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Fundamentos de Capital de Giro

Material elaborado com base no livro Finanças


Corporativas de Curto Prazo
Coordenação: Prof. Dr. Alberto Borges Matias
1
Contextualização do Capital de Giro
FINANÇAS
Fluxos Internacionais de Capital
ÂMBITO Sistema Financeiro Nacional
MACRO Mercados Financeiros

Criação de Valor com


Longo Prazo Sustentabilidade
Financeira
ÂMBITO Finanças
MICRO Empresariais

Gestão do
Curto Prazo
Capital de Giro

2
Aconteceu na Empresa...

Aumentei as vendas, aumentei o faturamento,


mas estou endividado e sem dinheiro...

O QUE OCORREU ?

A RESPOSTA ESTÁ NA GESTÃO DO


CAPITAL DE GIRO
3
Capital de Giro e Ciclo Operacional

Disponível Pagamento
Recebimento

Clientes Fornecedores

Compra de
Venda de
Mercadorias
Mercadorias
Estoques
4
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO

ATIVO CIRCULANTE (AC) PASSIVO CIRCULANTE (PC)


Disponível Fornecedores
Aplicações Financeiras Empréstimos CP
Contas a Receber Duplicatas Descontadas
Estoques Salários a Pagar
Encargos e Tributos a Pagar
ATIVO REALIZÁVEL A
LONGO PRAZO (RLP) PASSIVO EXIGÍVEL A
LONGO PRAZO (ELP)
ATIVO PERMANENTE (AP)
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL)
Investimentos Capital
Imobilizado Reservas
Diferido Lucros ou Prejuízos Acumulados

5
Importância e Volume do Capital de Giro

Sazonalidade dos
Volume de Vendas
Negócios Fatores Cíclicos da
afeta Volume de
Estoque, Caixa e Economia
Recebíveis

Importância e
Volume do
Capital de Giro

Tecnologia Política de Negócios:


Custos e Tempo de Alterações Vendas,
Produção Crédito, Produção...

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Gestão do Capital de Giro
Diz respeito à administração dos elementos de GIRO
(recursos correntes)

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

Gerenciamento Caixa Fornecedores


Inter-
Nível Crédito Empréstimos de CP
relações
Duplicatas Descontadas
Nível Estoques
Salários e Encargos

Tributos

Objetivo: Gerar VALOR com os elementos de giro


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Gestão do Ativo Circulante

GESTÃO DA
CAPACIDADE DE
PAGAMENTO DA
$ ATIVIDADES
OPERACIONAIS
EMPRESA

NECESSIDADES INESPERADAS $

CRÉDITO (RECIPROCIDADE)

DESCONTOS COMERCIAIS
8
Capital de Giro Total
Capital de Giro Total (CGT) = Capital de Giro Bruto

Investimento de Capital em ativos de curto prazo

ATIVO CIRCULANTE

Disponibilidades
Recebíveis
Estoques

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Capital de Giro Líquido
CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO representa os recursos de longo
prazo demandados pela empresa para financiar suas
necessidades operacionais

CGL = AC - PC
AC PC
Elementos de Giro
ELP
RLP Elementos de Longo Prazo

PL
AP Capital de Giro

Capital de Giro Líquido


10
Capital de Giro Líquido

CGL positivo: CGL negativo:

AC PC AC PC

ELP
RLP RLP
ELP
PL
AP AP
PL

Quanto maior o CGL maior a Liquidez


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Capital de Giro Próprio
 Capital próprio (patrimônio líquido) não investido
a longo prazo (em ativos permanentes ou
realizáveis a longo prazo);

 É o recurso próprio investido no giro;

 É a forma de cobertura da NCG com recursos


próprios.

CGP = PL – AP - RLP

12
Capital de Giro Próprio
Recursos Próprios financiando Ativos Correntes

AC PC

ELP

RLP
PL
AP

CGP = PL - (RLP + AP)


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Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (Doar)

ORIGENS DE RECURSOS
Das Operações
Lucro líquido do exercício 120
Mais: Depreciação e amortizações 30
Menos: Participação no lucro da controlada (40) 110
Dos acionistas
Integralização de capital 80
De terceiros
Ingresso de novos empréstimos 70
Total das Origens 260

APLICAÇÕES DE RECURSOS
Aquisição de Imobilizado 60
Integralização de novos investimentos 10
Dividendos propostos e pagos 20
Total das Aplicações 90

AUMENTO NO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 170


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CICLOS OPERACIONAL,
ECONÔMICO E FINANCEIRO

15
Ciclo Operacional, Econômico e Financeiro

Compra de Início da Fim da Recebimento


Matéria-prima Fabricação Fabricação Vendas das Vendas

PMEMP PMF PMEPA

Ciclo Operacional

Ciclo Econômico

PMP PMR
Ciclo Financeiro (Caixa)

