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Cinética de desinfecção

Joao Berequeto; Maibeque Joao;


Marlene Jone e Mussa Nohiu
Introdução

A redução de organismos viáveis ou, por outro lado, o aumento do


número de organismos inativados, depende da concentração ou
da intensidade do desinfetante utilizado (residual ou aplicado) e
do tempo de exposição ou contato do organismo com o
desinfetante.
Em condições controladas de laboratório é possível manter
constantes, ou com pequena variação, a temperatura e o pH e
aplicar doses conhecidas, acompanhando a redução do
desinfetante por consumo ou decomposição ao longo do tempo.
Por se tratar da desinfecção de águas, toma-se como objeto de
estudo a água. Todavia, os conceitos relacionados ao regime de
escoamento em reatores são válidos para quaisquer processos que
envolvam fluidos newtonianos
Dados de desinfecção Observado
• Durante um período de muitos anos, várias
anomalias diferentes foram observadas em
gráficos de dados de desinfecção obtidos para
uma variedade de desinfetantes e águas.
• Mecanismos cinéticos substancialmente
diferentes podem controlar a taxa de inativação
de diferentes microrganismos com o mesmo
desinfetante ou os mesmos microrganismos
com diferentes desinfetantes.
Modelo de Chick-Watson

• Chick trabalhou com desinfetantes como


fenol, cloreto de mercúrio e nitrato de
prata e organismos como Salmonella
typhi, Salmonella paratyphi, Escherichia
coli, Staphylococcus aureus, Yersinia
pestis e Bacillus anthracis
Modelo de Chick-Watson
• A lei de Chick assume a forma

r = ÿkcN

onde r = taxa de reação para a diminuição de organismos viáveis com o tempo,


org/ L·min kc = constante de velocidade da lei de Chick, minÿ1

N = concentração de organismos, org/L

A Lei de Watson assume


• Cnt=Const

Onde
C = concentração de desinfetante, mg/L

n = coeficiente de diluição, sem unidade


t = tempo necessário para atingir uma porcentagem constante de inativação (por exemplo, 99%)
const = valor para determinada porcentagem de inativação, adimensional.
Gráficos de desinfecção
Gráficos de desinfecção
Observe que há uma inclinação diferente para cada
concentração de bromo e a reacção tem uma constante de
velocidade diferente para cada concentração.
Assim, enquanto Chick conceito de primeira ordem é consistente
com os dados, um meio melhor para contabilidade para
concentração desinfetante é necessária.
No mesmo ano em que a Dra. Chick propôs seu modelo, Herbert
Watson propôs que o tempo necessário para atingir um nível
específico de desinfecção fosse relacionado com a concentração
de desinfetante.
Modelo de Watson
Modelo de Chick-Watson
Com o conhecimento de que a concentração e o tempo de desinfecção são
de igual importância, a lei de Chick e a equação de Watson podem ser
combinadas e são frequentemente chamadas de "modelo Chick-Watson":

• r = ÿ CWCN

Onde

CW = coeficiente de letalidade específica (constante da taxa de desinfecção),


L/mg·min
C = concentração de desinfetante, mg/L
N = concentração de organismos, org/L
Aplicação do modelo Chick-Watson
Observação
Rennecker–Modelo Marinas

O m odelo Rennecker–Marinas pode ser resum ido da seguinte form a:

onde b = coeficiente de defasagem (em mg · min/L).

O coeficiente de defasagem b é o valor máximo de Ct no qual ln(N /N0) = ln(S0) = 0


(ou seja, nenhuma inativação ocorreu).
A aplicação do modelo Rennecker–
Marinas
Cinética de Desinfecção em Reatores de
Fluxo Real
A eficiência de conversão de uma reação química ou
bioquímica não depende apenas das variáveis envolvidas,
como temperatura, pH, concentração de reagentes e produtos
e velocidade de reação, mas também das características do
escoamento da água ou do esgoto na unidade em que é
realizado o tratamento. A mudança do regime de escoamento
altera o rendimento das reações, podendo comprometer o
resultado esperado. Normalmente, essas mudanças são
desfavoráveis, com redução ou perda de eficiência.
Consideram-se dois limites extremos e ideais em reatores: o
escoamento de pistão e a mistura completa. Łm condições
não-ideais, ou reais, o regime de escoamento situa-se entre
esses dois extremos.
Reatores de Escoamento Ideal
Escoamento de Pistão

Se na entrada de um reator de pistão for injetada


vazão constante de solução de traçador, com
concentração constante, de forma a produzir
concentração Co após a mistura com a vazão
afluente ao reator, o aparecimento do traçador
no efluente do reator ocorrerá após o tempo t.
Considerando que o reator é de pistão ideal, t é
igual a to, sendo to o tempo de detenção
hidráulica teórico (to = V/Q).
Figura: Curvas típicas de concentração de traçador no efluente de reatores com
diferentes características hidráulicas (Galuis & Perez, l98l)
Mistura Completa

Como abordado para o reator de pistão, nos reatores de mistura


completa também pode ser utilizada dosagem de traçador
contínua ou instantânea.
Na dosagem contínua, normalmente divide-se, para efeito de
estudo, a aplicação do traçador em duas fases: a fase inicial, em
que a concentração no reator parte de zero até atingir o valor de
equilíbrio Co, que coincide com a concentração de traçador no
efluente, e a fase final, que começa com a interrupção abrupta
de alimentação do traçador, ocorrendo, então, a purga do reator.
• Considerando a dosagem contínua, por intermédio do balanço
de massas, pode-se modelar a concentração do traçador no
efluente em função do tempo.
FIM

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