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IDEALISMO

 Doutrina filosófica que coloca em primeiro


lugar o conhecimento sobre a realidade/coisas e
não a realidade em si mesma;
 Somente podemos conhecer com certeza nossas
idéias, o mundo interior da nossa consciência, o
mundo da subjeitividade.
 Primeiro a essência, depois a existência.
 Pitágoras (séc. VI a.C.) introduziu em sua
filosofia dois elementos: mundo sensível e
mundo inteligível;
 Platão: doutrina das idéias ou essências eternas e
imutáveis que se refletem no mundo cambiante dos
fenômenos;
 O mundo das idéias encontra-se fora da mim (acima
dos céus)
 A imaginação e o raciocínio eram uma espécie de
percepção interior que achava coisas que existem
no mundo das idéias.
 Nesta visão o mundo inteligível é estável, perfeito e
o mundo sensível é irregular e imperfeito;
 Conclusão: supremacia do inteligível sobre o
sensível
Kant (1724-1804):
 conhecemos o objeto que está lá fora, não
em seu íntimo, e sim como ele é
transformado em idéia dentro de nós.
 Essa idéia é muito mais importante, para
mim, do que a realidade que ela representa,
pois, para o meu conhecimento, a realidade
depende da idéia que dela faço.
Hegel (1770-1831)
 Se a essência da realidade é a razão, então a
razão é a realidade. Isto significa: se o real é
racional, então o racional é real.
 A mais importante das categorias (para o
raciocínio) é a relação, e a contradição é a mais
universal das relações.
 Para Hegel a idéia é infinita – enquanto
potencialidade evolutiva – vir-a-ser, logo, a
idéia é o Absoluto (Deus).
 A idéia evolui por um processo dialético.
MATERIALISMO
 O prioritário nesta corrente filosófica é a matéria, o
real.
 Já os gregos jônicos diziam que os fenômenos
precisam ser explicados pelas observação da própria
realidade, isto é, a matéria – o centro ou a substância de
tudo.
Aristóteles trouxe a visão do REALISMO – na qual há
dois tipos de conhecimento:
 um que vem do exterior, pelas sensações;
 outro que vem do interior, pelo pensamento e reflexão.
 O pensamento é formado por 3 operações
fundamentais: a sensação, a imaginação e a
concepção.
 O mundo inteligível é sempre associado ao
sensorial, ao real, ao mundo objetivo.
 Com o Renascimento chega-se a conclusão da
importância de observar, olhar o mundo e ler
nele os sinais e leis que o governam.
 Deixa-se a Teoria das causas eficientes e final e
se busca entender os cosmos como organismo
vivo independente de uma força motriz exterior.
Materialismo Inglês:
 Francis Bacon (1561-1626) – baseia todo
conhecimento no método experimental – daí
Empirismo
 Hobbes (1588-1679) – tudo no Universo
sucede naturalmente, segundo leis naturais, e
a alma não existe.
 A sensação é a origem de todo conhecimento
e dela derivam as formas e a própria razão.
Materialismo histórico-dialético:
 Hegel = vir-a-ser em três fases: tese, antítese e síntese.
