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REDAÇÃO EMPRESARIAL

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Apostila: Redação Empresarial – por Profº Cilmar Tadeu Silva

Resumo de Português

Assunto:

REDAÇÃO EMPRESARIAL

Autor:

Professor Cilmar Tadeu Silva

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APRESENTAÇÃO

Cilmar Tadeu SILVA1

Os últimos anos têm sido marcados em nosso país por uma vigorosa reflexão
crítica sobre a problemática educacional e pela busca de caminhos para a promoção de
uma ação educativa realmente comprometida com a construção de uma sociedade mais
justa e democrática.

Com esse propósito, preparamos este material para análise, debate e elaboração
de atividades durante as aulas para que, juntos, possamos aprofundar nossos
conhecimentos sobre a escrita de textos em Língua Portuguesa.

Os textos aqui apresentados, em sua maioria, são ilustrativos e pertencem a


diversos autores que estão relacionados na bibliografia básica e de referência no
final deste material e que devem ser sistematicamente consultados para a
elaboração de trabalhos e para as avaliações que serão solicitas durante o curso.

Este material não pretende ser um livro, muito menos uma apostila definitiva.
Estamos cientes de que para um melhor aprofundamento das questões sobre a Língua,
os acadêmicos deverão visitar periodicamente as bibliotecas, não só da FACEL, mas
também as bibliotecas de outras Instituições de Ensino e mesmo as da rede internacional
de informações - INTERNET -, assim como todo material disponível pertinente ao estudo
das técnicas de comunicação.

1
Licenciado em Língua Portuguesa e Literaturas - UFPR;
Mestrando em Educação - Teoria e Práticas Pedagógicas na Educação Superior - PUC/PR;
Especialização em Metodologia do Ensino Superior - Formação de Professores
e Práticas Interdisciplinares pelo IBPEX - Instituto Brasileiro de Pesquisa e Extensão;
Professor de Língua Portuguesa do Colégio e Faculdade BAGOZZI;
Professor de Didática, Teoria da Literatura e Língua Portuguesa das Faculdades FACEL.

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DOCUMENTOS EMPRESARIAIS
A correspondência empresarial moderna.

A correspondência empresarial tem sofrido modificações ao longo do tempo – tanto


em relação à forma quanto em relação ao estilo da linguagem – impostas pela
dinamicidade exigida pelas organizações modernas.

Assim, há um cuidado cada vez maior para compatibilizar a eficiência da


mensagem com a sua forma. Isso tem provocado adaptações que variam de empresa
para empresa, no sentido de adequar as normas da correspondência à realidade da
tramitação de informações em cada organização, em função de sua cultura interna, seus
valores e seu fluxograma.

A correspondência empresarial é, hoje em dia, não só um meio de comunicação.


Ela é um instrumento de marketing, pois se insere na realidade de um mercado
competitivo em que todas as nuanças de comportamento adquirem sentido:
a comunicação empresarial é a
responsável pela imagem da organização perante seu público, interno ou externo.

As mudanças mais importantes nos documentos empresariais das empresas


privadas relacionam-se ao estilo da linguagem e à disposição dos elementos, conforme o
quadro a seguir:

Década de 60 Década de 90
Estilo PROLIXO – uso e abuso OBJETIVA –
de vocabulário mais apresentação das
sofisticado, clichês, informações necessárias
subterfúgios. com clareza.

Disposição dos DENTEADO – com BLOCO – uma única


Elementos espaços na margem margem vertical do lado
esquerda e na abertura esquerdo.
de parágrafos.

A CARTA

A carta moderna sofreu muita influência dos modelos americanos, tanto na forma
quanto no estilo. No inicio da década de 60, o modelo que vigorava entre nós era o
chamado denteado, por causa das aberturas de parágrafos. Com a influência norte-
americana, essa estética sofreu variações, até que, no final da década de 80, foi
assimilado totalmente o estilo em bloco, como está demonstrado no quadro a seguir:
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Década de 60 Década de 90
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Aaaaaaaaaaa Aaaaaaaaaaa
Aaaaaaa A
Aaaaaaaaaaaaaaaaaa Aaaaaaa
Aaaaaaaaaaa Aaaaaaaaaaaaaaaaaa
A aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Aaaaaaaaaaa
Aaaaa A aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaa Aaaaa
Aaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Aaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Aaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
A Aaaaaaaaaaa
Aaaaaaa A
Aaaaaaaaaaaaaaaaaa Aaaaaaa
Aaaaaaaaaaa Aaaaaaaaaaaaaaaaaa
A Aaaaa Aaaaaaaaaaa
a A
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Aaaaa
Aaaaaaaaaaa a aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Aaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
A aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa A aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Aaaaaaa Aaaaaaa
Aaaaaaaaaaaaaaaaaa Aaaaaaaaaaaaaaaaaa
Aaaaaaaaaaa
A
Aaaaa

Nº de expedição
Pode aparecer isolado, combinado ao setor ou à abreviatura de espécie do documento:

657, STRE/ 657, SETRE – 675

Por tradição, tem sido posto à esquerda, mas também se pode colocá-lo à direita, para
facilidade de arquivo.

Data

• dia sem zero à esquerda:

Porto Alegre, 3 de maio de 2000.

Em relação à data no meio do texto, pode-se optar por escrevê-la com dois dígitos, ou
com um digito só:

Em resposta a sua carta de 03-05-2000 ou


Em resposta a sua carta de 3-5-2000

• nome do mês em minúscula, inclusive a letra inicial:

São Paulo, 1º de janeiro de 2000.

• no ano, não há o ponto ou espaço depois do milhar;

• depois da data, ponto final. Só na carta com pontuação aberta ele será
dispensável.

Pontuação aberta é um recurso norte-americano que consiste em não se colocar


nenhum sinal de pontuação em três elementos: data, vocativo e fecho.
Em nossa cultura, esse recurso não foi bem aceito, portanto, não aconselhamos o seu
uso.

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Destinatário ≠ Endereçamento

Na carta moderna não se coloca o endereço do destinatário, por uma questão de


lógica: por que a pessoa que recebe a correspondência precisa saber de seu próprio
endereço? É claro que caberá a cada empresa organizar os seus arquivos de forma a
associar o destinatário a seu endereço.

A única situação em que será pertinente o uso do endereço no próprio corpo da carta
será no caso de envelopes janelados.

Eis algumas variações de como se pode estruturar o destinatário:

À -> facultativo
Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRAS

(observe o uso do a com crase, mesmo se tratando de letra maiúscula, sempre que
ficar subtendida a palavra empresa)

ou

Ao -> facultativo
Banco do Brasil S.A.
Agência Centro

ou ainda

À -> facultativo
Sul América Capitalização
Setor de Treinamento

E quando se quiser dirigir a correspondência a uma pessoa específica? Usa-se Att.,At.


ou A/C?

Att -> não, porque não estamos redigindo em língua inglesa, em que a palavra é
attention.

A/C-> este código deve ser utilizado somente no envelope, quando uma terceira
pessoa estiver envolvida na transmissão da informação, ou seja, ele recebe a carta e a
direciona a quem de direito.

