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Fundamentos do controle

estatístico de processo
AAP CONSULTORIA
CONTEÚDO
 OBJETIVOS DO CURSO

 INTRODUÇÃO AOS FUNDAMENTOS DO CEP

 O CEP E O IATF 16949

 COMO AUDITAR O CEP NO ÂMBITO DO IATF 16949

 EXERCÍCIOS
OBJETIVOS
 Promover a compreensão dos fundamentos da ferramenta CEP

 Contextualizar a ferramenta CEP com o IATF 16949

 Estabelecer elementos para a auditoria da ferramenta e do manual CEP

 Praticar os conceitos
INTRODUÇÃO
 CEP (controle estatístico do processo) ou SPC (em inglês) é uma ferramenta estatística cujo
objetivo é acompanhar a qualidade de um produto através do monitoramento de algumas de
suas características. A existência do CEP é fruto da inexorabilidade da variação.

 A variação de um processo é consequência de dois tipos de causas, a saber:


- variações advindas de causas naturais: são aleatórias e quase inevitáveis, ou seja, não
podem ser evitadas ou removidas. Somos obrigados a aceitá-las e conviver com elas; e
- variações advindas de causas especiais: são aquelas ocasionadas por motivos não
naturais, que podem ser identificados e corrigidos.

Um processo é considerado sob controle quando nele ocorrem


apenas variações advindas de causas naturais (Shewhart, 1920)!
INTRODUÇÃO
 Causas especiais e causas comuns – desenvolvendo o tema
INTRODUÇÃO
 Causas especiais e causas comuns – desenvolvendo o tema
INTRODUÇÃO
 Causas especiais – exemplo
O diâmetro de um eixo usinado pode variar devido a:
- Máquina (folga, desgaste do rolamento);
- Ferramenta (esforço, desgaste);
- Material (diâmetro, dureza); ;
- Operador (precisão na centralização, alimentação da máquina);
- Manutenção (lubrificação, reposição de peças gastas);
- Meio Ambiente (temperatura, constância do fornecimento elétrico).
INTRODUÇÃO
 Causas naturais, impossíveis de serem corrigidas com ações cotidianas, não afetam a
estabilidade de um processo;

 Causa especiais, que podem ser combatidas, tornam processos instáveis!

O CEP fornece uma “radiografia” do processo, permitindo a


percepção de causas especiais que estejam tornando-o instável:
- controlando variações;
- entendendo suas causas; e
- prevenindo ocorrências!
INTRODUÇÃO
 Distribuição de probabilidades: a distribuição de dados de um processo estável tende a se
apresentar em um histograma como uma “curva de sino”:

2 3 4 5 6 7 8 9 1 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 1 1
0 1 2 0 1 2
a - Histograma com poucos lançamentos b - Histograma com mais lançamentos

2 3 4 5 6 7 8 9 1 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 1 1
0 1 2 0 1 2
c - Histograma com ainda mais lançamentos d - Histograma após certa quantidade de lançamentos
INTRODUÇÃO
 A distribuição com a “curva de sino” é denominada “distribuição normal” e o CEP baseia-se
nas análises e acompanhamentos de sua média (X) - medida de tendência central - e de sua
amplitude (R) – medida de dispersão:
Valores

Média
Amplitude
INTRODUÇÃO
 A distribuição normal e a probabilidade da “posição” das amostras em um processo estável:
INTRODUÇÃO
 A distribuição de dados de um processo instável tende a se apresentar distorcida em relação à
“curva de sino”:

Valores A B

Valores
Média Média
Amplitude Amplitude

C D

Valores
Valores

Média Média
Amplitude Amplitude
INTRODUÇÃO
 Processos estáveis x processos instáveis:
INTRODUÇÃO
 A média (X) é uma medida de tendência central, representativa da amostra:

x i
x  i 1
n
Onde:

x= média
xi = medida do iésimo elemento da amostra
n = número de elementos da amostra
INTRODUÇÃO
 A amplitude (R) é a diferença entre o maior valor e o menor valor apresentado pelos elementos
da amostra. A amplitude é uma medida da tendência do afastamento da média.

x i
x  i 1
n
Onde:

x= média
xi = medida do iésimo elemento da amostra
n = número de elementos da amostra
INTRODUÇÃO
 O desvio padrão (S) fornece a média da tendência dos afastamentos dos elementos em torno da
média.

 x  x 
n
2
i
i 1
s
n 1
Onde:

S = Desvio padrão
xi = medida do iésimo elemento da amostra
n = número de elementos da amostra
INTRODUÇÃO

 Cartas de controle: são gráficos de acompanhamento do processo que estabelecem limites de


controle. São usadas conjuntamente (uma carta para acompanhamento das médias outra para a
amplitude:
INTRODUÇÃO

 Cartas de controle os indicativos de instabilidade:


INTRODUÇÃO
 Após a eliminação de todas as causas especiais, o processo estará funcionando em controle
estatístico. Um processo em controle estatístico ou estável é aquele que possui
variabilidade associada apenas às causas comuns, ou seja, ele segue um certo padrão
previsível ao longo do tempo. No entanto, esse padrão estável do processo pode ou não
ser capaz de produzir peças que atendam às especificações de clientes ou de projeto. Uma
vez eliminadas as causas especiais, pode-se então avaliar a real capacidade do processo
comparando sua variabilidade (associada apenas às causas comuns) com as especificações.

