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Universidade Estadual do Maranhão – UEMA

Centro de Ciências Tecnológicas – CCT


Departamento de Hidráulica e Saneamento
Disciplina: Mecânica dos Fluidos
Data: 03.11.2011

ANÁLISE DIMENSIONAL

Profº Fernando Oliveira


fernandololiveira@cct.uema.br

São Luís, 2011


Prof. Fernando Oliveira- Uema 2011 1
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Aplicar o teorema dos Pi de Buckingham

 Introdução

 Conceitos sobre dimensões e homogeneidade dimensional;

 Sistemas de dimensões e sistemas de unidades;

 Introdução à análise dimensional;

 Teorema de Buckingham Pi;

 Determinação e aplicação dos Temos Pi;

 Principais grupos adimensionais da Mecânica dos Fluidos.

 Semelhanças

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Métodos de Análise de Sistemas de
Dinâmica dos Fluidos

A engenharia possui uma variedade de métodos para análise e


design de sistemas de dinâmica dos fluidos.

 Métodos Analíticos;

 Métodos Experimentais;

 Métodos Computacionais.

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Métodos de Análise de Sistemas de
Dinâmica dos Fluidos

 Métodos Analíticos

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Métodos de Análise de Sistemas de
Dinâmica dos Fluidos

 Métodos Experimentais;

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Métodos de Análise de Sistemas de
Dinâmica dos Fluidos

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Métodos de Análise de Sistemas de
Dinâmica dos Fluidos

 Métodos Computacionais.

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Métodos de Análise de Sistemas de
Dinâmica dos Fluidos

 Métodos Computacionais.

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Análise Dimensional
 Sistemas de Dimensões
São quantidades físicas mensuráveis. Elas podem ser divididas em dois grupos:
dimensões primárias e secundárias.

 Dimensões Primárias:
• MASSA [M];
• COMPRIMENTO [L];
• TEMPO [T]; e
• TEMPERATURA [θ]

 Dimensões Secundárias:
São aquelas dimensões expressas em termos das dimensões primárias.

• Velocidade [V],
• Área [A];
• Massa específica [ρ]; etc.

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Análise Dimensional
 Sistemas de Unidades
Quantitativamente, é o aspecto que fornece a medida numérica para as
todas as dimensões.

 Dimensões Primárias: Símbolo Unidades

 Massa [M] [kg]

 Comprimento [L] [m]

 Tempo [T] [s]

 Temperatura [θ] [K]

 Dimensões Secundárias:
• Velocidade [V], [m/s]
• Área [A] [L²]
• Massa específica [ρ] [m³/Kg]

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Análise Dimensional

 Homogeneidade Dimensional

 Os problemas de Mecânica dos Fluidos envolvem muitas variáveis com


diferentes sentidos físicos. Neste caso, cada termo da equação deve ter a mesma
representação dimensional: homogeneidade.

Isso significa dizer que todas as dimensões de uma equação válida que relacione
grandezas físicas devem ser Homogêneas,
Homogêneas ou seja, cada termo da equação deve ter as
mesmas dimensões.

Exemplo de homogeneidade: Equação da velocidade (m/s)

V = Vi + a T Cada termo da equação possui a mesma


dimensão, logo é uma equação homogênea.
LT -1 = LT -1 + LT -1

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Análise Dimensional
 Sistemas Básicos de Dimensões

 Resolução de problemas: apenas três dimensões básicas

 O comprimento [L] e o tempo [T] são dimensões primárias para todos


os sistemas dimensionais.
 O terceiro termo pode ser: Massa [M] ou a Força [F].

Temos três sistemas dimensionais básicos que especificam de


modos diferentes as dimensões básicas:

a) Massa, M; comprimento, L; tempo, T; temperatura, θ;


b) Força, F; comprimento, L; tempo, T; temperatura, θ;
c) Força, F; massa, M; comprimento, L; tempo, T; temperatura, θ.