At. -> é a única abreviatura possível dentro da carta, significando atenção. Pode vir
junto ao destinatário ou logo abaixo:

À
Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRAS
Setor de Treinamento
At.: Sra. Eliana de Souza

ou

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À
Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRAS
Setor de Treinamento
At.: Sra. Eliana de Souza

Referência ≠ Assunto

A referência diz respeito ao número do documento mencionado enquanto o assunto se


refere ao tema que será tratado na correspondência.
Assim, embora seja o que mais encontramos, é errado:

Referência: Instalação de microcomputadores


O certo será:

Assunto: Instalação de microcomputadores

Quando houver a necessidade de se colocar o assunto e a referência, a melhor


solução é:

Assunto: Instalação de microcomputadores


Sua Carta-Resposta nº 22

Vocativo

Uma vez que o vocativo, como o próprio nome indica, trata de uma invocação ao
destinatário, ele deve concordar em gênero e número com este. Veja os exemplos:

À
Sul América Capitalização
Setor Treinamento

Prezados Senhores

É importante ressaltar que, depois do vocativo, usa-se a vírgula, por determinação da


IN nº 4/92. constante no Manual de Redação da Presidência da República. Convém
observarmos que o uso dos dois-pontos, embora não recomendado, estaria correto do
ponto de vista gramatical.
Em muitas cartas é oportuno usar o vocativo personalizado quando se deseja fazer um
apelo mais direto e que contenha maior força de venda.

Texto
O texto inicia-se sempre sem abertura de parágrafo e não é mais imprescindível o
alinhamento pela margem direita (conforme IN nº 133/82). Embora depois do

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incremento do uso dos computadores seja mais usual esse alinhamento, pois basta
clicar o ícone “justificar”.

A separação dos parágrafos fica demonstrada por um espaço maior entre uma linha e
outra.

Observe-se que mesmo o fecho “Atenciosamente” vem alinhado na mesma margem


esquerda.

Nome e cargo/função

Modernamente não se coloca mais a linha para a anteposição de assinatura, pois


todos são capazes de assinar corretamente independentemente da linha.

É importante ressaltar que não se antepõe título ao nome do signatário. (Como


veremos mais adiante, nos ofícios o nome virá em letras maiúsculas).

Não se deve deixar de registrar o nome de quem está assinando, pois a assinatura é
sempre de uma pessoa e não de um setor ou divisão:

Errado: Certo:
Setor‫ﺲﮏ‬
de Cobrança ‫ﺲﮏ‬
Jairo da Silva
Setor de Cobrança

Anexos
A palavra anexo no canto esquerdo da carta tem a finalidade de apontar, de forma
simplificada, a inclusão de outros documentos. Como ela tem por objetivo a
conferência dos documentos inclusos, não faz sentido o uso já disseminado da
expressão os citados, pois a pessoa teria de ler todo o texto para, só depois, saber se
os documentos estão de acordo. Portanto, embora não se tenha esse costume, o mais
lógico é colocar-se o nome do documento citado ou a quantidade dos documentos
incluídos.

anexos: Comunicado AMB nº 7


Tabela de Honorários Médicos
ou

anexos:2

Como vocês podem verificar, são muitas as modificações de forma que a carta sofreu.
Veja no final do capítulo um modelo de carta moderna.

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MEMORANDO OU COMUNICAÇÃO INTERNA

O memorando é o instrumento empresarial para as comunicações de caráter rotineiro.


Usava-se até pouco tempo atrás a distinção entre memorando e comunicação interna,
sendo esta usada em um fluxo descendente (da diretoria ou gerência para os demais
funcionários) e aquele para o fluxo horizontal ou ascendente.

Hoje em dia, porém, não há mais essa distinção, sendo o memorando ou o


comunicado interno usado de forma ampla para todos os fluxos de comunicação.

Há dois modelos básicos de memorando (ou comunicação interna): um mais sintético,


para comunicações mais rotineiras, elaborado em meia folha de papel A4, já impresso;
outro, em folha inteira, para esclarecimentos e informações mais detalhadas.

É importante ressaltar que essa correspondência interna já está, em muitas empresas,


estabelecida pelo correio eletrônico, porém, esse fato não altera em nada o que
iremos falar sobre o memorando, uma vez que o correio é só um meio informatizado
de estabelecer as mesmas comunicações.
Observações

Identificação do Destinatário e do Emissor

Deve vir preferencialmente pelo nome do setor, normalmente na forma de sua sigla,
ou pelo cargo.
Quando se desejar realçar o nome de um destinatário específico, ele vem depois da
identificação do setor.

Exemplo: PARA: Gerente de RH – Aurélio


DE: Chefe do Treinamento

No modelo sintético, muitas empresas já colocam em primeiro plano o destinatário


(PARA) e não o emissor (DE).
No modelo de memorando mais extenso (ou comunicado interno), a grande novidade
é quando à identificação do emissor: ela pode vir junto à numeração do memorando:

MEMO nº 23/GEREC

Mas a forma antiga:

DE: GEREC
PARA: Todas as Gerências

ainda é bem utilizada.

Introdução
Não é mais necessário fazer a introdução pelo vocativo; o texto pode ser iniciado sem
o vocativo (pois este já estará presente no destinatário).

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Fecho
Não é preciso colocar o fecho normal; ele pode ser mais descontraído. O mais
consagrado pelo uso é o “Saudações”, nas comunicações rotineiras, ou o “Abraços”,
no correio eletrônico.

Modelos
Apresentaremos a seguir um modelo básico de carta moderna, de memorando
sintético e de um memorando (ou comunicação interna) mais extenso.
Modelo de carta:

Ct 23 – DIVIRH

Rio de janeiro, 6 de março de 2000.

À
Empresa Tal S.A.
At.: Dr. Flávio de Castro

Assunto: Padrão Datilográfico

Prezado Senhor,

Esta carta ilustra o preenchimento das novas correspondências das empresas. As instruções que se seguem
devem ser repassadas a todos os funcionários, responsáveis pela manutenção da imagem de modernidade da
Empresa.
A única margem aceita, a partir dos anos 90, é a da esquerda, começando-se com a data e só terminando
com a assinatura. Não deve haver nenhum elemento do lado direito, à exceção da padronização
recomendada para o Ofício e para o Memorando das repartições públicas.
Observe-se que não se usa mais colocar o endereço do destinatário no corpo da carta, a menos que o
envelope seja janelado. Entretanto, pode ser discriminado o setor ao qual a carta está sendo enviada.
Em relação à margem direita, ela pode, conforme Instrução de 1982, não estar alinhada. Porém, com o uso
do computador cada vez mais disseminado, a tendência é manter o alinhamento, clicando-se o ícone
“justificar”.
Registre-se que a entrada de cada parágrafo já deixou de existir e a separação entre parágrafos é feita por
uma linha em branco. Essa orientação é válida inclusive para o ultimo parágrafo, cuja tendência é resumir-
se na palavra “atenciosamente”.
Esperando que as novas normas reflitam o espírito de modernidade da Empresa, desejamos sucesso.

