Você está na página 1de 27

O dízimo na

comunidade de fé:
orientações e propostas
DOCUMENTO DA CNBB 106
Caminho percorrido:
O documento é fruto de um percurso de reflexão envolvendo diversas Igrejas
particulares. Ele dá continuidade às indicações dadas pela CNBB desde a década de
50, especialmente no texto “A Pastoral do Dízimo”, de 1975.
1965 – deliberação da Comissão Central sobre o dízimo e as coletas, solicitação de
estudo.
1974 – 1975 – pesquisa, formulação e publicação do texto nº8: Pastoral do Dízimo.
2014, 2015, 2016
◦ Assembleias Gerais da CNBB
◦ Seminário Nacional
◦ Livro – Dízimo: uma proposta bíblica
Um dos elemento da “Conversão Pastoral” – Conferência de Aparecida (2007) e
Documento CNBB 100 – na perspectiva da evangelização. Diretrizes Gerais da Ação
Evangelizadora da Igreja no Brasil (2015 – 2019).
Princípios do documento:
A) Indica elementos bíblicos e teológicos fundamentais para a
compreensão do dízimo;
B) Esclarece conceitos e termos para favorecer a compreensão e
superar eventuais equívocos;
C) Oferece orientações gerais a respeito da Pastoral do Dízimo, em
vista das escolhas a serem feitas localmente;
D) Emprega uma linguagem propositiva, respeitando a diversidade
cultural e a identidade das Igrejas Particulares.
Estrutura do documento:
Apresentação
Introdução
I – A compreensão do dízimo
II – Orientações para Pastoral do Dízimo
Conclusão
APRESENTAÇÃO
 Optar pelo dízimo é participar no anúncio do “Evangelho da
Alegria”.
É importante cultivar a vida comunitária com chave missionária.
Para isso a Igreja retoma a Pastoral do Dízimo como caminho.
A perspectiva principal da Pastoral do Dízimo é a evangelização.
INTRODUÇÃO
Pela diversidade pastoral e o caminho percorrido pelas
Igrejas particulares, foi desaconselhado um plano nacional
do dízimo.
O documento apenas indica elementos bíblicos e
teológicos. Respeita, portanto o caminho já feito pelas
pastorais.
CAPÍTULO I
A COMPREENSÃO DO DÍZIMO
O QUE É O DÍZIMO?
“O dízimo é uma contribuição sistemática e periódica dos fiéis, por
meio da qual cada comunidade assume corresponsavelmente sua
sustentação e a da Igreja. Ele pressupõe pessoas evangelizadas e
comprometidas com a evangelização” (n.6)
 Características do dízimo (n.7):
 É relacionado com a experiencia de Deus e com o amor fraterno;
 É um compromisso moral dos fiéis com a igreja;
 É fixado de acordo com a consciência retamente formada;
 É sistemático e periódico.
O QUE É O DÍZIMO?
 Fundamento do dízimo (compromisso de fé, experiência de Deus);
 Compromisso moral (decisão pessoal, autêntica e espontânea, que nasce
de um coração agradecido por ter encontrado o Deus da vida e
experimentado a beleza de sua presença amorosa no dia a dia);
 Escolha da quantia: “cada um dê conforme decidir em seu coração” 2Cor
9,7;
 Contribuição (estável, permanente, periódica, mensal);
 Compreensão correta do dízimo (evite-se que seja compreendido como
captação de recursos, essa compreensão limita a riqueza de seu
significado que está muito mais ligado à partilha, pertença e
corresponsabilidade do batizado).
OS FUNDAMENTOS BÍBLICOS DO DÍZIMO
 Fundamentação Bíblica:
 1º Testamento – Deus é o Senhor de tudo que existe.
 2º Testamento – Partilha dos bens, expressão natural do amor a Cristo e aos
irmãos. Nas primeiras comunidades cristãs, todos que abraçavam a fé viviam
unidos e possuíam tudo em comum, vendiam suas propriedades e seus bens
e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um. (Cf.
At.)
Mandamento da igreja. No Catecismo da Igreja o 5º preceito é
“ajudar a igreja em suas necessidades”.
Perigo – leituras fundamentalistas – “Teologia da prosperidade”.
AS DIMENSÕES DO DÍZIMO
O dízimo está profundamente relacionado à vivência da fé e à pertença a uma
comunidade eclesial.
 Dimensão Religiosa – tem a ver a relação do cristão com Deus. É reconhecer
que Deus é o Senhor de todos os bens;
 Dimensão Eclesial – o fiel vivencia a consciência de ser membro da igreja, trata-
se de manter as estruturas eclesiais no âmbito paroquial e diocesano;
 Dimensão Missionária – tomada de consciência de que há muitas comunidades
que não conseguem prover suas necessidade. É partilhar os recursos, em vista
do crescimento do Reino de Deus;
 Dimensão Caritativa – serviço da caridade aos necessitados, “entre eles
ninguém passava necessidade” (At. 4,34).
AS FINALIDADES DO DÍZIMO
“Organizar o culto divino, prover o sustento do clero e dos demais
ministros, praticar obras de apostolado, de missão e caridade,
principalmente em favor dos pobres!”
As finalidades do dízimo decorrem de sua natureza e de suas dimensões;
são configuradas pela vida da Igreja e determinadas pela legislação
canônica. O Direito Canônico estabelece que a aquisição, posse e a
administração dos bens temporais – e, portanto, o direito de receber o
dízimo do fiéis, - se relacionam com os fins próprios da Igreja. Estes são
“organizar o culto, cuidar do conveniente sustento do clero e dos demais
ministros, praticar obras do sagrado apostolado e de caridade,
principalmente em favor dos mais pobres”. (n. 34 e 35)
CAPÍTULO II
ORIENTAÇÕES PARA PASTORAL DO DÍZIMO
A Pastoral do Dízimo esteja
relacionada à Pastoral de
Conjunto.

