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Enc Trabalho de Conclusão de Curso
Enc Trabalho de Conclusão de Curso
APROVADA EM:
PELA COMISSÃO EXAMINADORA
Em primeiro lugar, o agradecimento será direcionado a Deus, Alá, Buda, Mãe Natureza ou qualquer
nomenclatura que esta suprema força que rege o universo venha a ter. Pois o mesmo que me dá forças,
todos os dias, para levantar e encarar a vida.
Em segundo lugar, agradecer à minha mãe, que foi a pessoa quem me criou sozinha, que trabalhou
mais de 12h diárias para que eu tivesse uma boa educação e dedicou boa parte de sua vida somente a
cuidar de mim, para que eu nunca passasse por nenhum tipo de necessidade. Todo meu esforço é
apenas para enchê-la de orgulho e compensar todo o sacrifício feito por mim. Ah, e obrigado por
nunca reclamar de ter feito tudo isso.
Em terceiro lugar, agradeço aos meus amigos, que tiveram uma paciência invejável para lidar comigo,
pois eu sei o quanto posso ser, digamos que intenso. Meus agradecimentos aqui serão para a Ingrid
Figueiredo, que foi uma mãe no início da minha graduação e uma amiga sem igual, lá em Volta
Redonda, assim como para à Juliana Ferreira, que foi minha psicóloga e confidente, à Bruna Ferreira,
por me aguentar nas caronas, nas aulas e na vida, assim como ao Alexandre Silva, Diego Esteves,
Edmarlon Viana, Jonathas Abreu e Renato Magalhães, por aguentarem as minhas ignorâncias.
Obrigado, amigos!
Agradeço também a minha orientadora Solange Roza, pela paciência, interesse, competência,
pontualidade e companheirismo neste processo desgastante e tenso, que é o trabalho de fim de curso.
Agradeço também o apoio dos meus familiares, por nunca julgarem, apesar de se surpreenderem
sempre que digo que quero tentar algo novo, mudar de curso, de instituição, cidade. Obrigado por
aguentarem a metamorfose ambulante que sou.
RESUMO
Dando continuidade ao projeto, para alcançar o objetivo proposto, foram apresentados os dados
referentes aos custos e despesas fixas e variáveis, custo de implementação, Demonstração do
Resultado do Exercício (DRE) do primeiro ano e o Fluxo de Caixa (FC) do primeiro, segundo e
terceiro anos projetados.
A partir disto, foram utilizadas, também, ferramentas de auxílio à tomada de decisão, com Valor
Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR). E, a fim de identificar o período de tempo
necessário para que as entradas de caixa fossem suficientes para cobrir a saída de caixa inicial,
também foi feito o cálculo do Payback.
The work in question is an economic-financial viability study, based on figure obtained from a X
Franchise, a natural products dealer located in the city of Rio de Janeiro. At first, figure on financial
income, expenses and costs were collected in order to verify the volume of income and volume of
expenses and costs, so that it was possible to use the basic financial analysis tools and calculate the
break-even point and make projections for the civil year, since the store has been operating for less
than a year and the figure obtained was for the first six months, some adjustments and projections
were necessary for the next six months, so that it would complete a calendar year.
Continuing the project, the data on fixed and variable costs and expenses, implementation cost,
Statement of Income for the first year and Cash Flow (FC) of the first, second and third year projected.
From this, decision support tools were also used, with Net Present Value (NPV) and Internal Rate of
Return (IRR). And in order to identify the time required for the revenue to be sufficient to recover
the initial cost, we also present the Payback calculation.
Key Words: Economic and Financial Viability; Net Present Value (NPV); Internal Rate of Return
(IRR); Payback.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 O PROBLEMA.......................................................................................................................... 1
1.1 Introdução .................................................................................................................................. 1
1.2 Suposição ................................................................................................................................... 2
1.3 Objetivos da Pesquisa ................................................................................................................ 2
1.3.1 Objetivo Final ..................................................................................................................... 3
1.3.2 Objetivos Intermediários ..................................................................................................... 3
1.4 Delimitação da Pesquisa ............................................................................................................ 4
1.5 Relevância do Estudo ................................................................................................................. 4
2. METODOLOGIA .......................................................................................................................... 6
2.1 Conceito ..................................................................................................................................... 6
2.2 Metodologia Utilizada................................................................................................................ 6
2.3 Limitações do Método ............................................................................................................... 8
3 REVISÃO TEÓRICA ..................................................................................................................... 9
3.1. O sistema de franquias .............................................................................................................. 9
3.2 Planejamento Financeiro .......................................................................................................... 10
3.2.1 A importância da análise de investimento ........................................................................ 10
3.2.2 Fluxo de Caixa ............................................................................................................. 10
3.2.3 Investimento Inicial........................................................................................................... 11
3.2.4 Técnicas de orçamento de capital ..................................................................................... 11
4 PLANO DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA .................................................. 16
4.1 Investimento Inicial.................................................................................................................. 16
4.2 Ajustes e projeções dos dados obtidos ..................................................................................... 19
4.3 Despesas Fixas ......................................................................................................................... 20
4.4 Custos Fixos ............................................................................................................................. 20
4.5 Custos Variáveis ...................................................................................................................... 21
4.6 Despesas Variáveis .................................................................................................................. 21
4.6.1 Custos e Despesas a partir das projeções .......................................................................... 22
4.7 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).................................................................... 23
4.8 Possíveis Cenários.................................................................................................................... 24
5 CENÁRIOS POSSÍVEIS.............................................................................................................. 27
5.1. Cenário 1 ................................................................................................................................. 27
5.1.1 Ano 1 ................................................................................................................................. 27
5.1.2 Ano 2 ................................................................................................................................. 27
5.1.2 Ano 3 ................................................................................................................................. 28
5.2 Cenário 2 .................................................................................................................................. 29
5.2.1 Ano 1 ................................................................................................................................. 29
5.2.2 Ano 2 ................................................................................................................................. 30
5.2.3 Ano 3 ................................................................................................................................. 31
5.3 Cenário 3 .................................................................................................................................. 31
5.3.1 Ano 1 ................................................................................................................................. 31
5.3.2 Ano 2 ................................................................................................................................. 32
5.3.3 Ano 3 ................................................................................................................................. 32
6 MÉTODOS DE ORÇAMENTO DE CAPITAL ........................................................................ 34
6.1 Fluxos de Caixa (FC) ............................................................................................................... 34
6.2 Payback .................................................................................................................................... 35
6.3 Valor Presente Líquido (VPL) ................................................................................................. 36
6.4 Taxa Interna de Retorno (TIR)................................................................................................. 36
7. CONCLUSÕES ............................................................................................................................ 37
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................................. 38
1 O PROBLEMA
1.1 Introdução
É muito comum, hoje em dia, nos depararmos com lojas de modelos idênticos, assim como
marca, cores e métodos, seja ele comércio de perfumes, fast-food ou produtos naturais, por
exemplo. Este método, como já se sabe, mesmo não demandando elevado grau de instrução, é
conhecido como Sistema de Franquias ou Franchising.