Atenciosamente,

Miriam Gold

Observe:

a) Não há o ano junto à numeração da carta, que vem com a sigla do departamento. b)
A data vem à esquerda, junto com todo o resto do texto, e fecha-se com o ponto
final.
c) O mês vem com inicial maiúscula.
d) Não se coloca o endereço na folha da carta, só no envelope.
e) Não se usa o pronome senhorita.

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f) Não há abertura de parágrafos.


g) Toda carta deve vir assinada por alguém que possa ser identificado.

Quanto ao memorando de assuntos rotineiros, segue abaixo um dos modelos mais


utilizados em papel. Com a informatização dos escritórios, muitas empresas já utilizam só
o correio eletrônico para tais mensagens.

Modelo de memorando sintético:

LOGOTIPO DA EMPRESA
MEMORANDO
PARA: Gerente de RH DATA: 29-10-2000
DE: Chefe do treinamento Nº: 45

ASSUNTO: Dados para a elaboração do Manual da Secretária

Estou enviando, para sua análise e comentários, os dados colhidos entre as secretárias da Empresa,
visando à elaboração do Manual da Secretária.

Atenciosamente,

‫ﺲ‬
Modelo de memorando extenso:

TIMBRE AS EMPRESA

MEMO º 23/GEREC

Porto Alegre, 5 de maio de 2000.

A: TODAS AS GERÊNCIAS

Assunto: Padrões de Correspondência

Encaminhamos em anexo os novos padrões de correspondência interna e externa que serão


utilizados por nossa Empresa.
Essa reformulação faz parte do processo de modernização que estamos implantando e trata
implicações tanto na agilidade das tomadas de decisão internas quanto na melhoria da qualidade da
relação com o cliente.
Esclarecemos que cada novo padrão encontra sua aplicação detalhada, conseqüência dos estudos
elaborados pela consultoria externa em conjunto com nossos colaboradores internos.
Solicitamos, então, a divulgação para todos os setores com a recomendação de utilização imediata.

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Agradecemos sua colaboração.

Atenciosamente,

‫ﺲ‬
Fulano de Tal

Aplicação
Vamos modernizar a carta a seguir, tanto nos aspectos formais quanto no texto, fazendo
as modificações necessárias.

CT- 43/2000 – DIVPES


18 de Abril de 2000

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE VITÓRIA


A/C: sr. Fernando Matos

Ass.: suas cartas 114/2000 e 117/2000 – reunião 22 ABR 2000

Prezado senhor

Informamos que o sr. Paulo Garcia Júnior estará acompanhando a comitiva do Governo do Estado
ao Chile. Estaremos enviando dois representantes para a reunião referenciada, são os senhores: CARLOS
JOSÉ DA SILVA e JURANDIR DE SOUZA.

Em relação à solicitação de um coordenador para o projeto “TURISMO ESPETACULAR”,


esclarecemos que para este prezado evento estaremos indicando o sr. Antonio Moura Brasil.

Sem mais para o momento.


Atenciosamente

Paulo Garcia Júnior

Presidente

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Carta corrigida:

DIVPES – 43

Rio de Janeiro, 18 de Abril de 2000.

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE VITÓRIA


At.: Sr. Fernando Matos

Ref.: suas cartas 114/2000 e 117/2000 – reunião 22-04-2000

Prezado senhor,

Informamos que o Sr. Paulo Garcia Júnior não poderá estar presente à reunião de 22 de abril do corrente,
pois estará acompanhando a comitiva do Governo do Estado ao Chile. Assim, enviaremos dois
representantes: os senhores Carlos José da Silva e Jurandir de Souza.

Em relação à solicitação de um coordenador para o projeto “TURISMO ESPETACULAR”, indicamos o Sr.


Antonio Moura Brasil.

Atenciosamente,

Paulo Garcia Júnior


Presidente

Uma curiosidade
Esta carta foi redigida por Rubem Braga em março de 1951. Veja como é atual! Ela é
endereçada ao diretor da Companhia Telefônica e o autor utiliza-se, além da ironia, de
verbos e pronomes na 2ª pessoa do plural – vós – como se estivesse se dirigindo a um
deus.

O TELEFONE

Honrado Senhor Diretor da Companhia Telefônica:

Quem vos escreve é um desses desagradáveis sujeitos chamados assinantes; e do tipo mais
baixo: dos que atingiram essa qualidade depois de uma longa espera na fila.

Não venho, senhor, reclamar nenhum direito. Li o vosso Regulamento e sei que não tenho
direito a coisa alguma, a não ser a para a conta. Esse Regulamento, impresso na página 1 de vossa
interessante Lista (que é meu livro de cabeceira), é mesmo uma leitura que recomendo a todas as
almas cristãs que tenham, entretanto, alguma propensão para o orgulho ou soberba. Ele nos ensina
a ser humilde; ele nos mostra o quanto nós, assinantes, somos desprezíveis e fracos.

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Aconteceu, por exemplo, senhor, que outro dia um velho amigo deu-me a honra e o
extraordinário prazer de me fazer um visita. Tomamos uma modesta cerveja e falamos de coisas
antigas – mulheres que brilharam outrora, madrugadas dantanho,m flores doutras primaveras. Ia a
conversa quente e cordial ainda que algo melancólica, tal soem ser as parolas vadias de cupinchas
velhos – quando o telefone tocou. Atendi. Era alguém que queria falar com meu amigo. Um
assinante mais leviano teria chamado o amigo para falar. Sou, entretanto, um severo respeitador do
Regulamento; em vista do que, comuniquei ao meu amigo que alguém lhe queria falar, o que
infelizmente eu não podia permitir; estava, entretanto, disposto a tomar e transmitir qualquer
recado. Irritou-se o amigo, mas fiquei inflexível, mostrando-lhe o artigo 2 do Regulamento,
segundo o qual o aparelho instalado em minha casa só pode ser usado “pelo assinante, pessoas de
sua família, seus representantes ou empregados”.

Devo dizer que perdi o amigo, mas salvei o Respeito ao Regulamento; “dura lex sed lex”;
eu sou assim. Sei também (artigo 4) que, se a minha casa pegar fogo, terei de vos pagar o valor do
aparelho – mesmo se fosse esse incêndio (artigo 9) for motivado por algum circuito organizado
pelo empregado da Companhia a com o material da Companhia. Sei finalmente (artigo 11) que se,
exausto de telefonar do botequim da esquina a essa distinta Companhia para dizer que meu
aparelho não funciona, eu vos chamar e vos disser, com lealdade e com as únicas expressões
adequadas, o meu pensamento, ficarei eternamente sem telefone, pois “o uso de linguagem obscena
constituirá motivo suficiente para a Companhia desligar e retirar o aparelho”.
Enfim, senhor, eu sei de tudo; que não tenho direito de nada, que não valho nada, não sou nada. Há
dois dias meu telefone não fala, nem ouvem nem toca, nem tuge, nem muge. Isso me trouxe, é
certo, um certo sossego ao lar. Porém amo, senhor, a voz humana; sou uma dessas criaturas tristes
e sonhadoras que passa a vida esperando que de repente a Rita Hayworth me telefone para dizer
que o Ali Khan morreu e ela está ansiosa para gastar com o velho Braga o dinheiro de sua herança,
pois me acha muito simpático e insinuante, e confessa que em Paris muitas vezes se escondeu em
uma loja defronte do meu hotel só para me ver sair.

