Jung define arquétipos como possibilidades herdadas para representar imagens similares. São formas instintivas de imaginar que resultam de vivências fundamentais comuns a todos os humanos ou são disposições inerentes ao sistema nervoso. Os arquétipos não são vistos diretamente, mas produzem imagens arquetípicas quando a energia psíquica se atualiza.
Jung define arquétipos como possibilidades herdadas para representar imagens similares. São formas instintivas de imaginar que resultam de vivências fundamentais comuns a todos os humanos ou são disposições inerentes ao sistema nervoso. Os arquétipos não são vistos diretamente, mas produzem imagens arquetípicas quando a energia psíquica se atualiza.
Jung define arquétipos como possibilidades herdadas para representar imagens similares. São formas instintivas de imaginar que resultam de vivências fundamentais comuns a todos os humanos ou são disposições inerentes ao sistema nervoso. Os arquétipos não são vistos diretamente, mas produzem imagens arquetípicas quando a energia psíquica se atualiza.
Jung define arquétipos como possibilidades herdadas para representar imagens
similares, são formas instintivas de imaginar. São matrizes arcáicas onde configurações análogas ou semelhantes tomam formas. Jung compara o arquétipo ao sistema axial (relativo ao eixo) dos cristais que determina a estrutura cristalina na solução saturada sem possuir, contudo, existência. (Assim os arquétipos não são vistos, mas produzem imagens arquetípicas) ■ Como se originaria os arquétipos? - Resultariam do depósito das impressões superpostas deixadas por certas vivências fundamentais, comuns a todos os humanos, repetidas incontavelmente através de milênios. Vivências típicas, tais por exemplo, as emoções e fantasias suscitadas por fenômenos da natureza, pelas experiências com a mãe, pelos encontros do homem, vivências de situações difíceis como a travessia de mares e de grandes rios, a transposição de montanhas, etc... - Seriam disposições inerentes à estrutura do sistema nervoso que conduziriam à produção de representações sempre análogas ou similares. Do mesmo modo que existem pulsões herdadas a agir de modo sempre idêntico (instintos), existiriam tendências herdadas a construir representações análogas ou semelhantes. ■ Esta segunda hipótese ganha terreno nas obras mais recentes de Jung. (o que o ser humano tem de herdado, mesmo antes da morte de Jung em 61, como o genoma humano, o DNA ou Código Genético e o cérebro humano; duas estruturas herdadas que evoluíram a milhares de anos; estas estruturas geram predisposições para o ser humano agir de maneiras típicas e atípicas, as pulsões e as tendências arquetípicas - ex ; pulsões de vida e morte, experiências da maternidade, o momento de união amorosa, as quais são regidas por leis arquetípicas; as experiências de morte, apesar das diferenças culturais, há a existência da imagem arquetípica). Seja qual for a sua origem, o arquétipo funciona como um nódulo de concentração de energia psíquica. Quando esta energia, em estado potencial, atualiza-se, toma forma, então teremos a Imagem arquetípica. Não poderemos denominar esta imagem de arquétipo, pois o arquétipo é unicamente uma virtualidade. (o arquétipo em si é a virtualidade, é a tendência, é o comportamento, estão no campo fenomenológico, é o criador; a imagem arquetípica pode ser vista em imagens, sonhos, representações, é a criatura) Nunca nos maravilharemos bastante se pensarmos neste prodigioso fenómeno que é a formação de imagens interiores. Como elas se configuram às custas da energia psíquica, ninguém sabe. Também não se conhecem o como das transformações energéticas das quedas d’água em luz, da luz em calor. Mas a prova da transformação de energia psíquica nos é dada todas as noites nos nossos próprios sonhos, quando personagens desconhecidos ou estranhos surgem das profundezas para desempenhar comédias ou dramas em cenários mais ou menos fantásticos. A noção de arquétipo, postulando a existência de uma base psíquica comum a todos os humanos, permite compreender porque em lugares e épocas distantes aparecem temas idênticos nos contos de fadas, nos mitos, nos dogmas e ritos das religiões, nas artes, na filosofia, nas produções do inconsciente de um modo geral – seja nos sonhos de pessoas normais, seja em delírios de loucos. Vejamos um exemplo: o tema mítico do eterno retorno. Vamos encontrá-lo profundamente enraizado nas convicções ingênuas de sociedades primitivas, seguras de que ocorrerá uma volta aos tempos das origens, era de abundância e de felicidade. Vestida em roupagens magníficas, a mesma ideia está incorporada à cosmogonia hindu, com os seus quatro Yugas (períodos) que se desdobram lenta e incessantemente em ciclos perenes, marcados em seus movimentos de expansão e de declínio por acontecimentos mitológicos sempre idênticos. Ressurge a ideia com os filósofos gregos pré-socráticos Anaximandro e Pitágoras. E Platão estava convicto que as artes e a filosofia inúmeras vezes já se haviam desenvolvido até atingirem seu apogeu para declinarem e extinguirem-se à espera do recomeço de novo ciclo. O tema do eterno retorno reaparece na interpretação da história segundo Vico (século XVIII): a história de todas as nações segue um curso que representa sempre três fases – a idade divina, a idade heróica e a idade humana. Seguem-se inevitáveis crises que conduzem cada nação a ruínas das quais reaparece necessariamente novo ciclo das três idades. Seguindo um pensamento de Platão, Vico divide a história em três períodos: dos deuses, dos heróis e dos homens, no primeiro os homens eram ignorantes, insensatos e prevalecia a animalidade, nessa época os homens pouco ou nada usam a reflexão, estão mais ligados aos sentidos. Na época dos heróis prevalece a fantasia, a imaginação, é um período onde a força é a base da estruturação social. No período dos homens o que se destaca é a razão, nessa época os homens atingem a consciência crítica e a sabedoria. ■ A história é o resultado também das ações divinas, mas não de forma direta, para Vico a providência divina criou ideais a serem alcançados pelos homens. Ideais como justiça, verdade e o bem são objetivos que o homem tenta alcançar e tenta fazer isso de maneira livre. No estudo da linguagem, Vico acredita que o modo de falar popular testemunha com mais veracidade os costumes de um povo. Os sistemas de comunicação que perduram em uma determinada língua são a expressão mais fiel da vida dessas pessoas, razão pela qual não é possível entender uma sem compreender a outra. Diante de Nietzche a visão do eterno retorno apresentou-se terrível. Ele a transportou à existência individual. Todas as percepções, sentimentos, pensamentos, gestos de sua própria vida estariam inexoravelmente condenados a repetir-se sem fim. “Que aconteceria, escreveu ele, se um demônio te dissesse um dia: esta vida, tal como a vives atualmente será necessário que a revivas ainda uma vez, e uma quantidade inumerável de vezes. É preciso que cada dor e cada alegria, cada pensamento e cada suspiro voltem a ti, e tudo isso na mesma sequência e na mesma ordem e também essa aranha e essa raio de luar por entre as árvores, e também este instante e eu mesmo”... ■ A ideia do eterno retorno apoderou-se do esquizofrênico Júlio, cliente de um hospital psiquiátrico no Rio de janeiro. Ele se imagina prisioneiro de uma cadeia de fatos e de pensamentos que se reproduzem e se sucedem sem trégua, regidos pelo que ele chama “movimento de repetição”. ■ Nietzche, apesar do horror que a visão do eterno retorno lhe infundiu, encontrou no seu gênio a força para elaborá-la intelectualmente, enquanto Júlio ficou possuído pela mesma ideia, completamente desprovido da possibilidade de trabalhá-la com o pensamento consciente.