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Critério de avaliação

Indicadores Pontuação

Formatação, ABNT e citações 0,25

Resposta ao que é solicitado na questão 0,75

Entendimento acerca do conteúdo estudado 1,0

Pontuação máxima 2,0

ESCRITA E REFLEXÃO - 2024/1

REFERENTE ÀS UNIDADES 1 e 2
Professor: André Luiz Bernardo Storino - Disciplina: Filosofia

Olá!!!
Você está convidada/o a participar de uma atividade de Escrita e Reflexão, que vale 2 pontos, em que
deverá expor o seu conhecimento sobre assuntos estudados nas Unidades 1 e 2. Lembrando que esta
é uma atividade individual, por isso cópias de textos da Internet e/ou de colegas de disciplina
configura plágio e acarretarão na nota zero, sem oportunidade de substituição de resposta. Conheça
os critérios avaliativos e seus respectivos pontos. Boa atividade!

Vamos conversar!!!!

MOMENTO 1: Convido você a escutar Ailton Krenak: “Ideias para adiar o fim
do mundo!”

https://www.youtube.com/watch?v=KylGDvhD-mM

Você deve ouvir até os primeiros 15 minutos para realizar esta atividade, mas ouça tudo se quiser
saborear essas ideias, essa outra forma de olhar e ver a vida!!!

Leia atentamente o texto o trecho abaixo:

O que aprendi ao longo dessas décadas é que todos precisam despertar, porque, se durante um
tempo éramos nós, os povos indígenas, que estávamos ameaçados de ruptura ou da extinção dos
sentidos das nossas vidas, hoje estamos todos diante da iminência de a Terra não suportar a nossa
demanda. Como disse o pajé yanomami Davi Kopenawa, o mundo acredita que tudo é mercadoria, a
ponto de projetar nela tudo o que somos capazes de experimentar. A experiência das pessoas em
diferentes lugares do mundo se projeta na mercadoria, significando que ela é tudo o que está fora de
nós. Essa tragédia que agora atinge a todos é adiada em alguns lugares, em algumas situações
regionais nas quais a política — o poder político, a escolha política — compõe espaços de segurança
temporária em que as comunidades, mesmo quando já esvaziadas do verdadeiro sentido do
compartilhamento de espaços, ainda são, digamos, protegidas por um aparato que depende cada vez
mais da exaustão das florestas, dos rios, das montanhas, nos colocando num dilema em que parece
que a única possibilidade para que comunidades humanas continuem a existir é à custa da exaustão
de todas as outras partes da vida.
A conclusão ou compreensão de que estamos vivendo uma era que pode ser identificada como
Antropoceno deveria soar como um alarme nas nossas cabeças. Porque, se nós imprimimos no planeta
Terra uma marca tão pesada que até caracteriza uma era, que pode permanecer mesmo depois de já
não estarmos aqui, pois estamos exaurindo as fontes da vida que nos possibilitaram prosperar e sentir
que estávamos em casa, sentir até, em alguns períodos, que tínhamos uma casa comum que podia ser
cuidada por todos, é por estarmos mais uma vez diante do dilema a que já aludi: excluímos da vida,
localmente, as formas de organização que não estão integradas ao mundo da mercadoria, pondo em
risco todas as outras formas de viver — pelo menos as que fomos animados a pensar como possíveis,
em que havia corresponsabilidade com os lugares onde vivemos e o respeito pelo direito à vida dos
seres, e não só dessa abstração que nos permitimos constituir como uma humanidade, que exclui todas
as outras e todos os outros seres. Essa humanidade que não reconhece que aquele rio que está em
coma é também 23 o nosso avô, que a montanha explorada em algum lugar da África ou da América
do Sul e transformada em mercadoria em algum outro lugar é também o avô, a avó, a mãe, o irmão
de alguma constelação de seres que querem continuar compartilhando a vida nesta casa comum que
chamamos Terra.
O nome krenak é constituído por dois termos: um é a primeira partícula, kre, que significa
cabeça, a outra, nak, significa terra. Krenak é a herança que recebemos dos nossos antepassados, das
nossas memórias de origem, que nos identifica como “cabeça da terra”, como uma humanidade que
não consegue se conceber sem essa conexão, sem essa profunda comunhão com a terra. Não a terra
como um sítio, mas como esse lugar que todos compartilhamos, e do qual nós, os Krenak, nos
sentimos cada vez mais desraigados — desse lugar que para nós sempre foi sagrado, mas que
percebemos que nossos vizinhos têm quase vergonha de admitir que pode ser visto assim. Quando
nós falamos que o nosso rio é sagrado, as pessoas dizem: “Isso é algum folclore deles”; quando
dizemos que a montanha está mostrando que vai chover e que esse dia vai ser um dia próspero, um
dia bom, eles dizem: “Não, uma montanha não fala nada”.
Quando despersonalizamos o rio, a montanha, quando tiramos deles os seus sentidos,
considerando que isso é atributo exclusivo dos humanos, nós liberamos esses lugares para que se
tornem resíduos da atividade industrial e extrativista. Do nosso divórcio das integrações e interações
com a nossa mãe, a Terra, resulta que ela está nos deixando órfãos, não só aos que em diferente
graduação são chamados de índios, indígenas ou povos indígenas, mas a todos. Tomara que estes
encontros criativos que ainda estamos tendo a oportunidade de manter animem a nossa prática, a
nossa ação, e nos deem coragem para sair de uma atitude de negação da vida para um compromisso
com a vida, em qualquer lugar, superando as nossas incapacidades de estender a visão a lugares para
além daqueles a que estamos apegados e onde vivemos, assim como às formas de sociabilidade e de
organização de que uma grande parte dessa comunidade humana está excluída, que em última
instância gastam toda a força da Terra para suprir a sua demanda de mercadorias, segurança e
consumo. (KRENAK, p. 23-25)

