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Profa.

Tania Cristina Teixeira – ADM


Economia Brasileira Contemporânea
 21 de fevereiro de 1983:
maxidesvalorização do cruzeiro (30%)

 o governo promoveu uma desindexação


parcial dos salários,visando impedir que a
maxidesvalorização cambial fosse
integralmente neutralizada, com repasse
generalizado aos preços e salários, por
uma aceleração compensatória da inflação

2
AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984
83

• A desindexação salarial e a aceleração


inflacionária resultaram numa queda de cerca de
15% no poder de compra dos salários ao longo do
ano de 83.
• Uma combinação de fatores, permitiu o
cumprimento de praticamente todas as metas
relacionadas com as contas externas em 1983,
tais como:
• a recessão interna,
3
AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984 (2)

• a queda do salário real,


• a desvalorização cambial,
• as quedas do preço internacional do petróleo,
• a recuperação da economia norte- americana.

4
 Dificuldade de cumprir as metas internas,
sobretudo a inflação.
 Dois choques conspiraram contra a fé
monetarista no poder dos cortes no orçamento e
das políticas monetárias contracionistas em
reduzir a inflação em 83:

5
 (i) a maxidesvalorização do cruzeiro ;
 (ii) a elevação dos preços agrícolas (explicado
em parte pela política de exportação de
produtos agrícolas adotada pelo governo no
primeiro semestre do ano).

6
AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984

• A aceleração progressiva da inflação desde o


início do ano foi suficiente para desacreditar a taxa
anual projetada, na qual se baseavam os valores
nominais das metas fiscais e monetárias.
• O emprego na indústria foi reduzido em 7,5%
• A recessão industrial, liderada pela retração do
setor de bens de capital (-19%).

7
8
AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984

1984: Com o Fundo sem Recessão


• Em 1984 a restrição externa da economia
brasileira mostrou sinais de relaxamento:
• Recuperação dos salários reais.

9
 Recuperação do consumo estimulado
pela exacerbação das expectativas
inflacionárias em função:
 daprópria demanda de recomposição
das perdas salariais,
 do boom nos mercados financeiros,
 da política monetária frouxa,
 doaumento da freqüência dos
reajustes das tarifas públicas.

10
 Recuperação do produto da agricultura.
 A estabilidade das taxas mensais de inflação
até agosto de 84, em torno de 10% ao mês,
reforçava o caráter inercial do processo
inflacionário brasileiro e sua relativa
invariância ao nível de atividade.

11
 A existência de desequilíbrio externo não
significa necessariamente que um país
esta vivendo acima de seus limites
(excesso de demanda), mas pode ser
decorrência de um(a):
 Processo de endividamento que começa a

ser cobrado,
 Brusca elevação da taxa de juros,
 Deterioração dos termos de troca.

12
 Brasil endividou-se com base em um sistema
de taxas de juros flutuantes
 II crise do petróleo ( barril passou de 15 para 35
dólares)
 # supply side economics-Reagan
 #Setembro negro(1982)
 insolvência argentina, mexicana, e polonesa,
com o rompimento do fluxo de recursos
voluntários aos países em desenvolvimento.

13
Gráfico 5 - Crescimento do PIB 1964-2006 (em %)
15

12,5

10

7,5

2,5

-2,5

-5

-7,5
1964

1966

1968

1970

1972

1974

1976

1978

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

2002

2004

2006
Brasil Mundo PIB per capita
O FRACASSO DO GRADUALISMO: Março de 1985-Fevereiro de
1986.
• Março de 1985:
•Instala-se a Nova República, após 21 anos de
regime militar.

17
 Tancredo Neves foi eleito
Presidente por eleição indireta,
e sua vitória foi recebida com
muito entusiasmo e esperança
pela maioria dos brasileiros.

 Ele
era um político moderado,
porem um adversário declarado
do regime autoritário.
18
 Após um período negro e
violento na História do Brasil,
foi eleito o primeiro presidente
civil em mais de 20 anos.

A ansiedade de todo o país pela


sua posse e por uma
reorganização da sociedade,
ainda amedrontada pelo regime
militar, era nítida.
19
 Em 14 de março de 1985, véspera da
posse, Tancredo Neves, alegava fortes
dores abdominais.

 Diagnosticado de apendicite, Tancredo foi


operado no Hospital de Base de Brasília no
dia 15, dia em deveriam ocorrer a posse e
transmissão do cargo.

20
 Tancredo morreu em 21 de abril.

 No dia seguinte, Sarney assumiu


efetivamente a presidência, anunciando
que seu governo seria "o governo de
Tancredo".