16
GESTÃO DO CAPITAL

DE GIRO OPERACIONAL

17
Grupos Patrimoniais

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

Empréstimos e
Caixa e Bancos Financiamentos
FINANCEIRO FINANCEIRO
Aplicações Financeiras Duplicatas Descontadas

Fornecedores
Contas a Receber OPERACIONAL
OPERACIONAL Salários e Encargos
Estoques
Tributos a pagar

18
Capital de Giro e Ciclo Operacional

Ciclo Operacional de uma Manufatura

Compra de Início da Fim da Recebimento


Matéria-prima Fabricação Fabricação Vendas das Vendas

PME PMF PME PA PMR


MP

Ciclo Operacional

Nível satisfatório de Sustentar atividade


capital de giro operacional
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GESTÃO DO CAPITAL

DE GIRO FINANCEIRO

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Ciclo Financeiro
CICLO FINANCEIRO = (PME + PMR) – PMP = 60 dias

Estoquemédio R$200.000
PME    69 dias
CPVdiário R$2.900

Contas a Receber R$42.000


PMR    21 dias
Vendas dia R$2.000

Contas a Pagar R$60.000


PMP    30 dias
Comprasdia R$2.000
21
Ciclo Financeiro

Compra de Início da Fim da Recebimento


Matéria-prima Fabricação Fabricação Vendas das Vendas

PME (69 dias)

PMP PMR
(30 dias) (21 dias)

Ciclo Financeiro (Caixa) = [ (69 + 21) - 30 ] = 60 dias

22
Ciclo Operacional, Econômico e Financeiro

Compra de Início da Fim da Recebimento


Matéria-prima Fabricação Fabricação Vendas das Vendas

PMEMP PMF PMEPA

Ciclo Econômico
PMP PME PMR
Ciclo Financeiro (Caixa)

Diminuir o Ciclo de Caixa:

PMP PME PMR 23


NECESSIDADE DE
CAPITAL DE GIRO

(NCG)

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Necessidade de Capital de Giro (NCG)

FALTA DE SINCRONIZAÇÃO TEMPORAL ENTRE


PRODUÇÃO, VENDA, RECEBIMENTO

CONHECIMENTO INTEGRADO DA EVOLUÇÃO DO


NEGÓCIO PARA DIMENSIONAR A NECESSIDADE
DE CAPITAL DE GIRO E EFETIVAR SEU CONTROLE
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Necessidade de Capital de Giro (NCG)

NCG = AC Operacional - PC Operacional

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

Caixa e Bancos Empréstimos e


Financiamentos FINANCEIRO
FINANCEIRO Aplicações Financeiras Duplicatas Descontadas

Contas a Receber Fornecedores


OPERACIONAL Salários e Encargos OPERACIONAL
Estoques Tributos a pagar

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Cobertura da NCG

Passivo Circulante
Recursos
Custo Empréstimos Terceiros
Financeiro Duplic. Descontadas CP

Exigível LP Recursos
NCG Empréstimos
Terceiros
LP
Custo
Oportunidade Patrimônio Líquido Recursos
(Capital de Giro Próprios
Próprio)

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Alterações na NCG
Contas a
NCG Estoques Receber Fornecedores

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

Caixa e Bancos Empréstimos e


FINANCEIRO Aplicações Financeiras Financiamentos FINANCEIRO
Duplicatas Descontadas

Contas a Receber Fornecedores


OPERACIONAL Salários e Encargos OPERACIONAL
Estoques Tributos a pagar

28
GESTÃO DO
CAPITAL DE GIRO
FINANCEIRO

29
Grupos Patrimoniais

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

Caixa e Bancos Empréstimos e


FINANCEIRO Financiamentos FINANCEIRO
Aplicações Financeiras
Duplicatas Descontadas

Duplicatas a Receber Fornecedores


OPERACIONAL Salários e Encargos OPERACIONAL
Estoques
Tributos a pagar

30
GESTÃO INTEGRADA DO
CAPITAL DE GIRO

31
Integração do Capital de Giro Financeiro

Empréstimos Bancários e
BANCO Descontos de Duplicatas

Disponível

Pagamento

Conta
Corrente e
Aplicações Clientes Fornecedores
Financeiras

Estoques
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Saldo em Tesouraria

SALDO DE TESOURARIA = AC Financeiro – PC Financeiro

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

Caixa e Bancos Empréstimos e


FINANCEIRO Financiamentos FINANCEIRO
Aplicações Financeiras
Duplicatas Descontadas

Duplicatas a Receber Fornecedores


OPERACIONAL Salários e Encargos OPERACIONAL
Estoques Tributos a pagar

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GESTÃO INTEGRADA DO CAPITAL DE GIRO

