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REVOLUÇÃO:

OCULTISMO E
ANTICRISTIANISMO
Aramis C. DeBarros
REVOLUÇÃO: OCULTISMO E ANTICRISTIANISMO

ALGUMAS SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS

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Fé Revolucionária Política, Ideologia e Conspirações A Conspiração Aberta The Occult Establishment


James Billington, PhD Gary Allen/Larry Abraham H. G. Wells James Webb
Vide Editorial Faro Editorial Vide Editorial Richard Drew Publishing
REVOLUÇÃO: OCULTISMO E ANTICRISTIANISMO

CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O CURSO


1 A ATITUDE APROPRIADA DIANTE DA COMPLEXIDADE DO TEMA

O tema exige do estudioso algum conhecimento sobre áreas diversas do


saber, como história, filosofia, teologia, filosofia política, movimentos
esotéricos, sociedades secretas, globalismo, Nova Ordem Mundial, entre
outros temas.
Para que haja um domínio significativo sobre tais assuntos é necessário
uma vida inteira dedicada ao estudo e a pesquisa. Assim, a atitude ideal
aqui é a de humildade diante do imenso volume de conhecimento que
ainda nos falta, e de respeito para com a profundidade, a complexidade
e a vastidão do tema.
Por isso, longe de pretender esgotar um assunto, o objetivo do curso
resume-se a arranhar a sua superfície, o que per se já implica em
árdua pesquisa e leitura.
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2 UM TEMA CONTROVERSO E DE FONTES ESCASSAS EM PORTUGUÊS

Em geral, o assunto que abordaremos é ignorado (ou mesmo


desprezado) pela academia e pela grande mídia. Se este silêncio é
majoritarioamente intencional ou deve-se à mera ignorância que o
universo acadêmico tem sobre o assunto, é algo ainda necessita ser
devidamente investigado.
Apesar de grandes avanços nos últimos anos, muitas obras seminais
que tratam diretamente do tema ainda precisam ser traduzidas para o
português.
Alguns pontos a serem tratados aqui são extremamente controversos e
restam inconclusivos (ex: o ocultismo de Karl Marx). Nosso objetivo é
evitar as abordagens que não possuam alguma base de informação
documental ou rastreável.
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O CURSO


3 A QUESTÃO DAS TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

O tema do curso implica necessariamente a


abordagem de relatos sobre tramas ocultas e
conspirações levadas a cabo por diversos grupos
políticos
Uma frase e sociedades secretas.
atribuída* ao escritor Mark Twain
resume bem o significado do termo
conspiração:
“Uma conspiração nada mais é que um
acordo secreto de um certo número de
indivíduos que perseguem intensamente
certos objetivos políticos os quais eles não
ousam
* A frase, admitir
de autoria controversa, emobra
surge numa público.”
de Clara Clemens (My Husband, Gabrilowitsch), filha de
MARK TWAIN
Twain, sobre seu marido, o diretor da Sinfônica de Detroit, Ossip Gabrilowitsch. Pode ser atribuída tanto a
Twain quanto a sua filha ou, ainda, ao seu genro.
(1835-1910)
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3 A QUESTÃO DAS TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

Uma conspiração pode dar-se em diversos níveis: desde a simples


subversão de um matrimônio por dois amantes, até uma maquinação
internacional envolvendo agentes internacionais e com resultados
catastróficos, como guerras, revoltas e sublevações, passando
inclusive pelo crime organizado nacional e internacional.
As pessoas, em geral, não têm muita dificuldade para crer na
existência histórica de conspirações e de tramas ocultas, embora
ignorem suas origens e sua amplitude.
Um bom exemplo de como certas conspirações, ao virem à público,
demonstraram-se muito maiores e mais ameaçadoras do que se pensava
é o do mafioso Joe Valachi, cuja denúncia, em 1963, expôs a
profundidade da influência mafiosa na sociedade americana,
quebrando pela primeira vez o código de silêncio da máfia (Omertà).
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3 A QUESTÃO DAS TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

O jargão pejorativo “teoria da conspiração” tornou-se comum hoje em dia, entre


leigos e acadêmicos. Isto se deve à forma como a grande mídia e a academia têm
tratado os assuntos de grande complexidade ligados ao campo histórico e político.
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3 A QUESTÃO DAS TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

Mas, isto nem sempre foi assim.


