ATOS CAPÍTULO QUATRO

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ATOS CAPÍTULO QUATRO

Esboço:

Perseguição, Oração, e Poder


Perseguição pelas Autoridades Judaicas (4: 1-4)
A Famosa Defesa de Pedro (4: 5-12)
A Resposta do Concílio (4: 13-22)
Uma Poderosa Reunião de Oração (4: 23-31)
A União da Comunidade Cristã (4: 32-37)

Perseguição, Oração, e Poder


Atos 4: 1-37

A primeira perseguição à igreja do Senhor está registrada em Atos capítulo 4. A despeito


da oposição que eles enfrentaram, os primeiros discípulos olharam com fé para Deus, e
continuaram pregando o Evangelho de Cristo. Deus honrou a fé e oração daqueles homens
abençoando a igreja em Jerusalém com poder, coragem, e união. Nossos corações deveriam ser
reavivados e encorajados enquanto lemos sobre como Deus, de maneira extraordinária e
milagrosa, abençoou e revestiu de poder ao seu povo naqueles dias.

Perseguição pelas Autoridades Judaicas (4: 1-4)

1. (Atos 4: 1) Enquanto Pedro estava pregando o Evangelho e explicando a cura do homem


coxo no Templo, as autoridades Judaicas prenderam Pedro e João e os colocaram na prisão
naquela noite. Muitas vezes aqueles cujos corações se endurecem contra o Evangelho, não
somente não querem ouvir, como também não querem deixar que outros ouçam. As autoridade
Judaicas sabiam que se o povo recebesse a mensagem que Pedro estava pregando, a sua
“respeitável religião” de cerimônias e tradições cairia em descrédito.

2. (Atos 4: 2-3) Os líderes da perseguição eram os Saduceus. Eles formavam um grupo do


partido mais aristocrata, rico, e poderoso que havia em Jerusalém. Eram também os mais liberais
em se tratando do ponto de vista de sua religião. Os Saduceus não criam na ressurreição ou na
imortalidade da alma, por isso ficaram transtornados quando Pedro anunciou em Jesus “a
ressurreição dentre os mortos”. Os liberais sempre criticaram ou criticarão a pregação genuína
do Evangelho. Os Saduceus doeram-se muito pelo fato de que o povo Judeu estivesse ouvindo a
verdade do Evangelho. As circunstâncias e a oposição que os primeiros discípulos enfrentaram
não é diferente daquela que enfrentamos em nossos dias. Eles eram oprimidos e perseguidos pelo
governo assim como pela poderosa máquina da religião da época. O clima político e religioso na
América moderna cada vez mais se mostra contrário ao ensino moral e espiritual do cristianismo
autêntico. Os humanistas seculares juntaram suas mãos com os liberais religiosos num esforço
maligno de tentar representar o Cristianismo autêntico. Se Deus deu à igreja primitiva a coragem
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para permanecer firme contra a oposição da época, então, igualmente hoje, Ele certamente pode
dar poder aos Cristãos e às igrejas do Senhor.

3. (Atos 4: 4) Enquanto os principais dos Judeus buscavam atrapalhar e impedir a pregação


dos apóstolos, a igreja continuou a crescer e prosperar. A perseguição tem provado ser uma
benção ao invés de uma maldição na vida do povo de Deus. A perseguição é uma oportunidade
para o mundo ver aquilo o povo de Deus realmente é, e como reage diante das provações mais
ferrenhas. Durante a Inquisição Espanhola, quando o Catolicismo Romano se encontrava no
apogeu de suas perseguições, alguém cunhou a seguinte frase: “o sangue dos mártires é a
semente da igreja”, dando a entender que as perseguições normalmente redundavam em
conversões.

4. Jesus advertiu aos seus discípulos que eles sofreriam perseguições, sendo assim, o que
ocorreu em Atos capítulo 4 é o cumprimento daquilo que Jesus profetizou em Mateus 10: 17-18,
que diz: “Acautelai-vos, porém, dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos
açoitarão nas suas sinagogas. E sereis até conduzidos à presença dos governadores, e dos
reis, por causa de mim, para lhes servir de testemunho a eles, e aos gentios”. Pedro e João
provavelmente estavam felizes pelo fato de serem perseguidos, pois era assim que Jesus lhes
ensinara a reagir em Mateus 5: 10-12, que diz: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição
por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando
vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha
causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim
perseguiram os profetas que foram antes de vós”.

