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Resumo
O artigo explora a agricultura digital a partir da visão filosófica dos contemporâneos, em
especial Martin Heidegger e Gilbert Simondon e busca compreender como a relação mitológica na
história e simbolismo sobre a visão ancestral da agricultura, revelando a profunda conexão entre
humanidade e terra, bem como as consequências dessa relação e qual a lacuna há de ser preenchida
para a inquietante dúvida de qual será o papel da agricultura digital, em especial com o advento da
Inteligência Artificial nos meios de produção agrícola e como isso afetará as relações do homem com
uma de suas mais antigas atividades laborais.
Abstract
The article explores digital agriculture from the philosophical vision of contemporaries,
especially Martin Heidegger and Gilbert Simondon, and seeks to understand how the mythological
relationship in history and symbolism over the ancestral vision of agriculture, revealing the deep
connection between humanity and earth, as well as the consequences of this relationship and what
gap needs to be filled in the disturbing doubt of what the role of digital agriculture will be, especially
with the advent of Artificial Intelligence in the means of agricultural production and how this will
affect man's relationships with one of his oldest work activities.
Resumen
El artículo explora la agricultura digital desde la visión filosófica de sus contemporáneos,
especialmente Martin Heidegger y Gilbert Simondon, y busca comprender cómo la relación
mitológica en la historia y el simbolismo sobre la visión ancestral de la agricultura, revela la profunda
conexión entre la humanidad y la tierra, así como las consecuencias de esta relación y qué vacío hay
que llenar en la inquietante duda de cuál será el papel de la agricultura digital, especialmente con la
llegada de la Inteligencia Artificial a los medios de producción agrícola y cómo afectará esto a las
relaciones del hombre con uno de sus actividades laborales más antiguas.
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Introdução
A agricultura é uma atividade humana que envolve a produção de alimentos por meio do
tratamento da terra, do semear e irrigação do solo, a colheita de cereais, hortaliças e frutas. A
agricultura tem uma longa história, que remonta aos primórdios da civilização, e está intimamente
ligada à cultura, à religião e à filosofia de diferentes povos.
No final dos anos 2000 surge o termo agricultura 4.0, ou agricultura digital. A expressão é
definida como o uso e processamento de dados gerados no campo, ou seja, por meio de sensores
eletrônicos instalados em máquinas e talhões. Caracterizada por uma série de tecnologias digitais
convergentes que prometem aumentar a capacidade de produção e trazer assertividade à atividade
agrícola com menos riscos, maior sustentabilidade e escalabilidade.
Porém, a agricultura é uma atividade que se confunde com a própria existência moderna
humana (há cerca de 12.000 anos) e como tal, carregada de ligações mitológicas e crenças que
estabeleceram essa relação entre o Homem e a terra. A mitologia é um conjunto de narrativas
fantásticas que tentam explicar a origem e o sentido das coisas, usando a imaginação e a intervenção
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de seres sobrenaturais, como deuses, heróis e monstros. A mitologia reflete os valores, as crenças e
os medos de uma sociedade, e também serve como uma forma de transmitir ensinamentos morais e
éticos.
A filosofia também tem papel importante na vida humana para responder questões que
inquietam a todos. A filosofia é uma forma de conhecimento que busca compreender a realidade e o
ser humano, usando a razão e a argumentação. A filosofia questiona os fundamentos e os limites do
saber, e também se ocupa de temas como a ética, a política, a estética e a metafísica.
A agricultura também precisa de uma filosofia para explicá-la. Albrecht (2022) aponta que é
necessário analisar a pesquisa agronômica e sua geração de conhecimento e tecnologia, sob a ótica
da filosofia da ciência. Seu trabalho, destaca-se em traçar um histórico da agricultura e da ciência
agronômica, como parte da humanidade e geradora de conhecimento e tecnologias;
Pensadores europeus rompiam com a visão estabelecida pelas visão filosófica grega, mas
ainda com observação à escolástica, assim como Roger Bacon (1214-1294), precursor do empirismo,
que deu início aos parâmetros iniciais do método científico. Francis Bacon (1561-1626), considerado
o fundador da ciência moderna, criou a base do método científico e defendeu que o conhecimento e
o saber davam poder ao homem sobre a natureza.
