnicos de
relevância existentes nas normas e na literatura brasileira, com o objetivo de estabelecer
metodologias adequadas para a execução de poda de árvores, sob ou próximas às redes
de distribuição, visando reduzir as interrupções acidentais do sistema elétrico, preservar
a integridade física dos trabalhadores, minimizar os riscos provenientes de condutores
rompidos pela ação de galhos, além de indicar espécies adequadas de acordo com as
características de cada local, sem deixar de levar em consideração os aspectos de
segurança e ambientais inerentes a esta atividade.
6
2
INTRODUÇÃO
7
2.1 | A Enel no Mundo
Somos uma das principais empresas globais de energia e gás. Estamos presentes em
mais de 30 países, em 5 continentes e atendemos cerca de 65 milhões de clientes.
Somos mais de 62,9 mil pessoas trabalhando os valores: Responsabilidade, Inovação,
Confiança e Proatividade.
A Enel no Brasil
Em transmissão, opera a Enel Cien (RS) e também possui uma empresa de soluções
em energia, a Enel X. No mercado de geração, através da Enel Green Power Brasil,
somos líderes em energia solar no país em capacidade instalada e portfólio de projetos
e estamos entre os maiores players eólicos do mercado brasileiro. Temos também,
Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s) em diversos estados e uma Usina Hidrelétrica
(UHE) em Goiás.
8
2.2 | A árvore e sua importância para o ambiente urbano
Quanto aos aspectos ecológicos, do ponto de vista das relações planta, ambiente e
ser humano, são observados benefícios imensuráveis, resultando significativamente na
qualidade ambiental urbana.
SOM
Focado na importância das árvores no espaço
urbano, estas atuam no controle da poluição sonora,
uma vez que servem de obstáculos à propagação
das ondas sonoras.
SOL
Reduz a radiação solar e
consequentemente
ameniza a temperatura.
UMIDADE
Melhora a umidade e qualidade do ar, por liberar
moléculas de água por meio da transpiração e ao
mesmo tempo absorve gases poluentes (CO2, SO2 e NO2).
VENTOS
Age como elemento controlador dos ventos,
direcionando e criando correntes de ar provocando
a dispersão da poluição e retendo as partículas
sólidas em suspensão nas folhas.
9
INFILTRAÇÃO
Contribui para reduzir processos erosivos, sobre ambientes
permeáveis, diminuindo a velocidade de descida da água na
superfície do solo, permitindo uma melhor infiltração.
EFEITO VISUAL
Contribui para reduzir o efeito visual negativo
propiciado pelas grandes edificações e dos espaços
impermeabilizados, sobretudo estacionamentos,
passeios e vias pavimentadas.
ÁRVORES
As esculturas e formas geométricas das árvores também
propiciam efeitos arquitetônicos de maior beleza cênica.
ASPECTOS PAISAGÍSTICOS
No tocante aos aspectos paisagísticos e arquitetônicos,
exerce função complementar ao espaço edificado,
conferindo maior beleza e harmonia.
FAUNA
Servem de abrigo e fonte de alimentação para espécies da fauna
que habitam e/ou que frequentam esporadicamente o espaço
urbano, sobretudo espécies de aves, pequenos mamíferos
terrestres, como por exemplo, primatas (micoestrela, macaco-
prego, guariba) e também voadores (morcegos).
PSICOLÓGICO
Por fim, estes aspectos, atuam no plano psicológico,
uma vez que ameniza o sentimento de opressão do
homem em relação às grandes edificações.
10
2.3 | A energia elétrica e sua importância para a sociedade
Atualmente a relação do homem com a energia elétrica é cada vez mais sólida e
crescente, sendo utilizada nos ambientes familiares, nas escolas, no trabalho ou lazer.
São incontáveis as aplicações que se dá atualmente a energia elétrica no cotidiano da
população, não diferentemente do que ocorre com a sociedade goiana.
O que se tem buscado para que a energia elétrica seja sustentavelmente importante
para a sociedade é a substituição gradativa das fontes de energia não-renováveis
(petróleo, carvão mineral, entre outras) por fontes de energia renováveis (hídricas,
energia eólica, solar, entre outras), o que garantiria uma diminuição dos impactos
ambientais, possibilitando sua contínua utilização pela população.
11
2.4 | Convivência entre as árvores e as redes
de distribuição de energia elétrica
12
Frente ao problema de conflito existente, sobretudo no período chuvoso, iniciativas
emergenciais são necessárias, sendo que a poda se desponta como uma alternativa
para minimizar os problemas que afetam severamente a concessionária, o poder público
e principalmente o usuário do sistema de energia.
Para tanto, técnicas menos agressivas de podas, efetuadas por mão de obra
especializada, tendo o uso de equipamentos e ferramentas adequadas, são
elementos primordiais que contribuem para diminuir os efeitos danosos desse
tipo de ação sobre as árvores em situação de conflito.
13
3
ASPECTOS LEGAIS
RELACIONADOS À
ARBORIZAÇÃO
URBANA
14
3.1 | Leis federais, estaduais e atribuições de responsabilidades
Com o crescente aumento das cidades, os espaços verdes deixaram de ter função
apenas de lazer, passando a ser uma necessidade urbanística, de higiene, de recreação
e de preservação do meio ambiente urbano. Alguns aspectos legais voltados a
arborização urbana, podem ser mencionados indiretamente, os quais se mostram como
um instrumento coletivo de bem-estar, tais como:
Constituição Federal de 1988 - em seu art. 225, menciona que todos têm direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, o qual propicia funções e características que
reforçam seu caráter de bem difuso, ou seja de todos, afinal o meio ambiente sadio é
um direito de todo cidadão.
Lei 9.605/98 - Dispõe sobre crimes ambientais, no qual em seu art. 29, Parágrafo 1º,
inciso II; regulamentada pelo Decreto 6.514/2008 menciona, matar, perseguir, caçar,
apanhar, utilizar espécimes de fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a
devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo
com a obtida” resulta em pena de “Detenção de seis meses a um ano e multa (R$
500,00 por unidade acrescido de R$ 5.000,00 por unidade de espécime constante
na lista oficial de fauna brasileira ameaçada de extinção). Ainda, o Art. 49 dispõe:
15
“Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de
ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia. Pena –
detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Parágrafo único: No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa.”
Decreto 24.643/34 - Dispõe sobre o Código das Águas, no qual é regulamentado pelo
Decreto nº 35.851 de 16 de julho de 1954, atendendo ao disposto no art. 151, alínea
c, decreta em seu art. 1º que as concessões para o aproveitamento industrial das
quedas d’água, ou, de modo geral, para produção, transmissão e distribuição de energia
elétrica, conferem aos seus titulares o direito de constituir as servidões administrativas
permanentes ou temporárias, exigidas para o estabelecimento das respectivas linhas de
transmissão e de distribuição.
16
Por fim, em função das
legislações acima mencionadas,
é necessária a autorização
do órgão ambiental competente
para a realização do manejo da
vegetação.
17
3.2 | A responsabilidade e atuação dos municípios
18
Entretanto, o que pode ser observado em muitos municípios, principalmente aqueles
de pequeno porte é a atuação direta da população na escolha das espécies a serem
plantadas, segundo o interesse pessoal, sem consulta ao ente público, desconstruindo
por vezes qualquer possibilidade de planejamento.
