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Materiais Cerâmicos

Argilas
 Conjunto de minerais compostos, principalmente, de silicatos de alumínio
hidratados (decomposição de rochas feldspáticas);

 Material natural, terroso, de baixa granulometria (com elevado teor de


partículas com φ < 2 µm), que apresentam plasticidade quando em contato com
água;

 Provenientes da decomposição de rochas constituídas de argilominerais e


outros minerais acessórios;

 Com água são moldáveis, conservam a forma moldada, endurecem com a perda
de água e solidificam-se definitivamente com o calor;
Tipos de Argilas
 Quanto à plasticidade:
 Gordas (pobres em desengordurante);
 Magras (silicosas, produtos frágeis).
 Tipos de argila:
 Argila vermelha;
 Argila para grês (branca);
 Argila refratária (propriedades vítreas);
 Caulim;
 Argilas de bola (azuladas ou negras, de grande plasticidade);
 Bentonita: vulcânica, muito plástica, aumenta de 10 a 15 x seu volume
quando em contato com água.
Principais Preocupações
 Matéria-prima: importante para que o produto a ser obtido tenha as
propriedades desejadas. São selecionadas e submetidas a uma série de
operações, sendo que, pelo menos em uma delas, ocorre tratamento
térmico em temperaturas elevadas → verificar alterações

 Método de fabricação: possuem temperaturas de fusão relativamente


elevadas → fundição impraticável
 Altas temperaturas → causam tensões
 Melhor: retirar água de forma gradual e lenta
Matérias-primas
 Naturais → utilizadas como extraídas da natureza ou que foram
submetidas a algum tratamento físico para eliminação de impurezas
indesejáveis, ou seja, sem alterar a composição química e
mineralógica dos componentes principais

 Sintéticas → são aquelas que individualmente ou em mistura foram


submetidas a um tratamento térmico, que pode ser calcinação,
sinterização, fusão e fusão/redução e as produzidas por processos
químicos
Cerâmicos tradicionais
 Normalmente, os cerâmicos tradicionais são obtidos a partir de três
componentes básicos:
 Argila
 Sílica
 Feldspato

 As telhas, tijolos, a porcelana, louça sanitária e moldações cerâmicas


são exemplos de aplicação deste grupo de materiais.
Feldspato
 Série de alumino-silicatos alcalinos
ou alcalinos terrosos
 Mistura em diversas proporções de alumino-silicatos de potássio, de sódio,

de cálcio, de lítio e de bário e de césio


 Na indústria de cerâmicas, os mais utilizados são: aluminios silicatos de

potássio e de sódio → temperatura de fusão baixa e assim → emprego


como geradores de “massa vítrea” nas massas cerâmicas e nos vidrados
 Aplicações: Fabricação de vidro, fritas, esmaltes (vidrados), placas

cerâmicas, isoladores elétricos de porcelana, louça de mesa e louça sanitária


Cerâmicos tradicionais
Cerâmicos técnicos
 Ao contrário dos cerâmicos tradicionais, os cerâmicos técnicos são
geralmente formados por compostos puros, ou quase puros, tal como:
 Óxido de alumínio
 Óxido de zircónio
 Carboneto de silício
 Nitreto de silício

 Como exemplos de aplicação destes cerâmicos podem-se citar a


utilização de zircónia em facas;
Cerâmicos técnicos
 O carboneto de silício em anilhas;

 A alumina em painéis de fornos, parafusos e invólucros cilíndricos de


lâmpadas de alta intensidade.
Cerâmicos técnicos
Cerâmicos técnicos
 O vidro à prova de choque - bala, pode
ser incluído no grupo do mecanismo com
ligações de partículas (neste caso um
filme) dúcteis.
 Entre as 4 placas de vidro temperado
foram colocadas várias camadas de
película de PVB (poli vinil butiral), as
quais são responsáveis por absorção de
uma grande quantidade de energia.
Classificação dos Cerâmicos
Classificação ABC (Associação Brasileira de Cerâmica)

