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ORDEM DIPTERA

SUBORDEM BRACHYCERA
INFRAORDEM MUSCOMORPHA
CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS MUSCOMORPHA
Na classificação dos muscomorpha, temos a considerar duas grandes
divisão:
Divisão Aschyza
-Adultos não apresentam sutura frontal nítida e vestígio do ptilíneo;
-Limitado interesse em medicina veterinária.

Família Syrphidae – Ornidia sp.


Família Phoridae – Megaselia sp.
Divisão Schyzophora
-Adultos possuem sutura frontal nítida, bem como vestígio do ptilíneo;
-Inclui as espécies mais importantes em medicina e veterinária.
-Compreende duas Secções:
Secção Acalyptratae
-Adultos não possuem calípteros ou então são pouco desenvolvidos;
-O segundo artículo antenal com um sulco longitudinal dorsalmente;
-Sutura transversal do mesonoto incompleta
-Poucas espécies de interesse médico e veterinário:
Familia Piophilidae – Piophila casei
Familia Chloropidae – Hippelatis pusius
Megaselia spp (Phoridae) Eristalis spp (Syrphidae)
Larva de Piophila casei
Adulto de Piophila casei

Pupa de Piophila casei


Secção Calyptratae
-Possuem calípteros desenvolvidos;
-Segundo artículo antenal com sulco longitudinal dorsal presente;
-Mesonoto com sutura transversa completa;
-Compreende as famílias mais importantes em medicina e veterinária.
Família Gasterophilidae
- Dípteros robustos, corpo coberto densamente de pêlos finos;
-Cabeça com a fronte larga e olhos relativamente pequenos em ambos os
sexos;
-Peças bucais rudimentares, não funcionais
-Vibrissas ausentes
-Antenas com arista nua;
-Asas com as nervuras radiais muito próximas terminando na margem
anterior;
-Nervura mediana (M 1+2 ) quase reta;
-Célula apical aberta;
-Mero revestido densamente de pêlos
-Ovos operculados, depositados pelas fêmeas no pêlo dos hospedeiros;
-Larva parasita mucosa de estômago e duodeno de eqüídeos
-Gênero Gasterophilus nasalis – no Brasil.
A

Gaterophilus nasalis - A – adulto; B-cabeça vista de frente e


C – detalhes da asa
Adultos de Gasterophilus nasalis
Larvas de Gasterophilus nasalis fixadas
na mucosa do estômago de eqüídeos
Família Oestridae
Nesta família há apenas e bem conhecida e quase cosmopolita espécie
Oestrus ovis, parasita dos seios nasais de ovinos e caprinos.
-Adultos com o comprimento de 10-12mm; cabeça grande, amarelada com
pequenas depressões escuras;
-Antenas com 3° segmento globoso e arista núa;
-Aparelho bucal reduzido, não funcional;
-Asas apresentado a célula apical fechada;
-Abdome preto, com polinosidade acinzentada;
-Fêmeas ovovivíparas;
-Depositam larvas de 1° instar nas margens dos fossas nasais dos
hospedeiros;
-Alimentam-se da descamação da mucosa nasal, até o 3°instar, sendo
expelidas após completar seu desenvolvimento;
-Estas apresentam placas peritremais inteiriça circundando o botão
espiracular;
Oestrus ovis (Oestridae)
Família Cuterebridae – Gênero tipo: Cuterebra –parasita de Roedor.
Gênero Dermatobia hominis
Representada por dípteros robustos, com cerca de 12-15 mm de
comprimento, cujas larvas de hábito subcutâneo nos hospedeiros, são
conhecidas popularmente como “berne” ou “ura”.
-Apresentam o tórax castanho e abdome azul metálico;
-Cabeça com a fronte larga e olhos relativamente pequenos e bem
separados entre si em ambos os sexos;
-Aparelho bucal atrofiado, não funcional;
-Antenas curtas com arista pilosa;
-Asas com a nervura M1+2 voltada para a margem anterior terminando
próxima da R 4+5;
-Fêmeas ovíparas, necessitando capturar outra mosca para de espécie
diferente, na deposita aderido no abdome uma seqüência de ovos;
-O calor emanado do corpo do hospedeiro, estimula a larva dentro do
ovo para eclodir e penetrar nos poros, na pele integra;
-A larva permanece no tecido subcutâneo até o fim do 3° instar,
quando abandona o hospedeiro para empupar no solo;
-O período de parasitismo da lava é variável de acordo com o
hospedeiro, em média 40-60 dias; onde armazena nutrientes
suficiente para sustentar o adulto até à postura.
Cuterebra spp (berne dos Roedores)
Dermatobia hominis – Adulto e larva (berne)
Ciclo biológico da Dermatobia hominis
Família Calliphoridae
Os dípteros desta família possuem o corpo de tamanho médio a
grande, normalmente de coloração verde ou azul metálicas:
-Cabeça amarelada, com aristas plumosas até ápice;
-Aparelho bucal do tipo lambedor;
- Tórax coberto de cerdas fortes e pilosidades;
-Mero com uma série de cerdas desenvolvidas;
-Notopleura com duas cerdas;
-Mesonoto com ou sem faixas longitudinais de polinosidade;
-Asas com a nervura M1+2 fortemente curvada para diante distalmente,
estreitando desse modo a célula apical (R4+5);
-Abdome da mesma coloração do tórax, com cerdas fortes marginais.