Você pode acessar o livro na íntegra aqui: KRENAK, Ailton, Ideias para adiar o fim do mundo.
Companhia Das Letras.
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5727070/mod_resource/content/1/ideias-para-adiar-o-fim-
do-mundo-1-34.pdf
MOMENTO 2: Agora convido você a ler um trecho da reportagem de Carles
Geli no site El PAÍS.

Byung-Chul Han: “Hoje o indivíduo se explora e acredita que isso é realização”. O filósofo
sul-coreano, um destacado dissecador da sociedade do hiperconsumismo, fala sobre suas
críticas ao “inferno do igual”

Byung-Chul Han (Seul, 1959), um dos mais reconhecidos dissecadores dos males que
acometem a sociedade hiperconsumista e neoliberal depois da queda do Muro de Berlim. Livros como
A Sociedade do Cansaço, Psicopolítica e A Expulsão do Diferente reúnem seu denso discurso
intelectual, que ele desenvolve sempre em rede: conecta tudo, como faz com suas mãos muito abertas,
de dedos longos que se juntam enquanto ajeita um curto rabo de cavalo.
“No 1984 orwelliano a sociedade era consciente de que estava sendo dominada; hoje não
temos nem essa consciência de dominação”, alertou em sua palestra no Centro de Cultura
Contemporânea de Barcelona (CCCB), na Espanha, onde o professor formado e radicado na
Alemanha falou sobre a expulsão da diferença. E expôs sua particular visão de mundo, construída a
partir da tese de que os indivíduos hoje se autoexploram e têm pavor do outro, do diferente. Vivendo,
assim, “no deserto, ou no inferno, do igual”.
Autenticidade. Para Han, as pessoas se vendem como autênticas porque “todos querem ser
diferentes uns dos outros”, o que força a “produzir a si mesmo”. E é impossível ser verdadeiramente
diferente hoje porque “nessa vontade de ser diferente prossegue o igual”. Resultado: o sistema só
permite que existam “diferenças comercializáveis”.
Autoexploração. Na opinião do filósofo, passou-se do “dever fazer” para o “poder fazer”.
“Vive-se com a angústia de não estar fazendo tudo o que poderia ser feito”, e se você não é um
vencedor, a culpa é sua. “Hoje a pessoa explora a si mesma achando que está se realizando; é a lógica
traiçoeira do neoliberalismo que culmina na síndrome de burnout”. E a consequência: “Não há mais
contra quem direcionar a revolução, a repressão não vem mais dos outros”. É “a alienação de si
mesmo”, que no físico se traduz em anorexias ou em compulsão alimentar ou no consumo exagerado
de produtos ou entretenimento.