Confesso que não acho tal coisa provável: Ali Khan ainda é moço, e Rita não tem o meu
numero. Mas é sempre doloroso pensar que se tal coisa acontecesse eu jamais saberia – porque
meu aparelho não funciona. Pensais nisso, senhor; pensais em todo o potencial tremendo de
perspectivas azuis que morrem diante de um telefone que dá sempre sinal de ocupado – cuém,
cuém, cuém – quando na verdade está quedo e mudo na minha modesta sala de jantar. Falar nisso,
vou comer; são horas. Vou comer contemplando tristemente o aparelho silencioso, essa esfinge de
matéria plástica; é na verdade algo que supera o rádio e a televisão, pois transmite não sons nem
imagens, mas sonhos errantes no ar.

Mas batem à porta. Levanto o escuro garfo do magro bife, e abro. Céus, é um empregado da
Companhia! Estremeço de emoção. Mas ele me estende um papel: é apenas o cobrador. Volto ao
bife, curvo a cabeça, mastigo devagar, como se estivesse mastigando meus pensamentos, a longa
tristeza de minha humilde vida, as decepções e remorsos. O telefone continuará muda; não
importa; ao menos é certo, senhor, que não vos esquecestes de mim.

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A CORRESPONDÊNCIA OFICIAL

Uniformização da Correspondência Oficial

No serviço público não se podia, até pouco tempo atrás, falar em unidade dos padrões de
correspondências relacionadas aos atos administrativos oficiais.

Porém, em 1991, foi criada pela Presidência da República uma comissão que visava à
uniformização e à simplificação das normas de redação de atos e comunicações oficiais.
A partir do trabalho dessa comissão, foi elaborado, em 1992, o Manual de Redação da
Presidência da República, com a finalidade de racionalizar e padronizar a redação das
comunicações oficiais.

Desse estudo, resultou a Instrução Normativa nº 4, de 6 de março de 1992, que Isa


consolidar aquelas normas e torná-las obrigatórias no âmbito federal.

Vamos, então, estudar a nova padronização do Ofício – correspondência externa – e,


depois, a do Memorando – correspondência interna – dos órgãos públicos.

OFÍCIO

• Forma de correspondência oficial trocada entre chefes ou dirigentes de hierarquia


equivalente ou enviada a alguém de hierarquia superior à daquele que assina.

• Tem como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da


Administração Pública entre si e também com particularidades.

• Circula entre Agentes Públicos ou entre um Agente Público e um Particular.

• A linguagem deve ser formal sem ser rebuscada, pois “as comunicações que
partem dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e qualquer
cidadão brasileiro” (Manual de Redação da Presidência da República).

• A finalidade é informar com o máximo de clareza e precisão, utilizando-se o padrão


culto da língua.

ANOTE SUAS OBSERVAÇÕES:


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Modelo de Ofício:

Ofício nº 1/sigla do setor


Rio de Janeiro, .... de ..................................... de 2000.

Senhor Cargo do destinatário,

....................................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................

2.
....................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
.............................................................

3.
....................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
.............................................................

À
Secretaria da Receita Federal do Estado do Rio de janeiro
Av. Presidente Antonio Carlos, 356
Rio de Janeiro – RJ
20020-010

Observação: quando o Ofício tiver mais de uma pagina, como este, a continuação
se dará na pagina seguinte, com o fecho e a assinatura. O destinatário e o
endereçamento ficam sempre na primeira página.

continuação do Ofício:

2/2
4.
....................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
.............................................................

Atenciosamente,

Nome
Cargo do signatário

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Como se pode observar, há muita diferença em relação aos ofícios que vemos
normalmente, pois cada secretaria, estadual ou municipal, cria os seus modelos, o que
contraria a disposição federal de padronizar os documentos oficiais.

Minha recomendação é a de que se passe agora a empregar esta padronização


recomendada pela Secretaria de Administração Federal.

As principais observações são:

 Não há mais o ano junto à numeração do Ofício.

 Há ponto final após a data.

 O assunto é facultativo.

 O vocativo segue a seguinte formalização:

Senhor + Cargo (em maiúscula) do destinatário

Exemplo: Senhor Chefe da Divisão de Serviços Gerais

 O primeiro e o ultimo parágrafos (que é o fecho) não são numerados.

 A numeração dos outros parágrafos é feita a 2,5 cm da margem esquerda d a


folha, é seguida de ponto, e deve-se alinhar o começo do parágrafo pelo
primeiro.

 Quanto ao endereçamento no envelope, se as comunicações forem dirigidas à


autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:

Excelentíssimo Senhor
Fulano de Tal
Juiz de Direito da 10ª Vara Cível
Rua ABC, nº 123
01010 – São Paulo/SP

A IN nº7 4/92 diz textualmente que “fica abolido o uso do tratamento Digníssimo (...)” pois
“a dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo
desnecessária a sua repetida evocação”.
Quando ao destinatário não se empregar o tratamento de Excelência, deve-se dirigir a ele
como Vossa Senhoria e o endereçamento ficará assim:

Senhor
Eduardo Maia
Secretário Municipal de Saúde
Rua XYZ, nº 789
012301 – Rio de Janeiro/RJ

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Conforme o texto da IN, já citada, “fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo


para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É
suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor”.

Há ainda uma observação interessantíssima sobre o uso do já convencional titulo doutor:


“Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento e, sim, titulo acadêmico. Não deve
ser usado indiscriminadamente. Seu emprego deve restringir-se a pessoas que tenham tal
grau por terem concluído curso universitário de doutorado”. (grifo nosso)

 os fechos, que devem estar centralizados na folha, foram simplificados e


uniformizados da seguinte forma:

Respeitosamente – para autoridades superiores, inclusive o Presidente da


República

Atenciosamente – para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia


inferior.

 o sinal de pontuação que se segue ao fecho é, obrigatoriamente, a vírgula.

MEMORANDO OFICIAL

• O memorando é uma modalidade de comunicação entre unidades


administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em
um mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de uma forma de
comunicação eminentemente interna.

• Sua principal característica é a ágil;idade. A tramitação do memorando em


qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de
procedimentos burocráticos.

• Para evitar desnecessário aumento no numero de comunicações e de papel,


os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento.

ANOTE SUAS OBSERVAÇÕES

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Modelo de Memorando oficial:

Memorando nº 19/DJ Em 12 de abril de 2000.

Ao Sr. Chefe do departamento de Administração

Assunto: Administração, Instalação de microcomputadores

Nos termos do “Plano Geral de Informatização”, solicito a Vossa Senhoria verificar a


possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores neste Departamento.

2. Sem descer a mais detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal seria que o
equipamento fosse dotado de “disco rígido” e de monitor padrão “EGA”. Quanto a
programas, haveria necessidade de dois tipos: um “processador de textos” e outro
“gerenciador de banco de dados”.

3. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste Departamento ensejará
uma mais racional distribuição de tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma melhoria na
qualidade dos serviços prestados.