 Cerâmica Vermelha  Abrasivos


 Materiais de Revestimento  Vidro
(Placas Cerâmicas)  Cimento
 Cerâmica Branca  Cal
 Materiais Refratários  Cerâmica de Alta
 Isolantes Térmicos Tecnologia/Cerâmica Avançada
 Fritas e Corantes
Cerâmica vermelha
Processo De Fabricação de Tijolos
 História
 A Revolução Industrial trouxe a produção em massa de tijolos. As pequenas
oficinas que produziam tijolos desapareceram para dar lugar a grandes fábricas,
com fornos enormes, que tornavam a produção de tijolos mais rápida e barata.
O uso do tijolo foi generalizado; por toda a Europa apareciavam novas fábricas
que precisavam de ser erguidas e a indústria dos tijolos expandiu-se largamente.
 Características do Tijolos
 Cerâmico
 Avermelhado
 Paralelepípedo
 Construção civil
 Maciço ou furado
Processo De Fabricação de Tijolos

 Os tijolos podem ser fabricados ou feitos a partir de :


 Argila;
 Argila xistosa;
 Silicato de cálcio ou cimento;
 Cinzas volantes;

 Tipos de Tijolos
 Maciço: tipo de tijolo sem espaços vazios.
 Burro: tipo de tijolo maciço com dimensões:0,23 x 0,11 x 0,07 m, o que lhe permite ser disposto de várias
formas, dando origem a vários tipos de aparelhos.

-
Processo De Fabricação de Tijolos
 Manual ou tosco: é moldado manualmente.

 Furado

- Oco: é atravessado interiormente por canais longitudinais ou transversais


Fluxograma do processo de fabricação de tijolos

Extração Caixão Desintegrador Laminador


da argila alimentador

Maromba Cortador Barracão Estufa

Forno Carregamento
Etapas Básicas
Processo De Fabricação de Tijolos
 Extração da argila
- A argila é extraída, normalmente do fundo de um rio próximo ao local
de fabricação, esta passa por uma fase de apodrecimento ou
purificação; nesta fase, o objetivo é livrar a argila de impurezas e
substâncias estranhas.
 Logo após, a argila vai ser preparada,  Em seguida, a argila passa por uma esteira
amassada com água e triturada em uma que a levará até o desintegrador.
máquina, conhecida como maromba.

Figura 1: Caixão alimentador Figura 2: Desintegrador


 Laminador: Laminar a argila seca.  Maromba: Molhar e misturar a argila.

Figura 3: Laminador Figura 4: Maromba


Processo De Fabricação de Tijolos
 Cortador: Padronização do tamanho dos  Carrinhos:
tijolos

Figura 6: Cortador
Processo De Fabricação de Tijolos
 Barracão: para firmar o tijolo  Estufa: Puxa o calor do forno e
joga para a estufa

 Figura 8: Barracão  Figura 9: Estufa


Processo De Fabricação de Tijolos
 Estufa  Forno

 Figura 10: Estufa  Figura 11: Forno


Processo De Fabricação de Tijolos
 Queima  Portas

 Figura 12: Fornos  Figura 13: Portas


Processo De Fabricação de Tijolos
 Portas  Forno aberto

 Figura 14: Portas  Figura 15: Forno aberto


Processo De Fabricação de Tijolos
 Chaminé: Por onde sai o calor  Tijolo Pronto p/ expedição

 Figura 14: Chaminé  Figura 15: Tijolo Pronto


Blocos Cerâmicos Estruturais
Blocos Cerâmicos Estruturais
Blocos Cerâmicos Estruturais
Blocos Cerâmicos Estruturais
Normatização
 NBR 15270-1 – Blocos Cerâmicos para alvenaria de vedação.
 NBR 15270-3 – Ensaios de Blocos Cerâmicos para alvenaria de
vedação.
 NBR 7171/92 – Bloco Cerâmico para alvenaria. Especificação.
 NBR 8042/83 – Bloco Cerâmico para alvenaria. Formas e dimensões.
Padronização.
 NBR 6461/83 – Bloco Cerâmico para alvenaria. Verificação da
resistência à compressão.
 NBR 8043/83 – Bloco Cerâmico portante para alvenaria.
Determinação da área líquida.
TELHAS CERÂMICAS

 São constituídas por argilas ricas em ilita e monomorilonitas.