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Análise Dimensional
 Sistemas Básicos de Dimensões

 Pela equação da 2ª Lei de Newton a força F é considerada também


uma dimensão primária, pois estabelece que: F = ma

Em termos qualitativo pode ser expresso por:


F = M L T-2 ou M = F L-1 T²

As dimensões secundárias podem ser expressas em função da


M ou da F, ou seja, em termos de: FLT ou MLT

a) ACELERAÇÃO [m/s²]: (FLT = LT-1); (MLT = LT-2)

b) TRABALHO [N.m]: (FLT = FL); (MLT = ML2T-2)

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Análise Dimensional
 Dimensões de Grandezas Derivadas
Grandeza Símbolo Dimensão
Geometria Área A L2
Volume V L3
Cinemática Velocidade U LT-1
Velocidade Angular ω T-1
Vazão Q L3T-1
Fluxo de massa m MT-1
Dinâmica Força F MLT-2
Torque T ML2T-2
Energia E ML2T-2
Pressão p ML-1T-2
Propriedades Densidade ρ ML-3
dos Fluidos Viscosidade µ ML-1T-1
Viscosidade Cinemática v L2T-1
Tensão superficial σ MT-2
Condutividade Térmica k MLT-3θ
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Análise Dimensional
 Equações Básicos Adimensionais

Uma grandeza ou grupo de grandezas físicas tem uma

dimensão que é representada por uma relação das grandezas

primárias, tem uma relação unitária, o grupo é denominado

adimensional, isto é, sem dimensão.

Um exemplo de grupo adimensional é o número de Reynolds

VD  ML . LT . L 


3 1
Re y   1
  ML T  1 1

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Análise Dimensional

 Considerações sobre os grupos Adimensionais

 Como o número de grupos adimensionais é relativamente


menor que o número de variáveis físicas, há uma grande
redução de esforço experimental para estabelecer a relação
entre algumas variáveis;

 A relação entre dois números adimensionais é dada por uma


função entre eles com uma única curva relacionando-os;

 Pode-se afirmar que os grupos adimensionais produzem melhor


aproximação do fenômeno do que as próprias variáveis.

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Análise Dimensional

A análise dimensional é particularmente útil para:

 Apresentar e interpretar dados experimentais;

 Resolver problemas difíceis de estudar com solução analítica;

 Estabelecer a importância relativa de um determinado fenômeno;

 Modelagem física.

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Análise Dimensional

A Análise Dimensional é uma técnica de obtenção de


equações que pode representar leis físicas a partir de
considerações sobre a dimensionalidade das grandezas
envolvidas.

 A Análise Dimensional permite a conciliação dos


procedimentos teóricos e experimentais utilizados em
Hidráulica e Mecânica dos Fluídos.

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Análise Dimensional

 Importância e aplicações da Análise Dimensional

 Verificação da homogeneidade das equações;


 Mudança do sistema de unidade;

 Otimização dos trabalhos experimentais, através da sistematização da coleta de


dados relativas a um número reduzido de variáveis, permitindo a generalização
dos resultados obtidos, acarretando assim economia em tempo e em recursos
materiais;

 Estabelecer índices de semelhança para a concepção, construção, operação e


Interpretação dos resultados de modelos físicos.

 Conciliar os procedimentos teóricos e experimentais.

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Análise Dimensional

A análise dimensional é particularmente útil para:

É um meio para simplificação de um problema físico

empregando a homogeneidade dimensional para

reduzir o número das variáveis de análise;

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Análise Dimensional

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Análise Dimensional

Natureza da Análise Dimensional

Considere o escoamento em regime permanente,


incompressível de um fluido Newtoniano num tubo longo,
horizontal e que apresenta lisa

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Análise Dimensional

Avaliar a queda de pressão no


escoamento por unidade de comprimento do
tubo (queda de pressão devida o atrito).