Vejamos alguns breves exemplos históricos
de como a questão da ameaça conspiratória
e revolucionária era tratada até algumas
décadas atrás...
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3 A QUESTÃO DAS TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

Em 1776, John Jay, um dos arquitetos da Constituição


Americana, autor de cinco dos The Federalist
Papers e primeiro Chief Justice dos EUA,
assumiu a direção do recém-fundado
New York Committee for Detecting
and Defeating Conspiracies, considerado
a matriz de todas as iniciativas de
contrainteligência dos Estados Unidos.
O alvo da comissão era “...inquirir, detectar e
aniquilar toda conspiração que venha a se
formar ... contra as liberdades na América.” JOHN JAY
(1745-1829)
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3 A QUESTÃO DAS TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

Em 19/julho/1789, David Pappin, presidente da Universidade de Harvard, discursa aos


formandos sobre a ameaça política que a presença Illuminati impunha sobre a América.
Em junho/1798, o Rev. Jedediah Morse, pastor congregacional de Charleston, N.C.,
alertou sobre os Illuminati: “Praticamente todo o Establishment civil e eclesiástico da
Europa já se encontra abalado em seus fundamentos por esta terrível organização.”
Em julho de 1798, Timothy Dwight, presidente de Yale admoestou os cidadãos de New
Haven, CT, sobre os perigos de seus filhos virem a se tornar “discípulos de Voltaire e
dragões de Marat” e suas filhas “concubinas dos Illuminati”.
Curiosamente, 34 anos depois (1832), essa mesma universidade abrigaria uma das
mais poderosas sociedades secretas até hoje existentes: a Skull and Bones.
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3 A QUESTÃO DAS TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

Em fev/1828, foi criado nos EUA o Partido Anti-Maçônico (o terceiro partido político
dos EUA), fruto da crescente suspeita de que as sociedades secretas estariam por trás
de planos conspiratórios contra a nação americana. John Quincy Adams, o sexto
presidente americano (1825–1829), estava entre os seus fundadores.
A desconfiança fora reforçada pelo sumiço misterioso de William Morgan, um pedreiro
de Nova Iorque que havia deixado a maçonaria e prometido revelar seus segredos. Seu
corpo já em decomposição foi encontrado boiando às margens do Lago Ontario, em
out/1827.
O partido foi o primeiro a promover uma convenção nacional (set/1831) e o pioneiro na
apresentação de uma plataforma política nacional para os EUA. Foi extinto em 1838.
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3 A QUESTÃO DAS TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

Em 14/07/1856, o PM britânico Benjamin Disraeli, falando


aos membros da House of Commons, afirmou:
“É inútil negar, pois é impossível esconder, que grande parte da
Europa – quase toda a Itália e França e grande porção da
Alemanha, sem contar os outros países – está coberta por uma
rede de sociedades secretas, tal como as ferrovias permeiam a
terra. E quais os seus objetivos? Elas sequer os escondem: não
querem governos constitucionais e tampouco o aprimoramento
institucional. Almejam mudar a propriedade da terra e expulsar
os atuais donos, assim como aniquilar o estamento
eclesiástico.” BENJAMIN DISRAELI
(1804-1881)
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3 A QUESTÃO DAS TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

Em 10/09/1870, numa palestra ministrada em Aylesbury, em


Buckinghamshire, Inglaterra, Disraeli trazia o seguinte alerta:
“Os governos dos dias atuais não têm de tratar meramente
com outros governos, com imperadores, reis e ministros.
Precisam lidar também com as sociedades secretas, as quais
ostentam, por toda parte, os seus inescrupulosos agentes e
são capazes de, no momento final, transtornar todos os
planos governamentais.”