De acordo com Amir e Misgav (1990), há três tipos de critérios que devem ser
considerados no planejamento da arborização urbana: (i) definir o tipo de árvore que
melhor se adequa ao local em termos paisagísticos; (ii) considerar as limitações físicas
e biológicas que o local impõe ao crescimento das árvores; (iii) avaliar quais espécies
seriam mais adequadas para melhorar o microclima e outras condições ambientais.
19
4
ESPÉCIES
OCORRENTES
NA ARBORIZAÇÃO
URBANA
20
4.1 | Descrição sobre a introdução da arborização
urbana em Goiás
21
4.2 | Descrição sobre as espécies ocorrentes
na arborização urbana
A arborização urbana pode ser definida como uma comunidade vegetal urbana, pois
segundo Odum e Barrett (2011) uma comunidade, no sentido ecológico, constitui um
sistema interativo e interdependente de populações que ocupam uma determinada área.
Desta forma, independente do componente que se está estudando, se áreas verdes ou
arborização de ruas, haverá interações entre organismos e interdependência entre eles,
variando apenas conforme as condições da estrutura urbana (espaços reduzidos,
ilhas de calor, impermeabilização, redução da umidade, entre outros).
22
Figura 1. Diferentes padrões de projetos utilizados na arborização urbana.
23
Tabela 1. Relação das quinze espécies mais abundantes no município de Goiânia.
24
• Anápolis, no inventário da arborização urbana realizado numa grande área da cidade (SILVA
& ANGELINI, 2012), foram identificados 632 indivíduos de 17 gêneros e 18 espécies,
apresentando com maior número de exemplares as espécies Monguba (Pachira aquatica),
Lingustro (Ligustrum lucidum) e Aroeira-salsa (Schinus molle) representando 36,3%,
31,6% e 13,1% da amostragem respectivamente. Dentro desse aspecto, a Monguba
foi a espécie mais abundante. A predominância de apenas uma espécie pode facilitar
a propagação das pragas. A Pachira aquatica mostrou-se prejudicial à estrutura viária da
cidade, sendo observados danos ao calçamento e conflitos com as redes aéreas (SILVA &
ANGELINI, 2012).
25
• Nerópolis, no estudo de arborização urbana realizado na cidade (TAKAHASSI ITII et al.,
2012) constatou-se na área estudada a presença de 166 árvores, com 21 espécies, sendo
que deste total apenas 2 espécies são nativas do bioma cerrado, 07 espécies são nativas
de outros ecossistemas brasileiros e 12 espécies são de origem de outros continentes
(América Central, Ásia e Oceania), ou seja, exóticas. A espécie que foi mais encontrada
foi o Oiti (Licania tomentosa) com 64 exemplares, seguida da Sibipiruna (Caesalpinia
peltophoroides) com 9 exemplares, Murta (Murraya paniculata) com 6, Bacuri (Scheelea
phalerata) com 5, e Monguba (Pachira aquatica) com 4 exemplares.
Esta situação pode ter sido influenciada por alguns fatores, em primeiro lugar pela
arborização urbana de Goiânia ter servido como exemplo para as outras cidades, sendo
implantada uma baixa diversidade de espécies, na sua maioria exóticas, e pela carência
de estudos em relação as espécies do Cerrado adequadas a arborização urbana.
Outras espécies além de sua beleza e fácil adaptação, são empregadas para redução da
poluição, devido as suas características morfológicas adaptadas para esta função, pois
as folhas das árvores podem absorver gases poluentes e prender partículas sobre sua
superfície, especialmente se estas forem pilosas, cerosas ou espinhosas. Nesta
composição tem-se as Quaresmeiras (Tibouchina granulosa e T. sellowiana), Araçá
(Psidium cattleyanum), Chuva-de-ouro (Cassia multijuga), Guabiroba-folha-miúda
(Campomanesia rhombea), Tarumã (Vitex montevidensis).
26
4.3 | Abordagem sobre a situação da convivência entre
a arborização e as redes de distribuição de energia elétrica
nos municípios goianos
Entretanto, para que a energia chegue até as pessoas ela faz um grande percurso, indo
desde as fontes geradoras, passando por linhas de transmissão e redes de distribuição
de energia elétrica. Nos centros urbanos, pode-se destacar a presença das redes de
distribuição.
As redes de distribuição são posicionadas nos passeios públicos, sendo mais um elemento
ou equipamento urbano. Da mesma forma, estão os elementos paisagísticos, no qual
a arborização faz parte, elemento importante que proporciona a qualidade de vida da
população, no entanto seu convívio com as redes de distribuição é algo desafiador.
Com isto, o grande desafio atual vivido por muitas prefeituras e pelas concessionárias de
energia é a convivência harmônica entre as redes de distribuição de energia e a arborização
urbana. Este problema se agrava quando as implantações da arborização urbana e as redes
de distribuição de energia são planejadas e executadas de forma independente.
Observa-se que na maioria das vezes a situação está consolidada e o conflito entre as redes
de distribuição e a arborização, já existentes. Para minimizar este conflito são executadas
podas nas árvores, o que interfere no aspecto visual das mesmas e afeta diretamente na
redução dos ciclos de vida dos exemplares da arborização urbana, além de ser uma atividade
onerosa.
27
4.4 | Espécies inadequadas para a arborização urbana
28
Figura 2. Espécies consideradas inadequadas para uso em projetos de arborização
próximo as redes elétricas urbanas.
1
Ortotrópico: órgão vegetal que se desenvolve em linha reta, especialmente vertical.
2
Desrama: Efeito de desramar, de cortar os ramos, poda.
3
Sapopemas: Cada uma das raízes que se desenvolvem com o tronco de muitas árvores,
formando em volta dele divisões achatadas.
4
Xilófagos: inseto que se alimenta de madeira.
29
Tabela 2. Algumas espécies consideradas inadequadas para uso em
projetos de arborização próximo as redes elétricas urbanas..
Nome
Espécie Floração Frutificação Motivos
Científico
Grande
susceptibilidade
ao ataque do
Pachira aquatica
Monguba Set./Nov. Abr./Jun. coleóptero
Aubl.
(Bezouro)
Euchroma
gigantea
Caesalpinia Grande
pluviosa var. susceptibilidade
Sibipiruna Ago./Nov. Jul./Set.
peltophoroides a ataque de
Benth. cupins
Sistema
Delonix regia
radicular [1]
Flamboyant (Bojer ex Hook.) Out./Dez. Mar./Jul.
superficial e
Raf.
agressivo
Sistema
Ficus-benjamina Ficus benjamina L. Set./Dez. Dez./Fev. radicular
agressivo
Mangifera indica Frutos grandes e
Mangueira Jul./Ago. Set./Dez.
L. carnosos
Spathodea
Frutos grandes e
Espatódea campanulata P. nd nd
carnosos
Beauv.
Nerium oleander Princípios
Espirradeira Jul./Ago. Set./Dez.
L. tóxicos [2]
Chapéu-de- Hibiscus rosa- Princípios
Dez. Fev.
napoleão sinensis L. tóxicos
Roystonea
Palmeira- Folhas grandes e
borinqueana O.F. Set./Fev. Nov./Ago.
imperial pesadas
Cook
Holocalyx Presença de
Palmeira-
glaziovii Taub. ex Out./Nov. Jan./Dez. espinhos no
imperial
Giaz. tronco e galhos
30
4.5 | Abordagem sobre a situação da convivência entre
a arborização e as redes de distribuição de energia elétrica
nos municípios goianos
Grande é o número de fatores que deve ser levado em consideração para a indicação
adequada de espécies em projetos de arborização urbana, uma vez que uma arborização
correta e harmoniosa, ao mesmo tempo que espelha a cultura e o grau de civilização de uma
cidade, constitui-se num dos mais sólidos elementos de sua valorização (SOARES, 1998).
