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Tema E.

Expansão e mudança
nos séculos XV e XVI
1. O Expansionismo Europeu
 O que a Europa
conhecia do resto do
Mundo?
 Que condições
Os portugueses foram naturais e técnicas
os primeiros a iniciar favoráveis possuía
a expansão europeia. Portugal?
 Quais eram as
motivações da
sociedade portuguesa
na expansão?
O que a Europa conhecia do resto do Mundo

Cosmografia de Ptolomeu

Mapa Mundo actual


Mapa Mundo (1154)
• Os desenhos do mundo
eram baseados em
relatos de viajantes,
comerciantes e
marinheiros, o que
tornava as informações
imprecisas.
• A cartografia baseava-se
nos mapas de Ptolomeu
(grego da Antiguidade) e
Mapa Mundo de Al-Idrisi (1154) dos muçulmanos.
As viagens de Marco Polo

Marco Polo na corte de Kublai Khan,


No “Livro de Viagens de Marco Polo”
Marco Polo (mercador veneziano, séc. XIII)
A rota da seda e das especiarias
• O Oriente era conhecido
pelas sedas e especiarias,
pelos usos e
costumes muito diferentes
dos europeus.
• Estas rotas eram
controladas pelos
muçulmanos e venezianos
• De África conhecia-se
apenas o Norte
• O continente americano era
desconhecido
Condições naturais
que Portugal possuía

• Costa extensa e com bons


portos de mar

• Tradição piscatória e
contactos com marinheiros
estrangeiros deu
conhecimentos náuticos
aos navegadores.
Condições técnicas
que Portugal possuía

• A caravela, com o
leme fixo à popa,
velas triangulares,
podia bolinar.
Astrolábio
Quadrante náutico
(instrumento que calculava a latitude)
(séc. XVI)

• Os conhecimentos de astronomia e matemática,


adquiridos com judeus e árabes, permitiram o
uso de instrumentos de navegação: bússola,
quadrante, balestilha, astrolábio e portulanos.
Estes novos mapas,
chamados Portulanos,
criados a partir do séc.
XIII pelos navegadores
italianos, foram
elaborados pelos próprios
pilotos ou por cartógrafos
que se baseavam nas
informações fornecidas
Portulano directamente por eles.
As motivações da sociedade portuguesa na
expansão
Povo Rei
• recompensar os
•Pretendia trabalho
seus apoiantes,
melhor remunerado
atribuindo-lhes
• melhores condições terras e cargos
de vida

Burguesia
• desenvolver a sua
actividade comercial,
tendo acesso a regiões
ricas em produtos

Nobreza
• obter cargos e
privilégios
•Dedicar-se à
guerra
Clero
• espalhar fé cristã

Painéis de S. Vicente de Fora


Conquistas e descobertas

A expansão portuguesa
iniciou-se com uma
conquista:

 a Conquista de Ceuta
(1415)

Ceuta (séc. XVI)


Porquê o interesse em conquistar Ceuta?
Ler e analisar pág. 14

Pela:

 Importância estratégica:
- A localização de Ceuta permitia controlar as entradas e
saídas do Mediterrâneo.
- De Ceuta partiam ataques de pirataria à costa algarvia.

 Importância económica:
- Faltavam cereais e ouro. A Ceuta chegavam caravanas
de negociantes por diversas rotas que atravessavam o
deserto do Sara e o Mediterrâneo, trazendo ouro e
especiarias.
- Ceuta era zona cerealífera
O que fazer após a conquista de
Ceuta?

• A conquista de Ceuta foi um êxito militar mas um


fracasso económico.

Surgem duas correntes de opinião:


 Continuar as conquistas territoriais no Norte de
África (defendida pela Nobreza);
 Continuar a navegação ao longo da costa
africana (defendida pela burguesia e uma certa
nobreza)
A descoberta das Ilhas Atlânticas
Ler e analisar pág. 15

AÇORES
Descobridor data Sistema de colonização Principais
produções

MADEIRA
Descobridor data Sistema de Principais
colonização produções
A descoberta das Ilhas Atlânticas
(descoberta e povoamento)
AÇORES
Descobridor data Sistema de colonização Principais
produções
• Cereais
• Urzela
Diogo de 1427 Capitania-donataria
• Pastel
Silves
• pecuária

MADEIRA
Descobridor data Sistema de colonização Principais
produções

• Cereais
• Vinha
João Gonçalves 1419 Capitania-donataria
• Plantas
Zarco
tintureiras
• Cana-de-açúcar
Descobertas durante o período Henriquino
(1434-1460)