Atenciosamente,

Nome
Cargo do signatário

Observações:

 Na numeração do documento não consta o ano, tal como já vimos no Ofício.


Consta o órgão de origem.

 A data deve figurar na mesma linha do numero e identificação do


memorando.

 O destinatário do memorando é mencionado pelo cargo que ocupa. Quanto


ao emissor, já foi mencionado na numeração e virá explicito na assinatura.

 O assunto esclarece o teor da comunicação.

 Em relação ao texto, ele segue o mesmo padrão do Ofício.

 O fecho também segue a mesma normatização que o Ofício.

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Aplicação
O memorando que se segue talvez esteja na forma recomendada por alguma instituição,
mas certamente está fora dos padrões oficiais. Veja como ficaria se estivesse de acordo
com a IN nº 4/92.

Memorando fora da padronização:

Memorando FJG/DOP/CCP nº 14 Em 18/05/2000

Senhor Diretor da Divisão de Apoio Administrativo

Solicitamos a V.Sª cientificar os interessados de que o curso de Língua Portuguesa,


programado para o mês de maio, somente começará no dia 4 de agosto, permanecendo o horário
anteriormente estabelecido.

Encaminhamos, em anexo, o conteúdo programático do curso.

Atenciosamente,

Nome
Cargo do signatário

Memorando oficial:

Memorando nº 14/CCP Em 18 de maio de 2000

Ao Sr. Diretor da Divisão de Apoio Administrativo

Assunto: Adiantamento de curso

Solicitamos a V.Sª cientificar os interessados de que o curso de Língua Portuguesa,


programado para o mês de maio, somente começará no dia 4 de agosto, permanecendo o horário
anteriormente estabelecido.

2. Encaminhamos, em anexo, o conteúdo programático do curso.

Atenciosamente,

Nome

Cargo do signatário

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Uma curiosidade

Uma funcionária de repartição pública – eficiente secretaria – brigou com o noivo e,


arrependida, ficou imaginando uma forma de se retratar. Tentou escrever um a carta vem
delicada e carregada de palavras de amor, mas – por vício profissional – acabou
redigindo um requerimento.

O documento chegou ao noivo ofendido no dia seguinte e este, chefe de seção de outra
repartição pública, apressou-se em indeferir o pedido, alegando, carinhosamente, nada
ter a perdoar. Para tanto, redigiu um ofício. Veja que interessante...

Requerimento:

Ilmº. Senhor Diretor do meu coração

Amália Amélia da Silva, residente e domiciliada em São Paulo, na Rua do Tijuco Preto, nº
13, portadora da Carteira de Identidade e R.G. nº 500 631 421, vem respeitosamente requerer o
perdão de V. Sa. para as rudes palavras que proferiu ao final da Festa do Vinho do Atlético Clube
Pinheirense, no domingo, dia 8 de maio.

A requerente reconhece que exorbitou quando jogou o garrafão de vinho sobre a capota do
carro de V. As. e que assim agiu movida pelas forcas desconhecidas do ciúme. Reconhece ainda
que muito o ama e declara que jamais pensou em ofendê-lo.

Nestes termos,

Pede deferimento.

São Paulo, 13 de maio de 2000.

Amália
Amélia da Silva

AMÁLIA AMÉLIA DA SILVA

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Ofício:

IBIP – INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMACAO PROFISSIONAL


Ofício nº 19/DEDIV

São Paulo, 14 de maio de 2000.

Assunto: Reconciliação – Amália Amélia

Senhora minha noiva,

Em atenção ao pedido constante de requerimento datado de 13 de maio passado, levamos


ao conhecimento de V. Sª. que nada consta neste Departamento em nome da Festa do Vinho do
Atlético Clube Pinheirense.

1. O incidente a que se refere o requerimento não aconteceu da maneira como foi exposto e
pode ser considerado como acidente sem vitimas e sem prejuízo para as partes.

2. Baseado na idéia popular de que “amar é jamais ter que pedir perdão”, a solicitação contida
no requerimento não se justifica.

Atenciosamente

Orozimbo de
Oliveira

ORIZOMBO DE OLIVEIRA

Chefe de Departamento

À Srta.
Amália Amélia da Silva
Futura Dama do meu Lar
São Paulo – Capital

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ESCREVENDO RELATÓRIOS E MONOGRAFIAS

Relatórios e monografias podem agrupar-se em um mesmo capítulo pois, embora se


dirijam a públicos diferentes, ambos os textos apresentam a mesma estrutura e os
mesmos encaminhamentos didáticos.
Justifica-se ainda a inclusão de orientações sobre a redação de monografias neste livro
uma vez que as empresas têm orientado seu quadro pessoal a se aperfeiçoar
constantemente, freqüentando pós-graduações e MBAs, em que os participantes se vêem
às voltas com a produção de monografias finais de curso.

Por Onde Começar?


O primeiro passo para se redigir um bom relatório ou uma monografia é fixar o objetivo do
que se vai escrever.

Fixar o objetivo é selecionar a linha de pensamento que orientará a condução das idéias.
Esse procedimento é fundamental no sentido da seleção de idéias pertinentes ao assunto
e para não haver dispersão e confusão quanto às informações a serem transmitidas.
Vamos imaginar que tenhamos de redigir um relatório ou uma monografia sobre “os
principais meios de comunicação”. Temos várias possibilidades de desenvolvimento,
como, por exemplo:

• fazer uma comparação entre o radio e a televisão;


• analisar o apelo popular dos meios de comunicação e suas conseqüências; ou
ainda
• abordar a ampla difusão de informações que esses dois meios promovem.

Assim, para cada possibilidade, ou seja, para cada objetivo, haverá um texto
completamente diferente.

No caso de um relatório empresarial cujo assunto seja a visita feita pelo Gerente de
Qualidade ao Setor de Atendimento de outra empresa, a pessoa que irá redigir o relatório
deverá ter em vista a função da visita para poder começar a pensar por onde iniciar. Por
exemplo, a função da visita é:
• verificar a melhor disposição dos aparelhos e atendentes, de forma a criar um
leiaute mais eficiente?
• analisar o funcionamento da nova tecnologia implantada? Ou
• recomendar ao diretor o modo de operação do setor visitado?

Como se vê, é por meio da fixação do objetivo que serão relacionadas as idéias afins ao
assunto em pauta, mantendo-se o controle do pensamento para que o relatório e a
monografia sigam na diretriz desejada.

Segundo Momento
Depois de fixar o objetivo, para escrever o seu relatório ou a sua monografia você pode
seguir dois caminhos, ambos igualmente válidos.
Um dele é simplesmente começar a escrever o texto para trabalhá-lo depois. O outro é
listar as várias idéias que lhe ocorram sobre o assunto para posteriormente estruturá-las
em um texto.

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Não se pode afirmar que um desses caminhos seja melhor que o outro. É meramente
questão de estilo ou, até mesmo, de momento. Uma pessoa pode se sentir mais
confortável listando primeiramente aquilo que pretende escrever ou passando direto para
o papel (ou tela) o desenvolvimento de sua idéia.
De qualquer forma, o importante é saber que, qualquer que seja o caminho escolhido,
este é apenas o segundo momento. É daqui que o relatório e a monografia começarão a
se definir, exigindo uma organização.