31
Tabela 3. Espécies de pequeno porte: adequadas para plantios debaixo de redes de
energia elétrica de baixa e média tensão.
Nome
Espécie Família Floração Frutificação Altura
Científico
Acerola Malpighia glabra L. Malpighiaceae Ano todo Ano todo 5m
Tecoma stans
Cedrinho Bignoniaceae Jan./Mai. Jun./Ago. 4m
(L.) H. B. K.
Pingo-de-ouro Duranta repens L. Verbenaceae Set./Fev. Out./Mar. 5m
Callistemon
Escova-de-
citrinus (Curtis) Myrtaceae Jun./Ago. nd 4,5 m
garrafa
Skeels
Callistemon
Escova-de-
viminalis (Sol. Ex Myrtaceae Set./Dez. nd 4,5 m
garrafa
Gaerttn.) G. Don
Caesalpinia
Flamboyant-
pulcherrima (L.) Fabaceae Set./Fev. Mai./Jun. 4m
mirim
Sw.
Grevillea banksii
Grevilea-anã Proteaceae Ano todo Ano todo 6m
R. Br.
Hibiscus rosa-
Hibisco Malvaceae Jun./Ago. nd 5m
sinensis L.
Handroanthus
chrysotrichus
Ipê-tabaco Bignoniaceae Jul./Ago. Set./Out. 6m
(Mart. ex DC)
Standl.
Jasmim- Plumeria rubra
Apocynaceae Set./Dez. nd 6m
manga (L,) Woodson
Lagerstroemia
Resedá Lythraceae Out./Abr. nd 6m
indica L.
Handroanthus
Ipê-rosa-anão heptaphyllus var. Bignoniaceae Jun./Set. Jul./Nov. 3,5 m
paulensis
Eugenia
Cagaita Myrtaceae Jul./Set. Set./Out. 6m
dysenterica DC.
Amoreira Morus alba L. Moraceae Out./Nov. Dez./Jan. 6m
Tabebuia aurea
(Silva. Manso).
Caraíba Benth. &. Bignoniaceae Jul./Set. Set./Out. 4m
Hook.f. ex.
S.Moore
Vochysia rufa
Pau-doce Vochysiaceae Nov./Jan. Jun./Ago. 6m
Mart.
32
Figura 3. Espécies de pequeno porte.
Resedá
(Lagerstroemia indica)
33
Tabela 4. Espécies de médio porte: adequadas para plantios debaixo de
redes de energia elétrica de baixa tensão.
Nome
Espécie Família Floração Frutificação Altura
Científico
Schinus
Aroeira-
terebinthifolius Anarcadiaceae Set. Dez./Jan. 9m
pimenteira
Raddi
Aroeira-salsa Schinus molle L. Anarcadiaceae Ago./Nov. Dez./Mar. 8m
Senna
macranthera
Cássia-são-joão Fabaceae Dez./Mar. Mai./Ago. 10 m
(Collad.) Irwin et
Barn..
Chuva-de-ouro Senna fistula L. Fabaceae Out./Nov. Dez./Jan 10 m
Escumilha- Lagerstroemia
Lythraceae Out./Dez. Jan./Jul 10 m
africana speciosa Pers.
Jacaranda
Jacarandá-
cuspidifolia Bignoniaceae Set./Dez. Jun./Set. 10 m
mimoso
Mart.
Bauhinia
Pata-de-vaca-
variegata L. var. Fabaceae Jun./Set. Jul./Ago. 7m
branca
candida
Pata-de-vaca- Bauhinia
Fabaceae Jul./Out. Jul./Ago. 7m
lilás variegata L.
Pata-de-vaca- Bauhinia blakeana
Fabaceae Jul./Set Jul./Ago. 7m
rosa Dunn
Tibouchina Melastoma-
Quaresmeira Dez./Mar. Abr./Mai. 8m
granulosa Cogn. taceae
Pterodon
Sucupira-
pubescens Fabaceae Set./Out. Mai./Jun. 10 m
branca
Benth.
Licania kunthiana Chryso-
Rapadura Ago./Set. Abr./Mai. 10 m
Hook balanaceae
Cassia multijuga
Aleluia Fabaceae Out./Abr. Mai./Set. 10 m
Rich.
Guabiroba Campomanesia
Myrtaceae Ago./Dez. Jan. 7m
miúda rhombea O.Berg.
34
Figura 4. Espécies de médio porte.
Aroeira-pimenteira Aroeira-salsa
(Schinus terebinthifolius) (Schinus molle)
35
Tabela 5. Espécies de grande porte: adequadas para plantios em passeios públicos,
grandes canteiros centrais e praças sem rede de distribuição de energia elétrica.
Nome
Espécie Família Floração Frutificação Altura
Científico
Ligustrum
Alfeneiro Oleaceae Ago./Set. Out. 12 m
japonicum Thunb.
Amendoim- Pterogyne nitens
Fabaceae Nov./Fev. Mai./Ago. 13 m
bravo Tul.
Myroxylon
Bálsamo Fabaceae Jul./Ago. Out./Nov. 20 m
peruiferum L.F.
Handroanthus
Ipê-branco roseoalbus (Ridl.) Bignoniaceae Ago./Set. Set./Out. 16 m
Mattos
Syzygium
malaccense (L.)
Jambo-do-pará Myrtaceae Ago./Fev. Jan./Mai. 15 m
Merr. & L. M.
Perry
Lophantera
Lanterneiro Malpighiaceae Mar./Ago. Abr./Out. 15 m
lactescens Ducke
Magnólia- Michelia
Magnoliaceae Out./Nov. Dez./Mar. 30 m
amarela champaca L.
Maclura tinctoria
Moreira Moraceae Ago./Out. Dez./Jan. 12 m
D. Don ex Steud.
Physocalymma
Nó-de-porco Lythraceae Ago./Set. Nov./Fev. 17 m
scaberrimum Pohl
Licania tomentosa
Oiti Chrysobalanaceae Jul./Set. Jan./Mar. 15 m
(Benth.) Fritsch.
Sapindus
Saboneteiro Sapindaceae Mar./Abr. Jul./Dez. 14 m
saponaria L.
Copaifera
Copaíba Fabaceae Dez./Fev. Abr./Set. 25 m
langsdorffii Desf.
Handroanthus
impetiginosus
Ipê-roxo Bignoniaceae Jul./Ago. Set./Out. 20 m
Mart. ex. DC
(Mattos)
Delonix regia
Flamboyant (Bojer ex Hook.) Fabaceae Out./Dez. Mar./Jul. 12 m
Raf.
Mangifera indica
Mangueira Anacardiaceae Jul./Ago. Set./Dez. 15 m
L.
Jacarandá- Platypodium
Fabaceae Ago./Set. Jul./Ago. 20 m
canzil elegans Vog.
Hymenaea
Jatobá Fabaceae Nov./Dez. Jul./Ago. 25 m
courbaril L. Vog.
36
Figura 5. Espécies de grande porte.
