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cbc,+XXIICongresso Artigo 0281
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Resumo:
Resumo
1 INTRODUÇÃO
O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB- International
Accounting Standards Board) emite um conjunto de normas contábeis que estão em
conformidade com as exigências do mercado mundial, as Normas Internacionais (IFRS)
tem sido difundidas gradativamente nos mais diversos lugares do mundo. No que se
relaciona a Propriedade para Investimento, a IAS 40 (2011), pontua que esta norma tem
como objetivo prescrever o tratamento contábil, referente as propriedades para
investimento e as respectivas premissas para divulgação. No entanto,
internacionalmente existe uma grande discussão acerca da forma de mensuração após o
reconhecimento inicial, a entidade pode optar pelo método de valor justo ou o método
de custo.
De forma semelhante, o CPC 28 (2009) permite que as empresas façam a
escolha entre as duas formas de mensuração, o valor justo e o método de custo. O
primeiro se refere ao valor que seria negociado entre partes conhecedoras do mercado e
em uma operação não forçada, o segundo se refere ao valor inicialmente despendido
para a aquisição do terreno e ou edifício. Concessão (2009) ressalta que em um estudo
realizado pela comissão Européia em 2007, foi constatado que grande parte das
empresas utilizaram o custo histórico como forma de mensuração.
Fields, Lys e Vincent (2001) afirmam que muitas escolhas contábeis, estão
relacionadas a comportamentos oportunísticos, Governança Corporativa, desempenho
da firma, dentre outros fatores que podem influenciar na opção entre a utilização do
valor justo e do custo histórico. Costa, Silva e Laurencel (2013) ressaltam que essas
XXII Congresso Brasileiro de Custos – Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 11 a 13 de novembro de 2015
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Escolhas Contábeis
O crescente desenvolvimento da contabilidade, sobretudo com a padronização
das normas internacionais,percebe-se a ascendência de estudos acerca do impacto
causado pela escolha de um método contábil em detrimento de outro. Como exemplo
podemos destacar as pesquisas que tratam sobre: (i) a relevância das informações
contábeis, (ii) reflexos no custo de capital no capital da entidade, e (iii) a
comparabilidade das informações de natureza contábil (COSTA, SILVA E
LAURENCEL, 2013).
Watts (1992) considera as escolhas contábeis como a principal teoria sobre o
estudo da contabilidade. Segundo o autor, o não entendimento das variações da
contabilidade implicará na falta de fornecimento de entendimento para a comunidade
acerca da ciência contábil como um todo.
Já Holthausen e Leftwich (1983) estabelecem que as escolhas contábeis pautadas
em decisões relacionadas aos fluxos de caixa ou instrumentos que os usam, afetam
diretamente a economia.
Dentre as pesquisas realizadas em âmbito nacional, Martinez (2009) analisou o
impacto das empresas do Novo Mercado de Governança Corporativa e auditadas por
uma Big Four , se e um parecer com ressalva da auditoria acarretaria um possível
gerenciamento de resultados utilizando escolhas contábeis e decisões operacionais. Em
seus principais resultados observou-se que: (i) a ressalva da auditoria corrobora na
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2012). Em contrapartida existem autores como Ristea e Jianu (2010) que afirmam que o
valor justo oferece informações mais completas acerca do valor real dos elementos de
uma empresa atendendo o princípio da transparência.
Tratando da mensuração pelo método de custo, Hendriksen e Van Breda (1999)
relatam que “a principal vantagem do custo reside no fato de ser verificável: é o preço
de uma transação realizada”. Em contrapartida, os mesmos autores atentam ao fato de
que o valor do ativo de uma empresa pode variar no decorrer do tempo, tornando este
método de mensuração inconsistente com a realidade da entidade.
Pesquisas realizadas no contexto nacional após a adoção do CPC 28 evidenciam
que algumas empresas têm utilizado o método de valor justo e outras o método de custo.
Ao analisar 65 empresas listadas na Bovespa no exercício de 2010 que possuíam
propriedades para investimento, e aplicando testes não paramétricos nas variáveis:
Investimento/Ativo Total; Receitas com Alugueis/Receita Total; Alavancagem; ROA e
ROE, comparando-se ao método de avaliação das propriedades, Batista, Prado e Bonoli
(2012) identificaram que a variável Investimento/Ativo apresentou diferença
significativa demonstrando que o valor justo foi escolhido pelas empresas que possuem
mais propriedades para investimento em relação ao seu ativo total e por tal motivo tem
o intuito de divulgar um valor real que atenda as perspectivas do mercado e suas
necessidades.
Andrade, Silva e Malaquias (2013) investigaram as escolhas de 39 empresas de
diversos setores listadas na BM&FBovespa após a adoção do CPC 28. Para tanto, foi
utilizada a análise de regressão logística e constatou-se que o método de custo é o mais
utilizado pelas empresas, e que nenhuma das variáveis (tamanho da empresa,
endividamento, valor justo, governança corporativa e ROE) usadas na regressão obteve
relação significativa com as escolhas das companhias’. Conforme os autores, não houve
evidências significativas das escolhas contábeis para gerenciamento de resultados.
O IAS 40 (2009), traz que a entidade, no caso de uso superior de seu ativo
diferido do seu uso atual, deve expor as considerações em que conduzem essa condição,
apresentando as evidenciações quantitativas, tornando a qualidade da informação uma
prioridade sob a concepção do usuário.