Na Região Neotropical existem quatro subfamílias:


-Mesembrinellinae, Chrysomyinae, Calliphorinae e Toxotarsinae.
Chrysomia megacephala Lucilia sericata
Calliphora vicina

Lucilia eximia Cochliomyia hominivorx


Subfamílias de interesse Médico e Veterinário

Subfamília Crysomyinae
-Corpo verde ou azul metálico apresentando mesonoto com faixas escuras
longitudinais ou não;
- Remígio com uma fileira de finas cerdas dorsalmente;
- Calípteros amplos com a superfície superior pilosa ou não;
-Coxa posterior com uma fileira de pêlos posteriormente.

Gênero Cochliomyia
-Tórax com 3 faixas negras longitudinais no mesonoto;
-Palpos maxilares delgados e muito curtos.

Cochliomyia hominivorax – o principal agente causador de Miiases no


continente americano.
-Adultos com 8-10 mm de comprimento;
-Cabeça amarelada, com olhos vermelhos;
-Abdome uniformemente pigmentado, sem áreas pilosas contrastantes,
com pêlos escuros;
-Fêmeas depositam seus ovos, branco-amarelados, próximo à feridas
recentes em qualquer vertebrado de sangue quente;
Cochliomyia hominivorx
-Larvas 1° instar eclodem e invadem a ferida devorando o tecido vivo
(biontófagas);
-Crescimento muito rápido até o 3° instar, levando cerca de 4-8 dias;
-No 3° as larvas atingem 17 mm de comprimento, de corpo cilíndrico e
extremidade posterior truncada;
-Possui 2 troncos traqueais fortemente pigmentados, visíveis à olho nu;
-Neste estágio abandonam as feridas e caem ao solo para empupação,
levando cerca de 7 dias no verão e cerca de até 60 dias no inverno para
a emergência dos adultos.
Cochliomyia macellaria – larvas encontradas em feridas atacadas
inicialmente pela C. hominivorax , produzindo miiases secundária.
-Adultos muito semelhantes à C. hominivorax, diferindo por apresentar no
abdome pilosidade claras ventralmente;
-Larvas com aspecto muito semelhante à anterior, porém sem
pigmentação nos troncos traqueais, levando um período de
desenvolvimento mais longo, pois se alimentam de matéria orgânica em
putrefação (necrobiontófaga)
Produçao de miiases em humano Cochliomyia hominivorax
Gênero Chrysomya
-Adultos com o corpo verde metálico sem faixas no mesonoto;
-Calíptero inferior com a superfície dorsal pilosa;
-Palpos maxilares dilatados, atingindo a margem o epistoma;
-Desenvolvimento larvar em cerca de 15 dias (larva á adulto)

Chrysomya megacephala
-Espiráculos anteriores e posteriores escuros;
-Machos com as facetas dos olhos irregulares;
-Ovos depositados em matéria orgânica em decomposição;
-Larvas de aspecto leitoso, quase sem espinhos, com peritrema
característico, sem pigmentação nas traqueias.

Chrysomya albiceps
-Espiráculos anterior claro e posterior escuro;
-Machos com as facetas dos olhos regulares;
-Sem cerdas proestigmáticas;
-Ovos depositados sobre matéria em decomposição ou não (miiases não
obrigatória);
-Larvas de aspecto peculiar, possuindo tubérculos em torno da cada
segmento do corpo, em todos os instares;
2
1

4
3

Chrysomya megacephala (1, 2 e 3);Chrysomya albiceps (4)


Chrysomya putoria
-Espiráculos anterior claro e posterior escuro;
-Machos com as facetas dos olhos regulares;
-Com cerdas proestigmáticas;
-Ovos depositados em matéria orgânica em decomposição;
-Larvas de aspecto leitoso, quase sem espinhos, com peritrema
característico, sem pigmentação nas traqueias.
Subfamília Calliphorinae
-Adultos com o corpo verde ou azul metálico;
-Remigio sem fileira de finas cerdas dorsalmente;
-Mesonoto padrão uniforme sem faixas diferenciadas.
Gênero Lucilia
-Corpo de coloração variando de verde, azul metálico, podendo ter o
tórax verde e abdome azul e vice-versa;
Lucilia sericata e Lucilia cuprina
-Mesonoto com 3 cerdas acrosticais pós-suturais;
-A segunda com reflexo cúprico no corpo.
-Produtoras de miiases secundárias (larvas necrobiontófagas).
Lucilia eximia
- Mesonoto com somente 2 cerdas pós-suturais;
-Larvas de hábito saprofítico, em matéria orgânica decomposta
Lucilia sericata Lucilia eximia
Família Muscidae
-Apresentam calípteros e peças bucais bem desenvolvida;
-Aparelho bucal lambedor ou picador sugador;
-Mero sem fileira de cerdas, abaixo do espiráculo posterior;
-Nervura M1+2 curvada em direção à R4+5 ;
-Arista plumosa até a extremidade distal.

