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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE

FAZENDA PÚBLICA COMARCA DE ESTADO DE .

JOÃO, nacionalidade, profissão, estado civil, portador do documento de identidade


RG nº , inscrito no CPF/MF sob o nº , domiciliado na [endereço], por seu advogado
subscritor, vem, respeitosamente, a Vossa Excelência, com fulcro no art. 5º, inc. LXIX, da
CRFB, em conformidade com a Lei nº 12.016/2009, impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA

em face do ato praticado por IMPETRADO, Prefeito Municipal, com sede de


suasatividades na Prefeitura do Município , pelos motivos a seguir expostos.

I - DOS FATOS

João, homem de muita fé, construiu um templo para que pudesse realizar reuniões de
oração para a religião que professava, sempre observando todas as devidas normas legais.

Devido à confiança que a sociedade passou a ter, as reuniões deixaram de ser apenas
religiosas e aproveitavam intervalos para discutir assuntos do dia a dia, o que acabou se
tornando as chamadas “reuniões de civilidade”. Nestas reuniões o principal assunto era a
qualidade dos serviços públicos, resultando na criação de um boletim, na qual João editava,
descrevendo as situações desses serviços, bem como o atendimento e espera de retorno dos
órgãos públicos.

Com o passar do tempo, as reuniões ficaram maiores e o boletim passou a ter maior
influência, o que gerava maior cobrança às autoridades responsáveis. Contudo, essa situação
gerou grande insatisfação à alguns gestores e também ao Prefeito do município, que instaurou
um processo para fiscalizar as atividades realizadas no templo. Com isso, o alvará concedido
a João foi cassado e ele teve
que paralisar todas as atividades, sob pena de aplicação de multa, com a justificativa que seu
alvará concedia autorização de atividades religiosas, além de que as reuniões e boletins não
foram legalizados junto ao Município, sendo ilícito.

II - DO DIREITO

II. I - DO CABIMENTO

O artigo 5º, inciso LXIX da CRFB rediz que será cabível um mandado de segurança
para proteger projeto líquido e certo, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa Jurídica no exercício de suas atribuições
Públicas. Neste caso, o direito líquido e certo de João foi violado pela notificação feita pelo
Prefeito Municipal, limitando suas reuniões através da notificação feita. O mandado de
segurança deve ser impetrado dentro do prazo de 120 (cento e vinte) dias, conforme
determina o artigo 23 da Lei 12.016/09, e deve ser juntamente anexado a prova pré
constituída, prevista no artigo 6 da Lei 12.016/09, na qual se encontra anexada a este
processo, sendo ela a notificação recebida por João.

III - DO MÉRITO

De acordo com o artigo 5, inciso VI da CRFB/88, é assegurado a liberdade de todos a


seguir e professar a sua religião, bem como os locais em que são realizados os cultos
religiosos, o que não foi seguido, pois foi determinada a interrupção das atividades realizadas
no templo.

O Prefeito do Município alegou que as reuniões dependiam de autorização da


autoridade para serem realizadas, o que viola o artigo 5, inciso XIV da CRFB/88, que
assegura o direito das reuniões pacíficas e abertas ao público.

Os boletins de comunicação, elaborados durante a reunião, são regularizados pelo


artigo 220, parágrafo 6º da CRFB/88, na qual não é condicionado à autorização das
autoridades competentes para sua publicação.

IV - DA TUTELA DE URGÊNCIA

No presente caso, tem-se a necessidade do deferimento da tutela de urgência como


prevista no artigo 7º, inciso III da Lei 12.016/09, pois, há elementos que restam claros a
probabilidade do direito, bem como o perigo de dano. A solidez do direito foi expressa no
tópico dos méritos e o perigo de dano se encontra na multa a ser aplicada em razão da não
paralisação das atividades e da circulação dos boletins.
V - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) o deferimento da tutela de urgência, para que João possa continuar exercendo seu
direito de liberdade para realizar as reuniões bem como os boletins de comunicação
sem a aplicação de multa;
b) a procedência do pedido, confirmando a tutelar de urgência;
c) a citação do Prefeitura Municipal, para que preste as informações que entender
serem necessárias;
d) a ciência do feito à Prefeitura Municipal, órgão de representação da pessoa jurídica
interessada;
e) a intimação ao representante do Ministério Público;
f) a condenação do impetrado às custas processuais;

Valor da causa: ...,

Nestes termos, pede deferimento.

Local..., data...

Advogado...,
OAB nº ...

Allysson Eduardo Botelho de Oliveira Anna Carolina Rodrigues Costa


OAB/MG197.364 Rúbia Sabrine Lopes Moreira
Estagiários do NPJ - FDV

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