A FAMOSA DEFESA DE PEDRO Atos 4: 5-12

1. (Atos 4: 5-7) As autoridades Judaicas se reuniram no dia seguinte a fim de investigarem


Pedro e João. Uma das funções do Sinédrio era julgar assuntos de cunho religioso. Foi por isso
que eles perguntaram em que nome e autoridade aquele homem coxo havia sido curado. Aqueles
líderes religiosos eram provavelmente um bando de lobos ferozes, ainda que Pedro e João não
declinaram em nenhum momento de suas convicções, ou seja, de que o Cristo ressuscitado era o
responsável pela cura gloriosa e perfeita saúde do homem coxo.

2. (Atos 4: 8) O Espírito Santo encheu a Pedro e lhe deu as palavras certas para responder
àqueles homens, assim como Jesus havia prometido em Mateus 10: 19-20. Deus concedeu a
Pedro grande coragem para testemunhar e pregar a Cristo diante do tribunal religioso mais
importante daqueles dias. Não devemos temer a face dos homens ou suas ameaças. Devemos
confiar no Senhor e saber que somos mais do que vencedores sob a liderança do capitão da nossa
salvação, o Senhor Jesus Cristo.

3. (Atos 4: 9-10) Pedro imediatamente responde que a cura do homem coxo foi uma obra
feita no nome e no poder do Senhor Jesus Cristo. Aquele que seus ouvintes haviam crucificado,
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Deus pelo seu poder o ressuscitou dentre os mortos, e agora estava vivo. Pedro corajosamente
proclamou que o Senhor Jesus Cristo era o responsável pelo milagre que eles testemunharam no
dia anterior. Pedro estava colocando sal na ferida. A simples menção do nome de Jesus de
Nazaré deve ter perfurado o coração do concílio. Este mesmo concílio havia falsamente acusado,
e condenado à morte por crucificação, o Senhor Jesus Cristo. Agora Pedro estava dizendo a eles
que Cristo estava vivo e operando milagres. O Sinédrio, que sem dúvida havia visto
anteriormente aquele homem coxo antes da cura, agora podia vê-lo completamente são diante do
concílio.

4. Em Atos 4: 11 Pedro refere-se a Jesus Cristo como a pedra que os edificadores rejeitaram,
a qual foi posta por cabeça de esquina, citando assim o Salmo 118: 22. As autoridades judaicas
religiosas sabiam muito bem a que Pedro estava se referindo. Eles eram considerados como
experts nas Escrituras do Velho Testamento. Moisés, Davi, Isaías, e Daniel haviam profetizado e
feito menção do Messias como a Pedra, ou a Rocha de Deus. Deuteronômio 32: 4, 18, 31,
declara: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos justos são;
Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é. Esqueceste-te da Rocha que te
gerou; e em esquecimento puseste o Deus que te formou. Porque a sua rocha não é como a
nossa Rocha, sendo até os nossos inimigos juízes disto”. Salmo 18: 2 declara: “O SENHOR é
o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em
quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio”. Isaías 28: 16
declara: “Portanto assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, uma
pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que
crer não se apresse”. Daniel 2: 34 declara: “Estavas vendo isto, quando uma pedra foi
cortada, sem auxílio de mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os
esmiuçou”. Pedro corajosamente estava condenando o tribunal religioso mais poderoso daquela
época como sendo os edificadores que rejeitaram a principal Pedra de esquina apontada por
Deus, o fundamento da salvação.