BENJAMIN DISRAELI
(1804-1881)
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3 A QUESTÃO DAS TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

Em 08/02/1920, em um artigo para o Illustrated


Sunday Herald, Churchill escreveu:
“[Desde] os dias de Spartacus Weishaupt a Karl Marx, Trotsky,
Bela-Kuhn, Rosa Luxemburgo e Emma Goldman, esta conspiração
mundial [...] tem crescido constantemente. Ela, com toda certeza,
desempenhou um papel claro na tragédia da Revolução Francesa
e tornou-se a mola principal de todo movimento subversivo do
séc. XIX. Agora, por fim, este grupo de personalidades
extraordinárias oriundas do submundo das metrópoles europeias
e americanas agarrou o povo russo pelos cabelos, tornando-se
praticamente os senhores inquestionáveis desse grande império.”
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3 A QUESTÃO DAS TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

Em 1953, um relatório do Comitê de Investigação do Estado da Califórnia sobre


Educação* trazia a seguinte conclusão sobre a ameaça revolucionária:
“O assim chamado comunismo moderno é aparentemente a mesma conspiração
mundial, fatídica e hipócrita, voltada para destruir a civilização e inaugurada pela
ordem secreta dos Illuminati da Bavária, em primeiro de maio de 1776. Ela voltou para
cá a sua velha face, para as nossas colônias, no período crítico que antecedeu a adoção
da nossa constituição federal. Esta conspiração revolucionária mundial parece ter
sido muito bem organizada pois manteve-se em continuidade, sempre preparada
para aproveitar cada oportunidade que surgisse ou que fosse criada por seus
próprios conspiradores.”
*Conforme citado em https://www.truthcontrol.com/california-senate-investigating-committee-education-1953 (tradução livre)
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4 HÁ ALGUÉM OU ALGUM GRUPO A QUEM INCULPAR?

O estudo das conspirações ancestrais que permeiam a história do processo revolucionário


pode inspirar no investigador uma busca por culpados históricos. O perigo de tal sedução é
que ela pode incorrer em preconceito e até mesmo em catástrofe (ex: Hitler e os judeus).
Infelizmente, é muito comum encontrarmos livros, artigos, estudos e videos sobre o
movimento revolucionário nos quais católicos atribuem a culpa do processo aos protestantes,
protestantes acusam católicos, espíritas inculpam ateus e agnósticos e assim por diante.
Nossa abordagem não estará focada na acusação de quaisquer desses grupos em particular
pelo desenvolvimento do processo revolucionário. A mentalidade revolucionária, com efeito,
seduziu (e ainda seduz) indivíduos pertencentes a todas essas e outras expressões de fé e
filosofias de vida. Não raro, estes tais não as representam, mas são seus traidores.
AULA 1

AS RAÍZES DO
PENSAMENTO
REVOLUCIONÁRIO
REVOLUÇÃO: OCULTISMO E ANTICRISTIANISMO

I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO

O Significado Original e Posterior


do Termo “Revolução”
O Gnosticismo como Elemento
Estrutural da Revolução

A Dimensão Religiosa da Revolução


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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO

O SIGNIFICADO ORIGINAL
E POSTERIOR DE REVOLUÇÃO
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O SIGNIFICADO ORIGINAL E POSTERIOR DE REVOLUÇÃO
Deriva do latim revolutio; termo desconhecido dos
clássicos, mas usado na Idade Média por pensadores
como Agostinho. Inicialmente, significava o curso de
um objeto móvel em direção ao seu lugar de origem
(ato de revolver).
Termo passa a ser empregado para descrever o
movimento dos corpos celestes ao redor da Terra.
Copérnico (1473-1543) emprega o termo largamente
para descrever o seu novo modelo astronômico
retratando o movimento axial e orbital da Terra em
relação ao sol (Hypotesis Copernicana).
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O SIGNIFICADO ORIGINAL E POSTERIOR DE REVOLUÇÃO