Terceiro Momento: Planejando o Texto


Depois do segundo momento é importante planejar a apresentação das informações.
Mesmo para quem já escreveu o texto, vale a pena saber que tanto o relatório quanto a
monografia devem primar pela organização e unidade.
Organização e unidade estão relacionadas à idéia central. Sempre, em qualquer tipo de
texto, deve haver uma idéia central que orienta toda a redação. Alem disso, todas as
idéias devem ser relevantes para a idéia central e devem convergir para ela.
Portanto, para obter um texto bem escrito, mostraremos como você deve proceder tanto
no caso de já ter feito a redação do texto quanto no de ter efetuado primeiramente uma
listagem das idéias:

Hipótese 1:
Se você trabalhou com a lista de idéias acerca do assunto, leia-as com atenção e
organize-as em grupos. Cada grupo deve ter uma idéia nuclear, mesmo que haja várias
frases e vários enfoques. Depois de agrupar as idéias, elimine as que forem redundantes
ou desnecessárias.

Exemplo 1:
Em um texto que queira apresentar argumentos contra a pena de morte, foram listados os
seguintes itens:
• ninguém tem o direito de tirar a vida do homem;
• não se deve castigar um crime com outro crime;
• a ameaça de castigo nunca evitou que erros fossem cometidos;
• só o temor da morte poderá afastar certos homens do crime.

Na leitura atenta, percebemos que o último item não é adequado para argumentar
contrariamente à pena de morte, trazendo, inclusive, a idéia a favor da pena capital.
Assim, ele será descartado, não entrando no texto final.

Exemplo 2:
Para um relatório ou monografia sobre o desemprego nos centros urbanos, foram listados
os seguintes itens:
• imigração dos habitantes da área rural para os centros urbanos;
• surgimento de favelas;
• fome, doenças;
• falta de habilitação profissional;
• grande número de camelôs nas ruas;
• aumento do trafico de drogas;
• vadiagem, roubo, crimes;
• crescente substituição do homem pela maquina.

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Ao analisar os itens, começamos por verificar que o surgimento de favelas é


conseqüência da imigração dos habitantes da área rural para os centros urbanos. O
grande número de camelôs pode ser considerado também uma conseqüência da falta de
qualificação profissional.

Então, observamos que podemos ter dois grandes grupos: o das causas e o das
conseqüências:

Grupo das Causas:


• imigração dos habitantes da área rural para os centros urbanos;
• falta de habilitação profissional
• crescente substituição do homem pela maquina.

Grupo das Conseqüências:


• surgimento de favelas;
• fome; doenças;
• grande numero de camelôs nas ruas;
• vadiagem, roubo, crimes.

Desse conjunto, sobra “aumento ro trafico de drogas”, que não está relacionado
diretamente com a questão do desemprego. Portanto, ele não será incluído no texto.
O relatório ou monografia em questão terá então o seguinte planejamento textual:

Introdução – a questão do desemprego nos centros urbanos


Desenvolvimento – causas e conseqüências
Conclusão – um fecho sobre o assunto tratado

Hipótese 2:
Se você já redigiu o texto, releia-o e retire (sem piedade) as frases ou partes de frases
que fogem ao objetivo que você fixou. Você deverá ficar bem atento à interpretação das
palavras.

Por exemplo, cuidado com a mudança de foco dentro do parágrafo.

Exemplo 1:

Programas violento, cuja transmissão foi proibida em alguns países, têm grande sucesso
no Brasil. Os filmes de Kojak e a série Police woman são um exemplo. O motivo da
proibição fora do Brasil são os efeitos negativos que os seriados policiais têm sobre os
telespectadores, principalmente crianças. Nos Estados Unidos, a pressão popular é muito
forte e consegue exercer pressão nas redes de televisão.

Como a idéia central do parágrafo é a critica às redes brasileiras de televisão, a última


frase está deslocada do assunto, pois seu foco é a sociedade americana e seu
mecanismo de pressão. Esta idéia então não cabe neste parágrafo. No máximo, ela
poderia entrar em outro que mostrasse a falta de reação da sociedade brasileira, em
contraste com a americana.

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Outro cuidado que se deve ter na releitura do texto é a eliminação de detalhes


desnecessários.

Exemplo 2:
O secretário nacional de Vigilância Sanitária, Roberto Chabo, apresentou uma lista de
trinta e quatro medicamentos, divididos em quatro grupos: protetores do fígado,
estimulantes neuropsíquicos, polivitamínicos e estimulantes sexuais, que terão a
fabricação suspensa e serão retirados do mercado na semana que vem por
serem considerados sem efeito terapêutico.

Como você pode notar numa leitura atenta, a parte “divididos em quatro grupos:
protetores do fígado, estimulantes neuropsíquicos, polivitamínicos e estimulantes sexuais”
atrapalha o leitor na compreensão da idéia-núcleo.

Portanto, todos os segmentos que ameacem a quebra da unidade do parágrafo e do texto


devem ser retirados.

A Estrutura
Agora é fundamental estruturar a apresentação das informações. A estruturação nada
mais é do que a organização de blocos ou grupos de informação.

Dependendo do tipo de relatório (há vários), você pode seguir por diversas maneiras de
estruturar o texto, desde aquela mais simples, em que há uma exposição de idéia por
meio de seqüência de introdução-desenvolvimento-conclusao, até as mais elaboradas,
com analises parciais e comentários de pontos positivos e negativos.

Em relação às monografias, a única distinção entre elas e os relatórios é quando à


apresentação de sumário ou resumo, logo no início o texto.

O sumário é a “enumeração das principais seções, artigos ou contribuições mais


importantes de um fascículo, feita na mesma ordem em que nele se sucedem”. (ABNT –
NB-62)

Já o resumo, indicado para monografias menos formais, é a apresentação concisa e


freqüentemente seletiva do texto de um artigo, obra ou outro documento, pondo em relevo
os elementos de maior interesse e importância, sendo freqüentemente redigido por outras
pessoas que não o autor”. (ABNT – NB-87)

A estrutura é fundamental, pois ela revela a organização do pensamento que será


seguida, bem como facilita ao leitor seguir uma linha de compreensão. Portanto, não há
como descuidar dessa etapa essencial.

Vamos analisar, então, como compor a estrutura nas diversas situações.

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Composição da Estrutura

1. Estrutura Básica

Um relatório ou monografia simples, abordando a exposição de um motivo ou de um


tema, pode seguir a estrutura básica de introdução-desenvolvimento-conclusao.
Na introdução apresenta-se o assunto, delimitando-o e estabelecendo suas coordenadas
gerais. Na verdade, a introdução apresenta um cenário em que serão inseridas as
informações prestadas.

No desenvolvimento, as informações seguem o prometido na introdução, tendo-se o


cuidado de caminhar na direção de um fecho, sem idas e vindas que atrapalhem o leitor.
As informações devem ser trabalhadas de forma que se apresentem em um andamento
cronológico (um relatório de atendimento, por exemplo) ou lógico (um relatório de gestão
semestral, por exemplo).