Fatores que contribuem para a queda de pressão∆pl

pl  f ( D, V ,  ,  , )

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Análise Dimensional
Adotando os métodos experimentais:

 Alterar uma das variáveis mantendo as demais constantes.


pl  f ( D, V ,  ,  , )
p versusV 
l ( D,  ,   cons tan tes)
∆pl

( D,  ,   cons tan tes)

Suponha que o teste seja feita


para 10 diferentes V

V
Figura 10 Queda de pressão em função da velocidade

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F  VD 
 f 1 
Análise Dimensional V ² D ²   

 Poderia repetir os experimentos cada um dos demais fatores isoladamente


∆pl

(V ,  ,   cons tan tes)

D
∆p l ∆pl
( D,V ,   cons tan tes )
( D,V ,   cons tan tes )

ρ μ
Figura 11 Queda de pressão em função: D, μ, ρ

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Análise Dimensional

Suposições:

 Suponha que o teste seja feita para 10 diferentes valores para cada constante;

 Mudar o fluido utilizado;

Questões pendentes:
 Tempo dos ensaios;
 Representação e interpretação dos dados;
 Impossibilidade de um único gráficos com todas a variáveis.

Objetivo: Generalizar as informações das variáveis num único gráfico.

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Análise Dimensional

Para que possamos exemplificar o objetivo mencionado


anteriormente, suponha que nos seja dirigida a seguinte questão:

“Qual o valor da queda de É justamente para


pressão no tubo de diâmetro satisfazer esta condição
D2 ; quando o fluido se que recorremos à análise
desloca do ponto P1 e P2?” dimensional.

Condição: A resposta da E para sua introdução


questão deve ser obtida sem se deve-se inicialmente
recorrer a ensaios. definir a função que
caracteriza o fenômeno

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Análise Dimensional

Temos as seguintes variáveis que caracterizam o fenômeno

∆pl – Queda de pressão por unidade.de área;


D - diâmetro da tubulação;
v – velocidade do fluido
ρ - massa específica do fluido
µ - viscosidade do fluido

Pela análise dimensional os números adimensionais


(números puros) que definem o fenômeno estudado, é dado
da seguinte maneira:

Dpl VD
1   
2

V ² 
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Dp  VD 
 f  
l

Análise Dimensional V ²   

A queda de pressão no escoamento por unidade de


comprimento do tubo (queda de pressão devida o atrito).

Dp l

V ²

VD
Figura 11 Queda de pressão utilizando parâmetros adimensionais 

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Análise Dimensional

Considerações sobre os resultados:


VD
 o experimento consiste em variar o grupo adimensional:  2 

Dp
de:  
l

e determinar o valor correspondente 1


V ²

 Redução de cinco variáveis para dois (combinações


adimensionais das cinco variáveis)
 Pode ser usado com qualquer tubo e fluido que facilita a
realização do experimento.

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Análise Dimensional

Considerações sobre os resultados:

A base para esta simplificação reside na consideração das


dimensões das variáveis envolvidas nos grupos adimensionais serem
produtos adimensionais;
Dp L( F / L ³)
    F º Lº T º
l
1
V ² ( F L T ²)( L T )²
4 1

VD ( F L T ²)( L T )( L)
4 1

 
2   F º Lº T º
 (F L T )
2

 A base para a aplicação desta abordagem a uma ampla variedade


de problemas é o Teorema de Buckingham Pi.

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Teorema de Buckingham Pi

Questionamento:
Qual é o número de grupos adimensionais necessário para
substituir a relação original de variáveis.
A resposta é fornecida pelo teorema básico da análise
dimensional: O Teorema de Buckingham Pi.

O Teorema de Buckingham Pi diz:

Uma equação dimensionalmente homogênea que envolve n variáveis


pode ser reduzida a uma relação entre n - m produtos adimensionais
(termos Pi) independentes onde m é o número mínimo de dimensões
de referencia necessário para descrever as variáveis.

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Análise Dimensional

 Metodologia para determinação dos parâmetros adimensionais.

Supondo a queda de pressão no escoamento por


unidade de comprimento do tubo (queda de pressão devida
o atrito). Descreva uma metodologia na determinação dos
termos PI’s.