 Se a variabilidade devida às causas comuns for excessiva, ou seja, maior do que a


amplitude das especificações, o processo é dito não capaz e a gerência deve atuar sobre o
sistema. Se a variabilidade inerente do processo for menor do que a amplitude de
especificações, o processo é dito capaz. Nesse caso, as ações devem ser tomadas apenas
quando o processo apresentar eventuais causas especiais.
INTRODUÇÃO

 Quando o processo é instável, ou seja, apresenta causas especiais, a avaliação de sua capacidade não faz muito
sentido, pois reflete apenas um determinado momento já que o processo não apresenta um comportamento
previsível.

 A capabilidade de um processo (que mede a capacidade de um processo cumprir as exigências de uma


determinada especificação) pode ser medida principalmente por meio de índices conhecidos como Ppk e Cpk. A
capabilidade é importante para um processo, pois não basta ser estável, mas também atender-se às especificações!
INTRODUÇÃO
 Limites de controle e limites de especificação:
INTRODUÇÃO
 Passos para a implementação de uma carta de controle:
INTRODUÇÃO
 Tipos de carta de controle:
Há vários tipos de cartas de controle, tanto para variáveis como para atributos. As cartas a serem
utilizadas devem ser definidas em função do propósito do controle e das características específicas
da amostragem da característica alvo do controle. As cartas mais populares e difundidas são as de
média e amplitude.
INTRODUÇÃO
 CEP e inspeção:
No curto prazo, uma inspeção 100% fornece mais resultados na detecção de unidades defeituosas,
pois elas são filtradas e dirigidas para retrabalho ou sucata. No entanto, as atividades de inspeção
não promovem a melhoria dos processos, pois tomam tempo e mobilizam os recursos em
atividades que não agregam valor. Além disso, levam a um certo relaxamento na manufatura, uma
vez que tudo vai ser inspecionado depois.
INTRODUÇÃO
 CEP e inspeção:
O processo de filtrar unidades defeituosas gera uma distribuição que se assemelha ao modelo
uniforme, com muitas unidades afastadas do alvo, conforme abaixo:
CEP x IATF 16949
 Desde o primeira conjunto internacional de requisitos para a qualidade automotiva (QS 9000,
em 1995), o controle estatístico de processo era um requisito a ser implementado pelos
fornecedores das montadores de automóveis e caminhões.

 Foi criado pela AIAG (Automotive Industry Acton Group) um manual “core tool” de nome
homônimo à ferramenta estatística (Manual CEP), que atualmente encontra-se na segunda
edição (de 2013). Este manual é parte integrante do sistema IATF 16949 e deve ser utilizado às
organizações pertencentes à cadeia de fornecimento automotivo como base para a
implementação do CEP.

 Outros manuais “core tools” também mencionam a ferramenta CEP, como APQP e PPAP.
CEP x IATF 16949
 CEP no APQP:
- planejamento de aplicação de técnicas estatísticas para características especiais;
- inserção de características especiais nos planos de controle;
- estudos de capabilidade na validação do projeto (ver PPAP).

 CEP no PPAP:
- estudos preliminares de capabilidade (Ppk e Cpk) .
CEP x IATF 16949
 CEP no IATF
- 4.1.1.2 d) controle de características de segurança do produto;
- 7.1.3.1 e 8.2.3.1.3 estudos de viabilidade de manufatura (capabilidade);
- 8.2.3.1.2 , 8.3.3.3. b) e 8.5.1.1 controle de características especiais;
- 8.6.6. critério de aceitação para dados atributivos é zero defeito;
- 9.1.1.1 manutenção dos resultados de capabilidade e inspeção 100% para processos
instáveis ou incapazes;
- 9.1.1.2 identificação de técnicas estatísticas
- 9.1.1.3 conhecimento e aplicação de conceitos básicos de estatística.
CEP x AUDITORIA INTERNA
 Questões pertinentes sobre CEP em uma auditoria interna:
- pergunta: a capabilidade dos processos é calculada e atende aos requisitos do PPAP
(Ppk > 1,33 e/ou Cpk> 1.76)?
- os índices de capabilidade são mantidos durante a produção como aprovados no PPAP?
- O CEP é aplicado para monitoramento das características especiais estabelecidas pelo
cliente?
- Técnicas estatísticas são selecionadas e aplicadas na produção?
- O pessoal envolvido com a produção conhece os conceitos básicos de controle estatístico?
EXERCÍCIOS
1) Em grupo estabelecer quais são as principais causas comuns e causas especiais que atuam sobre
um determinado processo da organização:
EXERCÍCIOS
2) Liste as justificativas aceitáveis para serem apresentadas a um auditoria IATF 16949 para a não
aplicação do CEP em um processo no qual foram estabelecidas características especiais de produto
por um cliente:
EXERCÍCIOS
3) Todo processo estável é capaz? Justifique:
EXERCÍCIOS
4) Diferencie:

a) Causas comuns de causas especiais:

b) Histograma de carta de controle:

c) Dados por atributos de dados por variáveis:


EXERCÍCIOS
5) Qual o objetivo principal da implementação de uma carta de controle em um determinado
processo?
EXERCÍCIOS
6) O que caracteriza um processo estável? E um processo instável? Justifique:

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