Oiti Jambo-do-Pará
(Licania tomentosa) (Syzygium malaccense)
Flamboyant Mangueira
(Delonix regia) (Mangifera indica)
37
Apesar da arborização ser comum em locais como praças, parques e passeios
púbicos, é neste último onde ocorre os maiores transtornos. Alguns critérios devem
ser avaliados quando a arborização se dá nestes locais.
• Espaço livre mínimo para trânsito de pedestres em passeios de 1,20 m (NBR 9050/94);
• Apresentar tronco único, retilíneo, altura mínima de 2,5 metros e copa definida;
• Abertura das covas com 0,60 x 0,60 x 0,60 m e colocar a muda no centro da cova;
• Realizar a poda da raiz (se necessário), retirar a embalagem (sacos plásticos, baldes,
etc) e efetuar a rega logo após o plantio;
38
39
5
MANEJO DA
VEGETAÇÃO EM
ÁREAS URBANAS
40
As características de uma árvore, tais como porte, formato da
copa, disposição de galhos, altura do tronco, queda de folhas, tipo
de raiz, de flor, tamanho e tipo do fruto, de sementes, presença
de princípios ativos, aromáticos ou tóxicos, entre outras, são
elementos fundamentais na indicação para arborização e manejo
da vegetação. Estas características estruturais são comuns a
todos os indivíduos de uma mesma espécie.
41
6
POR QUE
PODAR?
42
Na arborização as podas são utilizadas visando compatibilizar a existência
das árvores no meio urbano em virtude dos diversos equipamentos públicos,
principalmente com as redes de distribuição de energia elétrica, com a iluminação
pública, com a sinalização de trânsito e até mesmo com as edificações.
A poda ideal é aquela feita em galhos com diâmetros menores, pois favorece o
processo de fechamento da lesão provocada pelo corte. Quando a poda é realizada
em galhos grossos o fechamento da lesão pode não se fechar por completo,
favorecendo a entrada de organismos decompositores de madeira ou causadores
de doenças.
7
Epicormicos: vulgarmente conhecidos
como ramos ladrões, são rebentos vigorosos
provenientes de um gomo dormente que
concorre com os ramos vizinhos.
43
7
PLANEJAMENTO
E SEGURANÇA
44
Antes do inicio da atividade as equipes de poda
deverao fazer a APR-Análise Preliminar de Riscos,
visando antecipar e tomar as medidas de controle
necessárias para evitar acidentes do trabalho.
45
A área deverá ser devidamente isolada e, caso exista
algum veículo particular na área de trabalho, deverá
ser providenciada a sua retirada, antes de iniciar a
execução dos serviços.
46
Nos casos de existência de abelhas nativas, as colmeias deverão ser removidas,
contudo os órgãos ambientais deverão ser previamente comunicados, para as
devidas providências ou autorizações.
47
7.1 | Equipamentos de Proteção Individual
48
LUVAS DE COURO
TRAVA-QUEDAS
49
7.2 | Equipamentos de Proteção Coletiva
• Cones de sinalização;
• Cavaletes e bandeirolas
com suporte para isolamento
da área;
• Escadas e cordas.
ZL
Para realizar as atividades de poda, são aplicáveis
obrigatoriamente as Normas Regulamentadoras
Rc ZC
ZL do Ministério do Trabalho e emprego, sendo
ZR as principais: NR-06, NR-10, NR-12 e NR-35.
Ainda conforme estabelece a NR10 que trata da
PE
Rr segurança em instalações e serviço em eletricidade
SI tem-se as seguintes zonas de riscos:
50
7.3 | Fiscalização e Controle de Qualidade
A ENEL também designará fiscais, responsáveis pelos contratos e fiscalização das podas
em campo, incluindo o monitoramento da qualidade dos trabalhos, os quais farão a
supervisão das atividades da empreiteira e, quando necessário, reportarão ao representante
da contratada.
Os responsáveis pelas regionais da ENEL serão responsáveis pela interlocução junto aos
órgãos públicos municipais representantes pelas atividades relacionadas com a arborização
urbana, para solicitação das devidas autorizações de poda e outros assuntos pertinentes aos
trabalhos.
52
8.1 | Principais tipos de podas
A sua limpeza, por meio da eliminação de ramos deverá obedecer uma técnica de corte
que considere o tamanho do galho e a posição adequada, de modo que não cause
lesões em outras partes da árvore e ocorra a cicatrização completa da casca.
Contudo, para realizar as podas de condução, existem diversas técnicas que poderão ser
utilizadas, conforme pode ser abaixo descrito.
53
Poda de correção
Esta técnica visa eliminar problemas estruturais, removendo parte da árvore em
desarmonia ou que comprometam a estabilidade do indivíduo, como ramos cruzados,
codominantes e aqueles com bifurcação em “V”, que mantém a casca inclusa e formam
pontos de ruptura.
Poda de limpeza
É realizada para eliminação de ramos secos, velhos e mortos, que perderam sua função
na copa da árvore e representam riscos devido a possibilidade de queda e por serem
foco de problemas fitossanitários. Também devem ser eliminados ramos ladrões e
brotos de raiz, ramos epicórmicos, doentes, praguejados ou infestados por ervas
parasitas. Servem também para retirada de tocos e remanescentes de podas mal
executadas, no qual estes galhos podem em algumas circunstâncias ter dimensões
consideráveis, tornando o trabalho mais difícil do que na poda de formação.
Poda de adequação
A poda de adequação é comumente empregada para solucionar ou amenizar conflitos
entre equipamentos urbanos e a arborização, como por exemplo, rede de fiação aérea,
sinalização de trânsito e iluminação pública. É utilizada para remover ramos que crescem
em direção a áreas edificadas, causando danos ao patrimônio público ou particular.
Caso não seja possível realizar essa poda, é importante verificar a possibilidade na
remoção e substituição por uma espécie que seja compatível ao local.
Poda de levantamento
Consiste na remoção dos ramos mais baixos da copa. Geralmente é utilizada para
remover parte da árvore que impeça a livre circulação de pessoas e veículos.
É importante restringir a remoção de ramos ao mínimo necessário, evitando a retirada
de galhos de diâmetro maior do que um terço do ramo no qual se origina, bem como
o levantamento excessivo que prejudica a estabilidade da árvore e pode provocar o
declínio de indivíduos adultos.
Poda de emergência
É realizada para remover parte da árvore como ramos que se quebram durante a
ocorrência de chuva, tempestades ou ventos fortes, que apresentam risco iminente de
queda podendo comprometer a integridade física das pessoas, do patrimônio público
ou particular. Embora tenha um caráter emergencial, sempre que possível devem ser
considerados os aspectos morfológicos da copa da árvore, visando um restabelecimento
da copa e minimizando riscos posteriores.
54
Poda de desobstrução
Visa reduzir o tamanho da árvore. É frequentemente utilizada para desobstrução da fiação
das redes de distribuição de energia elétrica. A redução da altura ou diâmetro da árvore é
melhor obtida pelo corte do galho líder ou de galhos terminais junto a outro galho lateral a
ele e de dimensão suficiente para assumir o papel de líder.
Este tipo de poda tem caráter emergencial e geralmente prejudica a estética da árvore,
por isso ao se realizar este tipo de poda deve-se ao final da operação procurar manter
a estrutura da copa das árvores, o equilíbrio da copa, pois a árvore encontra-se em
ambiente urbano e, uma poda mal executada pode ocasionar a sua queda, podendo
causar acidentes com sérios danos materiais e humanos. Abaixo tem-se a copa
de um exemplar de Flamboyant (Delonix regia) com a rede de distribuição
de energia elétrica (Figura 7).