O pensamento filosófico tem influência em diversas áreas do saber. Seu uso pode ser
constatado na sociologia, antropologia, ciências políticas, mas também se mostra presente nas
ciências exatas em seus diversos campos como a matemática, a computação e engenharia de
software (BOHEM, 2016) (KIRINUS, 2017). Um exemplo notável dessa interseção é René Descartes
(1956-1650), considerado o pai da filosofia moderna e da geometria analítica. Sua obra "Discurso do
Método" foi originalmente construiu os alicerces da geometria. Descartes revolucionou tanto a
filosofia, com sua mudança de foco do ser para o conhecer, quanto a matemática, ao unir álgebra e
geometria. Este pensamento cartesiano também influenciou as raízes iluministas, destacando a
importância do raciocínio lógico na modelagem de fenômenos, como autor da frase “Cogito ergo
sum”, ou “Penso; logo, existo”.
Por outro lado, a mitologia tem desempenhado um papel crucial na história da humanidade,
influenciando diversas áreas da vida e do conhecimento. A mitologia ajudou na explicação do mundo
e dos fenômenos naturais, antes do advento da ciência moderna. Permitiu, por séculos, a
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transmissão de valores ao carregar lições morais e éticas, transmitindo esses valores de geração em
geração, ensinando comportamentos aceitáveis e inaceitáveis, bem como as consequências de várias
ações nocivas.
Outros filósofos, como Aristóteles, defenderam a continuidade entre mito e filosofia. Para
Aristóteles, o mito não é simplesmente uma história ou narrativa, mas uma forma de explicar a
realidade por meio de princípios universais. Aristóteles argumentou que a filosofia é uma
continuação do mito, pois ambas buscam entender a realidade e a natureza humana. Seu
pensamento sobre uma vida virtuosa que equilibrava os excessos e as deficiências (PESSANHA, 1991)
Sua contribuição também deve ser levada em conta em relação ao estudo da História e das
sociedades. Os mitos são valiosos para historiadores e antropólogos, pois oferecem insights sobre
como as pessoas antigas viam o mundo e organizavam suas sociedades.
A relação entre filosofia e mitologia para a agricultura pode ser vista de diferentes
perspectivas. Uma delas é a de que a filosofia representa uma ruptura com o pensamento mítico,
que se baseia na fé e na autoridade, e inaugura uma nova forma de pensar, que se baseia na dúvida e
na crítica. Nesse sentido, a filosofia seria um avanço em relação à mitologia, pois permitiria uma
compreensão mais racional e científica da natureza e da agricultura, superando as explicações
mágicas e fantasiosas.
A sociedade definida por Castells (1999) estabelece uma estrutura interligada de sistemas
que define uma nova estrutura social. As redes definem uma sociedade globalizada na qual o uso
da informação, provocado pelo avanço das tecnologias da informação e comunicação, mudam a
forma do trabalho e do tecido social moderno. Essa mudança tem relação direta com os avanços no
mudo da computação e dos sistemas de inovações que avançou após a primeira revolução industrial
Castells, nos apresenta que esse ciclo de revolução tecnológica por meio das tecnologias da
informação, processamento e comunicação difere das outras revoluções, pelo caráter de
retroalimentação em que a tecnologia proporciona. Ele percebe com muita clareza que a capacidade
dos indivíduos utilizarem as tecnologias e aprender usando, cria uma exponencialidade de seu uso e,
por conseguinte, acelerar ainda mais esse processo evolucionário da revolução tecnológica.
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usuários que apenas a utilizam e como fatores de interação do ambiente tecnológico e de inovação
criam ambientes propícios para o desenvolvimento.
Esse fenômeno atinge também a atividade mais antiga do ser humano, a agricultura.
Enquanto o processo de mecanização da agricultura foi fundamental para estabelecer novas
fronteiras agrícolas e ajudar a apaziguar a fome de bilhões de pessoas, a concentração e o domínio
tecnológico exclui diversos produtores e amplia o abismo do acesso aos objetos técnicos.
Estudos sobre o solo e como tratá-lo de forma precisa para ganhos de produtividade datam
de 1929 quando Linsley e Bauer recomendaram ao produtor desenhar um mapa com testes de
acidez em solos amostrados em grade para aplicação de calcário. Somente no final da década de 70
com o advento do sistema de posicionamento global (GPS) e sua exploração comercial ampla em
meados da década de 90 houve o boom do que se chama agricultura de precisão. (INAMASU;
BERNARDI, 2014) .
Apesar de seu crescimento, o acesso às tecnologias de produção de base digital ainda não
alcança a todos os cerca de 5 milhões de estabelecimentos rurais brasileiros. Concentra-se ainda nos
grandes grupos empresariais do agronegócio, que detém mais de 75% da produção nacional e
representam apenas cerca de 15% dos estabelecimentos produtivos (IBGE, 2019).