Ela tem por finalidade


motivar, planejar, organizar
e executar iniciativas para
implantação e
funcionamento do dízimo.
IMPLANTAÇÃO DO DÍZIMO
 A implantação do dízimo oferece aos fiéis a singular oportunidade
de compreendê-lo bem e de assumi-lo com as motivações corretas.
 Que seja precedida por adequado período de sensibilização e
conscientização de todos os membros da Igreja particular e de
formação dos agentes;
 Amplo diálogo / processo participativo, assembleias pastorais
(diocesanas, paroquiais e comunitárias); conforme reafirmado pelo
Papa Francisco “o que diz respeito a todos deve ser por todos
tratados”;
IMPLANTAÇÃO DO DÍZIMO
 Que a opção pelo dízimo não se configure apenas como mais uma
forma de captação de recursos, mas como uma forma habitual de
contribuição que é alimentada pelo Evangelho da gratuidade;
 As festas não precisam ser abolidas, mas devem estar inseridas no
conjunto da ação evangelizadora e claramente relacionada com a
dimensão de convivência fraterna e de comemoração;
 Campanhas com finalidades específicas e coletas especiais, sem
excessos, e que sejam trabalhadas adequadamente para não ferirem
a conscientização sobre o dízimo;
IMPLANTAÇÃO DO DÍZIMO
 Elementos fundamentais para implantação do dízimo:
a) Conhecimento das dimensões e objetivos;
b) Processo participativo de planejamento, implantação e organização
pastoral;
c) Colaboração convicta e responsável dos ministros e agentes de
pastoral;
d) Adesão de todas as paróquias da Igreja particular;
e) Escolha criteriosa do material a ser utilizado;
f) Distinção criteriosa entre dízimo e demais formas de contribuição;
g) Prestação de contas e gestão transparente;
h) Ligação clara entre dízimo e evangelização.
A ORGANIZAÇÃO E O FUNCIONAMENTO DA
PASTORAL DO DÍZIMO
 Formação das equipes (diocese, paroquiais);
 Equipe de coordenação diocesana;
 O dízimo é paroquial;
 Modalidades concretas de funcionamento da Pastoral do dízimo são diversas.
Considera-se importante unificar entre as paróquias de uma mesma Igreja
particular o sistema de recebimento e de gerenciamento do dízimo;
 Legislação (documentação comprobatória), recomenda-se:
 Registre o valor da contribuição de cada fiel;
 Dar a cada dizimista que solicitar, o recibo da contribuição feita;
 Administre-se o resultado financeiro do dízimo a partir de conta corrente/poupança em
nome da pessoa jurídica (mitra ou paróquia).
A ORGANIZAÇÃO E O FUNCIONAMENTO DA
PASTORAL DO DÍZIMO
 Direito a privacidade – refere-se a quantia de cada contribuição;
 Divulgação periódica dos resultados e sua aplicação – PRESTAÇÃO
DE CONTAS;
 Linguagem utilizada coerente com seu significado e motivações
(contribuir, participar, partilhar);