21
 Em seu primeiro discurso na nova condição,
tratou da duas maiores prioridades nacionais:
 - a redemocratização
 a crise econômica herdada do último

governo militar -,
 Prometeu que convocaria a Assembléia

Constituinte "o mais cedo possível"


 e que o país cumpriria seus compromissos

com os credores internacionais, mas não ao


preço do sacrifício do povo

22
José Sarney tomou posse como
presidente da República perante o
Congresso;

 Pronunciando o discurso elaborado


pela assessoria de Tancredo e por ele
aprovado, cuja essência fixava-se na
determinação das prioridades dos
gastos públicos.
 O ministério escolhido por Tancredo
três dias antes foi mantido.
23
AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO: 1980-1984
Taxa de Crescimento do PIB Real: 1980-1984
10,00

8,00

6,00

4,00

2,00

0,00
1980 1981 1982 1983 1984
-2,00

-4,00

-6,00

Taxa de Inflação (IGP-DI) - 1980:1984


250

200

150

100

50

0
1980 1981 1982 1983 1984

24
A ÓPERA DOS TRÊS CRUZADOS: 1985-1989
Taxa de Crescimento do PIB Real: 1985-1989.
9.00
8.00
7.00
6.00
5.00
4.00
3.00
2.00
1.00
0.00
-1.00
1985 1986 1987 1988 1989

Taxa de Inflação (IGP-DI): 1985-1989


2500

2000

1500

1000

500

0
1985 1986 1987 1988 1989
25
 O FRACASSO DO GRADUALISMO: Março de
1985-Fevereiro de 1986.

 Medidas de austeridade fiscal e monetária


não levaram a redução da inflação

26
A ÓPERA DOS TRÊS CRUZADOS: 1985-1989
• Durantetodo ano de 1985, o governo da
Nova República manteve afastadas do país as
missões do FMI.
•Isso deu maior liberdade para fazer uma
política fiscal e monetária que
privilegiavam o crescimento econômico.
• Essa atitude foi possível por:
•(i) superávits mensais da balança comercial
que permitiam ao país não depender de
novos recursos externos;
27
Ainflação brasileira parecia ter
propriedades específicas e uma
dinâmica própria, resistindo às
pressões deflacionárias da
recessão e do desemprego.

28
 Comportamento inercial

 A partir de um determinado momento, a


inflação adquire certa autonomia em que a
inflação do período passado determina a
inflação atual que determinará a inflação
futura

29
 Esta inércia resulta dos mecanismos de
indexação que tendem a propagar a
inflação passada para o futuro.
 Correção monetária de preços;
 Salários;
 Câmbio;
 Ativos financeiros.

30
 Ganham força as teses da
inércia inflacionária sobre as
condições de demanda e
oferta agregadas.
 Estes autores defendiam a
desindexação da economia
no combate à inflação.
31
Aruptura dos mecanismos
de indexação produziria uma
queda da inflação mais
rápida do que a contração da
demanda agregada, com
custos menores em termos
de recessão e desemprego.

32
A ÓPERA DOS TRÊS CRUZADOS: 1985-1989

Das teses inercialistas surgem propostas


de soluções heterodoxas:
•Proposta da moeda indexada de Arida e
Resende:
•visava alcançar a desindexação da
economia através da introdução de uma
nova moeda indexada, que circularia
paralelamente com o cruzeiro.
33
 Proposta do choque heterodoxo de
Lopes:
 propunha um congelamento de
preços e salários e cambio em níveis
consistentes com o status quo da
distribuição de renda;
 a desindexação generalizada da
economia.
 # abandonando a tese gradualista: via Pactos
Sociais,com tabelamento dos preços e das rendas

34
 Francisco Dornelles-15/03/85-29/09/85

 Dilson Funaro-30/09/1985-03/06/1987.
 Luiz Carlos Bresser Pereira
 Mailson da Nóbrega.

35
 Em 1984 o Brasil vivia o sonho de que a
democracia resolveria todos os problemas
do Brasil.
 Acreditava-se com a campanha
das diretas e a eleição de
Tancredo o país :
◦ reencontraria os caminhos;
◦ promoveria o fim da inflação;
◦ faria a redistribuição de renda.

36
 O Brasil dispunha algumas vantagens em relação
a situação vivida entre 1981-83:
 Contas externas apresentavam significativo
superávit comercial;
 Situação de liquidez internacional havia
melhorado em relação à crise da dívida e a
moratória do México, em 1982;
 As contas fiscais estavam mais ajustadas e
maturação dos investimentos realizados no II
PND dava ao país grande potencial para crescer.

37
 Dado o insucesso do combate à inflação nos
anos anteriores desenvolveram-se, no início de
80, teorias alternativas de estabilização.

 A teoria que mais teve ênfase sobre causas da


inflação brasileira foi a inercialista que afirmava
que a inflação decorria de práticas contratuais
que repunham a inflação passada, a cada data
base.
 “A inflação vivida pelo país naquele período não devia ser
atribuída a um superaquecimento da demanda em relação a
oferta, sendo o déficit público pouco relevante”

38
 O fracasso do gradualismo em produzir sequer
a estabilidade das taxas mensais de inflação
encerra a segunda fase da política econômica da
Nova República.
 A coalizão política que sustentava o governo

ficou ameaçada.
 Em 28 de fevereiro de 1986, o presidente José

Sarney decretou um novo programa de


estabilização:
 o Plano Cruzado.

39
Planos de estabilização macroeconômicos: 1985-1989
O PLANO CRUZADO

As precondições da economia pareciam


apropriadas:
1. O produto industrial, impulsionado pelos bens
de consumo durável, crescera 9,2% durante os
12 meses anteriores a fevereiro;
2. A balança comercial acumulara um superávit
de US$ 12,8 bilhões nos últimos 12 meses;
3. As reservas internacionais em bom volume;
40
 O déficit público em 1986 estaria
praticamente eliminado, como resultado do
“pacote fiscal” anunciado em dezembro de
1985;
 O preço do petróleo, que respondia por 45%
das importações brasileiras, caía no mercado
internacional;
 O dólar norte-americano, ao qual estava
atrelado o cruzeiro, desvalorizava-se em
relação às moedas européias e ao iene.

