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INFLUÊNCIA DAS

CARACTERÍSTICAS
AMBIENTAIS PARA A
EXPOSIÇÃO AOS RISCOS DE
MOVIMENTO DE MASSA NO
MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS - MA
(BRASIL)

PROFA. ANDREZA LOUZEIRO


Conceito de Risco de Desastres

Risco PROBABILIDADE
PERIGO
AMEAÇA
HOMEM
MEIO AMBIENTE
Conceito de Risco de Desastres

É a probabilidade de ocorrência de um perigo”


(ANEAS DE CASTRO, 2000)

É a possibilidade de ter consequências prejudiciais ou


danosas em função de perigos naturais ou induzidos pelo
homem” (TOMINAGA, 2009)

O risco, objeto social, define-se como a percepção


do perigo, da catástrofe possível” (VEYRET, 2007)
Causa do Movimento de Massa

POTENCIALIZAM ...

FATOR PRINCIPAL
Fonte: Edwin Burrow , 2015.
Risco = Exposição x Vulnerabilidade Social

Risco = Exposição x Vulnerabilidade Social Elementos referentes à exposição ao


risco de movimento de massa (escala
municipal)

 Formação Geológica
 Formação Geomorfológica
Aspectos físico- Susceptibilidade,  Formação Pedológica
naturais e capacidade de lidar e  Alterações Antrópicas (uso e
fragilidades da capacidade de adaptação cobertura do solo).
área [da população]
(ALMEIDA, BIRKMANN e WELLE, 2016).
Estabilidade dos Meios

Tabela 01: Avaliação dos valores de estabilidade dos meios


Relação pedogênese e
Categorias Valor
morfogênese
Estáveis Prevalece a Pedogênese 1,0
Equilíbrio
Intergrades 2,0
Pedogênese/Morfogênese
Fortemente
Prevalece a Morfogênese 3,0
instáveis
Fonte: Adaptado a partir de Tricart, 1977.
Tabela 02: Escala-resumo do grau de exposição do ambiente
Categoria Ecodinâmica Crepani et al (2001) Grau de Exposição Valor
Estáveis Estável Muito baixo 1,0 – 1,3
Moderada Estabilidade Moderadamente estável Baixo 1,4 – 1,7
Média Estabilidade Medianamente estável Médio 1,8 - 2,2
Moderada Instabilidade Moderadamente instável Alto 2,3 – 2,6
Instável Muito instável Muito alto 2,7 – 3,0
Fonte: Louzeiro (2019) a partir de Crepani et al (2001).
Exposição aos Riscos de Movimento de Massa em
São Luís - MA

Geologia
Equação: E = (EG + ER + EP + EO)
(1) Geomorfologia

Onde:
4 Pedologia
E = Exposição
G = Exposição para Geologia
R = Exposição para Geomorfologia Clima
P = Exposição para Pedologia
O = Exposição para Uso e cobertura do solo Cobertura vegetal

Fonte: Crepaniet al (2001) e Louzeiro (2018, 2019)


Exposição aos Riscos de Movimento de Massa em
São Luís - MA

Geologia Pedologia
Fonte: Louzeiro (2018)
Exposição aos Riscos de Movimento de Massa em
São Luís - MA

Unidades Geológicas e pesos da área de estudo


Unidades geológicas Características litológicas Peso
Formação Barreiras Arenitos conglomerados. 2,5
Formação Itapecuru Regolitos de arenitos 2,7
Depósitos de mangue Areias finas, siltes e argilas 3,0
Depósitos litorâneos Areias quartzosas 3,0
Fonte: Louzeiro (2018)

Formação Pedológica e respectivos pesos


Valores para
Formação pedológica Características
vulnerabilidade
Solos profundos, boa drenagem, presente em áreas
Latossolos 1,0
planas
Solos bem desenvolvidos, com erosão variando de
Argissolos 2,0
laminar ligeira a moderada
Solos recentes, fácil ação da morfogênese, fácil
Neossolos 3,0
erodibilidade
Solos Aluviais Pouco desenvolvido, mal drenado, pouco profundo 3,0
Solos inundáveis, hidromóficos, com características de
Gleissolos 3,0
encharcamento.
Fonte: Louzeiro (2018)
Exposição aos Riscos de Movimento de Massa em
São Luís - MA