Após as escolhas dos métodos (Valor Justo ou Custo) em seu registro inicial, o
Pronunciamento traz que o Valor Justo deve ser avaliado preferencialmente, ou seja,
mesmo que a entidade escolha o método de custo, ela deve divulgar em seu balanço
patrimonial a propriedade para investimento com o valor justo (CPC,2009).
3 METODOLOGIA
3.1 Classificação da Pesquisa
Com relação aos objetivos desta pesquisa, estes se caracterizam como sendo
descritivos, pois têm como objetivo investigar se companhias de capital aberto
brasileiras listadas na BM&FBOVESPA estão evidenciando as informações referentes a
propriedade para investimento conforme regulamentado pelo CPC 28. As pesquisas
descritivas, objetivam descrever características relacionadas a amostras (GIL, 1999).
No que se refere a abordagem para a análise dos dados, essa pesquisa é de
caráter qualitativo, pois tem como intuito conhecer e evidenciar como as empresas estão
realizando as evidenciações referentes a propriedade para investimento e ainda como
estão divulgando essas informações (RICHARDSON, 1999). Quanto aos procedimentos
técnicos para coleta de dados, esse estudo caracteriza-se como documental por utilizar
as Demonstrações Financeiras das empresas listadas em 2012, 2013 e 2014 na
BM&FBOVESPA (SILVA, 2003).
Após as verificações gerais, as empresas que optam pela avaliação a Valor Justo,
devem divulgar informações específicas, como estabelecidas pelo CPC 28. Para tal,
foram elaborados os quadros 7, 8, e 9, que possuem as premissas especificas para essa
forma de avaliação, o quadro abaixo apresenta a legenda com as variáveis especificas
desse Método.
Construção e transporte 66 6 5 1 6 0 3 4 6 0 0 1
Consumo Cíclico 62 6 3 3 6 0 1 4 4 0 0 0
Consumo não Cíclico 38 3 3 0 3 0 0 2 2 0 0 1
Financeiro e Outros 136 20 12 8 20 0 4 10 18 0 0 1
Materiais Básicos 36 3 2 1 3 0 0 1 1 1 1 0
Não Classificado 13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Petróleo Gás e Bicombustíveis 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Tecnologia da Informação 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Telecomunicações 8 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0
Utilidade Pública 70 7 3 4 6 0 0 3 1 0 0 0
Total 479 52 31 21 51 0 12 27 38 1 1 3
Não Big four 133 12 8 4 12 0 4 5 10 1 1 1
Big four 346 40 23 17 39 0 8 22 28 0 0 2
Total 479 52 31 21 51 0 12 27 38 1 1 3
Fonte: Dados da pesquisa
E do total de empresas que possuem PPI e optaram pelo valor justo em 2012,
cerca de 45% das empresas foram auditadas pelas quatro maiores empresas de auditoria
do mundo. As empresas auditadas por Não Big Four proporcionalmente evidenciaram
mais critérios, do que as auditadas por Big Four.
Quadro 8 – Premissas Especificas Valor Justo a serem Divulgadas pelas Empresas em 2013
VJ7
Setores VJ1 VJ2 VJ3 VJ4 VJ5 VJ6
VJ7.1 VJ7.2 VJ7.3
Bens Industriais 3 3 3 3 0 0 0 0 0
Construção e transporte 4 4 4 2 0 0 0 0 0
Consumo Cíclico 3 2 1 1 0 0 0 0 0
Consumo não Cíclico 3 3 3 0 0 0 0 0 0
Financeiro e Outros 13 12 13 5 0 0 0 0 0
Materiais Básicos 2 2 1 1 0 0 0 0 0
Não Classificado 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Petróleo Gás e Bicombustíveis 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Tecnologia da Informação 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Telecomunicações 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Utilidade Pública 3 2 1 0 0 0 0 0 0
Total 31 28 26 12 0 0 0 0 0
Não Big four 8 8 7 5 0 0 0 0 0
Big four 23 20 19 7 0 0 0 0 0
Total 31 28 26 12 0 0 0 0 0
Fonte: Dados da pesquisa
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
As empresas de capital aberto brasileiras que possuem propriedade para
investimento, devem divulgar as suas demonstrações financeiras em conformidade com
as regulamentações especificadas no CPC 28, no entanto as companhias passam por um
período de adaptação e aprendizado, isso, pôde ser constatado a partir dos resultados e
análises neste estudo, que teve como objetivo investigar se companhias de capital
XXII Congresso Brasileiro de Custos – Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 11 a 13 de novembro de 2015
5 REFERÊNCIAS
BATISTA, F. F.; PRADO, A. G. S.; BONOLI, E.L. Avaliação das propriedades para
investimento: Uma análise dos fatores que influenciam na decisão entre valor justo
e modelo de custo. In: CONGRESSO USP DE CONTROLADORIA E
CONTABILIDADE, 12., São Paulo –SP , 2012. São Paulo, 2012. 18 p.
RISTEA, M.; JIANU, I..Dynamics of the Fair Value in Accounting. Scientific Annals
of the Alexandru Ioan Cuza University of Iasi: Economic Sciences Series (2010). p.
69-81. 2010.