 A matéria-prima, é mais selecionada e a massa cerâmica melhor
preparada para conseguir as características compatíveis com a
geometria e a utilização do produto.
 Características:
 Boa resistência da massa seca;
 Elevada resistência a flexão e baixa porosidade, etc. 
Fabricação de Telhas Cerâmicas

Prensagem da telha Cozimento da telha


MODELOS de TELHAS
 FRANCESA: telha plana de encaixe em suas bordas com saliências e
reentrâncias. Ressalto na face inferior para apoio na ripa e outro
(orelha de aramar) usada para eventual fixação à ripa em regiões com
muito vento ou nas inclinações acentuadas.
MODELOS de TELHAS

 2.ROMANA: telha plana com uma leve ondulação longitudinal,


usada para o encaixe da capa com o canal, formado pela mesma telha
invertida, cada uma ocupando aproximadamente a metade da telha.
MODELOS de TELHAS

 3.COLONIAL: com forma capa e canal iguais, com reentrâncias no


lado convexo e um reentrância no lado côncavo.
MODELOS de TELHAS

 4.PAULISTA: capa e canal em forma de meia-cana. Os canais que se


apóiam acima das ripas com um ressalto na face inferior que têm uma
largura maior; e as capas se apóiam sobre os canais, com largura
menor; possuem uma reentrância para permitir o perfeito
acoplamento com os canais e uma saliência inferior para o
deslizamento da telha.
MODELOS de TELHAS
DUPLAS
POTUGUESA
AMERICANA

Dados Técnicos
Dimensões: 22×40 cm
Peso Unitário: 2,4 kg (aprox.)
Telhas/m2: 17
Peso/m2: 40,8 kg
Absorção: máx. 14%
MODELOS de TELHAS

Telha inclinada domus


fêmea
CUMEEIRA ou SELOTE
MODELOS de TELHAS

EUROTOP
Telha Cónica Passadeira

Telha Luso Passadeira


Madeiramento de Coberturas

Telha Cerâmica Telha de Fibrocomento


MATERIAIS DE REVESTIMENTO
Materiais de Revestimento
 Definição: são componentes produzidos a partir de argilas e/ou
matérias-primas inorgânicas, conformadas através da extrusão ou
prensagem e sintetizadas por meio de processo térmico, sendo
utilizados como componente principal da camada mais externa de
pisos, paredes e fachadas. As placas cerâmicas podem ser esmaltadas
ou não esmaltadas.
Matérias-primas - revestimentos

 Plásticas: argilas plásticas, calium e argilas fundentes.

 Não plásticas: filitos, fundentes feldspáticos, talco, carbonatos


(calcário, dolomito) e quartzo.
Fabricação das placas cerâmicas
 Monoqueima

 Nesse processo a massa argilosa, que constitui o suporte, e o esmalte,


são queimados simultaneamente em temperaturas elevadas
(normalmente acima de 1.000°C).
 O produto possui uma melhor resistência à abrasão superficial,
resistência mecânica e química e uma absorção de água relativamente
baixa.
Fabricação das placas cerâmicas
 Biqueima

 O tratamento térmico é dado apenas ao esmalte, pois a base ou


suporte já sofreu processo de queima anterior, tem muitas
desvantagens em relação à monoqueima, entre as quais: maior
consumo de energia, maior ciclo de produção e mão-de-obra
intensiva.
Fabricação das placas cerâmicas
 Via Seca
 Utiliza apenas argilas vermelhas
 Menores custos energéticos e de manutenção das instalações
 Não processa uma mistura com vários componentes de natureza
diversa simultaneamente
 O pó produzido tem menor fluidez
 Não forma uma mistura homogênea
Fabricação das placas cerâmicas
 Via Úmida