Declividade Altimetria
Fonte: Louzeiro (2018)
Exposição aos Riscos de Movimento de Massa em
São Luís - MA

Pesos para altimetria


Amplitude Pesos para instabilidade Classes de instabilidade
Altimétrica
<20 1,0 Muito baixa
20 - 29,5 1,1 Muito baixa
29,5 - 39 1,2 Muito baixa
39 - 48,5 1,3 Muito baixa
48,5 - 58 1,4 Baixa
58 - 67,5 Fonte: Louzeiro
1,5 (2018) Baixa
Pesos para exposição da declividade
Pesos para Classes de
Declividade exposição exposição
>5 1,0 Muito baixa
5 - 10 1,5 Baixa
10 – 15 2,0 Média
15 – 30 2,5 Alta
30 - 60 3,0 Muito alta
Fonte: Louzeiro (2018)
Exposição aos Riscos de Movimento de Massa em
São Luís - MA

Índice de
Exposição
Geomorfológica

Morfologia
Fonte: Louzeiro (2018)
Quadro 01: Pesos para exposição das formas geomorfológicas
Formas
Características das unidades Morfometria Peso
Geomorfológicas
Áreas planas resultante da combinação de processos de Altimetria podendo atingir até 20m.
Planície
acumulação fluvial e marinha, geralmente sujeitos a inundações Declividade praticamente nula, 3
Fluviomarinha
periódicas com vegetação de mangue. presente nas cotas entre 0 a 5%
Modelada por agentes e processos marinhos e fluviomarinhos;
dinâmica facilitada pela exposição Altimetria podendo atingir até 20m.
Planície Litorânea 3
das estruturas geológicas, por sua exposição aos agentes Declividade que vai de 0-5%.
modeladores do relevo
Caracterizada pela presença de manguezais de supramaré,
Altimetria podendo atingir até 20m.
intermaré e inframaré, planície arenosa com baixios de maré.
Planície de maré Declividade praticamente nula, 3
Áreas lamosas ou arenosas que estão acima da maré baixa, mas
presente nas cotas entre 0 a 5%
que são inundadas na maré alta
Áreas planas, presente nas maiores altimetrias, com raras Altimetria podendo atingir até 49m e
Superfície tabular 1,3
declividades. declividade vai de 0 a 5%
Representam as porções do tabuleiro que sofreram dissecação
Superfície Altimetria variando entre 39 a 49m e
no decorrer do tempo geológico, mas ainda preservam seu topo 2,5
subtabular declividade podendo atingir 12%.
relativamente aplainado com encostas brandas a íngremes.
Áreas erodidas por processos exógenos, com presença de
Superfície Altimetria podendo chegar a 30m e
aterros, cortes, terraplanagem, retirada de material e com 3
dissecada declividade varia de 30 a 60%
processos erosivos predominantemente laminares.

Fonte: Louzeiro (2018) a partir de Feitosa (2006); El-Robrini et al (2006); Pereira (2006); Press et al (2006); Silva (2012).
Exposição aos Riscos de Movimento de Massa em
São Luís - MA
Fonte: Louzeiro (2018)

Uso e Cobertura do solo


Exposição aos riscos de movimento de massa no município de São
Luís
São Luís - MA
Exposição aos Riscos de Movimento de Massa em

Fonte: Louzeiro (2018)


Exposição aos Riscos de Movimento de Massa em
São Luís - MA

bairro Coroadinho

Rio Grande (Zona Rural)


Exposição aos Riscos de Movimento de Massa em
São Luís - MA

Bairro Vila Bacanga

Bairro Vila Embratel

Fonte: Louzeiro (2016) e Louzeiro (2019)


Vulnerabilidade Social no Município de São Luís - MA

Fonte: Louzeiro
(2018)
Vulnerabilidade Social no Município de São Luís - MA

Fonte: Louzeiro
(2018)
Vulnerabilidade Social no Município de São Luís - MA

Fonte: Louzeiro
(2018)
Vulnerabilidade Social no Município de São Luís - MA

Risco de Movimento
de Massa no
município de São
Luís, MA (Brasil)