O intelectual humanista e bispo francês Jacques Amyot


talvez tenha sido o primeiro a propor uma relação entre
o termo revolutio (então amplamente empregado na
astronomia) e o mundo político.
Amyot sugerira que a compreensão dos movimentos
celestes naturais era necessária para o curso exitoso das
mudanças políticas [Billington].
Até aqui (séc. XVI) o termo “revolução” ainda significava o
retorno a um ponto anterior temporariamente deixado; a
volta e o retorno (revolutio) a um estado natural anterior. JACQUES AMYOT
(1513-1593)
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O SIGNIFICADO ORIGINAL E POSTERIOR DE REVOLUÇÃO

Foi na Alemanha do séc. XVIII, que o termo revolutio


ganhou contornos de extremismo político, vindo a
significar um levante ou revolta secular, universal no
alcance e transformadora no escopo e não simplesmente
uma mudança ou uma reforma política.
Billington atribui a Mirabeau (ex-embaixador francês em
Berlim e provável Illuminatus) a importação do termo para
a França, no período inicial da Revolução, assim como os
termos “revolução da mente”, “grande revolução”,
“revolucionário” e “contrarrevolucionário”. CONDE DE MIRABEAU
(1749-1791)
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O SIGNIFICADO ORIGINAL E POSTERIOR DE REVOLUÇÃO

Friedrich Engels assim definiu o termo:


“Revolução é certamente a coisa mais autoritária que
existe. É a ação por meio da qual uma parcela da
população impõe a sua vontade sobre a outra, por
meio de rifles, baionetas e canhões ou qualquer meio
autoritário que houver. E, se a parte vencedora não
quiser ter lutado em vão, ela precisa manter este
regime por meio de um braço que infunda terror nos
reacionários.”
Friedrich Engels, “On Authority,” citado em The Marx-Engels Reader (www.marxists.org)
(tradução livre) FRIEDRICH ENGELS
(1820-1895)
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O SIGNIFICADO ORIGINAL E POSTERIOR DE REVOLUÇÃO
Ao longo do último século, teóricos têm proposto diversos
conceitos para definir a ideia de revolução. Mas, de forma
geral, ela engloba alguns elementos fundamentais:

Transferência e concentração de poder de


um grupo de pessoas para outro
Mudanças radicais na cultura e na sociedade,
que podem ser abruptas ou gradativas
Processos que podem ou não ser violentos
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O SIGNIFICADO ORIGINAL E POSTERIOR DE REVOLUÇÃO

REVOLUÇÃO
ou REFORMA?
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O SIGNIFICADO ORIGINAL E POSTERIOR DE REVOLUÇÃO

A MENTALIDADE REVOLUCIONÁRIA
É um estado de espírito no qual um indivíduo ou grupo se
crê habilitado a recriar o conjunto da sociedade – ou a
própria natureza humana – à sua imagem e semelhança,
por meio da ação política.
O revolucionário acredita que, por ser portador de um
futuro melhor, está além de todo juízo humano, do presente
ou do passado. Considera-se habilitado a julgar e condenar
todas as leis, instituições, crenças, valores e costumes de
todas as épocas, sem ser julgado por nenhum deles. OLAVO DE CARVALHO
(1947 - )
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O SIGNIFICADO ORIGINAL E POSTERIOR DE REVOLUÇÃO

A MENTALIDADE REVOLUCIONÁRIA
A mentalidade revolucionária não é idêntica ao
comunismo; é [algo] muito anterior [a ele] e transcende o
movimento comunista de uma maneira extraordinária.
A revolução é uma proposta de reestruturação total da
sociedade por meio da concentração de poder. Se faltar
um desses dois elementos (reestruturação total da
sociedade ou concentração de poder) não é uma
revolução. OLAVO DE CARVALHO
(1947 - )
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O SIGNIFICADO ORIGINAL E POSTERIOR DE REVOLUÇÃO

Vejo a destruição revolucionária da


sociedade como a única solução para
as contradições culturais da nossa época...
Tal derrocada não será possível sem a
aniquilação dos antigos valores e a sua
recriação pelos revolucionários.”
György Lukács
GYÖRGY LUKÁCS
(1885-1971)
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO

O GNOSTICISMO COMO ELEMENTO


ESTRUTURAL DA REVOLUÇÃO
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O GNOSTICISMO COMO ELEMENTO ESTRUTURAL DA REVOLUÇÃO

O GNOSTICISMO PRIMITIVO
O gnosticismo foi um fenômeno religioso de origem persa-babilônica, surgido antes
da Era Cristã. Ao atingir a Palestina agregou elementos judaicos e infiltrou a igreja,
levando heresias e causando duras divisões em muitas congregações primitivas.
Os grupos que infiltraram a Igreja buscaram sintetizar a fé cristã com a filosofia
grega e com complexas especulações místicas, religiosas e cosmológicas.
O gnosticismo “cristão” teve seu apogeu por volta de 150AD, embora suas raízes
remontem aos dias do NT (1Tm 1:4; 6:20-21; 2Pe 2; Jd.). A tradição aponta Simão
Mago (At 8:9-24) como o fundador do chamado “Gnosticismo cristão”.
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O GNOSTICISMO COMO ELEMENTO ESTRUTURAL DA REVOLUÇÃO

O GNOSTICISMO PRIMITIVO
O gnóstico crê em um conhecimento secreto (gr. gnosis), iluminador e libertador da
realidade opressora. Em geral, esse conhecimento seria propriedade de uma elite
iluminada. O gnóstico ostenta uma obsessão por mestres espirituais ou gurus.
Para o gnóstico primitivo, o mundo físico foi criado por uma divindade inferior
(Demiurgo). Por isso, a criação material é essencialmente má, estando o bem
restrito ao mundo espiritual (Pleroma).
A gnosis que diziam possuir permitia-lhes evoluir (ascender) do mundo perdido da
matéria para o mundo espiritual.
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O GNOSTICISMO COMO ELEMENTO ESTRUTURAL DA REVOLUÇÃO

O GNOSTICISMO PRIMITIVO
Havia inúmeros grupos gnósticos, cada qual com seus próprios líderes e textos
secretos; esses grupos não eram coesos na doutrina e na conduta (que podia variar
desde o rígido ascetismo até a mais vil libertinagem).
A racionalização do sofrimento ocupava um lugar especial na mente gnóstica.
Desde sua expressão primitiva, o gnóstico sustenta a crença de que a realidade é
estrutural e essencialmente má, opressiva e escravizadora. O gnóstico nutre uma
aversão enraizada contra a própria estrutura da realidade, inclusive contra as
estruturas religiosas tradicionais.
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O GNOSTICISMO COMO ELEMENTO ESTRUTURAL DA REVOLUÇÃO

SIMÃO MAGO
Mago samaritano nascido em Gitta; andou por breve
tempo com os evangelistas na Samária (At 8.9-24).
Repreendido por Pedro, retorna às práticas mágicas e
torna-se famoso até mesmo entre a elite romana, nos
dias do imperador Claudius (41-54 AD).
Divinizando-se a si mesmo, elaborou um tipo sofisticado
de gnosticismo (simonianismo) fundindo doutrinas cristãs,
judaicas, filosofia grega e misticismo pagão. A tradição
registra embates mirabolantes entre ele e Pedro em Roma.
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O GNOSTICISMO COMO ELEMENTO ESTRUTURAL DA REVOLUÇÃO

Muitas religiões creem que os seres humanos devem ser responsabilizados


pelas imperfeições do mundo. Para dar apoio a esta visão, elas interpretam
o mito do Gênesis declarando que as transgressões cometidas pelo primeiro par
humano acarretaram a ‘queda’ da criação, resultando no presente estado de
corrupção do mundo. Os gnósticos dizem que essa interpretação do mito é falsa.
A culpa pelas falhas do mundo repousa não sobre os homens, mas sobre o
criador. Posto que o criador é identificado com Deus – especialmente nas religiões
monoteístas – esta posição gnóstica soa como blasfêmia e é frequentemente vista
com espanto, mesmo pelos descrentes.”
A Gnostic Worldview – A Brief Summary of Gnosticism, conforme citado em www.gnosis.org/gnintro.htm (tradução livre)
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O GNOSTICISMO COMO ELEMENTO ESTRUTURAL DA REVOLUÇÃO
Séc. XIII
CRUZADOS
TEMPLÁRIOS