Fatores que contribuem para a queda de pressão∆pl

pl  f ( D, V ,  ,  , )

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Determinação dos Termos Pi’s

 Métodos das Variáveis repetidas


O procedimento segue uma serie de passos que podem ser seguidos na análise
de qualquer problema.

 Determinação por Inspeção

Situação em que se combina as variáveis dependentes com outras variáveis de


modo a se obter um produto adimensional. Neste caso divide-se ou multiplica os
variáveis dependentes pelas independente até se chegar a uma adimensionalidade.

 Método Alternativo
A determinação dos termos Pi pode ser desenvolvida reconhecendo os termos Pi
são sempre constituídos por produtos de variáveis elevadas a potências apropriadas.

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 Metodologia para determinação dos parâmetros adimensionais.

1º PASSO:
Liste todas as variáveis envolvidas no problema. Define-se n como o
número de variáveis envolvidas;

n=5 n = D, V, ρ, μ

2º PASSO:
Expresse cada uma das variáveis em função das dimensões básicas.
Utilizando as dimensões básica F, L e T, teremos que:

pl  FL ³ FL 2

DL
 FLT 4 2

V  LT
1

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Análise Dimensional
 Metodologia para determinação dos parâmetros adimensionais.

3º PASSO:

Determinar o número necessário de termos Pi. É utilizado aplicando o


teorema de Buckingham Pi. Onde:
Termos Pi = n – m, onde n é o número de variáveis do problema e
m é o número de dimensões básicas (passo 2)
Termos Pi = n – m = 5 - 3 = 2

4º PASSO:

Escolha das variáveis repetidas. São iguais ao número de dimensões de


referencia, ou seja:
Variáveis repetidas (dentre as variáveis independentes): 3

Variáveis repetidas = 3 = D, V, ρ

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Dp
Análise Dimensional L( F / L ³)
    F º Lº T º
l
1
V ² ( F L T ²)( L T )² 4 1

 Metodologia para determinação dos parâmetros adimensionais.

5º PASSO: Construção dos termos Pi pela multiplicação das variáveis não


repetidas pelas variáveis repetidas elevadas a expoentes que torne a
combinação adimensional
Combinar a variável dependente com as variáveis repetidas e formar os dois
termos Pi’s. Deste modo:


  p D V a b c
1 l

 DV  a b c
2

Resolvendo para o primeiro termo:  1 temos que:

A combinação deve ser adimensional

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Análise Dimensional

 Metodologia para determinação dos parâmetros adimensionais.

Para obtermos os expoentes da base, substituímos cada uma das


variáveis por sua respectiva equação dimensional, inclusive o número
adimensional.

 Para 1 tem-se:

1) 4
b C
  ( F L ) ( L ) ( LT ( F L T ²)  F º Lº T º
3 a
1

Determinar os expoentes resultantes de modo que a combinação


resultante das dimensões básicas- F, L e T sejam adimensionais.

1+C =0 (para F)
-3 + a + b -4c = 0 (para L)
-b + 2c = 0 (para T)

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Análise Dimensional

 Metodologia para determinação dos parâmetros adimensionais.

 Para  1 tem-se:
A solução deste sistema de equações algébricas fornece os
seguintes valores:
F: 1+C =0 a=1
L: -3 + a + b -4c = 0 b = -2;
-2
T: -b + 2c = 0 c = -1

Logo o primeiro termo Pi será escrito:

Dpl
1 
V ²

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Análise Dimensional

 Metodologia para determinação dos parâmetros adimensionais.

6º PASSO: Construção dos termos Pi pra as variáveis restantes

 DV 
a b c
Para tem-se: 2

1) 4
b C
  ( F L T ) ( L ) ( LT ( F L T ²)  F º Lº T º
2 a
2

Determinar os expoentes resultantes de modo que a combinação


resultante das dimensões básicas- F, L e T sejam adimensionais.

1+C =0 (para F)
-2 + a + b -4c = 0 (para L)
1 –b - 2c = 0 (para T)

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Análise Dimensional

 Metodologia para determinação dos parâmetros adimensionais.

