Você está na página 1de 20

A Arte Nova

na cidade do
Porto
História da Cultura e das Artes
Professora:Sónia Cruz

Trabalho realizado por : Antonio Paz n.1


Joana Pedra n.11
Luis Novo
Introdução

A Arte Nova teve início, em Portugal, devido à ação da burguesia urbana nas cidades de Lisboa, Porto e
Aveiro, por volta do ano de 1905 e terminou 15 anos mais tarde em 1920. Na transição do séc XIX e nas
primeiras décadas de novecentos, o Porto é caracterizado por muitos espaços urbanos de requinte,
elegância e aspecto cosmopolita. Entre as numerosas construções são de destacar ilustres exemplos de
Arte Nova nos edifícios comerciais, nos cafés e nas habitações.
Café Majestic

Trata-se de um dos locais mais convidativos


da cidade, não só pela ambiência histórica e
cultural que o envolve, mas também, pela
arquitectura de identidade Arte Nova. Um
alçado definido por um pórtico em mármore
compõe a fachada principal do edifício onde
as portas são um conjunto de envidraçados.
O espaço interior é constituído por um salão de
planta rectangular simples e relaciona-se para o
jardim das traseiras por um grande envidraçado,
constituído por portas de vaivém. Os elementos
em madeira são marcados por linhas curvas e
sinuosas. A decoração interior é claramente Arte
Nova com bancos corridos, amplos espelhos
lapidados, entre os quais se localizam apliques de
duas lâmpadas. Tudo é decorado com materiais
nobres como a madeira, o mármore, o cristal, o
couro e os espelhos. As formas arredondadas, os
medalhões, as figuras esculpidas, os
marmoreados, são de motivos vegetalistas e
simulacros de figuras humanas. Vale por si só uma
visita.
A Pérola do Bolhão

Esta mercearia tradicional, foi fundada em


1917 por António Rodrigues Reis. Esta abriu
as suas portas como casa dedicada à
comercialização de chás, cafés e
especiarias. Situada no centro do Porto,
esta possui uma fachada pertencente à Arte
Nova, que está forrada de azulejos com
referências à rota das especiarias.
A loja está praticamente igual ao que
antes era, excluindo pequenas
alterações feitas ao interior para
auxiliar o mercado. O prédio tem mais
que 200 anos e foi construído antes
do mercado do Bolhão. Esta fachada
é famosa pela sua beleza e é um dos
pontos de interesse turístico da cidade
do Porto.
Casa Vicent

Este edifício é um dos raros


estabelecimentos de influência da Arte Nova
que utiliza ferro fundido dourado na fachada.
O seu contorno é constituído por uma
sucessão de grandes peças curvas,
vegetalistas ou até em concha, rematando
ao centro, na parte superior, numa conhca
encimada por um elemento. Entre a concha
e a bandeira da porta, se mostra uma cartela
com a legenda “VICENT”. Apesar de estar
agora estar a ser utilizada como loja, o seu
mobiliário mantém-se, incluindo as vitrines,
balcões e candeeiros onde o dourado é uma
parte constante.
Edifício na Rua Galeria de Paris

É constituído por três pisos

Apresenta na fachada uma alternância de


volumes que a tornam ligeiramente
desproporcional.

A fachada apresenta um grande janelão


circular sobre o portal de vidro e ferro

Tem particular interesse o tratamento e


emolduramento dos vãos em granito.
Imóveis na Rua do Passeio Alegre
Podemos observar nestes edifícios vários
estilos de expressão revitalista romântica e
principalmente da Arte Nova.
Estes edifícios são notórios pela presença
dos azulejos a revestir as fachadas, assim
como as aberturas com molduras em
granito.
Ainda são visíveis alguns elementos de
suporte das coberturas com peças de ferro.
Gare da Estação de São Bento

A Estação de S. Bento, de influência francesa e


idealizada pelo arquitecto José Marques da
Silva.

Foi oficialmente inaugurada em 1916, no local


onde, outrora, ficava o mosteiro de São Bento
de Avé Maria e situa-se na Praça Almeida
Garrett, na baixa do Porto.

