Você está na página 1de 47

O Mito da Juventude Transmitido

pela Imagem: O Fascismo Italiano


Laura Malvano
Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado

Disciplina: Juventude e Educação


 
Docentes Responsáveis: Prof. Dr. Francisco Evangelista
Prof. Dr. Jorge L. Mialhe

Mestranda: Aliny Barbosa


Seminário: Aliny Barbosa
Cintia Andrade Branco
1º sem/2021
Juventude, juventude, primavera de beleza! E pela vida, só leveza
o teu canto ressoa e vai! Por meio da paráfrase concisa do símbolo
e da redundância verbal cara ao linguajar fascista, o hino do regime
exprime de modo exemplar a dupla relação de identidade que o
fascismo manteve com a noção de juventude.

A bela canção da juventude audaz, designa antes de mais nada o


referente social que graças a um eficaz dispositivo simbólico, passa
a adquirir um valor universal e totalizante.
Nas fileiras do fascismo são jovens o garibaldino e o vanguardista:
desde que entendam a norma de vida de Mussolini

De fato, a nossa juventude é símbolo que domina, desvinculado do


espaço e do tempo, resume o amor e a beleza, a força e o canto,
expressão do absoluto positivo, a noção de juventude recobre uma
vasta gama de valores, ao mesmo tempo cívico, morais e estéticos.
 O vil não pode ser jovem, segundo uma significativa intuição do Duce, ele é
velho, decadente! O jovem implica uma alma de herói.

 O fascimo é juventude, mas a inexorável lei do tempo é o envelhecimento, e o


que será do fascismo a medida que envelhecer?

 O fascismo surgido das mais vivas energias de nossa estirpe... Para não
envelhecer e degenerar por sua vez, deve perder os elementos de frqueza e
caducidade que são inatos a qualquer partido e seguir a natureza, identificando-
se com a estirpe para haurir todo ano vigor de vida das gerações sobreviventes.
 Portanto a juventude eterna de uma nação perenemente jovem que se traduz
na escolha política de um regime que fez dos jovens o fulcro da própria
ação e o momento central do próprio sistema organizativo.

 Juventude, igualmente a do Estado fascista, herdeiro vigoroso da revolução


fascista, ela mesma “ juveníssima e fresquíssima” Estado “jovem”,
“inovador” e segundo das palavras do Duce “em plena posse de todas as
suas energias e subversor dos valores do “ velho governo da Itália”.
Decididamente temos um defeito maldito: o de ser
demasiadamente jovens. Por essa nossa irredutível inquietação
juvenil que em 1919, nos levava de bombas nas mãos para as
praças da Itália, tivemos sempre inúmeros inimigos... Nós
enquanto se trata da Pátria e do fascismo, estamos sempre
prontos a matar e a morrer, espertamente canalizada na rígida
disciplina militar das organizações do regime.
Os jovens incontroláveis que cantavam Giovinezza e
manejavam com desenvoltura bombas manuais e punhais
acabaram enquadrados pelo ritual militar do regime, por tornar-
se Jovens Fascistas, que segundo o desejo do Duce, antes de
chegar aos postos de comando, devem servir com fidelidade e
silêncio nos postos de obediência.
 “O fascismo é juventude, portanto beleza, ardor, harmonia”
 Será evidente, a imagem do efebo atlético e vigoroso,
harmoniosamente dotado, todo beleza e juventude, a quem trocará
simbolizar o homo novus do fascismo.

Podereis identifica-lo a cem metros de distância, bem plantado em


seu uniforme inteiramente negro, que é signo estético de sua fé. A
única estética pessoal deve corresponder uma ética do costume.
 Evidencia-se nesses poucos exemplos (observados do slide 3 ao 9),
como o discurso sabia modelar-se com particular flexibilidade e
aderência à multiforme e abrangente noção de juventude, a pouco de
tornar-se seu elemento constitutivo.

 Graças a uma hábil manipulação do discurso, a noção de juventude


pôde ser privada de qualquer conotação histórica ou sociológica e
assumir uma dimensão exclusivamente simbólica.
O Efebo “ Jovem de
Idade e Belo de Corpo

 É interessante notar que as mesmas preocupações serão encontradas nas altas


esferas do fascismo. Será o própria secretário do partido Alessandro Pavolini
colocará brutalmente a explosiva questão da oportunidade ou não de uma “arte
de propaganda”.

