Você está na página 1de 89

Propriedades Mecânicas

dos Materiais
 Introdução
 Conceitos de tensão deformação
 Deformação elástica
 Deformação plástica
Por que estudar as propriedades
mecânicas dos materiais?
Necessário para o projeto de estruturas/componentes de
materiais predeterminados
A queda de um guindaste de 500
toneladas matou dois operários na
obra do estádio do Corinthians, que
pretende sediar a abertura da Copa
do Mundo, no dia 27 de novembro
de 2013. Segundo noticiários, o
acidente, que matou Fábio Luiz
Pereira (42) e Ronaldo Oliveira dos
Santos (44), ocorreu durante o
intervalo do almoço; se assim não o
fosse, a tragédia, lamentavelmente,
poderia ser ainda maior.
Cae puente en Belo Horizonte
Como verificamos as propriedades mecânicas dos
materiais?
Tração

Quais são os fatores


considerados
durante o ensaio?
Natureza da carga aplicada
Duração da aplicação
Condições ambientais
Tempo de aplicação

Como fazer o
ensaio?
As normas técnicas mais comuns são elaboradas pelas:

• ASTM (American Society for Testing and Materials)


• ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas)
TIPOS DE TENSÕES QUE UMA ESTRUTURA ESTA
SUJEITA
TESTES MAIS COMUNS PARA SE DETERMINAR
AS PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS METAIS

• Resistência à tração (+ comum, determina a


elongação)
• Resistência à compressão
• Resistência à torção
• Resistência ao choque
• Resistência ao desgaste
• Resistência à fadiga
• Dureza
• Etc...
CLASSIFICAÇÃO DOS Ensaios
Mecânicos
Conceitos de tensão e deformação

Se uma carga é estática ou se ela se altera de uma maneira


relativamente lenta ao longo do tempo e é aplicada
uniformemente sobre uma seção reta ou superfície de um
membro, o comportamento mecânico pode ser verificado
mediante um ensaio de tensão-deformação.
Ensaio de tração

'Normas ASTM E 8 e E 8M. "Standard Test Methods for Tension Tesiing of Meiallic
Materials" (Métodos Padrões de Ensaio para Testes de Tração em Materiais Metálicos).
O resultado de um ensaio de tração é dado em carga ou força
em função do alongamento

Tensão de engenharia

 = F/Ao Kgf/cm2 ou Kgf/mm2 ou N/ mm2

Deformação de engenharia

Deformação()= lf-lo/lo= l/lo

 = tensão (MPa, Kgf/cm2, Kgf/mm2, N/ mm2)  = deformação


F = força (carga) aplicada (N ou lbf) l0 = comprimento inicial da amostra
A0 = área da seção reta transversal (cm2, mm2) li = comprimento instantâneo
I II

I II
Deformação elástica

Lei de Hooke

= tensão
E = módulo de elasticidade (módulo de Young) (Gpa o psi)
 = deformação

Modulo de elasticidade = Resistência


do material à deformação elástica.
Resumindo

DEFORMAÇÃO ELÁSTICA
• Prescede à deformação plástica
• É reversível
• Desaparece quando a tensão é
removida
• É praticamente proporcional à tensão
aplicada (obedece a lei de Hooke)
Existem alguns materiais (por exemplo o ferro fundido cinzento, o concreto e
muitos polímeros para os quais essa porção elástica inicial da curva tensão-
deformação não é linear
Modulo de elasticidade = Resistência
do material à deformação elástica.
Deformação elástica

Lei de Hooke

= tensão
E = módulo de elasticidade (módulo de Young) (Gpa o psi)
 = deformação

Modulo de elasticidade = Resistência


do material à deformação elástica.
Deformação plástica
O Escoamento é definido como o nível de tensão onde a deformação
plástica tem inicio.

limite de escoamento: Resistência de um metal à deformação plástica.

I II
I
II
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA

fenômeno do pico de escoamento descontínuo


DEFORMAÇÃO PLÁSTICA

• É provocada por tensões que ultrapassam o


limite de elasticidade
• É irreversível porque é resultado do
deslocamento permanente dos átomos e
portanto não desaparece quando a tensão é
removida
Escoamento e limite de
escoamento
 Esse fenômeno é nitidamente observado em alguns metais de natureza dúctil,
como aços com baixo teor de carbono.