 Mistura de várias matérias-primas em meio aquoso


 Produtos de melhor qualidade
 A massa gerada no processo é mais homogênea
Revestimentos cerâmicos – produção
Produto final
Características
 Físicas:

 Impermeabilidade: a absorção de água tem influência direta sobre


outras propriedades. Quanto menor a absorção de água, menor são os
espaços vazios, portanto o biscoito é mais compacto, possuindo uma
maior resistência à rupturas
 Resistência à flexão: indica a capacidade da placa em suportar
esforços exercidos por cargas, que possa levar a rupturas
Características
 Congelamento: resistência ao aumento do volume de água congelada
nos poros
 Resistência ao risco: indica a capacidade de resistência ao atrito
provocado por materiais com diferentes durezas
 Choque térmico: resistência as variações bruscas de temperatura
 Resistência à abrasão: indica resistência da superfície ao desgaste.
Ocorre em placas não esmaltadas
Características
 Químicas:

 Resistência à manchas: determina o quanto uma superfície pode reter


a sujeira e a sua respectiva facilidade de remoção quanto submetida a
produtos coloridos, oleosos ou oxidantes, de ação penetrante
 Resistência ao ataque de agentes químicos: capacidade de resistência
a ação de produtos químicos
PATOLOGIAS
Revestimentos
 Eflorescência: é causada pelo excesso de umidade na parede ou
contrapiso, com aparecimento de manchas brancas ou escuras na
superfície das peças ou entre os rejuntes
 Destacamento: são caracterizados pela perda de aderência das placas
do substrato: emboço sobre alvenaria ou peças estruturais, ou da
argamassa colante. Isso ocorre quando as tensões ultrapassam a
capacidade de aderência
 Gretamento: constitui-se de uma série de aberturas inferiores a 1,0
mm e que ocorrem em superfícies esmaltadas das placas, dando a ela
uma aparência de teia de aranha.
 Desgaste do esmalte: é causado pela especificação errada na produção
CERÂMICA BRANCA
Cerâmica branca
 A massa é constituídas de argilas plásticas de queima branca, caulins,
quartzo e fundentes (feldspato, filito, rochas feldspáticas, carbonatos).

 Uma outra classificação, mais usual, baseia-se no teor em peso da


água absorvida pelo corpo cerâmico.
Cerâmica branca
 Porcelana quando a absorção é zero (pode-se admitir até 0,5%);

 Grés são designados os materiais com baixíssima absorção


(geralmente entre 0,5% e 3%);

 Louça (ou faiança, maiólica, pó-de-pedra) refere-se os corpos mais


porosos (geralmente superior a 3%).
Cerâmica branca
 Porcelanas:

 são fabricadas com massas constituídas a partir de argilominerais


(argila plástica e caulim), quartzo e feldspato bastante puros, que são
queimados a temperaturas superiores a 1250 °C;
 porosidade próxima a zero.
Cerâmica branca
 Porcelana doméstica e de hotelaria (pratos, xícaras, jogos de chá etc.);