Fonte: Louzeiro
(2018)
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

 As unidades geomorfológicas e o uso e ocupação do município de São Luís apresentaram


maiores características de instabilidade na área, sendo classificadas como os elementos mais
marcantes para o cálculo de exposição física;
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

 Adaptações: mapeamento da Geologia generalizado; pesos para a altimetria que não


condizem com a realidade da área; inclusão do uso e cobertura do solo e seus respectivos
pesos;

Amplitude Pesos para Classes de


Altimétrica instabilidade instabilidade
<20 1,0 Muito baixa
20 - 29,5 1,1 Muito baixa
29,5 - 39 1,2 Muito baixa
39 - 48,5 1,3 Muito baixa
48,5 - 58 1,4 Baixa
58 - 67,5 1,5 Baixa
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

 Para a análise completa do risco é necessário entender, não apenas a exposição física, mas
também a vulnerabilidade social da área.

Risco de Movimento
de Massa no
município de São
Luís, MA (Brasil)
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

 No entanto, a identificação dessas áreas, torna-se mais viável para a Defesa Civil municipal
providenciar ações que potencializem as medidas de proteção e prevenção dos desastres.

Imagens cedidas
pela Defesa Civil
Municipal de São
Luís - MA
REFERÊNCIAS

ARAÚJO, J., V.; VIEIRA, L., S.; ARAÚJO, M., P.; MARTINS, J., S. Levantamento Exploratório de solos da Folha SA. 23 São Luís e parte
da Folha AS. 24 Fortaleza. RADAM, 1973.
CREPANI, E.; MEDEIROS, J., S., HERNANDEZ FILHO, P.; FLORENZZANO, T. G., DUARTE, V.; BARBOSA, C., C., F. Sensoriamento
Remoto e Geoprocessamento Aplicados ao Zoneamento Ecológico-Econômico e ao Ordenamento Territorial. INPE, São José dos
Campos, 2001.
El-Robrini, M.; Silva, M.; Silva Jr. P.; El-Robrini, M.; Silva Jr. O.; França, C. (2006) – Pará. In: Dieter Muehe (org.), Erosão e progradação do
litoral brasileiro. Ministério do Meio Ambiente (MMA), Brasília, DF, Brasil. Disponível on-line em:
http://www.mma.gov.br/publicacoes/gestao-territorial/category/80-gestaocosteira-g-erosao-e-progradacao.
FEITOSA, A. C. Relevo do Estado do Maranhão: uma nova proposta de classificação topomorfológica. Anais. VI Simpósio Nacional de
Geomorfologia. Goiânia, 2016. Disponível em: http://www.labogef.iesa.ufg.br/links/sinageo/articles/476.pdf
LOUZEIRO, A. S. Vulnerabilidade e Risco de Movimento de Massa no município de São Luís – MA (Brasil). Dissertação (mestrado) -
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Humanas, Letras e Arte. Programa de Pós-graduação em Geografia. Natal,
RN, 2018.
MEDEIROS, M. D. Vulnerabilidade Socioambiental no município de Natal, RN. 2014. 167f. Dissertação (Mestrado em Geografia) -
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2014.
PEREIRA, E. D. Avaliação da vulnerabilidade natural à contaminação do solo e do aqüífero do reservatório Batatã. 174f. Tese
(Doutorado em Geociências) Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2006.
PRESS, F; SIEVER, R.; GROTZINGER, J.; JORDAN, T. H. Para entender a Terra. 4. ed. Tradução Rualdo Menegat. Porto Alegre: Artmed,
2006. 656 p. il.
SILVA, Q, D. Mapeamento Geomorfológico da Ilha do Maranhão, 2012. 251f. Tese (Doutorado em Geografia) – Universidade Estadual
Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente, 2012.
TRICART, J. Ecodinâmica. Rio de Janeiro: IBGE, Diretoria Técnica, SUPREN, 1977. 91 p.

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