O fecho é elemento essencial e retoma, de forma diferenciada, a proposta da introdução,


concluindo sobre os dados que foram informados.

Seguem dois exemplos de relatório e demonografia com estruturação básica que contém
apresentação tanto cronológica quanto lógica das informações.

Exemplo 1:
Relatório apresentado por um empregado da Empresa A a seu superior imediato, em que
relata o treinamento técnico que ofereceu a pessoal de outra agencia, também da
Empresa A.

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• Titulo Relatório de treinamento técnico

• A introdução consta de dois Introdução


parágrafos e apresenta o assunto
do relatório, ou, como muitos O objetivo deste relatório é efetuar um
preferem chamar hoje em dia, o relato do treinamento de Power Point
cenário. solicitado pela Agência Centro.

O treinamento foi programado, conforme


solicitação, para um público-alvo de 16
pessoas, nos dias 14 e 15 de setembro,
em instalações da própria agência.

Desenvolvinento
• Aqui começa a apresentação das
idéias a serem desenvolvidas. No dia 14, primeiro dia do treinamento,
• Observe que o texto começa constatou-se, logo ao chegar ao local, a
fazendo referência à situação pouca afluência dos participantes. Dos 16
previstos, achavam-se no local somente
cronológica.
4 empregados.
• O texto continua, acrescentando à
O trabalho transcorreu normalmente, com
abordagem cronológica uma
adaptações das dinâmicas programadas
ordem lógica. Há uma seqüência
para atender à realidade de uma
que ressalta o trabalho como um quantidade menor de pessoas do que a
todo. prevista.
Nas avaliações de reação passadas ao
• Introdução, fazendo a final do segundo dia de treinamento, foi
apresentação da idéia que será unânime a satisfação dos participantes,
desenvolvida no texto. Repare na assim como a constatação da
expressão “estão dizendo”, que necessidade de uma maior número de
abre possibilidade para um empregados participar desde curso, uma
contraponto. vez que ele é diretamente aplicável sobre
as tarefas do dia-a-dia.
• Desenvolvimento
Conclusão
• O primeiro parágrafo apresenta
exemplos que concretizam a Podemos concluir que o treinamento
correlação apresentada na realizado foi ao encontro das
introdução. expectativas dos treinandos, conforme
• É interessante abrir a conclusão constatado nos exercícios técnicos, em
com uma expressão ou palavra que muitas dúvidas foram eliminadas, e
que remeta a essa idéia. na avaliação de reação, com comentários
• Observe que se encaixa aqui um sempre positivos sobre o trabalho.
comentário. Sugerimos, entretanto, que seja
estabelecido um contato com a
coordenação de cursos da Agência
Centro para uma melhor programação da
disponibilidade dos participantes.

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Exemplo 2: Violência americana: também


globalizada?
• Título: como é uma pergunta,
deve-se esperar apresentação Muitos brasileiros estão dizendo que o
tanto de aspectos a favor como de recente e inédito assassinato em massa
aspectos contrários. ocorrido no cinema de um shopping em
São Paulo é o mais novo produto
americano importado pelo Brasil.
• O segundo parágrafo desenvolve
os aspectos de similaridade que O estudante de medicina que matou três
suportam a comparação. pessoas e feriu cinco é um rapaz de
classe media alta, solitário, perturbado,
fanático pela Internet. Um perfil que
tipifica p “franco-atirador” americano.
Como se não bastasse, a versão
brasileira do serial killer americano
revelou-se no ano passado na figura do
Maníaco do Parque.

O Brasil é um terreno fértil para esse tipo


de acontecimento. Esta é uma sociedade
• Apresentação de argumentos que
em que crimes violentos, hediondos,
se contrapõem à idéia
correm todos os dias. E em que o acesso
às armas e às drogas é tão amplo quanto
nos Estados Unidos. (O estudante de
medicina citado, tendo consumido
cocaína, comprou a submetralhadora do
seu mecânico).

Essas condições levam o brasileiro a


desconfiar que o massacre do cinema
não é uma ocorrência isolada, mas um
trailer sombrio do que está por vir.

O Brasil, porém, não se parece tanto com


a sociedade americana. Basicamente
porque valoriza a família como sua
• Conclusão: retorna a idéia instituição mais importante e mima (em
apresentada na introdução e, junto vez de negligenciar) seus filhos. Laços
aos argumentos levantados, familiares fortes fazem com que os
estabelece o fecho do artigo. brasileiros sejam muito mais gregários do
que americanos. É muito mais comum
que os jovens pertençam a turmas
saudáveis aqui no Brasil do que nos
Estados unidos, o que provoca maior
estabilidade emocional e até segurança
econômica – os brasileiros arranjam

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emprego não apenas pelo que


conhecem, mas por quem conhecem.

Talvez seja realmente um equívoco


entender o massacre do cinema como
uma ocorrência isolada. Mas é
certamente equívoco maior deixar esse
particular surto psicopatológico eclipsar a
verdadeira e problemática violência do
Brasil: aquela que transformou as
periferias urbanas em zonas de guerra
civil.
(adaptado de Michael Kepp, revista
Exame, 17-11-99)

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2. Estrutura por Grupos de Idéias

Primeiramente vamos entender o que seja uma organização das idéias por grupos.

A estruturação por grupos se concretiza a partir da afinidade de algumas informações,


que passam a constituir determinado grupo. O grupo de idéias nada mais é do que um
conjunto de informações ao qual você é capaz de dar o mesmo titulo.

É importante ressaltar também que a organização da estruturação sempre dependerá das


informações a serem registradas.

Vamos analisar uma situação normalmente presente na vida institucional das pessoas
demonstrando como a estruturação por grupos auxilia a organização e a eficácia das
idéias.

Imaginemos que você participou de uma reunião (um grupo de trabalho, por exemplo) em
que foram discutidos vários assuntos relativos a melhorias que deverão ser implantadas
em seu setor. Evidentemente, esse tipo de assunto provocará intensos debates, com
apresentação de argumentos favoráveis às hipóteses levantada, argumentos contrários,
retorno a idéias já faladas em outras ocasiões e descartadas, mas que no momento
parecem válidas, egos se vangloriando, egos feridos, e muitas outras variadas situações.
Como então apresentar um relatório claro das idéias que foram discutidas?

A única solução em casos com muitas informações a serem transmitidas é a estruturação


por grupos de idéias. Uma das possibilidades de estruturar o relatório proveniente de uma
pauta de melhorias no setor seria:

1. Introdução
2. Cenário Atual
3. Melhorias Sugeridas
3.1 – Melhoria A
3.1.1 – apresentação
3.1.2 – benefícios
3.2 – Melhoria B
3.2.1 – apresentação
3.2.2 – benefícios
4. Sugestões descartadas
4.1 – Sugestão A e conseqüências negativas
5. Conclusão

Mas essa não é a única estruturação possível e, voltamos lembrar, a estruturação é


dependente das informações a serem transmitidas. Assim, se, no caso da reunião citada,
as melhorias só poderiam ser aprovadas em relação a seu custo, por exemplo, seria
necessário incluir no relatório uma análise dos custos década melhoria, ou delas com um
todo.