Cabo Bojador (Gil Eanes, 1434)

Cabo Branco (Antão Gonçalves, 1441)


Feitoria de Arguim Arguim (Nuno Tristão, 1443)

(1455) Cabo Verde


(António de Noli,1460)

Serra Leoa (Pedro de Sintra, 1460)

S. Jorge da Mina
Leitura e análise do documento A
“A feitoria de Arguim”

• Em 1455 foi fundada a feitoria de Arguim:


era um entreposto comercial (fortificado)
para as trocas comerciais com os naturais
da região ou com os mercadores que aí
se deslocavam (árabes).
Aí trocavam-se tecidos, roupas e cereais
por escravos, ouro, marfim e malagueta.
O período de conquistas
(1448-1471)

• Em 1448 termina a
regência de D. Pedro,
subindo ao trono D. Afonso V.
• Este rei voltou-se para a
conquista de praças
marroquinas:
- Alcácer Seguer (1458)
- Arzila (1471)
- Tânger (1471)
Tânger
A exploração da costa africana
após a morte do Infante D. Henrique
(1469-1475)
• Em 1469 o rei D. Afonso
V arrendou o exclusivo
do comércio da costa
africana a um mercador
de Lisboa, Fernão
Gomes, pelo prazo de Feitoria S. Jorge da Mina (1471)

cinco anos: Golfo da Guiné Cabo de Sta Catarina

- O mercador pagava uma


renda e ficava obrigado a
explorar 100 léguas por Período Henriquino

ano da costa africana. Contrato de Fernão Gomes


A feitoria de S. Jorge da Mina

S. Jorge da Mina (1475) S. Jorge da Mina nos dias de hoje


A política expansionista de D. João II

• Em 1475 o príncipe D. João (futuro rei D. João


II) assume o controlo dos descobrimentos:
estabelece o monopólio régio da exploração da
costa africana.

• O seu sonho era chegar à Índia por mar.


Como atingir a Índia por mar?
• Fizeram-se viagens de
exploração (por mar e
terra):

1ª) Diogo Cão chega à foz


do rio Zaire em 1482;

2ª) Pero da Covilhã e


Afonso de Paiva foram
enviados ao Oriente para
obterem informações
sobre o comércio na Índia
e a navegação no
Oceano Índico;
Diogo Cão no Congo
3ª) Bartolomeu Dias dobra o Cabo
da Boa Esperança em 1488,
entrando no Oceano Índico.

«Partidos dali, houveram vista daquele grande e notável cabo, ao


qual por causa dos perigos e tormentas em o dobrar lhe puseram o
nome de Tormentoso, mas el-rei D.João II lhe chamou cabo da
BoaEsperança, por aquilo que prometia para descobrimento da
Índia tão desejada.»
Crónica de João de Barros ,"Décadas da Ásia"
A rivalidade com Castela
• Portugal e Castela iniciam uma disputa
em torno da posse das Ilhas Canárias.

• Esta disputa termina com a assinatura do


tratado de Alcáçovas-Toledo em 1479:
Tratado de Alcáçovas

• Portugal obtinha o reconhecimento do seu domínio


sobre a ilha da Madeira, o Arquipélago dos Açores, o de
Cabo Verde e a costa da Guiné, enquanto que Castela
recebia as ilhas Canárias, renunciando a navegar ao Sul
do cabo Bojador, ou seja, do Paralelo 27 no qual se
encontravam as próprias ilhas.
A descoberta da América
• Cristóvão Colombo
propôs ao rei D. João
II chegar à Índia
navegando para
Ocidente. Perante a
recusa do rei
português, fez a
proposta aos reis
Católicos de Espanha
que aceitaram
Cristóvão Colombo financiar a viagem.
Chegada às Antilhas
• Em 1492 Cristóvão Colombo atingiu as
ilhas da América Central (actual Cuba) e
convenceu-se que chegara à Índia.

• D. João II, baseando-se no Tratado de


Alcáçovas, vai reclamar a posse desta
descoberta.
O Tratado de Tordesilhas

• A divisão das terras descobertas e a descobrir


era estabelecida a partir de um semi-meridiano
estabelecido a 370 léguas (1.770 km) a oeste
das ilhas do Cabo Verde.
Tratado de Tordesilhas (1494)
• O problema das
terras descobertas foi
resolvido com a
assinatura do tratado
de Tordesilhas (1494)
entre o rei D. João II
e os reis Católicos de
Espanha.

