Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ATITUDE ANTIMETAFÍSICA
A APARENTE SIMPLICIDADE
“Foi em 8 de março de 1914 (…)
Alberto Caeiro é considerado um “poeta bucólico, na medida em que, nos seus poemas,
valoriza a natureza e a pureza e a inocência da vida campestre. A espontaneidade da sua poesia
é, no entanto, aparente.
Por esta crença na natureza e pela divinização das coisas naturais, Caeiro revela-se um poeta
pagão que aspira à conciliação e harmonia entre o natural e o humano.
Integração na Natureza;
Paganismo
Paganismo: Paganismo, etimologicamente, refere-se ao modelo cultural e
religioso do povo rural (do latim paganus = o que mora no pagus, no campo). Era
empregue para caracterizar os seguidores das religiões politeístas, ligadas à Natureza.
O paganismo, entre os antigos, era o culto e o respeito pelas forças da Natureza viva
e sagrada. Daí o culto da mitologia greco-latina.
“Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca."
O primado das sensações
Na poesia de Caeiro, há então, o primado das sensações como forma de alcançar o
conhecimento do mundo.
Caeiro privilegia a visão para aceder à verdade das coisas, recusando o pensamento. Em defesa
do objetivismo associa o pensar a uma qualquer doença dos olhos.
Recusa do pensamento.
"Creio no Mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender…
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)"
Atitude antimetafísica
Para Caeiro, o mundo não exige atitudes de análise e interpretação mas, sim, de apreensão imediata do
real através da perceção das formas, das cores, do cheiros.
Defesa da naturalidade;
Aparente simplicidade.
Esta poesia reflete um desejo de verdade natural e de paz, de viver a vida sem sentidos
filosóficos e de acordo com a máxima: “Assim é, assim seja”.