Em alusão ao termo Indústria 4.0, surge a Agricultura 4.0, A quarta revolução da agricultura
é marcada por tecnologias de coleta e análise de dados, inteligência artificial, conectividade celular
de alta velocidades, robôs, sensores, máquinas autônomas, drones, soluções de software para
tomada de decisão, sistemas de visão computacional, tratamento de grandes bases de dados e
processamento de imagens de satélite e o uso intenso dos sistemas de coordenadas espaciais como
o GPS.
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Esta nova forma de agricultura, já identificada como sendo o estabelecimento de uma
agricultura moderna (L. MO, 2011) baseada em mecanismos digitais refere-se às técnicas agrícolas
intensas suportadas pela ciência e tecnologia. O que conta é adquirir os resultados da produção
agrícola e as diferentes informações dos fatores ambientais espaço-temporais. Nesta base, é feita a
análise das razões e são adotadas as medidas relevantes, que devem ser tecnicamente práticas e
economicamente eficazes, nomeadamente a “agricultura prescritiva”.
Desde então, o termo agricultura digital vem sendo usado de forma mais corriqueira e
expande essa visão para inclusão além dos sistemas produtivos, mas também para o ecossistema
digital ao qual a agricultura está inserida que é o mercado. Um mercado que, atualmente, tem suas
bases de monetização nos grandes volumes de dados (Big Data) e que os utiliza para criar novas
oportunidades de negócio com alta escalabilidade e abrangência.
Nesse novo mercado digital quem domina são os atores que possuem grande capacidade de
armazenamento e processamento dos dados e os integra nos diversos ecossistemas interligados. A
agricultura digital continua sendo agricultura e realizada por milhões de produtores que veem na
terra sua relação diária de trabalho, convivência com familiares e comunidades. O desafio para a
agricultura, é tornar a agricultura digital acessível para todos. Entretanto, assim como os meios de
produção foram alvos das críticas de Marx na luta de classes, o acesso digital nos parece cada vez
mais concentrado em poucos grupos dominantes (SANTANA, 2017).
Resta portanto, a necessidade de uma visão filosófica para explicar essa nova realidade
impregnada de objetos técnicos digitais e como fazer com que gerações de produtores que já estão
inseridos neste universo digital possam se integrar a outros que produzem baseados no senso
comum, na troca de experiências ainda hoje baseadas em mitos ou crenças, para que possam lidar
com essa nova realidade.
Metodologia
A abordagem de Simondon oferece uma perspectiva única sobre como entender a relação
entre humanos e tecnologia, o que é fundamental para analisar a agricultura digital. Sua visão sobre
a evolução e 'ontogênese' de objetos técnicos pode ser aplicada para entender como as tecnologias
na agricultura se desenvolvem e interagem com o ambiente social e natural.
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digital. Sua abordagem, mais cautelosa e crítica em relação ao impacto da tecnologia na
compreensão humana e na relação com o mundo, fornece um contraponto interessante às ideias de
Simondon.
Trigo, lentilha, ervilha, oliveiras, bodes, cavalos e videiras foram domesticados ao longo de
milhares de anos. Na visão do historiador, a revolução agrícola foi a maior fraude da história, pois fez
com que o homem se escravizasse, justamente por essas espécies domesticadas, em especial o trigo,
o arroz e a batata. A vida passou a ser fundamentada em razão das atividades necessárias e diárias
para manter sua produção agrícola crescente. Arar a terra, limpar os campos, semear, cortar e
eliminar plantas daninhas, colher, armazenar e outras atividades que são exigidas dos agricultores. A
vida tranquila para a espécie tinha terminado com a revolução agrícola.
Porém, a agricultura se espalhou por quase 7.000 anos (9000 ac até 2000 ac) pelos
continentes do oriente médio, passando pela ásia, áfrica, américa central, do sul e do norte a
agricultura começava a moldar uma nova era da humanidade. O avanço do novo modo de vida não
trazia consigo a paz, mas as disputas de territórios, a escassez dos poucos alimentos produzidos
gerada por crises climáticas, pragas e doenças.
A espécie humana também não ficou mais inteligente em função da revolução agrícola, os
indícios são ausentes nesse sentido, os problemas de saúde, doenças, má formação, deformação e a
violência também passaram a fazer parte dessa nova vida que a agricultura proporcionou para a
humanidade. Então, por que esse modo de vida suplantou o modo existente por mais de 2 milhões
de anos? Quais as razões que fizeram que o Sapiens se dedicassem tanto nessa jornada peculiar que
nos definiria até os tempos atuais? Talvez essas perguntas não tenham uma resposta.