 Caracteriza-se por um grande alongamento sem acréscimo de carga.

 Após o ponto de escoamento ocorre a deformação plástica (não-reversível).

A lei de Hooke não é mais válida !

Em nível atômico, a deformação Plástica é causada pelo “deslizamento”, onde


ligações atômicas são quebradas pelo movimento de deslocamento, e novas ligações
são formadas.
RECUPERAÇÃO ELÁSTICA DURANTE
UMA DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
Propriedades elásticas dos materiais
Ao se aplicar uma força axial de tração em um corpo
deformável esse corpo se alonga e ao mesmo tempo se contrai
lateralmente
Limite de “Resistência à Tração”
O “Limite de Resistência à Tração” - LRT,
corresponde à tensão máxima (ponto M)
aplicada ao material antes da ruptura. (se esta
tensão for mantida ocorrerá a fratura do
material)
DUCTILIDADE
Representa uma medida do grau de deformação plástica
que o material suportou quando de sua fratura, ou seja,
corresponde ao alongamento total do material devido à
deformação plástica.
Materiais frágeis: são considerados, de maneira
aproximada, como sendo aqueles que possuem uma
deformação de fratura que é inferior a  0,5%.
comportamento tensão-deformação do ferro
variando em função da temperatura
Resiliência

É a capacidade de um material
absorver energia quando este é
deformado elasticamente e
depois, com o descarregamento,
ter essa energia recuperada.
Dessa forma, os materiais resilientes são
aqueles que possuem limites de escoamento
elevados e módulos de elasticidade
pequenos
Tenasidade
Corresponde à capacidade do material de absorver energia até sua ruptura.

Para pequenas taxas de deformação, a tenacidade é determinada pela área da


curva de tensão-deformação (teste de tração)

Para condições de carregamento dinâmicas (elevada taxa de deformação), a


tenacidade à fratura é uma propriedade indicativa da resistência do material
à fratura quando este possui uma trinca.

Para que um material seja tenaz, ele deve apresentar tanto resistência como
ductilidade. Os materiais dúcteis são normalmente mais tenazes que os
frágeis;
TENASIDADE
A haste de alumínio mostrada na figura (a) tem seção transversal
circular e está submetida a uma carga axial de 10 kN. Se uma
parte do diagrama tensão-deformação do material é mostrado
na figura (b), determinar o alongamento aproximado da haste
quando a carga é aplicada. Suponha que Eal = 70 GPa.
A partir do comportamento tensão-deformação em tração para um corpo de proba de
latão determine:
a) O modulo de elasticidade.
b) A tensão limite de escoamento.
c) A carga máxima que pode ser suportada por um corpo de proba cilíndrico que
possui um diâmetro original de 12,8 mm
d) Variação no comprimento de um corpo de prova que tenha originalmente 250 mm
de comprimento e que esteja submetido a uma tensão de tração de 345 MPa
Propriedades Mecânicas Vs Temperatura
A temperatura é uma variável que influencia as propriedades
mecânicas dos materiais.

O aumento da temperatura provoca:


-- Módulo de Elasticidade
(Parametro mecânico insensível )
 Limite de escoamento
 Tensão máxima de tração
 ductibilidade

Comportamento tensão deformação para


o ferro em três temperaturas.
TENSÃO E DEFORMAÇÃO
VERDADEIRAS

• No cálculo da tensão de deformação ( = F/A0) não é levado em consideração a


variação da área da seção reta (A0).

TENSÃO VERDADEIRA: v = F/Ai


DEFORMAÇÃO VEDADEIRA:  v = ln (li/l0)

Onde:
Ai = é a área da seção transversal instantânea (m2)
li = comprimento instantâneo
l0 = comprimento inicial

*Se não há variação de volume  Ai.li = A0.l0

* v = ln (Ai/A0)
TENSÃO E DEFORMAÇÃO
VERDADEIRAS

RELAÇÃO ENTRE TENSÃO VERDADEIRA E CONVENCIONAL:

v =  (1+ )

RELAÇÃO ENTRE DEFORMAÇÃO VERDADEIRA E CONVENCIONAL:

 v = ln (1+ )

 As equações acima são válidas apenas para situações até a formação do


pescoço. A partir deste ponto, a tensão e deformação verdadeiras devem ser
computadas partir de medições de carga (força), da área da seção reta e do
comprimento útil reais.
TENSÃO E DEFORMAÇÃO
VERDADEIRAS
• Durante a formação do pescoço existe um estado de “tensão complexo” na região
do pescoço, devido a existência de componentes de tensão além da tensão axial.