 DV 
a b c
Para tem-se: 2

A solução deste sistema de equações algébricas fornece os


seguintes valores:
F: 1+C =0 a = -1
L: -2 + a + b -4c = 0 b = -1;
-1
T: 1 – b +2c + 2c = 0 c = -1

Logo o primeiro termo Pi será escrito:


 2
VD
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Análise Dimensional

 Metodologia para determinação dos parâmetros adimensionais.

7º PASSO: Verificar se todos os termos Pi são adimensionais. Utiliza-se as


unidades básicas: (FLT) e (MLT)

 Dpl
3
( FL )( L)
1    F º Lº T º
V ² ( F L T ²)( L T )²
4 1

  2
(F L T )
2    F º Lº T º
VD ( F L T ²)( L T )
4 1

De modo análogo:

 Dp
2 2
( )( L)
  ML T  M º Lº T º
l
1
V ² ( M L )( L T )²
3 1

  1 1
( ML T )
2    M º Lº T º
VD ( L)( L T )(M L )
1 3

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Análise Dimensional

 Metodologia para determinação dos parâmetros adimensionais.

8º PASSO: Expressão da forma final da relação entre os termos pi e o


significado da relação

A expressão final será a seguinte:

Dpl   
   
V ²  VD 
Significado da expressão:

O resultado indica que pode-se estudar o problema com dois termos p

(em vez das cinco variáveis originais do problema). A função ø pode ser
determinada a partir de um conjunto adequado de experimentos.

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Análise Dimensional

 Metodologia para determinação dos parâmetros adimensionais.

Observações :

 A expressão dos termos pi pode ser rearranjada, escrevendo a equação



com o recíproco de de maneira que a ordem das variáveis possa ser
VD
alterada.

VD
Neste caso, pode-se exprimir π2 como:  
2

E a relação entre π1 e π2 pode ser reescrita do seguinte modo:

Dpl  VD 
   
V ²   
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Grupos Adimensionais

Grupos Adimensionais da Mecânica dos Fluidos

 São extremamente importantes na correlação de dados


experimentais;

 Em razão das múltiplas aplicações dos grupos


adimensionais nos estudos de modelos e aplicações de
semelhança dinâmica, vários grupos foram criados nas
diversas áreas que compõem o estudo da Mecânica dos
Fluidos

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Grupos Adimensionais
Alguns dos grupos adimensionais mais importantes:

 Número de Reynolds;

 Número de Froude;

 Número de Euler;

 Número de Mach;

 Número de Weber;

 Número de Nusselt;

 Número de Prandtl;

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Análise Dimensional

 Número de Reynolds
VL
Re  Relação entre Forças de Inércia e Forças Viscosas

Aplicação: Um número de Reynolds “crítico” diferencia os regimes de


escoamento laminar e turbulento em condutos na camada limite ou ao
redor de corpos submersos;

 Número de Froude

V
Fr  Relação entre Forças de Inércia e Peso (forças de gravidade);
gL

Aplicação: Aplica-se aos fenômenos que envolvem a superfície livre do fluido;


Também é útil nos cálculos de ressalto hidráulico, no projeto de estruturas
hidráulicas e no projeto de navios.
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Análise Dimensional

 Número de Euler
p
Eu  Relação entre Forças de Pressão e as Forças de Inércia;
V 2
Aplicação: Tem extensa aplicação nos estudos das máquinas hidráulicas e
nos estudos aerodinâmicos. Situações que envolve pressão ou diferenças de
pressão.

 Número de Nusselt
hL
Nu  Relação entre fluxo de calor por convecção e o fluxo

de calor por condução no próprio fluido;
K
Aplicação: É um dos principais grupos adimensionais nos estudos de
transmissão de calor por convecção.

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Análise Dimensional

 Número de Weber
L
We  V Relação entre Forças de Inércia e Forças de Tensão
 Superficial;

Aplicação: É importante no estudo das interfaces gás-líquido ou líquido-


líquido e também onde essas interfaces estão em contato com um contorno
sólido;

 Número de Mach

V
Ma  Relação entre Forças de Inércia e Forças Elásticas;
C
Aplicação: Importante onde a compressibilidade do fluido é importante.
É o parâmetro mais importante quando as velocidades são próximas ou
superiores à do som.