A humanidade, como conhecemos, é calcada nos valores morais e éticos baseados em sua
mitologia e de suas crenças e religiões desenvolvidas por grupos e sociedades em várias regiões do
planeta ao longo de milhares de anos. Egípcios, macedônios, babilônios, fenícios, sumérios, celtas,
persas datam de mais de 5000 anos e suas culturas são ricas, mas semelhantes.
Os egípcios, que datam de 3500 a.c., cultuavam Osíris, deus do julgamento, do além e da
vegetação, sendo considerado um dos mais importantes e populares da mitologia egípcia. Osíris,
também é cultuado como deus da agricultura porque esse processo também implica na morte e
renascimento da vida. Após a colheita, os campos experimentam o vazio até que sejam novamente
semeados para produzir novamente. Osíris, portanto, simboliza o renascimento, a ressurreição, a
justiça e a fertilidade.
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fertilidade e interpretação dos sonhos, a chamada "videira celestial". Ela protege seu irmão quando
ele está sendo perseguido por demônios e lamenta sua morte depois que os demônios o arrastam
para Cur. Ela finalmente concorda em tomar seu lugar em Cur por metade do ano, permitindo que
ele retorne ao Céu para ficar com Inana. Os sumérios acreditavam que, enquanto Guestinana estava
no céu e Dumuzi em Cur, a terra se tornava seca e estéril, causando assim a estação do verão.
Como a mitologia grega é uma das mais conhecidas e difundidas no Ocidente, impulsionada
muito fortemente no mundo moderno pela indústria do cinema americano2, o mito de Deméter é
bastante conhecido. É difícil dizer com precisão quando o mito surgiu, mas acredita-se que tenha
suas raízes em cultos agrários de comunidades rurais que existiram na região da Grécia antes da
chegada dos gregos por volta de 500 a.c. Esses cultos eram voltados para a fertilidade da terra e das
plantas, e Deméter era a deusa central, representando a força da vida e da renovação
(REIFSCHNEIDER, 2010).
O mito foi registrado pela primeira vez em textos gregos do século VIII a.C., mas é provável
que já existisse há muito tempo antes disso. O mito conta a história do sequestro de sua filha
Perséfone pelo Deus do submundo, Hades. Deméter ficou tão desesperada que fez a terra parar de
produzir, causando uma fome generalizada. Zeus, o rei dos deuses, finalmente interveio e permitiu
que Perséfone passasse seis meses do ano com Deméter e seis meses com Hades. Isso explica as
estações do ano: quando Perséfone está com Deméter, a terra é fértil e próspera; quando ela está
com Hades, a terra fica fria e estéril.
Acredita-se que o mito de Dionísio tenha surgido no período que os micênicos dominavam a
Grécia Continental, isto é, por volta do século XIV a.C. No entanto, as primeiras referências escritas a
Dionísio datam do século VIII a.C., nos poemas homéricos. O mito é complexo e cheio de variações. A
versão mais comum conta que ele era filho de Zeus e Sêmele, uma mortal. Hera, a esposa de Zeus,
ficou ciumenta de Sêmele e a convenceu a pedir a Zeus que aparecesse a ela em toda a sua glória
divina. Sêmele não suportou a visão e morreu. Zeus, no entanto, salvou o bebê Dionísio e o costurou
em sua coxa até que ele pudesse nascer.
Dionísio foi criado por ninfas em uma floresta, onde aprendeu a arte da viticultura. Ele então
partiu para espalhar a cultura do vinho pelo mundo. Seu culto era marcado por rituais que envolviam
o consumo de vinho. O culto a sua personificação era popular em toda a Grécia Antiga. Os festivais
em sua homenagem eram conhecidos por sua alegria e exuberância.
O mito reflete a importância do vinho para a cultura grega. O vinho era uma bebida sagrada
que era usada em rituais religiosos, banquetes e festas. Dionísio também era associado à fertilidade
e à renovação da vida. Ele era um deus popular entre os camponeses, que o viam como um protetor
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Tróia (2004), Alexandre (2004), 300 (2007), Fúria de Titãs (2010), Percy Jackson o Ladrão de Raios (2010), Imortais (2011), Grandes Mitos
Gregos (2013) e Hércules (2014);
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da agricultura. O culto foi trazido para Roma pelos gregos, onde ele se tornou conhecido como Baco.
O culto a Baco foi popular na Roma Antiga e influenciou o desenvolvimento do teatro e da poesia.
A mitologia grega é uma fonte rica de metáforas e analogias que podem ser aplicadas a
diversos aspectos da vida humana, incluindo a agricultura. Suas ações e emoções ao longo da história
mitológica oferecem insights profundos sobre a relação entre a humanidade e a terra. Os mitos
foram importantes para formar no consciente humano diversas explicações que os auxiliaram em
diversos momentos da atividade humana, sobretudo na agricultura.