Figura 8. Rede
elétrica convêncional
• Isolada ou multiplexada – rede isolada de média ou baixa tensão constituída por cabos
isolados e multiplexados em torno de um cabo mensageiro de sustentação (Figura 9).
56
• Protegida ou Compacta – a rede protegida ou compacta é constituída por um cabo
mensageiro de aço que sustenta espaçadores losangulares feitos em polietileno de alta
densidade, instalados a cada 8 a 10 metros, que sustentam os três condutores fases
cobertos com polietileno de baixa densidade. Esta rede permite o contato eventual
de galhos sem que ocorra a interrupção do fornecimento de energia, substituindo a
necessidade de podas de maior intensidade por serviços mais simples de retirada
de galhos que estejam em contato direto com a rede. Essas redes oferecem maior
confiabilidade e qualidade no fornecimento de energia, reduzindo a duração das
interrupções. São mais seguras para o público, convivem melhor com o ambiente, custam
menos e requerem menor número de intervenções, o que favorece o programa de
manutenção (Figura 10).
• Subterrânea – rede semelhante à isolada, porém distribuída sob o solo. Este tipo de rede
evita conflitos com as copas das árvores, mas está sujeita a conflito com raízes. Além
disso, seus custos são superiores às demais.
57
Ao executar este tipo de poda deve-se conhecer a distância mínima entre o condutor
elétrico e a extremidade da vegetação, o chamado “Limite de Segurança”(Figura 11).
Os galhos, depois de podados, deverão ficar a uma distância mínima em relação às
partes energizadas, não inferior a:
58
Quando for necessário podar árvores, cujas copas estejam em conflito com a rede
elétrica aérea, são recomendados pelo setor elétrico os seguintes critérios:
• baixa tensão (BT) isolada, protegida ou canaletada sem média tensão (MT) – neste caso,
cortar apenas os galhos que estejam forçando os condutores;
• baixa tensão (BT) nua (com ou sem média tensão) – neste caso manter a copa a uma
distância igual ou maior a 1,0m da baixa tensão;
• baixa tensão (BT) isolada, protegida ou canaletada com média tensão (MT) nua – neste
caso manter a copa a uma distância igual ou maior a 2,0m da média tensão.
Este tipo de poda é realizado para resolver uma emergência, a duração da interferência
é curta e, normalmente, o efeito estético é desagradável. Posteriormente, deve-se
tentar uma poda corretiva buscando manter o formato original. A copa deve manter uma
distância mínima de 1,0m da rede aérea, podendo ser feita em vários formatos: V, Furo,
L e U (Figura 12 a Figura 16).
59
Figura 13. Formato de poda em “Furo”. As podas em formato em “Furo”
deverão ser utilizadas em Redes de Baixa Tensão - BT (Rede Multiplexada).
O manejo em formato “FURO” em redes convencionais deverá ser evitado.
60
Figura 15. Formato de poda em “U”. As podas em formato em “U” deverão ser
utilizadas em Redes de Baixa Tensão - BT (Rede Convencional) e em casos específicos
onde a copa da árvore permitir, poderá ser executada em Redes de Média Tensão (Rede
Convencional).
61
IMPORTANTE:
Este tipo de poda em geral não segue as técnicas de podas relatadas para Podas
de Formação/Condução e de Manutenção/Limpeza, pois poderá remover quase que
totalmente a copa da árvore. Ao realizar esse tipo de poda deverá se ter bom senso;
• Ao final da poda, a copa da árvore deverá ficar equilibrada. Uma copa desequilibrada
poderá causar a queda natural do exemplar arbóreo. Deve-se lembrar de que a árvore está
em ambiente urbano e a sua queda poderá causar acidentes sérios, ocasionado prejuízos
materiais e até humanos;
62
A poda deverá ser executada de maneira a não comprometer a estabilidade da árvore,
devendo ser realizada em toda circunferência da copa e de forma a não provocar o
seu desequilíbrio, não retirando mais que 25% da copa. Ainda que, a NBR 16.246-1
recomenda que não se retire mais que 25% da folhagem de um galho, quando este é
cortado junto a outro galho lateral.
Em casos onde a poda não resolva o conflito entre a vegetação e a rede de distribuição,
a ENEL encaminhará ao órgão competente a solicitação de remoção do espécime,
emitindo laudo assinado por profissional habilitado da parceira ou da própria empresa,
informando os motivos da remoção.
63
8.2 | Como as árvores reagem as podas
A perda de galhos em uma árvore é um processo natural, que na maioria das vezes
é causado pelo sombreamento em condições naturais, reduzindo sua capacidade de
realizar fotossíntese e por consequência, a sua queda. A poda é a retirada de galhos ou
ramos vivos ou mortos de uma árvore. Para que esta ação tenha o sucesso esperado,
deve-se atentar para algumas características importantes dos galhos ou ramos e sua
relação com a árvore, tais como:
• a fossa basal: é o colar inverso, ou seja, uma depressão no tronco abaixo da base do
galho. Quando presente, indica uma falta de fluxo de seiva elaborada do galho para o
tronco, mostrando que o galho já não contribui mais nada para o crescimento da árvore,
estando prestes a secar (Figura 18).
crista de
casca
colar
fossa basal
64
Para realizar a poda de forma correta, faz-se necessário observar o que naturalmente
ocorre nas árvores antes e após a perda de um galho. Como todo ser vivo, a árvore
tem mecanismos e processos de defesa para reduzir os riscos de morte total após uma
lesão, em função da ação de organismos decompositores. São reações fisiológicas
que ocorrem nas células do tronco e da base do galho, criando barreiras para impedir
o avanço de organismos, como fungos e bactérias. Este processo é denominado de
compartimentalização, que segue um modelo constituído por quatro etapas:
65
Os processos de compartimentalização dependem da atividade metabólica, portanto
de células vivas. Quando ocorre uma lesão, as células inertes no interior do tronco não
podem mais se proteger, estando, portanto sujeitas à ação de fungos decompositores.
Para a poda, esta compartimentalização é fundamental, pois evita a dispersão da
degradação da madeira a partir da superfície do corte. Galhos com células vivas em toda
a sua seção transversal conseguem compartimentalizar a lesão, através da mudança do
metabolismo destas células. Quando os galhos atingem diâmetros maiores (idade
mais avançada), ocorrendo a morte das células no centro do galho, esta
compartimentalização é incompleta, trazendo riscos para a estabilidade da árvore. Este
é, portanto, um dos motivos para promover a poda dos galhos o mais cedo possível, não
deixando que estes se desenvolvam atingindo grandes dimensões.
Os galhos produzidos a partir destas gemas possuem uma ligação deficiente com
sua base, constituindo fator de risco mais tarde. Evitam-se ramos epicórmicos com
podas menos severas e na fase jovem da árvore. Nesta fase, as árvores possuem boa
capacidade de desenvolvimento das gemas na parte externa da copa. Existem alguns
fatores que favorecem a compartimentalização adequada da lesão:
66
• diâmetro do galho retirado: a poda deve ocorrer em galhos mais novos (mais finos).