5. Pedro termina a sua defesa em Atos 4: 12 declarando que Jesus Cristo não somente era a
Pedra, mas também o único Salvador. Que choque esta declaração não deve ter causado nos
membros do Sinédrio! A salvação não pode ser obtida pela lei ou pelas obras, mas somente em
Cristo. Pedro claramente declara para aqueles homens que se eles quisessem ser salvos de seus
pecados, então deveriam submeter-se ao nome de Jesus Cristo e confiar somente nEle para a
salvação. Se alguém confia verdadeiramente neste verso, então fica muito claro que outros meios
e métodos religiosos, que prometem salvação, são totalmente falsos. Deixe-me ser mais claro
neste ponto. Não há outros meios ou métodos de salvação. A salvação que vem de Deus não está
baseada em mérito humano, sinceridade, desempenho religioso, cerimônias, ou ordenanças.
Ninguém pode obter o perdão dos seus pecados, escapar do Lago de Fogo, ou entrar no lar
celestial sem a fé salvadora que somente encontramos em Jesus Cristo. Jesus claramente
declarou: “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim”
(João 14: 6). Há somente um nome que tem o poder de libertar os homens da escravidão, da
culpa, da condenação, e do poder do pecado, ou seja, o nome de Jesus Cristo. O profeta Isaías fez
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uma declaração similar ao dizer: “Anunciai, e chegai-vos, e tomai conselho todos juntos;
quem fez ouvir isto desde a antiguidade? Quem desde então o anunciou? Porventura não
sou eu, o SENHOR? Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não há além
de mim. Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus,
e não há outro” (Isaías 45: 22). Pedro havia pregado claramente a mensagem da salvação ao
apelar às Escrituras do Velho Testamento, as quais o Sinédrio estava bem familiarizado.

A RESPOSTA DO CONCÍLIO Atos 4: 13-22

1. (Atos 4: 13) Os membros do concílio ficaram pasmados com a corajosa declaração de fé


feita por Pedro e João. Muitos homens tremeriam de medo se tivessem que enfrentar as maiores
autoridades religiosas de seu país. Mas Pedro e João eram resolutos e convictos da veracidade da
mensagem que estavam pregando. Oh, que Deus possa nos revestir da mesma convicção e
coragem que vemos nestes dois homens.

2. Os membros do concílio também ficaram maravilhados com o profundo conhecimento que


Pedro e João demonstraram das Escrituras do Velho Testamento. Eles estavam olhando para
homens iletrados, pescadores ignorantes, que ganhavam a vida pescando junto ao Mar da
Galileia. Pedro e João não passaram pela educação formal da escola dos Rabinos. Eles não eram
Escribas, nem alegavam ser doutores de religião. Eles eram homens que tiveram um
relacionamento genuíno com Jesus Cristo e eram cheios do Espírito Santo. Toda educação e
formação no mundo não podem qualificar um homem a ser um pregador. É o poder de Deus e a
unção do Espírito Santo que capacitam o pregador a pregar corajosamente a verdade de Deus,
sem qualquer vergonhar ou timidez!

3. Os membros do concílio observaram o fato de aqueles homens terem estado com Jesus e
que, em virtude disso, falavam com convicção e poder. Talvez eles se lembraram da ocasião em
que Jesus esteve na presença deles, não demonstrando nenhum temor, a despeito das ameaças e
falsas acusações feitas por este mesmo concílio. A comunhão e união com Cristo tem um poder
transformador. Se gastássemos mais tempo em comunhão e oração com o nosso Senhor
ressurreto, então os homens poderiam observar os mesmos resultados em nós, assim como o
concílio observou em Pedro e João. Haverá pouco poder, convicção, e coragem se não
dedicarmos tempo ao Senhor e à sua Palavra em oração. Esta é uma das chaves do poder
espiritual, liberdade, e vida frutuosa. II Coríntios 3: 17-18 declara: “Ora, o Senhor é Espírito; e
onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. Mas todos nós, com rosto descoberto,
refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória
na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”. Nossas vidas deveriam manifestar a luz e
o testemunho do nosso amado Senhor a todos os homens.

4. (Atos 4: 14) O concílio não estava somente perplexo por causa do testemunho de Pedro e
João, mas também pelo fato daquele homem que nunca havia andado, estar diante deles em
perfeita saúde. Eles não podiam negar o milagre que havia sido feito. Uma extraordinária
demonstração do poder de Deus que deixou aquele povo religioso boquiaberto!

