Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Historia_agricultura
Historia_agricultura
A G R I C U LT U R A
Referência
CALDART, R. S. Pedagogia do Movimento Sem Terra. São Paulo: Expressão Popular, 2004.
Nota
1
A opção em examinar a experiência do MST deve-se ao fato de, historicamente, ser essa a organi-
zação que assumiu como principal forma de sua luta a ocupação de terras, organizada por meio de
acampamentos, e a posterior conquista de assentamentos. Outras organizações também organizam
acampamentos e conquistam assentamentos, com pequenas nuances em suas formas de mobilização
e organicidade dos sem-terra.
AGRICULTURA
29
1 de 8 23/05/2024, 14:45
dicionario_agroecologia_nov-30-37.pdf file:///C:/Users/nainh/Downloads/dicionario_agroec...
A G R I C U LT U R A
30
2 de 8 23/05/2024, 14:45
dicionario_agroecologia_nov-30-37.pdf file:///C:/Users/nainh/Downloads/dicionario_agroec...
A G R I C U LT U R A
31
3 de 8 23/05/2024, 14:45
dicionario_agroecologia_nov-30-37.pdf file:///C:/Users/nainh/Downloads/dicionario_agroec...
A G R I C U LT U R A
necem em aberto sobre como, a partir de primitiva religião humana estava inti-
A então, se desencadearam as agri-culturas. mamente relacionada com a busca de
a controvérsia das explicações, alimentos” (Heiser Jr., 1977, p. 21-26), e
Heiser Jr. (1977), em diálogo com vários que nas crenças religiosas seja possível
autores, indica algumas possibilidades: encontrar indícios de como começou a
a) mudança climática que provocou domesticação. esta linha de especula-
seca e acabou inf luenciando a aglo- ção, havemos de registrar a perenidade
meração de animais e humanos em do antigo mito da Mãe Terra, ampla-
locais onde havia água, o que favoreceu mente presente em diversas culturas
a domesticação de algumas espécies campônias até o presente.
animais; b) a crescente diferenciação Em direção contrastante com consi-
e especialização cultural das comuni- derações que reconhecem a possibilidade
dades humanas, dado que já estavam de “causas” transcendentes, de ordem má-
familiarizadas grandemente com as gica, miraculosa ou divina, as evidências
espécies que já coletavam e caçavam; c) resultantes de pesquisas arqueológicas e
a pressão demográfica, impulsionadora biológicas das últimas décadas
da busca pela manipulação do ambiente mostram claramente que a domes-
a fim de aumentar a disponibilidade de ticação é um processo de trans-
alimentos; d) a observação do “monte formação biológica, que resulta de
de lixo”, ou melhor, nos amontoados de maneira automática das atividades
detritos dos acampamentos humanos de protocultura e de protocriação,
talvez fossem jogadas sementes e partes quando aplicadas a certas espécies
inaproveitáveis de plantas, onde estas selvagens e que se explica por me-
germinavam ou vegetavam, passando canismos genéticos perfeitamente
compreensíveis. (Mazoyer; Roudart,
a serem colhidas oportunamente. Há
2010, p. 119)
inclusive a sugestão de que a agri-cul-
tura tenha sido iniciada no interior das essa direção, dado o longo período
primeiras cidades. de coleta de plantas alimentícias, pode-se
Outras evidências arqueológicas pressupor que por este manejo elementar
demonstram que, originalmente, os tenham se efetivado modificações em
primeiros cultivos se deram na forma certas populações de espécies, indicando
de ‘hortas’ próximas às moradias, sendo a possibilidade de a domesticação ter se
expandidas para as áreas de formações dado anterior ao cultivo. Em contrapar-
arborizadas e herbáceas vizinhas (Ma- tida, nem toda domesticação sempre
zoyer; Roudart, 2010, p. 131). evolui em relações agrícolas, sugerindo
Encontramos no Paleolítico as ba- três formas no processo de domesticação:
ses iniciais do panteísmo, mas também o incidental; o especializado; e o agrícola
da ampla dispersão de estatuetas de (Rindos, 1984, apud Sereno; Wiethölter;
figuras femininas, simbolizando a gra- Terra, 2008).
videz ou dando à luz, caracterizando E mais, ao contrário do que comu-
um culto muito difundido à fertilidade mente se afirmava, de que o início das
da deusa mãe. Ressaltando também a agri-culturas teria se dado nos férteis va-
emergência do politeísmo, reiteramos les dos rios, as evidências corrigem esta
que “não pode haver dúvida de que a informação demonstrando que se dera
32
4 de 8 23/05/2024, 14:45
dicionario_agroecologia_nov-30-37.pdf file:///C:/Users/nainh/Downloads/dicionario_agroec...
