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Unidade IV – Estabelecimentos penais

1. Conceito: qualquer edificação destinada a


receber os sujeitos passivos da tutela penal,
antes da condenação, durante o cumprimento
da pena e após a sua liberação. Nesse
contexto, estão incluídos os presos
provisórios, os condenados a pena privativa
de liberdade ou restritivas de direitos, os
inimputáveis e semi-imputáveis, submetidos à
medida de segurança e o egresso.
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• Dentro dos estabelecimentos penais, deverão ficar separados:
a) Os que cometeram crimes com violência e grave ameaça (art. 84,§1º,II e
§3º,II);
b) Os primários dos reincidentes (art. 84,§3º,III);
c) As mulheres dos homens (art.82,§1º);
d) Os maiores de 60 anos (art. 82,§1º);
e) Os que são ou foram funcionários do sistema de Administração da Justiça
Criminal (art.84,§2º);
f) Os que estiverem ameaçados moral, física ou psicologicamente pela
convivência com outros presos (art. 84; §4º);
g) O índio (art. 56, p.u, Lei 6001/73)
h) Os condenados às pena de detenção e reclusão dos condenados à prisão
simples;
i) Os presos provisórios dos definitivos (art. 84);
j) Os acusados de crimes hediondos (art. 84, §1º, I e §3º, I)
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2. Espécies:
2.1. Penitenciária (art. 87): estabelecimento destinado ao
condenado à pena de reclusão em regime fechado. Destina-se a
condenados à pena de longa duração.
• Devem assegurar garantias mínimas de salubridade do
ambiente (6m² por unidade individual);
• São encaminhados ao regime fechado, obrigatoriamente, os
condenados à pena de reclusão maior de 8 anos e o condenado
reincidente, qualquer que seja a pena aplicada (art. 33,§2º, CP);
• É facultativa a inclusão de condenado não reincidente à pena
menor ou igual a 8 anos em regime fechado, desde que
indiquem as circunstâncias do art. 59,CP;
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• Os condenados por crime hediondo, tráfico de drogas e
terrorismo são incluídos no regime inicialmente fechado,
independente da quantidade de pena aplicada e de serem
ou não reincidente;
• Por força de regressão, os condenados à pena de detenção
podem ser transferidos para o regime fechado (art. 33, CP);
• A cela individual é providência prioritária no regime
fechado para assegurar momentos de reflexão e proteger
das investidas de outros presos;
• Penitenciária feminina deve conter uma seção para
gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças
maiores de 6 meses e menores de 7 anos.
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2.1.1. Penitenciária em regime disciplinar
diferenciado - RDD (art. 52, LEP): é destinada ao
preso condenado definitivo e provisório, nacional
ou estrangeiro, que cometam crime doloso.
a) Características: (art. 52)
• Duração máxima de até 2 anos, sem prejuízo de
repetição por nova falta grave da mesma
espécie;
• Recolhimento em cela individual;
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• Visitas quinzenais de 2 pessoas por vez, em instalações
equipadas para impedir o contato físico e a passagem de
objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro,
autorizado judicialmente, com duração de 2h, cujas
conversas serão gravadas (art.52,§6º);
• Direito do preso à saída da cela por 2h diárias para banho
de sol, em grupos de até 4 presos, desde que não haja
contato com presos do mesmo grupo criminoso;
• Entrevistas sempre monitoradas, exceto com defensor,
em instalações que impeçam contato físico e passagem de
objetos, salvo expressa autorização judicial em contrário;
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• Fiscalização do conteúdo da correspondência;
• Participação em audiência judicial, preferencialmente
em videoconferência, com participação do defensor
no mesmo ambiente do preso.
b) Cabimento (art. 52,§1º): o RDD é aplicado a presos:
• Que apresentem alto risco para a ordem e segurança
do estabelecimento penal ou da sociedade;
• Sob os quais recaiam fundadas suspeitas de
envolvimento ou participação, a qualquer título, em
organização criminosa, associação criminosa ou milícia
privada, independentemente da prática de falta grave.
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2.2. Colônia agrícola, industrial ou similar (art. 91 e 92):
destina-se ao cumprimento de pena em regime
semiaberto.
• Devem iniciar obrigatoriamente no semiaberto os
condenados à pena de detenção e reclusão cuja pena seja
maior de 4 anos e menor de 8 anos;
• Os condenados oriundos da progressão do regime fechado
e os oriundo por regressão do regime aberto também são
acolhidos nas colônias;
• O alojamento pode ser coletivo, havendo relativa liberdade
dos presos com vigilância moderada e muros baixos.
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2.2.1. Espécies:
a) Colônia agrícola: possui área extensa, própria para
o plantio e cultivo de vegetais ou produção
pecuária, mas sempre primando pela formação
profissional. Conta com oficinas, estábulos,
viveiros, bem com o máquinas e ferramentas
agrícolas.
b) Colônia industrial: possui dependências
aparelhadas de acordo com o ramo da atividade,
com maquinário moderno e pessoal especializado.
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2.3. Casa do Albergado (art. 93): destina-se ao
cumprimento de pena em regime aberto e da
pena de limitação de fim de semana.
• É a chamada prisão aberta;
• Funda-se na autodisciplina e responsabilidade do
condenado;
• Localiza-se em centros urbanos e caracteriza-se
pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga;
• A fuga é evitada apenas pela palavra do
condenado;
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• A progressão para o regime aberto não pode ser imposta, é
necessário o aceite do preso às condições determinadas pelo
juiz. Se não aceitá-las, permanece no semiaberto (ato
bilateral);
• O condenado trabalha fora durante o dia, sem vigilância,
retornando para o repouso noturno e de fim de semana.
2.4. Centro de observação criminológica (art. 96): espaço onde
são realizados os exames gerais e o criminológico, cujo
resultado é encaminhado à Comissão Técnica de Classificação
(CTC).
• Na falta do Centro, os exames serão realizados pela CTC,
dotada de equipe multidisciplinar, que observará o
condenado no estabelecimento fechado (art. 98).
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2.5. Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
(art. 99): local apropriado para receber os
inimputáveis e semi-imputáveis, devendo atender
condições mínimas de salubridade do art. -88, ainda
que não deva contar com celas individuais.
• Ambulatório: destina-se aos submetidos à medida de
segurança que não tenham necessidade de
permanecer custodiados (punidos com detenção). O
tratamento será ministrado no HCTP (em seção
própria) ou em outro estabelecimento como a Casas
de Repouso.
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2.6. Cadeia pública (art. 102): destina-se ao recolhimento
de presos provisórios. As regras mínimas (Regras de
Mandela) orientam:
• Jovens devem ser separados dos adultos;
• Trabalho facultativo;
• Recebimento de livros e periódicos;
• Contato facilitado com família e amigos.
OBS: Centros de Detenção Provisória (CDP): criados em SP
ante a superlotação de presos nos distritos policiais. Tem
estrutura de penitenciária, mas se destinam a presos
provisórios.

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