41
A ÓPERA DOS TRÊS CRUZADOS: 1985-1989

Plano Cruzado:
Principais Ingredientes:
• Reforma monetária: estabelece o cruzado
(Cz$);
• A taxa de conversão foi fixada em mil
cruzeiros por cruzado;

42
 Os salários foram convertidos
em cruzados, tomando como
base o poder de compra médio
dos últimos seis meses.

 Abono de 8% foi concedido


para todos os assalariados

43
 Salário
mínimo foi fixado em Cz$
804,00 (abono de 16%).

 Os salários não foram congelados:


 - haveria dissídios coletivos anuais e
correção automática de acordo com
uma escala móvel, sempre que a
taxa de inflação acumulasse o
gatilho de 20%.

44
 Os preços foram congelados por
tempo indeterminado nos níveis ao
consumidor prevalecentes em 27 de
fevereiro de 1986.

 Não houve qualquer compensação


pela inflação passada, nem
tampouco pela perda futura.
45
•O PLANO CRUZADO

• O Plano Cruzado deslocou a base do índice


de preços ao consumidor (IPCA) para
28/02/86.

•O novo índice (IPC) visava evitar que a


inflação passada fosse captada no mês de
março (primeiro mês de vigência do plano).

46
 A taxa de câmbio foi fixada no
nível vigente em 27 de fevereiro
de 1986.

Regras para a correção dos


aluguéis

 Indexação em prazos inferiores a


1 ano foi proibida.

47
 A ORTN (Obrigação Reajustável do Tesouro
Nacional), que era corrigida mensalmente com
base no índice oficial de inflação, e que com a
aceleração inflacionária se tornara a “moeda”
nacional alternativa,foi substituída:

 -pela OTN (Obrigação do Tesouro Nacional), cujo


valor nominal ficaria congelado por 12 meses.

 Não se estabeleceram metas ou regras para as


políticas monetária e fiscal, para complementar o
programa de estabilização.

48
PLANO CRUZADO: PRINCIPAIS RESULTADOS

Período 1 – Cruzado: Março de 1986 – Junho


de1986
Característica: queda substancial da inflação e indícios
da existência de excesso de demanda na economia.
• Apoio popular (fiscalização do congelamento).
• As taxas de inflação, medidas pelo IPC, caíram
abruptamente
Março 0.1
Abril 0.8
Maio 1.4
Junho 49
1.3
A decomposição das taxas mensais
de inflação revelavam os primeiros
sintomas de excesso de demanda.

 Distorção de preços relativos entre


os preços congelados e aqueles de
difícil controle.

50
A ÓPERA DOS TRÊS CRUZADOS: 1985-1989

• Explosão de consumo motivada por:


•(i) aumento do poder de compra dos
salários;
• (ii) a despoupança voluntária causada pela
ilusão monetária;
•(iii) o declínio no recolhimento do imposto
de renda da pessoa física;

51
 (iv) redução das taxas de juros
nominais;

 (v) consumo reprimido durante os


anos de recessão;

 (vi) congelamento de alguns preços


em níveis defasados em relação a
seus custos.
52
 Escassez de produtos (ex: leite,
carne e automóveis).
 A generalização do excesso de
demanda na economia era
reforçada por uma expansão
exagerada da oferta de moeda, que
transcendia o incremento natural
de demanda de moeda provocado
pela desinflação abrupta.
53
A folga de liquidez refletiu-se em
taxas de juros reais negativas.
 Conseqüências:
 valorização das bolsas,
 aumento do ágio no mercado

paralelo de dólar;
 alta vertiginosa dos preços dos

ativos reais.
54
 Desequilíbrio fiscal devido:
 (i) aumento das despesas com
folha de salários do setor público;
 (ii) os subsídios diretos e indiretos
(ex: leite);
 (iii) isenções tarifárias;
 (iv) transferências às empresas
estatais, Estados e Municípios.
55
O PLANO CRUZADO

• O esperado crescimento na receita do


governo não se materializava na devida
proporção e no devido tempo.

•devido a eliminação da erosão


inflacionária que agia sobre a arrecadação
de impostos.
56
 Quando as receitas
aumentaram, refletindo a
aceleração da atividade
econômica,
 os gastos aumentaram fruto da
necessidade de se sustentar o
congelamento de preços,
-- contribuição para a vitória do PMDB
nas eleições de novembro para os
Governos Estaduais e Assembléia
Constituinte.
57
 Dimensão do superaquecimento da economia;
 (i) as vendas cresceram 22,8% nos primeiros seis
meses de 86 em relação ao mesmo período do ano
anterior;
 (ii) aumento de 33% na produção de bens
duráveis;
 (iii) a taxa de desemprego aberto caiu de 4,4% em
março para 3,8%;
 (iv) os salários reais tiveram um ganho de 12%
desde o final de fevereiro.