Tratado de Tordesilhas
(1494)
A descoberta do caminho marítimo para a
Índia

• Durante o reinado de
D. Manuel I o
navegador Vasco da
Gama descobriu o
Vasco da Gama

caminho marítimo para


a Índia em 1497-98.
A rota do Cabo

• Com esta descoberta é fixada a rota do Cabo:


Entre Portugal e o Oriente estabeleceram-se
viagens regulares de barcos (a “carreira da
Índia”), para o comércio das especiarias e
transporte de passageiros.
A rota do Cabo permitiu:

- a Lisboa tornar-se um dos maiores entrepostos


comerciais de todo o mundo;
- a decadência de Veneza e Génova, que deixam
de controlar o comércio com o Oriente;
- a ligação directa dos mercados europeus às
regiões produtoras das especiarias.
- Dominada pelos portugueses até meados do
século XVII, a Rota do Cabo possibilitou um
grande desenvolvimento económico da
metrópole.
Doc. - O achamento do Brasil
Senhor,
Posto que o capitão-mor (Pedro Álvares Cabral) desta
vossa frota e assim outros capitães escrevem a vossa
alteza a nova do achamento desta nova terra nova (…).
E assim seguimos nosso caminho por este mar longo,
até terça-feira d`oitavas de Páscoa, que foram 21 dias
de Abril que topámos alguns sinais de terra […] d` ervas
compridas […] aves […] houvemos vista de terra, isto,
primeiramente d`um grande monte, mui alto e redondo,
e d`outras serras mais baixas a sul dele e de terra chã
com grandes árvores, ao qual monte alto o capitão pôs
nome o Monte Pascoal e à terra a Terra de Vera Cruz”.
Carta de Pêro Vaz de Caminha a D. Manuel I
A descoberta do Brasil

• D. Manuel I enviou
uma outra armada à
Índia, comandada por
Pedro Álvares Cabral.
• Este desviou-se da
rota e chegou à costa
brasileira em 1500.
Os Impérios Peninsulares:
o império português

Império Português no século XVI


Domínio colonial em África:
No continente africano o objectivo dos
portugueses foi fazer comércio, que se
realizava essencialmente através de
feitorias (ex.: feitoria de S. Jorge da Mina).
Comercializava-se escravos, ouro,
marfim, malagueta.
Sistema de colonização das ilhas
Atlânticas (Cabo Verde e S. tomé e
Princípe) foi através de capitanias.
Domínio colonial no Oriente
Domínio colonial no Oriente

• No Oriente, e para controlar as rotas


• comerciais, os portugueses utilizaram:

• - poderosas esquadras;
• - estabeleceram um governo forte;
• - fizeram alianças com príncipes indianos.
Vice-reis no oriente
• O governo dos territórios portugueses
no Oriente foi exercido por vice-reis:

• D. Francisco de Almeida, 1º vice-rei da


Índia, entendia que o domínio do
Oriente devia ser feito por uma
D. Francisco de Almeida
poderosa esquadra que dominasse os
mares e, assim, controlasse as
principais rotas comerciais.

• Afonso de Albuquerque, 2º vice-rei,


procurou conquistar pontos estratégicos
em terra: Goa, Malaca, Ormuz.
Afonso de Albuquerque
Afonso de Albuquerque
Leitura e análise do Doc. 31(pág.23) –
“A carreira da Índia”
1- Qual era o destino das naus da
Carreira da Índia?
2 – Que produtos levavam as naus de
Lisboa?
3 – Que produtos vinham do Oriente
através da Carreira da índia?
A “Carreira da Índia”

Antuérpia (Bélgica)

• O comércio do oriente era monopólio régio: apenas o rei


comercializava as principais especiarias do Oriente.
• A Casa da Índia, instituição criada em Lisboa em 1503,
ocupava-se da navegação e do comércio com o Oriente:
a Lisboa chegavam produtos do oriente (especiarias,
porcelanas, sedas) que depois eram vendidos para o
resto da Europa, sobretudo para a feitoria de Antuérpia
(Bélgica).
Domínio colonial do Brasil
• 1 – Distinguir os
processos de colonização
do Brasil no século XVI
• 2 – Indicar os principais
produtos explorados no
Brasil
• 3 – Explicar o papel da
Igreja Católica
(missionários, Jesuítas)
no povoamento e
organização do Brasil.
• 4 – Fazer pequena
biografia do Padre
António Vieira.
Capitanias no Brasil

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