Nesse caso, o esquema ficaria da seguinte forma:

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Resumo: Dicas & Macetes Direito Constitucional – por Desconhecido

1. Introdução
2. Cenário Atual
3. Melhorias Sugeridas
3.1 – Melhoria A
3.1.1– apresentação
3.1.2 – benefícios
3.1.3 – custos
3.2 – Melhoria B
3.2.1 – apresentação
3.2.2 – benefícios
3.2.3 – custos
4. Sugestões descartadas
4.1 – Sugestão A
4.1.1 – custo
5. Conclusão

Muitos relatórios do dia-a-dia empresarial seguem o esquema de blocos de


informação. Podemos citar como exemplo os relatórios de analise de investimentos,
atualizações sobre processo de qualidade, relatórios de análise e pesquisa etc.

Também encontramos a estruturação por grupos de idéias na parte central das


monografias, quando o desenvolvimento apresenta várias análises e as informações
se desdobram em blocos.

Essa determinação de partes esquematiza a informação, trazendo a possibilidade de


um melhor encadeamento lógico.

Tipos de Planos para Relatórios


Há muitas possibilidades de planos (ou esqueletos) de relatórios ou monografias divididos
em grupo. Seguem abaixo algumas possibilidades. Entretanto, cada relatório tem a sua
particularidade e o seu conjunto de informações. Portanto, cabe ao redator do texto
analisar e escolher qual a melhor maneira de estruturar as suas idéias.

Exemplo 1 – Introdução
Apresentação dos itens observados
Comentários
Conclusão

Exemplo 2 – Introdução
Relato cronológico dos acontecimentos
Apresentação dos itens observados
Análise de causas
Proposta de soluções
Conclusão

Exemplo 3 – Cenário
Enumeração de fatos
Relações de conseqüência

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Comentários
Conclusão

Exemplo 4 – Cenário
Aspectos Positivos
Aspectos Negativos
Considerações gerais
Conclusão

Aplicação
Os parágrafos abaixo foram escritos a partir do tema: O processo de Formação da
Opinião do indivíduo.

Porém, as várias idéias foram escritas sem nenhuma preocupação com o planejamento e
a estrutura. Depois de ter os parágrafos, ordene-os, relacionando-os em seqüência lógica
e ao final organize um esqueleto do plano geral do texto.

Esse processo educativo envolve não apenas a educação informal – conjunto de


experiências que as pessoas vão adquirindo pelo fato de viverem em sociedade – mas
também a educação formal – aquela proporcionada pela escola, pela universidade.

No processo de formação das opiniões individuais, que depois se convertem no fenômeno


da Opinião Pública, nós encontramos fatores básicos e fatores complementares.

A educação é fator fundamental, porque vai conformando a mentalidade dos indivíduos e


abrindo-lhes horizontes específicos. Desde o momento em que nasce e se incorpora à
sociedade, o cidadão participa de todo um processo educativo, que vai moldando o seu
comportamento e delineando normas de conduta.

Entre os fatores básicos estão a educação, a vida familiar e a participação nos grupos
primários.

Outro fator importante é a vida familiar, que se insere no próprio contexto da educação
informal. Da família, o individuo recebe uma série de padrões de comportamento, ao
quais se vai acostumando, e em torno dos quais vai girar a sua atividade social. Toda a
sua vida em sociedade estará orientada pelos marcos de referencia que advêm da vida
familiar e condicionam a adoção de opiniões e atitudes.

Os grupos de pressão procuram galvanizar a atenção das pessoas que compõem a


sociedade e orientar a Opinião Pública num determinado sentido.
Vejamos, agora, os fatores complementares na formação das opiniões individuais: os
grupos de pressão e a propaganda.

A seguir, adquire importância a participação do individuo nos grupos primários:


vizinhança, clubes, trabalho, associações, etc. O individuo se integra nesses grupos,
porque as suas normas estão de acordo com os seus próprios padrões de
comportamento. Ele aprende a cumprir as normas do grupo e a receber as sanções delas

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decorrentes.

A formação da Opinião Pública constitui realmente um processo complexo, que está


condicionado por diversos elementos, ademais dos problemas de personalidade que tem
o indivíduo.

A propaganda, por sua vez, busca persuadir os indivíduos para a mudança de atitudes ou
conservação dos padrões existente.
(José Marques de Melo, Comunicação, opinião, desenvolvimento)

Texto reestruturado:

Introdução:

No processo de formação das opiniões individuais, que depois se convertem no fenômeno


da Opinião Pública, nós encontramos fatores básicos e fatores complementares.

Desenvolvimento:

Entre os fatores básicos estão a educação, a vida familiar e a participação nos


grupos primários.
A educação é fator fundamental, porque vai conformando a mentalidade dos
indivíduos e abrindo-lhes horizontes específicos. Desde o momento em que nasce e se
incorpora à sociedade, o cidadão participa de todo um processo educativo, que vai
moldando o seu comportamento e delineando normas de conduta.
Esse processo educativo envolve não apenas a educação informal – conjunto de
experiências que as pessoas vão adquirindo pelo fato de viverem em sociedade – mas
também a educação formal – aquela proporcionada pela escola, pela universidade.
Outro fator importante é a vida familiar, que se insere no próprio contexto da
educação informal. Da família, o individuo recebe uma série de padrões de
comportamento, ao quais se vai acostumando, e em torno dos quais vai girar a sua
atividade social. Toda a sua vida em sociedade estará orientada pelos marcos de
referencia que advêm da vida familiar e condicionam a adoção de opiniões e atitudes.
A seguir, adquire importância a participação do individuo nos grupos primários:
vizinhança, clubes, trabalho, associações, etc. O individuo se integra nesses grupos,
porque as suas normas estão de acordo com os seus próprios padrões de
comportamento. Ele aprende a cumprir as normas do grupo e a receber as sanções delas
decorrentes.
Vejamos, agora, os fatores complementares na formação das opiniões individuais:
os grupos de pressão e a propaganda.
Os grupos de pressão procuram galvanizar a atenção das pessoas que compõem a
sociedade e orientar a Opinião Pública num determinado sentido.
A propaganda, por sua vez, busca persuadir os indivíduos para a mudança de
atitudes ou conservação dos padrões existente.

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Fecho:

A formação da Opinião Pública constitui realmente um processo complexo, que


está condicionado por diversos elementos, ademais dos problemas de personalidade
que tem o indivíduo.

Plano geral (ou esqueleto):

1 – Introdução
2 – Fatores básicos
2.1 – Educação
2.2 – Vida familiar
2.3 – Grupos primários
3 – Fatores complementares
3.1 – Grupos de Pressão
3.2 – Propaganda
4 – Conclusão

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEREDO, J.C. Letras & Comunicação – Uma Parceria no ensino de Língua Portuguesa.
Ed. Vozes. Petrópolis 2001.
BARROS, A.J.S.; LEHFELD, N.A.S. Fundamentos de Metodologia Científica – Um guia
para a iniciação científica. 2ª. Ed. Makron Books. São Paulo 2000
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