Esta é uma forma que o detentor da marca ou patente (franqueador) utiliza para expandir seu
negócio, concedendo, por meio de contrato, que terceiros (franqueado) façam uso de sua marca
ou patente, recebendo por isso, uma taxa inicial de franquia, que varia de acordo com a
popularidade da marca no mercado e permite ao franqueado utilizar-se deste sistema e marca
específico (SEBRAE, 2016).
Existe, também, a Taxa de Royalties que, segundo a Lei de Franquia Brasileira (Lei 8.955/94),
os royalties no contrato de franquia são definidos como sendo a “remuneração periódica pelo
uso do sistema, da marca ou em troca dos serviços efetivamente prestados pelo franqueador ao
franqueado”. Esta lei não especifica quais os tipos de royalties podem ser cobrados, porém diz
que, no momento da oferta, o contrato ou circular deve conter informações explícitas a respeito
destas taxas periódicas (ABF, 2014).
Existe um setor em crescimento exponencial no Brasil, que é o setor de alimentos ligado à saúde
e bem-estar, que segundo o SEBRAE, cresceu 98% de 2009 a 2014, movimentando um
montante superior a US$35 bilhões por ano no Brasil (SEBRAE, 2017). Logo, a partir destas
informações, inicia-se o estudo a respeito de uma franquia do ramo alimentício, voltado ao
público consumidor de produtos naturais, baseada na cidade do Rio de Janeiro.
Este estudo analisa, utilizando-se dos índices financeiros tradicionais, baseado nos dados
fornecidos pelo proprietário da franquia, a viabilidade econômico-financeira da empresa.
Verifica se a mesma possui o potencial necessário para recuperar o seu investimento inicial,
através do cálculo do período de payback, que, segundo Gitman (2010, p. 366) é o período de
tempo que a empresa leva para começar a recuperar seu investimento inicial, complementando
2
com uma projeção de fluxo de caixa, para identificar a diferença da quantidade de dinheiro que
entra e da quantidade de dinheiro que sai, de acordo com Ross et al. (2013, p. 37). Também são
calculados o Valor Presente Líquido, para auxiliar na diferenciação entre valor de mercado do
investimento e seu custo e a Taxa Interna de Retorno, que é uma taxa implícita que resume os
méritos de um projeto, segundo Gitman (2010). Através destes cálculos, foram considerados
três cenários: pessimista, mais provável e otimista, para que se possa antever os possíveis
resultados do negócio.
Com base no exposto, o problema desta pesquisa consiste em responder as seguintes questões:
este negócio é viável, financeiramente falando e, com bases nestes dados, é interessante a
abertura de uma nova loja?
1.2 Suposição
Supõe-se que através de uma análise por índices, a administração seja capaz de identificar a
viabilidade financeira da loja em questão, analisar sua rentabilidade e o quão lucrativo a
empresa pode, ou não, ser, para que possa ter uma base palpável para verificar as condições da
abertura de uma segunda loja.
Segundo Vergara “se o problema é uma questão a investigar, objetivo é um resultado a alcançar.
O objetivo final, se alcançado, dá resposta ao problema. Objetivos intermediários são aqueles
cujo atingimento depende o alcance do objetivo final”. (VERGARA, 2000).
Gil define a pesquisa como principal meio de descobrir as respostas para problemas, utilizando-
se de procedimentos científicos. (GIL, 2008).
3
Por fim, podemos dizer que os objetivos são um percurso que aponta diretamente para os
resultados almejados, e assim podemos definir que os objetivos apontam para os resultados que
se pretendem atingir ao final da pesquisa.
• Apresentar, com base nos cálculos, cenários pessimista, mais provável e otimista;
Já, de acordo com Alyrio, como não podemos falar sobre todo o assunto, devemos estabelecer
um limite, ou seja, você delimita o assunto específico, o qual será base do seu trabalho.
(ALYRIO, 2009)
Desta maneira, com base nas informações obtidas nos demonstrativos de receitas e despesas da
franquia “X”, do período de abril de 2017 a setembro de 2017, como totalizam apenas seis
meses de operação, foi necessário utilizar o método de linha de tendência linear para projeção
das receitas do segundo semestre de operação. Projetados estas receitas, foram possíveis
também a projeções dos custos e despesas variáveis para este segundo semestre.
No caso dos custos e das despesas variáveis, o cálculo foi realizado baseado nas informações
do primeiro semestre, onde foi identificada a proporção do custo variável sobre a receita, assim
como das despesas variáveis sobre a receita. A média destes valores obtidos foram utilizadas
como base para a projeção dos custos e das despesas variáveis do segundo semestre (semestre
projetado). Porém, houve um certo contratempo com um dado não contabilizado pelo setor
responsável da loja, que foi o Custo das Mercadorias Vendidas. Este dado foi apresentado
somente nos meses de abril e maio de 2017 e, por este motivo, a média foi feita em cima destes
meses e projetadas a frente.
Um estudo torna-se relevante, em termos científicos, de acordo com Prodanov e Freitas, quando
o estudo proporciona novos conhecimentos à área, e em termos práticos, quando a pesquisa em
questão traz benefícios à humanidade, campo de estudo, etc. (PRODANOV e FREITAS, 2013)
5
A escolha deste tema está diretamente relacionada com a área de maior afinidade do
pesquisador, enriquecendo seus conhecimentos e auxiliando-o em seu desenvolvimento
profissional.