Família constituída de suas subfamílias: Muscinae e Stomoxydinae


Subfamilia Muscinae
-Aparelho bucal do tipo lambedor;
-Labelas bem desenvolvidas.

Gênero Musca domestica


-Antenas negras, com arista plumosa em ambos os lados;
-Tórax cinza-escuro, com 4 faixas longitudinais pretas no mesonoto;
-Asas com a nervura M1+2 formando uma angulosidadse em cotovelo;
-Adbome claro com algumas manchas cinzas;
-Ovos brancos postos em massa em locais escolhido pela fêmea;
-Larvas saprofitas, criando-se em materia orgânica vegetal,
principalmente fezes de animais (homem); de corpo leitoso, liso, com
espiráculos posteriores típicos;
Musca domestica – larva e asa tipica
Gênero Muscina stabulans
Morfologicamente muito semelhante à Musca domestica.
-Corpo castanho, mais claro que M. domestica;
-Antenas com os 2 primeiros segmentos e base do 3˚ averlhados;
-Arista plumosa;
-Tórax com 2 faixas escuras longitudinais no mesonoto;
-Escutelo com a extremidade distal tendendo para o amarelo;
-Asas com M1+2 curvando ligeiramente para a margem posterior;
Subfamília Stomoxydinae
Característica dos adultos possuírem aparelho bucal picador sugador.
-Machos e fêmeas são hematófagos;
-Proboscide constituída pelo lábio, órgão perfurante,formando um
estojo rígido, mais o hipofaringe e o labro;
-Labelas rudimentares, apresentando dentículos cortantes.

Gênero Stamoxys calcitrans – “mosca do estábulo”.


-Corpo escuro, revestido de polinosidade cinzenta;
-Antenas enegrecidas, com arista plumosa somente no dorso;
-Palpos maxilares delgados e muito curtos;
-Tórax com 4 faixas longitudinais escuras no mesonoto;
-Asas semelhante à da Muscina stabulans ;
-Ovos branco-amarelados, depositados pelas fêmeas espalhados no
substrato para o desenvolvimento larvar;
-Larva 3˚ instar, de corpo liso, leitoso, com placa peritremal enegrecida;
com as aberturas respiratórias em forma de “S”.
Gênero Haematobia irritans
Espécie simbovina, pois se alimente e reproduz nas fezes dos bovinos.
-Morfologicamente, muito semelhante à S.calcitrans, porém de menor
tamanho (4-5 mm);
-Corpo de cor castanha escura;
-Proboscide picador sugador;
-Palpos maxilares, tão longos quanto a proboscide, dilatado na
extremidade;
-Arista pectinada no terço distal;
-Tórax e asas semelhante à S.calcitrans ;
-Ovos amarelados depositados próximo ao bolo fecal bovino eliminado
recentemente.
Gênero Neivamyia lutzi
Corpo de cor cinza-amarelada, com 5-=6 mm de comprimento;
-Palpos maxilares delgados e tão longos quanto a proboscide;
-Arista plumosa em ambos os lados;
-Tórax com pre-escudoamarelado, com 2 faixas castanhas estreitas;
-Abdome castanho escuro;
-Ovos brando amarelados, depositados em fezes de equideos;
-Larvas semelhante à S.calcitrans com placas peritremais como se fora
uma placa crivada (semelhante a cacho de uvas)
Haematobia irritans
Neivamyia lutzi – A - adulto portando ovos de Dermatobia ;
B – espiráculos posteriores da larva; C – detalhe da placa peritremal
Familia Fanniidae
Próxima de Muscidae.Dípteros de tamanho médio e pequenos;
-Aparelho bucal lambedor, proboscide curta;
-Antenas com aristas nuas;
-Asas com a nervura A2 curvada ao redor do ápice da nervura A1+CuA2;
Gênero Fannia canalicularis e F. scalaris
Diferenciadas pelas formas jovens.
Família Sarcophagidae
Família extremamente numerosa, de interesse fundamental em
Entomologia Forense.
Seu nome advêm do fato das larvas preferencialmente
desenvolverem-se em carcaça de animais em diferentes estágios de
putrefação.
-Corpo de coloração cinzenta, com 3 faixas pretas longitudinais no
mesonoto;
-Abdome xadrezado, com muita variação de cor dependendo da
incidência de luz;
-Diferem dos Muscidae por apresentarem uma fileira de cerdas no
mero;
-Diferem dos Calliphoridae por apresentarem mais de 2 cerdas
notoleurais;
-Fêmeas ovovivíparas;
-Larvas com placas peritremais situadas em depressão; fendas
espiraculares são retas ou levemente onduladas, dispostas de forma
assimétrica.
São conhecidos inúmeros gêneros e espécies no Brasil.
“NÃO ESMORECER,

PARA

NÃO DESMERECER”
Oswaldo Cruz

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