 porcelana elétrica (isoladores e peças para componentes


eletroeletrônicos);
Cerâmica branca

 e porcelana técnica, que apresentam elevada resistência física ou ao


ataque químico.
Cerâmica branca
 Grês:
 é feito a partir de matérias-primas menos puras, podendo incluir
rochas cerâmicas como granito, pegmatito e filito como fundentes, ao
invés de feldspato puro.
 Os produtos são queimados por volta de 1250 ºC e apresentam
absorção de água reduzida (geralmente entre 0,5% e 3%).
Cerâmica branca
 Os principais produtos são os artigos sanitários, também
denominados de louças sanitárias, que inclui as diversas peças de
lavatório e higiene.
Fluxograma do processo de fabricação de sanitários (Fonte: ABC).
Cerâmica branca
 Faiança:
 São compostos de massas semelhantes ao grês, mas usualmente
podem incorporar, diferentemente da composição do grês, fundentes
carbonáticos, portadores dos minerais calcita e dolomita.
 As peças são fabricadas a temperaturas inferiores a 1250 ºC e
caracterizam-se pela maior porosidade (> 3%) e menor resistência do
que as porcelanas e o grês.
Fluxograma de fabricação de louça de mesa e
cerâmica artística porcelanas e faianças (Fonte: ABC).
Cerâmica branca
 Seus produtos incluem aparelhos de jantar, aparelhos de chá, xícaras e
canecas, peças decorativas etc.
MATERIAIS REFRATÁRIOS
Definição
 Este grupo compreende uma diversidade de produtos, têm como
finalidade suportar temperaturas elevadas nas condições específicas
de processo e de operação dos equipamentos industriais, que em geral
envolvem esforços mecânicos, ataques químicos, variações bruscas de
temperatura e outras solicitações.
Refratários
 Para suportar estas solicitações, foram desenvolvidos inúmeros tipos
de produtos, a partir de diferentes matérias-primas ou mistura destas.
Assim podemos classificar os produtos refratários quanto a matéria-
prima ou componente químico principal.

 Sílica, sílico-aluminoso, aluminoso, mulita, magnesianocromítico,


cromítico-magnesiano, carbeto de silício, grafita, carbono, zircônia,
zirconita, espinélio, entre outros.
Refratários
 O desempenho de uma cerâmica refratária depende em grande parte
da sua composição.

 Para muitos materiais comerciais, os ingredientes brutos consistem


tanto em partículas grandes (ou chamotes) como em partículas finas,
as quais podem possuir composições diferentes.
Refratários
 Mediante o cozimento, as partículas finas estão normalmente
envolvidas na formação de uma fase de ligações ou colagem, que é
responsável pela maior resistência do tijolo; essa fase pode ser
predominantemente vítria ou cristalina.

 A temperatura de serviço é normalmente inferior àquela na qual a


peça refratária foi cozida.
Fluxograma do processo de fabricação de refratários (Fonte: ABC).
Refratários
 A porosidade é uma variável microestrutural que deve ser controlada
para produzir um tijolo refratário adequado.
 A resistência, a capacidade de suportar uma carga e a resistência ao
ataque por materiais corrosivos aumentam em função de uma redução
na porosidade. Ao mesmo tempo, as características de isolamento
térmico e a resistência a choques térmicos são diminuídas.
Refratários
 Sendo assim podendo ser classificadas em :

 Argila refratária;
 Sílica básica;
 Refratários especiais.
Argila refratária
 Os tijolos de argila refratárias são usados principalmente na
construção de fornos, para confirmar atmosferas quentes e para
isolamento térmico de membros estruturais contra temperaturas
excessivas.
Argila refratária
 Para os tijolos de argila refratária, a resistência não é habitualmente
uma consideração importante, uma vez que habitualmente não é
exigido o suporte de cargas estruturais. Normalmente, mantém-se
algum controle sobre a precisão dimensional e a estabilidade do
produto acabado.
Sílica básica
 O ingrediente principal dos refratários à base de sílica, algumas vezes
chamados de refratários ácidos :
 a sílica.

 Podem ser atingidas temperaturas tão elevadas quanto 1650°C


(3000°F).
Sílica básica
 A presença de mesmo pequenas concentrações de alumina tem uma
influência negativa sobre o desempenho desses materiais refratários.
 Mesmo pequenas adições de Al2O3 reduzem a temperatura liquidus
de maneira expressiva, o que significa que quantidade substanciais de
líquido podem estar presentes a temperaturas acima de 1600°C
(2910°F).
Sílica básica
 O teor de alumina deve ser mantido em um mínimo
possível,normalmente até entre 0,2 e 1,0% .

