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CURSO DE OPERADORES DE PRODUÇÃO – UN-BC

MÓDULO SISTEMAS DE GERAÇÃO


E DISTRIBUIÇÃO

GERADOR SÍNCRONO
Geradores Síncronos

Operação do gerador

Força motriz (acionador):


• Turbina a gás
• Motor diesel
• Motor a gás
• Turbina a vapor
Eletromagnetismo – O gerador de corrente alternada
Eletromagnetismo – O gerador de corrente alternada
O gerador síncrono

Campo: enrolamento alimentado com corrente contínua


para criar o campo magnético

Armadura: enrolamento onde é induzida a tensão

Rotor: parte girante do gerador

Estator: parte fixa do gerador


O gerador síncrono
• Gerador com armadura rotativa (campo fixo):
– o estator é alimentado com corrente contínua e cria o
campo magnético (campo estacionário);
– o rotor gira, acionado pela máquina primária, de forma
que suas espiras cortam as linhas de campo do estator
e produzem a tensão desejada. A saída dos
enrolamentos é feita através de anéis coletores e
escovas.
• Gerador de campo rotativo:
– A corrente contínua é injetada nos enrolamentos do rotor
produzindo um campo eletromagnético rotativo de
polaridade fixa. Este campo se estende para fora do
rotor, cortando os enrolamentos da armadura inseridos
no estator e induzindo neles a tensão desejada.
O gerador síncrono

• Gerador com armadura rotativa: pouco usados, pois a


saída de potência é feita através de contatos
deslizantes, que estão sujeitos a desgastes por fricção e
produção de centelhas. Limitados para aplicações em
baixa potência e baixa tensão.

• Gerador de campo rotativo: são largamente


empregados. No campo são aplicadas baixas tensões
(50 a 250V), e na armadura pode-se chegar a valores de
até 15kV.
O gerador síncrono – valores nominais

Valores Nominais do Gerador Síncrono:


- Potência aparente nominal
- Fator de potência nominal
- Tensão nominal
- Corrente nominal
- Freqüência nominal
- Velocidade de rotação nominal
- Tensão e corrente de excitação nominais
O gerador síncrono básico
O gerador síncrono - freqüência

A freqüência depende da velocidade de rotação do


rotor e do número de pólos. Quanto maior o número
de pólos existentes no rotor mais alta é a freqüência
para uma dada velocidade. Para uma mesma
freqüência, quanto maior o número de pólos, menor é
a velocidade de rotação.

n = 120 * f / p
n: velocidade em rotações por minuto (rpm)
f: freqüência em Hertz (Hz)
p: número de pólos
O gerador síncrono - freqüência
Controle de freqüência:

O número de pólos é
uma característica
construtiva do gerador,
impossível de ser
alterada em um gerador
pronto. Portanto, para
alterar a freqüência do
sistema é necessário
variar a velocidade
(rotação) da máquina

Freqüência no Brasil: 60Hz


O gerador síncrono – Equação da tensão senoidal

e = EM sen 
O gerador síncrono – Controle da tensão

e = B * l * v sen 

Para alterar a tensão do gerador:

O comprimento e número de condutores na armadura são características construtivas do


gerador, portanto não podem ser alterados (l é fixo).

A velocidade de rotação não pode ser alterada, pois a freqüência do sistema deve ser
mantida constante (V é fixo).

Portanto, o controle da tensão de saída é feito através da variação da intensidade do


campo magnético (B) da excitação. A intensidade do campo magnético é proporcional à
corrente que circula no enrolamento de campo do gerador (eletroímã).
Defasagem de ondas senoidais

Corrente em fase com a tensão (carga resistiva)


Defasagem de ondas senoidais

Corrente atrasada da tensão (carga indutiva)


Defasagem de ondas senoidais

Corrente atrasada da tensão


Defasagem de ondas senoidais

Corrente adiantada da tensão (carga capacitiva)


Capacidade dos geradores

• Capacidade (potência) de um gerador: dada em kVA ou


MVA – potência aparente (S).

• Potência ativa (P): um consumidor de potência ativa


transforma energia elétrica diretamente em outra forma
de energia útil (térmica, luminosa, etc.), sem necessitar
de energia intermediária na transformação.

• Potência reativa (Q): qualquer equipamento (motor,


transformador, reator, etc.) que necessite de energia
magnetizante como intermediária na utilização de
energia ativa é um consumidor de potência ativa e
reativa.
Capacidade dos geradores

• Energia ativa: é a energia que de fato relacionada a


trabalho realizado, ou seja, é transformada em uma
outra forma de energia útil – calor, luz, energia mecânica
de rotação, etc.