A agricultura é uma atividade de risco que necessita de muita força de vontade, resiliência,
persistência e invoca a necessidade de conhecimento. Durante séculos, esses conhecimentos foram
trazidos pelo bom senso, a observação e explicados pelos mitos que se estabeleceram antes da era
científica. A humanidade evoluiu e chegou até os tempos modernos, muito em parte por sua força
de vontade inspirada nos seus mitos.
O respeito pela terra e pelos recursos naturais, ensinando as gerações futuras sobre a
importância da sustentabilidade e do equilíbrio ecológico tiveram também suas bases no respeito
aos seus mitos. Formaram a identidade cultural e continuidade, pois ajudaram a manter viva a as
práticas das comunidades transmitindo conhecimentos e tradições de uma geração para outra,
mantendo vivas as práticas agrícolas tradicionais.
Os mitos foram responsáveis por sacrifícios animais, mas também criaram proibições e
respeito aos animais e seu bem estar. Ensinaram a evitar o plantio em determinados dias. Geraram
resiliência e esperança, pois em tempos de dificuldade, como pragas ou más colheitas, os mitos
ofereciam conforto, esperança e a resiliência necessária para passar por períodos inférteis.
Essa valorização das raízes do Homem com a natureza, sua preservação e integração com a
agricultura também é tratada pela ciência moderna. A Agricultura Biodinâmica é baseada nos
fundamentos da antroposofia, apresentados por Rudolf Steiner (1861-1925), filósofo austríaco que
delineou esse sistema de produção. Essa abordagem baseia-se em um entendimento das leis que
regem a vida, tendo por fundamento, segundo o autor, “a fecundação das forças terrestres pelas
forças cósmicas” (STEINER, 1998).
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paisagem moldada pelas práticas agrícolas passadas de geração a geração em bucólicas, existindo
apenas no imaginário (LANZ, 2020).
“A ciência sem a técnica é pura contemplação (não vazia) de sonhos futuros; a técnica, sem a
ciência, não tem a visão vedada por uma cegueira, mas, talvez, pelo sono advindo da monotonia do
hábito”. O saber é o estabelecimento do diálogo entre ciência e técnica. Neste aspecto, os deuses
podem por fim repousar sem o receio de serem novamente roubados (IBRI, 1998).
Platão e Aristóteles, na Grécia Antiga, já refletiam sobre a técnica considerando-a como uma
forma de conhecimento prático e habilidade artesanal. O espectro semântico recoberto pelo termo
grego téchne é muito mais abrangente do que sua tradução usual, arte, significa para nós. A téchne é
para os gregos uma forma de conhecimento. Essa relação estreita entre a téchne, por um lado, e o
conhecimento teórico, por outro, é o que explica e fundamenta a intercambialidade dos termos
téchne (arte) e epistéme (ciência) durante todo o século V a.c. (PUENTES, 1998)
José Ortega Y Gasset (1883 -1955) foi um dos primeiros autores a tratar do problema da
historicidade fora dos padrões do evolucionismo, do marxismo ou do positivismo. Também foi um
dos primeiros a valorizar a importância dos conceitos em matérias de história e a estender à filosofia
as conclusões de Einstein, além de afirmar a necessidade de uma historicidade como modo de
suplantar o esgotamento da metafísica e do idealismo. Ortega atribui à história uma nova categoria
do conhecimento, aos moldes de Martin Heidegger, seu contemporâneo.
Ortega se destacou por sua abordagem da vida humana como a realidade radical e
fundamental da filosofia. Sua principal contribuição foi a filosofia da razão vital, que propõe uma
superação do realismo e do idealismo, as duas grandes correntes metafísicas da tradição ocidental.
Segundo Ortega, a realidade é sempre interpretada a partir de uma perspectiva particular e
subjetiva, que depende da circunstância histórica e vital de cada indivíduo. Por isso, ele afirmou: “Eu
sou eu e minha circunstância, e se não a salvo a ela não me salvo eu”. Ortega também defendeu uma
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concepção dinâmica e criativa da vida, que se expressa em atos, obras, costumes e estilos originários.