A G R I C U LT U R A
33
5 de 8 23/05/2024, 14:45
dicionario_agroecologia_nov-30-37.pdf file:///C:/Users/nainh/Downloads/dicionario_agroec...
A G R I C U LT U R A
34
6 de 8 23/05/2024, 14:45
dicionario_agroecologia_nov-30-37.pdf file:///C:/Users/nainh/Downloads/dicionario_agroec...
A G R I C U LT U R A
35
7 de 8 23/05/2024, 14:45
dicionario_agroecologia_nov-30-37.pdf file:///C:/Users/nainh/Downloads/dicionario_agroec...
A G R I C U LT U R A
Referências
DIAMOD, J. M. Armas, germes e aço: os destinos das sociedades humanas. 3. ed. Rio de Janeiro:
Record, 2002.
HEISER Jr., C. B. Sementes para a civilização: a história da alimentação humana. São Paulo: Ed. acional,
Ed. da Universidade de São Paulo, 1977.
KHATOUIA, C. A. A reconstrução ecológica da agricultura. Botucatu: Agroecológica, 2001.
MARTIS, A. G. F. (org.). Elementos para compreender a história da agricultura e a organização do
trabalho agrícola. Cartilhas do Setor de Produção, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, São
Paulo, v. 1, n. 40, nov. 2016.
MARX, K. Contribuição à crítica da Economia Política. 2. ed. Tradução e Introdução de F. Fernandes.
São Paulo: Expressão Popular, 2008.
MAZOYER, M.; ROUDART, L. História das agriculturas no mundo: do neolítico à crise contemporânea.
São Paulo: Ed. Unesp, 2010.
ETTO, J. P.; BRAZ, M. Economia política: uma introdução crítica. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2010.
SEREO, M. J. C. M.; WIETHÖLTER, P.; TERRA, T. F. Domesticação das plantas. In: BARBIERI,
R. L.; STUMPF, E. R. T. (Ed.) Origem e evolução das plantas cultivadas. Brasília: Embrapa Informação
Tecnológica, 2008, p. 37-58.
TARDI, J. M. Cultura camponesa. In: CALDART, R. S. et al. (org.). Dicionário da Educação do
Campo. Rio de Janeiro, São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular,
2012, p. 178-186.
Notas
1
Sugerimos consultar também os verbetes “Agroecologia” e “Agriculturas Alternativas” do Dicionário
da Educação do Campo (2012).
2
É usual descrever a origem da agricultura recorrendo à periodização clássica da História, situando-a
no eolítico – Idade da Pedra Polida. Aqui, a opção é pelas eras geológicas, situando a origem da
agricultura no Holoceno, atual Época do Período Quaternário da Era Cenozoica, no intuito de
destacar as relações entre esses dois sistemas, na medida em que no texto coloca, de forma transversal,
a unidade – História atural/História Humana – como totalização da História.
3
Centros de Vavilov, ou Centros de Origem das Plantas Cultivadas, identificados nas expedições
realizadas no período de 1919 a 1932, pelo botânico russo ikolai Ivanovich Vavilov. Inicialmente,
ele identificou cinco centros, e, posteriormente, adicionou-se três centros e três sub-centros ou
centros secundários, sendo: 1) Centro Chinês; 2) Centro Indiano; 3) Centro Asiático Central; 4)
Centro Asiático Menor; 5) Centro Mediterrâneo; 6) Centro Etiópia; 7) Centro América Central;
8a) Centro América do Sul (peruano-boliviano-equatoriano); 8b) Centro América do Sul (Chiloé,
no Chile); 8c) Centro América do Sul (brasileiro-paraguaio).
4
Considera-se aqui o trabalho como categoria ontológica do ser humano.
5
Especialmente Mazoyer e Roudart (2010), e muito bem sintetizado e ampliado por Martins (2016),
identificam alguns dos “sistemas agrários” mais expressivos que alcançamos conhecer de cada período
histórico até o presente, ao que se pode associá-los aos respectivos “modos de produção”.
36
8 de 8 23/05/2024, 14:45