Outro fato relevante a ser mencionado é a ausência de conhecimento por parte de muitos
empresários, que abrem seu negócio, muitas vezes por impulso, sem nenhum tipo de auxílio de
ferramentas de análise e, por isso, a taxa de mortalidade de novos empreendimentos, embora
venha diminuindo nos últimos anos, ainda é significativa. Mais especificamente, segundos
dados do SEBRAE (2016), a taxa de sobrevivência das microempresas (ME) vem decrescendo,
porém, quando incluído nas pesquisas o microempresário individual (MEI), esta taxa de
sobrevivência se eleva para 77%, nos dados colhidos até 2012.
Apresentado estes fatos, este trabalho, mesmo sendo um estudo de uma empresa específica,
busca demonstrar a importância de um estudo de viabilidade e retorno do investimento inicial,
para que se possa identificar, principalmente antes de tomar a decisão efetiva de abrir um
negócio, se este será rentável ou não.
6
2. METODOLOGIA
2.1 Conceito
Metodologia, na origem do termo, que significa “estudo dos caminhos”, segundo Lakatos e
Marconi, caracteriza-se pelo “conjunto de atividades sistemáticas e racionais que permite
alcançar o objetivo, traçando o caminho a ser seguido (...)” (LAKATOS; MARCONI. 2003, p
83).
A respeito da metodologia científica, HABERMAS (1981) apud diz que “só pode ser respeitado
como científico aquilo que se mantiver discutível” (apud DEMO. 1995, p. 14). Já Prodanov e
Freitas (2013) trata metodologia como “aplicação de procedimentos e técnicas que devem ser
observadas para construção do conhecimento, com o propósito de comprovar sua validade e
utilidade nos diversos âmbitos da sociedade”. (PRODANOV; FREITAS. 2013, p. 14).
Através da análise por índices, foi possível realizar uma análise descritiva, demonstrando a
realidade financeira da empresa. Segundo Gil (2008) mudanças quantitativas graduais geram
mudanças qualitativas. Foi realizada, em conjunto com a análise descritiva, a pesquisa analítica,
7
uma vez que a característica deste tipo de pesquisa é, como diz Collins e Hussey (2005)
“entender fenômenos, descobrindo e mensurando relações casuais entre eles”.
Os dados foram coletados através do método de triangulação de dados, que, segundo Vergara
(2005) trata-se da aquisição de dados a partir de diversas fontes, como a aquisição através,
diretamente, da contabilidade e também da empresa objeto do estudo.
Um aspecto que faz com que o método de estudo de casos seja ideal para este projeto é, segundo
Collins e Hussey (2005) a reunião de informações detalhadas sobre uma organização, levando
em consideração, diversas variáveis, pois como o estudo será feito em cima de análise por
índices, serão levados em consideração os custos, receitas, entre outras.
Na primeira etapa do trabalho foram coletados os dados iniciais, como balanços, balancetes,
relatórios de custos, despesas e receitas da empresa e a coleta de dados referentes aos custos de
implantação da empresa, assim como custos para legalização, entre outros, que possam não
constar nos relatórios da contabilidade.
No segundo momento, iniciam-se os cálculos das projeções para o segundo semestre do ano
civil e a produção do Demonstrativo anual deste resultado.
Na terceira etapa foram criados os três possíveis cenários com projeções de três anos, cada,
levando em conta suposições a respeito da participação do CMV na receita total.
A quinta etapa foi a conclusão, baseada nos resultados obtidos na etapa anterior, e na análise
dos mesmos.
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Vergara diz que todos os métodos têm suas possibilidades e limitações, porém que ainda assim
se justificam como o mais adequado aos objetivos da investigação. (VERGARA, 2000).
A primeira limitação para o método utilizado neste trabalho foi a aquisição dos dados pela
contabilidade da empresa (os demonstrativos financeiros), que foram obtidos mensalmente,
desde o primeiro mês de operação da loja até o mês de setembro, totalizando seis meses. A
partir da análise destes dados, verificou-se a ausência da contabilização do CMV nos meses de
junho a setembro e, por isso, foi necessário projetá-lo para estes meses e, este dado influencia
diretamente no montante dos custos.
A segunda limitação encontrada foi o tempo de operação da loja, que opera há seis meses,
apenas. Por este motivo, foi necessário projetar a receita para o segundo semestre de operação,
através do método de linha de tendência linear, a fim de completar um ano civil.
9
3 REVISÃO TEÓRICA
Sabe-se que, toda e qualquer pessoa que pense em ter seu próprio negócio, deverá investir de
alguma forma uma quantia, seja para aquisição de matéria-prima para iniciar um negócio
caseiro ou, neste caso, um aporte financeiro, caso seja uma franquia (chamado de taxa de
franquia).
Quando se investe em algo, a primeira coisa que se pergunta é: o que vou receber por isso e
quando?
De acordo com ASSAF e LIMA (2014), esses métodos de análises podem ser classificados em
dois grupos: “os que levam em conta o valor do dinheiro no tempo e os que consideram essa
variação por meio do critério do fluxo de caixa descontado” (ASSAF; LIMA. 2014. p, 394).
Utilizando a definição de Assaf e Lima acima, pode-se dizer que, para responder a esta pergunta
com certo grau de confiabilidade, foi necessário aplicar o cálculo de alguns índices para que
fosse possível, então, analisar se a transação era viável ou não para o investidor. Procura-se
estimar o período de tempo necessário para que a empresa recupere todo capital investido,
conhecido como Payback, o valor do dinheiro no tempo, conhecido como Valor Presente
Líquido (VPL) e a taxa da diferença entre o valor do investimento inicial e o valor final,
chamada de Taxa Interna de Retorno (TIR), de acordo com Gitman (2010).
O Fluxo de Caixa, de acordo com Ross et al. (2013) “é a diferença entre a quantidade de
dinheiro que entrou e a quantidade que saiu. (ROSS et al. 2013, p. 37). Gitman (2010, p. 95)
informa que esta é uma importante ferramenta na tomada de decisões e planejamento, e que é
o principal foco dos gestores financeiros. Cabe frisar que existe uma demonstração financeira
chamada de demonstração de fluxos de caixa, mas que, como explica Ross et al. (2013, p. 37)
não deve ser confundida com Fluxo de Caixa, que é “uma certa flexibilidade para mostrar as
fontes e os usos do caixa em uma demonstração financeira” (Ross et al., 2013, p. 55).