• Deste modo a curva de tensão correta (axial) x deformação deve ser corrigida pela
expressão:

v = k.vn correta

K (coefic. de resistência) e n (coefic. de


encruamento) são constantes que
dependem do material e do tratamento
(térmico ou por encruamento) dado ao
material.
Ken

• K= coeficiente de resistência (quantifica o


nível de resistência que o material pode
suportar)
• n= coeficiente de encruamento (representa a
capacidade com que o material distribui a
deformação)
K e na para alguns materiais

Material n K (MPa)
Aço baixo teor de carbono 0,26 530
recozido
Aço 4340 recozido 0,15 640
Aço inox 304 recozido 0,45 1275
Alumínio recozido 0,2 180
Liga de Alumínio 2024 T 0,16 690
Cobre recozido 0,54 315
Latão 70-30 recozido 0,49 895
Um corpo de prova cilíndrico, de aço, com diâmetro original de 12,8 mm
(0,505 pol.) é testado sob tração até a sua fratura, sendo determinado que
ele possui uma resistência à fratura oy, expressa em tensão de engenharia de
460 MPa (67.000 psi). Se o seu diâmetro da seção reta no momento da
fratura é de 10,7 mm (0,422 pol.), determine:

•(a) A ductilidade em termos da redução de área percentual.


•(b) A tensão verdadeira no momento da fratura.
 Um corpo de prova cilíndrico, de aço, com diâmetro original de
12,8 mm (0,505 pol.) é testado sob tração até a sua fratura, sendo
determinado que ele possui uma resistência à fratura σf, expressa em
tensão de engenharia de 460 MPa (67.000 psi). Se o seu diâmetro da
seção reta no momento da fratura é de 10,7 mm (0,422 pol.),
determine:

(a) A ductilidade em termos da redução de área percentual.


(b) A tensão verdadeira no momento da fratura

Calcule o expoente de encruamento n na para uma liga cuja


tensão verdadeira de 415 MPa (60.000 psi) produz umade
formação verdadeira de 0,10; suponha um valor de 1035 MPa
(150.000 psi) para K.
Propriedades Mecânicas
Dureza

– Representa a resistência de um material a uma deformação plástica


localizada (penetração, risco);
– Para medir dureza um pequeno penetrador é forçado contra a superfície
do material a ser testado, sob condições controladas de carga e taxa de
aplicação. Faz-se então a medida da profundidade ou do tamanho da
impressão que por sua vez é relacionada a um índice de dureza: quanto
mais macio o material, maior e mais profunda é a impressão e menor é o
índice de dureza;
– Ao contrário de outras propriedades como limite de escoamento, de
resistência, tenacidade e outras a dureza não é uma grandeza absoluta
=> depende da técnica (máquina, carga, tipo de penetrador) =>
cuidado deve ser tomado ao se comparar durezas obtidas por técnicas
diferentes
LRT (MPa )  3,45 xHB
Nota: a espessura da peça tem que ser maior a 17 vezes d
LIMITAÇÃO DO MÉTODO BRINELL
•Não pode ser utilizado para peças muito finas e
não é aplicável à materiais muito duros, como
aço duro temperado, metal duro e outros de
dureza idêntica ou superior à das esferas
penetradoras
Ensaios de dureza
Correlação entre dureza e limite de resistência à tração

–Tanto a dureza quanto o limite de


resistência à tração são medidas de
resistência do material à deformação
plástica. Sendo assim, eles são praticamente
proporcionais para alguns metais como ferro
fundido, aço e latão;

–Como regra geral para a maioria dos


aços, a HB e o limite de resistência à tração
estão relacionados de acordo com as
expressões:

LRT (MPa )  3,45 xHB LRT ( psi )  500 xHB


Dureza Vickers

Você também pode gostar