CÁTAROS BOGOMILOS

CABALISTAS

ORDEM DOS
ASSASSINOS
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O GNOSTICISMO COMO ELEMENTO ESTRUTURAL DA REVOLUÇÃO

O GNOSTICISMO MODERNO
Os gnósticos apareceram na história de maneiras distintas. No início da Era Cristã –
assim como em alguns períodos mais avançados da Idade Média – eles se
manifestaram de modo tipicamente religioso.
Porém, nos últimos séculos, houve vertentes “secularizadas” do gnosticismo, que
estão na raiz de movimentos revolucionários ateístas e materialistas.
Para esta estirpe de gnóstico, a malignidade da estrutura da realidade não mais se
explica pela ação de um deus mau (o Demiurgo) que teria criado o mundo material,
como pregavam os gnósticos primitivos.
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O GNOSTICISMO COMO ELEMENTO ESTRUTURAL DA REVOLUÇÃO

A IMANENTIZAÇÃO DO ESCHATON
Para alguns destes gnósticos modernos, a realidade é maligna por ser fruto de um
sistema econômico opressivo, uma cultura dominadora e escravizante ou de uma
alguma ideologia política desumana.
Não raro, os gnósticos modernos expressam a sua crença sob as mais distintas formas
de doutrina política redentorista e utópica. É a chamada imanentização escatológica,
conforme descreve Eric Voegelin em sua Nova Ciência da Política.
Ou seja, no lugar de uma visão escatológica com foco na transcendência, o gnóstico
moderno contempla um fim (Escathon) dentro dos limites da história e do universo
visível.
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O GNOSTICISMO COMO ELEMENTO ESTRUTURAL

James Webb* explica que, tanto Hegel quanto Marx


podem ser classificados como pensadores gnósticos.
Para Webb, Hegel representa o nexo ideológico entre
as ditaduras científicas do nazismo e do comunismo.
O pensamento de Hegel sofreu influência do místico,
alquimista e milenarista F. Christoph Oetinger, cujas
ideias escatológicas inspiraram utopias sócio-políticas
como a abolição da propriedade privada, a dissolução
do Estado e a eliminação das classes sociais, revividas
logo a seguir na Revolução Francesa. CHRISTOPH OETINGER
* James Webb, The Occult Establishment
(1702-1782)
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O GNOSTICISMO COMO ELEMENTO ESTRUTURAL DA REVOLUÇÃO

Neste século [XX], quando posições religiosas tradicionais


apresentaram-se sob a forma secular, veio à tona o gnosticismo
secular ao lado de outras grandes religiões seculares: a união mística do
fascismo, o apocalipse dialético do marxismo e a Cidade Terrena da
social-democracia. O gnosticismo secular quase nunca é reconhecido
por aquilo que realmente é, podendo coexistir lado a lado e de forma
quase imperceptível com outras convicções [religiosas]”.
James Charles N. Webb
The Occult Establishment
(tradução livre)
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


O GNOSTICISMO COMO ELEMENTO ESTRUTURAL

Como a história já demonstrou de modo


explícito, as várias cruzadas religiosas com
o objetivo de ‘imanentizar o eschaton’ demonstraram-
se seriamente mortais. Esta verdade é evidenciada de
forma tangível por meio das atrocidades cometidas
pelas utopias sócio-políticas do gnosticismo secular.”
Phillip D. Collins
Darwinism and the Rise of Gnosticism
(tradução livre)
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO

A DIMENSÃO RELIGIOSA
DA REVOLUÇÃO
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