• Energia reativa: é a energia que cria o campo


magnético. É trocada entre o gerador e o receptor, não
sendo propriamente “consumida” (transformada em
outra forma de energia).

• Energia aparente: é a soma vetorial da energia ativa e


reativa.
Capacidade dos geradores

Unidades de potência:

• Potência ativa (P): a unidade de potência ativa no SI é


watt (W). Nos geradores essa potência é expressa em
kilowatts (kW) ou megawatts (MW).

• Potência reativa (Q): a unidade é volt-ampère reativo


(var). Nos geradores é expressa em kvar ou Mvar.

• Potência aparente (S): a unidade é volt-ampère (VA).


Nos geradores é expressa em kVA ou MVA.
Capacidade dos geradores

Fatores multiplicadores:

• Kilo (k) = 1.000 = 103


1 kW = 1000 W = 1,0 x 103 W

• Mega (M) = 1.000.000 = 106


1 MW = 106 W = 1.000 kW = 1,0 x 103 kW
Triângulo de potências

P = S * cos 
Q = S * sen 
Fator de potência

Fator de potência é o cosseno do ângulo de defasagem


entre a corrente e a tensão, que é o mesmo ângulo entre
a potência ativa e a aparente.

Fator de potência = cos 


Fator de potência indutivo (em atraso): consome energia
reativa
Fator de potência capacitivo (em avanço): fornece energia
reativa
Energia ativa e reativa
O gerador trifásico
O gerador trifásico
Valor médio e valor eficaz

Valor médio de uma tensão ou corrente senoidal é nulo:


semiciclo positivo é igual ao negativo.

Valor eficaz de uma corrente alternada: valor da corrente


constante que, no mesmo intervalo de tempo, produz a
mesma dissipação de calor em uma resistência R.

Valor eficaz de uma tensão alternada: valor da tensão


constante que, aplicada a uma resistência R, faz circular
uma corrente que produz uma mesma dissipação de
calor num mesmo intervalo de tempo.
Valor médio e valor eficaz
Valor médio e valor eficaz

O valor eficaz é o valor medido pelos instrumentos


(voltímetro, amperímetro, etc.)

Os dados de placa dos equipamentos referem-se aos


valores eficazes, tensão de linha (explicação mais a
frente)

Ex: gerador de 13,8kV:


V eficaz = 13,8 kV
V máximo = 2 * 13,8 = 19,5kV
Agrupamento de fases nos geradores

Ligação Estrela
Agrupamento de fases nos geradores - estrela

RELAÇÃO ENTRE AS CORRENTES:


IL = I F

VFF (tensão fase fase) = VL (tensão de linha)= tensão entre os terminais de saída do
gerador
VFN (tensão fase neutro) = Vf (tensão de fase) = tensão gerada nos enrolamentos do
gerador
IL (corrente de linha): corrente que o gerador fornece para o sistema
IF (corrente de fase): corrente que circula nos enrolamentos do gerador
Agrupamento de fases nos geradores - estrela
1,5

0,5

VA
0 VB
0

90

180

270

360

450

540

630
VC

-0,5

-1

-1,5
Agrupamento de fases nos geradores - estrela
2

1,73

1,5

0,5

VA
VB
0 VC
270
0

90

180

360

450

540

630
VAB
Valor de pico Vff

-0,5

-1

-1,5

-2
Agrupamento de fases nos geradores - estrela
2

1,73

1,5

0,5
VA
VB
VC
0 VAB
0

90

180

270

360

450

540

630
VBC
VCA
Valor de pico Vff
-0,5

-1

-1,5
Agrupamento de fases nos geradores

Ligação triângulo

VL = V F IL = 3 IF
Equações das potências

Obs.: circuito trifásico: as tensões e correntes que aparecem nas fórmulas são
sempre valores de linha.
Controle de tensão do gerador

Quando é conectada carga ao gerador passa a haver a


circulação de corrente em seus enrolamentos, provocando
queda de tensão nos seus terminais. Esta queda de tensão
ocorre devido a resistência elétrica dos condutores dos
enrolamentos, a reatância dos enrolamentos da armadura e a
reação da armadura. A queda de tensão depende da quantidade
de carga conectada e de sua característica, ou seja, se é
resistiva, indutiva ou capacitiva.
 