Para ele, viver é um desafio constante de enfrentar os problemas e as possibilidades que a existência
oferece. Foi um pensador crítico e inovador, que influenciou diversas áreas do saber, como a história,
a política, a literatura e a comunicação. (GASSET, 1963)
O autor parte da ideia que o objeto da técnica é satisfazer as necessidades humanas, e que
essas necessidades são supérfluas, logo a técnica cria possibilidades do Homem inovar em coisas que
não existem na sua natureza. Logo, a ideia de definir a técnica como mecanismo de atuação do
homem na natureza e no ambiente que o cerca, não para atender uma necessidade, mas para
modificar e criar o que não existe. Logo, a técnica não é o que o Homem faz para atender suas
necessidades impostas pela natureza, mas para definir uma nova natureza ou sua reforma, fazendo
com que as necessidades fiquem anuladas por deixarem de ser um problema a ser satisfeito.
A técnica está inerentemente ligada ao risco, pois muda a partir da percepção que as
questões sociais, econômicas e políticas são distintas ao longo do tempo. A percepção que a técnica
é inabalável ou estável, pois em muito se baseia em ciência, muda radicalmente a partir de uma
mudança da percepção do bem-estar. Basta com que mude um pouco substancialmente o perfil do
bem-estar que se esboça diante do homem, para que a técnica tradicional se abale, se desconjunte e
tome outros rumos. A técnica é, portanto, o esforço realizado para poupar esforço.
Nesta visão, Ortega defende que a técnica é o contrário da adaptação do sujeito ao meio,
posto que é a adaptação do meio ao sujeito e que o Homem, por meio da técnica, busca atender
seus prazeres, em certas ocasiões, antes mesmo de atender suas necessidades vitais. Essa
valorização do bem-estar e do supérfluo solidificam o domínio da técnica pelo Homem e explica sua
busca incessante por novas técnicas e tecnologia, pois a necessidade humana estará sempre à frente
de sua satisfação.
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Jacques Ellul (1912-1994), filósofo francês, examinou a técnica como um fenômeno
autônomo e incontrolável que define a sociedade moderna. Ele viu a técnica como uma entidade
que evolui independentemente de valores humanos. Abordou o impacto da tecnologia sobre a
sociedade e a interação entre religião e política. O tema dominante de seu trabalho foi a ameaça à
liberdade humana e religião provocada pela tecnologia moderna. Nos seus trabalhos sobre a
tecnologia tem uma aproximação determinista e fatalista. Suas preocupações apontavam para a
emergência de uma tirania tecnológica sobre a humanidade.
Um conceito central em seu trabalho é a ideia de mediação. Ihde sugere que as tecnologias
mediam nossas relações com o mundo, alterando nossa percepção e compreensão. Isso pode ser
tanto capacitador quanto limitador, dependendo da natureza da tecnologia e de como é utilizada.
A questão da técnica e por conseguinte a tecnologia intriga e atrai uma legião de filósofos
que tentam decifrar suas relações na sociedade, seus impactos, a relação dela com o Homem ou a
partir dela entender sua própria essência. Além dos filósofos, sociólogos e historiadores também são
atraídos por essa simbiose do Homem e da humanidade para com a técnica e a tecnologia.
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Com base no ensaio “The question concerning technology”, pode-se entender que a visão do
filósofo sobre a técnica é bastante peculiar. Heidegger não considera os próprios aparelhos técnicos
em suas benesses ou perigos, mas, antes, procura pensar a técnica moderna em sua essência. Ele
não nega que a tecnologia é um meio para algo, mas entende que deve-se ver a tecnologia de modo
de sua essência. Segundo Heidegger, a essência de algo vale pelo que algo é. A técnica moderna é
um dos temas centrais da filosofia de Heidegger e um de seus problemas mais presentes. Sendo a
essência do humanismo a metafísica, o pensar é posto de lado e a técnica é valorizada. (HEIDEGGER,
1977)
Heidegger apresenta dois conceitos sobre a técnica: (i) a técnica é um meio para fins e (ii) a
técnica é um fazer humano. Neste caso, ambas as concepções da técnica se correlacionam,
reafirmando sua visão instrumental. A técnica é um meio para um fim, ou seja, é um instrumento
que serve para atingir um objetivo. (ii) A técnica é um fazer humano, pois é o homem que cria e
utiliza a técnica. A técnica é uma atividade humana que visa a produção de objetos úteis (OLIVEIRA,
Michele, 2017). Entretanto, ele afirma que a essência da tecnologia não é de forma nenhuma
tecnológica.
A visão atual de tecnologia, de acordo com os dois conceitos de técnica como meio e
atividade humana pode então ser chamada de uma definição instrumental e antropológica da
técnica, respectivamente. Utilizar os instrumentos deste modo estaria reduzindo a técnica a um
dispositivo instrumental. Dessa forma a técnica seria um meio utilizado pelos seres humanos para
atingir determinados fins. Essa definição, apesar de exata, não diz nada acerca da essência da
técnica.