CGL = NCG + ST

Ativo AC Operacional AC Financeiro


Circulante

(-) Passivo = (-) PC Operacional + (-) PC Financeiro


Circulante

(=) CGL (=) NCG (=) ST

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Avaliação da Liquidez
no Capital de Giro

35
Indicadores de Liquidez Estática

Ativo Circulante
Liquidez Corrente 
Passivo Circulante

Ativo Circulante - Estoques


Liquidez Seca 
Passivo Circulante

Disponível
Liquidez Imediata 
Passivo Circulante
36
Exemplo – Liquidez Estática

2000 2001 2001

Liquidez Corrente 0,75 1,20 1,02

Liquidez Seca 0,44 0,71 0,71

Liquidez Imediata 0,01 0,03 0,01


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Indicadores de Liquidez Dinâmica
 Evolução da capacidade de pagamento da empresa

Saldo de Tesouraria
1) Coeficiente do Efeito Tesoura 
Receitas Líquidas

Limite de Crédito  Saldo de Tesouraria


2) Coeficiente de Overtrading 
Receitas Líquidas

CGL
3) Coeficiente de Equilíbrio Financeiro 
Receitas Líquidas
38
Efeito Tesoura

Saldo negativo de
tesouraria

Crescimento da NCG > Crescimento do CGL


39
Overtrading
 Ato de fazer negócios superiores à capacidade de
financiamento da NCG, decorrente desses negócios;
 É a condição de impossibilidade de financiamento do
Efeito Tesoura;
 A organização não consegue obter recursos financeiros
para bancar sua necessidade de capital de giro.

A SITUAÇÃO DE OVERTRADING CONDUZ UMA


ORGANIZAÇÃO À INSOLVÊNCIA. NESSA SITUAÇÃO É
MELHOR RETRAIR AS VENDAS, DE FORMA VOLUNTÁRIA,
MESMO QUE COM PREJUÍZO, DO QUE SER CONDUZIDA À
INSOLVÊNCIA.
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Equilíbrio Financeiro
 Avalia a gestão equilibrada do capital de giro, aferida
pelo Capital de Giro Líquido relativamente às receitas
da organização;

 A existência de CGL positivo representa a aplicação de


recursos de longo prazo no Capital de Giro
 “Folga financeira”

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Liquidez x Lucratividade

LIQUIDEZ capacidade de pagamento da


empresa

RECEITAS - Ativos de LP são


mais lucrativos
LUCRATIVIDADE

Diferenças entre
DESPESAS - juros de CP e LP
42
Síndromes na Gestão
do Capital de Giro

43
Síndromes na Gestão do Capital de Giro

Síndrome do Distribuidor Síndrome do Supermercado


- Opera em prejuízo e capital de - Obtém financiamento dos
giro negativo fornecedores
- Baixos PMR e PME - Baixos PMR e PME
- Continua nesta situação até o - Longo PMP
potencial de mercado se esgotar - Não mantém disponível
- Fomenta/permite a - Dificuldade em financiar sua
canibalização entre necessidade de capital quando
fornecedores há redução de vendas
- Paga a conta final com a - Passa a oferecer maior prazo
incorporação do distribuidor ou de pagamento a seus clientes,
insolvência deste. agravando sua situação.
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Referências
ABE, E. R.; FAMÁ, R. A Utilização da Duration como Instrumento de Análise Financeira: Um Estudo
Exploratório do Setor de Eletrodomésticos. Caderno de Pesquisas em Administração. v. 1, n.10, 1999.
ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do Capital de Giro. São Paulo, Atlas, 1997.
BRIGHAN, E.; WESTON, J. F. Administração Financeira das Empresas. Rio de Janeiro: Interamericana, 1979.
BRIGHAN, E.; WESTON, J. F. Essentials of Managerial Finance. New York,: Holt, Rinchart and Wiston, 1968.
FLEURIET, M.; KEHDY, R.; BLANC, G. A Dinâmica Financeira das Empresas Brasileiras: um novo método de
análise, orçamento e planejamento financeiro. Belo Horizonte.: Fundação Dom Cabral, 1978.
GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo,: Harbra, 1997.
INEPAD - Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração. Estudo sobre capital de giro nas empresas do
Brasil. Disponível em www.inepad.org.br. Acesso em junho de 2004.
MOURA, H. J.; MATOS, D. M. Dimensionamento do Capital de Giro: uma abordagem financeira. Anais do
ENANPAD 2003.
SCHRICKEL. W. K. Análise de Crédito: Concessão e Gerência de Empréstimos. São Paulo: Atlas, 1994.
SILVA, J.P. Análise financeira das empresas. São Paulo: Atlas, 1993.
SOUSA, A. F.; LUPORINI, C. E. M.; SOUZA, M. S. Gestão do Capital de Giro. Caderno de Pesquisas em
Administração. São Paulo, v.1, n. 3, 1996.
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