11
De acordo com Puccini (2011), “Fluxo de caixa é uma sucessão temporal de entradas e de saídas
de dinheiro no caixa de uma entidade. (PUCCINI, 2011. P, 20). Gitman (2010) expõe um fator
que afeta o fluxo de caixa: a depreciação e demais despesas não desembolsáveis.
Segundo Gitman (2010), o termo é “uma referência às saídas de caixa relevantes a serem
consideradas na avaliação de um possível investimento de capital.” (GITMAN, 2010. p, 334).
Gitman também diz que, se o novo ativo não está substituindo nenhum ativo antigo, o valor de
compra ou aquisição, ajustados às variações do capital de giro líquido é o valor do investimento
inicial (na data zero). (GITMAN, 2010).
O professor Fusco fala sobre o investimento inicial como aquela quantia necessária para que a
empresa seja criada e comece sua operação, incluindo-se seus custos de instalações, móveis e
equipamentos e capital de giro, dividindo assim, o investimento inicial em Físico e Financeiro.
(FUSCO, 2016).
De acordo com Gitman (2010) as técnicas utilizadas neste trabalho são as mais comuns,
utilizando procedimentos de valor do dinheiro no tempo, risco e retorno e demais conceitos de
avaliação, a fim de identificar a situação financeira da empresa e maximizar a riqueza do
proprietário.
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Groppelli (1998) expõe que estas ferramentas são utilizadas para “avaliar, comparar e
selecionar projetos que obtenham o máximo de retorno ou a máxima riqueza para os acionistas.”
(Groppelli, 1998. P, 134)
As técnicas abordadas pelos autores acima citados são os mesmos aplicados a este trabalho:
De acordo com Gitman (2010), o Valor Presente Líquido (VPL) é uma técnica sofisticada de
capital e, em resumo, “é o valor do dinheiro no tempo” e é encontrado quando é subtraído do
valor do investimento inicial, os valores de entradas de caixa, descontando-se a taxa de custo
de capital. (GITMAN. 2010, p. 369).
Já Ross et al. (2013) diz que o Valor Presente Líquido (VPL) é “a diferença entre o valor de
mercado de um investimento e seu custo”. Ross at al. (2013) explica também como analisar se
certo investimento é viável ou não, através de estimativas, como avaliar o valor de mercado do
negócio em questão, ou retorno estimado, e a estimativa do custo de implantação. Se a diferença
for positiva, então o negócio pode valer a pena, tendo sempre em vista que há riscos, visto que
estas foram estimativas, e não há garantias de que as estimativas estejam corretas. (ROSS et al.
2013, p. 283)
Podemos conceituar de várias formas o que é o Valor Presente Líquido. Assaf (2014) diz, em
suma, que o valor presente líquido é identificado pela “diferença entre o valor presente dos
benefícios líquidos de caixa [...] e o valor presente do investimento. ” (ASSAF. 2014. P, 394).
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A fórmula utilizada para o cálculo do valor presente líquido (VPL), utilizada por Brigham e
Houston, é:
∑ =
FCj
(1 + i) j
- CF0
j=1
Muitas vezes, para fins, inclusive, didáticos, vemos a representação do fluxo de caixa da
seguinte forma:
Dito isso, sabe-se que se deve aceitar projetos com VPL maior ou igual a zero e rejeitar os que
forem negativos, pois o VPL indica a riqueza gerada pelo projeto ou o prejuízo que pode causar,
caso seu valor seja negativo. (PUCCINI, 2011. P, 167).
14
É a taxa que, quando descontada, torna o valor presente líquido nulo, ou seja, é a taxa de juros
que, em dado momento, iguala os valores atualizados de entrada e saída de caixa. (Puccini.
2011. P, 168).
A Taxa Interna de Retorno é tida pelos gestores como a alternativa mais importante em relação
ao VPL, diz Ross (2013, p. 294). Diz também que, certa taxa de retorno só é aceitável, de acordo
com a regra da TIR, se a TIR exigida for maior do que o retorno exigido. Gitman (2010, p. 371)
dá uma explicação mais objetiva e matemática, dizendo que “a TIR consiste na taxa de desconto
que faz com que o VPL de uma oportunidade de investimento seja igual a R$ 0 [...]”. Ou seja,
é a taxa da diferença entre o valor inicialmente investido e o valor final, ao longo de certo
período de tempo.
Onde,
➢ FCj - Fluxos de caixa esperados de entrada de caixa no período j;
➢ i - é a taxa de atratividade utilizada para atualizar o fluxo de caixa;
➢ j - é o período de tempo onde ocorre a entrada ou saída de capital;
Caso seja necessário demonstrar memória de cálculo, a utilização da fórmula se faz necessária
para demonstração do resultado da TIR.
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3.2.4.3 Payback
É, basicamente, de acordo com Gitman (2010) o período de tempo que a empresa leva para
começar a recuperar seu investimento inicial, sendo preferível os mais curtos, já que isso
significa que será possível recuperar o investimento em menor prazo. (GITMAN, 2010).
Nas palavras de Brigham e Houston, payback é “o número de anos que se espera ser necessário
para recuperar o investimento original. ” (BRIGHAM; HOUSTON; 2013, P 381).
Ross et al. (2013) explica que, para um investimento ser aceitável, o interessante é que o período
de payback seja menor do que o número pré-determinado de anos, ou pode-se dizer também, o
período máximo aceitável, o que significa que haverá um retorno deste investimento. Caso o
período de payback seja maior do que o período máximo aceitável, significa que não será
possível a recuperação do investimento inicial. O cálculo é feito com base no somatório nas
entradas de caixa, porém é um método falho, pois este cálculo não leva em consideração o valor
do dinheiro no tempo, o risco e os fluxos de caixa. (ROSS et al. 2013).
