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10º ano – Técnico de Apoio à Gestão

PP1 – Gestão , UFCD 4 (7852)


Perfil e Potencial do Empreendedor

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1. Conceito de Empreendedorismo
• A utilização do termo
“empreendedorismo” é atribuído a
Richard Cantillon (1755) e a Jean-Baptiste
Say (1800).
• Ambos definiam os empreendedores
como pessoas que correm riscos porque
investem o seu próprio dinheiro em
empreendimentos.

• Mais tarde, em 1978, J. Schumpeter


associa o empreendedorismo à inovação
ao afirmar que “a essência do
empreendedorismo está na perceção e
aproveitamento das novas oportunidades
no âmbito dos negócios;

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Não se nasce empreendedor.
Podemos, sim, herdar algumas características que
certamente nos ajudarão nas nossas incursões pelo mundo
dos negócios Profª Alexandra Roldão 3
• Mas, está ao alcance de qualquer um tornar-se
empreendedor.
Para tal exige-se:
- Trabalho,
- Força de vontade e,
- Profundo conhecimento de si próprio.
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Características próprias dos
Empreendedores

1 . São peritos em identificar, explorar e comercializar oportunidades.


2. Exímios na arte de criar (novos produtos, serviços ou processos).
3. Pensam “fora do quadrado”, ou seja, de forma diferente: os
empreendedores têm uma perspetiva diferente das coisas; adivinham
problemas que os outros não vêm ou que ainda nem existem
4. Vêm o que outros não vêm: o empreendedor vê oportunidades que
escapam aos outros, ou a que os outros não atribuem relevância.

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5. Gostam de assumir riscos: acreditam nos seus palpites e seguem-nos.
6. Competem consigo próprios e acreditam que o sucesso ou fracasso
dependem de si.
7. Aceitam o insucesso, que é encarado como uma possibilidade de aprender
e evoluir e previne futuros fracassos.

8 - Observam o que os rodeia: a grande maioria das ideias e inovações bem-


sucedidas foram desenvolvidas a partir de uma realidade próxima ao
empreendedor – no âmbito profissional, familiar, de lazer.
9. Os empreendedores nunca se reformam…

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2.Vantagens de ser empreendedor
Independência
É, sem dúvida, uma enorme vantagem desta filosofia de
vida. Atingi-la implica muito empenho, não acontecendo
de um momento para o outro nem tão pouco é
conseguido de uma só vez.

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Realização profissional
Escolher esta via independente levará sempre a um
nível de realização profissional que dificilmente se
alcançaria em diferente realidade

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Controlo do próprio destino
Indissociável das características
anteriores, ser “dono e senhor”
do nosso destino é uma
inegável vantagem de se
empreender, mas acarreta uma
responsabilidade substancial:
 o futuro é da total e exclusiva
obrigação do empreendedor,
algo com que terá de se
aprender a viver e a que
estão associados uma série
de desafios que terão de ser
ultrapassados ao longo de
todo o percurso.

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Gratificação financeira
Não acontecerá porventura na mesma proporção
nem com a mesma brevidade em todas as
situações, contudo, existe uma elevada
probabilidade de que a compensação económica
venha a suceder mais tarde ou mais cedo.

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3.Espírito empreendedor versus
espírito empresarial
O Empreendedorismo está tradicionalmente
associado à criação de empresas.
Nos últimos dez anos o seu âmbito foi alargado,
encarando-se as competências de criação de
negócios como úteis também no sector da
economia social e nas empresas.

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A questão que se coloca atualmente é utilizar o
perfil do empreendedor com êxito no âmbito
empresarial, não só na criação de negócios mas
também dentro das organizações e no projeto de
vida das pessoas.

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 É importante transferir para outros contextos a experiência
dos empreendedores que criaram empresas e não desejar
apenas que todos criem empresas/negócios.
 O espírito empreendedor deve ser fomentado de forma
transversal, não só ao nível da formação profissional como
da educação.

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Características e competências-chave
do perfil empreendedor

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A).Pessoais
1. Autoconfiança e automotivação
Em grande medida a performance do empreendedor está associada a
características pessoais.
Daniel Goleman (2000) agrupou as competências emocionais em três
grandes grupos cabendo dentro de cada um dos grupos um
conjunto de competências específicas:
1 Autoconsciência
- Autoconsciência emocional – permite reconhecer e compreender os
diferentes estados de espírito e a forma como afetam o
desempenho social e profissional bem como as relações com os
outros.
- Autoavaliação rigorosa – capacidade de avaliar de forma realista as
suas forças e fraquezas.
- Autoconfiança – permite valorizar devidamente os seus pontos
fortes e capacidades mais distintivas.