• época do ano: as células têm mais atividade no período vegetativo, sendo a época mais
propícia para a realização de poda. A melhor época para a poda é a compreendida entre o
início do período vegetativo e o início do florescimento. A época em que a poda mostra-se
mais prejudicial à planta é compreendida entre o período de pleno florescimento e o de
frutificação.
• realização da poda no local correto (junto ao colar e crista da casca): lesão no colar
ou na crista da casca pode se tornar entrada de agentes causadores de doenças para o
interior do tronco.
67
8.3 | Técnicas de poda
A poda dos galhos deve ser realizada o mais cedo possível, para evitar cicatrizes muito
grandes, desnecessárias. Os galhos com diâmetros menores devem ser cortados no
limite entre o colar e o galho, sem lesionar a crista e o colar. Estes cortes normalmente
são oblíquos em relação à superfície do tronco (Figura 21).
68
Algumas situações podem fazer com que a técnica de poda demonstrada
nas ilustrações acima seja implementada, podendo ser citado nos casos
onde o ângulo de inserção for muito pequeno, não posicionando
corretamente o equipamento de corte.
Esta técnica deve ser implementada com o objetivo de preservar intactos o
colar e a crista da casca, como também de evitar lascar galhos, o que pode
provocar a entrada de organismos decompositores.
Com a execução do primeiro e segundo cortes pode-se direcionar a queda do
galho, desviando de possíveis obstáculos, em especial as redes de
distribuição de energia elétrica, de edificações, de veículos e de outros
equipamentos públicos.
Na execução de poda alguns cuidados devem ser tomados, pois a qualidade
da poda é definida por cortes bem feitos. Na execução devem ser
observados:
• Executar cortes sem promover danos as estruturas da crista da casca e/ou colar;
• Tocos residuais – quando o corte foi executado muito afastado do tronco, dificultando
o processo de cicatrização da lesão;
69
Para que uma poda seja executada de forma adequada,
os trabalhadores envolvidos nesta atividade devem passar
periodicamente por treinamentos, além de dispor de
equipamentos adequados e em perfeitas condições de uso.
IMPORTANTE:
A poda aplicada a um ramo vital, de grandes dimensões, que não está preparado
pela planta para remoção, deve ser realizada sempre que possível em duas etapas
(Figura 22).
etapa 1
Figura 22. Etapas de corte em galhos
etapa 2 vitais e de grandes dimensões (Fonte:
Manual Técnico de Podas de Árvores.
Prefeitura de São Paulo).
70
Medidas para minimizar a necessidade de podas
A poda causa uma série de reações fisiológicas na árvore e expõe seus tecidos
internos ao ataque de organismos patogênicos, desta forma algumas medidas
devem ser priorizadas, com o objetivo de minimizar a atividade de podas visando
preservar a integridade da planta.
71
8.4 | Equipamentos
Para a execução correta de poda de árvores devem ser utilizados equipamentos de corte
adequados. Existem atualmente diversos equipamentos e no momento da poda deve
ser analisado o equipamento ideal, levando em consideração a espécie a ser podada e o
diâmetro do galho que será cortado.
Caminhão Caminhão
de carroceria com lona e escadas dotado com cesto aéreo,
manuais (linha desenergizada) conforme anexo XII da NR-12
Escadas Carretilhas
em fibra de vidro extensível para içar ferramentas
Lima Arco
para afiar serrote com serra de 21” ou 24”
* que é um dispositivo portátil, leve e fácil de ser utilizado, além de que apresenta corta-circuitos, chaves e limitadores
de fusíveis. Ela tem capacidade de seccionamento de cartas e sistemas de distribuição aérea de até 34,5 kV.
72
Em ramos maiores que 15 cm de diâmetro, recomenda-se a utilização de motosserra
por operadores capacitados (NR 12 – Máquinas e Equipamentos), com a devida licença
de porte e uso concedida pelo IBAMA (Instrução Normativa nº31, dezembro de 2009).
Foice Garfo
com cabo de madeira de com 4 dentes e cabo de
comprimento médio madeira comprido
Vassoura Triturador
de piaçava de galhos e ramos
Arco de serra
73
OBSERVAÇÃO 2:
No caso de os galhos estarem dentro da “zona controlada”, porém abaixo dos
condutores, e sem risco de toque dos mesmos nos condutores, é obrigatória a utilização
de luvas isolantes de borracha compatíveis com o nível de tensão da rede.
A parte mais alta do corpo do podador, inclusive com os braços levantados, deverá se
manter afastada do condutor energizado a uma distância mínima de segurança de 2,0 m
em 13,8 kV e 34,5 kV, conforme MITs 160912 e 160913. Para os casos em que:
• Haja possibilidade de toque dos galhos nos condutores durante a execução da tarefa.
Para os galhos que estejam acima dos condutores, mas dentro da zona
controlada a poda somente poderá ser realizada:
Os galhos altos que estão sobre as redes primárias podem causar danos ao sistema
elétrico ou a terceiros se podados sem o uso de cordas. A descida ao solo de galhos
altos deverá ser feita por meio de duas cordas, uma próxima ao corte e a outra próxima
às pontas do galho a ser cortado.
As cordas devem ser passadas sobre os ramos ou forquilhas mais altos e amarrados no
tronco das árvores. Uma terceira corda deverá ser utilizada como guia, de forma a não
permitir a aproximação do galho podado aos
condutores ou construção de terceiros.
74
8.5 | Execução dos Serviços
Utilização de motosserras
As motosserras só devem ser operadas por profissionais habilitados segundo Anexo
V da NR-12 do Ministério do Trabalho e Emprego e devidamente equipados com os
Equipamentos de Proteção Individuais – EPI’s necessários, indicados pela ENEL.
Todo pessoa que realizar poda junto às redes elétricas deverá possuir treinamento
específico, com carga horária de 16 horas, abordando no mínimo os seguintes temas:
• Aspectos legais;
• Comportamento em público – direitos e deveres dos podadores, do cidadão
e da Prefeitura;
• Noções básicas da biologia e desenvolvimento das árvores;
• Formas de podas conforme tipos de redes;
• Procedimento operacional ENEL;
• Normas Regulamentadoras pertinentes;
Quando utilizar a motosserra dentro da cesta aérea, a mesma sempre deverá ser
amarrada em algum ponto que impeça sua eventual queda ao solo, bem como ser içada
através de corda já em funcionamento devidamente travada.
75
Independentemente do tipo de poda a ser realizada, os seguintes
cuidados devem ser tomados:
• Para a descida dos galhos podados, deverá ser feita uma avaliação criteriosa das
condições do local (trânsito de pedestres e veículos, componentes ativos da rede,
patrimônio público/privado, etc.);
• Fracionar e amontoar os galhos junto ao meio fio, deixando livre a entrada de veículos,
portões e passagem de pedestres, devendo ser providenciado o seu recolhimento o
mais rápido possível.
Essa poda só é permitida caso os galhos não estejam tocando nos condutores e caso
não haja possibilidade de haver toque dos galhos nos condutores durante a esxecução
da tarefa.
No caso dos galhos estarem dentro da “zona controlada“, porém abaixo dos condutores,
e sem risco de toque dos mesmos nos condutores, é obrigatória a utilização de luvas
isolantes de borracha compatíveis com o nível de tensnao da rede para a execução da
tarefa.