Investimento Inicial
Payback =
Ganho no Período
Embora esses cálculos possam ser realizados em Excel ou na própria HP 12C, é importante
saber que é possível realizá-los através de fórmulas.
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A partir deste ponto, o objetivo se encontra em pôr em prática o assunto abordado no referencial
teórico. Com base nos dados fornecidos pelo proprietário da loja, foram realizados cálculos dos
Fluxos de Caixa do período, VPL, TIR e payback, para que se possa analisar a realidade
financeira da empresa em questão. Buscar-se-á identificar quando e/ou se a empresa conseguirá
o retorno de seu investimento inicial e a partir de quando a empresa conseguirá obter lucro.
Para melhor contextualização, alguns dados são apresentados ao longo do estudo.
Neste ponto do projeto, tem-se como objetivo mostrar o montante utilizado desde a abertura do
negócio até seu funcionamento. O cálculo baseia-se em todo gasto a partir do momento em que
foi assinado o contrato de franquia até a abertura das portas da loja, incluindo as despesas pré-
operacionais.
A princípio, a ideia de gastos para abertura da loja, de acordo com estimativas iniciais realizadas
pelo franqueador, eram de, aproximadamente, R$ 149.000,00, seguindo a tabela abaixo:
INVESTIMENTO INICIAL
DESPESAS VALORES
1 - Taxa de Franquia $ 40.000,00
2 - Abertura da Empresa (Contituição Pessoa Jurídica) $ 1.500,00
3 - Projeto Arquitetônico $ 3.000,00
4 - Mobiliário, Equipamentos, Obras e Adequações $ 45.000,00
5 - Estoque Inicial $ 40.000,00
6 - Outros (uniformes, sacolas) $ 4.500,00
7 - Marketing de Lançamento $ 5.000,00
ENTRADA EM OPERAÇÃO
8 - Capital de Giro $ 10.000,00
*valo res estimado s para metragem mínima 60m², po dendo so frer variaçõ es de aco rdo co m as co ndiçõ es do
imó vel e nego ciaçõ es de aquisição
Porém, ao longo do trabalho, identificou-se que essas estimativas estavam fora da realidade do
valor de investimento inicial da empresa em questão. Segundo dados fornecidos pelo
investidor/franqueado, que disponibilizou seus custos de implementação e taxas pagas ao
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Tendo então, como base, esta tabela de despesas iniciais, utilizou-se como investimento inicial,
o montante real: R$ 342.794,78.
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O primeiro ajuste dos dados foram as projeções necessárias para que o ano civil ficasse
completo e fechado. Como a empresa iniciou sua operação na segunda quinzena de março de
2017, ignorou-se o mês de inauguração, tomando como primeiro mês de operação, o mês de
abril de 2017.
Os dados disponibilizados pelo setor contábil da empresa foram até o mês de setembro de 2017,
o que proporcionou a este estudo apenas seis meses de dados reais, sendo necessária a projeção
de mais seis meses para que se completasse um ano civil e a análise fosse feita em base anual.
Utilizando-se do método de linha de tendência linear, foram projetados seis meses para frente,
que apesar de corresponderem no calendário aos meses de outubro de 2017 a março de 2018,
foram utilizados para preencher os seis meses de informações indisponíveis. Desta forma, os
meses de dados reais relativos aos meses de abril a setembro, foram recuados para o período de
janeiro a junho, e os meses projetados completaram os meses de julho a dezembro de 2017.
Houve alguns problemas em relação aos dados, como, por exemplo, o setor contábil não apurou
o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) nos meses que vão de junho a setembro de 2017 e,
por isso, uma alternativa encontrada para que o resultado não fosse subestimado, foi calcular a
relação do CMV dos meses apurados em relação à receita dos respectivos meses, para que fosse
aplicado nos demais meses e em suas projeções. Um cálculo semelhante foi aplicado, também,
para os impostos sobre vendas e para as despesas variáveis, porém somente nos meses onde
houve projeção de receita. Já os valores dos Custos Fixos (CF) e das Despesas Fixas (DF) foram
mantidos em seu valor integral, já que a expectativa é de que seu montante não se altere.
Para verificar em que momento a receita consegue cobrir os custos e despesas, foi utilizada a
fórmula de Ponto de Equilíbrio por volume de receita, visto que, em se tratando de um comércio,
não é possível, para este trabalho, realizar o cálculo por produto individual.
20
Receita – CV = CF
Neste item, demonstrar-se-á todos os custos e despesas que são independentes do volume de
vendas, ou seja, mesmo se não houver vendas naquele mês, estas despesas e custos deverão ser
pagos. Esta tabela contempla os dados adquiridos que foram utilizados como base para as
projeções.
Estes custos, mesmo tendo a nomenclatura de “fixos”, podem variar ligeiramente, porém sua
variação é irrelevante para os cálculos, visto que são, geralmente, juros por atraso, ou ajuste do
21
condomínio ou seguro. Dito isso, será levado em consideração, como custos fixos, apenas o
aluguel, IPTU e condomínio, como abaixo relacionados:
Assim como a tabela de DF, esta é apenas a informação adquirida, base dos cálculos das
projeções que corresponderiam aos meses de outubro de 2017 a março de 2018 (mas que serão
usados como estimativas para os meses de julho a dezembro).