 São resistentes a escórias ricas em sílica (conhecidas por escórias


ácidas) e são usados com frequência como vasos de contenção para
tal.
Sílica básica

 Eles são facilmente atacados por escórias que contém uma proporção
elevada de CaO e/ou MgO (escórias básicas), de tal forma que o
contato com esses materiais óxidos deve ser evitado.
Sílica básica
 Esses materiais, bastante conhecido pela sua capacidade de suporte
cargas a altas temperaturas, são comumente utilizados nos tetos em
arco de fornos para fabricação de aços e vidros.
ISOLANTES TÉRMICOS
Isolantes térmicos
 Os produtos deste segmento podem ser classificados em:

 a) Refratários isolantes que se enquadram no segmento de refratários;

b) Isolantes térmicos não refratários, compreendendo produtos, tais como vermiculita


expandida, sílica diatomácea, diatomito, silicato de cálcio, lã de vidro e lã de escória, que
podem ser utilizados, dependendo do tipo de produto até 1100ºC;

 c) Fibras ou lãs cerâmicas que apresentam características físicas semelhantes às citadas


no item b), porém apresentam composições tais como sílica, sílica-alumina, alumina e
zircônia, que dependendo do tipo, podem chegar a temperaturas de utilização de 2000ºC ou
mais.
 Os isolantes tradicionais (não refratários) são aqueles que chamamos de
isolantes de massa como a espuma de poliuretano, lã de vidro, lã de rocha e
outros que isolam as áreas do calor transferido por condução.

 Os isolantes tradicionais são normalmente instalados na parte interna das


coberturas e/ou paredes, e absorvem o calor vindo por condução da
superfície externa dos materiais utilizados na construção civil como metal,
fibrocimento, concreto, e outros que em geral absorvem entre 90% e 95%
da irradiação solar, fazendo com que estas atinjam altíssimas temperaturas.
 A medida que o fluxo de calor penetra através da massa do isolante,
este vai perdendo gradualmente a temperatura;
 Quanto mais eficiência quisermos obter no isolante de massa, maior
espessura teremos que usar, fazendo com que muitas vezes o custo do
isolamento seja maior que a economia obtida.
 Por ser aplicado do lado interno, além do isolamento térmico, o
isolante de massa não agrega nenhum outro benefício à cobertura ou
superfície tratada.
 O isolante cerâmico é aplicado sempre do lado externo e devido a sua alta
refletividade (varia entre 85% e 94% dependendo do comprimento da onda
eletromagnética incidente sobre a superfície) impede que 85% do calor da
irradiação solar penetre pela cobertura e/ou parede e passe para dentro do ambiente.
Os 15% do calor absorvido pela camada protetora do isolante cerâmico é fácil e
rapidamente dissipado devido a sua alta emissividade térmica (emissividade= 0,95).

 Em comparação com os isolantes de massa e outros, a superfície do isolante


cerâmico será sempre mais fria e irá absorver 70% a 80% menos calor que os
demais, com a vantagem que o pouco calor absorvido será irradiado ou devolvido
com maior rapidez.
 Quando falamos de cobertura, o fator peso passa a ser de grande importância
principalmente se a cobertura já existe, pois o aumento da carga além da
calculada para a estrutura pode comprometer a segurança de toda cobertura e
de todos aqueles que trabalham sob ela. Neste quesito poderíamos dizer que o
isolante cerâmico é insuperável, pois devido a sua reduzida espessura (330
mícrons), seu peso é de aproximadamente 250 gramas.