 Relação entre a Pastoral do Dízimo e o Conselho Econômico
Administrativo – participação de algum membro da Pastoral do
Dízimo;
 Relação entre a Pastoral do Dízimo e o Conselho Pastoral.
OS AGENTES DA PASTORAL DO DÍZIMO
 O testemunho de dizimista – se espera que todos os
agentes sejam dizimistas;
 Os ministros ordenados – além de dizimistas, são agentes
da Pastoral do Dízimo;
 Formação dos agentes da Pastoral do Dízimo (formação
integral);
 Material de boa qualidade.
O DÍZIMO NA PASTORAL DE CONJUNTO
 Promover a solidariedade;
 Consolidação do dízimo como meio ordinário de manutenção eclesial;
 O conhecimento da situação concreta das comunidades;
 Manutenção das estruturas supraparoquiais, como seminários, a cúria e as
pessoas que nela trabalham, o bispo, etc...;
 A conscientização do dízimo faça parte da iniciação à vida cristã. Em algumas
comunidades se praticam o dízimo com as crianças, organizado pela Pastoral da
Catequese;
 Formação dos futuros ministros ordenados;
 Participação nos Conselhos de Pastoral.
MOTIVAÇÃO PERMANETE
“A correta motivação para o dízimo parte da fé e educa para a
missão e para a corresponsabilidade”.
Promover o dízimo cultivando-se a fé e inserção na comunidade
eclesial;
 Modos de motivação:
 Visitas missionárias;
 Cadastro dos dizimistas´- é um recurso importante para comunicação;
 Escolha de um domingo fixo do mês, para divulgação dos resultados
financeiros, ação de graças pela fidelidade e generosidade do fiel. Na ocasião
costuma-se rezar a “Oração do Dizimista”.
 Testemunho dos coordenadores das pastorais e movimentos;
MOTIVAÇÃO PERMANETE
 Unidade das paróquias dentro da diocese;
 A correta administração do Dízimo (retidão e transparência);
 Sensibilidade evangelizadora e abertura missionária – o
investimento nas ações pastorais não pode sofrer detrimento por
motivo do necessário cuidado com as estruturas e meios materiais;
 Contribuição das Tvs e rádios de orientação católica;
 Campanhas paralelas ou estranhas à vida das Igrejas particulares
dificultam o crescimento a respeito do dízimo;
 Cultivar uma visão integral do dízimo.
CONCLUSÃO
As orientações e propostas são oferecidas como
referência , reforçando-se a opção pelo dízimo como
forma habitual de manutenção das comunidades e da
ação evangelizadora
Oração:
“Pai Santo, contemplando Jesus Cristo, Vosso Filho
bem amado que se entregou por nós na cruz, e
tocado pelo amor que o Espírito Santo derrama em
nós, manifesto, com esta contribuição, minha
pertença à igreja, solidário com sua missão e com os
mais necessitados. De todo o coração, ó Pai,
contribuo com o que posso: recebei, ó Senhor.
Amém.”
“Deus te faça feliz.”

Você também pode gostar