Para manter a tensão constante, independente das variações de
carga é utilizado o regulador automático de tensão (AVR).
Controle de tensão do gerador

e = B * l * v sen 
Como já foi dito, para controlar a tensão de saída do
gerador deve-se variar o valor do campo magnético da
excitação. Esse controle é feito através da variação da
corrente que circula no enrolamento de campo.

A excitatriz é responsável por gerar tensão para


fornecer a corrente de campo do gerador principal. É
acoplada ao eixo do gerador, girando solidária a ele.
Controle de tensão do gerador
O regulador de tensão monitora a tensão de saída do gerador e ajusta a corrente de campo do
rotor (excitação), de forma a manter a tensão constante. O regulador automático de tensão
desempenha quatro funções básicas:

·       Mede a tensão de saída do gerador.

·       Compara a tensão de saída do gerador com uma referência.

·       O erro da comparação é amplificado.

·    Se o erro é diferente de zero, é indicada uma ação que tende a restabelecer a tensão de saída ao
valor da referência, aumentando ou diminuindo a corrente de campo.

O regulador de tensão usualmente é chamado de AVR (Automatic Voltage Regulator).

 
Controle de tensão do gerador

Exemplo:

• Tensão de saída do gerador: 13,2kV


• Tensão de referência do AVR: 13,8kV
• O AVR aumenta a corrente de campo

• Tensão de saída do gerador: 14,0 kV


• Tensão de referência do AVR: 13,8kV
• O AVR diminui a corrente de campo
Controle de tensão do gerador

Para alterar manualmente a tensão de saída do gerador


o operador deve atuar no botão de ajuste de tensão
localizado no painel de controle. Com essa ação ele
envia um sinal para aumentar ou diminuir a corrente de
campo.
Controle de energia reativa

O gerador síncrono pode funcionar como fornecedor ou


consumidor de energia reativa, bastando para isso
controlar a sua excitação:

O gerador funciona como fornecedor de energia reativa


quando está super-excitado e funciona como
consumidor de energia reativa quando está sub-
excitado.

Portanto, para alterar a energia reativa é necessário


atuar na excitação do gerador, ou seja, no seu
regulador de tensão (AVR).
Controle de freqüência

n = 120 * f / p

Para controlar a freqüência do gerador é preciso variar


a velocidade de rotação da máquina.

A freqüência da tensão deve ser mantida sempre


constante em 60Hz (sistema brasileiro).
Controle de potência ativa

O regulador de velocidade controla a potência ativa


fornecida ao sistema. Para isso ele aumenta ou diminui
a admissão da fonte de energia primária:

Ex: turbina a gás:

• Para aumentar a energia ativa fornecida o regulador


atua aumentando a admissão de combustível e para
diminuir a energia ativa ele diminui a admissão de
combustível.
Tipos de excitação

Exemplo: plataforma
de Pargo.
Tipos de excitação

Não é mais
utilizada nas
plataformas da UN-
BC. Havia em
Enchova, mas foi
convertido para
“brushless”
Tipos de excitação
Tipos de excitação
Tipos de excitação – complete o quadro abaixo
Tipo de excitação
Componente
Brushless com
Estática Gerador cc Brushless
PMG
( ) CR ( ) CR ( ) CR ( ) CR
Gerador principal ( ) AR ( ) AR ( ) AR ( ) AR
( ) NE ( ) NE ( ) NE ( ) NE
( ) CR ( ) CR ( ) CR ( ) CR
Excitatriz ( ) AR ( ) AR ( ) AR ( ) AR
( ) NE ( ) NE ( ) NE ( ) NE
( ) CR ( ) CR ( ) CR ( ) CR
PMG ( ) AR ( ) AR ( ) AR ( ) AR
( ) NE ( ) NE ( ) NE ( ) NE
( ) Existe ( ) Existe ( ) Existe ( ) Existe
Ponte rotativa de
diodos ( ) NE ( ) NE ( ) NE ( ) NE

Legenda: CR: campo rotativo


AR: armadura rotativa
NE: não existe
Atenção: magnetismo residual

Em função do fenômeno da histerese magnética, o rotor do


gerador sempre apresenta um magnetismo residual (também
conhecido como remanente), fazendo com que, mesmo com
o sistema de excitação desligado, exista uma tensão nos
terminais do gerador.
Na literatura técnica é comum encontrar a informação de que
o magnetismo remanente é "pequeno", porém é importante
salientar que é suficiente para gerar tensões letais nos
terminais do gerador.
Por exemplo, em um gerador de 13.800V a tensão gerada à
rotação nominal, devida apenas ao magnetismo residual, é
da ordem de 6 a 11% da tensão nominal, ou seja, varia de
800 a 1500 V!
Acidente em sistema de geração