A DIMENSÃO RELIGIOSA DA REVOLUÇÃO

Se a religião tradicional pode ser


descrita como ‘o ópio do povo’, a
nova fé revolucionária pode muito
bem ser considerada ‘a anfetamina
dos intelectuais’”.
James Billington, Ph.D.
Fire in The Minds of Men (tradução livre)
JAMES H. BILLINGTON
(1929 - 2018)
REVOLUÇÃO: OCULTISMO E ANTICRISTIANISMO

I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


A DIMENSÃO RELIGIOSA DA REVOLUÇÃO

Uma pessoa não é religiosa apenas quando


adora uma divindade, mas quando destina
todo recurso de sua mente, submete completamente
a sua vontade e todo o ardor fanático da alma para o
serviço de uma causa ou de um indivíduo que se torna
o alvo e o guia de seus pensamentos e ações”.
Gustave LeBon
The Crowd: A Study of the Popular Mind, p.64
(tradução livre) GUSTAVE LEBON
(1841-1931)
REVOLUÇÃO: OCULTISMO E ANTICRISTIANISMO

I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


A DIMENSÃO RELIGIOSA DA REVOLUÇÃO

Segundo Billington*, Mirabeau foi o pioneiro no aplicação da


linguagem religiosa tradicional à realidade revolucionária.
Em 10/05/1789, escrevendo aos seus constituintes, ele
afirma que o propósito dos Estados Gerais não era reformar,
mas “regenerar” a nação francesa. Chamou a Assembleia
Nacional de “inviolável sacerdócio da política nacional”, a
Declaração dos Direitos do Homem de “evangelho político”
e a constituição de 1791 de uma nova religião “pela qual as
pessoas estão prontas para morrer”.
* James Billington, Fire in the Minds of Men, p.19-20 (tradução livre).
CONDE DE MIRABEAU
(1749-1791)
REVOLUÇÃO: OCULTISMO E ANTICRISTIANISMO

I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


A DIMENSÃO RELIGIOSA DA REVOLUÇÃO

O militante revolucionário é um crente devoto, tanto quanto


o fiel de qualquer outra religião. O que o distingue é a crença
de que uma nova ordem secular irá inevitavelmente emergir
da destruição forçosa da autoridade tradicional.
Boa parte dos revolucionários compartilha uma espécie de
perspectiva profética sobre a história, como se ela fosse uma
peça dramática com ensinamentos morais.
Nesse teatro, o momento presente geralmente é identificado
com o INFERNO, a revolução com o PURGATÓRIO COLETIVO e
o futuro, com o PARAÍSO TERRESTRE.
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


A DIMENSÃO RELIGIOSA DA REVOLUÇÃO

Os movimentos revolucionários ostentam seus próprios


profetas, seu livro sagrado, seus intérpretes, seus credos e
ritos, suas imagens e ícones, sua escatologia e seu paraíso.
Tome-se como o exemplo o marxismo. Pela amplitude de
seu objeto, ele propõe uma visão total da realidade e não
apenas uma doutrina econômica. Qual uma religião secular,
ele ostenta uma cosmologia, uma visão da história, da
sociedade, da consciência humana, da política, da filosofia
e das religiões. Mesmo sem perceber, o marxista vivencia,
de forma secularizada, a devoção de um fiel religioso.
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I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


A DIMENSÃO RELIGIOSA DA REVOLUÇÃO

Se o marxismo vivesse como doutrina


científica, como viveu, por exemplo, a
doutrina da geração espontânea, não poderia
resistir à contestação dos fatos e das novas
perspectivas da ciência atual. Mas não; ele
vive como esperança e como uma fé.”
Heraldo Barbuy
Marxismo e Religião
HERALDO BARBUY
(1913-1979)
REVOLUÇÃO: OCULTISMO E ANTICRISTIANISMO