58
 O governo tinha duas opções:
 (i) decretar o fim do congelamento de preços, ou
 (ii) desacelerar o crescimento do produto através
de um rápido e severo corte na demanda agregada.
 Como tanto a inflação quanto a recessão tinham
custos políticos, que o governo julgava
insuportáveis, optou-se por um modesto ajuste
fiscal.

59
Período 2 – Cruzadinho: Julho de 1986 – Outubro de1986

24 de julho: novo pacote de ajuste fiscal –


• O Cruzadinho
• Objetivo: desaquecer o consumo

• Criação de empréstimos compulsórios:


• novos impostos indiretos na aquisição de
gasolina e automóveis que seriam restituídos
após 3 anos.
60
 Impostos não-restituíveis sobre
a compra de moeda estrangeira
para viagem e passagens aéreas
internacionais.
 Estareceita adicional do
governo seria usada para um
novo plano de metas que visava
atingir um crescimento do PIB
de 7% ao ano.

61
O Cruzadinho teve pouco eficácia
na contenção do consumo.
 Ao contrário, a expectativa do

descongelamento deu novo


impulso no consumo.
 A empresas estavam operando

próximas da capacidade plena.

62
Até agosto, os elevados superávits
da balança comercial não refletiam
o excesso de demanda do mercado
interno.

 Esta
situação muda em setembro e,
mais drasticamente, em outubro,
com queda nas receitas de
exportação.

63
Cruzadinho

•A especulação em torno de uma maxidesvalorização


elevou o ágio do mercado paralelo de dólar para a casa
de 90%
•Em outubro o governo descongelou a taxa de câmbio
e promoveu uma modesta desvalorização do cruzado
de 1,8%, anunciando uma política de
minidesvalorizações eventuais.
•A expectativa de uma nova e maior desvalorização
estimulou ainda mais o adiamento das exportações e a
antecipação das importações levando a uma maior
deterioração das contas externas.
64
Período 3 –: Cruzado II –(Novembro de 1986 –
Junho de 1987).
• Uma semana após a maciça vitória do partido do
governo (PMDB) nas eleições, o Cruzado II foi
anunciado.
•Tratava-se de um “pacote fiscal” que objetivava
aumentar a arrecadação:
• através do reajuste de alguns preços públicos
(gasolina, energia elétrica, telefone e tarifas postais);
•do aumento de impostos indiretos (automóveis,
cigarros e bebidas);
65
 Essesaumentos sobre os preços de
bens públicos e administrados
forneceram uma válvula de escape
para toda a inflação reprimida
durante o congelamento.

 Dada a magnitude do choque


inflacionário do Cruzado II, a
indexação voltaria a plena carga.

66
 O governo:
 reinstituiu as minidesvalorizações cambiais

diárias do Cruzado;
 atrelou os contratos financeiros aos

rendimentos das recém-criadas Letras do


Banco Central (LBCs);
 permitiu que os bancos voltassem a emitir

Certificados de Depósitos Interbancários


(CDBs) pós-fixados.

67
A taxa de inflação atingiu 16,8%
em janeiro,
 o que significava que o primeiro
reajuste salarial de 20%, detonado
pela inflação acumulada entre
março e dezembro de 1986 e
pago no final de janeiro,

◦ reporia pouco mais que a perda de


poder de compra ocorrida durante o
próprio mês.
68
Cruzado II

• Contando com a retração da demanda para


amortecer a aceleração inflacionária,

•o governo cedeu às pressões pela


liberalização dos preços, suspendendo
abruptamente quase todos os controles de
preços em fevereiro de 87.
69
 Em 27 de fevereiro de 1987, quando o Plano
Cruzado completava 1 ano, a reindexação da
economia, iniciada em novembro de 86, foi
concluída com:
 o reajustamento do valor nominal da OTN e
 a reintrodução da correção monetária em
bases mensais.

 A escala móvel salarial, a economia estava


mais indexada do que antes do Plano
Cruzado.

70
 Duas de suas teses demonstraram-se
equivocadas:
 O final da “bolha inflacionária”, o que
significava que a inflação iria perder o fôlego
uma vez que o processo de realinhamento
dos preços estivesse completado, não se
materializara;
 e a renegociação da dívida externa, que
reaglutinaria as forças da sociedade
brasileira, voltara ao estado de impasse.
 Os saldos da balança comercial tornaram-se
negativos entre outubro de 86 e janeiro de
87.
71
 No final de fevereiro de 87 o governo
decidiu suspender por tempo
indeterminado os pagamentos de juros da
dívida externa aos bancos privados.

Em abril de 87, o ministro Dílson Funaro


deixou o cargo.

◦ com a taxa de inflação


ultrapassando o patamar de 20%
ao mês.

72
 Os objetivos oficiais da moratória eram:
 estancar a perda de reservas internacionais;
 iniciar uma nova fase de renegociações da
dívida externa.
 O objetivo extra-oficial seria a reconquista do
apoio popular, prejudicado pelo fracasso do
Plano Cruzado, para uma nova tentativa de
estabilização.

73
 Luis Carlos Bresser Pereira assume a Fazenda.
 Metas:
 taxa de crescimento do PIB em 87 de 3,5%

(contrario as aspirações anteriores de 7%),


 disposição de voltar a dialogar com o FMI.