Você pode ler o artigo na íntegra. Disponível em:


https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/07/cultura/1517989873_086219.html
Se desejar aprofundar a leitura do filósofo, segue o livro: HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço.
Trad. Enio Paulo Giachini. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5000148/mod_resource/content/1/Sociedade%20do%20ca
nsa%C3%A7o.pdf

Ailton Krenak e Byung-Chul Han nos colocam questões emergenciais sobre a forma como
temos encarado nosso modo de viver, nossas relações humanas e sociais, com a natureza e sua
exploração, levando a um modo de exaustão de si mesmo e do planeta. Agora que já leu as
Unidades 1 e 2, chegou a hora de realizar a sua reflexão e aplicar os conhecimentos
adquiridos.

MOMENTO 3: O QUE FAZER? VOCÊ DEVE ESCOLHER UMA QUESTÃO


PARA RESPONDER, APENAS UMA.
1. Considerando as indagações que ouvimos e que o trecho do texto de Ailton Krenak
coloca, como a reflexão filosófica, enquanto disciplina curricular, pode trazer
contribuições para este debate, acerca de conceitos como humanidade e existência? Ao
apresentar a sua reflexão, destaque um trecho do material (Unidade 1 e/ou 2) que
corrobora o seu ponto de vista, no que tange a contribuição da filosofia nesse debate.

OU

2. O filósofo Byung-Chul Han aponta alguns dos problemas que a modernidade deve
enfrentar: o “explorar-se a si” como meta de realização pessoal levada à exaustão à
culpabilização; e as “diferenças comercializáveis”, o quê e quem pode existir como
diferente em um mundo que tudo transforma em mercadoria. Aponte como a reflexão
filosófica, enquanto disciplina curricular, pode trazer contribuições para este debate. Ao
apresentar a sua reflexão, destaque um trecho do material (Unidade 1 e/ou 2) que
corrobora o seu ponto de vista, no que tange a contribuição da filosofia nesse debate.

MOMENTO 4: COMO FAZER:

1. Coloque o NÚMERO da questão que escolheu para responder;


2. Faça uma reflexão, COM AS SUAS PALAVRAS, sobre o que pede a pergunta;
3. Além do seu texto autoral, coloque uma citação conforme solicitado no enunciado para
fundamentar a sua resposta. A citação deve ser do material estudado: Unidade 1 e/ou 2,
ou ainda de ambos os livros indicados;
4. Seu texto mais a citação, tudo, deve conter no MÁXIMO 300 palavras;
5. A citação deve ser colocada entres aspas, indicando a Unidade, o nome do texto e a página
utilizada. Exemplo: “Outros estudos e teorias aristotélicas também foram, e são, de extrema
relevância para o desenvolvimento de distintas áreas do conhecimento”. (Unidade 1,
Filosofia Grega, p. 8) Obs.: o critério de avaliação “Formatação, ABNT e citações” de valor
0,25 pontos será aplicada quanto a citação respeitar o modelo indicado;
6. Esta atividade NÃO PERMITE envio de PDF. Você pode digitar diretamente ou colar seu
texto no local indicado.
7. Sua atividade será avaliada conforme os critérios da tabela.

Fraternalmente, prof. tutor André Storino

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