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Análise Dimensional

 Número de Prandtl
V
Pr  Relação entre a difusão de quantidade de movimento e
a difusão de quantidade de calor;

Aplicação: É outro grupo adimensional importante nos estudos de


transmissão de calor por convecção;

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Análise Dimensional

Conclusão

 A aplicação do teorema dos Pi’s é uma ferramenta muito útil no estudo;

 Uma das utilizações na aplicação dos termos pi’s é o tratamento, interpretação


e correlação de dados experimentais;

 A análise dimensional não pode fornecer a resposta completa para qualquer


problema porque esta ferramenta apenas indica os grupos adimensionais que
descrevem o fenômeno e não as relações específicas entre os grupos
adimensionais;

 Os problemas mais simples são aqueles que envolvem poucos termos pi e as


dificuldades cresce com o número de termos pi necessários para descrever o
fenômeno e da natureza dos experimentos (é muito dificil obter dados
experimentais adequados em qualquer experimentos).

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SEMELHANÇAS

 Problemas em Engenharia (principalmente na área de


Térmica e Fluidos) dificilmente são resolvidos
aplicando-se exclusivamente análise teórica;

 Utilizam-se com freqüência estudos experimentais;

 Muito do trabalho experimental é feito com o próprio


equipamento ou com réplicas exatas;

 Porém, a maior parte das aplicações em Engenharia


são realizadas utilizando-se modelos em escala.

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Semelhança

• Semelhança é, em sentido bem geral, uma indicação de


que dois fenômenos têm um mesmo comportamento;

• Por exemplo: é possível afirmar que há semelhança


entre um edifício e sua maquete (semelhança geométrica)

• Na Mecânica dos Fluidos o termo semelhança indica a


relação entre dois escoamentos de diferentes dimensões,
mas com semelhança geométrica entre seus contornos;

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Semelhança

• Geralmente o escoamento de maiores dimensões


é denominado escala natural ou protótipo;
protótipo
• O escoamento de menor escala é denominado de
modelo.
modelo

Estudo em modelo reduzido


da Barragem de Pedrógão - Portugal
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Semelhança

• Geralmente o escoamento de maiores dimensões


é denominado escala natural ou protótipo;
protótipo
• O escoamento de menor escala é denominado de
modelo.
modelo

Estudo em modelo reduzido


da Barragem de Pedrógão - Portugal
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Semelhança

Protótipo

Modelo

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Semelhança

Protótipo
Modelo

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Modelo reduzido em escala
geométrica da tomada d’água e da
comporta vagão da Usina
Hidrelétrica de Paulo Afonso IV
(CHESF), no rio São Francisco, 1978.

Modelo reduzido do
Brennand Plaza, no
Recife, ensaiado no
túnel de vento.
Medidas de pressões
devidas ao vento na
superfície externa do
edifício. Escala do Estudo em modelo
modelo: 1/285 reduzido do
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vale do rio Arade
Semelhança

 Utilização de Modelos em escala:

 Vantagens econômicas (tempo e


dinheiro);
 Podem ser utilizados fluidos diferentes
dos fluidos de trabalho;
 Os resultados podem ser extrapolados;
 Podem ser utilizados modelos reduzidos
ou expandidos (dependendo da
conveniência);

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Semelhanças

• Para ser possível esta comparação entre o modelo e a


realidade, é indispensável que os conjuntos de
condições sejam FISICAMENTE SEMELHANTES;

O termo SEMELHANÇA FÍSICA é um termo geral que


envolve uma variedade de tipos de semelhança:

• Semelhança Geométrica
• Semelhança Cinemática
• Semelhança Dinâmica

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Semelhanças

1. Semelhança Geométrica
•Semelhança de forma;
•A propriedade característica dos sistemas
geometricamente semelhantes é que a
razão entre qualquer comprimento no
modelo e o seu comprimento
correspondente é constante;
•Esta razão é conhecida como FATOR DE
ESCALA.