Os custos variáveis utilizados para este projeto, são aqueles ligados, diretamente, às vendas, ou
seja, eles variam de acordo com o volume de vendas da loja. Estes valores estão especificados
na tabela abaixo:
Estas são as despesas diretamente ligadas ao volume de vendas, ou seja, quanto maior for este
volume, maiores são estas despesas. Os valores estão listados abaixo:
22
2. Custos Variáveis:
a. CMV – Para os meses nos quais não foi apurado (junho a setembro),
inclusive os meses projetados (outubro/2017 a março/2018);
23
3. Como os custos e despesas fixas não se alteram, o valor do primeiro semestre foi
projetado para o segundo semestre;
Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março
Custos Fixos R$ 9.622,62 R$ 9.616,12 R$ 9.690,70 R$ 9.690,70 R$ 9.690,70 R$ 9.690,70 R$ 9.690,70 R$ 9.690,70 R$ 9.690,70 R$ 9.690,70 R$ 9.690,70 R$ 9.690,70
Custos Variáveis R$ 7.608,87 R$ 19.086,21 R$ 13.516,00 R$ 16.430,04 R$ 16.805,05 R$ 15.319,65 R$ 17.059,52 R$ 18.053,70 R$ 19.047,89 R$ 20.042,08 R$ 21.036,26 R$ 22.030,45
CUSTOS TOTAIS R$ 17.231,49 R$ 28.702,33 R$ 23.206,70 R$ 26.120,74 R$ 26.495,75 R$ 25.010,35 R$ 26.750,22 R$ 27.744,40 R$ 28.738,59 R$ 29.732,78 R$ 30.726,96 R$ 31.721,15
Despesas Fixas R$ 26.217,66 R$ 28.029,95 R$ 26.782,11 R$ 23.850,06 R$ 21.280,03 R$ 22.094,13 R$ 21.846,12 R$ 21.600,90 R$ 21.358,43 R$ 23.083,65 R$ 23.083,65 R$ 23.083,65
Despesas Variáveis R$ 3.104,49 R$ 1.493,10 R$ 1.037,51 R$ 839,74 R$ 1.056,00 R$ 2.632,76 R$ 1.982,51 R$ 2.098,05 R$ 2.213,58 R$ 2.329,12 R$ 2.444,66 R$ 2.560,19
DESPESAS TOTAIS R$ 29.322,15 R$ 29.523,04 R$ 27.819,61 R$ 24.689,80 R$ 22.336,03 R$ 24.726,89 R$ 23.828,64 R$ 23.698,95 R$ 23.572,01 R$ 25.412,77 R$ 25.528,30 R$ 25.643,84
Despesas + Custos R$ 46.553,64 R$ 58.225,37 R$ 51.026,31 R$ 50.810,54 R$ 48.831,78 R$ 49.737,24 R$ 50.578,85 R$ 51.443,35 R$ 52.310,60 R$ 55.145,55 R$ 56.255,27 R$ 57.364,99
RECEITA R$ 13.765,09 R$ 23.120,34 R$ 19.587,54 R$ 23.843,23 R$ 24.539,94 R$ 22.171,31 R$ 24.781,40 R$ 26.225,60 R$ 27.669,80 R$ 29.114,00 R$ 30.558,20 R$ 32.002,40
LUCRO/PREJUÍZO -R$ 32.788,55 -R$ 35.105,03 -R$ 31.438,77 -R$ 26.967,31 -R$ 24.291,84 -R$ 27.565,93 -R$ 25.797,45 -R$ 25.217,75 -R$ 24.640,80 -R$ 26.031,55 -R$ 25.697,07 -R$ 25.362,59
Nestes demonstrativos são incluídos os valores apresentados nas tabelas acima, de forma a
analisar os dados, juntamente com auxílio do Fluxo de Caixa. Neste caso, em especial, a
empresa começou a operar no mês de março, demonstrando resultado até o mês de setembro.
Como dados são de apenas seis meses e, ao final, para a produção de um demonstrativo
consolidado foi preciso projetar mais seis meses, os dados obtidos de abril a setembro de 2017
foram trazidos para janeiro a junho de 2017 e as projeções, que foram de outubro de 2017 a
março de 2018, foram trazidos para julho a dezembro de 2017, a fim de encerrar um ano civil.
Após este ajuste, foi possível conceber um demonstrativo consolidado do ano atual, conforme
demonstrado abaixo:
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Consolidado abr-set
Receita R$ 127.027,45
- Imposto sobre Vendas -R$ 3.881,63
- CMV -R$ 84.884,19
- Custos Fixos -R$ 58.144,20
Resultado Operacional -R$ 19.882,57
- Despesas Variáveis -R$ 10.163,59
- Despesas Fixas -R$ 148.253,94
Lucro/Prejuízo -R$ 178.300,10
cons. Out/2017-mar/2018
Receita R$ 170.351,40
- Imposto sobre Vendas -R$ 5.110,54
- CMV -R$ 112.159,36
- Custos Fixos -R$ 58.144,20
Resultado Operacional -R$ 5.062,70
- Despesas Variáveis -R$ 13.628,11
- Despesas Fixas -R$ 134.056,40
Lucro/Prejuízo -R$ 152.747,21
DRE - Ano 1
Receita R$ 297.378,85
- Imposto sobre Vendas -R$ 8.992,17
- CMV -R$ 197.043,55
- Custos Fixos -R$ 116.288,40
Resultado Operacional -R$ 24.945,27
- Despesas Variáveis -R$ 23.791,70
- Despesas Fixas -R$ 282.310,34
Lucro/Prejuízo -R$ 331.047,32
Visto que a empresa opera há poucos meses e os dados adquiridos equivalem somente aos seis
primeiros meses onde há uma deficiência nas demonstrações no que diz respeito ao CMV, como
dito anteriormente neste trabalho, foram criados três cenários, cada um deles levando em
consideração uma participação do CMV na receita.
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Para identificar o valor do CMV em relação à receita, primeiro foi calculada a relação entre
impostos sobre vendas e a receita, dado da seguinte forma:
impostos sobre vendas de Abr impostos sobre vendas de maio impostos sobre vendas de setembro
( + + ... + )
Receita de abr Receita de maio Receita de setembro
= 0,03
6
Para o cálculo da relação Despesas Variáveis pela Receita, utilizou-se o montante consolidado
do primeiro semestre, dado pela fórmula:
Após esta verificação, foi possível calcular a margem de lucro, utilizando a fórmula:
Este valor, referente à proporção do CMV, é dado apenas por dois meses, já que os produtos a
granel não estão sendo contabilizados para esta apuração. Por este motivo, acredita-se que, a
partir do momento em que forem computados estes produtos, ocorra uma diminuição
significativa da participação do CMV na receita. Tendo isso como ponto norteador, foram
criados três cenários: o primeiro utilizando esta participação de 0,6584 encontrada nesta
fórmula; o segundo cenário é baseado em uma expectativa de que esta participação caia em até
20 pontos percentuais, atingindo 0,4584. Já no terceiro e último cenário, a análise será realizada
a partir do ponto de vista de que a redução do CMV pode ser o fator chave para que o
investimento inicial se iguale às entradas de caixa dos três anos seguintes. A questão a ser
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respondida seria qual o valor necessário deste custo (CMV) para que a empresa recupere seu
investimento inicial no ano 3?