76
Tarefa executada a partir de escada
Para poda de desobstrução de fiação com utilização de escala, deverão ser observados
os seguintes passos que constam do WKI-HSEQ-HSE-17-0088-EDBR - Poda e Manejo da
Vegetação, que deverá ser de conhecimento dos trabalhadores e estar disponível para consulta
pela equipe:
• A escada deverá ser levantada e posicionada em um galho/tronco que suporte o seu peso;
• Quando a situação permitir a correta amarração da escada num galho/tronco, utilizar a linha de
vida na escada e equipar-se com cinto paraquedista e conectar o trava quedas à linha de vida;
• Quando não for possível a correta amarração da escada num galho/tronco, utilizar vara
telescópica e os ICC’s e instalar a linha de vida em um galho sadio e que suporte o peso do
podador, devendo conectar o trava quedas à linha de vida;
• Não é permitido que o podador saia da escada para a árvore para efetuar a poda. Todos os
cortes deverão ser realizados da escada;
• Amarrar as cordas guias nos galhos grossos a serem cortados e, se for necessário, em outros
pontos, esta amarração deve ser realizada do solo com auxílio de ICC, mosquetão e vara
telescópica;
• Descer a escada;
77
Tarefa executada a partir de Caminhão acoplado com cesto aéreo
(Linha Morta) (Figura 23).
• Quanto utilizar a motosserra dentro do cesto aéreo, a mesma deverá sempre estar
amarrada em algum ponto que impeça sua eventual queda ao solo, bem como ser
içada através de corda já em funcionamento devidamente travada;
• Instalar a carretilha de dupla ação (kit de resgate) e somente após elevar o cesto até o
ponto de trabalho;
• Com auxílio dos ICC’s, mosquetão e vara telescópica, amarrar cordas guias
nos galhos mais pesados;
• Após a finalização dos cortes, descer as ferramentas através da carretilha de dupla ação;
78
Tarefa executada a partir de Caminhão acoplado com
cesto aéreo (Linha Viva)
• Com relação às podas com equipes Linha Viva, é recomendada a utilização de
equipamento (motosserra e motopoda) hidráulico isolado para classe 4;
• Instalar a carretilha de dupla ação (kit de resgate) e somente após elevar o cesto até o
ponto de trabalho;
• Cortar os galhos, iniciando pelos mais finos; com auxílio dos ICC’s, mosquetão e vara
telescópica, amarrar cordas guias nos galhos mais pesados;
• Após a finalização dos cortes, descer as ferramentas através da carretilha de dupla ação;
Ao executar uma poda deve-se ter em mente que a árvore está inserida em um
ambiente urbano, perto de residências, próximas às redes de distribuição de energia
elétrica, localizadas em passeios públicos e em vias públicas. Podas mal executadas
poderão ocasionar o desequilíbrio da copa, causando quedas naturais de galhos ou
da árvore inteira, podendo provocar acidentes graves, com sérios danos materiais e
humanos.
Figura 24.
Execução de
destopos.
Figura 25.
Execução de
destopos.
80
Figura 26. Poda mal
executada, causando
desequilíbrio da copa.
81
8.7 | Extirpação
Por meio de avaliação técnica, em casos que o estado fitossanitário da árvore não
permitir controle, a árvore, ou parte significativa dela, apresentar risco de queda, ou
ainda, estiver causando danos comprovados ao patrimônio público ou privado, não
havendo alternativa, tratar de espécies invasoras, tóxicas e/ou com princípios alérgicos,
com propagação prejudicial comprovada, constituir-se em obstáculo fisicamente
incontornável ao acesso e à circulação de veículos, construção de obras de interesse
público e/ou social, deverá ser removida.
As palmeiras não são adequadas para arborização de calçadas, pela queda de folhas,
frutos e pela impossibilidade de serem conduzidas sob fiação e, quando possuem várias
estipes, dificultam a circulação de pessoas no passeio.
Nas espécies cuja desfolha é um processo natural, o arranque da folha com a bainha já
seca não constitui uma poda. A retirada das folhas secas evita acidentes principalmente
em locais com constante movimentação de pessoas.
82
Quanto às palmeiras, espécies que não apresentam a constituição troncoramos
como as árvores:
• Não são recomendadas podas laterais pois a recomposição das folhas podadas é
rápida e tornará a poda ineficiente;
83
9
LIMPEZA DE
VEGETAÇÃO NA
FAIXA DE SERVIDÃO
DAS LINHAS DE
DISTRIBUIÇÃO DE
ALTA,MÉDIA E BAIXA
TENSÃOEM ÁREA
RURAL
84
9.1 | Objetivo da Limpeza
9.2 | Definições
O referido direito sobre o imóvel alheio pode ser instituído através de instrumento
público, particular, prescrição aquisitiva por decurso de prazo ou ainda por meio de
medida judicial, mediante inscrição a margem da respectiva matrícula imobiliária,
permanecendo a posse com o proprietário rural. Neste caso, a concessionária, além do
direito de passagem da linha, possui o livre acesso às respectivas instalações.
85
9.2.3 Faixa de Segurança
É o espaço de terra transversal ao eixo das redes e linhas de distribuição determinado
em função de suas características elétricas e mecânicas, necessárias para garantir o
seu bom desempenho, sua inspeção e manutenção e a segurança das instalações e de
terceiros
O corte de árvores devem ocorrer em casos onde não há solução para o convívio
harmonioso entre a arborização e as redes elétricas, ou ainda, até mesmo quando
apresentar algum risco a população. No caso das podas, estas devem ocorrer
frequentemente, uma vez que são fundamentais para a manutenção e funcionamento
das linhas de distribuição.
Esta atividade poderá ocorrer tanto em redes urbanas ou redes e linhas de distribuição
rurais e inclui os serviços de desbaste de galhos, corte de toras, quando necessário.
Os requisitos legais para sua realização estão preconizados de acordo com o tópico que
trata da legislação pertinente a atividade, inclusive para as situações em que as redes
elétricas de distribuição situam-se em Área de Preservação Permanente.
• Faixa Central: Deve ser feita limpeza ao nível do solo com remoção de todo o
resíduo dentro da faixa central que é coincidente com a faixa de segurança, no qual
é estabelecido no mínimo 6 (seis) metros para cada lado da linha, bem como das
situações em que estiver próximas das estruturas;
86
• Grotas ou fundos de vale: Quando uma rede ou linha de distribuição rural passar
por um local com topografia acidentada, em que esteja acima do limite de
desenvolvimento da vegetação, priorizar a execução apenas da limpeza da faixa
central ou de segurança;
• Poda de Árvores: As árvores que estão com sua base fora da faixa de segurança,
com os galhos projetados para dentro da faixa, podendo interferir na continuidade
de fornecimento de energia elétrica, devem ser podadas. Não devem ser cortadas
árvores além do estritamente necessário, mesmo que solicitado pelo proprietário;
• Caso a equipe da ENEL constate que, após a execução dos serviços de manutenção,
foi executado algum corte de árvore por terceiros, proprietário ou não, com o intuito
de imputar ônus a ENEL, deve-se registrar o ocorrido (fotografar) e comunicar
imediatamente o responsável pelo contrato, o qual deverá tomar as providências
cabíveis.
Caso o ninho esteja em um galho que não será podado, devem ser tomados todos
os cuidados para que o mesmo não seja atingido, sob pena de incorrer em sanção
conforme a Lei de crimes ambientais nº 9.605/1998, Art. 29, Parágrafo 1°, inciso II.