Está classificada como Património da


Humanidade.
No interior da Estação de São Bento:

O Átrio principal da estação está revestido de azulejos de temática histórica que mostram a evolução
dos transportes, as quatro estações do ano e vários episódios épicos da história de Portugal.
Sistema construtivo:
- Toda em cantaria, simétrica e de grande
rigor simétrico.
- Fachadas laterais a seguir a relação de
simetria entre si.
Materiais exterior:
- Pavimentos de piso térreo em material
cerâmico e betonilha.
- Os restantes pisos em soalho de madeira
e as paredes em alvenaria de pedra.
- A fachada principal em cantaria.
Materiais interior:
- O átrio é revestido em azulejos e reboco.
- A estrutura da nave de gare em ferro com
cobertura em chapas metálicas.
Prédio na Rua Cândido dos Reis

Prédio constituído por rés-do-chão, destinado a


loja, e dois andares principais, aos quais se
acrescentam dois pisos recuados. Localiza-se
numa rua do centro histórico do Porto, em área
predominantemente comercial, hoje restituída à
cidade como rua pedonal. É um exemplar típico de
arquitectura urbana Arte Nova, datado do início do
século XX, e enquadrado de resto por prédios da
mesma época. A fachada é muito regular, com três
vãos rasgados em cada piso. No rés-do-chão, os
vãos são emoldurados por cantarias simples, de
ângulos arredondados, o da esquerda destinado à
porta que dá acesso aos pisos, e o central, mais
largo, com o da direita, pertencentes à loja aí
instalada.
O primeiro andar, tratado como piso nobre, possui
uma janela tripla, onde a central é novamente mais
larga, com varanda semicircular resguardada por
grades em ferro forjado. Os vãos são unificados
através de uma estrutura de ferro de desenho
elaborado, figurando requintados motivos
vegetalistas. No segundo andar abrem-se três
janelas isoladas, dando para uma única varanda
correndo toda a largura da fachada.
A grade de ferro exibe um complexo tratamento
naturalista, com arabescos semelhantes a uma
delicada teia de ramagens, e toda a varanda se
apoia, em cada extremidade, sobre dois
mascarões com a função de gárgulas, para
escoamento das águas. Sobre cada janelão ergue-
se um longo florão estilizado, e os caixilhos das
portadas envidraçadas, aqui tal como no primeiro
andar, são decorados com curvas harmoniosas. A
rematar a fachada sobressai uma cornija de
lançamento côncavo e molduras rectas, pintada
com laçarias e arabescos, e pontuada pelos
florões das janelas imediatamente abaixo.
Ourivesaria Cunha

Projecto atribuído a Francisco de Oliveira Ferreira com


o contributo da Companhia Aliança na construção da
frente (em ferro fundido). A fachada principal orientada
a norte, em frente à Rua 31 de Janeiro, apresenta uma
“devanture” – ou frente em ferro fundido e lioz
nacional- com aplicações em bronze dourado e latão
polido. Nesta está incluída uma porta de acesso aos
andares superiores do prédio, também emoldurada por
elementos em lioz. A área da fachada correspondente
à ourivesaria é formada por uma porta, com duas
montras de recorte superior e inferior ondulado. Por
cima da entrada da loja o entablamento é interrompido
por ornamentos em espiral entre os quais se insere a
escultura intitulada “Grupo de Amores”, da autoria de
José de Oliveira Ferreira.
Ourivesaria Reis & Filhos

Situada na Rua de Santa Catarina no Porto, esta foi


construída entre o séc. XIX e XX.Esta loja com
arquitetura em ferro contém referências da Arte
Nova e Rocaille nas formas aconcheadas e
onduladas com volutas. Este edifício tem afinidades
com a Ourivesaria Cunha e com a Casa Vicent.
Constitui um dos raros exemplares da arquitetura
comercial com referências à Arte Nova. Esta loja foi
construída pela mesma companhia que construiu a
Casa Vicent e a Ourivesaria Cunha, que se dava ao
nome de Companhia Aliança. Esta é trabalhada em
ferro fundido e assemelha-se à arte de ourivesaria
da prata lavrada e cinzelada.
O interior da ourivesaria tem dois salões
separados por um arco abatido apoiado em duas
colunas, sendo de realçar no primeiro salão as
belas vitrines Arte Nova enceradas. No segundo
salão, com uma escada em caracol de acesso à
cave, encontra-se o mobiliário mais antigo.
Conclusão

Com este trabalho podemos concluir que apesar da chegada tardia a portugal, não implicou na
importância e no impacto que traria em termos mundiais. A estação de São Bento foi classificada como
um dos edifícios mais bonitos do mundo da arte nova. Portugal distinguiu-se ainda dos outros países da
Europa por conta de azulejos de desenhos assimétricos como simétricos. Ainda em oposição aos outros
Países Europeus, Portugal não buscou inspiração no seu folclore ou tradições preferindo a
representação de motivos florais e por vezes da figura feminina.
Bibliografia

https://www.e-cultura.pt/artigo/19397
A Arte Nova no Porto — Centro Nacional de Cultura (cnc.pt)
https://nomundodapaula.com/cafe-majestic-no-porto/
arte nova (arte-nova.blogspot.com)

Você também pode gostar