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2 - Autogestão
- Autocontrole – Capacidade para manter as emoções sob controlo.
- Inspirar confiança – A confiança conquista-se através de comportamentos
que revelem integridade, honestidade, fiabilidade e autenticidade.
- Conscienciosidade - Capacidade para se autogerir de modo responsável (e.g.,
ser organizado e cuidadoso no trabalho).
- Adaptabilidade – revela abertura a novas ideias e abordagens,
flexibilidade na resposta à mudança, tolerância à ambiguidade.

- Orientação para o êxito - Otimismo, necessidade de autoaperfeiçoamento e


de alcance de um padrão interno de excelência, persistência.
- Iniciativa - Prontidão para aproveitar as oportunidades, inclinação para
exceder objetivos, proatividade.

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3 - Consciência social

- Empatia – Capacidade para perceber os sentimentos e perspetivas dos


outros, interesse ativo pelas suas preocupações, sensibilidade às suas
especificidades.
- Consciência organizacional - Capacidade para ler a realidade
organizacional, construir redes de decisão e ter consciência das correntes
sociais e políticas da organização.
- Orientação para o cliente - Capacidade para antecipar, reconhecer e ir ao
encontro das necessidades dos clientes.
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2.Capacidade de decisão e de assumir
riscos
Os/as empreendedores/as enfrentam dois tipos de
riscos:
• «Afundar o navio»: este risco refere-se ao fracasso
do investimento feito e da iniciativa criada.
Este tipo de risco pode dever-se a:
- lacunas ou descuido na conceção do projeto
empresarial,
- planeamento,
- políticas de marketing e distribuição,
- estabelecimento de preços inapropriados,
- escolha do nicho de mercado em que se insere,
entre outras fraquezas.
• «Perder o navio»: Este é o risco de perder uma
oportunidade ou nicho que teria sido muito rentável,
por não a ter aproveitado na altura certa.
Neste caso, o/a empreendedor/a é demasiado/a
cauteloso/a e conservador/a, pelo que realiza diversas
investigações comerciais ou estudos de mercado, que
lhe tomam muito tempo. Profª Alexandra Roldão 19
Consequentemente, este comportamento conduz à «paralisia pela
análise» e à perda de uma boa ocasião de negócio por não ter
arriscado no momento oportuno. Pode acontecer quando o/a
empreendedor/a se atrasa demasiado na criação do negócio e a
concorrência se antecipa ou as condições do mercado se alteram.

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 Quanto maior é o planeamento, menor é o risco de «afundar o
navio», uma vez que o/a empreendedor/a tem mais tempo para
reunir recursos, desenvolver o plano da sua empresa, identificar os
melhores sistemas de produção, marketing ou distribuição.
 Por outro lado, o risco de «perder o navio» aumenta à medida
que o tempo passa, já que pode desaparecer a oportunidade de
negócio ou outros/as empreendedores/as se podem antecipar.

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Locus de controlo
Refere-se ao grau em que um indivíduo percebe o
êxito e/ou o fracasso da sua conduta. Este pode
ser:
- 1 - Dependente de si mesmo (locus de controlo
interno)
- 2 - Dependente do contexto que o rodeia (locus
de controlo externo).

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Locus de controlo interno
Está relacionado com o estado de alerta,
descoberta de oportunidades e controlo do
ambiente que rodeia o/a empreendedor/a.
Relaciona-se igualmente com a disposição para
assumir riscos.

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3.Persistência e resiliência
A perseverança, ou resiliência, pode ser definida
como a «persistência e tenacidade com que se
executam tarefas e atividades e não faltar ao
prometido».
De facto, os/as empreendedores/as demonstram
uma elevada autoconfiança, uma energia
inesgotável, grande assertividade e uma
perseverança a toda a prova.

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• Esta competência, fulcral para desenvolver uma iniciativa
empresarial de sucesso, implica capacidades do/a
empreendedor/a para enfrentar mudanças inesperadas.
• Neste sentido, tornam-se fulcrais as capacidades de:
- trabalhar com alguma incerteza,
- adaptação às mudanças,
- liderar de acordo com as mudanças contínuas inerentes a
um negócio,
- tolerância à frustração,
- trabalhar sobre pressão, etc.

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4.Persuasão
O empreendedor com a habilidade da persuasão consegue convencer
as pessoas de que aquele produto ou serviço é, na verdade, o
melhor.
Quem está no comando de uma pequena ou média empresa em
expansão normalmente passa boa parte de seu tempo tentando
persuadir toda a gente.
Exemplos:
- um sócio para definir uma nova estratégia,
- um fornecedor para conseguir melhores condições de pagamento ,
- um funcionário que precise de se comprometer mais com a
empresa.

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• Se o empreendedor tem dificuldade de convencer os
outros sobre quais são os pontos fortes de seu negócio,
há grandes oportunidades de sair prejudicado em
negociações ou provocar uma grande desmotivação
geral entre os funcionários.
• O empreendedor persuasivo aborda os seus
contratantes como parceiros, e não como rivais numa
arena.