 É importante destacar que ambos têm suas qualidades e aplicações e nem


sempre um deve substituir o outro. Em muitos casos podem ser aplicados em
conjunto agregando seus benefícios em um só sistema.
 Existem variados materiais que são isolantes tais como:
 Lã de vidro: através do entrelaçamento das fibras, oferece uma grande
de resistência mecânica e confere grandes índices de isolamento;
 Fibra cerâmica: é muito resistente, tem uma grande capacidade de
isolamento, versátil e com grande durabilidade. As fibras podem ser
moldadas em vácuo, entrelaçadas em mantas, multi-agulhadas em
blocos, etc.;
 Lã de rocha é um isolante por excelência quer a nível térmico como a
nível acústico, podem ser apresentadas em placas ou em mantas, ela
provem de fibras minerais de rocha vulcânica, que reduzem a troca de
calor com o exterior, devido à baixa condutividade térmica.;
 Argila expandida muito empregue  como associado leve em lajes,
aglomera a eficiência isolante dos materiais cerâmicos.
 Vermiculita é um mineral da família das argilas
micáceas, seu aquecimento brusco até 1.000 °C
provoca a evaporação rápida da água, espoliando as
lâminas e expandindo o grão da Vermiculita em
média de 8 a 12 vezes. Os espaços vazios originados
desta expansão volumétrica são preenchidos por ar,
que conferem à Vermiculita Expandida grande leveza
e isolação térmica e absorção acústica. Como
agregado para argamassa aplicada sobre lajes ou
revestimento de parede. A granel dentro de blocos de
concreto ou sob assoalhos.
 Os principais produtos fabricados no Brasil são vermiculita
expandida, lã de vidro, lã de rocha, fibra (lã cerâmica) e silicato de
cálcio.
 Em ambientes com conforto térmico pode-se ter um aumento na produtividade
juntamente com a satisfação de bem estar, além da redução de gastos com energia.
Instalações como supermercados, shoppings, cinemas, indústrias de alimentos,
frigoríficos, laboratórios farmacêuticos, indústrias têxteis e outras, geralmente
necessitam de climatização, o que torna indispensável o uso de elementos isotérmicos.

 Desde o envoltório, as edificações podem ser isoladas de várias formas, seja com
isolamento térmico no telhado, nas paredes externas, nas áreas com vidros reflexivos,
até o isolamento das instalações técnicas referentes aos sistemas de ar condicionado e
refrigeração.
 A eficiência de um isolamento abrange também os sistemas de climatização e
refrigeração com a isolação térmica de tubulações onde circulam fluidos em
temperaturas diferentes da ambiente e dutos para ar condicionado.

 Além de todas as vantagens térmicas, soma-se o fato de possibilitar uma obra estanque,
durável e com alto padrão estético. A aplicação para o interior de ambientes também é
possível sob o mesmo conceito, porém sob a forma de divisórias. Normalmente
utilizados em arquitetura de salas limpas para os mais diferentes segmentos como a
indústria farmacêutica, veterinária, alimentícia e de embalagens, além dos painéis com
núcleos isolantes, também se utilizam visores com vidros duplos pressurizados com gás
inerte e bandeja de sílica gel minimizando a possibilidade de condensação interna,
resultado das diferenças de temperaturas entre ambientes
CERÂMICA DE ALTA TECNOLOGIA/
CERÂMICAS AVANÇADAS
Cerâmica de Alta Tecnologia/
Cerâmicas Avançadas

 A necessidade de aprimoramento de tecnologia em diversas áreas,


como aeronáutica e eletrônica, passaram a exigir cerâmicas como
matérias primas mais sofisticadas → surge as Cerâmicas Avançadas
 Principal diferença → é fundamentalmente a maior exigência
 Procura-se diminuir o número de variáveis envolvidas:
 Trabalhando com matérias-primas relativamente puras
 Processos rigorosamente controlados
 Sofisticadas técnicas de caracterização
 Fundamentalmente, as cerâmicas avançadas e as tradicionais são iguais → as duas
podem ser aplicadas para o mesmo fim
 Porém, o número de varáveis e a faixa de variação no processamento de cerâmicas
tradicionais é maior do que em cerâmicas avançadas. Isso faz com que muitas vezes os
sistemas utilizados em cerâmicas tradicionais sejam tão complexos que inviabilizam a
aplicação precisa das teorias de cerâmicas avançadas.
 Sob esse aspecto pode-se afirmar que as cerâmicas tradicionais são mais complexas que
as avançadas.
 Conseqüência → as propriedades não são tão boas como poderiam ser e há variação das
propriedades das cerâmicas tradicionais, de uma peça para outra, que é
consideravelmente maior. Entretanto, as aplicações que se destinam as cerâmicas
tradicionais são compatíveis com essas propriedades
Cerâmicas Avançadas
 Podem apresentar os mais diferentes formatos, sendo classificados de
acordo com suas funções: eletroeletrônicos, magnéticos, ópticos,
químicos, térmicos, mecânicos, biológicos e nucleares

