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ENG01055 - Edificações II A

Aula 01 – Introdução à habitabilidade. O clima.


INTRODUÇÃO À HABITABILIDADE
O ser vivo é rodeado por um ambiente e este
ambiente deve assegurar todas as condições
requeridas para a sua sobrevivência.
Ambiente = Ambiente Habitável?
Encontrar um ambiente habitável na natureza
nem sempre é possível e é preciso criar o
ambiente necessário para a sobrevivência.
Ambiente
Habitável

Ambiente Hostil
Ao longo da sua evolução a espécie humana
desenvolveu técnicas (e mais tarde tecnologias)
para a criação artificial de um ambiente
habitável.

As dimensões de um ambiente habitável podem


ser bastante variáveis, desde a escala individual,
passando por pequenos grupos de indivíduos
até chegar à escala coletiva.
Na escala individual observamos
a vestimenta.
Na escala de pequenos
grupos de indivíduos
observamos a edificação e
outros equipamentos.
Na escala coletiva talvez
um dia observaremos
grandes cúpulas
geodésicas cobrindo
cidades.
Uma das funções da Arquitetura é criar espaços
ajustados aos requisitos de habitabilidade
determinados pelas necessidades dos grupos de
indivíduos que os ocupam.

Uma vez que se decidiu construir uma solução


envoltória para criar um ambiente habitável, o
projeto desta envoltória deverá resolver vários
problemas funcionais (e estéticos) dentro de
condições sociais, econômicas, culturais e
tecnológicas.
Rivero (1986) destaca este aspecto e justifica
pela quantidade de edificações que se projeta e
constrói ignorando os princípios elementares da
habitabilidade. Complementa que o
impressionante desenvolvimento tecnológicos
dos últimos séculos resultou em novos materiais
e processos de construção mas eles não foram
acompanhados, muitas vezes, da difusão do
conhecimento necessário para o seu uso
racional.
O CLIMA

Entende-se por clima


o conjunto de
fenômenos
meteorológicos que
definem um ambiente
determinado.
Não existem dois ambientes que possuam o
mesmo clima mas, para simplificar o tema,
costuma-se classificar os ambientes que
apresentam características semelhantes nas
denominadas ZONAS CLIMÁTICAS, que estão
relacionadas a condições gerais do clima
(macroclima).
Os principais fenômenos meteorológicos que
definem o macroclima são:
• a radiação solar;
• a temperatura do ar;
• a umidade do ar;
• a circulação do ar.

Todos estes fenômenos estão relacionados com


a constituição da atmosfera do planeta e é a
partir daí que se deve entender o clima.
Existe o risco de
grandes
transformações
da atmosfera do
planeta devido a
catástrofes
naturais, como o
vulcanismo.
Existe também o risco de grandes transformações
da atmosfera do planeta devido a catástrofes
artificiais, como o efeito estufa, a chuva ácida ou o
buraco na camada de ozônio.
CONCENTRAÇÃO DE OZÔNIO SOBRE A ANTÁRTIDA
Ainda existe o sério risco de grandes transformações
da atmosfera do planeta devido ao inverno nuclear.
• Radiação solar
Em média, da radiação solar incidente sobre o
planeta:
19 % é perdida por absorção pelas moléculas de
oxigênio e ozônio da radiação ultravioleta na
estratosfera;
6% é perdida por difusão da luz solar de menor
comprimento de onda - azuis e violetas - (o que faz
com que o céu seja azul);
24% é perdida por reflexão - 20% nas nuvens e 4%
na superfície.
51% é absorvida pela superfície.
A absorção da radiação solar pela atmosfera modifica
o espectro da radiação que chega à superfície.
A latitude exerce grande influência sobre a
quantidade de radiação incidente porque
determina a duração do dia (horas de sol) e a
inclinação da incidência dos raios solares,
determinando por consequência a intensidade
da radiação.
A nebulosidade pode formar uma importante
barreira à penetração da radiação solar. A
quantidade de radiação absorvida depende do
tipo, quantidade e espessura das nuvens.

Além de interferir na transmissão da radiação as


nuvens atuam como depósitos temporários de
calor, já que absorvem radiação de onda longa
(calor) proveniente da superfície do planeta,
modificando o equilíbrio de temperaturas.
O resultado de todos estes fatores pode ser
representado em um mapa da radiação solar anual.
• Temperatura do ar
O ar é transparente às ondas eletromagnéticas,
razão pela qual sua temperatura não é
consequência da ação direta da radiação solar
mas por um processo indireto: a radiação solar é
absorvida pela superfície do planeta e se
transforma em calor, aquecendo o ar em um
complexo balanço energético.
A temperatura do ar segue uma variação diária
sinusoidal onde interessa conhecer as
temperaturas máxima, média e mínima e a
amplitude térmica.
• Umidade do ar
A umidade pode existir na forma de nuvens na
primeira camada da atmosfera (troposfera) ou
na forma condensada na superfície do planeta.

A distribuição da umidade no planeta é muito


mais complexa que a das temperaturas,
apresentando um delicado equilíbrio entre
evaporação e precipitação influenciado pela
temperatura da superfície, pela circulação geral
da atmosfera e pelas correntes oceânicas.
Precipitação anual
• Circulação do ar
Uma das causas
principais da circulação
do ar na atmosfera é o
desequilíbrio de radiação
solar entre as latitudes
baixas e altas, além das
trocas de energia na
atmosfera.
Dentro de uma Zona Climática existem inúmeros
fatores que interferem nos fenômenos
meteorológicos produzindo variações localizadas
entre ambientes muito próximos (microclima).

Os principais fatores que definem o microclima


são:
• a concentração de massas térmicas;
• a vegetação.
• Concentração de massas térmicas
A presença de objetos com capacidade de
acumulação de calor pode modificar o ambiente
local, tornando o ambiente mais ou menos
hostil. Por exemplo, um lago pode estabilizar a
umidade e a temperatura na sua vizinhança. Um
conjunto de prédios pode acumular calor devido
à radiação solar gerando uma ilha térmica.
• Vegetação
A vegetação, desde que adequadamente
selecionada e projetada, pode alterar o clima
local de diversas maneiras: pode bloquear a
radiação solar produzindo sombra, pode
estabilizar a umidade do ar, pode bloquear ou
direcionar o vento, pode atenuar o ruído.

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