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5. (Atos 4: 15-18) O concílio despediu a Pedro e João a fim de conversarem entre si. Eles
reconheceram que não tinham como negar aquela cura milagrosa. Eles também perceberam que
não poderiam permitir que o nome de Jesus Cristo fosse propagado, pois isso comprometeria a
sobrevivência da falsa religião deles. Então eles decidiram ameaçar os apóstolos, proibindo-os
veementemente de pregar o nome de Jesus! Como estes membros do Sinédrio eram tolos! Eles
pensaram que suas ameaças seriam suficientes para parar o avanço do Evangelho de Jesus Cristo.
Quando o homem é realmente convencido pela verdade de Deus, ele irá obedecer seus
mandamentos, a despeito das ameaças mais ferozes de perseguição feitas pelos inimigos de
Deus.

6. Pedro e João são trazidos novamente à presença do concílio e proibidos veementemente de


pregarem ou ensinarem no nome de Jesus Cristo. A famosa resposta de Pedro está registrada em
Atos 4: 19-20. Eles não poderiam obedecer à ordem do Sinédrio porque conflitava com a ordem
e comissão que receberam do Senhor Jesus Cristo antes da sua ascensão aos céus. Eles
respeitosamente rejeitaram obedecer à ordem do Sinédrio. Pedro e João não basearam a sua
decisão de desafiar ao Sinédrio perguntando: “Isto é seguro?”, ou “Isto é popular?”, mas ao invés
disso, disseram: “É justo?”. Eles acreditavam na necessidade e responsabilidade que havia sido
colocada sobre os seus ombros, pelo seu Senhor e Legislador Jesus Cristo, de pregar o
Evangelho a toda criatura. Por causa disso, eles deveriam continuar a pregar em Seu nome,
mesmo que isso significasse a prisão ou perda de suas vidas. Apocalipse 12: 11 descreve assim
os homens com tamanha coragem e convicção: “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e
pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte”.

7. (Atos 4: 21-22) O concílio ameaçou Pedro e João novamente, liberando-os em seguida,


pois não tinham evidências plausíveis para puni-los. O concílio também sabia que toda
Jerusalém tinha conhecimento do milagre, e glorificavam a Deus por isso. O Sinédrio, formado
por doutores religiosos, sacerdotes, e escribas, ficaram diante de um grande dilema. A mensagem
de um Cristo crucificado havia se espalhado e multidões estavam sendo salvas e proclamando
sua lealdade a Jesus ao serem batizadas em Seu nome.

UMA REUNIÃO DE ORAÇÃO E DEMONSTRAÇÃO DE PODER Atos 4: 23-31

1. (Atos 4: 23) É interessante observar a conduta de Pedro e João após serem soltos pelo
concílio de Judeus que os havia ameaçado e intimado a não pregar no nome de Jesus. Eles não
saíram e contrataram um advogado para representá-los. Porém, voltaram a se reunir com a igreja
e relataram o que havia ocorrido. Quando perseguições ou aflições surgem em nossas vidas, o
Senhor da igreja deve ser o lugar do nosso refúgio e proteção.

2. (Atos 4: 24) Quando a igreja ouviu o relatório de Pedro e João, eles imediatamente
alçaram suas vozes em fervente oração. Quando tempos de perseguição se levantam, nós
devemos recorrer imediatamente ao trono da graça, como Hebreus 4: 15 declara: “Cheguemos,
pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar
graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno”. A oração deles era muito semelhante
ao do rei Ezequias, que respondeu às ameaças de Rabsaqué, o porta-voz dos Assírios, colocando-
as diante do Senhor (II Reis 19: 14-19).

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3. Note o espírito de união em torno da oração que caracterizava a primeira igreja. Eles eram
unânimes em buscar ao Senhor em oração. Eles iniciaram suas orações dirigindo-se ao Senhor
como sendo Supremo Senhor sobre toda a terra. Os membros da primeira igreja não eram teístas
evolucionistas. Eles criam que Deus era o Criador de todas as coisas. É interessante notarmos
que a palavra Grega utilizada aqui (4: 24) é uma que raramente é utilizada no Novo Testamento.
É a palavra “despotes” que significa Soberano absoluto. Os discípulos estavam confiantes na
soberania de Deus, a despeito das circunstâncias em que se encontravam. Oh, que nós possamos
também aprender a depender do nosso Soberano Senhor, que faz todas as coisas muito bem.