 Anunciou e promoveu uma


minidesvalorização do Cruzado de 7,5% em
10 de maio.
◦ (O que foi percebido como um passo rumo a
ortodoxia, repelida pelo PMDB).

74
O PLANO BRESSER

PRINCIPAIS INGREDIENTES
Apresentado em 12 de junho de 1987
Programa de estabilização híbrido, que
incluía elementos ortodoxos e heterodoxos
para o combate da inflação.
Não tinha como meta a inflação zero nem a
desindexação da economia

75
 Pretendia promover um choque
deflacionário com :
 sustentação de taxas de inflação mais

baixas, com a redução do déficit público.


 a supressão da escala móvel salarial;

 Os salários foram congelados por um

76
 Instituiuuma nova base de indexação
salarial para vigorar após o
congelamento:
a Unidade de Referência de Preços (URP).
A cada 3 meses seriam pré-fixados os
percentuais de reajustes (URP) para os
três meses subseqüentes, com base na
taxa de inflação média dos 3 meses
precedentes.

77
O PLANO BRESSER

PRINCIPAIS INGREDIENTES
 Os preços também foram congelados pelo prazo
máximo de 3 meses.
 Porém antes do congelamento foram anunciados
diversos aumentos para os preços públicos e
administrados.
 A falta de realinhamento de preços públicos e
administrados na véspera do congelamento fora
apontada como uma das falhas do Plano Cruzado.
78
 A base do IPC foi deslocada para o inicio
do congelamento

 O Cruzado foi desvalorizado em cerca de


9,5%.

 O programa visava reduzir o déficit público


em 1987 dos 6,7% do PIB projetados para
cerca de 3,5% do PIB.

79
 PRINCIPAIS RESULTADOS:
 fase 1 (Congelamento e flexibilização) – Julho de

87 a Dezembro de 87.
 A perda de poder de compra dos salários e a

prática de taxas de juros reais positivas durante


a fase de congelamento tiveram :
 reflexos negativos nas vendas do comércio

varejista
 no ritmo da produção industrial,

 assim a inflação do congelamento não podia

ser atribuída a pressões de demanda.

80
O PLANO BRESSER

A recuperação da poupança nacional não adviria


mais da poupança externa “forçada” (fruto da
moratória dos juros da dívida) e sim da poupança
do governo que seria viabilizada com a:
- contenção dos gastos,
- elevação das tarifas públicas,
- redução dos subsídios;
E uma reforma tributária.

81
A oposição política a um ajuste
dessa magnitude foi grande;

 Aspressões inflacionárias não


cederam obrigando o governo a
flexibilizar o congelamento já
em agosto.

82
Principais resultados- Plano Bresser
fase 1 (Congelamento e flexibilização) – Julho de
87 a Dezembro de 87.
A partir dos dissídios de setembro os
trabalhadores iniciaram uma ofensiva para
incorporar a inflação de junho de 87 aos salários.
Em dezembro de 87 a inflação voltou ao patamar
de 14% com uma nova onda de rumores de um
novo congelamento e desgastado pelas resistências
a uma proposta de reforma tributária,
o ministro Bresser Pereira pediu demissão.
83
Feijão com Arroz
PRINCIPAIS RESULTADOS: fase 2 (Feijão com
Arroz) – Jan. 88 a Dez. 88.-
Maílson da Nóbrega assumiu em 18/12/87.
Assume rejeitando a alternativa de um choque
heterodoxo e com metas mais modestas;
estabilização da inflação em 15% ao mês e redução
gradual do déficit público
O anúncio reiterado de que o governo não adotaria um novo
congelamento de preços contribuiu para a contenção das taxas de
inflação ao longo de todo o primeiro semestre do ano abaixo de
20%.
84
 Em 4 de novembro de 1988, foi assinado um
pacto social entre governo, empresários e
trabalhadores estabelecendo uma espécie de
redutor, através da pré-fixação dos reajustes
de preços nos 2 últimos meses do ano.
 O principal mérito do pacto social foi conter

temporariamente a ameaça de hiperinflação.


 Ao longo do mês de novembro este pacto

perdeu força.
 *Pacto de Moncloa-10/1977.

85
PLANO VERÃO

PRINCIPAIS INGREDIENTES:
 Lançado em 14 de janeiro de 1989.

 Promoveu uma nova reforma monetária,


instituindo o cruzado novo (NCz$),
correspondendo a mil cruzados.

86
 Elementos ortodoxos:
 o plano pretendia promover uma
contração da demanda agregada a curto
prazo:
 -pela prática de taxas de juros reais
elevados para inibir a especulação com
estoques e moeda estrangeira;
 -por cortes nas despesas públicas para
sustentar a queda da inflação no médio
prazo;

87
 Elementos heterodoxos:
 suspendeu ou extinguiu todos

os mecanismos de
realimentação da inflação,
 - promovendo inclusive o fim

da URP salarial, uma poderosa


fonte de inércia inflacionária.

88
 PRINCIPAIS INGREDIENTES:
 Novo congelamento de preços

por tempo indeterminado:


◦ Pela terceira vez o governo
recorreu à um novo vetor de
preços para servir de base para a
apuração da inflação;
◦ a base do IPC foi deslocada para
15 de janeiro.