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5 CENÁRIOS POSSÍVEIS
5.1. Cenário 1
No primeiro cenário, utilizou-se os dados reais do primeiro semestre somado às projeções para
o segundo semestre. Neste caso é possível identificar e demonstrar o prejuízo do primeiro ano
e o montante necessário para que, no segundo ano, a empresa consiga alcançar o seu ponto de
equilíbrio. No terceiro ano foi calculado o montante de receita que seria necessário para que
houvesse a recuperação do investimento inicial.
Como alguns dados são apresentados de acordo com a realidade do negócio, estes serão base
para o cálculo de todos os cenários.
5.1.1 Ano 1
Primeira informação considerada, foi a margem de lucro (calculada na sessão 4.9), de 0,2316 e
o CMV de 0,6584.
Neste ano já se sabe que houve um prejuízo de R$ 331.047,32, de acordo com a DRE do ano 1.
5.1.2 Ano 2
Já no ano 2, o ideal seria que fosse alcançado o ponto de equilíbrio, e para que a empresa atinja
este objetivo, ou seja, que sua receita cubra seus custos e despesas, com lucro zero, seria
necessária uma receita bruta anual de R$ 1.721.065,37, ou R$ 143.422,11 mensais. Estes dados
foram alcançados através da seguinte fórmula:
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Lembrando que foram considerados, para os custos e as despesas fixas, os mesmos valores do
primeiro ano, já que são fixos.
5.1.2 Ano 3
No ano 3, o cálculo foi baseado na ideia de quanto seria necessário para que a empresa
conseguisse recuperar o seu investimento inicial e, para alcançar este resultado, a seguinte ideia
foi utilizada:
E, para descobrir a receita necessária para que isto pudesse ocorrer, utilizou-se da fórmula:
Por isso, como já dito neste trabalho, a variável de ajuste será o CMV, visto que foi onde se
obteve maior deficiência, devido à falta de apuração pela contabilidade da empresa e o segundo
cenário baseou-se numa participação mais favorável do CMV em relação à receita.
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5.2 Cenário 2
Para que fosse possível estabelecer um novo cenário, foi utilizada uma taxa menor de CMV,
pois o valor a princípio utilizado pode estar superestimado, visto que os produtos a granel não
estão sendo contabilizados e, quando for feito esta contabilização, poderá reduzir a proporção
do CMV em relação à receita. Por este motivo, para o segundo cenário, foi utilizada a taxa de
0,4584, para que se possa verificar o comportamento das projeções dos anos seguintes.
De acordo com o SEBRAE (2017), as vendas de alimentos naturais avançaram, nos últimos
cinco anos, uma taxa média anual de 12,3%. Por isto, tanto para este cenário quanto para o
próximo, foi feita a hipótese de um crescimento na receita de 10% no segundo ano e de 20%
no terceiro ano.
Como a participação do CMV na receita foi reduzida para 0,4584, fez-se necessário alterar,
também, a fórmula para identificação da margem de lucro, que resultou num aumento para
0,4316. Veja abaixo como o cálculo foi realizado:
5.2.1 Ano 1
Com a margem de lucro de 0,4316, para o primeiro ano, supõe-se que a empresa alcance o
ponto de equilíbrio. Qual volume de receita seria necessário para que isto ocorresse?
Para responder a esta pergunta, considerou-se os custos e despesas fixas e a margem de lucro,
utilizando a fórmula abaixo para identificar o volume de receita.
398.598,74
Receita = = R$ 923.537,40
0,4316
Receita = CV + CF
CV + CF = Ct
Onde:
CV = (0,03 + 0,08 + 0,4584) . X
X = Receita
CF = 398.598,74
Após demonstrados todos os cálculos, pode-se verificar que, para que a empresa alcance, no
ano 1, seu ponto de equilíbrio, seria necessário uma receita anual de R$ 923.537,40 ou R$
76.961,45 mensais.
5.2.2 Ano 2
Neste ano, foi suposto um aumento de 10% na receita, em relação ao ano 1, para que a receita
fosse capaz de cobrir os custos e gerasse, ao menos, algum lucro.
Neste caso, tem-se que a receita anual subiria para R$ 1.015.891,14 no segundo ano, ou R$
84.657,59 mensais, resultando num lucro de R$ 39.859,87 no ano, porém não recuperando o
I.I.
31
5.2.3 Ano 3
No ano 3, foi projetado um aumento de 20% da receita em relação ao ano 2, a fim de avaliar se,
com esta variação, o I.I. seria recuperado.
Pode-se verificar que, neste segundo cenário, não é possível recuperar o payback no terceiro
ano, pois o lucro resultante seria de R$ 127.551,59, totalizando um lucro acumulado no terceiro
ano de R$ 167.441,47.
5.3 Cenário 3
A proposta neste cenário foi: identificar o percentual do CMV adequado para que a loja
recuperasse seu I.I., impreterivelmente, no terceiro ano de operação.
Supondo que o valor total da receita do primeiro ano seja de R$ 923.537,40, assim como foi no
primeiro ano do cenário anterior, e verificando que, com a possível alteração do CMV, há
também a alteração da margem de lucro, assim como dos Ct, devido a alteração dos custos e
despesas variáveis, os cálculos para cada cenário seriam como descritos abaixo.
5.3.1 Ano 1
Mantendo-se o valor da receita nos 3 anos, como no cenário anterior, e subtraindo os demais
custos como proporção da receita, juntamente com os custos e despesas fixos, foi possível
identificar que a proporção do CMV em relação à receita que permitiria a recuperação do
investimento inicial no terceiro ano era 0,4028. O uso dessa participação permite obter o lucro
associado a cada ano, conforme se pode verificar nos cálculos seguintes.
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Com esses dados, pode-se calcular o lucro do primeiro ano, subtraindo da receita, o valor do
Ct, que resultou em um montante de R$ 51.348,68 no ano.
5.3.2 Ano 2
Supondo que houve um aumento de 10% na receita, em relação ao ano anterior, o Ct foi
recalculado, com base na esta receita e, consecutivamente, o lucro no ano 2.