 Quando, no decorrer da década de 1930, a escultura monumental foi confrontada


com a questão da demanda pública, o problema da relação arte/propaganda
emergiu com toda sua força a sua atualidade. O homem jovem de idade e belo de
corpo – foi solicitado a traduzir na linguagem majestosa da grande escultura a
complexa simbologia do “Italiano de Mussolini.
 Eficácia propagandística da imagem pode ser medida pela capacidade de
apresentar o jovem fascista por meio da imagem loquaz e silvestre, que dissolve
entre árvores floridas e bandeiras tricolores tremulando ao vento, os ecos
agressivos do mito das tropas de choque.

 Verifica-se a acrobática capacidade da imagem no início dos anos de 1920 em


remover quaisquer vestígios de um passado de violência difícil de ser
administrada.

 A revolução e o fascismo puro e duro de 1919 desaparece na representação


figurativa qualquer inconveniente traço de violência.
 Neste mesmo período o look dos jovens fascistas sofre uma transformação
significativa: um uniforme mais respeitável e tranquilizador substitui o guarda-
roupa “ genial” e anticonformista do “Soldado Audaz”.

 Assim desaparece a panóplia das caveiras e dos punhais entre os dentes,


substituído pela simbologia abstrata e romanizante da nova “juventude da Itália”

 Encontra-se portanto as gestas dos primeiros grupos de choque alegres


expedições em que a presença inquietante do “Santo Cassetete” é afastada em
meio aos frascos de vinho e a envolvente alegria que reúne bandeiras ao vento,
jovens vigorosos e frágeis heróis adolescentes.
 Em 1932, inaugurava-se em Roma, a exposição da Revolução fascista, Haut Lieu onde
eram celebradas as glórias de dez anos do regime. Recorreu-se sobretudo à imagem,
utilizando com sábia orquestração suas diferentes especificidades, ilustrar e visualizar o
percurso da “ Revolução”.

 No mesmo ano em Brescia com a nova Praça da Vitória, era inaugurado outro
importantes espaço celebrativo, a retórica dos edifícios se integrava ao conjunto dos
monumentos que garantiam com redundância oratória, a presença da mensagem
fascista.

 A propaganda de massa transformara em mercadoria de consumo fácil, qualidades que


coincidiam com a energia vital da raça que sempre se renova e revive.
 A diferença do fascismo, o nazismo recorrerá amplamente a uma simbologia
abstrata e totalizante, em que a exaltação pagã e hedonista do corpo juvenil se
integrará com a absoluta imaterialidade da simbologia espacial e luminosa das
cenografias wagnerianas em grandes cerimônias.

 O fascismo optará por uso de uma imagem mais emblemática, constituirá a


própria peculiaridade cultural, presença de imagens com forte potencial simbólico.
Diante do palácio dos Uffici, o escultor Ítalo Griselli fora encarregado de
representar um jovem de proporções importantes: uma estátua de mármore de dois
metros, colocada sobre um alto pedestal.
O Atleta, símbolo do
“Estilo Fascista”

 O exemplo mais notório dessa promoção simbólica da figura do jovem atleta é a


legião de atletas de mármore que coroam os degraus do Fórum Itálico em Roma,
obra do arquiteto Del Debbio – “Fórum Mussolini”. Evocando os faustos da Roma
Imperial através da linguagem primitiva do fascismo.

 Foram os anos em que o tema do esporte assumiu uma relevância particular no


interior do discurso escrito ou figurativo do fascismo.É notória a importância que,
especialmente no decorrer da década de 1930, a política de massas do regime
atribuiu ao esporte o fator de enquadramento e de formação do italiano do futuro.
https://qrco.de/bc3Xnu
 “Do fascismo força viva – É a prática esportiva” O esporte tornou-se
principalmente na exasperada ritualização da época, sinônimo de estilo de
vida, o modo fascista de conceber e levar a vida, de formar o caráter
fascista”.

 O esporte como mito, teria para isso reunido jovens fascistas até mesmo os
de menor idade, além de algumas restritas faixas etárias do sexo feminino.

 Os filmes de LUCE desse período nos transmitem uma infinidade de


imagens de jovens, de maduros saltadores e corredores, deixando suas
roupas burguesas e se transformando nos celebrados atletas de um dia.
 A ductilidade do discurso fascista seguiu essa “esportivização”, chegando a conferir
uma nova imagem “dinâmica e viril”.