89
PLANO VERÃO

A cotação do dólar foi fixada em NCz$ 1,00, o que


refletia uma desvalorização do cruzado da ordem
de 18%.
Em contraste com o plano Bresser, as
minidesvalorizações diárias da moeda foram
suspensas: a taxa de câmbio permaneceria fixa por
tempo indeterminado.
 A OTN que servia de indexador para os contratos
pós-fixados e que, com a aceleração da inflação
estava se tornando gradualmente uma moeda
escritural paralela ao cruzado foi extinta.
90
PLANO VERÃO

PRINCIPAIS INGREDIENTES:
 Ajuste Fiscal:
 (a) redução das despesas de custeio com uma
ampla reforma administrativa;
 (b) redução das despesas com pessoal através
da demissão de funcionários públicos;
 (c) redução do setor produtivo estatal com um
programa de privatizações;
 (d) rigidez na programação e execução
financeira do Tesouro.91
 Política monetária:
 (a) aumento da taxa de juros real de curto
prazo inibindo movimentos especulativos;
 (b) controle do crédito ao setor privado;
 (c)redução da pressões das operações

com moeda estrangeira.

92
PLANO VERÃO

Principais riscos:
 Falta de credibilidade do governo após os
fracassos dos planos Cruzado e Bresser;
 Especulação em torno do fôlego das
contas públicas para a consecução de uma
política de juros reais elevados;

93
 sobre as dificuldades políticas de um
ajuste fiscal anunciado em ano eleitoral e
sobre a duração e escopo do
congelamento de preços.

 A economia marcharia mais rapidamente


para a hiperinflação no caso de fracasso
do plano, na medida em que eram
eliminadas as âncoras inflacionárias da
OTN e URP.

94
PLANO VERÃO: Principais Resultados:
A variação oficial do IPC em fevereiro ficou em
3,6% e em março já atingia 6,1%.

 O ajuste da política fiscal não se materializou.

 O governo se viu obrigado a manter as taxas


de juros reais elevados por um período de tempo
maior que o previsto agravando o desequilíbrio
fiscal
95
 A recessão que consolidaria a
estabilização não se materializou, pois:
 a) aumento da renda disponível devido

aos ganhos proporcionados pelas altas


taxa de juros e da redução do IR;
 b) a falta de credibilidade no

congelamento que impulsionou a


antecipação do consumo.

 Aceleração da inflação -fim

96
A ESTAGFLAÇÃO BRASILEIRA, 1987-1993: uma interpretação

Conflito distributivo: luta entre os agentes econômicos


(empresas e assalariados) para ajustar seus próprios preços
tão rapidamente quanto possível.
 Com o fracasso dos sucessivos planos heterodoxos, essa
competição era intensificada à medida que os reajustes de
preços eram casa vez mais influenciados pelas expectativas
de futuros congelamentos de preços

Dívida Déficit Dívida

97
 Ao ser incapaz de manter um equilíbrio
orçamentário e, conseqüentemente, a
estabilidade dos meios de pagamento, o
governo abalou a credibilidade na moeda
do país preparando, desse modo, o terreno
para que as pressões distributivas se
manifestassem através de aumentos de
preços.

98
 A perda de credibilidade do governo
exigiu a redução dos prazos de
financiamento,

atingindo um ponto em que


grande parte da dívida estava
sendo financiada pelo overnight
com taxas de juros reais cada vez
mais altas.
 Isso criou um círculo vicioso:

99
A ESTAGFLAÇÃO BRASILEIRA, 1987-1993: uma interpretação

Os sucessivos choques e congelamentos de


preços e salários não foram acompanhados pelo
ajuste fiscal estrutural necessário perdendo, assim,
progressivamente sua credibilidade e fazendo com
que cada novo choque exercesse um impacto
menor sobre a inflação.
 Sem um ajuste fiscal, a armadilha das taxas de
juros elevadas alimentava simultaneamente a
recessão e a inflação.

100
 Gremaud, Amaury Patrick, Vasconcellos M. A.
S. e Toneto R.- Economia Brasileira
Contemporânea -5 ed. S.Paulo, Atlas, 2004

 Cap. XVII-A saga dos Planos Heterodoxos:


 A Economia Brasileira de 1985 a 1994
 Cap. XVIII- Economia Brasileira Pos-

Estabilização: Plano Real.

101
O PERÍODO COLLOR

Taxa de Crescimento do PIB Real: 1989-1993


6.00

4.00

2.00

0.00

-2.00

-4.00

-6.00
1989 1990 1991 1992 1993

Taxa de Inflação (IGP-DI) - 1989:1993


3000

2500

2000

1500

1000

500

0
1989 1990 1991 1992 1993
10
2
◦ As reformas propostas por Collor
introduziram uma ruptura com o
modelo de crescimento de
elevada participação do Estado e
proteção tarifária,
◦ através:
 a1) de uma abertura comercial e
financeira,
 b1) do início do processo de
privatização.

10
3
 1950-1980- O Brasil cresceu a uma taxa
média de 7,4% ao ano,
◦ exceto em quatro ocasiões cresceu abaixo de 4%

 Este crescimento esteve associado a uma


política:
 da substituição de importações,
 de promoção das exportações- “milagre”.