4. (Atos 4: 25-28) Os discípulos também oraram de acordo com a verdade já revelada nas
Escrituras. Eles apelaram para a primeira parte do segundo Salmo escrito por Davi. A profecia
que revelava que os reis da terra e seus governantes iriam se juntar contra o ungido de Deus,
estava se cumprindo parcialmente. Os governantes se opuseram e rebelaram contra o Filho de
Deus, o Senhor Jesus Cristo. Tudo isso ocorreu de acordo com o soberano decreto de Deus,
segundo Atos 4: 28. A crucificação e rejeição de Jesus Cristo foram predestinadas por Deus
ainda antes da fundação do mundo. Assim como a primeira igreja acreditava na soberania de
Deus a respeito da morte de Cristo, da mesma forma eles criam que a oposição, hostilidade, e
perseguição que estavam enfrentando, também estavam sob o controle da mesma soberania.

5. O pedido da igreja em Atos 4: 29-30 não foi por proteção ou livramento das ameaças, mas
por encorajamento no cumprimento da tarefa a que haviam sido comissionados. Eles pediram
por coragem para pregarem a Palavra e glorificarem ao Senhor Jesus Cristo através dos milagres
que foram realizados. O principal propósito da oração deveria ser o de primeiramente glorificar a
Deus. A igreja considerava a propagação do Evangelho como um dos aspectos mais importantes
do seu ministério. Cada membro desejava ter poder e coragem para pregar o Evangelho aos
perdidos. Oh, que Deus nos estimule a sermos unidos neste propósito tão nobre! É exatamente
nisto que muitas igrejas Batistas da Graça Soberana estão falhando. Nós deveríamos estar
interessados e preocupados a respeito da salvação das almas perdidas dos homens. Esta paixão
pelas almas e o desejo de obedecer a Deus foi o que estimulou a igreja primitiva a levar
literalmente a sério a ordem de pregar o Evangelho a toda criatura. E

Eu gosto muito do comentário de Alexander Maclaren sobre estes versos:


“A coragem deles é especialmente marcada pelas suas petições. Todos pediram
por “coragem” para pregarem a palavra que não era deles, mas de Deus. O medo
teria feito eles pedirem por proteção; paixão teria feito com que eles pedissem a
justa retribuição aos seus inimigos. A coragem e devoção Cristã somente pedem
para não recuar do seu dever, e que a palavra possa ser pregada, a despeito daquilo
que venha a ocorrer com o mensageiro. O mundo nada pode contra tais homens.
Será que as igrejas de hoje enfrentam alguma ameaça por causa da mesma
unanimidade, ousadia, e coragem na exposição de sua confissão de fé? Se não, então
é porque não temos a mesma firme convicção a respeito do Senhor Ressurreto,
como tinham os primeiros convertidos. A verdadeira coragem é aquela que é

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consciente das suas fraquezas, e que não pensa em fugir da luta, mas ora enquanto a
batalha cresce e fica mais acirrada”. (1)

6. (Atos 4: 31) Deus respondeu de forma extraordinária a unânime oração feita pela primeira
igreja. O lugar onde estavam começou a tremer por causa da presença de Deus. Eles foram
cheios e totalmente controlados pelo Espírito Santo, que os capacitou a pregar a Palavra com
coragem. Note a intrigante relação entre a oração fervente e unânime, a plenitude do Espírito
Santo, e o poder de pregar a Palavra de Deus corajosamente. Eu fico imaginando como o poder e
a presença de Deus naquele lugar encheu de alegria e fé os corações dos discípulos. É algo
glorioso ver Deus agindo em resposta às nossas orações e trabalhando a nosso favor. Isso
fortalece a nossa fé e nos capacita a enxergarmos a mão de Deus atuando em nossas vidas para o
nosso bem. Embora eles estivessem sendo ameaçados e maltratados pelas autoridades religiosas
de Jerusalém, os membros da primeira igreja podiam de regozijar na grandeza do poder de Deus.
Eles ficaram confortados em saber que Deus estava no controle de todas as circunstâncias de
suas vidas. Como seria maravilhoso e estimulante se Deus nos visitasse, em nossas reuniões de
oração, desta mesma forma extraordinária! Que nunca venhamos a subestimar a importância de
orarmos unanimemente como igreja do Senhor.