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Semelhanças

1. Semelhança Geométrica
 Deve-se lembrar que não só a forma global
do modelo tem que ser semelhante como
também a rugosidade das superfícies deve
ser geometricamente semelhante;

 Muitas vezes, a rugosidade de um modelo


em escala reduzida não pode ser obtida de
acordo com o fator de escala – problema de
construção/de material/de acabamento das
superfícies do modelo.

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Semelhanças

1. Semelhança Geométrica
1. 1 Escalas do modelo

A razão entre o valor do modelo para o do protótipos são


relacionados por escalas de comprimentos,
comprimentos e são
apresentadas da seguintes formas: 1:10 ou 1/10. ou seja, o
modelo apresenta um décimo do tamanho do protótipo.

Modelo Lm 1
 
Pr otótipo Lp 10

Obs: Neste caso, admite-se que todos os comprimentos


relevantes (diâmetro, largura, etc.) apresentam a mesma
escala de modo que o modelo é geometricamente similar ao
protótipo. Prof. Fernando Oliveira- Uema 2011
Semelhanças

1. Semelhança Geométrica
1. 1 Escala de modelo

Existem outras escala, por ex.:


ex de velocidade; da viscosidade; da massa
específica, etc.

Modelo Vm Modelo m Modelo m


  
Pr otótipo Vp Pr otótipo p Pr otótipo p

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Semelhanças

2. Semelhança Cinemática:

 Quando dois fluxos de diferentes escalas geométricas tem o


mesmo formato de linhas de corrente;
 É a semelhança do movimento;

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Semelhanças

3. Semelhança Dinâmica

– É a semelhança das forças;

– Dois sistemas são dinamicamente semelhantes


quando os valores absolutos das forças, em pontos
equivalentes dos dois sistemas, estão numa razão
fixa;

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Semelhanças

3. Semelhança Dinâmica

• Origens das Forças que determinam o


comportamento dos Fluidos:

 Forças devido à diferenças de Pressão;


 Forças resultantes da ação da viscosidade;
 Forças devido à tensão superficial;
 Forças elásticas;
 Forças de inércia;
 Forças devido à atração gravitacional.

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Semelhanças

3. Semelhança Dinâmica

Grupo Nome Razão das Forças Símbolo


Adimensional representadas habitual
UL Número de Força de Inércia Re
 Reynolds Força Viscosa

_U_ Número de Força de Inércia Fr


Froude Força da gravidade
(Lg)1/2
U L 1/2
Número de Força de Inércia We
 Weber Força de Tensão Superficial

Número de Força de Inércia M


U Mach Força Elástica
C

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Semelhança

Para Ma

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Semelhanças

• Exemplos de estudos em modelos

– Ensaios em túneis aero e hidrodinâmicos;


– Escoamento em condutos;
– Estruturas hidráulicas livres;
– Resistência ao avanço de embarcações;
– Máquinas hidráulicas;

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Semelhanças

EXERCÍCIO

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Bibliografia consultada

1. FOX; MCDONALD, A.T., Introdução à Mecânica dos Fluidos. LTC Editora, 5ª


Edição.

2. SONTAG, R; VAN WYLEN. Fundamentos da Termodinâmica, Edgard Bluxher,


2009;

3. White, F.M., Mecânica dos Fluidos, McGraw-Hill;

4. Cengel, Y.A., & Cimbala, J.M., Mecânica dos Fluidos: Fundamentos e Aplicações,
McGraw-Hill;

5. Munson, B., Young, D. & Okiishi, T., Fundamentals of Fluid Mechanics, Wiley.

6. STREETER, Vitor L. , Wylie, E. Benjamin  – Mecânica dos Fluidos. São Paulo.


McGraw-Hill do Brasil, Ltda. 1982. 7edição.

7. Ranald. V. Giles, Jack B Evett, Cheng Liu. Mecânica de Fluidos e Hidráulica.


2ªEdição. Editora ABDR, 1996.

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