10
4
 Principais características:
 a) participação direta do Estado no

suprimento da infra-estrutura e de setores


prioritários;

 b) elevada proteção à indústria nacional


(também com barreiras não tarifárias);

 c) fornecimento de crédito favorecidos


para a implantação de novos projetos.

10
5
O PERÍODO COLLOR

 Collor assume a presidência em março


de 1990.
 A inflação havia atingido uma taxa
mensal de 81%.
 Medidas do Programa Anti-
inflacionário adotado por Collor:
(reformas: monetária,
administrativa e fiscal)
1) reintrodução do cruzeiro como padrão
monetário,
10
6
 1- 80% de todos os depósitos do
overnight, contas correntes ou de
poupança que excedessem a NCz$ 50 mil
(equivalentes a US$ 1.300 pelo câmbio da
época) foram congelados por 18 meses,

 -recebendo durante esse período um


retorno equivalente à taxa corrente de
inflação mais 6% ao ano.

10
7
 2-Introduzida uma nova moeda, o
Cruzeiro substituiu o cruzado novo (CR$
1,00 = NCz$ 1,00)
 3- Foi cobrado um imposto extraordinário

e único sobre operações financeiras (IOF),


sobre o estoque de ativos financeiros,
transações com ouro e ações, e sobre as
retiradas de contas de poupança.
 4- Congelamento inicial de preços e

salários.

10
8
5) Eliminação de vários tipos de incentivos fiscais
– para importação e exportação, agricultura,
regiões Norte e Nordeste e a indústria de
computadores;
6) Indexação imediata dos impostos (obrigando
seu reajuste para a inflação no dia posterior à
realização da transação);
7) Implementação de medidas disciplinares e
novas leis reguladoras sobre operações
financeiras, buscando reduzir a sonegação
fiscal;

10
9
 8) Aumento do preço dos serviços
públicos;

 9) Liberação do câmbio e adoção de várias


medidas para promover uma gradual
abertura da economia brasileira em relação
à concorrência externa.
◦ Redução quantitativa de nossas tarifas de
importação de uma média de 40% para menos
de 20%.

 10) Promoveu ainda a redução do nº de


ministérios -de 23 para 12.

11
0
 11) A extinção de vários Institutos
governamentais.

 12) O anúncio da intenção do governo de


demitir cerca de 360 mil funcionários
públicos.

 13) Medidas preliminares para instituir um


processo de privatização.

11
1
O IMPACTO DO PLANO COLLOR I
 Redução extraordinária da liquidez do país.

 Dentro de um mês a taxa de inflação mensal


baixou para 1 dígito.

 Queda na atividade econômica

11
2
 Redução do déficit primário de 8% do PIB para
um superávit de 1,2%. (Resultado obtido, em
sua maioria, a medidas artificiais ou
temporárias)

 Redução da dívida como parte do PIB.

 As tentativas do governo em demitir


funcionários foram reprimidas pela
Constituição. (Collor não tinha a maioria de
2/3 do Congresso para alterar a
Constituição).
 #Controle do estoque e não do fluxo.

11
3
Plano COLLOR II

Fevereiro de 1991:

 Desta vez, a estratégia concentrava-se


numa reforma financeira limitada, que
consistia:

 na eliminação do overnight;

 em ataque à inflação inercial, através


de um congelamento de salários e
preços e na extinção de várias formas
de indexação.
11
4
Oovernight foi substituído pelo Fundo de
Aplicações Financeiras,(FAF) cuja composição
era regulada pelo governo: obrigava um
investimento mínimo em papéis do governo.

Remuneração desses fundos seria pela Taxa


Referencial (TR), com correção que embutia
expectativas de inflação futura;

-tentativa de eliminar a memória


inflacionário

11
5
 Modo de controlar a inflação no P.Collor II era
através:

 da racionalização dos gastos da administração


pública;
 do corte das despesas ;
 da aceleração do processo de modernização do

parque industrial.

11
6
 Bloqueio de verbas de vários ministérios
com necessidade de aprovação de
despesas pelo Ministério da Fazenda.

 O governo reduziu a transferência de


fundos aos Estados e Municípios sem
deixar de cumprir o nível mínimo imposto
pela Constituição.

11
7
 Maio de 1991: troca da equipe econômica:
sai a Zélia Cardoso de Mello e entra
Marcílio Marques Moreira.

 Volta à ortodoxia e uma tentativa de


combate gradualista à inflação

 *( Plano Nada)

11
8
 Plano de privatização:
 O Plano Nacional de Desestatização é

regulamentado em 16/09/1990.
 A primeira estatal privatizada foi a

USIMINAS.
 O processo começa pelos setores

siderúrgico e petroquímico.
 Até o final de 93(gov. Itamar) 25 estatais

foram privatizadas.

11
9
 A abertura de mercado foi um choque na
indústria nacional levando a uma crescente
automação do setor industrial e bancário,
◦ liberação da mão-de-obra ;
◦ desemprego tecnológico.

12
0
 Proposta pelos presidentes Associação
Brasileira de Imprensa e da Ordem dos
Advogados e aprovada pela Câmara dos
Deputados em 29/09/92.
 Afastado do cargo, Collor foi substituído

por Itamar Franco.