 K. Marx (1818-1883) – Engels (1820-1899):
 O primeiro fato histórico é a produção pelo homem de
sua vida (comer, beber, habitar, vestir...);
 O ser social determina a consciência do ser humano, e
não o contrário;
 A consciência é produto das condições históricas e
socioeconômicas.
 Nada evolui sem conflito interno e não existe nada
estático ou fixo – tudo está sujeito a evolução dialética.
POSITIVISMO
 Séc. XIX - fértil no campo das ciências - inúmeras
descobertas e invensões;
 chegando a exaltação romântica da ciência, que se
tornou, para muitos, o único fundamento da vida
humana
 quase uma religião
 Principal expoente: Augusto Comte (1798-1857)
 julgava ser o momento de substituir a especulação
racional da filosofia pelos dados positivos das ciências.
Características Gerais do Positivismo
 Ao idealismo da primeira metade do século XIX se
segue o positivismo, que ocupa, mais ou menos, a
segunda metade do mesmo século, espalhado em todo o
mundo civilizado.
 O positivismo representa uma reação contra o
apriorismo, o formalismo, o idealismo, exigindo maior
respeito para a experiência e os dados positivos.
 Fica no mesmo âmbito imanentista do idealismo e do
pensamento moderno em geral, defendendo, mais ou
menos, o absoluto do fenômeno. "O fato é divino", dizia
Ardigò.
A diferença fundamental entre
idealismo e positivismo é a seguinte:
 o primeiro procura uma interpretação, uma
unificação da experiência mediante a razão;
 o segundo, ao contrário, quer limitar-se à
experiência imediata, pura, sensível, como já fizera
o empirismo.
 Dada a objetividade da ciência e da história do
pensamento positivista, compreende-se porque elas
são fecundas no campo prático, técnico, aplicado.
 Tenta-se aplicar os princípios e os métodos
daquelas ciências à filosofia, como resolvedora do
problema do mundo e da vida, com a esperança de
conseguir os mesmos fecundos resultados.
 Enfim, o positivismo teve impulso, graças ao
desenvolvimento dos problemas econômico-
sociais, que dominaram o mesmo século XIX.
 Sendo grandemente valorizada a atividade
econômica, produtora de bens materiais, é natural
se procure uma base filosófica positiva,
naturalista, materialista, para as ideologias
econômico-sociais.
 Daí decorrem necessariamente concepções
morais hedonistas e utilitárias.
 E delas dependem, mais ou menos, também os
sistemas político-econômico-sociais, florescidos
igualmente no âmbito natural do positivismo.
 Na democracia moderna - que é a concepção
política, em que a soberania é atribuída ao povo,
à massa - a vontade popular se manifesta através
do número, da quantidade, da enumeração
material dos votos (sufrágio universal).
 O liberalismo, que sustenta a liberdade completa do
indivíduo - enquanto não lesar a liberdade alheia -
sustenta também a livre concorrência econômica
através da lida mecânica, do conflito material das
forças econômicas.