Assim, como o Lucro é resultante da subtração de Receita menos o Custo total, no ano 2 foi
obtido um lucro de R$ 96.343,68.
5.3.3 Ano 3
Logo, para identificação do lucro, tem-se que: Receita – Ct = Lucro, obtendo, assim, um lucro
de R$ 195.331,87.
Para identificar se o I.I. foi recuperado, deve somar o lucro dos três anos deste cenário, que gera
um montante de R$ 343.024,23, o que supera ligeiramente o valor do I.I. e demonstra que, com
esta taxa de CMV, é possível recuperar este investimento no terceiro ano.
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Os Fluxos de Caixa (FC) dos cenários criados, são realizados a partir de seus valores de entradas
e saídas de caixa, pois nesta empresa não possui nenhum dado a respeito de depreciação. Segue,
abaixo, os FCs dos três cenários criados:
Cenário 1
Ano 1 Ano 2 Ano 3
Investimento
Inicial -R$ 342.794,78
Cenário 2
Ano 1 Ano 2 Ano 3
Investimento
Inicial -R$ 342.794,78
Cenário 3
Ano 1 Ano 2 Ano 3
Investimento
Inicial -R$ 342.794,78
6.2 Payback
Como dito na revisão teórica, este método consiste em calcular o tempo necessário que se leva
para que o investidor recupere seu investimento inicial.
No caso do cenário 2, é possível identificar que o payback está acima de 3 anos, pois mesmo
que no ano 2 do segundo cenário houvesse lucro, não foi o suficiente para a recuperação do I.I.
Este cenário pode parecer pouco provável de se concretizar, porém é uma forma de demonstrar
que a recuperação do I.I. depende quase que exclusivamente do valor do CMV, pelo menos
para uma melhor análise.
O resultado atual da empresa está muito abaixo do que seria esperado por qualquer empresário
que abra seu próprio negócio, porém há uma série de fatores que contribuem para os elevados
custos desta loja em especial, como a localização da mesma, que se encontra em um dos bairros
mais valorizados da cidade do Rio de Janeiro. Outro fator a ser considerado é que a loja está há
apenas alguns meses em operação, e, com isso, os custos são elevadíssimos, para que funcione
dentro dos paradigmas legais. Há também, no primeiro ano, a criação do montante de estoque,
o que eleva o passivo nos primeiros meses, mas tende a ser normalizado com a sua reposição
nos meses seguintes.
Mesmo com estes pontos específicos levantados, vale lembrar que a metodologia do payback
não é suficiente para análise de viabilidade do investimento, mas útil para demonstrar o tempo
do retorno deste.
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Neste trabalho foi utilizada para custo de capital, uma taxa de desconto de 6% ao ano, que seria
a taxa de oportunidade caso o valor do investimento permanecesse na poupança (onde ele estava
aplicado antes da abertura do negócio).
No primeiro cenário o valor encontrado para VPL, foi negativo em -R$89.332,75, o que mostra
que, neste primeiro momento, o projeto não deveria ser aceito, visto que há diferença negativa
entre retorno e valor do investimento inicial. Porém vale lembrar que a loja está em operação
há menos de um ano e, por isso, os custos e despesas são bem elevados, o que é natural. Mesmo
sendo negativo, este valor deve ser visto com cautela, já que a receita prevista, especialmente
para o terceiro ano, encontra-se superestimada, já que o objetivo era reaver o valor do
investimento em 3 anos (payback).
Já no terceiro cenário, o valor de VPL ainda foi negativo, porém melhor do que no cenário
anterior, o que indica a possibilidade de reversão da situação nos próximos anos, desde que a
relação CMV/Receita fique abaixo de 0,4028.
A TIR , como já definida acima, é a taxa de desconto que iguala as entradas com as saídas de
caixa, ou fluxos de caixa futuros com custo do investimento inicial.
Nos 2 primeiros cenários, assim como o VPL foi negativo, também não foi possível calcular a
TIR. Porém, já no cenário 3, mesmo com o VPL negativo, este cálculo foi possível, resultando
numa TIR de 0,0277% ao ano, ainda muito aquém da taxa de desconto de 6% ao ano.
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7. CONCLUSÕES
Baseando-se nos resultados encontrados, o estudo mostrou que, a princípio, neste primeiro ano,
o negócio não é viável ou lucrativo, apresentando apenas prejuízos nos meses os quais esteve
em operação. Percebeu-se também uma deficiência na contabilização do CMV, o que reduz a
confiabilidade nos dados obtidos, e impossibilita uma análise mais acurada da viabilidade do
negócio.
Sabe-se que é natural que os novos negócios não apresentem lucro no primeiro ano, porém o
ideal é que a receita consiga, ao menos, cobrir as despesas para que a loja continue em operação,
ou que haja uma previsão para quando isso possa ocorrer, de preferência, até o segundo ano,
porém isso não vem ocorrendo.
Sabe-se que estes cenários, como dito algumas vezes ao longo das demonstrações dos cálculos,
foram baseados em suposições a respeito do CMV, já que o mesmo não está sendo apurado
devidamente e interfere diretamente nos custos, podendo aumentá-los ou diminuí-los, o que
dificulta a obtenção de um resultado da empresa mais preciso. Por isso, o ideal seria realizar
uma apuração e adequar o resultado aos cálculos demonstrados neste trabalho. Desta forma,
poder-se-ia ter uma avaliação mais realista a respeito da viabilidade do negócio.
Quanto à abertura de uma nova loja, recomenda-se aguardar até que se tenha uma avaliação
mais realista da situação da loja atual.
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BIBLIOGRAFIA
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GIL, A. (2002). Como Elaborar Projetos de Pesquisa (4ª ed.). São Paulo: ATLAS.
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MARCONI, M. d., & LAKATOS, E. (2003). Fundamentos de Metodologia Científica (5º ed.).
São Paulo: ATLAS.
39
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ATLAS.
ROSS, S. A., WESTERFIELD, R. W., JORDAN, B. D., & LAMB, R. (2013). Fundamentos de
Administração Financeira (9º ed.). Porto Alegre: AMGH Editora.