I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


A DIMENSÃO RELIGIOSA DA REVOLUÇÃO

As críticas racionais e a contestação do marxismo pelos fatos, têm


sido completamente inúteis em face da eficiência que o sistema tira do seu
caráter religioso. Não se dá com o marxismo o que se dá com os sistemas científicos
que perderam a vigência desde que não mais coincidiram com realidade. Os grandes
credos coletivos não vivem pela força de suas supostas verdades ou erros científicos, e
sim pela fé que despertam. O marxismo é uma religião modernizada — isto é — que se
apresenta como científica — e o seu principal autor é uma espécie de profeta bíblico,
que retoma certos temas do Antigo e do Novo Testamento: tem suas noções próprias
da catástrofe purificadora, do Juízo Final e da Redenção da Humanidade.”
Heraldo Barbuy, Marxismo e Religião
REVOLUÇÃO: OCULTISMO E ANTICRISTIANISMO

I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


A DIMENSÃO RELIGIOSA DA REVOLUÇÃO

O revolucionário italiano Antonio Gramsci ensinou


que a supressão da religião devia dar-se por meio de
sua substituição por outra coisa semelhante, que
pudesse satisfazer a natureza mística do ser humano.
O marxismo, assim como outros movimentos
revolucionários, ostenta essa força religiosa, pois traz
em seu corpo ideológico semelhanças com aspectos
fundamentais do cristianismo: sua própria teoria da
criação, da queda humana e do pecado, assim como
da restauração ao estado original. ANTONIO F. GRAMSCI
(1891-1937)
REVOLUÇÃO: OCULTISMO E ANTICRISTIANISMO

I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


A DIMENSÃO RELIGIOSA DA REVOLUÇÃO

O Pr. Richard Wurmbrand* denunciou a esperança


messiânica do militante comunista, ao relembrar o que
ensinava um de seus professores de teologia na
Universidade de Cluj, na Romênia:

Deus deu três revelações na Terra.


A primeira a Moises. A segunda a Jesus.
E a terceira a Karl Marx.”
* Richard Wurmbrand, Cristão em Cadeias Comunistas, p.171 RICHARD
WURMBRAND
REVOLUÇÃO: OCULTISMO E ANTICRISTIANISMO

I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


A DIMENSÃO RELIGIOSA DA REVOLUÇÃO
A revolução, sob certo aspecto, pode ser entendida como
uma corruptela da escatologia cristã.
Apresenta-se como um tipo de “Segunda Vinda”, quando os
“justos” seriam vindicados; nela, a própria História imporia
o “juízo final” e um tipo de comunidade universal seria
implementada na Terra (posto não haver transcendência).
É uma espécie de tentativa de se antecipar o juízo final,
controlando o fluxo da história a fim de gerar um reino
terreno marcado pela justiça (punição final dos maus e
triunfo dos bons)*.
* Eric Voeglin, Nova Ciência da Política
REVOLUÇÃO: OCULTISMO E ANTICRISTIANISMO

I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


A DIMENSÃO RELIGIOSA DA REVOLUÇÃO
LeBon* considerava nihilistas, maçons, socialistas e vários
adeptos de seitas políticas do sécs. XVIII-XIX como “seres
religiosos que perderam suas antigas crenças”, mas que
não conseguiam agir à parte de um credo que orientasse
os seus pensamentos.
Esses revolucionários buscavam, como base da sociedade
ideal que pregavam, uma unidade entre religião, ciência e
filosofia (embora aqui, “religião” significasse algo como
uma expressão “racional” e “científica” de religião).
* Gustave LeBon, Enseignements Psychologiques de la Guerre Européenne, p.164 (citado por Julian Strube em Socialist Religion
and the Emergence of Occultism: A Genealogical Approach to Socialism and Secularization in 19th-Century France).
REVOLUÇÃO: OCULTISMO E ANTICRISTIANISMO

I – AS RAÍZES DO PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO


A DIMENSÃO RELIGIOSA DA REVOLUÇÃO

O marxismo não quer ser uma religião


que engane as massas... no fundo, quer
ser uma correção dos erros praticados pelo
Cristianismo. Condenando o Cristianismo como
religião que aliena o homem, o marxismo quer
ocupar o seu lugar.”
Heraldo Barbuy
Marxismo e Religião, p.49
HERALDO BARBUY
(1913-1979)

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