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Aula 2 Aluno ETICA AMBIENTAL 2023
Aula 2 Aluno ETICA AMBIENTAL 2023
Aula 2 Aluno ETICA AMBIENTAL 2023
A ética ambiental como área de estudo surgiu na década de 1970 como consequência da
conscientização de que há valor em elementos não humanos da biosfera. O surgimento
da ética ambiental salienta um contraste em relação ao antropocentrismo adoptado pelo
mundo ocidental por séculos, a partir da visão judaico-cristã, que vê o Homo Sapiens do
sexo masculino como legitimo proprietário e beneficiário de todos os seres vivos e do
mundo físico e na terra, incluindo as mulheres, os animais e as plantas. ((Buckeridge,
2019:157:154)
Os filósofos pensaram a respeito da natureza por milênios. Embora haja uma ética
implícita em muitas dessas visões de mundo, isto jamais foi muito desenvolvido no
Ocidente. Na sequência do iluminismo e da revolução cientifica, na filosofia secular a
natureza passou a ser vista como um reino destituido de valores, regido por forças
causais mecânicas. Os valores surgiram somente com os interesses e preferências dos
humanos. Nas teologias judeu cristas que prevaleciam anteriormeme, Deus criou uma
boa -terra com miríades de criaturas, e sujeitou-as ao domínio humano.
Epistemologia (do gr. episteme: ciência, e logos: teoria) Disciplina que toma as ciências
como objeto de investigação tentando reagrupar: a) a crítica do conhecimento científico
(exame dos princípios, das hipóteses e das conclusões das diferentes ciências, tendo em
vista determinar seu alcance e seu valor objetivo); b) a filosofia das ciências
(empirismo, racionalismo etc.); c) a história das ciências_ O simples fato de hesitarmos,
hoje entre duas denominações (epistemologia e filosofia das ciências) já é sintomático.
Segundo os países e os usos, o conceito de "epistemologia" serve para designar seja
uma teoria geral do conhecimento (de natureza filosófica), seja estudos mais restritos
concernentes à gênese e à estruturação das ciências. No pensamento anglo-saxão,
epistemologia é sinônimo de teoria do conhecimento (ou gnoseologia), sendo mais
conhecida pelo nome de philosophy of science ". E neste sentido que se fala de
epistemologia a propósito dos trabalhos de Piaget versando sobre os processos de
aquisição dos conhecimentos na criança. O fato é que um tratado de epistemologia pode
• A terceira direção dos epistemólogos seria uma conjunção conciliatória, que entrariam
à ciência e a filosofia. Com efeito, para resolver problemas da ciência chamada
experimental, seja ela humana ou natural, é necessário que a própria ciência forneça os
dados e alguns elementos de soluções encontradas no próprio desenrolar-se da ciência.
De forma consensual, vários autores apontam que estudar epistemologia tem o sentido
de ir além das aparências, da falsa ilusão da objetividade, da busca e obtenção do
conhecimento válido, neutro e verdadeiro. Objetivam desmistificar a existência de
monopólio da ciência sobre o conhecimento, mostrando que existem outras formas de
conhecimento também válido. Dessa maneira, o diálogo entre as abordagens
epistemológicas faz-se necessário na medida em que há uma complexidade da formação
teórica ambiental, conforme norteiam as tendências em torno da epistemologia genética
de Piaget; da epistemologia histórica de Bachelard; da epistemologia arqueológica de
Foucault; da epistemologia da complexidade de Morin e das contribuições sobre a
racionalidade ambiental de Leff.
O saber ambiental, de acordo com Leff (2012, p. 24), “constrói-se no encontro de visões
do mundo, racionalidades e identidades, na abertura do saber para a diversidade, a
diferença e a outridade, questionando a historicidade da verdade e abrindo o campo do
conhecimento para a utopia, para o não saber que alimenta as verdades por vir.” (Apud,
MORA, s/d,7)
Segundo LEFT, (2012:26-28), Afirma que, O saber ambiental emerge como uma
mudança de episteme: não é o deslocamento do estruturalismo teórico para a
emergência de uma ecologia generalizada, concebida como saber de fundo de um
pensamento da complexidade, mas de uma nova relação entre o ser e o saber. A
apreensão do real a partir do conhecimento (teoricismo) conduz a uma nova
racionalidade e a novas estratégias de poder no saber que orientam a apropriação
subjectiva, social e cultural da natureza. O ser, a identidade e a outridade propõem
novas perspectivas de compreensão e apropriação do mundo. Além do retorno ao Ser,
que libera a potência do real, do “Ser que deixa ser aos entes”, no heideggeriano, a
complexidade ambiental abre um jogo infinito de relações entre o real e o simbólico, de
relações inter- culturais e de relações de outridade que nunca se completam nem se
totalizam. O ambiente nunca chega a se internalizar em um paradigma científico ou em
um sistema de conhecimento.
Assim, de limiar em limiar, o saber ambiental vai se exteriorizando através das órbitas
para as quais se abre sua investigação e suas demarcações sucessivas. Nesta aventura
epistemológica, o limite do pensável não está nas margens da filosofia, mas no
horizonte infinito no qual navega o ser impulsionado por seu desejo de saber. Neste
espaço podemos distinguir cinco órbitas principais do saber ambiental:
BIBLIOGRAFIA
Singer, P. (2002). O meio ambiente. In: SINGER, P. Ética Prática. 3 ed. São Paulo:
Martins Fontes.