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 Será particularmente útil:
- preparar-se muito bem para essas ocasiões,
- reunir o máximo de informações sobre o cliente,
procurando saber quais são as suas principais
necessidades.
 O empreendedor nato sabe:
- criar estratégias deliberadas de persuasão; -
- desenvolve e mantém relações comerciais,
- utiliza a sua rede de contactos para atingir os seus
próprios objetivos.

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5.Concretização
Esta característica manifesta-se na conduta do/a
empreendedor/a da seguinte forma:
• Busca constante de oportunidades, mesmo que não
estejam relacionadas com o atual negócio;
• Superar barreiras e obstáculos na criação de uma nova
empresa;
• Antecipar-se à concorrência na introdução de novos
produtos ou serviços;
• Eliminar operações ou procedimentos que possam ser
negativos para o negócio.

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Iniciativa
É uma abordagem ativa para o trabalho e
caracteriza-se pela auto-motivação ou prontidão
para agir.
Uma pessoa com sentido de iniciativa apresenta os
seguintes aspetos:
 É coerente com a missão da organização;
 Tem uma visão a longo prazo;
 É orientada para os objetivos, ação e resultados;
 Combate barreiras e contratempos;
 Age por si mesma, é autónoma e proactiva.

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Como favorecer/desenvolver
capacidades de iniciativa e
proatividade
Tal acontece através de uma série de fatores e técnicas,
tais como:
1. A perceção de que temos o direito a errar e que é
possível aprender e apreender com os erros;
2. A identificação de objetivos ambiciosos, mas realistas,
associados a uma grande satisfação pessoal;
3. Uma grande abertura a novos conhecimentos e novas
áreas do saber;
4. A utilização do ciclo Adaptação, Inovação e
Desenvolvimento, em contraposição com uma postura
de Condicionamento e Conformismo.
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Técnicas
Área de negócio e de orientação para o cliente
Iniciar um negócio inclui não só um conjunto de
oportunidades como também alguns riscos.
Motivos que levam as empresas a fracassar em negócios de
dimensões reduzidas:
• Muita concorrência no mercado;
• Inexistência de clientes;
• Ausência de conhecimentos específicos para o negócio;
• Falta de capital;
• Flutuações económicas nos mercados, nas taxas de juro,
etc…
• Inexistência de um plano de negócios.

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Lista de fatores de sucesso do negócio:
1. A sua empresa deverá vender o que os clientes gostam
e não o que você gosta;
2. Os preços competitivos podem ser ingredientes-chave
para atrair clientes;
3. A alta qualidade é testemunhada de boca em boca
pelos clientes;
4. O empresário com características empreendedoras que
impulsiona o negócio;
5. Uma equipa motivada e qualificada.

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Como desenvolvê-los?
1. Deverá saber o que faz voltar o seu cliente.
2. Analisar sempre as formas de reduzir os custos.
3. Implementar um programa de desenvolvimento
contínuo de qualidade
4. Aperfeiçoar/treinar as suas características de
empreendedor VENCEDOR de acordo com as suas
necessidades
5. Procurar sempre formas novas de motivar a sua equipa
e ministrar os melhores planos de formação.

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Como concretizar?
Primeiro:
Localize a área de mercado que quer servir e analise as necessidades
desse mercado.
Prepare uma lista com os produtos e serviços que têm sentido no
mercado e podem ajustar-se às suas capacidades.
Identifique problemas ou fatores de sucesso e não julgue o mérito
relativo à alternativa ou problema que possa ter identificado. Pode
ter várias alternativas de problemas que se tornaram
oportunidades.
Segundo: crie uma lista com as oportunidades tendo em conta;
• As opções de negócio de acordo com a importância do negócio;
• As vendas e os clientes;
• A viabilidade;
• A rentabilidade.

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Terceiro:
Avalie as opções iniciais, listando as oportunidades viáveis,
tendo por base os seguintes elementos:
• As opções de negócio de acordo com a sua importância;
• As competências básicas para assegurar o sucesso de cada
oportunidade;
• O nível de competências básicas que possui para assegurar o
sucesso de cada oportunidade. Deverá comparar com o
item anterior;
• Indique o nível de importância de cada competência em
relação às opções de negócio que escolheu.

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Fatores que inibem o
empreendedorismo
1. Acreditar que basta uma ideia e dinheiro para
ter um negócio.
2. Assumir que o mercado é perfeitamente racional
e que pensa e age como nós.
3. Sobrestimar as suas capacidades.
4. Ter dificuldade em assumir as próprias
limitações.
5. Indefinição na hierarquia da empresa.

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6. Ter demasiados tripulantes no “barco”.
7. Assumir que inovação é tudo.
8. Confundir Negócio com Produto.

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