 Para o socialismo, enfim, o centro da vida humana


está na atividade econômica, produtora de bens
materiais, e a história da humanidade é acionada por
interesses materiais, utilitários, econômicos
(materialismo histórico), e não por interesses
espirituais, morais e religiosos.
Ordem e Progresso
 Acredita o positismo firmemente no
progresso - como nele já acreditava o
idealismo.
 Trata-se, porém, de um progresso
concebido naturalisticamente, quer nos
meios quer no fim, para o bem-estar
material.
FENOMENOLOGIA
 Como matemático e lógico, Husserl concebeu a
fenomenologia como método para confrontar o
psicologismo na lógica.
 Pretende que a Filosofia se liberte do psicologismo, que
não seja ciência do mundo físico mas que, no entanto,
utilize a observação e a sistematização, próprias do
positivismo, no estudo de seus objetos ideais.
 Husserl mais tarde ampliou a fenomenologia à totalidade
do pensamento humano, criando, com o método
fenomenológico, uma "filosofia fenomenológica".
A fenomenologia é, portanto,
uma ciência de objetos ideais.
 É uma ciência a priori e muito importante,
pois tem que haver a filosofia para dizer se é
verdade ou falsidade o que a ciência empírica,
ou o cientista, estão dizendo sobre o mundo
físico.
 Mas, o que são esses objetos ideias aos quais
se aplica a observação, e mesmo a
experimentação, segundo Husserl?
 Quando o homem pensa um objeto, por exemplo,
"mesa", tem um pensamento intencional,
 um pensamento voltado para uma coisa
específica que ele imagina e define, de modo que
em sua consciência existe uma mesa,
independentemente de que uma mesa exista ou
tenha existido no mundo real externo.
 As coisas existem em nossa consciência como
"objetos ideais" perpétuos. Os objetos ideais têm
realidade, são entes, contêm um "ser", e podem
ser examinados e classificados.
Fenômenos mentais
 São como os universais de Platão, que existiam
apenas no "mundo inteligível", fora do alcance
do homem, mas que, para Husserl, estão na
mente humana, como fenômenos mentais.
 Tudo que podemos saber do mundo resume-se
a esses fenômenos, a esses objetos ideais,
designados por uma palavra que representa a
sua "significação".
EXISTENCIALISMO
 Existencialismo difundiu-se como o pensamento mais radical a
respeito do homem na época contemporânea.
 Surgiu em meados do século XIX com o pensador
dinamarquês (1813-1855) e alcançou seu apogeu após a
Segunda Grande Guerra, nos anos cinqüenta e sessenta,
com e .
 A corrente existencialista assimilou ainda uma influência
da cuja figura principal, ;
 Para o existencialismo, a fenomenologia de Husserl
significou um interesse novo no fenômeno da
consciência.
Os postulados principais dessa
corrente filosófica que são:
 A primeira é o ser humano enquanto indivíduo, e
não com as teorias gerais sobre o homem.
 Há uma preocupação com o sentido ou o objetivo
das vidas humanas, mais que com verdades
científicas ou metafísicas sobre o universo.
 Assim, a experiência interior ou subjetiva - e aí
está a influência da fenomenologia - é considerada
mais importante do que a verdade "objetiva", um
fundamento igual à da filosofia oriental.
 O homem não foi planejado por alguém para uma
finalidade, como os objetos que o próprio homem cria,
mediante um projeto.
 O homem se faz em sua própria existência.
 O mundo, como nós o conhecemos, é irracional e
absurdo, ou pelo menos está além de nossa total
compreensão;
 nenhuma explicação final pode ser dada para o fato de
ele ser da maneira que é;
 A falta de sentido, a liberdade conseqüente da
indeterminação, a ameaça permanente de
sofrimento, da origem à ansiedade, à descrença
em si mesmo e ao desespero;
 há uma ênfase na liberdade dos indivíduos
como a sua propriedade humana distintiva
mais importante, da qual não pode fugir
 Kierkegaard sustentou a importância
suprema do indivíduo e das suas escolhas
lógicas ou ilógicas.
 Kierkegaard contribuiu com a idéia original
do existencialismo de que não existe qualquer
predeterminação com respeito ao homem,
 e que esta indeterminação e liberdade levam o
homem a uma permanente angústia.
 Segundo Kierkegaard, o homem tem diante de si
várias opções possíveis, é inteiramente livre, não se
conforma a um predeterminismo lógico, ao qual,
segundo Hegel, estão submetidos todos os fatos e
também as ações humanas.
 A verdade não é encontrada através do raciocínio
lógico, mas segundo a paixão que é colocada na
afirmação e sustentação dos fatos: a verdade é
subjetividade.
 A conseqüência de ser a verdade subjetiva é que a
liberdade torna-se ilimitada.
 Consequentemente não se pode, também, fazer
qualquer afirmativa sobre o homem.
Pensamento fundamental de Kierkegaard, e
que veio a se constituir em linha mestra do
Existencialismo, é este:
 inexiste um projeto básico, para o homem
verdadeiro, uma essência definidora do
homem porque cada um se define a si