 O jovem fascista nas palavras do Duce, saberá oferecer à imagem deteriorada do


funcionário “a plenitude da juventude, a vontade de fazer, um modo ágil e dinâmico.

 A imagem participou com entusiasmo e com indiscutível sucesso para constituir a


auto-representação do novo italiano, dinâmico e musculoso, convidado a renovar as
frustações cotidianas e nacionais graças à presteza e combatitividade do modelo
esportivo.
 A fotografia fixa e em movimento, poderoso instrumento de propaganda foi
amplamente solicitada a mostrar as glórias esportivas profissionais ou não dos
italianos “ jovens de corpo e de espírito”.

 O futebol e mais ainda o ciclismo tornaram o país com escassas tradições no


campo da ginástica, um fator de identidade nacional. Fenômeno que se
demonstrou particularmente notório no final dos anos de 1930, quando após uma
série de vitórias futebolísticas internacionais da equipe nacional, promoveu um
impacto emotivo em um povo pouco praticante, porém profundamente torcedor,
foi amplamente utilizado como cimento fácil para a construção de mitos
nacionais.
 As capas de Gioventi Fascista a revista, apresentava uma vasta galeria de fotos de
jovens atletas empenhados de diferentes maneiras. Ao pé da página, uma frase de
Mussolini destacada com letras garrafais “Prática Desportiva” indicando no dever
e no combate a verdadeira essência da figura do “novo italiano”.

 A pintura e a escultura foram chamadas a exprimir na linguagem culta e solene da


arte “ os cuidados apaixonados que o regime dedica a esse ramo de atividade
humana”.

 Quadrienal Romana de 1935.


 Contudo, era à “arte verdadeira” que, em geral se confiava o privilégio
de transmitir as grandes mensagens do regime, expressas por meio da
linguagem solene do símbolo.

 A rapidez, a eficiência, a boa forma física que estavam na base do mito


esportivo podiam tornar-se suportes eficazes para designar “o jovem
Estado fascista”, dinâmico e “moderno”, transferência frequentemente
usada pela imagem publicitária.
Para o vasto público de Balilla ( jornal “dos jovens da Itália) foi o
emblemático, petulante e ousado modelo que iria representar com
eficiência, por meio da simbolização essencial primária da história em
quadrinhos, as vantagens da vida espartana em acampamentos podia
trazer para uma nova estirpe vigorosa:

Grita Lio: Nossas fileiras feitas de meninos fortes, sabem dormir em


cama de pregos, depois de fazer os deveres.
 Para as meninas, ao contrário, as vantagens eram apresentadas em menor escala. A
Piccola Italiana jornal dedicado às moças e meninas da Itália, oferece de fato uma
imagem esportiva mais fugaz e discreta, pois as moças e as meninas “devem ser
saudáveis, fortes e belas”, mas sem renegar a própria vocação doméstica e familiar.

 Os fatais saiotes pretos plissados do uniforme serão encurtados ou alongados


pudicamente conforme as necessidades da ginástica, limitando-se sempre as
modalidades rítmicas ou atlética ligeira, que melhor se adaptavam “ às meninas e às
adolescentes”.
 No final da década de 1930, consta-se para as “pequenas” e “jovens”
italianas uma roupa mais desenvolta, mais adaptada à prática desportiva,
em consequência, surgem na impressa feminina algumas elegantes
nadadoras alemãs de maiô, devido à provável influência das colegas
alemãs.
Itália Fascista: A Jovem
Guerreira

 Era igualmente feminina a representação pelo seu valor simbólico, a mulher jovem,
monumental e garbosa, figuração do emblemático binômio fascismo – nação. A
figura feminina podia (e devia) mostra-se orgulhosa e combativa quando fosse
necessário, tranquilizadora por sua força e determinação diante da agressiva
prepotência estrangeira.

 Na simbologia fascista, a jovem que desprezando toda moda efêmera, veste-se


solenemente com nobres drapeados, a cabeça cingida pela coroa em forma de torre a
Itália: “Mamma Italia”, protetora e materna. Teve grande êxito no universo das
imagens infantis.
 Essa forte imagem feminina é adaptada, com pequenas variações
iconográficas, a uma versão mais agressiva e guerreira, tornando-se o
modelo de inúmeras vitórias aladas, que celebram as glórias do regime.

