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Por que ocorre um verdadeiro oásis da

biosfera no fundo dos oceanos a mais de


2.500m de profundidade próximo às
chaminés de fumarolas negras?

Gabriel Maccari
O QUE SÃO FUMAROLAS NEGRAS?

• São fontes hidrotermais que surgem no


fundo oceânico, a profundidades de
mais de 2000 m.
• Estão associadas aos limites
divergentes de placas.
• Exalam fluidos hidrotermais carregados
de sulfetos e sulfatos.
• Formam edifícios similares a chaminés.
Distribuição de fumarolas negras ao longo das dorsais mesoceânicas.
FUNCIONAMENTO E FORMAÇÃO DAS FUMAROLAS

• Crosta oceânica próximo às


dorsais: 500-700° C.
• Água oceânica infiltra em fissuras
ao longo do assoalho oceânico.
• Conforme infiltra pela crosta
quente, ela interage e troca
elementos químicos com as
rochas adjacentes.
FUNCIONAMENTO E FORMAÇÃO DAS FUMAROLAS

• Quando o fluido hidrotermal


se aproxima da fonte de calor,
suas propriedades físicas
sofrem grandes alterações:
– Maior impulsão; 
– Menor densidade;
– Menor viscosidade;
– Maior capacidade de transporte
de calor.
• Processo de convecção.
FUNCIONAMENTO E FORMAÇÃO DAS FUMAROLAS

• A composição do fluido ao final dessa “viagem” depende da:


– Temperatura das rochas;
– Composição das rochas;
– Quantia de água que já circulou naquele mesmo sistema.

• A temperaturas de 350-500° C na crosta basáltica:


– Rocha  Fluido: cobre, zinco, ferro, chumbo, enxofre e sílica;
– Fluido  Rocha: sódio, magnésio e cálcio.
– Magma/Rocha  Fluido: hidrogênio, metano e dióxido de carbono
FUNCIONAMENTO E FORMAÇÃO DAS FUMAROLAS

• Ao ascender pelas fissuras, o fluido hidrotermal precisa abrir


caminho pela água fria e inicialmente não libera minerais no
assoalho.
• Com o tempo, porém, a rota percorrida pelo fluido fica cada
vez mais fechada pelas mineralizações, formando dutos
isolados.
• Quando isso acontece, o fluxo hidrotermal consegue chegar
ao assoalho e a fumarola começa a ser construída.
FUNCIONAMENTO E FORMAÇÃO DAS FUMAROLAS

• Os fluidos quentes (350-400° C) carregados de


metais misturam-se com a água fria (2° C) e rica em
oxigênio em uma pluma hidrotermal.

• Precipitação de partículas finas:


– Sulfetos: pirita (FeS2), calcopirita (CuFeS2) e esfalerita ((Zn, Fe)S).
– Sulfatos: anidrita (CaSO4) e barita (BaSO4).
• Gases liberados: H2S, CH4 e CO2.

• Partículas não-ejetadas  Construção da chaminé.


Esquema de formação das fumarolas
POR QUE OCORRE UM VERDADEIRO OÁSIS DA
BIOSFERA NO FUNDO DOS OCEANOS A MAIS
DE 2.500M DE PROFUNDIDADE PRÓXIMO ÀS
CHAMINÉS DE FUMAROLAS NEGRAS?
ECOSSISTEMA HIDROTERMAL

• Condições:
– Altas temperaturas;
– Pressões extremas;
– Ausência de luz.

Como pode haver vida nesse ambiente?


ECOSSISTEMA HIDROTERMAL

• Mais de 500 espécies de flora e fauna


conhecidas;
• A maioria é altamente endêmica;
• Biomassa semelhante a uma floresta
úmida;
• Formam um oásis no fundo oceânico;
ECOSSISTEMA HIDROTERMAL

• A vida nesse ambiente é sustentada pelos compostos exalados


pelas fumarolas, em especial o H2S.

• Micróbios termofílicos: Quimiossíntese


– Obtêm energia da oxidação do H2S, que usam para converter CO2 em
açúcares.
– 6O2 + 6CO2 + 6H2O + 6H2S -> C6H12O6 + 6H2SO4
– São a base da cadeia alimentar do ecossistema.
ECOSSISTEMA HIDROTERMAL

• Também há outros tipos de batérias e archaea que realizam a


quimiossíntese utilizando outros compostos.
• Os compostos liberados por esses micróbios são usados para
nutrição de outros organismos.
• Os próprios micróbios também servem como alimento para
outros seres.
• Relações simbióticas entre esses micróbios e outros seres são
comuns.
ECOSSISTEMA HIDROTERMAL

Camarões Caranguejos brancos Limpets

Mexilhões Vermes de tubo Anêmonas


ECOSSISTEMA HIDROTERMAL
REFERÊNCIAS

• KELLEY, Deborah S. Black Smokers: Incubators on the Seafloor. Disponível em:


<https://www.amnh.org/exhibitions/permanent/planet-earth/why-is-the-earth-
habitable/life-that-lives-off-the-earth-s-energy/life-at-the-hydrothermal-
vents/ancient-black-smokers/black-smoker>. Acesso em: 04/10/2020.
• MARTINS, L. R.; NUNES, J. C. Escapes Hidrotermais e Bioprospecção. GRAVEL, Porto
legre, v. 7, n. 1, p. 57-65, Jul. 2009.
• COLAÇO, A. et al. Ecossistemas do Mar Profundo. 2017. Disponível em:
<https://www.sophia-mar.pt/uploads/Guia_7_Ecossistemas_do_Mar_Profundo.pdf>.
Acesso em: 04/10/2020.
• Ocean, The Microbes That Keep Hydrothermal Vents Pumping. 2016. Disponível em:
<https://ocean.si.edu/ecosystems/deep-sea/microbes-keep-hydrothermal-vents-
pumping>. Acesso em: 05/10/2020.

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