No ano de 2004 houve um acidente fatal em uma plataforma


da Bacia de Campos, causado pelo fenômeno do
magnetismo residual.
Situação da plataforma antes do acidente

TG-A TG-C TG-B


O gerador com excitação "brushless"
Gerador parado e excitação desligada

TG-A TG-C TG-B


Gerador rodando e excitação desligada

TG-A TG-C TG-B


Gerador rodando e excitação ligada

TG-A TG-C TG-B


Paralelismo de geradores

Quando duas fontes de potência são colocadas em paralelo a


tensão do sistema e de cada fonte são iguais, enquanto a
capacidade do sistema será a soma das capacidades das
unidades em paralelo.

Operando-se duas ou mais fontes em paralelo é possível


aumentar a capacidade do sistema, mantendo-se a tensão no
valor desejado.

Unidades de diferentes potências nominais podem ser colocadas


em paralelo, desde que as tensões individuais sejam as mesmas
e que elas possam dividir a carga proporcionalmente as suas
capacidades individuais.
Condições de paralelismo de geradores

Sincronização
1- Mesma Tensão
2- Mesma Freqüência
3- Mesma Seqüência de Fases
4- Estar em Fase (geradores sincronizados)
Condições de paralelismo de geradores

1 - Mesma tensão
Para alterar a
tensão, deve-se
ajustar a corrente
de campo do
gerador, atuando
na chave de ajuste
de tensão
localizada no painel
de controle.

Tensões diferentes (não pode)


Condições de paralelismo de geradores

2 - Mesma freqüência

Freqüências diferentes (não pode)


Condições de paralelismo de geradores

3 - Mesma seqüência de fases

A seqüência de fases é determinada pelas conexões com o


barrramento. A fase A da primeira fonte deve encontrar a
fase A da segunda fonte, o mesmo ocorrendo com as fases B
e C.
A ordem da seqüência de fases pode ser ABC ou ACB. Para
o paralelismo é importante que as fontes tenham a mesma
seqüência de fases: ABC com ABC ou ACB com ACB.
Condições de paralelismo de geradores

Seqüências de fases diferentes (não pode)


Condições de paralelismo de geradores
4 - Estar em fase (geradores sincronizados)
Ângulo de fase:
diferença em graus
elétricos entre os
sinais senoidais das
tensões dos dois
geradores. O ângulo
de fase deve ser
próximo de zero
quando do
fechamento do
disjuntor.
Ondas de tensão fora de fase (não pode)
Operação de sincronização

A operação de sincronização pode ser feita


automaticamente, através do sincronizador
automático, ou manualmente.
O sincronizador automático deve receber sinal
de tensão das duas fontes a serem paraleladas,
a fim de comparar os valores e enviar os
comandos para a correção da freqüência e/ou
da tensão do grupo gerador que vai entrar em
paralelo.
Operação de sincronização – sincronismo manual

Quando é feito o sincronismo manual, o operador


deve observar os instrumentos de sincronização:
• Voltímetro duplo: indica a tensão da barra e do
gerador que vai entrar em paralelo.
• Freqüencímetro duplo: indica a freqüência da barra e
do gerador que vai entrar em paralelo.
• Sincronoscópio: indica o instante em que as fontes
estão em fase, e pelo sentido do giro de seu ponteiro
indica também se o gerador está com a freqüência
maior ou menor que a da barra.
Operação de sincronização – sincronismo manual

O sincronoscópio recebe alimentação do barramento e


do gerador a ser paralelado. É ligado entre duas fases,
de forma que gira no sentido horário se a freqüência do
gerador é maior que a da barra e no sentido anti-horário
se a freqüência do gerador é menor que a da barra.
Quanto maior a diferença entre as freqüências, maior a
velocidade do ponteiro. Se as duas freqüências forem
exatamente iguais, o sincronoscópio pára, num ângulo
que corresponde ao defasamento angular. Por isso, é
importante fechar o disjuntor quando o ponteiro estiver
girando bem devagar e próximo ao ângulo zero.
Operação de sincronização – sincronismo manual