 Vitória neste contexto assumia uma conotação precisa : ela era de fato “ a
Itália armada”, rude e vigorosa, tensionada como no ímpeto de um vôo.
https://qrco.de/bc3Xpm
O Povo “jovem e
prolífico”

Verifica-se uma proliferação de imagens que participam da exuberante procriação


nacional: “ninhadas” de crianças (preferencialmente fardadas) disponíveis a mensagem
publicitária.

Fotografias de famílias com rebentos vigorosos que “celebram em grande estilo” expostas
no bufê da casa, as glórias domésticas de uma “estirpe” com fortes tradições familiares.

A presença dos idosos nas imagens permite à imagem a noção de continuidade de uma
estirpe “jovem” e ao mesmo tempo estirpe trabalhadora e guerreira que recebeu como
herança dos ancestrais o exemplo.
 Se a imagem se revela um suporte extremamente válido, o discurso escrito demonstrou
uma força semelhante, com testemunho obtido por meio de uma carta enviada por “um
colega alemão”:

 Ao feliz pai romano de vinte filhos (o Duce havia mandado uma mensagem de simpatia à
mãe prolífica).

 Outro testemunho:

 As confidências de uma dedicada mãe de dez filhos, a dona de casa da Aldeia de


Cicognolo que teve doze filhos, dos quais dez vivos e exuberantes. Ninhada de
vanguardistas, balilla, pequenos italianos, filhos da loba.
 A imagem da família rural como arquétipo servirá de referência para todo o
corpo da sociedade durante os anos de 1920. A família “popular e rural” raça
prolífica e vigorosa expressão “genuína e pura da raça”, frutos da terra.

 A partir de 1935, encontra-se este mesmo povo jovem, cheio de filhos e com
alguma bagagem, sempre festivo e exuberante, que agita os braços numa
despedida, amontoados no passadiço de um navio.
O Duce.
“ O mais jovem de todos
nós”

 A partir da década de 1920, baseando-se num projeto preciso do


departamento de impressa de Mussolini, o “culto ao Duce” tornou-se um dos
mais importantes temas de mobilização nacional.

 Uma orquestração atenta e meticulosa conduziu a transformação da imagem


do Duce em objeto de culto. Imagem onipresente, carismática e ao mesmo
tempo familiar, tranquilizadora. A obcecante repetição dessa presença não
exprimia somente a homenagem e a veneração frente ao chefe.
 “O filho melhor da nossa grande mãe Itália, o herói que supera limites do
humano”.

 “Mussolini, tela estendida de todas as asas e velas,


Sumo da virilidade”...

 “O Semeador”

 “Em sua testa uma beleza enfeitiçadora, trazia no sorriso matinal”


 Uma estratégia retórica permite um audacioso desdobramento: O rosto do
Império se parece com o do Fundador. Poderia ser diferente? Os dois rostos
emblemáticos tem as mesmas feições, ousadas e juvenis. O vigor físico
garante a presteza juvenil, evocada com os traços distintos do Duce.

 Foram essas verdades aceitas, que tramitou a célere tipologia mussoliniana: o


maxilar “másculo e volitivo”, a “testa ampla”, o “olhar magnético”.
A juventude fardada

 O regime e o Partido definiram para si a tarefa de educar o espírito das


crianças, treinando-lhes o corpo e equipando um e outro, gradualmente, para
as exigências do combate.

 Nas colônias fascistas, o “complemento da família”, as “vigilantes maternas”


educam fascistamente os tenros rebentos, viveiros da pátria.

 Assim, a imagem procurará com indulgência, com a máxima benevolência


esculpir a “estirpe fecundíssima”.
 “Filhos da Loba”, os vigorosos gêmeos amamentados pela fatídica loba de Roma,
emblema da ascendência romano do fascismo.

 Uma surpreendente série de meninos de poucos meses, vestidos com a camisa


negra e o indefectível boné, expostos com orgulho ao objetivo, irão estrear nas
páginas dos jornais, tradução convincente e doméstica da “ perenidade da
estirpe”, tranquilizante “ certeza da Itália fascista.