Heidegger estabelece a relação entre técnica e poética. A noção de técnica provém do grego
téchne que se opõem às vezes à natureza. A palavra grega para designar a produção é Poiesis, daí
surge o termo poesia. É poético todo o processo pelo qual alguma coisa é revelada. A própria
natureza é Póiesis. Quando a uva se forma a partir da germinação de uma planta, a natureza produz
algo.
Nessa visão, passamos a entender a técnica como a própria produção humana que se revela
sobre algo que já estava sendo criado. A técnica se funde com o Ser. É a manifestação da criação
que, de alguma forma, estava latente, pré-concebido. Assim, não é um meio, mas uma a sua
representação em sua essência.
Heidegger questiona a técnica moderna, pois ela é uma ameaça à essência do homem. A
técnica moderna é uma forma de dominação da natureza e do homem, que se torna um objeto da
técnica. A técnica moderna é uma forma de esquecimento do ser, pois o homem se torna um objeto
da técnica e perde a sua essência (DUARTE, A, 2010) . Heidegger afirma que a técnica moderna é
uma forma de enquadramento do homem, que se torna um objeto da técnica. O homem é encaixado
em um sistema técnico, que o domina e o controla.
Em suma, Heidegger questiona a técnica moderna, pois ela é uma ameaça à essência do
homem. A técnica moderna é uma forma de dominação da natureza e do homem, que se torna um
objeto da técnica. A técnica moderna é uma forma de enquadramento do homem, que se torna um
objeto da técnica. A técnica moderna é uma forma de desenraizamento do homem, que perde a sua
relação com a natureza e com o mundo. A técnica moderna é uma forma de alienação do homem,
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que se torna um objeto da técnica e perde a sua liberdade e a sua autonomia. O que Heidegger
pretendeu foi questionar a pretensão tecnocientífica que assume para si a prerrogativa de parâmetro
exclusivo de validação e avaliação de tudo o que é, mantendo-se cega para os pressupostos
ontológicos que fundamentam seus procedimentos metodológicos, os quais, por sua vez, podem
revelar-se como extremamente perigosos para a humanidade.
A representação comum que temos da técnica é que ela é um simples meio que está a
serviço do ser humano, desta forma os problemas que surgiram com o desenvolvimento industrial da
técnica está justamente no bom ou no mau uso da técnica. Tal concepção segundo Heidegger é
exata mas não é verdadeira. O verdadeiro se produz quando a essência de alguma coisa é desvelada.
Quando passamos na técnica moderna a utilizar a natureza como um entreposto, nos colocamos no
imperativo da técnica.
Para Simondon os objetos técnicos são produtos da individuação humana. Eles são sistemas
técnicos que são criados pelos homens para interagir com a natureza. No entanto, os objetos
técnicos não são apenas produtos desta individuação humana, mas também participam do processo
de individuação natural como seres técnicos.
Simondon trata da alienação em relação à técnica assim como a alienação do trabalho, pois o
progresso com as máquinas e seus objetos técnicos priva o homem do conhecimento do todo, mas
lhes dá apenas a visão das partes. Os que constroem os objetos técnicos possuem uma visão clara da
sua capacidade de individuação, mas os que apenas os utilizam ficam alienados apenas a sua
funcionalidade.
Gilbert Simondon, propõe uma análise filosófica sobre a evolução dos objetos técnicos e sua
relação com a cultura. Ele argumenta que os objetos técnicos são entidades vivas que evoluem e se
desenvolvem em conjunto com a cultura humana. Ele vê os objetos técnicos de uma maneira
geralmente positiva. Simondon acredita que há muito que podemos aprender com nossos objetos
técnicos. Apesar dos humanos terem um relacionamento alienante com seus objetos técnicos, há
potencial para a humanidade descobrir novos modos de vida afirmativos de objetos técnicos, onde
se pode descobrir a potencialidade para novos, saudáveis e desalienantes relacionamentos com eles.
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Ele vê os objetos técnicos como algo mais do que apenas ferramentas utilizadas pelos
humanos. Ele acredita que eles têm uma existência própria que é moldada por sua interação com os
humanos e o ambiente. Ele também argumenta que a evolução dos objetos técnicos é influenciada
por fatores culturais, como a demanda do mercado, a disponibilidade de recursos e as necessidades
dos usuários
No entanto, é importante notar que Simondon também reconhece que a relação entre
humanos e objetos técnicos pode ser complexa e às vezes problemática. Ele sugere que os humanos
podem subestimar a inevitável tecnicidade do ser humano e de seu mundo.