Observando os instrumentos de sincronização o


operador corrige a tensão e a freqüência do grupo
gerador a ser paralelado, até que fiquem iguais.
Quando o sincronoscópio indicar que as fontes
estão em fase, o operador dá o comando manual
para o fechamento do disjuntor do gerador. Esta
operação normalmente é supervisionada por um
relé de verificação de sincronismo (função 25), que
impede que o disjuntor receba o comando de
fechamento se as condições de sincronismo não
estiverem satisfeitas.
Condições de paralelismo de geradores

Instrumentos para sincronização


Condições de paralelismo de geradores
Instrumentos para sincronização
Instrumentos para sincronização
Operação de sincronização – sincronismo manual

Com os instrumentos de sincronização manual é importante


verificar a tensão, freqüência e defasamento angular do gerador
em relação ao barramento. Porém, a condição "mesma
seqüência de fases" não pode ser garantida com esses
instrumentos. Para isso, é necessário utilizar um equipamento
chamado seqüencímetro.

Existem sequencímetros portáteis, que devem ser usados


durante a partida do sistema, para garantir a mesma seqüência
de fases entre os geradores. Uma vez garantida essa situação e
como o sentido de rotação dos geradores continua sempre o
mesmo, se não houver mudança de ligação dos cabos, não há
risco da seqüência de fases se inverter. O seqüencímetro
deverá ser usado novamente após uma eventual desconexão
dos cabos para manutenção e ainda para a entrada de um novo
gerador no sistema (por exemplo grupo moto-gerador alugado).
Regulação de velocidade – modo de operação "droop" e isócrono

Suponhamos um grupo gerador mantido com a


potência de saída do acionador fixa. Qualquer alteração
de carga imposta ao grupo gerador resultaria em uma
alteração da velocidade de rotação e,
conseqüentemente, da freqüência do sistema. Para
evitar isso é usado um dispositivo de controle da
velocidade (governador ou "governor"), que sente a
velocidade de rotação do acionador e comanda o ajuste
da válvula de controle de combustível de forma a alterar
a potência mecânica de saída do acionador e
compensar as variações de carga, retornando a
freqüência ao seu valor nominal.
Modo de operação isócrono

A máquina está operando em isócrono quando ao


absorver ou ceder carga, a sua velocidade é mantida
constante, e portanto, também é mantida constante a
freqüência do barramento (60 Hz).
Modo de operação "droop"

A máquina está operando em “droop” quando ao assumir ou


rejeitar carga provoca uma variação na sua velocidade. O
“droop” é representado por uma percentagem (%) da perda
de velocidade entre a potência zero (potência a vazio) e a
potência nominal (potência máxima de trabalho)
Modo de operação "droop" - exemplo
O governador de um determinado gerador está ajustado de forma
que a freqüência a vazio é 60Hz e a freqüência à plena carga é
58,8Hz.