 O símbolo pertinente da juventude fascista “magnífica, disciplinadíssima e


arrebatadora” eram os Balillas.
 A farda será cuidadosamente estudada e fixada entre o aspecto travesso e
exuberante do modelo inicial e o rigor militaresco adaptado aos meninos e
rapazes que já adquirem o perfil e a postura do infante.

 Menos travessa e certamente menos guerreira, a farda das Pequenas Italianas, as “


andorinhas da Itália” com aspecto sábio e discreto, referência a qualidades morais
e cívicas que sublinhavam bastante o pouco criativo e severo “ saiote negro”, a
“blusinha branca”, a boina na cabeça e as indefectíveis meias compridas brancas.
 O estilo mais reservado e doméstico do uniforme das Pequenas Italianas ( e dos
uniformes femininos em geral) e sua nítida diferenciação com respeito às fardas
masculinas.

 Menos sugestivos eram os modelos oferecidos ao sexo feminino: meninas e


“mocinhas” serão rigorosamente excluídas do universo aventuroso dos homens.

 Receberiam como propostas de leituras, obras exemplares, escolhidas com cuidado:


Ninho de Amor, O guia do Infante, Vôo das Borboletas. Além de novelas
particularmente adequadas para senhoritas modernas, que não tenha nada que faça
mal a juventude.
 A imagem em numerosas publicações dedicadas a elas, tratará de
evidenciar com atenção as conotações positivas das pequenas ( e jovens)
italianas: mulherzinha esperta e executora dos “pequenos trabalhos das
meninas”, prontas a cerzir as meias dos irmão desastrados e a ninar as
bonecas, “ mãezinha dedicada” de futuros meninos, e sobretudo “
coadjuvando as boas mães na santa missão da família.
 “Boa esposa, excelente mãe de família, perfeita dona de casa” pois “nada é mais
estético que a mocinha dedicada aos humildes e necessários trabalhos domésticos”.

 Missão sublime, apesar de aparente domesticidade, dado que “as nações, como os
homens, formam-se nos joelhos das mães”.

 “Mãe, símbolo da juventude e da fecundidade de um povo, eterna esposa de


guerreiros e genitora de herois – mãe romana”.

 “A mãe fascista é a mãe romana, consagrada ao mais suave sacerdócio feminino,


que fecunda e reforça a estirpe”.
 A carga ideológica de que era investida a figura materna, chave do consenso
fascista, consistia justamente na ausência da mulher como sujeito político.
Daí a hipervalorização dos aspectos protetores e maternos.

 “Deixe tua mãe tranquila: mesmo sem ser filiada, ela já está ideal e
dignissimamente entre as mulheres de nossa fé. Educa seus filhos para o
trabalho, para a religião, para o dever, dá a eles um exemplo cotidiano de
sacrifício, é dedicada ao campo, à família aos seus deveres. Que mais queres
dela?”
 Nações guerreiras, como aquela que o fascismo propunha a forjar insistido sobre as
estruturas de enquadramento da juventude fascista “magnífica, disciplinadíssima,
arrebatadora” pretendiam ser antes de mais nada, uma severa escola de disciplina e
de rigorosa formação militar.

 Os balillas “futuros militantes do fascismo e soldados da Itália “são acompanhados,


radiantes de orgulho, vibrantes de impaciência e de exaltação máscula e madura
com perfeita ordem militar.
A Queda!

 A queda do fascismo tornou necessária uma revisão geral dos diferentes


suportes sobre os quais se estruturava a ideologia do regime.

 No centro dessa operação encontravam-se as imagens que, em níveis


diferentes e com várias linguagens, haviam permitido construir o edifício
sobre o qual se apoiava o consenso do regime.

 Caíram portanto, junto com o fascismo, os símbolos que haviam celebrado


sua juventude eterna.
 As imagens da juventude tiveram a mesma sorte que os outros símbolos do
fascismo, destruídos ou dispersos na queda do regime.

 As imagens da esplendorosa juventude perdida do fascismo caíram no


esquecimento, condenadas pelo desprezo e pela ironia como testemunho do
estúpido repertório fascista.
Referências

 MALVANO_O mito da juventude transmitido


pela imagem - o fascismo italiano_In LEVI
SCHIMITT_História dos jovens v2.pdf

 MACIERA, Aislan Camargo. M. O filho do


século_ Mussolini e as origens do fascismo.pdf
( leitura complementar).
/
 Imagens de domínio público.
Obrigada

Você também pode gostar