 Renunciou em 29/12 antes de ser

condenado pelo Senado por crime de


responsabilidade,perdendo seus direitos
políticos por oito anos

12
1
 Apesar da situação política,
◦ as altas taxas de juros;
◦ uma política cambial definida de manutenção da taxa
de câmbio real;
 Combinadas:
◦ com a abertura financeira;
◦ excesso de liquidez internacional,
 promovem uma grande entrada de
capital externo no país e aumento
das reservas.

12
2
 Lembranças do Governo Collor:
além do confisco:
 Privatização;
 Abertura comercial;
 Volta do fluxo de recursos

externos ao país.

12
3
O PERÍODO ITAMAR FRANCO: uma transição

 Uma série de escândalos políticos


culminaram com o processo de
impeachment de Collor.
 Outubro de 1992: Itamar Franco
assumiu como presidente interino.

12
4
 Instabilidadena equipe
econômica: 3 ministros da
Fazenda em 6 meses (Gustavo
Krauser, P.Haddad e Eliseu
Rezende)
 Maio de 1993: Itamar Franco
indicou o seu quarto ministro
da Fazenda – Fernando
Henrique Cardoso.
12
5
 FHC apresentou um plano de austeridade
chamado de “Plano de Ação Imediata”, cujo
ponto básico era um corte de US$ 6 bilhões nos
gastos do governo.

 Foram tomadas medidas para reduzir a prática


dos Estados de tomar empréstimos de seus
bancos.

 A inflação, no entanto, continuava imbatível.

12
6
Uma Revisão Estatística dos anos 1989-1993

 Esse período caracterizou-se pela estagnação. Em 1992, o PIB per capita


real era 8% mais baixo que em 1980.
 O pior desempenho foi do setor manufatureiro (taxa de crescimento
média anual de – 2,5%.
 A utilização da capacidade industrial caiu notavelmente após 1989.

A Utilização da Capacidade Industral em São Paulo


85

80

75

70

65

60
abr/91

out/92
jan/89
abr/89

out/89
jan/90
abr/90

out/90

out/91
jan/92
abr/92

abr/93
jan/91

jan/93
jul/89

jul/90

jul/91

jul/92

12
7
Uma Revisão Estatística dos anos 1989-1993

 Os investimentos fixos brutos como parte do PIB caíram sensivelmente


quando em comparação aos valores do final da década de 70 e começo da
década de 80.

Formação Bruta de Capital Fixo- Real (como % do PIB)


24

22
20
18
16
14
12

10
1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993

12
8
Uma Revisão Estatística dos anos 1989-1993

 Salvo breves patamares mensais de um digito durante os vários choques


heterodoxos, as taxas mensais de inflação nos primeiros anos da década de
90 mantiveram-se em patamares elevados (normalmente entre 20% e 30%)

Taxas Mensais de Inflação


35
30 Collor II
25
20 Collor I

15
10
5
0
0 0 0 1 1 91 91 92 92 92 92 93 /93 l/93
/9 l/9 t/9 n/9 r/9 l/ t / / / l/ t / /
a br ju ou ja ab ju ou jan ab r ju ou ja
n
ab
r ju

12
9
 Cardoso,F.H.- A Arte da Política: a
história que vivi. Rio de Janeiro,
Civilização Brasileira, 3ª Ed. 2006.
pgs. 601-612

13
0
Uma Revisão Estatística dos anos 1989-1993

 Salvo breves patamares mensais de um digito durante os vários choques


heterodoxos, as taxas mensais de inflação nos primeiros anos da década de
90 mantiveram-se em patamares elevados (normalmente entre 20% e 30%)

Taxas Mensais de Inflação


35
30 Collor II
25
20 Collor I

15
10
5
0
0 0 0 1 1 91 91 92 92 92 92 93 /93 l/93
/9 l/9 t/9 n/9 r/9 l/ t / / / l/ t / /
a br ju ou ja ab ju ou jan abr ju ou ja
n
ab
r ju

13
1
13
2
13
3
O PERÍODO ITAMAR FRANCO: uma transição

 Uma série de escândalos políticos


culminam com o processo de
impeachment de Collor
 Outubro de 1992: Itamar Franco
assume como presidente interino.Falta
de liderança política marca os
primeiros meses desse governo de
transição.
 Instabilidade na equipe econômica: 3
ministros da Fazenda em 6 meses-G.
Krause, P. Hadad e E.Martins.
13
4
O PLANO REAL

Dezembro de 1993, FHC propôs um novo


programa de estabilização que deveria
evitar algumas imperfeições dos planos
anteriores.
Críticas aos programas anteriores:
 Principal falha apontada:
- terem posto fim à inflação
repentinamente por meio de
congelamento de preços, cujos efeitos
13
5
 Este novo programa foi apresentado como uma
“proposta” a ser discutida pelo Congresso e
implementado gradualmente.

 O programa apresentava três pontos


importantes:
 a) um ajuste fiscal;
 b) um novo sistema de indexação que levaria

progressivamente a uma nova moeda.


 3) estabelecer regras de emissão e lastreamento

do Real de forma a garantir sua estabilidade.


(medida provisória n 542).

13
6

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