droop (%) = (60-58,8) * 100 / 60


droop = 2%
Divisão de carga ativa
Quando dois ou mais geradores estão operando em
paralelo, há uma divisão da carga total do sistema entre
eles, que pode ser igualitária (todos os geradores com a
mesma carga) ou não.
É importante ressaltar que quando dois ou mais
geradores operam em paralelo a tensão e a freqüência
são as mesmas para todos os geradores, pois eles estão
sincronizados.
Este conceito é fundamental para entender os modos de
operação isócrono e "droop".
Para facilitar o entendimento, consideraremos a operação
de apenas dois geradores em paralelo.
Divisão de carga ativa
1º Caso: um gerador em "droop" e outro em isócrono
Lembre-se: a freqüência dos dois geradores é a mesma.
Capacidade de cada gerador: 10 MW
Situação inicial:
Carga do sistema: 8 MW (os dois geradores estão dividindo carga
igualmente).
Considerar que entrou no sistema uma carga de 2 MW. Como a
freqüência não varia, pois o gerador A está em isócrono, o gerador
B não pode assumir carga. Assim, toda a carga é assumida pelo
gerador A.
Divisão de carga ativa
Divisão de carga ativa
1º Caso: um gerador em "droop" e outro em isócrono (cont.)
Uma das vantagens deste modo de operação é promover a
limitação de esforço em um grupo gerador que esteja com algum
problema. Para isso, basta fixar a potência desejada e colocar este
gerador em "droop". As variações de carga serão assumidas pelo
gerador que estiver em isócrono.
Divisão de carga ativa
2º Caso: os dois geradores em "droop", com o mesmo ajuste de
"droop“ e mesma potência nominal
Neste caso, a freqüência do sistema irá variar com a variação da
carga, mas é importante lembrar que a freqüência de um gerador
será sempre igual à freqüência do outro, tanto na situação inicial
quanto na final.
Situação inicial:
Carga do sistema: 8MW (os dois geradores estão dividindo carga
igualmente)
Considerar que entrou no sistema uma carga de 4MW. Como os
dois geradores estão com o mesmo "droop", a variação de carga
será dividida igualmente entre eles.
Divisão de carga ativa
Divisão de carga ativa
2º Caso: os dois geradores em "droop", com o mesmo ajuste (cont.)
Se os dois geradores tiverem o mesmo ajuste de "droop", eles
sempre irão dividir igualmente o incremento de carga, mesmo que
inicialmente não estejam dividindo a carga igualmente, desde que
possuam a mesma potência nominal.
Exemplo:
Carga total do sistema: 12MW
Gerador A: 4 MW
Gerador B: 8 MW
Entra no sistema uma carga de 4MW.
A carga do gerador A passa para 6 MW e a do gerador B para
10MW.
Divisão de carga ativa
Divisão de carga ativa
3º Caso: os dois geradores em "droop", com diferentes ajustes de
"droop"
Neste caso, a quantidade de carga que cada gerador absorve é
proporcional à inclinação de suas características "droop" (o
gerador que tem o menor ajuste de "droop", ou seja, a reta menos
inclinada, assume maior quantidade de carga).
Situação inicial:
Carga do sistema: 8MW (os dois geradores estão dividindo carga
igualmente)
Considerar que entrou no sistema uma carga de 4MW.
Divisão de carga ativa
Divisão de carga ativa
3º Caso: os dois geradores em "droop", com diferentes ajustes de
"droop" (cont.)
Se o operador quiser que as duas máquinas voltem a dividir carga
igualmente, ele deverá alterar o ajuste ("setpoint") de freqüência
de uma das máquinas.
Divisão de carga ativa
4º Caso: os dois geradores em "droop", com o mesmo ajuste de
"droop“ e potências nominais diferentes
Neste caso, os geradores irão dividir igualmente os incrementos de
carga, porém proporcionalmente aos seus valores nominais.
Situação inicial:
Gerador A: potência nominal 6MW, droop de 2%
Gerador B: potência nominal 18MW, droop de 2%
Carga do sistema: 12MW (geradores dividindo carga
proporcionalmente às suas potências nominais)
Divisão de carga ativa
4º Caso: os dois geradores em "droop", com o mesmo ajuste de
"droop“ e potências nominais diferentes (cont.)

Potência gerador B = 3 vezes a potência do gerador A

Carga gerador B = 3 vezes carga gerador A

Carga A + 3x(carga A) = 12
4A = 12
A = 3 MW; B = 3A, B = 9MW
Divisão de carga ativa
4º Caso: os dois geradores em "droop", com o mesmo ajuste de
"droop“ e potências nominais diferentes (cont.)

Considere que entrou no sistema uma carga de 4MW.

Carga assumida gerador B = 3 vezes carga assumida gerador A

Carga A + 3x(carga A) = 4
4A = 4
A = 1 MW; B = 3A, B = 3MW

Gerador A passou a fornecer 4MW e gerador B passou a fornecer


12MW.
Divisão de carga ativa
Divisão de carga ativa
5º Caso: os dois geradores em isócrono
Neste caso a condição estável nunca é alcançada, pois para isso
cada gerador teria que possuir exatamente o mesmo ajuste
("setpoint") de velocidade. Caso contrário, eles ficariam "brigando"
entre si, cada um tentando puxar a velocidade (ou freqüência) do
sistema para o seu próprio ajuste.
Para que dois geradores operem em isócrono é necessário ativar
uma malha secundária de controle de velocidade que execute a
divisão de carga ativa ("load sharing").
Divisão de carga ativa
Divisão de carga ativa
Divisão de carga ativa
A divisão de carga ativa ocorre tanto na entrada quanto na saída
de carga do sistema. A rejeição de carga por parte de cada
gerador ocorre da mesma forma que a retomada, para cada
situação ("droop" – "droop", "droop – isócrono"), etc.
Curva de capabilidade do gerador
Curva de capabilidade do gerador
Curva de capabilidade do gerador
Curva de capabilidade do gerador

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