mesmo e assim é uma verdade para si.
 Daí o moto conhecido que sintetiza o
pensamento existencialista: "no homem,
a existência precede a essência"
No caminho da vida há várias direções,
vários tipos de vida a escolher,
dentro de três escolhas fundamentais:
 o modo de vida estético, do indivíduo que
não busca senão gozar a vida em cada
momento;
 o modo ético, do indivíduo que é
maquinalmente correto com a família e
devotado ao trabalho,
 e o modo religioso dentro de uma
consciência de fé.
Martin Heidegger (1889-1976) declarou-se
um investigador da natureza do Ser.
 Heidegger contribuiu com seu pensamento sobre o
ser e a existência, de onde o nome dado à corrente
filosófica de "Existencialismo".
 A angústia tem, no pensamento de Heidegger,
origem diversa da liberdade. Para ele a angústia
resulta da falta da precariedade da base da
existência humana.
 A "existência" do homem é algo temporário, paira
entre o seu nascimento e a morte que ele não pode
evitar.
 Sua vida está entre o passado (em suas
experiências) e o futuro, sobre o qual ele não tem
controle, e onde seu projeto será sempre
incompleto diante da morte inevitável.
 Como uma filosofia do tempo, o existencialismo
exorta o homem a existir inteiramente "aqui" e
"agora", para aceitar sua intensa "realidade
humana" do momento presente.
 O passado representa arquivos de experiências a
serem usadas no serviço do presente, e o futuro
não é outra coisa que visões e ilusões para dar ao
nosso presente direção e propósito.
Jean-Paul Sartre (1905-1980)
 A idéia central de todo pensamento existencialista é que
a existência precede a essência.
 Não existe nenhum Deus que tenha planejado o homem
e portanto não existe nenhuma natureza humana fixa a
que o homem deva respeitar.
 O homem está totalmente livre é o único responsável
pelo que faz de si mesmo.
 Assim, não pode desculpar sua ação dizendo que está
forçado por circunstâncias ou movido pela paixão ou
determinado de alguma maneira a fazer o que ele faz.
ESTRUTURALISMO
 Parte da observação de que todo conceito, num dado
sistema é determinado por todos os outros conceitos
do mesmo sistema, e nada significa por si próprio;
 O conceito só se torna inequívoco quando integrado
no sistema, na estrutura de que faz parte e onde tem
lugar definido;
 O prioritário é a estrutura como total sobre as partes
que compõem este total.
 Estrutura aponta para a procura de algo estável;
 Fatores que possam funcionar como pontos de
ligação para um conhecimento realmente
científico;
 Trata-se de alcançar a realidade de esquemas
concretos com validade geral crescente ou através
de modelos que dão expressão ou descrição
daquela realidade;
 Segundo Levi-Strauss (1908), a noção de estrutura
social não se refere à realidade empírica, mas aos
modelos construídos em conformidade com esta;
 Para merecer o nome de estrutura, os modelos
devem, exclusivamente, satisfazer a quatro
condições:
1. uma estrutura oferece um caráter de sistema: ela
consiste em elementos tais que uma modificação
qualquer de uma deles acarreta uma modificação de
todos os outros;
2. todo modelo pertence a um grupo de transformações,
cada uma das quais corresponde a uma modelo da
mesma família, de modo que o conjunto destas
transformações constitui um grupo de modelos;
3. as prioridades indicadas acima permitem prever de que
modo reagirá o modelo, em caso de modificação de
uma de seus elementos;
4. o modelo deve ser constituído de tal modo que seu
funcionamento possa explicar todos os fatos
observados
 A estrutura não é uma abstração (apenas um conceito
universal), mas um objeto de estudo concreto e
autônomo, abstraído, se se quiser, das realidades mais
complicadas e, assim, tornando mais acessível para nós.
 “A análise da estrutura deixa de lado o puramente
acidental e procura desvendar o código secreto que
forma a base da multiforme atividade humana: sua
organização social, sua situação econômica, suas
criações artísticas, sua linguagem e mesmo o
funcionamento da sua psique e de sua inteligência.”
(Maurice Corver)
 O ambiente intelectualmente apreensível dentro do qual
é possível percebe-la é totalmente dirigido para
atividade prática.
Nenhum elemento da estrutura é apreensível
fora da posição que ocupa no total.
A tendência normal desta maneira de pensar é:
 diminuição da realidade do sujeito humano;
 tratamento do pensamento como um dado
impessoal;
 valorização do inconsciente sobre o consciente (o
inconsciente seria estruturado como uma espécie de
linguagem objetiva científica)
 tratamento da liberdade como uma ilusão
Críticas ao estruturalismo:
 trabalhar com modelos teóricos, afastando o
pesquisador da compreensão histórica dos
fenômenos que analisa;

 valor excessivo que atribui aos processos de


reproduções das sociedades, deixando de
lado os processos de transformação social.

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