 Exemplos de materiais: naves espaciais, satélites, usinas nucleares,


materiais para implantes em seres humanos, aparelhos de som e de
vídeo, suporte de catalisadores para automóveis, sensores (umidade,
gases e outros), ferramentas de corte, brinquedos, acendedor de
fogão, etc
Demanda e Vantagens
 As principais demandas de cerâmicas avançadas provêm da indústria
automobilística e aeroespacial
 Vantagens sobre ligas metálicas:
 Capacidade de suportar maiores temperaturas de operação, o que aumenta a
eficiência do combustível;
 Excelente resistência contra desgaste e corrosão;
 Menores perdas por atrito;
 Possibilidade de operação sem um sistema de refrigeração;
 Menor densidade que resulta em diminuição do peso total do motor.
CERÂMICA NO BRASIL
Mercado de Trabalho
Mercado
 Os setores de cerâmica vermelha, refratários e vidrados,
revestimentos e mesmo os setores de louças e sanitários são
extremamente importantes para o mercado nacional, tendo
participação no PIB (Produto Interno Bruto) de 1,0%. O total do setor
soma US$ 6,29 bilhões por ano.
Mercado
 O setor industrial da cerâmica é
bastante diversificado, tendo  louça de mesa;
como principais segmentos:  cerâmica artística;
 filtros cerâmicos de água;
 cerâmica vermelha;  isolantes térmicos.
 materiais de revestimento;
 materiais refratários;
 louça sanitária;
 isoladores elétricos
 de porcelana;
Mercado
 No Brasil existem todos estes segmentos, com maior ou menor grau
de desenvolvimento e capacidade de produção.
 Além disso existem fabricantes de matérias-primas sintéticas para:
 cerâmica (alumina calcinada, alumina eletrofundida, carbeto de silício e
outras);
 de vidrados e corantes;
 gesso;
 equipamentos;
 e alguns produtos químicos auxiliares.
Mercado
 O desenvolvimento tecnológico tem sido constante, principalmente
no setor de revestimentos, e a perspectiva de crescimento, tanto no
mercado interno, quanto no mercado de exportação é iminente.
APLICAÇÕES
Indústria de Alimentos
Aplicações
 Dolomita e Feldspato
 Fabricação de vidro;
 Placas cerâmicas;
 Isoladores elétricos de porcelana;
 Louça sanitária.
Aplicações
 Alumina Calcinada
 Material elétrico: tubos de alumina translúcida para lâmpada de vapor de
sódio, isoladores, interruptores, receptáculos, etc.
Aplicações
 Cimento Aluminoso
 São sempre utilizados em mistura com agregados refratários para obtenção
dos concretos.
CURIOSIDADES
Curiosidades
 Próteses e Implantes:

 Ônibus Espacial:
Curiosidades
 Na área de joalharia:

 Um super vidro (vitrocerâmicos) que pode suportar cinco mil horas


de exposição a temperaturas de até 560 graus.
Algumas Conclusões
 Materiais cerâmicos são uma combinação de minerais não-metálicos
(formam óxidos, nitretos e carbetos)
 Geralmente são isolantes de calor e eletricidade
 São mais resistentes à altas temperaturas do que metais e polímeros
(PF alto)
 Com relação às propriedades mecânicas as cerâmicas são duras,
porém frágeis
 Em geral são leves
Algumas Conclusões
 É quase impossível abrir os olhos sem ver um produto cerâmico
 Quando pessoas em geral falam sobre cerâmicas, usualmente estão
referindo-se a artefatos de cerâmica tais como pratos, vasos, objetos de
arte, etc. São cerâmicos, porém fornecem uma idéia pouco precisa sobre
a dimensão e o universo  da indústria de cerâmica nos dias atuais.
 Cerâmicas estão por toda parte - nos carros que dirigimos, nos edifícios
que moramos e nas calçadas que pisamos, utilizadas por dentistas, o
vidro, em suas milhares de permutações, resistores e capacitores, como
a memória em computadores, etc.

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