Nos casos de emergência em que a poda resolva o problema imediato e seja necessário
o corte da árvore, deve-se realizar o manejo mais adequado.
A distância a ser mantida entre os galhos podados e as redes de distribuição deve ser
compatível com o tipo de montagem (redes convencionais, compactas e isoladas). Após
o serviço, recolher os resíduos que porventura tenham sido gerados no local, como
marmitex, copos, garrafas, e destinálos em local adequado.
Os resíduos provenientes das podas, folhagens e galhos com menor diâmetros, poderão
ser mantidos organizadamente no local, a fim de propiciar a proteção do solo. Os
resíduos que possam gerar aproveitamento de material lenhoso (galhos com diâmetro
acima de 5cm) deverão ser enleirados na faixa da linha de distribuição.
A medição da área onde foi realizada a roçada deve ser feita com trena de no
mínimo 50 metros. Os tipos de roçada devem ser atribuídos à roçada executada,
independentemente da posição em que se encontra na faixa de segurança.
87
9.2.7 Orientações Gerais
Para aferir a qualidade dos servicos relacionados à limpeza de faixa devem ser considerados
os seguintes critérios:
88
• Utilização de ferramentas de impacto (facão, foice, etc);
• Retirada dos tocos secos que estejam próximos à rede, oriundos de podas anteriores;
• Execução dos cortes sem promover danos às estruturas da crista e/ou do colar;
• Caso haja recursos hídricos, os resíduos deverão ser dispostos fora das áreas de
preservação permanente.
89
10
LIMPEZA DE
VEGETAÇÃO
DE FAIXAS EM
UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO
90
10.1 | Descrição das Unidades de Conservação
e Parques no Estado de Goiás
Em Goiás, as Unidades de Conservação existentes são de gestão federal, estadual e
por vezes municipais. Entende-se por unidade de conservação o espaço territorial e
seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais
relevantes, legalmente instituída pelo Poder Público, com objetivos de conservação e com
limites definidos, sob regime especial de administração, à qual se aplicam garantias
adequadas de proteção. As unidades de conservação são divididas em dois grupos: Proteção
Integral e Uso Sustentável.
O que difere uma categoria da outra é que a de Proteção Integral tem como principal
objetivo preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos
naturais, ou seja, aquele que não envolve consumo, coleta ou dano aos recursos naturais:
recreação em contato com a natureza, turismo ecológico, pesquisa científica, educação e
interpretação ambiental, entre outras, enquanto a de Uso Sustentável tem como objetivo
compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos, conciliando
a presença humana nas áreas protegidas. Nesse grupo, atividades que envolvem coleta e
uso dos recursos naturais são permitidas, desde que praticadas de uma forma a manter
constantes os recursos ambientais renováveis e processos ecológicos.
Para retratar a realidade deste cenário, hoje no Estado de Goiás são noventa (90) unidades
de conservação, conforme está discriminado na Tabela 6.
Unidades de
Quantidade Total Proteção Integral Uso Sustentável
Conservação
Federal 8
Estadual 23
33 57
Municipal 16
Particulares 43
Total 90 90
10.2 | Legislação
• Lei nº 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de conservação da
Natureza - SNUC.
91
11
DESTINAÇÃO
DE RESÍDUOS
92
11.1 | Gestão de resíduos
A destinação dos resíduos gerados pelas podas de árvores urbanas devem apresentam
o melhor aproveitamento possível, sendo utilizado para lenha, compostagem ou outro
uso, caso não tenha aplicação possível. Com isto, os resíduos produzidos pelas podas
realizadas pela Enel, sempre que possível políticas voltadas ao gerenciamento de
resíduos, indo desde a coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final.
Por estes motivos a destinação atualmente dada na maioria dos municípios goianos nem
sempre apresenta um aproveitamento específico desta atividades.
Desta forma a gestão dos resíduos sólidos, com indicação de locais apropriados para a
disposição dos resíduos provenientes da poda de árvores e com utilização das técnicas
para seu tratamento constituem-se os pilares principais para solucionar este problema
enfrentado pela maioria dos municípios, havendo a necessidade de parcerias entre a
ENEL e os municípios goianos, para solução desta situação.
Assim, a ENEL destinará os resíduos provenientes das podas conforme local autorizado
pelo município.
93
11.2 | Legislação e classificação dos resíduos
de podas e remoções de árvores
A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) dispõem
sobre a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática
de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o
aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor
econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente
adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado).
Uma vez que estes resíduos são classificados como não perigosos, podem apresentar
diversas aplicações quanto ao uso e disposição final, tais como: produção de energia
(lenhas e cavacos), insumos orgânicos (produção de substrato) para uso e manutenção
em parques e jardins, além de servir como matéria orgânica para compostagem na
utilização de produção de mudas e hortaliças.
• Utilizar o resíduo da poda como cobertura morta, que é uma prática fácil e muito
útil, que traz inúmeros benefícios ao solo. O resíduo necessita de ser reduzido às
dimensões adequadas para essa finalidade, com o uso de trituradores;
Como as atividades de transporte dos resíduos oriundos das podas geralmente ocorrem
simultaneamente aos trabalhos de poda, os funcionários que estão no solo devem usar
coletes refletivos e atentar para riscos de atropelamento e também estarem atentos em
relação a queda de galhos, para tanto não devem ficar debaixo da árvore que está sendo
podada.
Os galhos mais grossos e mais compridos, que não são triturados, deverão ser cortados
em pequenas toras, facilitando o seu transporte.
95
12
REFERÊNCIAS
96
AMIR, S., MISGAV, A. A Framework for Street Tree Planing in Urban areas in Israel.
Landscape and urban Planning Amsterdam: Elsevier, 1990.
97
CEMIG. Companhia Energética de Minas Gerais. Manual de Arborização. Fundação
Biodiversitas. Belo Horizonte, 2011.
LORENZI, H.; SOUZA, H.M.; TORRES, M.A.V.; BACHER, L.B. 100 árvores exóticas:
madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa, Plantarum, 2003. 384 p.
98
MACEDO, R. Quadro do paisagismo no Brasil. São Paulo: EDUSP, 1999. 144 p.
(Coleção Quapá, 1).
MIRANDA, G.P.; FREITAS, M.F.; PASQUALETTO, A., SANTOS, O.R.; ROSA, I.M.C.
Diagnóstico da arborização urbana de Goianira, GO. In: III CONGRESSO
BRASILEIRO DE GESTÃO AMBIENTAL. GOIÂNIA, 2012. Disponível em
http://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2012/VI-026.pdf
SEITZ, R. A. A Poda de Árvores Urbanas. FUPEP. Série Técnica n° 19, Curitiba, PR.
2004.
99
TAKAHASSI ITII, S.H.; MALHEIROS, R.; CAMPOS, A.C. A arborização urbana com
espécies nativas do cerrado no contexto do patrimônio histórico da cidade de
Nerópolis. In: III Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental. Goiânia, 2012.
Disponível em: http://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2012/VI-020.pdf
TEIXEIRA PIRES, N.A.M.; SILVA MELO, M.; OLIVEIRA, D.E.; SANTOS, S.X.
A arborização urbana do município de Goiandir, Goiás – Caracterização
quali-quantitativa e propostas de manejo. Trabalho de Conclusão de Curso
(Ciências Biológicas). Universidade Estadual de Goiás. Anápolis, 2012.
100
101
102