A aplicação tecnológica para gestão e análise dos recursos naturais e mudanças climáticas
por meio do monitoramento agrometeorológico que consiste na coleta sistemática e contínua de
dados meteorológicos para a produção de informações de interesse ou uso agrícola é fundamental
para diversas atividades agrícolas como o preparo do solo, a semeadura, a adubação, a irrigação, o
controle fitossanitário e a colheita além de estimativas de produtividade, de qualidade da produção e
de favorabilidade à ocorrência de doenças.
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Agricultura digital é um termo amplo que se refere ao uso de ferramentas digitais para
coletar, armazenar, analisar e compartilhar dados e informações eletrônicas ao longo da cadeia de
valor agrícola (SIQUEIRA, 2023). Porém há várias definições e termos relacionados à agricultura
digital. Agroinformática, agricultura 4.0, agricultura inteligente, são comumente utilizados.
O consenso resta no amplo uso e aplicação das tecnologias digitais avançadas no setor
agrícola para melhorar a eficiência, a sustentabilidade e a rentabilidade da produção agrícola. Big
Data, sensores, Internet das Coisas, realidade aumentada, robótica, blockchain, impressão 3D,
drones são exemplos de tecnologias em uso.
Sob a perspectiva dos objetos técnicos de Simondon, parecem ser explicados pela
individuação de seus sistemas agrícolas automatizados e inteligentes utilizados na agricultura desde
a era da agricultura de precisão e continuarão a influenciar direta e indiretamente o seu
desenvolvimento. Os atores deste grande ecossistema digital, grandes e pequenas empresas,
centros de pesquisa e desenvolvimento tecnológico têm a oportunidade de contribuir com o
desenvolvimento digital em um processo positivo, mas de alienação às consequências não
intencionadas de sua evolução.
Tratores e Máquinas Agrícolas são objetos técnicos como entidades que evoluem. Na
agricultura, tratores e outras máquinas agrícolas são exemplos claros dessa evolução. Eles foram
adaptados ao longo do tempo para atender às necessidades específicas dos agricultores, tornando-se
mais eficientes e menos prejudiciais ao meio ambiente.
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projetados para otimizar o uso da água, adaptando-se às condições específicas do solo e do clima,
refletindo a interação entre o objeto técnico e seu ambiente.
A visão Simondon pode ser extrapolada para a robótica, atualmente utilizada ainda em
pequena escala, mas suas ideias fundamentais sobre a individuação, evolução e relação entre
humanos e objetos técnicos têm relevância contínua e aplicação na compreensão da robótica
moderna.
Como processo de Individuação os robôs também podem ser vistos como entidades em
constante evolução. Os robôs modernos não são apenas máquinas estáticas, eles têm a capacidade
de aprender, adaptar-se e evoluir com base em interações e experiências, o que se assemelha ao
processo de individuação.
A relação entre humanos e robôs, que desempenham um papel cada vez mais significativo
na vida cotidiana, inclui desde assistentes pessoais até robôs de fabricação e cuidados de saúde.
Compreender a interação entre humanos e robôs, bem como garantir que essa interação seja
benéfica e harmoniosa, é uma preocupação relevante, à medida que a tecnologia robótica avança.
Conclusão
A agricultura tem forte expressão cultural e como atividade laboral mais antiga da
humanidade ainda é carregada da força dos mitos, seja na expressão da fé, comum nas comunidades
rurais, seus rituais de agradecimento e a conexão do Homem do campo com o inexplicável e a dádiva
da fartura e as catástrofes climáticas.
Os mitos, de certa forma ligam o Homem à natureza, estabelecem traços culturais milenares
e criam significado para suas vidas. Na agricultura, o produzir não é meramente o ato de
comercializar, mas de semear e colher esperanças, alimentar o outro, confraternizar , solidarizar-se
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com o desconhecido, aquecer os desalentados. O ato de alimentar expressa a Humanidade antes de
tudo.
Em artigo recente, Mario Sergio Cortella afirma que “A agricultura é a arte da paciência”. Ele
lembra que nas culturas e sociedades na história, estar ligado à terra sempre foi inerente à natureza
humana e que a lógica dos últimos três séculos, ligada com maior exclusividade à indústria, ao
mundo tecnológico exclusivo do ambiente urbano e que esta sofre uma guinada e volta seus olhares
para a origem do Homem.
Há que se estabelecer um novo olhar filosófico sobre as atividades técnicas e sua relação na
perspectiva da atividade da produção agrícola, sobretudo com o avanço da agricultura digital. A
visão pode e deve ser positivista, mas não se pode alienar os principais atores nessa relação.
Agricultura é atividade do Homem para o Homem.
18
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