UMA COMUNIDADE CRISTÃ COESA Atos 4: 32-37

1. (Atos 4: 32) A multidão de cristão que constituía a primeira igreja Batista em Jerusalém
era unida de coração e alma. Os seus corações e afeições estavam realmente colocados nas coisas
do Senhor. Eles compartilhavam voluntariamente tudo o que possuíam uns com os outros, de
acordo com a necessidade de cada um. Não havia um espírito de cobiça ou materialismo que
obstruísse o trabalho deles. Eles estabeleceram na primeira igreja uma comunidade Cristã de
bens.

2. (Atos 4: 33) Por não haver divisão alguma na igreja, Deus se agradou em conceder poder
aos apóstolos enquanto testemunhavam. Havia uma grande medida da graça e do favor de Deus
derramada sobre todos os discípulos. Graça é mais do que simplesmente um favor imerecido
demonstrado a pecadores indignos. Graça é um princípio ativo que capacita, reveste de poder, e
habilita o Cristão a andar nos caminhos do Senhor em obediência e piedade. Imagine quanto
poder espiritual existiria na igreja em Jerusalém se todos os membros fossem revestidos com
poder para servir a grande e larga medida da graça de Deus! II Pedro 1: 2-4 ilustra o poder da
graça multiplicada quando implantada nas vidas do povo de Deus: “Graça e paz vos sejam
multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor; Visto como o seu
divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele
que nos chamou pela sua glória e virtude; Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e
preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo
escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo”.

3. Atos 4: 34 e 35 nos mostra o espírito de sacrifício voluntário que pairava sobre os


membros da igreja em Jerusalém. Eles vendiam suas propriedades e depositavam o dinheiro aos
pés dos apóstolos, que distribuíam segundo a necessidade de cada um. Aquele povo
voluntariamente deu de suas possessões visando o bem de toda aquela comunidade Cristã.
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Quando o Espírito Santo está no controle, dar se torna uma bênção ao invés de uma carga. O
espírito desprovido de egoísmo, que vemos neles, deveria ser seguido pelos crentes de hoje.
Entretanto, esta passagem não deve ser interpretada fora do seu contexto, como fazem alguns
pregadores interesseiros a fim de esvaziar os bolsos dos membros de suas igrejas. Os Cristãos
não são instruídos em lugar algum a venderem o que tem e colocar aos pés dos pastores para
distribuição.

Warrem Wiersbe faz um comentário interessante sobre esta passagem:

“Devemos ter em mente que aquele “comunismo Cristão” era muito diferente do
comunismo político de nossos dias. O que aqueles Cristãos fizeram foi
inteiramente voluntário (5: 4) sendo motivado pelo amor. Sem dúvida muitos dos
novos convertidos eram visitantes em Jerusalém, e como vieram para as festas,
dependiam de seus amigos Cristãos no socorro de suas necessidades ... Quando a
assembleia tinha necessidade, o Espírito direcionava alguém a vender alguma
coisa para suprir o necessário. Embora o espírito da igreja primitiva de amor e
generosidade seja digno de ser copiado por nós, os Cristão de hoje não são
ordenados a imitarem estas práticas. Os princípios da contribuição Cristã podem
ser encontrados nas epístolas, especialmente em II Coríntios 8-9; e em nenhum
lugar nós somos instruídos a trazer nosso dinheiro e depositarmos aos pés do
pastor (4: 35), como se ele fosse um apóstolo. É o espírito de contribuição que é
importante para nós hoje, e não a “letra” do seu sistema”. (2)

4. Em Atos 4: 36 e 37 nos deparamos com um dos mais importantes caráteres do livro de


Atos. Trata-se de Barnabé, o filho da consolação, da cidade de Chipre, que vendeu uma
propriedade e deu o dinheiro aos apóstolos. Este homem generoso mais tarde seria um
companheiro de Paulo, e o acompanharia em sua primeira viagem missionária. Devemos notar
que aqueles que são menos apegados a casas e terras é que são fortes candidatos ao serviço
missionário. Que Deus levante mais filhos da consolação como Barnabé, a fim de levar o
evangelho ao mundo!

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